Maior livraria flutuante do mundo visitará cinco municípios brasileiros

Maior livraria flutuante do mundo visitará cinco municípios brasileiros

Atenção, moradores de Santos, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador e Belém! Anotem esta dica preciosa: A maior livraria flutuante do mundo, navio que viaja pelo mundo com mais de cinco mil títulos disponíveis, vai atracar em breve na sua cidade. Já pode ficar empolgado!

A partir do dia 23 de agosto, os amantes da leitura que tiverem a oportunidade de subir no navio encontrarão livros voltados para as áreas de ciências, esportes, artes, gastronomia, saúde, idiomas, hobbies e literatura cristã, todos vendidos a preços acessíveis. Tem como ser mais perfeito?

Conhecido como Logos Hope, o projeto, que é mantido por uma organização de caridade cristã alemã, também monta uma estrutura para doação de livros assim que atraca nos portos, então já prepare um livro em bom estado para fazer a sua doação, afinal, livro bom é aquele que encontra um leitor.

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O itinerário começará na cidade de Santos, onde a livraria permanecerá do dia 23 de agosto ao dia 17 de setembro. Saindo da cidade litorânea, partirá para o Rio de Janeiro, onde ficará até o dia 8 de outubro, e em seguida navegará até Vitória, que recebe a atração entre os dias 9 e 22 de outubro.

Em Salvador, próximo destino, a embarcação permanece de 24 de outubro a 12 de novembro. Por último, viaja até Belém no dia 18 de novembro, onde fica até 6 de dezembro.

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O Logos Hope já recebeu mais de sete milhões de visitantes nas cidades onde passou, e conta com 400 tripulantes voluntários. Segundo o diretor Pil-Hun Park, o objetivo é “compartilhar conhecimento, ajuda e esperança” por meio de experiências literárias.

Agora, se você não mora em uma destas cincos cidades brasileiras em que a maior livraria flutuante do mundo vai atracar, ainda existe a possibilidade de viajar até ela. O que acha? Eu já estou me programando.

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Com informações de Veja

Linha de calçados 100% sustentáveis é produzida no Brasil

Linha de calçados 100% sustentáveis é produzida no Brasil

 

Produzidos no Rio Grande do Sul com lona de algodão ecológico do Ceará, látex do Acre e couro com curtimento ecológico, os calçados Vert já estão presente na Europa há nove anos e agora desbravam o mercado nacional. Então pode ser que logo você se depare com um par de calçados Vert em uma vitrine próxima de você.

Para certificar a retirada responsável de borracha do Acre, um comitê gestor – que envolve a Vert, a WWF-Brasil e o governo do Acre, entre outras instituições – foi criado em 2010. Antes disso a matéria-prima vinha 100% da Reserva Extrativista Chico Mendes.

O que deveria ser a regra e não a exceção, os direitos dos trabalhadores são devidamente respeitados na confecção dos calçados Vert, e o que garante isso é a fiscalização da legislação brasileira, que, embora longe do ideal, é mais rigorosa que a de outros países, com a China, por exemplo. Isso garante responsabilidade social maior do que a de outras marcas de roupas e calçados que dominam o mercado – você já reparou na etiqueta dos seus produtos?

Ainda não foi estabelecido um plano de reutilização do tênis, mas a empresa garante estar preocupada com a questão. Como diz o site oficial: “A VERT é uma experiência; um projeto em andamento; com seus limites e aperfeiçoamentos necessários”.

Não há nada mais elegante do que ostentar consciência ambiental e responsabilidade social, não é mesmo? Estamos torcendo para que essa moda pegue!

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Com informações de thegreenestpost

Eles acharam que estavam adotando uma mini porca, mas ela cresceu (muito!) e transformou as suas vidas

Eles acharam que estavam adotando uma mini porca, mas ela cresceu (muito!) e transformou as suas vidas

Ela é simplesmente fabulosa! Com quase 294 kg de puro charme e carisma, a porca Esther é um fenômeno nas redes sociais, acumulando uma legião de seguidores de fazer inveja a muitas blogueiras que estão no instagram pedindo o seu like. Mas os seus números nas redes sociais não são o fato mais importante sobre Esther. A história de amor da porca instagrammer com os seus donos é que vai te surpreender e te emocionar.

Quando Steve Jenkins e Derek Walter adotaram Esther, acharam que tinham comprado uma mini porca (Tolinhos! Esther, definitivamente, não nasceu para passar despercebida.) Dois anos e 294 kg mais tarde, a “pequena porquinha” acabou por se revelar um porco comercial em tamanho real. Apesar da enorme surpresa, o amor que eles desenvolveram por Esther mudou suas vidas para sempre.

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“Ela foi incrível desde o dia em que a trouxemos para casa, super inteligente”, disse Jenkins ao Washington Post.

Sem treinamento, Esther aprendeu a abrir portas, armários e até a geladeira. Com treinamento, ela aprendeu até mesmo a usar uma caixa de areia para fazer as suas necessidades fisiológicas.

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Esther é tão especial que foi a responsável por moldar as novas escolhas do casal do Canadá. Quando Steve e Derek perceberam o quão inteligentes e amigáveis os porcos podem ser (Eles são tão espertos quanto os cachorros, e considerados por muitos como animais ainda mais limpos), entenderam que não poderiam mais tolerar a ideia de que estavam se alimentando de outros porcos como Esther e se tornaram veganos (go vegans!). E tem mais, a carismática instagrammer de focinho cor-de-rosa também inspirou seus donos a construir um abrigo para animais.

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Para melhor acolher a doce gigante, Steve e Derek se mudaram com Esther pára uma fazenda em Campbellsville, que foi batizada como “Happily Ever Esther Farm Sanctuary”. Esther foi o primeiro inquilino animal da fazenda, mas logo, com a ajuda de especialistas em animais, Steve e Derek arrumaram o lugar e acolheram também vacas, cavalos, cabras e um outro porco.

Mas, em 2018, um desafio dos grandes abalou a família feliz. Esther adoeceu e foi levada para o Ontario Veterinary College (OVC), onde descobriu que precisaria de uma tomografia computadorizada. E o seu tamanho enorme apresentou um problema – ela não cabia na máquina média.

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“Nós achamos que eles não tinham o tipo de equipamento que serviria para Esther, mas que qualquer outra universidade teria. Então foi um grande choque descobrir que não era tão fácil encontrar esse tipo de equipamento”, disse Jenkins ao Star. Entrão Jenkins e Walter procuraram os amantes dos animais em todos os lugares para ajudá-los a angariar fundos para trazer o equipamento necessário não apenas para Esther, mas para os outros grandes animais da comunidade.

