Ter um amigo gay é…

Jamais saberia viver sem meus amigos gays.

Divertidos, elegantes, refinados, sinceros, alegres.

São os únicos amigos que têm coragem de dizer, sem dó nem piedade, “amiga, essa roupa está uó” ou “sai dessa, esse bofe não presta”.

Eles não se sentem ameaçados com a beleza de uma mulher. Pelo contrário, quanto mais linda ela estiver, mais eles adoram – são amantes incondicionais da beleza.

E o melhor de tudo: não são blasés. Recebem qualquer pessoa com um sorrisão, gostam de fazer novas amizades, tratam a todos, sem distinção, com carinho e educação.

Estão sempre bem vestidos e antenados com as últimas tendências do mundo da moda, da gastronomia, da decoração e do designer.

E se quiser saber a última fofoca das celebridades, eles contam tudo!

Além disso, conhecem lugares super descolados para badalar.

Cultos, sabem apreciar um bom vinho, um bom papo, uma boa leitura.

São ótimos ombros amigos para chorar e ótimos pés de valsa para dançar.

Não existe um companheiro de viagem melhor do que um amigo gay: curioso, ele está sempre disposto a conhecer mais e mais (e faz roteiros incríveis).

Se existe uma coisa que os gays conhecem é o famoso “timing”. Sabem a hora de brincar e de falar sério. Sabem a hora de falar besteira e de se jogar numa futilidade, mas também sabem conversar sobre política, economia, artes plásticas, cinema.

É praticamente impossível ficar triste na companhia de um amigo gay.

Animados, estão sempre dispostos a sair e mergulhar em novas possibilidades e possuem um humor ácido, uma fina ironia e um sarcasmo de primeira.

Suas gírias são deliciosas! São extremamente criativos.

Bem informados, geralmente nos colocam a par das estreias, lançamentos e inaugurações que valem o quanto pesam, mas nem por isso deixam de reconhecer o valor da cultura inútil e trash – como o último vídeo que viralizou.

Falam de sexo com naturalidade e vivem sua sexualidade sem drama. Não são pudicos.

Ousados, não se surpreendem nem repreendem quem chama atenção por onde passa. Se você quiser tomar um porre e dançar sobre a mesa de um bar eles entram na festa, dançam junto e ainda tiram fotos maravilhosas.

São verdadeiros gentlemen e quando gostam de verdade de uma pessoa tratam-na como se fosse da família: são capazes de tirar o pão da própria boca para dar a quem precisa.

Desde a adolescência vivo cercada deles e aprendo muitas coisas com esses meus amigos maravilhosos.

Confesso que sinto certa pena dos que alimentam preconceitos, dos que não tiveram a sorte e a alegria de ter um grande amigo gay.

Eu, felizmente, tenho vários! Porque ter um amigo gay é… Muito amor, diversão, babado e confusão (do bem).

*Este texto foi escrito para todos os meus amigos gays, que amo de paixão.







Mônica Montone é formada em Psicologia pela PUC-RJ e escritora. Autora dos livros Mulher de minutos, Sexo, champanhe e tchau e A louca do castelo.