Esse sofrimento não vai durar para sempre

Esse sofrimento não vai durar para sempre

Há momentos na vida, em que a dor é tão pungente e profunda, que temos a impressão que aquilo nunca mais vai acabar. As lágrimas ganham vida própria, o corpo dói, a alma quer ficar bem quietinha no seu próprio canto. Todos nós estamos sujeitos à dor, não importa o quão forte sejamos.

A diferença é que alguns estabelecem relações afetivas com a dor. Outros, talvez menos sensíveis e quem sabe, mais espertos, mandam a desavergonhada ir arranjar o que fazer em outra parte. Recebem-na, conversam com ela e, terminadas as formalidades mandam-na passear. E ela vai, pode acreditar!

A dor não tem medo nenhum de ser descartada. A gente é que, estranhamente, parece ter algum receio de libertá-la. Por alguma misteriosa razão, há quem se afeiçoe à dor. Há quem acredite que falar sobre ela, recordá-la, reciclá-la, é algo natural e até necessário. Como se os momentos de “não doer” só fizessem sentido e tivessem valor, quando comparados e apoiados em alguma experiência que fez sofrer.

A dor física tem uma enorme importância para a nossa sobrevivência e reconhecimento das nossas limitações orgânicas. Se o corpo dói, é porque alguma coisa não vai bem. Há algo errado. Forçamos demais alguma musculatura. Um bichinho traiçoeiro nos invadiu o organismo e nos fez adoecer. Ferimo-nos. Essa dor é palpável. A maioria de nós, age instintivamente em busca de eliminá-la. Quem tem oportunidade e, ou, juízo procura um médico. Os mais afoitos, tomam um analgésico. Outros, mais resistentes, passam dias suportando a intrusa, até tomar uma providência. Mas no fim, todos, de uma forma ou de outra, reagem a fim de buscar alívio.

Já a dor emocional… essa é desprovida de obviedade, é sorrateira, é sedutora. Parece cheia de artimanhas a nos envolver em seus emaranhados braços. É possível que nos sintamos acolhidos ali, há um conforto, uma familiaridade, uma humanidade na dor.

É verdade que algumas vezes, não há jeito de não doer. Há perdas que são irreparáveis. Há abandonos inexplicáveis. Há maldades imperdoáveis. Há situações inimagináveis. Sim, é verdade que às vezes não há jeito de não doer.

No entanto, assim como as alegrias, essas criaturinhas travessas e voláteis, a dor, tão mais sábia e soturna, também ela passa, ou pode passar. Tudo depende do quanto formos generosos acerca do nosso direito de dizer adeus, ainda que não seja um adeus definitivo. Tudo depende da nossa disposição em deixá-la ir. Porque é verdade o que se diz por aí: não há dor que dure para sempre!

Sendo assim, paremos de tratar esse monstrinho disfarçado de bichinho encantador como se ele pudesse ser domesticado. Não pode. A dor é selvagem, livre, indócil. Mas, não é definitiva. Nada é definitivo. Então, aprendamos a saborear as felicidades rasas e fundas, os prazeres efêmeros e duradouros, os sustos benfazejos das surpresas tolas e corriqueiras. Porque é dessas experiências benignas que tiraremos força para lidar com a próxima experiência que doer.

Ter um amigo gay é…

Ter um amigo gay é…

Jamais saberia viver sem meus amigos gays.

Divertidos, elegantes, refinados, sinceros, alegres.

São os únicos amigos que têm coragem de dizer, sem dó nem piedade, “amiga, essa roupa está uó” ou “sai dessa, esse bofe não presta”.

Eles não se sentem ameaçados com a beleza de uma mulher. Pelo contrário, quanto mais linda ela estiver, mais eles adoram – são amantes incondicionais da beleza.

E o melhor de tudo: não são blasés. Recebem qualquer pessoa com um sorrisão, gostam de fazer novas amizades, tratam a todos, sem distinção, com carinho e educação.

Estão sempre bem vestidos e antenados com as últimas tendências do mundo da moda, da gastronomia, da decoração e do designer.

E se quiser saber a última fofoca das celebridades, eles contam tudo!

Além disso, conhecem lugares super descolados para badalar.

Cultos, sabem apreciar um bom vinho, um bom papo, uma boa leitura.

São ótimos ombros amigos para chorar e ótimos pés de valsa para dançar.

Não existe um companheiro de viagem melhor do que um amigo gay: curioso, ele está sempre disposto a conhecer mais e mais (e faz roteiros incríveis).

Se existe uma coisa que os gays conhecem é o famoso “timing”. Sabem a hora de brincar e de falar sério. Sabem a hora de falar besteira e de se jogar numa futilidade, mas também sabem conversar sobre política, economia, artes plásticas, cinema.

É praticamente impossível ficar triste na companhia de um amigo gay.

Animados, estão sempre dispostos a sair e mergulhar em novas possibilidades e possuem um humor ácido, uma fina ironia e um sarcasmo de primeira.

Suas gírias são deliciosas! São extremamente criativos.

Bem informados, geralmente nos colocam a par das estreias, lançamentos e inaugurações que valem o quanto pesam, mas nem por isso deixam de reconhecer o valor da cultura inútil e trash – como o último vídeo que viralizou.

Falam de sexo com naturalidade e vivem sua sexualidade sem drama. Não são pudicos.

Ousados, não se surpreendem nem repreendem quem chama atenção por onde passa. Se você quiser tomar um porre e dançar sobre a mesa de um bar eles entram na festa, dançam junto e ainda tiram fotos maravilhosas.

São verdadeiros gentlemen e quando gostam de verdade de uma pessoa tratam-na como se fosse da família: são capazes de tirar o pão da própria boca para dar a quem precisa.

Desde a adolescência vivo cercada deles e aprendo muitas coisas com esses meus amigos maravilhosos.

Confesso que sinto certa pena dos que alimentam preconceitos, dos que não tiveram a sorte e a alegria de ter um grande amigo gay.

Eu, felizmente, tenho vários! Porque ter um amigo gay é… Muito amor, diversão, babado e confusão (do bem).

*Este texto foi escrito para todos os meus amigos gays, que amo de paixão.

Você está fazendo o teu possível ou o teu melhor? – por Mario Sergio Cortella

Você está fazendo o teu possível ou o teu melhor? – por Mario Sergio Cortella
SP - 22/07/2016 - ISTOE - OS GURUS DA INTELECTUALIDADE BRASILEIRA. MARIO SERGIO CORTELLA - FOTO: FELIPE GABRIEL

Por Mario Sergio Cortella

(Foto: Felipe Gabriel)

Não é o melhor do mundo. É o teu melhor na condição que você tem enquanto não tem condições melhores para fazer melhor ainda. Pergunto de novo, mas não responda ainda, você está fazendo o teu possível ou o teu melhor? Porque se você ou eu podendo fazer o meu melhor, me contento com o possível, eu caio num lugar perigoso chamado ‘mediocridade’. Uma pessoa medíocre é aquela que é morna. Que está na média. Que não é quente e nem fria.