Em quatro meses, eles superaram sua meta de US $ 650 mil, arrecadando mais US $ 120 mil, que, segundo Jenkins, seriam doados a outras instituições de caridade e resgate de animais. Com o equipamento necessário, o casal descobriu que Esther tinha câncer de mama. Felizmente, eles encontraram a doença e foram capazes de tratar Esther com cirurgia – e ela agora está livre do câncer.

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Esther e seus pais passaram por muitas aventuras – detalhadas no livro New York Times “Esther the Wonder Pig”, escrito por seus donos, e que já se tornou um bestseller. Mas isso não pára por aí. Esther está indo das telas das redes sociais para a tela do cinema. A produtora de filmes de Hollywood, Donners, responsável pelas séries de filmes X-men e Free Willy, estão trabalhando para transformar o livro Esther the Wonder Pig em filme.

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Com informações de Bored Panda

Images credits: www.instagram.com

“Quanto menos entendemos, mais julgamos.” – Mia Couto

“Quanto menos entendemos, mais julgamos.” – Mia Couto

No ano de 2007, Mia Couto participou, em Campinas – SP, de um Congresso sobre leitura. O homenageado era o poeta Ferreira Gullar e Mia iniciou o seu discurso falando na importância de “desarmadilharmos” o mundo. Segundo ele, “compete-nos desarmadilhar o mundo para que ele seja mais nosso e mais solidário. Todos queremos um mundo novo, um mundo que tenha tudo de novo e muito pouco de mundo. A isso chamaram de utopia.”

O escritor passa, então, a discorrer sobre as armadilhas do mundo contemporâneo, abordando desde o maniqueismo até a “biologização da identidade” que, segundo ele, são itens a serem “desarmadilhados”.

Esta intervenção de Mia Couto foi registrada no livro de ensaios “E se Obama fosse africano?”, onde poderá ser lida em sua integralidade. Segue o texto de Mia Couto:

As armadilhas de dentro

A nossa tentação é quase sempre maniqueísta. A visão simples que separa os “bons” dos “maus” é sempre a mais imediata. Quanto menos entendemos, mais julgamos.

A cilada maior é acreditarmos que as armadilhas estão sempre fora de nós, num mundo que temos por cruel e desumano. Ora, por muito que nos custe, nós somos também esse mundo. E as armadilhas que pensávamos exteriores residem profundamente dentro de nós. Quebrar as armadilhas do mundo é, antes de mais, quebrar o mundo de armadilhas em que se converteu o nosso próprio olhar. Precisamos de passar um programa antivírus pelo nosso hardware mental. Escolhi falar dessas ratoeiras interiores que nos convertem em nómadas deambulando entre ecos e sombras.

A armadilha da realidade

Uma das primeiras armadilhas interiores é aquilo que chamamos de “realidade”. Falo, é claro, da ideia de realidade que actua como a grande fiscalizadora do nosso pensamento. O maior desafio é sermos capazes de não ficar aprisionados nesse recinto que uns chamam de “razão”, outros de “bom-senso”. A realidade é uma construção social e é, frequentemente, demasiado real para ser verdadeira. Nós
não temos sempre que a levar tão a sério.

Quando Ho Chi Minh saiu da prisão e lhe perguntaram como conseguiu escrever versos tão cheios de ternura numa prisão tão desumana ele respondeu: “Eu desvalorizei as paredes”. Essa lição se converteu num lema da minha conduta. Ho Chi Minh ensinou a si próprio a ler para além dos muros da prisão. Ensinar a ler é sempre ensinar a transpor o imediato. É ensinar a escolher entre sentidos visíveis e invisíveis. É ensinar a pensar no sentido original da palavra “pensar” que significava “curar” ou “tratar” um ferimento. Temos de repensar o mundo no sentido terapêutico de o salvar de doenças de que padece. Uma das prescrições médicas é mantermos a habilidade da transcendência, recusando ficar pelo que é imediatamente perceptível. Isso implica a aplicação de um medicamento chamado inquietação crítica. Significa fazermos com a nossa vida quotidiana aquilo que fizemos neste congresso que é deixar entrar a luz da poesia na casa do pensamento.

A armadilha da identidade

A mais perigosa armadilha é aquela que possui a aparência de uma ferramenta de emancipação. Uma dessas ciladas é a ideia de que nós, seres humanos, possuímos uma identidade essencial: somos o que somos porque estamos geneticamente programados. Ser-se mulher, homem, branco, negro, velho ou criança, ser-se doente ou infeliz, tudo isso surge como condição inscrita no ADN. Essas categorias parecem provir apenas da Natureza. A nossa existência resultaria, assim, apenas de uma leitura de um código de bases e nucleótidos.

Esta biologização da identidade é uma capciosa armadilha. Simone de Beauvoir disse: a verdadeira natureza humana é não ter natureza nenhuma. Com isso ela combatia a ideia estereotipada da identidade. Aquilo que somos não é o simples cumprir de um destino programado nos cromossomas, mas a realização de um ser que se constrói em trocas com os outros e com a realidade envolvente.

A imensa felicidade que a escrita me deu foi a de poder viajar por entre categorias existenciais. Na realidade, de pouco vale a leitura se ela não nos fizer transitar de vidas. De pouco vale escrever ou ler se não nos deixarmos dissolver por outras identidades e não reacordarmos em outros corpos, outras vozes.

A questão não é apenas do domínio de técnicas de decifração do alfabeto. Tratase, sim, de possuirmos instrumentos para sermos felizes. E o segredo é estar disponível para que outras lógicas nos habitem, é visitarmos e sermos visitados por outras sensibilidades. É fácil sermos tolerantes com os que são diferentes. É um pouco mais difícil sermos solidários com os outros. Difícil é sermos outros, difícil
mesmo é sermos os outros.

A armadilha da hegemonia da escrita

Uma terceira armadilha é pensar que a sabedoria tem residência exclusiva no universo da escrita. É olhar a oralidade como um sinal de menoridade. Com alguma condescendência, é usual pensar a oralidade como património tradicional que deve ser preservado. O culto de uma sabedoria livresca pode contrariar o propósito da cultura e do livro que é o da descoberta da alteridade.

Certa vez, um menino de rua em Maputo veio-me devolver um livro que ele vira nas mãos de uma estudante à saída da escola. Notando a minha fotografia na capa, esse menino acreditou que a estudante me tinha roubado o livro. Me comoveu esse menino que atravessou a cidade para me devolver algo que, no entender dele, me pertencia. Mas o que ele me entregava era mais do que um objecto. Ele me entregava a inquietação profunda, a interrogação: a quem pertence realmente um livro? Ele é nosso porque o adquirimos, sim. O livro deve ser objecto e mercadoria para chegar às nossas mãos. Mas só somos donos desse objecto quando ele deixa de ser objecto e deixa de ser mercadoria. O livro só cumpre o seu destino quando transitamos de leitores para produtores do texto, quando tomamos posse dele como seus co-autores.

