Você está fazendo o teu possível ou o teu melhor? – por Mario Sergio Cortella
SP - 22/07/2016 - ISTOE - OS GURUS DA INTELECTUALIDADE BRASILEIRA. MARIO SERGIO CORTELLA - FOTO: FELIPE GABRIEL

Por Mario Sergio Cortella

(Foto: Felipe Gabriel)

Não é o melhor do mundo. É o teu melhor na condição que você tem enquanto não tem condições melhores para fazer melhor ainda. Pergunto de novo, mas não responda ainda, você está fazendo o teu possível ou o teu melhor? Porque se você ou eu podendo fazer o meu melhor, me contento com o possível, eu caio num lugar perigoso chamado ‘mediocridade’. Uma pessoa medíocre é aquela que é morna. Que está na média. Que não é quente e nem fria.

Lembra quando você chegava da escola com o boletim escrito: 6,0 em português, 5,5 em matemática, 4,0 em história… e você dizia: ‘deu pra passar’. Medíocre – ’Deixa, eu toco a minha vida’ – Isso é mediocridade. Porque uma pessoa medíocre é aquela que podendo fazer o seu melhor se contenta em fazer só possível.

Mediocridade é falta de capricho. Capricho é você fazer o teu melhor na condição que você tem. Exemplo: minha mãe e eu moramos na mesma rua em São Paulo e às vezes eu passo na casa dela por volta de cinco da tarde e ela me olha e pergunta: ‘você ainda não almoçou, né?’ – e completa – espera aí que eu vou fazer um negocinho pra você. Ela poderia fazer qualquer coisa, mas faz um talharim, com azeite. Depois corta um tomate cereja e coloca por cima. Isso é capricho.

Eu no Paraná, quantas vezes, caipira, ia até a roça visitar alguém que morava numa casa de pau-a-pique e via o chão de terra todo varrido – capricho: fazer o melhor na condição que tem enquanto não tem condição de fazer melhor ainda para não ser medíocre. Na roça eu pedia para tomar um gole d’água e a mulher pegava uma carequinha de alumínio toda amassada, mas muito bem areada – passava areia em volta. ‘Ah, mas já é pobre mesmo’ – Êpa – É pobre, mas é limpinho. Tem gente que é pobre e limpinho não é. Isso é medíocre.

Tem gente que é medíocre e sua obra é medíocre: ‘ah, mas do jeito que me pagam; mas eu não tenho condição…’. Há pessoas que em nome da condição, degradam a ação. Ao invés de ter um trabalho que é concomitante, luta para melhorar as condições e vai fazendo o seu melhor com aquelas que tem.







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