Lembra quando você chegava da escola com o boletim escrito: 6,0 em português, 5,5 em matemática, 4,0 em história… e você dizia: ‘deu pra passar’. Medíocre – ’Deixa, eu toco a minha vida’ – Isso é mediocridade. Porque uma pessoa medíocre é aquela que podendo fazer o seu melhor se contenta em fazer só possível.

Mediocridade é falta de capricho. Capricho é você fazer o teu melhor na condição que você tem. Exemplo: minha mãe e eu moramos na mesma rua em São Paulo e às vezes eu passo na casa dela por volta de cinco da tarde e ela me olha e pergunta: ‘você ainda não almoçou, né?’ – e completa – espera aí que eu vou fazer um negocinho pra você. Ela poderia fazer qualquer coisa, mas faz um talharim, com azeite. Depois corta um tomate cereja e coloca por cima. Isso é capricho.

Eu no Paraná, quantas vezes, caipira, ia até a roça visitar alguém que morava numa casa de pau-a-pique e via o chão de terra todo varrido – capricho: fazer o melhor na condição que tem enquanto não tem condição de fazer melhor ainda para não ser medíocre. Na roça eu pedia para tomar um gole d’água e a mulher pegava uma carequinha de alumínio toda amassada, mas muito bem areada – passava areia em volta. ‘Ah, mas já é pobre mesmo’ – Êpa – É pobre, mas é limpinho. Tem gente que é pobre e limpinho não é. Isso é medíocre.

Tem gente que é medíocre e sua obra é medíocre: ‘ah, mas do jeito que me pagam; mas eu não tenho condição…’. Há pessoas que em nome da condição, degradam a ação. Ao invés de ter um trabalho que é concomitante, luta para melhorar as condições e vai fazendo o seu melhor com aquelas que tem.

Estou te deixando, mas eu não sou o vilão da história

Estou te deixando, mas eu não sou o vilão da história

Sempre que ocorre um rompimento amoroso, tendemos a tomar as dores da pessoa que foi deixada pela outra, de quem foi o sujeito passivo da história. Aparentemente, na maioria das vezes, esta sofre mais, pois ainda acreditava na possibilidade de salvação do relacionamento, enquanto o outro desistiu, deixando-a só, como que sem tentar investir em tudo o que já construíram até então.

Textos, filmes, novelas, vários são os enredos que tratam da viagem dolorosa que implica a perda de um grande amor. Somos inevitavelmente levados a nos compadecer das dores de quem fica, enquanto costumamos retratar quem desistiu como alguém impiedoso, desprovido de compaixão. No entanto, trata-se de uma visão unilateral e muitas vezes injusta de um episódio em que duas pessoas estão envolvidas, sendo que, muito provavelmente, ambas sofrem.

Nem sempre quem desiste do outro deve ser visto como o vilão da história, como alguém que desiste facilmente das coisas, alguém sem sentimentos, sem gratidão pela entrega alheia, afinal, é preciso coragem para perceber que não vale mais a pena investir em um relacionamento que já morreu de vez e partir em busca de um novo rumo.

Desde que a separação não seja pautada por atitudes aviltantes, indignas e desrespeitosas para com o companheiro, às vezes ela é a única saída de uma situação que já não se sustenta e que está trazendo tão somente infelicidade aos envolvidos.

É difícil acreditar em rompimentos repentinos, sem precedentes que indicassem a falência do relacionamento há tempos. A separação é o ponto culminante de um processo que já vinha sofrendo desgastes e desatenções, mesmo que o casal se negasse a enxergar isso, acomodando-se ao não respirar mais juntos.

Tomar a iniciativa de querer quebrar um círculo vicioso e sufocante, nesses casos, é penoso, mas deve ser algo a ser valorizado, pois, na maioria das vezes, está se salvando as vidas que estão em jogo.

A separação é complicada exatamente porque não envolve somente o casal, mas as famílias e amizades mais próximas também. Criamos vínculos com os familiares e amigos do parceiro e o rompimento acabará fatalmente influindo na dinâmica de todas essas relações. Na maioria das vezes, teremos de nos afastar de ambientes e de pessoas de que gostamos bastante, uma vez que muitos tomarão certamente o partido do ex, obrigando-nos a nos distanciar de lugares e de convivências que nos faziam tão bem.

O que não podemos é julgar as pessoas, analisando-as confortavelmente acomodados aqui de fora do redemoinho, sem que tenhamos real conhecimento de tudo o que se passava na intimidade cotidiana do casal. Sabemos muito pouco sobre tudo o que foi feito, dito, acumulado naquelas vidas, ou apenas conhecemos a versão de um dos lados, o que nada mais é do que uma visão parcial e subjetiva. Tudo o que concluirmos, pois, nesses casos, também acabará sendo parcial e limitado.

Quem toma a iniciativa de romper mal sabe o bem que sua atitude acarretará, oportunizando ao outro a possibilidade de se livrar de um peso que o aprisionava a uma situação vazia de sentido, sem que o percebesse, oferecendo-lhe a chance de partir em busca de ser feliz junto de alguém que o amará de verdade, como todos de fato merecemos, por mais que doa e demore.

O tempo então se encarregará de mostrar a quem tanto sofreu a dor de ser preterido que nem sempre o lobo é mau, mas sim faz o papel de fada-madrinha, oferecendo-nos uma nova chance de recomeçar, mais seguros, fortalecidos e prontos para receber amor verdadeiro em nossas vidas.

45 sinais de que você se relaciona com uma pessoa abusiva

45 sinais de que você se relaciona com uma pessoa abusiva

Muitas pessoas buscam terapia por se sentirem deprimidas, ansiosas, esgotadas física e emocionalmente. Chegam aos consultórios com as mais diversas queixas, tais como: “acho que estou trabalhando demais”, “acho que estou envelhecendo”, “acho que estou doente”, “acho que…” Muitas passam longos tempos em tratamento até descobrir ou admitir que aquele estado emocional e psicológico a que chegaram é devido exclusivamente ao tipo de relação que estão vivendo.

O que você precisa saber é que, após algum tempo num relacionamento com uma pessoa perversa narcisista ou qualquer tipo de abusador, a pessoa pode apresentar comportamentos específicos. Se você não tem certeza sobre o porquê de estar tendo a sensação de que a vida perdeu o sentido, observe se alguns comportamentos, características e emoções aqui descritos estão presentes em você. Talvez você esteja numa relação tóxica com alguém bastante abusivo!