A mais importante linha divisória em Moçambique não é tanto a fronteira que separa analfabetos e alfabetizados, mas a fronteira entre a lógica da escrita e a lógica da oralidade. A absoluta maioria dos 20 milhões de moçambicanos vive e funciona num tipo de racionalidade que tem pouco a ver com o universo urbano. Mas em Moçambique, como no resto do mundo, a lógica da escrita instalou-se com absoluta hegemonia. Nesses casos, pressupostos filosóficos do mundo rural correm o risco de ser excluídos e extintos. Algumas das ideias que venho defendendo nesta comunicação estão claramente presentes na epistemologia da ruralidade africana. A concepção relacional da identidade, inscrita no provérbio: “Eu sou os outros”; a ideia de que a felicidade se alcança não por domínio mas por harmonias; a ideia de um tempo circular; o sentimento de gerir o mundo em diálogo com os mortos: todos estes conceitos constam da rica cosmogonia rural africana. É evidente que não se pode romantizar esse mundo não urbanizado. Ele necessita de enfrentar o confronto com a modernidade. O desafio seria alfabetizar sem que a riqueza da oralidade fosse eliminada. O desafio seria ensinar a escrita a conversar com a oralidade.

Não são só os livros que se lêem

Falamos em ler e pensamos apenas nos livros, nos textos escritos. O senso comum diz que lemos apenas palavras. Mas a ideia de leitura aplica-se a um vasto universo. Nós lemos emoções nos rostos, lemos os sinais climáticos nas nuvens, lemos o chão, lemos o Mundo, lemos a Vida. Tudo pode ser página. Depende apenas da intenção de descoberta do nosso olhar. Queixamo-nos de que as pessoas não lêem livros. Mas o deficit de leitura é muito mais geral. Não sabemos ler o mundo, não lemos os outros.

Vale a pena ler livros ou ler a Vida quando o acto de ler nos converte num sujeito de uma narrativa, isto é, quando nos tornamos personagens. Mais do que saber ler, será que sabemos, ainda hoje, contar histórias? Ou sabemos simplesmente escutar histórias onde nos parece reinar apenas silêncio?

Lembrei aqui o episódio do menino de rua porque tudo começa aí, na infância. A infância não é um tempo, não é uma idade, uma colecção de memórias. A infância é quando ainda não é demasiado tarde. É quando estamos disponíveis para nos surpreendermos, para nos deixarmos encantar. Quase tudo se adquire nesse tempo em que aprendemos o próprio sentimento do Tempo.

A verdade é que mantemos uma relação com a criança como se ela fosse uma menoridade, uma falta, um estado precário. Mas a infância não é apenas um estágio para a maturidade. É uma janela que, fechada ou aberta, permanece viva dentro de nós.

Recordo-me de que a guerra tinha deflagrado no meu país e o meu pai me levava a passear por antigas vias-férreas à procura de minérios brilhantes que tombavam dos comboios. Em redor, havia um mundo que se desmoronava mas ali estava um homem ensinando o seu filho a catar brilhos entre as poeiras do chão. Essa foi uma primeira lição de poesia. Uma lição de leitura do chão que todos os dias pisava. Meu pai me sugeria uma espécie de intimidade entre o chão e o olhar. E ali estava uma cura para uma ferida que eu não saberei nunca localizar em mim, uma espécie de memória de alguém que viveu em mim e fechou atrás de si um cortinado de brumas.

Pois eu vivo praticando a lição de leitura do meu pai que promove o chão em página. E estou aplicando o ensinamento de Ho Chi Minh que despromove a prisão em possibilidade de página. Deste modo aprendendo algo que sei que nunca chegarei a saber.

Enquanto escrevia o meu romance O último voo do flamingo viajei pelo litoral do sul de Moçambique à procura de mitos e lendas sobre o mar. Mas tal não aconteceu. Dificilmente havia histórias ou lendas. O imaginário destes povos pertencia invariavelmente à terra firme. Apesar de habitarem o litoral, os seus sonhos moravam longe do oceano.

Aos poucos fui entendendo — aquelas zonas costeiras eram habitadas por gente que chegou recentemente à beira-mar. São agricultores-pastores que foram sendo empurrados para o litoral. A sua cultura é a da imensidão da savana interior. Em suas línguas não existem palavras próprias para designar barco. O pequeno barquinho toma o nome a partir do inglês — bôte. O navio grande é chamado de xitimela xa mati (literalmente, “o comboio da água”). O próprio oceano é chamado de “lugar grande”. Pescar diz-se “matar o peixe”. Deitar a rede é “peneirar a água”.

As armadilhas de pesca são construídas à semelhança daquelas usadas na caça. Os territórios de colecta de mariscos na praia são parcelados e sujeitos a pousio, exactamente como se faz nos terrenos agrícolas. Ao contrário do que sucede no centro e no norte de Moçambique, estes povos pescam sem serem pescadores. São lavradores que também colhem no mar. O seu assunto continua sendo a semente e
o fruto. Os seus sonhos moram em terra e os deuses viajam pela chuva.

Nós estamos todos como esses povos que desconheciam a relação com o mar. O chamado “progresso” nos empurrou para uma fronteira que é recente, e olhamos o horizonte como se fosse um abismo sem fim. Não sabemos dar nome às coisas e não sabemos sonhar neste tempo que nos cabe como nosso. Os nossos deuses dificilmente têm moradia no actual mundo.

Mas é exactamente nesse espaço de fronteira que estamos aprendendo a ser criaturas de fronteira, costureiros de diferenças e viajantes de caminhos que atravessam não outras terras mas outras gentes. A poesia de Gullar deu mote a este encontro. O poeta Gullar defende que a poesia tem por missão desafiar o impossível e dizer o indizível. O que o poeta faz é mais do que dar nome às coisas. O que ele faz é converter as coisas em aparência pura. O que o poeta faz é iluminar as coisas. Como nos versos com que encerro:

Toda coisa tem peso:
uma noite em seu centro.
O poema é uma coisa
que não tem nada dentro,
a não ser o ressoar
de uma imprecisa voz
que não quer se apagar
— essa voz somos nós.

Conheça o livro:

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Postado por Nara Ribeiro, via Revista Pazes

Eu nunca imaginei uma vida com você e agora eu não imagino sem você

Eu nunca imaginei uma vida com você e agora eu não imagino sem você

Filho, nunca pensei em ter filhos. Nem foi meu sonho o Príncipe Encantado e o romance exemplar da família feliz. Eu simplesmente priorizei minha vida, dia a dia, meu trabalho e carreira. Mas tudo acontece por alguma razão. De repente, sem esperar por você, você apareceu. E tudo mudou nesta nova vida com você.

