Ilustrador mostra de forma divertida como é o “crush” de cada SIGNO?

Ilustrador mostra de forma divertida como é o “crush” de cada SIGNO?

O ilustrador Pedro, da página e canal “Jhotromundo” mostrou em 12 ilustrações como seriam os famosos “crushs” de cada signo do zodíaco.

O resultado foi uma série de personagens ilustrados cômicos que mostram o comportamento e estilo de cada signo.

Confira!

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MARK MANSON e a Arte de ligar o FODA-SE

MARK MANSON e a Arte de ligar o FODA-SE

Interessante minha reação ao título “A Sutil Arte de ligar o Foda-se” ( Ed. Intrínseca, 2017). Ousado e corajoso, pensei num estalo. Demorei a ler, porque tenho uma grande resistência a livros de autoajuda. Mas, como sou muito curiosa comecei a leitura. O começo ainda, resistente, se mostrou um pouco didático e muito cheio de casos, pedaços ilustrativos de algumas vidas, através dos quais, o autor, tenta nos explicar o lado bom de fracassar, ou seja, ser um fracasso é melhor do que buscar compulsivamente, ser sempre certo, uma pessoa extraordinária, pois é este o mito da contemporaneidade. Vivemos em uma cultura que não nos dá liberdade de sermos apenas nós mesmos: o mais comum dos mortais. Conhecer a simplicidade.

Então, Mark Manson, dentro de sua linguagem comum, longe de ser uma obra literária, passeia pelos obstáculos existenciais pertinentes a nós humanos que pensamos sobre ontem, hoje e amanhã e vivemos um certo grau de insatisfação que nos motiva a encontrar um sentido para nossas vidas.

Assim, Mark nos encanta com sua flauta azul, para o reino do todavia. Ele diz a que veio e vai explicando pouco a pouco suas novas crenças e o porquê destas serem muito melhores do que os paradigmas da sociedade de consumo e a conquista em massa de bens materiais.

Ligar o foda-se permeia todo o livro no sentido, que muito do nosso sofrimento vem de nos importarmos demais com besteiras, trivialidades que nos tornam ansiosos e medrosos, causando uma fobia social, disfarçada de frases feitas, comportamentos  moldados pela escola pragmática e sem profundidade que frequentamos: a escola do ter sempre mais porque senão viveremos a falta. Ele prova, dentro de sua tese, que o encontro pleno está em nós sermos nós mesmos, falarmos a verdade, de frente, sem recorrer a subterfúgios para agradar o público, o chefe, a sociedade.  Se pararmos para pensar, é muito bom, saber alcançar a sutil arte de dar um basta, deixar de lado a opinião alheia. Este comportamento reflete nossas melhores emoções utilizadas racionalmente, ou seja, deve haver a presença do racional, pois não devemos somente fazer tudo de coração aberto num mundo em que prestigia o modelo das aparências, dos jogos, da superficialidade que não supre o que mais tememos a vida toda: a experiência de sermos finitos e por isto, carregarmos ao longo da estrada a consciência da nossa morte.

Em capítulos bem divididos, Mark insere sua biografia, ou momentos de sua vida  decisivos para ele ser o escritor que se tornou sucesso. Ao falar de si, ele nos aproxima de sua trajetória, rebelde, instável, anti establishment e o preço que pagou para ser um cara comum que ousou abrir um blog, com vários conselhos e foi bem sucedido nesta empreitada.

Sem dúvida, o que me atraiu neste livro, foi a mistura do eu escritor, com sua premissa de ir contra o universo de autoajuda abundante em promessas de felicidade, harmonia e sucesso, que na realidade não existem. Para o autor, a felicidade é um problema a ser resolvido e não importa ganhar a corrida, mas sim percorrer com vontade todo o caminho. Este pensamento está muito ligado ao fato de não curtirmos nosso processo de escolhas, nossas dúvidas, deslizes, perdas, indagações sobre o universo e a morte.