Se você é uma pessoa que sempre:

1. Se desculpa por “nunca fazer as coisas direito”, por nunca fazer as coisas “bem o suficiente” ou se culpa por todo mal-estar que se experimenta na relação e por “fazer” a pessoa perversa se sentir do jeito que se sente. Ela está sempre mal e insatisfeita e a culpa é sua.

2. Tenta manter um perfil modesto seja no modo que interage com as pessoas, seja como se veste, para evitar ser notado, pois o parceiro tóxico “não gosta” que você chame atenção ou passou a vestir-se e comportar-se como ele deseja.

3. Ou, ao contrário do item acima, se viu mudando seu modo de ser vestir para se adequar a exigências da pessoa perversa, ou, se você for mulher, sendo solicitada a se vestir de forma exageradamente sensual para ser exibida aos outros.

4. Inventa histórias bonitas para outras pessoas sobre a qualidade de seu relacionamento, de modo a esconder a verdadeira situação em que vive.

5. Sente ansiedade quando a pessoa com quem se relaciona está por perto, pois não sabe como se comportar para não suscitar fúria.

6. Sente ansiedade quando sabe que vai chegar a qualquer momento, pois não sabe em qual humor chegará, se lhe tratará bem ou mal, se não vai gostar de algo que você estiver fazendo no momento de sua chegada como por exemplo estar com amigos, ao telefone com alguém ou algo parecido.

7. Sente medo ou confusão sobre mudanças repentinas no comportamento da pessoa perversa, que vai de ataques de fúria e comportamentos frios a doçura e encenação de que não aconteceu nada segundos antes.

8. Se sente exausta por nunca saber o que esperar e o que vai acontecer logo em seguida, daqui a poucos minutos, poucas horas, poucos dias.

9. Tem a sensação de que tem que “pisar em ovos” para evitar causar conflito, reprovação, julgamento e raiva, evitando discussões ou qualquer tipo de conflito a todo custo, tentando sempre “se esforçar mais” para melhorar as coisas.

10. É frequentemente acusada de ser coisas que refletem na verdade atitudes, comportamentos e características da pessoa perversa. Ex. Mentirosa, egoísta, mal humorada, exploradora, etc.

11. Ao voltar para casa, espera encontrar uma personagem dócil, agradável, feliz e ao invés disso encontra alguém personagem perverso e diabólico, sem nunca saber o que causou a mudança, afinal, vocês conversaram a poucas horas e “estava tudo bem”.

12. Sente que nunca pode confiar completamente no parceiro perverso porque algo em suas palavras não refletem suas ações e porque muda constantemente o que antes foi acordado.

13. Tem uma sensação crônica de que a família e amigos do narcisista, que inicialmente gostava, não gosta mais e você não sabe explicar o porquê, mas desconfia que ele tenha dito coisas negativas e falsas a seu respeito.

14. Nunca se sente respeitada ou igual na relação. É obrigada a se submeter a regras que a outra pessoa não se vê no dever de respeitar, apenas as impõe, como se tivesse mais direitos do que você.

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15. Está constantemente preocupada com o comportamento do outro, seu silêncio passivo-agressivo, sua cara fechada, o que faz com que você lhe pergunte inúmeras vezes em tom desesperado “se está tudo bem” ou o que “você fez de errado”.

16. Nunca sabe se é uma boa ideia atender o telefonema dos amigos ou familiares, pois ele já deixou claro que não os suporta, que “não são bons para você” e quando o faz, se sente observada e não vê a hora de terminar.

17. Sente que tem que pedir permissão ou anuência ainda que indireta para fazer qualquer coisa ou tem medo de fazer as coisas sem permissão, ou seja, nunca faz nada a não ser que seu parceiro diga que é OK fazer ou se a ideia não partir dele.

18. Se sente desmotivada em relação às realizações no trabalho, não tem permissão para conseguir um emprego para começar a se tornar financeiramente independente ou, se empregada, sentindo que sua independência financeira e crescimento profissional o incomoda em demasia.

19. Sente medo de dar a sua opinião e nunca ou quase nunca é capaz de ganhar qualquer argumento. Quando argumenta com coerência ouve coisas como: ” você é boa com as palavras”, “você quer ter sempre razão”, “não dá para falar com você”, entre outras.

20. Se pergunta o tempo se você merecia ser punida ou tratada do jeito que foi tratada pela pessoa perversa por algo que você fez ou deixou de fazer, mesmo você sendo uma pessoa presente, amorosa e cuidadosa com seus interesses.

21. Ajusta sua agenda ao redor da agenda da pessoa, ou melhor, você não tem uma agenda, ela tem e você a segue, sendo que você tem a obrigação de avisar qualquer mudança com antecedência, mas ela pode simplesmente exigir disponibilidade imediata, não cumprir combinados e não dar qualquer satisfação.

22. Está sempre sentindo um vazio crônico, como se algo estivesse constantemente faltando, ainda que materialmente se viva bem.

23. Ocasionalmente chega a ter pensamentos suicidas, pois a vida inteira parece não fazer qualquer sentido.

24. É humilhada pela pessoa perversa diante dos outros e na intimidade, mas ao reclamar, recebe a resposta de que “está exagerando”, que sua intenção não era humilhar, que estava somente “fazendo uma observação” ou “dizendo a verdade” ou simplesmente “brincando”.

25. Está constantemente temendo abandono, rejeição ou negativa de suporte do parceiro e por isso passa a fazer “o que for preciso” para mantê-lo por perto, aceitando o que sempre considerou inaceitável.

26. Faz coisas com as quais se sente desconfortável porque se sente pressionada a fazê-lo porque quer evitar conflito ou abandono.

27. Negocia seus valores, necessidades e crenças para acomodar aquelas da pessoa perversa.

28. Descobre que a pessoa freqüentemente mente, engana e/ou trai.

29. Deseja a chegada de “algum dia” quando as coisas vão mudar, mas este algum dia nunca chega.

30. Segue o conselho da pessoa perversa para tudo, embora seu instinto diga que não, a fim de buscar sua aprovação e apoio, o que, para seu desespero, não ocorre e quando sai algo errado, ainda leva a culpa por não ter feito “exatamente” o que lhe sugeriu.

31. Se sente como se estivesse vivendo uma mentira – o mundo exterior vê de uma maneira, enquanto a realidade interior é definitivamente algo totalmente diferente e sabe que quem criou esta ilusão foi você mesma ao defender ou inventar estórias sobre a boa qualidade do relacionamento e tratamento recebido.

32. É subserviente e tem um sentimento de que é menos, inferior ou mais frágil do que o seu parceiro, mas forte o suficiente para tolerar os abusos pelo bem da relação.
33. Raramente sente que suas necessidades estão sendo atendidas ou até mesmo reconhecidas.

34. Seus amigos e familiares dizem que está sofrendo abuso, mas você simplesmente não consegue enxergar.

35. Sente como se o parceiro fosse seu pai ou mãe, pois a um certo ponto você começa a se comportar de modo muito imaturo ou infantil, incapaz de pensar por conta própria ou sem a aprovação da pessoa.