Devo confessar, de fato, que nunca imaginei uma vida com você. Talvez a vida me fizesse passar, anestesiada, indiferente. Meu caminho foi simplesmente indo em outra direção. No entanto, o destino decidiu nos cruzar. Desde então, juro que não imagino a vida sem você.

Claro, na época, as notícias envolviam algum sofrimento. Especialmente pela angústia de sacrificar tudo, pela chegada de algo que até aqueles dias eu não desejava nem esperava. Especialmente por causa dos medos e medos que me invadiram.

Hoje eu me pergunto como meus dias teriam sido sem essa bênção que você é. Eu me lembro da minha unicidade como um palco cinza, sem toda a luz que você irradia. Pode ser muito que eu tenha deixado ir, o que mudou minha vida. No entanto, posso garantir-lhe que nada me faz mais feliz do que ver você crescer e rir.

Minha vida com você é uma aventura

Desde que você invadiu minha história, eu sabia o que as pessoas chamavam de amor. Mas eu conheci o show do mais puro e verdadeiro amor incondicional e eterno. Eu entendi que podemos nos tornar, sem duvidar ou pensar sobre isso, os devotos do sol da nossa própria religião.

Desde o dia em que você chegou a este mundo, você coloriu meus dias. Você redefiniu minha ideia de felicidade e liberdade. Você me deu infinita paciência. E basicamente você me deu força para lutar e seguir em frente, o que seja. Tudo por e para você.

Pois certamente minha vida com você se tornou uma aventura. O mais bonito com certeza. Eu entendi que tenho muito a aprender, e que não há professor melhor do que o meu próprio filho. O que eu não escolhi, mas que hoje em dia não mudo por nada no mundo.

Eu entendi que a maternidade me dá a possibilidade de dar vida, construir pontes. Sem saber, eu me tornei um artesão da vida. E no artista, que se orgulha de sua melhor e maior obra-prima: meu pequeno sol! Eu entendi que existem prioridades na vida e que podemos nos dar ao luxo de voltar à nossa infância.

Foi assim que percebi que o momento é agora. Não basta olhar para o futuro, mas viver e aproveitar o presente, vigiando o amanhã. Nós somos instantes, e eu só quero preencher minha anedota com belos momentos vividos ao seu lado.

Eu não quero uma vida sem você

Minha vida com você é meu maior tesouro, vale mais que todo o ouro do mundo. Existem várias razões pelas quais eu não quero ou não consigo pensar em uma vida sem você. Eu não saberia explicar a essência da sua existência para mim, para o meu dia a dia.

Leveza, alegria, inocência e amor são os ingredientes da receita para ser feliz. E misteriosamente, é você que, de maneira mais genuína, contém todos esses dons. Um olhar seu, aquele lindo sorriso e eu não peço nem preciso de mais nada.

Um beijo de manhã, um abraço à tarde e aquela terna “mãe eu te amo” para se apaixonar um pouco mais a cada minuto. Seus jogos e loucuras são meu hobby por excelência. Cuidar de você e protegê-lo se tornou minha maior paixão.

Filho, essa mulher que nunca imaginou uma vida difícil, hoje quer explicar a você que ela não pode conceber sem você. Você é mágica e se tornou meu motor. A força que me leva a continuar, a razão pela qual eu vivo intensamente todos os dias. Obrigada meu amor por vir pra minha vida!

Via A Soma de Todos os Afetos

Fonte indicada: Eresmamá

Imagem de capa: Pexels

Como os cães escolhem o seu humano preferido

Como os cães escolhem o seu humano preferido

Muita gente pensa que os cães escolhem seus humanos preferidos de acordo com a quantidade de comida e de tempo que cada pessoa dá ao animal. Mas a preferência dos cachorros pode ser um pouco mais complexa.

Apesar de tempo e alimentação serem bem importantes, existem vários outros fatores que podem influenciar a decisão dos cachorros sobre quem é o seu humano favorito na casa.

Um dos pontos mais importantes e que vai fazer com que o animal desenvolva laços bem fortes com o ser humano é a interação e socialização com o animal nos primeiros meses de vida ou quando ele chega em seu novo lar.

Até os seis meses de vida, os cérebros dos filhotes de cachorro são muito receptivos, então as experiências sociais que eles têm podem influenciar pelo resto de suas vidas. Por isso é tão importante nesse período que o cão tenha uma grande diversidade de interações positivas com uma grande variedade de pessoas, lugares e coisas.

Por exemplo, se durante esse período o cãozinho for criado apenas por mulheres ou tiver uma interação bem maior com humanos do sexo feminino, eles ficarão bem mais confortáveis na presença de mulheres e poderão não se dar tão bem com homens. Isso pode explicar, inclusive, o comportamento de cães que são adotados já mais velhos.

Porém, nunca é tarde para começar a socializar seu cãozinho. Quanto mais experiências eles e quanto mais pessoas eles conhecerem, será mais fácil ele se dar bem com novos humanos e fazer amigos.

Se você alimentar o cão, mas não oferecer para ele carinho e nem um tempo de qualidade para ficar com ele, o cão poderá trocá-lo facilmente por outro humano que goste de brincar e dar mais atenção para o animal. Atenção e carinho são coisas muito valorizadas pelos animais e que ajudam a estreitar os laços com seu humano.

Além disso, o cão pode associar a presença de certo humano com coisas divertidas e felizes, por isso é tão importante dar ao seu animal um tempo de qualidade. Não adianta ficar ao lado dele enquanto resolve coisas ao celular ou computador, os animais precisam de atenção. Brinque com seu cão, passeie com ele e converse. Conversar com os cachorros faz bem para eles e para os humanos.

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Fonte: I Heart Dogs, via Portal do Dog

Photo by Oleksandr Pidvalnyi from Pexels

É nos detalhes que as pessoas nos ganham e nos perdem

É nos detalhes que as pessoas nos ganham e nos perdem

Na família, no casamento, no namoro, no trabalho, na vida: não há relacionamento que não se desgaste. Convivência é algo pesado, que requer atenção e cuidados frequentes, o que poucos parecem estar dispostos a oferecer no tanto que se precisa. Cada detalhe conta, cada pedacinho vazio faz falta, cada vacilo pesa. E é assim que tudo pode desandar.