Certamente, é um livro que surpreende, pela sua autenticidade. Mark Manson não quer nos iludir com receitas que vendem felicidade. Ao contrário, sua intenção é abrir nossas mentes, para os constantes impasses que nos fazem arrogantes por nos acharmos seres especiais e melhores do que os outros, fruto do pensamento capitalista e consumista atual.

Há trechos sobre sua vida que não poderiam deixar de ser mencionados nesta análise. A morte de um grande amigo e sua depressão que foi um divisor de águas. Sua auto reflexão sobre o que não estava lhe completando, sua vaidade intelectual, seus vícios e irresponsabilidades que foram a luz para uma rica aprendizagem.  É bom saber ligar o foda-se para muitas fantasias e decepções. É um sinal de que podemos nos humanizar pelo sofrimento pois este é inevitável. Apenas, o modo como nos revelamos diante da dor, pode dar à mesma, um sentido, pois é pela dor que não se comete o mesmo erro, seja dor física ou moral.

Li o livro de um fôlego só, porque é quase uma conversa com o leitor. Também é forte nas suas críticas de autoajuda e não  pretende  aparentemente mudar ninguém, mas ensinar a viver com o sentido da finitude e a irreversível  morte, pela qual a sombra de todo significado da vida é medido.

A Copa da Rússia em 3 lições de vida

A Copa da Rússia em 3 lições de vida

Futebol não é só esporte. É metáfora da vida fora do campo e do ser humano como um todo. Copa do Mundo não se resume a futebol. É retrato da integração entre os povos e suas culturas.
Então, o que a disputa pela taça dourada pode nos trazer como ensinamento duradouro?

1. Rumo à desmistificação.

Seleções de uma estrela só foram eliminadas: Portugal, Argentina, Brasil, Inglaterra. Chega ao fim, aos poucos, o tempo dos heróis, das individualidades redentoras. O sucesso – como o fracasso e os acidentes – é coletivo e multifatorial. Diante dele, é inútil a tentativa de identificar um só responsável. Uma pessoa não pode ser o repositório solitário de culpas e esperanças. Não funciona na família, na amizade, no trabalho, no amor, na política… Por que daria certo no futebol?

2. Nações multiculturais são consistentes e vigorosas.

O mundo tem uma nova ordem. A equipe francesa é um belo exemplar disso, com seus quase 80 por cento de nacionais de primeira geração. A torcida pelos azuis também tinha rostos de todas as cores. A conquista do título pela França, sociedade plural, país de asilo, mostra como o conceito de pátria pode ser construído a partir do acolhimento, e que imigrantes não ameaçam, mas constituem e fortalecem uma nação.

3. Lutar até o fim, cair de pé.

Os croatas não foram o único exemplo de garra e perseverança desse Campeonato, mas a perfeita representação dessas qualidades. Eles não se impressionaram com prognósticos, favoritismos, tampouco com o próprio cansaço. Campeões ou vice-campeões improváveis, os atletas romperam paradigmas e tradições . Foram longe porque não permitiram que lhes dissessem quem eram, ou onde poderiam chegar. Terminado o show de bola, deram um espetáculo de resiliência e dignidade. Ficou claro que não triunfa só quem ganha a partida decisiva: vitoriosos, também, os que jogam de verdade até o fim, os que chegam ao nonagésimo minuto acreditando no jogo, os que sabem perder.

***

Arte de capa: Mahmoud Alrifaï

Limitações e expansões da militância virtual

Limitações e expansões da militância virtual

Já foi dito que a revolução começará na rede, ou será feminista, ou não será televisionada. Bem, tendo em vista o lastro da internet nas últimas duas décadas, há de se crer que acontecimentos importantes realmente serão prenunciados nas redes sociais e na internet como um todo. Sei que descobrir como atrair mais curtidas e seguidores nas redes sociais tem sido o trabalho e a vida de muitos, mas fico um pouco na contramão. Tenho preguiça de hashtags, e não é porque não tenho twitter ou instagram, pois tenho Facebook e lá isso também é usado. É preguiça de fato.