36. Muitas vezes deseja que nunca tivesse entrado nessa confusão e agora não sabe como sair.

37. Tem a frequente sensação de estar anestesiada, deprimida ou doente. Aliás, idas a médicos e pronto-atendimentos ficam cada vez mais frequentes, seu peso oscila, seus cabelos e unhas enfraqueceram.

38. Já não sabe mais quem realmente é e para muitos passou a parecer ” uma pessoa maluca”.

39. Depois de romper com a pessoa perversa, tudo o que quer fazer é correr de volta para ele. Sente vergonha e vício, como se estivesse diante de uma droga.

40. Inventa repetidamente desculpas para perdoar comportamentos inaceitáveis de seu parceiro, que continua a repetir o comportamento várias vezes, atribuindo a culpa a você. Ex. Traições, agressões verbais, físicas, etc.

41. Frequentemente se pergunta como chegou a esta situação de descontrole e dependência de alguém que nitidamente lhe faz mal e parece não encontrar força ou saída para fora daquele estado de coisas.

42. Passa a sentir que ninguém mais poderia amá-la e portanto deve “investir” mais na pessoa perversa, na esperança que volte a ser tudo como no início do relacionamento, quando se sentia muito amada.

43. Acredita que não pode deixar a pessoa perversa porque ninguém mais a compreenderia ou poderia ajudá-la como você pode.

44. Diz a todos que não deixa da pessoa perversa porque, “na verdade, sente pena dela”, como se fosse responsável por “curá-la” desse comportamento que os impede de serem felizes.
45. Se sente responsável por fazer funcionar a relação, fazendo todo o “trabalho duro” sozinha e assumindo a culpa por tudo o que dá errado.

Se você se identificou com vários itens acima, a ordem do dia para você é: ROMPA IMEDIATAMENTE ainda que a dor de fazê-lo seja TEMPORARIAMENTE insuportável. E esteja certa/o de uma coisa: ninguém que se sente dessa forma pode estar numa relação saudável. Quanto mais tempo você permanecer em negação dessa realidade, mais difícil será se recuperar dos danos deixados por uma relação altamente destrutiva.

Lucy Rocha

***

PRECISA DE AJUDA?

Você chegou até o final do texto e se identificou com alguma dessas situações?

Um processo psicoterápico pode fazer a diferença na sua vida nesse momento.

Indicamos: Josie Conti- psicóloga. Saiba mais aqui.

Sobre o que Deus tem preparado para mim: o que foi perdido foi, não se compara com o que há de vir

Sobre o que Deus tem preparado para mim: o que foi perdido foi, não se compara com o que há de vir

O que Deus tem preparado para mim supera tudo aquilo com que eu sonhei. Supera os amores idealizados, as paixões frustradas. O que Deus tem preparado para mim é melhor do que os sonhos que alimentei, os amores que perdi, e do que todo amor que dei e não recebi.

O que Ele tem preparado para mim é suficiente para sarar as feridas, para aliviar o peso dos erros. Eu sei que Deus tem algo especial para mim e sei disso porque já provei do Seu amor, já provei da Sua bondade e da Sua graça. Sei disso porque, no deserto, Ele foi o meu sustento, Ele foi o meu abrigo.

Eu sei disso porque, quando a maré tentou me derrubar, Ele foi o meu socorro. Quando o fracasso do passado tentou fazer morada em mim, buscando se abrigar, Ele fez de mim uma casa de sentimentos bons.

O que Deus tem preparado para mim quebra as barreiras do meu coração, quebra o medo e joga fora toda a minha insegurança, devolvendo-me a paz. O que Ele tem preparado para mim vem pra somar, vem para transbordar.

Sei que Deus cuida de mim. Sei disso porque, todas as vezes em que a minha alma estava bagunçada, Ele organizava. Deus sabe a hora certa de colocar tudo no seu devido lugar e o momento certo de colocar o meu coração nas mãos de alguém. Sei que Ele tem arquitetado planos incríveis para a minha vida. Sei disso porque meu coração ferido encontrou paz em Seus braços, porque, mesmo a minha fé sendo pequena demais, eu o via agindo nos pequenos detalhes da minha vida. Como Deus cuida de mim. Como Ele me abraça quando a tempestade vem, tentando me proteger do vendaval, dos ventos fortes, tentando me ajudar a não cair. E, quando eu caio, Ele estende a sua mão e não me deixa sucumbir.

Sei que Deus tem para mim um amor sincero, de alma bonita, um amor que não seja passageiro, que saiba ser casa de sentimentos bons, casa para ser morada. Um amor que saiba ser paciente, que saiba ser bondoso e que não deixe o orgulho falar mais alto. Sei que Deus tem cuidado de todas as áreas da minha vida. Então, rasguei os meus rascunhos e deixei Ele escrever a minha história.

Sei que o que Deus tem preparado para mim é muito melhor do que os meus planos frustrados, do que tudo aquilo que eu achei ser bom e, no fim, me decepcionou. Do que as amizades que eu achei que seriam para sempre, mas partiram na primeira dificuldade; do que o amor que eu insisti em fazer ser amor quando, na verdade, era ilusão, apego.

Deus não me daria qualquer coisa. Antes de alguém chegar, Ele quer preparar o terreno do meu coração, Ele quer que eu seja paciente, que eu tenha bondade, Ele quer que eu não tenha orgulho. Antes de ter um amor sincero e de alma bonita, eu preciso ser isso para alguém.

Sei que Deus se alegra com a minha vida; a tempestade passa, mas Ele permanece. Suas promessas não falham e eu sei que, em Deus, minhas expectativas não são frustradas. Ali, em seus braços, meu coração encontra alívio dos barulhos desse mundo; ali em seus braços, eu tenho a certeza de que Ele me ama. Ali eu entendi que todo o amor derramado numa cruz foi em meu favor.

Então, depois de entender e de provar do seu amor, o verdadeiro amor, eu sei que não importa quantos planos sejam frustrados, quantas vezes eu tenha que tentar, quantos nãos eu tenha que levar, quantas portas se fechem, quantas noites eu passe acordada chorando, quantas vezes o meu coração seja partido, Ele tem poder para restaurar, Ele tem poder para mudar os rumos, Ele coloca tudo no seu devido lugar. O que Ele tem preparado para mim é maior e melhor do que tudo. E o que foi perdido não se compara com o que há de vir.

“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” 1 Coríntios 2:9

Vivemos um tempo em que tempo é mais caro do que dinheiro

Vivemos um tempo em que tempo é mais caro do que dinheiro

Precisamos de um tempo. Queremos tempo para escolher o que queremos. Não temos tempo para o que importa. Mal chegamos onde queremos e já temos que dar meia volta e retornar.