Estamos atolados de serviços, de trabalhos, de estudos, de compromissos que não se relacionam à nossa vida afetiva. E sobra pouquíssimo tempo para nos debruçarmos sobre o que realmente importa, para ficarmos perto de quem nos ama de verdade, para alimentarmos nossa alma. Corremos atrás das contas, dos boletos, da manutenção da casa, do carro, das vestimentas. Enquanto isso, esquecidos ficam os remendos sentimentais que esvaziam, a pouco e pouco, nossa carga afetiva.

Detalhes são importantes, na matéria e na sensibilidade. Nos objetos e nas pessoas. No que vemos e no que sentimos. Olhar nos olhos, elogiar, perceber o que o outro sente, notar que tem alguém que torce sinceramente por nós: detalhes que não podem passar despercebidos. Muita gente nota um risco no carro, uma fenda minúscula no teto da sala, porém, não consegue perceber traços de tristeza, de carência, de desânimo na pessoa que está todo dia ali do lado.

É preciso deixar o que não faz parte dos sentimentos longe dos momentos passados com as pessoas de nossas vidas. Quando estamos em meio a carinho sincero, precisamos focar no outro, escutar o que não é dito, ver o que não é explícito, olhar para fora do nosso mundinho. As pessoas cansam de ser desprezadas, pois ninguém suporta a invisibilidade, o tanto fez como tanto faz. É necessário deixar claro o quanto amamos alguém, principalmente com atitudes.

Se assim não for, conseguiremos sucesso no trabalho, teremos uma conta corrente vasta, estaremos bem vestidos e bem alimentados, porém, seremos alguém ainda faltando pedaços: os pedaços afetivos, do amor e da sinceridade que alimentam os nossos corações. Estaremos incompletos, porque perdemos os detalhes. Ah, os detalhes…

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Imagem de analogicus por Pixabay

A maldição de tentar cumprir as expectativas que os pais impõem

A maldição de tentar cumprir as expectativas que os pais impõem

Muitas pessoas sofrem todas as suas vidas com esse sentimento opressivo de culpa; eles sofrem a sensação de não terem cumprido as expectativas que seus pais lhes impunham. Esse sentimento é mais forte do que qualquer visão intelectual que eles possam ter, o que não é tarefa ou dever de uma criança satisfazer as necessidades de seus pais. Nenhum argumento pode superar esses sentimentos de culpa, pois eles têm seus inícios nos primeiros períodos da vida e, portanto, derivam sua intensidade e teimosia.

Por que as crianças precisam atender às expectativas dos pais?

A maioria das crianças, se não todas, está sujeita às expectativas e padrões de seus pais e outras figuras de autoridade. Isto é principalmente devido à natureza de ser desamparado e dependente, portanto, eles dependem de um cuidador, independentemente de como eles o tratam.

Desde que uma criança precisa de seus cuidadores para sobreviver, eles não têm escolha senão atender a qualquer uma dessas expectativas e padrões. Além disso, desde que uma criança é nova no mundo, eles não têm nenhum ponto de referência para o que parece saudável e insalubre. Portanto, eles tendem a pensar que tudo o que estão passando é normal. Como eles saberiam o contrário? Isso é chamado de normalização, ou seja, racionalizar o tratamento anormal, prejudicial, tóxico e abusivo como normal.

Isso é agravado porque muitas vezes é proibido sentir e expressar suas verdadeiras emoções, pensamentos, necessidades, preferências e reclamações, tudo isso é uma expectativa doentia por si só.

E assim, uma criança aceita qualquer papel que seus cuidadores atribuem a eles. Alguns desses papéis são exercidos pelos membros da família, a escola, a igreja, a comunidade, os colegas e a sociedade em geral. Mas principalmente por causa de seus pais, porque os pais têm o maior poder e influência sobre o desenvolvimento de uma criança.

Como vivemos em um mundo traumatizado e traumatizado, muitas crianças crescem negativamente afetadas pelos padrões, funções e expectativas que são impelidas a cumpri-las ativa ou passivamente.

Papéis e expectativas para as crianças: alguns exemplos

Existem tantos padrões, expectativas e papéis dentro dos quais as crianças são forçadas que não acabaríamos nomeando-as. Aqui, no entanto, vamos ver alguns exemplos comuns.

“Eu queria um menino / menina”

Muitos pais têm uma preferência específica pelo gênero de seus filhos. Muitos deles até dizem isso à criança explicitamente. “Eu sempre quis um filho” (ele diz para uma garota) ou “Eu queria que você fosse uma menina” ou “Por que você não nasceu como uma criança …?”

Isso faz com que a criança se sinta indesejada, defeituosa, inerentemente ruim, desagradável ou decepcionante. Além disso, isso também é algo que a criança não tem influência. O melhor que podem fazer é tentar parecer mais com o que o cuidador quer que eles sejam: mais “feminino”, mais “masculino”, mais prático, “mais agradável”, mais bonito, mais agressivo, etc. Se refletirem melhor a imagem de gênero preferida na mente do cuidador, poderão esperar pelo menos serem aceitos e amados marginalmente.

“Eu sempre quis que meu filho fosse como eu”

Aqui o cuidador tenta moldar seu filho nele. Eles querem que a criança tenha os mesmos interesses, os mesmos hobbies, as mesmas maneiras, as mesmas crenças, até as mesmas aparências. Basicamente, eles querem que seu filho seja uma versão menor ou uma extensão de si mesmo.

“Eu quero que meu filho se torne X”

Esta é uma extensão do ponto anterior, mas relacionada a um papel específico mais amplo, como uma carreira. Uma criança é frequentemente empurrada para seguir o caminho de seus pais. Por exemplo, um pai que é médico espera que seu filho também se torne médico, e ele se sente desapontado ou até mesmo zangado se a criança não quiser segui-lo.

Esta é uma das razões pelas quais tantas crianças continuam a “tradição familiar” de seguir determinada profissão. Embora, por vezes, a criança esteja naturalmente interessada no campo ou na disciplina, porque é exposta a ela desde cedo, muitas vezes a criança é forçada ou manipulada, o que torna o processo antinatural.

Vários papéis psicológicos

Aqui, a criança recebe um certo papel psicológico: um cuidador de seus pais ou outros membros da família, um bode expiatório, uma criança de ouro, um cônjuge substituto, um fracasso constante, um salvador e muitos outros. Estes são bastante auto-explicativos e muitos de nós tiveram que viver uma versão deles para um grau ou outro.

Uma vez que um papel é estabelecido, a criança geralmente o internaliza e se torna parte de sua personalidade e, como resultado, é levada para a idade adulta.

Efeitos negativos de não atender às expectativas do cuidador

Novamente, uma vez que a sobrevivência de uma criança depende de seu cuidador, a criança não tem escolha a não ser assumir qualquer papel ou norma deve se reunir para ser aceito e amado, pelo menos condicionalmente. As tentativas de resistir são geralmente reconhecidos como desobediência, como “ser mau” e que a criança é punido: ativo (batendo, gritando) ou passiva (tratamento silencioso, rejeição ou recriminação por não atender as expectativas do cuidador).