Estamos ligados, criativos para produzir dinheiro, maleáveis com as tarefas, perseguidores implacáveis dos prazos, multitarefas, multifacetados, multimídias, multiprofissionais. Mas o tempo não se multiplica. Não atrasa. Nem sequer aguarda.

Temos recursos variados, mas não temos o tempo. Somos seres eternamente atrasados, apressados, assoberbados.

Não há mais tempo para uma conversa sem pretensão, um café da manhã demorado, um passeio no meio da manhã, uma ligação, um suspiro relaxado.

Nossos dedos se adaptaram a digitar em telas minúsculas numa velocidade incrível, mas nosso coração ainda sofre descompassado com a urgência de tudo o que temos para cumprir num único dia.

O tempo não se ressente, nem tem preferências. É justo e passa igualmente para todos. Temos dificuldade em perceber as oportunidades diárias. Se o tempo custasse dinheiro, por certo o valorizaríamos mais, lutaríamos por ele, tentaríamos em vão armazená-lo em cofres e propriedades.

Vivemos para morrer. Sem perceber, a maioria de nós só pensa em construir conforto e estabilidade para enfrentar bem a morte. Enquanto isso, o tempo vai indo, abrindo seu caminho e trazendo de fato as renovações de ciclos e gerações.

Quanto custa uma hora do seu tempo? Por quanto me venderia se eu a quisesse comprar? Quantas horas você se permitiria, sem nada produzir nem lucrar? Só apreciando a passagem do tempo, na companhia escolhida, um pouco mais pobre no banco, um tanto mais cheio de vida…

A falta de tempo é amiga da taquicardia, do bruxismo, dos tiques e espasmos.

A vida moderna assume essa culpa, mas não mostra o antídoto.
Se queremos viver em comunhão com o tempo, está na hora de desacelar e respirar!

Desacomode-se

Desacomode-se

Você está satisfeito com a vida que tem nesse momento? Ou sente que as coisas não se encaixam, que era para ser diferente? Tem sonhos guardados para ver se talvez, um dia, terá coragem de tentar realizá-los? Se acomodou numa estabilidade ilusória e numa alegria forçada? Vamos lá, ainda dá tempo! Não desista de você!

Não se contente com pouco
Você nasceu para ser feliz
E não um pouco feliz: muito feliz!
Não se acomode em um trabalho desmotivador
Num relacionamento “meia-boca”
Com amigos quebra-galho
Nem com uma vida mais ou menos…
Tudo pode mudar, melhorar, brilhar!
Todavia, felicidade é sinônimo de coragem
E antônimo de acomodação
Não desanime, não desista
Não pense “poderia ser pior”
Mas concretize um “vai ser melhor”!

Ser plenamente realizado só depende de ti
De mexer seus pauzinhos
Sair da zona de conforto (desconfortável, por sinal!)
Sonhar alto
Fechar os ouvidos para os pessimistas
E acreditar na sua intuição!
Quantas histórias maravilhosas só foram vividas porque seus protagonistas foram destemidos?!

E tiveram um dia em que pararam e pensaram: não é isso que eu planejei para a minha vida, vou ter que fazer alguma coisa!
E sacudiram a poeira e foram adiante, simplesmente…
Pode não ter dado certo na primeira ou na segunda tentativa, mas não desistiram, e conseguiram!
Alguns, inclusive, de forma muito melhor do que sonhavam
Outros, de modo diferente, mas igualmente compensador!

Pare e se imagine daqui há 10 anos: se estiver na mesma situação de hoje, vai se considerar realizado? Ou vai se julgar um fraco porque não fez nada para melhorar a sua vida?
Se disse sim à segunda opção, porque está perdendo tempo?
Está esperando o que para tomara uma atitude?
Não me venha com desculpas, aproveite a energia e o vigor que possui (mesmo que eles tenham tirado umas feriazinhas) e comece já a transformar a sua perspectiva!

Você não sabe o que lhe aguarda no dia de amanhã, para deixar os seus sonhos de molho, guardados numa gaveta…
E não pode esquecer que o único responsável – e o maior preocupado – para com a sua felicidade é apenas e tão somente você mesmo
Por isso, não espere motivação ou atitude dos outros para começar!
Quantos roteiros incríveis deixam de ser escritos todos os dias por pura acomodação?
Quantos destinos maravilhosos não se concretizam por falta de vontade (preguiça, popularmente) dos seus personagens principais?
E se soubesse que a vida dos seus sonhos estava a um passo da sua caminhada, você não iria querer sair correndo agora mesmo?

É fatal aquela máxima: se arrepender apenas do que não se fez, do que não se tentou…
Pois mais vale lamentar um leite derramado do que nem ter tentado matar a sede…
A vida lhe apresentará as opções, mas apenas se você der espaço… Permita-se!
O problema é como? Começar por aonde?
Fique tranquilo, o universo lhe mostrará o caminho…
Você só precisa dar o primeiro passo rumo à realização, se abrir para a vida e mostrar disposição para ser feliz
E depois? Pague pra ver, lhe garanto que valerá a pena!

Somos mulheres inteiras. Raspas e restos não nos interessam!

Somos mulheres inteiras. Raspas e restos não nos interessam!

Somos um tipo misterioso de espécie. Dificílimo nos entender. Extremamente fácil perder-se em nossos intrincados sonhos, desacertos, conquistas e realidades a duras penas conquistadas. Somos capazes de amar e odiar, algumas vezes a mesma pessoa, exatamente na mesma medida.

Nossa pele é mais macia, nossa alma muito mais resistente. Não se engane a partir de nossa aparente fragilidade. É verdade, nos quebramos facilmente. Mas temos a arrasadora capacidade de nos colarmos e nos reinventarmos, numa reconstrução inédita dos milhares de pedaços a que fomos transformadas.

Somos guerreiras e anjos. Somos capazes de renúncias dignas de um ser santificado, mas nunca duvide da nossa diabólica capacidade de reviver inúmeras vezes, tantas quantas forem necessárias.

Há quem ouse acreditar que somos algo assim como um objeto que se possa possuir, usar, estragar e descartar. Há, inclusive, quem se aventure a colocar em prática tão perverso plano, dentro qual somos as vítimas.

Ainda somos vítimas. De maus tratos. De preconceitos. Da ignorância de um mundo que insiste em validar comportamentos de poder, baseado na subjugação de quem estiver mais vulnerável.
Somos meninas, somos mulheres. Às vezes, as duas ao mesmo tempo. Às vezes, uma e outra, intercaladas ao longo das horas do dia.

Somos um firmamento de ideias, um oceano de desejos. Terra firme e mar revolto. Somos chuva fina e tempestade. Somos dias ensolarados e tardes nubladas. Somos um mundo a habitar um único corpo, cuja alma é infinita em possibilidades.

Somos o que bem entendermos ser. Beijos profundos, afagos delicados. Sorrisos tímidos em lábios coloridos. Sorrisos arrasadores em lábios naturais. Doces. Ácidas. Amargas, às vezes.
Somos o colo que embala, os seios que alimentam. Somos curva, reta e laço. Somos o presente da vida para a humanidade.

Não há fórmula capaz de nos decifrar. Não há maneira de nos derrotar, quando descobrimos a força que temos juntas. Somos mulheres inteiras. Raspas e restos não nos interessam!

Fotógrafo transforma sonhos de moradores de rua em realidade

Fotógrafo transforma sonhos de moradores de rua em realidade

O fotógrafo romeno Horia Manolache, hoje radicado nos Estados Unidos, desenvolveu um projeto estarrecedor no qual ele transforma sonhos de moradores de rua em realidade, por intermédio de suas fotos artísticas, e contando com ajuda em dinheiro e recursos.

O projeto chama The Prince And The Pauper (‘O Príncipe e o Mendigo’). O nome é baseado no romance homônimo do escritor Mark Twain.

Ao abordar os desabrigados participantes, Horia lhes faz uma pergunta simples: “Qual é o seu maior sonho?”. A partir das respostas, ele traça o perfil de cada morador de rua e faz os preparativos para as fotografias.

Em seu site, Horia escreveu:

“Para este projeto, eu fotografei moradores de rua em hotéis, garagens, locais de construção e nas ruas. Conheci pessoas com armas e pessoas com corações dourados.”

Os figurinos utilizados pelos sem-teto foram pensados pela esposa do fotógrafo. Ela também ajudou na maquiagem, nos cortes de cabelo e na montagem dos estúdios.

Uma semana foi o tempo necessário para fotografar cada morador de rua em perspectiva. Houve situações em que esse prazo atrasou; tudo dependia da velocidade e conveniência com que Horia encontrava os indivíduos e propunha sua participação no projeto.

O principal objetivo desse projeto é mostrar às pessoas desabrigadas uma chance de fazer com que suas histórias sejam ouvidas. Trata-se de avivar os sonhos de pessoas que se esqueceram de sonhar ou não tem a chance de fazê-lo.

Assim como qualquer ser humano, pessoas sem-teto têm aspirações, embora sua realidade seja ofuscada ou por si mesmos ou pela injustiça. Todos têm direito de buscar oportunidades, mas algumas pessoas – a grande minoria – estão sempre controlando quem tem acesso ou não a elas.

Sobre sua formação, Horia conta que, após dois anos matriculado num curso técnico de uma universidade da Romênia, ele abandonou os estudos – por falta de propósito – e foi procurar outra coisa para fazer que o fizesse se sentir mais livre. Ingressou então em um curso de fotografia e, anos depois, já formado, mudou-se para os Estados Unidos, onde reside e estuda artes (Universidade de São Francisco).

Quando chegou a São Francisco, Horia logo notou a enormidade da população de moradores de rua. De acordo com o jornal The Huffington Post, pesquisadores estimam que, em 2013, o número total de adultos e crianças sem-teto residentes em São Francisco era de 7.350. Estatísticas de 2015 mostram um ligeiro aumento para 7.539. A quantidade de desabrigados na cidade vem aumentando de forma gradativa, o que reflete em um problema crônico, este que motiva o projeto.

Horia já trabalhou em outros projetos que o levaram para cima e para baixo nas ruas da cidade e, durante o caminho, deparou-se com centenas de moradores de rua, tratando de empatizar com eles.

O americano ainda prossegue com o The Prince And The Pauper. Atualmente, ele angaria fundos – por meio da plataforma de crowdsourcing Indiegogo – para publicar um livro com mais informações sobre esse projeto fotográfico.

Com essa causa, Horia deseja mudar uma mentalidade do senso comum; uma generalização que se tornou marca de pessoas desabrigadas – a de que elas são ameaças e, portanto, devem ser evitadas. Outro equívoco comum é que as pessoas pensam que esses sem-teto são todos doentes mentais, preguiçosos, vândalos e assim por diante.

O projeto é parte de um movimento de justiça. Defende que o sistema social compreenda as necessidades das pessoas desabrigadas, e não que elas sejam reféns das necessidades do sistema.

Se imaginarmos todas as condições adversas desses indivíduos, teremos uma noção de como é improvável que seus sonhos sejam realizados. Eles não têm água, alimento, abrigo, higiene; suas mentes estão perturbadas pelos horrores de uma existência indigna. O projeto de Horia luta contra isso ao projetar uma centelha de esperança na vida dessas pessoas.

Outro projeto com foco similar a esse é o do fotógrafo inglês Lee Jeffries, que fez questão de se envolver intimamente com moradores de rua, para, em seguida, retratá-los em fotos artísticas, de modo que ele lhes proporcionou um raro senso de importância e ofereceu algum sentido para que continuassem vivendo, apesar das adversidades.

Por si só, projetos como esses não salvam ninguém, mas ao menos tornam o mundo menos pior. Em específico, o The Prince And The Pauper conscientiza e sensibiliza a sociedade em geral, no intuito de fazer com que mendigos não sejam tratados com desprezo por pessoas em estados financeiros mais privilegiados.

As fotos retratam moradores de rua em duas situações. Na primeira, vemos como eles realmente são; na segunda, como sonham ser. Confira-as, então, junto com os trechos das histórias individuais de cada participante, escritos pelo próprio fotógrafo:

1. Mike

contioutra.com - Fotógrafo transforma sonhos de moradores de rua em realidade

“Mike foi o primeiro fotografado neste projeto. Ele veio de Ohio, mas teve que fugir de lá porque costumava fumar maconha: a polícia o capturou e o colocou na prisão. Hoje ele reconstrói sua vida. Já tem um lugar para ficar e começou a trabalhar, graças à uma organização de São Francisco.”

2. Henry

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“Henry é ex-viciado em drogas. Agora, ele vende jornais para uma organização que cuida de moradores de rua. Ele vem do Mississippi. Em um ponto de sua vida, Henry teve que escolher com quem ficar: o pai ou a mãe. Optou pela rua.”

3. Honey

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“Honey fugiu de casa por causa de seu marido violento. Ela tinha um carro no qual dormir, mas quebrou e a polícia o confiscou, então ela passou a dormir num parque. Aprendeu a tocar ukulelê sozinha e cantar usando colheres. Ela é chamada de Honey (‘mel’) por causa de sua voz doce. Fez sua primeira apresentação musical no hotel onde a fotografei.”

4. Max

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“Max é um veterano da guerra do Vietnã e do Golfo. Serviu no exército por 43 anos. Ele diz que, quando voltou, desistiu de tudo e foi para as ruas. Agora, ele tem problemas com álcool e mal consegue andar. Já viajou demais. Hoje ele não tem contato com sua filha.”