A criança muitas vezes cresce pensando que é realmente um fracasso, uma decepção, uma pessoa má. Tal pessoa muitas vezes luta com culpa tóxica e vergonha. Eles também estão confusos sobre quem eles realmente são, uma vez que eles foram condicionados a não serem eles mesmos e a serem o que se espera que sejam. Em outras palavras, eles são condicionados a se cancelar.

Os primeiros papéis e expectativas estabelecidos por nossos cuidadores são muito difíceis de esquecer e podem levar meses ou anos de terapia e trabalho autônomo para identificá-los e evitá-los.

Quais papéis e padrões você esperava encontrar ao crescer? Você ainda está tentando fazer isso como um adulto?

Texto traduzido por Psicologias do Brasil, do site La vida lucida
Imagem de StockSnap via Pixabay

Israel cria primeiro coração feito por impressora 3D a partir de células de paciente

Israel cria primeiro coração feito por impressora 3D a partir de células de paciente

A partir das células de um paciente, pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, em Israel, criaram um coração feito por impressora 3D. O modelo demorou três horas para ficar pronto e tem apenas 2,5 centímetros – tamanho de um coração de coelho. No entanto, é o primeiro a ser impresso com todos os vasos sanguíneos, ventrículos e câmaras, usando uma tinta feita a partir dos próprios materiais biológicos do paciente. Os especialistas acreditam que é um avanço para futuramente corrigir problemas cardíacos e até servir como transplante.

Os pesquisadores começaram separando os componentes celulares dos não celulares de um tecido de gordura. As células foram “reprogramadas” para se tornarem células tronco e depois se tornarem células do coração. Já a parte não celular foi transformada em um gel que serviu como tinta durante a impressão.

De acordo com o professor e coordenador do projeto, Tal Dvir, o procedimento com as células do paciente reduz as chances de o corpo rejeitar o órgão, já que “é completamente biocompatível e combina com o paciente”, disse a Bloomberg.

As células ainda precisam de mais um mês amadurecendo para começar a bater e contrair.

Ainda segundo Dvir, os minicorações podem ser testados em animais, mas não têm previsão para quando serão feitos em humanos.

Um coração do tamanho do ser humano demoraria um dia para ser impresso e precisaria de um bilhão de células – proporção bem maior que as milhares usadas nessa miniatura.

Fonte indicada:  Época Negócios

Aos 89 anos, carpinteiro já fez e doou mais de 10 mil muletas em 48 anos

Aos 89 anos, carpinteiro já fez e doou mais de 10 mil muletas em 48 anos

Se algum dia alguém te perguntar o significado do termo “dedicação ao próximo”, use o exemplo deste carpinteiro de São Carlos (SP), que aos 89 anos já fez e doou mais de 10 mil muletas e 4 mil bengalas.

“Faço porque é uma coisa muito necessária, é do fundo do meu coração”, disse Nicola Gonçalves ao G1.

A ideia de fazer muletas e bengalas surgiu em 1972. “…minha tia quebrou a perna e ela pediu para eu fazer uma muleta. Passou algum tempo, um morador veio pedir para eu fazer outra, depois veio outro e pediu a mesma coisa e assim foi. (….)Antes eu fazia brinquedos e levava para crianças, sempre tive essa mania de ajudar. Nunca fiz nada com intenção de ganhar dinheiro, o importante é ajudar”, disse o carpinteiro.

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Aposentado de São Carlos demora cerca de 2 a 3 horas para fazer uma muleta — Foto: Claudinei Junior/G1

Com o passar dos anos, Nicola passou a produzir mais muletas e hoje são feitas duas por dia. A internet ajudou a intensificar os pedidos e o aposentado diz que nunca deixou de fazer para quem precisa.

Hoje, com dificuldade para manter-se em pé, ele tem a ajuda do filho e do neto que preparam a madeira que será usada para fazer as muletas e bengalas. “A pessoa vem aqui, tira as medidas e no outro dia eu entrego. Meu filho sempre deixa a madeira pronta para fazer, quando eu pego para montar demora cerca de duas a três horas”, relatou Nicola.

As muletas e as bengalas custam em média R$ 20 e R$ 6, respectivamente. Os gastos mensais do aposentado com a produção são de R$ 1,2 mil. Gonçalves disse que nunca pediu dinheiro para as pessoas pelas peças, mas que alguns ajudam como podem.

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Nicola Gonçalves já produziu mais de 14 mil peças de muletas e bengalas — Foto: Claudinei Junior/G1

“Eu uso a madeira, parafuso, prego e a borracha. Algumas pessoas me dão R$ 20 para ajudar nos custos do material, mas nunca pedi ou cobrei. Eu doo para quem precisa, faço para aquela pessoa que vai utilizar para sempre, quem teve a perna amputada ou tem algum outro problema”, relatou o aposentado.

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Carpinteiro de São Carlos mostra a máquina que conserva há 60 anos — Foto: Claudinei Junior/G1

Após tantos anos, o carpinteiro irá parar de produzir nos próximos meses. Por conta da saúde, ele disse que não consegue mais fazer como antes e que já concluiu o seu objetivo. “Eu vou parar daqui um tempo. Não consigo mais ficar em pé, tem dias que minhas pernas não aguentam e tenho que ficar sentado o dia todo. Meu filho e o neto me ajudam nas horas vagas, mas agora chegou a hora de parar”, disse Gonçalves.

E esse é um dos melhores exemplo de dedicação ao próximo que você pode encontrar. Que a história do carpinteiro de São Carlos possa te inspirar.

***

Com informações de G1

Imagem de capa: Carpinteiro faz e doa muletas há 48 anos em São Carlos — Foto: Claudinei Junior/G1

Ataques de ansiedade: o que os outros não entendem

Ataques de ansiedade: o que os outros não entendem

Embora os ataques de ansiedade sejam difíceis e exaustivos de controlar, acabarão por passar, mesmo que pareçam durar para sempre.

Experimentar ansiedade ocasional é uma parte normal da vida. No entanto, as pessoas com transtornos de ansiedade frequentemente têm preocupação e medo intensos, excessivos e persistentes sobre as situações cotidianas. Muitas vezes, os transtornos de ansiedade envolvem episódios repetidos de sentimentos repentinos de intensa ansiedade e medo ou terror que atingem um pico em questão de minutos (ataques de pânico).

Esses ataques podem atingir você a qualquer momento. O fato de não ser bem compreendido pela maioria das pessoas piora a situação para aqueles que sofrem com isso.