5. Frank

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“Conheci Frank em Hunterspoint, São Francisco. Ele vivia em um trailer juntamente com sua esposa e seu cachorro. Uma grande preocupação para ele foi o fato de a polícia ter avisado que confiscaria sua casa. Diz que foi criado com um mordomo, mas as drogas o levaram até as ruas. Trabalhava em construções quando o conheci; tive que fotografá-lo na rua e em um canteiro de obras. Sua esposa queria ser bailarina, mas, porque ela estava acima do peso, sentiu-se desconfortável em posar para o projeto. Frank é uma das pessoas mais amáveis que já conheci.”

6. Dan

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“Dan teve uma vida tumultuada, acabou nas ruas não muito tempo atrás. Ele é um escritor, e descobrimos ter amigos em comum. Ele utilizará essa foto em seu próximo livro.”

7. Jennifer

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“Jennifer é da família McCloud. Ela veio da Irlanda, juntamente com o marido, mas, em algum ponto do casamento, eles se divorciaram. Ela é muito tímida quando está sóbria.”

8. Bill

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“Bill teve de fugir do Estado em que vivia. A razão da fuga parece ter sido injusta, mas ele nem teve alternativas, porque acabou sendo preso. Ele quis enviar essas fotos para sua mãe porque ela tem Alzheimer, dessa forma, ela irá reconhecê-lo quando voltar à sociedade.”

9. Shad

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“Esta foto é de alguma forma simbólica para mim, considerando os tempos em que vivemos. Sua identidade foi roubada, sua namorada roubou sua carteira, sua pontuação de crédito desceu, e assim por diante, até que ele ficou sem casa. Shad percebeu que sua vida era tão turbulenta que não tinha um momento para parar e pensar o quê seus sonhos representavam.”

10. Hatter

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“Hatter foi uma pessoa que me ajudou muito neste projeto. Ele tinha uma empresa de eventos na Califórnia, porém, uma vez que as autoridades descobriram que ele era um proprietário menor de 18 anos, Hatter foi multado em mais de $100.000, e teve que deixar tudo.”

11. Michael

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“Conheci Michael duas vezes; na primeira, não pudemos fazer a sessão de fotos, pois ele estava realmente muito irritado. Conheci-o novamente depois de vários meses, e ele parecia reconciliado consigo mesmo. Nessa foto, ele me mostra a tatuagem com o nome de seu filho e diz que sente falta dele. Perdeu sua mãe, seu trabalho e sua casa em apenas dois dias.”

12. Tammy

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“Tammy é uma pop star que mora em Haight Street, São Francisco. Se hoje ela não pode trazer um sorriso a seu rosto, alguém irá. Sua maior dor é que a avó e o primeiro marido levaram as crianças para longe dela.”

13. Pops

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“Pops esteve na guerra do Vietnã. Ele era um engenheiro, mas começou a usar drogas e perdeu o emprego. Viciado por 12 anos, foi internado em uma clínica de reabilitação. Infelizmente, hoje ele é alcoólatra.”

14. McKayas

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“McKayas viveu muito perto de Haight Street quando era criança. Ele se orgulha de que seus pais fizeram parte do movimento hippie na década de 60. Viveu no México, Havaí, Indonésia, Panamá, Bolívia, Costa Rica, Peru, e diz que pretende visitar todos os outros países do mundo.”

Não percamos tempo elaborando disfarces

Não percamos tempo elaborando disfarces

Espontaneidade não se ensaia, cultura não se finge, preconceito não se esconde, gosto realmente não se discute.

Jamais será possível corresponder a todas as expectativas alheias, e nossos processos e falhas por vezes serão expostos e julgados, muito embora por juízes não credenciados nem sequer considerados.

Disfarçar dificuldades não é uma arte, não é uma habilidade. Ao contrário, pode ser uma corda perigosa se enrolando a cada disfarce em volta do pescoço, que, em um instante, pode ser violentamente puxada.

O desespero de ocultar razões para críticas e reprovações, acaba por nos fazer reféns de disfarces e máscaras.

Admitir ignorância a respeito de determinado assunto, confessar dificuldades em lidar com certas questões, respeitar e guardar distância de diversas animosidades, nada disso nos desvaloriza, como equivocadamente costumamos supor.

O que realmente nos deixa vulneráveis, frágeis e vergonhosamente expostos é o esforço tolo de encobrir e disfarçar os traços que formam a nossa identidade. Viramos caricaturas, nos tornamos seres obtusos, vigilantes, sempre alertas para não revelar um momento de contradição que possa nos trair.

É o uso do tempo de vida em favor da opinião e julgamentos alheios, desprezando o desfrute próprio, as conquistas escolhidas, as coisas bobas boas da vida, ainda que o vizinho não aprecie, o alvo da paquera despreze, a família não valorize, o mundo rejeite por questões de padrões e embalagens.

Disfarces são caros, nos custam o fôlego, a espontaneidade, a individualidade. A aceitação de nós mesmos, em contrapartida, é que nos permite enxergar, carregar e sentir necessidade de mudar nossas convicções, preferências e dificuldades.

Cuidemos pois, de cuidar e lustrar nossa versão original e única, valorizando o que o tempo ensina.

As camuflagens só servem para quem deseja viver entrincheirado nos desejos da ilusória perfeição.

A gente aprende quase tudo é com os amores que dão em nada.

A gente aprende quase tudo é com os amores que dão em nada.

Acertar é bom. Dá um alívio, um contentamento, uma satisfação. A gente mira direito e acerta de jeito, no alvo. Coisa boa! Sensação adocicada de conquista. Pena que não acontece sempre. No mais das vezes a gente erra mesmo. Erra no trabalho, no jogo, na vida, no amor. Se há um consolo, é que o erro fica menos feio quando a gente aprende com ele.

Eu acredito na felicidade conjugal, no amor de um dia depois do outro, na construção das histórias simples de ternura e afeto e no trabalho que tudo isso dá. Acredito, sim. Por duas vezes, em dois casamentos diferentes, fui feliz e sinto hoje uma alegria tranquila de saber que, em algum momento, de alguma sorte, trabalhei para a felicidade de alguém e nós acertamos juntos. Em meio a tantos erros, nossa meia dúzia de acertos valeu a pena e isso nos fez bem.

Mas aqui entre nós eu acho francamente que a gente aprende mesmo é com os amores errados, os desencontros, os escorregões, as decisões equivocadas. Quanto mais a gente quebra a cara, mais aprende.

Com os amores que dão em nada é que a gente se descobre profundamente. Nas expectativas frustradas, esperas inúteis, decepções prematuras e desencontros anunciados todo amante se encontra e se enxerga de perto, inteiro em seu desengano. Honesto em sua dor.

Tem coisa que a gente não escolhe. Acontece assim e pronto. Não há o que fazer senão aceitar. A gente chora, reclama, esperneia um pouquinho e depois vai em frente. Vai com uma nova história no currículo, vai sabendo que aprendeu mais uma. Vai pronto para acertar na próxima.

Eu agradeço, sim. Agradeço por cada fracasso amoroso que uma hora ou outra bagunçou a minha vida. Sou grato por todo engano que vira e mexe aparece no caminho. Sofro mas aprendo. Na vida a gente precisa aprender de tudo, inclusive com os amores que não dão em nada.

Viramos a nossa própria droga e nós estamos viciados

Viramos a nossa própria droga e nós estamos viciados

Vivemos cercados por círculos viciosos. E não é só de substâncias como nicotina e álcool que eu estou falando.

O descaso, o desprezo, o medo e a falta de alteridade acabaram por dominar grande parte da vida cotidiana. Primeiro, porque nos falta empatia para enxergar o outro, para reconhecermos o outro como nosso igual e semelhante. Segundo, porque passamos a nos enaltecer demais. Nossas virtudes, nossas manias, nossos gostos. Viramos a nossa própria droga e nós estamos viciados.

Não é uma questão de ter ou não autoestima. Isso é diferente. Autoestima pressupõe avaliar a si mesmo subjetivamente e descobrir aspectos positivos e negativos. Ter uma boa autoestima não é e nunca foi sinônimo de exclusão.

Sua roupa ou seu status social não deveria fazer o outro desaparecer. O que você tem e o que você acredita ser não são ingredientes de uma fórmula de invisibilidade que faz com que as pessoas ao redor automaticamente desapareçam da vista.

Aristóteles definiu a natureza do homem como a de um Zoon Politikon (Animal Político). No seu tratado sobre a política, o filósofo de Estagira escreveu: “O homem é um animal social. O homem que por si só se basta, não é homem”. Pois é, meu amigo. Quer você queira ou não, nascemos para viver em sociedade. O problema é que cada vez mais temos esquecido o Politikon, e isso tem nos tornado simples animais pela falta de capacidade de se comunicar racionalmente com outros de nossa espécie.

Foi utilizando essa base aristotélica que o poeta inglês John Donne escreveu o célebre poema onde diz: “Nenhum homem é uma ilha; cada homem é uma partícula do continente […] a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram também por ti”.

Talvez seja necessária uma reabilitação; talvez só precisemos olhar mais para o lado, ao invés do próprio umbigo. Quem sabe? A misantropia anda em alta e todo mundo quer ser cult e descolado, aderindo à moda. A gente só esquece que gostar de si mesmo não é odiar quem quer que seja. Não é preciso abrir mão da individualidade para viver bem com o outro. No entanto, é preciso reconhecer que ele existe, o que não deveria configurar nenhuma dificuldade.

Existir não é um privilégio apenas seu e daqueles de quem você gosta. Lembre-se disso.

Por trás de toda depressão, existe uma vontade enorme de ser feliz

Por trás de toda depressão, existe uma vontade enorme de ser feliz

De repente você não tem ânimo para nada. Não quer sair do quarto, que, a propósito está uma bagunça sem fim; não tem vontade de ver o mundo; não possui força sequer para fazer atividades que faziam/fazem parte do seu cotidiano.

Você se enxerga no fundo do poço, sem qualquer recurso ou sinal que faça recuperar a esperança. A vida nesse limiar de tristeza torna-se ainda mais frágil e por que não dizer insignificante, já que afundada em uma depressão, ela perde a sua razão de ser.

A depressão não é do jeito que descrevi, ela é muito pior e o mais importante: não é coisa de gente “fresca”. Depressão é coisa de gente, porque todos nós estamos sujeitos a queda, a dor e ao sofrimento. A única diferença direciona-se ao modo como cada um se comporta diante da pedra no meio do caminho. Entretanto, julgar algo precipitadamente ou achar que uma doença tão terrível é simplesmente “frescura” é ser despido totalmente do mínimo de sensibilidade.

Bauman assevera que não há como medir a dor que alguém sente, pois: “Cada angústia fere e atormenta no seu próprio tempo”. Dessa maneira, há de se considerar que todos nós possuímos nossos monstros e que eles nos assustam de maneira distinta. Ou seja, aquilo que aflige e esmaga o meu peito não necessariamente será a mesma dor que o outro sente, de modo que cada um sofre de acordo com as suas idiossincrasias e dores únicas.

Isso implica o entendimento de que a pluralidade só existe em função da singularidade que cada um possui e, assim, por mais que o problema do outro pareça aos meus olhos algo bobo, devemos buscar compreender que cada dor tem seu tempo e lugar, pois, como diz a letra da música: “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”.

Sendo assim, deve-se ter empatia para que possamos imaginar o sofrimento que existe em relação às particularidades de cada um.
Apesar de a empatia ser fundamental para que as pessoas que estão ao redor de quem sofre de depressão possam compreendê-la e ajudá-la, é necessário que a pessoa que sofre do problema busque analisar a raiz do seu sofrimento e de que modo ela tem contribuindo para a perpetuação deste.

Não estou dizendo que o indivíduo não deve chorar, ficar aflito ou angustiado em função de determinada situação, e sim, que deve, por meio de uma introspecção, tentar perceber em que momento a mágoa deixou de machucar por si só e passou a ser uma rememoração desencadeada pela própria cabeça.

Isto é, quantas vezes nós ficamos remoendo dores do passado, remexendo em feridas já cicatrizadas e fazendo-as tornar a sangrar? A depressão nunca é culpa de quem a possui, mas se martirizar por algo que não pode ser consertado não ajuda em nada, afinal, não se pode voltar no tempo e, mesmo que pudéssemos, outras coisas nos incomodariam e outras pedras existiriam, de maneira que teríamos que lidar com outros problemas, pois como é dito no filme “Questão de Tempo” – “Ninguém pode te preparar para o amor e para o medo”.

Eu sei que falar é muito mais fácil do que colocar em prática, tanto para quem tem depressão, quanto para quem está ao lado, porque lidar com o problema de modo que possa resolvê-lo depende de empatia, de perdão, de auto perdão, de resiliência, de esperança, de humor.

Depende de um olhar doce para um mundo que tanto nos faz chorar, já que só assim conseguimos fazer das lágrimas uma aquarela de cores para pintar um arco-íris, uma jiboia engolindo um elefante, uma árvore que dá pipoca, um dragão que cospe sorvete (que bom seria, hein?) ou qualquer coisa que quisermos.

Quando não conseguimos ter essa doçura no olhar, a depressão torna-se um casulo que transforma borboletas em lagartas e isso é triste, porque a beleza daquelas está na sua capacidade de se transformar, demonstrando que por trás de todo casulo há uma borboleta e que de toda depressão existe uma vontade enorme de ser feliz, cabe a nós escolher o que sai do casulo.

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