Esses distúrbios podem ocorrer repentinamente e também podem ocorrer em um estado recorrente.

É uma sensação das piores possíveis, como se um abismo estivesse se abrindo e engolindo a pessoa, num mergulho às cegas nesse buraco sem fundo. Por fora o ar pesa, a atmosfera faz uma pressão que parece que vai te esmagar. Por dentro, tudo se expande como se estivesse a ponto de explodir.

O comum é que as pessoas que te rodeiam rejam da pior maneira possível e substimem o seu momento de aflição. Quem nunca sofreu um ataque parecido não consegue mesmo dimensionar a coisa e até acha que a vítima do ataque esteja exagerando. Mas não está. Todo mundo, em alguma ocasião, passou por um momento normal de ansiedade aguardando o resultado de algum evento que poderia ser ruim. Agora multiplique essa sensação por mil, por dez mil, e terá a noção aproximada do que é um ataque de ansiedade.

Sintomas do ataque

• Batimento cardíaco acelerado

• Pressão no peito

• Dificuldade em respirar

• Tensão muscular

• Suores frios

• Insônias

• Tremores

• Dores físicas

Causas

As causas dos transtornos de ansiedade não são totalmente compreendidas. Experiências de vida, como eventos traumáticos, parecem desencadear transtornos de ansiedade em pessoas que já são propensas à ansiedade. Traços herdados também podem ser um fator.

Hoje queremos contar algumas estratégias simples que ajudarão você a lidar com esse problema.

Ataques de ansiedade: quando seu coração parece que vai explodir

Primeiro, temos que esclarecer algo: a ansiedade serve a um propósito em humanos.

• Ansiedade nos adverte para escapar ou lidar com a situação em caso de perigo.

• A ansiedade bem administrada pode ser uma maneira eficaz de nos motivar em nossas vidas diárias.

• O problema começa quando o nível de ansiedade aumenta para níveis incontroláveis.

• O cérebro percebe a ansiedade crescente como muito realista e uma ameaça súbita a ser evitada e responde da seguinte forma: acelerando a freqüência cardíaca, pressão alta, aumento dos níveis de adrenalina no sangue

Enquanto nosso cérebro e corpo nos dizem para escapar, nossa mente está lidando com um pensamento negativo e destrutivo, o que torna a situação ainda pior.

Ataques de ansiedade estão associados à depressão

Se os ataques de ansiedade são comuns, a pessoa que sofre com isso é, provavelmente, profundamente deprimida.

• Ansiedade e depressão geralmente derivam da mesma coisa: desespero. Isso pode acontecer conosco em situações extremamente estressantes, quando perdemos o controle das coisas.

• Uma coisa deve ficar clara: ansiedade e depressão são duas coisas muito desconfortáveis. Mas como dissemos antes, uma pode ser o sintoma da outra. Para ter certeza, você deve consultar seu médico.

Lidando com ataques de ansiedade

Para lidar com os ataques de ansiedade, a primeira coisa que precisamos fazer é lidar com os sintomas emocionais, tentar encarar a ameaça, o medo ou a situação estressante com uma perspectiva lógica.

Tente evitar tudo o que o deixa aborrecido. Procure se acomodar em algum lugar que lhe seja mais propício para lidar com a situação de um ataque repentino.

Ajudando alguém que está exposto a um ataque de ansiedade

Entenda a situação. Essas pessoas não estão ficando loucas: elas precisam da sua ajuda e, acima de tudo, da sua calma e compreensão.

• Pergunte a elas o que elas sentem e leve-as para um lugar onde possam respirar.

• Afrouxe os cintos e as roupas aderentes.

• Repita “Você não está tendo um ataque cardíaco, estou aqui para ajudá-lo e tudo vai ficar bem”. Mas seja muito calmo e gentil quando você diz.

• Diga-lhes para colocar uma mão no estômago e a outra no coração. Eles precisam controlar sua respiração.

O tratamento mais usado para a Ansiedade, ainda é o farmacológico, com recurso a medicamentos que atuam apenas nos seus sintomas. A toma de calmantes, para além de causar dependência e potenciar o aparecimento de vários efeitos secundários, para muitas pessoas não é a solução.

Na grande maioria dos casos, trabalhar nas causas da Ansiedade é a solução mais adequada. A Psicoterapia é a ciência que trabalha as causas das perturbações mentais e o Modelo Psicoterapêutico HBM está indicado paras as perturbações de Ansiedade mais graves.

Via Pensar Contemporâneo

Capim vira matéria-prima para fabricação de canudos biodegradáveis em empresa vietnamita

Capim vira matéria-prima para fabricação de canudos biodegradáveis em empresa vietnamita

Se você está lendo este texto, é porque provavelmente já está à par de todos os danos causados ao meio ambiente pelo uso de canudos de plástico. Segundo o Fórum Econômico Mundial, há 150 milhões de toneladas métricas de plásticos nos oceanos, o que prejudica imensamente a vida marinha.

A indústria do plástico ainda é gigante, com faturamento anual estimado em mais de R$ 65 bilhões somente no Brasil. Em 2016, 6,13 milhões de toneladas do material sintético foram produzidas em terras tupiniquins. Mas, conforme há uma maior conscientização à respeito dos efeitos danosos do plástico sobre o meio ambiente, legislações mais rigorosas e duras vêm sendo sancionadas nas grandes cidades, no mesmo passo em que novas ideias vem surgindo para tentar conter esses danos. E um bom exemplo disso é a empresa vietnamita Ống Hút Cỏ, que tem prosperado com a produção de canudinhos compostáveis, feitos a partir de um tipo de grama selvagem local, similar ao junco, que naturalmente vem no formato de tubo.

Quem lidera este empreendimento é o jovem empresário Tran Minh Tien, que busca aproveitar um material abundante na região, o capim, que cresce naturalmente ao longo do Delta do Rio Mecom. De quebra, o produto ainda gera renda para milhares de mulheres artesãs que residem na província de Long An.

O primeiro passo da produção do canudinho ecológico se dá com a colheita às margens do rio. Depois disso, eles são lavados e cortados em tubos do tamanho de um canudo convencional. E o próximo passo é a utilização de uma barra de ferro para limpar a parte interna dos canudinhos e finalmente lavá-los uma última vez.

O produto final é comercializado em restaurantes e lanchonetes, em duas opções: seco ou verde. Na versão verde, ou ‘fresca’, o lote é vendido em pacotes com 100 canudos – todos eles colhidos e embrulhados em folhas de bananeira. Este tipo de canudo dura até duas semanas na geladeira, mas pode ter sua vida útil estendida se fervido em casa com um pouco de sal.

Já os canudinhos secos são deixados ao Sol para secar por 2 ou 3 dias no pós-lavagem. Depois disso, eles são assados no forno. Com isso, sua vida útil pode chegar a até seis meses, quando deixado em temperatura ambiente.

Os canudos de capim são comestíveis, compostáveis, livres de produtos químicos e conservantes, e mais: Eles são naturalmente biodegradáveis. Não é o máximo?

Infelizmente, no momento os canudinhos são vendidos apenas no Vietnã, mas a empresa de Tran Minh já estuda a possibilidade de expandir seus negócios para outros países muito em breve.

Dedos cruzados para que os canudinhos de capim sejam vendidos no Brasil!

***

Com informações de Razões para acreditar. Via The greenest post

Primeira cidade vegetariana do mundo já existe e você precisa conhecê-la

Primeira cidade vegetariana do mundo já existe e você precisa conhecê-la

Palitana, na Índia, é conhecida por suas belíssimas paisagens, por uma arquitetura bastante particular e pelos seus mais de 800 templos, que todos os anos atraem uma infinidade de peregrinos. Mas, recentemente, a cidade localizada a 50 km a sudoeste da cidade de Bhavnagar ganhou holofotes por outro motivo. Ela se tornou a primeira cidade vegetariana do mundo.

Em decisão do governo do Estado de Gujarat, ficou proibida na cidade a venda de qualquer tipo de carne animal ou ovo para consumo. E mais: criar bichos para abate dentro do município também virou crime – mesmo se os produtores tiverem a intenção de exportar a carne para outros lugares.

A medida foi tomada depois que cerca de 200 monges jainistas fizeram greve de fome para protestar contra o assassinato de animais na cidade.

Segundo eles, Deus deu o direito de viver a todos os seres vivos e não cabe ao homem matar bichos para satisfazer uma vontade sua.

E a notícia agradou os cerca de 5 milhões de indianos que são adeptos dojainismo (a religião é uma das mais antigas do mundo e prega um caminho de não-violência para todos os seres vivos). Quem não segue a crença, no entanto, não gostou nem um pouco da medida.

Mas nem todos ficaram felizes com a decisão, afinal, Palitana tem cerca de 65 mil habitantes e, pelo menos, 25% deles são muçulmanos – e discordam da decisão do governo. Segundo eles, a maioria das pessoas que vivem na cidade não são vegetarianas e o Estado não tem o direito de controlar a dieta das pessoas. O grupo já entrou com pedido no Supremo Tribunal Federal, juntamente com todos os pescadores da região (que, claro, também não curtiram a ideia). Eles querem a anulação da medida instituída pelo Estado.

A decisão é controversa, mas vale o questionamento: Comer carne animal deve mesmo ser uma escolha individual, ou o Estado pode interferir e estabelecer um novo padrão?

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Foto: JAINA/Creative Commons

Com informações de The greenest post

Patinho é chocado por mamãe coruja, e as fotos da dupla extrapolam todos os níveis de fofura

Patinho é chocado por mamãe coruja, e as fotos da dupla extrapolam todos os níveis de fofura

Um patinho foi chocado durante um mês por uma coruja . Unidos por essa história no mínimo curiosa, o patinho e sua generosa mamãe adotiva foram clicados juntos em momentos da mais pura intimidade, e as fotos, que extrapolam todos os níveis de fofura, tem tudo para fazer o seu dia mais feliz.

Os registros foram feitos pela artista e fotógrafa Laurie Wolf, que mora com a família em Jupiter, na Flórida (EUA). “Ver a coruja com o patinho foi, honestamente, a coisa mais incrível que já vi na vida! Ainda é difícil acreditar”, conta Laurie.

A história por trás das fotos que vêm encantando a internet teve início quando a fotógrafa se deparou com uma cena incomum em seu quintal, enquanto inspecionava suas várias casas de pássaros: uma coruja ao lado de um patinho.

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Laurie possui várias caixas de nidificação de diferentes espécies de aves em seu quintal. Um dia, para sua surpresa, a americana notou que uma mamãe pato-carolino moveu um de seus ovos de sua caixa de nidificação para outra. “Pensamos que ela o mudou de lugar porque o seu ninho havia sido invadido – havia cascas de ovo no fundo da caixa”, contou ao portal The Bored Panda.

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No entanto, no dia seguinte, Laurie viu uma coruja se mudar para a caixa onde estava o ovo da pata. Um mês depois, o filhotinho apareceu ao lado de sua “mamãe adotiva”. Não é incrível? “Tenho certeza que a coruja chocou o ovo porque ela estava na caixa com ele por um mês inteiro”, comentou a fotógrafa.

E a pergunta que Laurie se fez logo em seguida é a mesma que você também deve estar se fazendo; “Será que a coruja, por ser um animal predatório, não poderia comer o patinho?”. Então ela procurou um especialista em pássaros, que confirmou a sua preocupação. Um santuário de vida selvagem até concordou em cuidar do patinho se Laurie o capturasse. Mas isso não foi necessário, pois, ao tentar resgatá-lo, o animal pulou para fora do ninho e correu para um lago próximo, em uma propriedade vizinha.

No Facebook, Laurie acrescentou que o filhote começou a fazer barulho, provavelmente clamando por seus pais. Eles devem ter ouvido porque, de repente, saíram de sua caixa no quintal de Laurie e foram direto para uma cerca nos fundos, em direção ao lago próximo.

Laurie e sua família não viram o patinho desde então. “O lago fica na propriedade do nosso vizinho e é muito escondido”, revelou.

Por mais bizarro que possa parecer, um pato pode sim ser chocado por uma coruja. De acordo com a National Geographic, patos-carolinos já foram registrados vivendo com corujinhas-do-mato no passado.

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“Não é comumente documentado, mas certamente acontece”, explicou Christian Artuso, diretor da Bird Studies Canadá, que fez uma observação semelhante em 2005, enquanto estudava corujas-do-leste para seu doutorado.

Sabe-se que os patos-carolinos praticam parasitismo de crias. Isso significa que às vezes colocam um ovo ou dois no ninho de outra criatura, seja outro pato-carolino ou alguma outra espécie relacionada.

A ideia, segundo Artuso, é assegurar a perpetuação da espécie: “Se você espalha seus ovos, suas chances de transmitir seus genes aumentam um pouco, especialmente se você perder seus próprios ovos para um predador”.

De acordo com o cientista, embora a prática seja conhecida, sua frequência não o é. “Então, fiquei feliz em ver outro exemplo”, concluiu.

E ficamos com mais essa lição de amor oferecida pela natureza e com estas fotos que, se não te fizeram suspirar é porque você não viu direito.

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Com informações de BoredPanda  / Hypescience

Imagens: Laurie Wolf

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