Enchi o saco de repercutir tudo o que chega até mim pelo simples fato de ser sucesso de compartilhamentos. Compartilhar pedidos de engajamentos é um caminho, mas grande parte dos internautas não se engaja em nobres causas de fato. Os motivos são muitos. Animais? “Amo, mas não tenho tempo e dinheiro para cuidar”. Lar de idosos? “Trabalho lindo, mas não tenho dom suficiente para lidar com esse público”. Deficientes físicos ou mentais? “Gostaria muito de envolver-me, mas falta tempo para isso”. Preservação do planeta? “Necessário demais, mas já estudei o que é o efeito estufa desde o ensino fundamental”. Basta.

Tenho duvidado do alcance de muitas campanhas virtuais, e não pelo número de visualizadores, obviamente, mas pelo número de agentes de fato. Nesse meio suspenso que é o virtual, a polifonia é gritante, ou seja, há muitas vozes dizendo o que fazer, como ser, e isso causa muita confusão. Para piorar, na internet essas vozes são invisíveis e enganosamente redentoras. Seja através da publicidade clássica – que engana atribuindo (falsas) necessidades às pessoas – ou a profusão de ideias que podem ser multiplicadas em segundos e em escala global, sejam elas boas ou más.

De forma enganosa segue muitas vezes a militância virtual. Compartilhamos posts pedindo ajuda para uma causa qualquer e logo nos sentimos mais humanos por isso. Não, não somos. Tudo ilusão. Seria humano ajudar e agir em prol de forma um pouco mais real. Replicar um pedido para algo que faz parte da vida de quem compartilhou, como uma extensão do que o sujeito naturalmente faz. Depositar uma grana se você pode. Ir lá e arregaçar a manga, se for viável e próximo. Convocar os amigos e proporcionar uma ajuda à distância, mas real. Falar com quem pode ajudar e intermediar isso, enfim.

É gostoso pro ego sentir-se mais nobre sem praticamente nenhum esforço, sem uma mudança de atitude que leve a isso. Como disse Rita Lee em seu Dropz, lindo livro de poemas que ela fez para os pequenos, “não há lugar mais perigoso do que dentro da nossa zona de conforto”. É maravilhoso e humano ser sensível, mas ser alguém melhor e mais virtuoso exige sair da estaticidade, do conforto do egoísmo e empreender certo esforço, às vezes até total mudança de comportamento. Só vontade não basta. Ter pena só servirá de algo para uma ave. Para seres humanos, no way.

Ainda acredito no velho colocar a mão na massa, mas hoje em dia isso pode significar começando por colocar a mão no teclado também. Temos boas exceções na internet como exemplo. Se feita com boa intenção, profissionalismo e planejamento, a militância virtual (mesmo a não admitida) pode ser o prenúncio de uma melhoria real na vida prática das pessoas. Exemplo disso são– além dos pedidos de contribuição diretos e isso é uma visão bem particular – sites educativos, informativos e jornalísticos com amplo e bom conteúdo, profissionais ou técnicos, institucionais, de financiamento coletivo, aplicativos com serviços mais baratos ou gratuitos, sites ou aplicativos para promover a ajuda mútua ou a troca de serviços e de moedas não monetárias, dentre outros.

A militância nem sempre vem com uma bandeira empunhada nas mãos. Ela é a junção da boa intenção e da boa prática de lutar por aquilo em que acreditamos, seja no amor, seja na comida nutritiva que colocamos à mesa. E aí, onde está a sua militância?

***

Imagem de capa: cartunista Tigre.

Você não é um contatinho, você é pra valer

Você não é um contatinho, você é pra valer

Você não é um encontro qualquer, nunca foi. Tudo bem que ninguém consegue planejar conhecer alguém que desperte algo real, algo que deixe saudades mas, com você, aconteceu. Porque a sua companhia me ensina, diariamente, o que significa tratar outro coração com reciprocidade e também sobre não mendigar afetos.

Contatinho algum tem disponibilidade para imaginar uma relação na qual os envolvidos são dispostos para sentimentos e experiências parceiras. É ficar do lado quando a outra pessoa não estiver se sentindo bem, seja pelo motivo que for. É deixar claro, através de gestos e respeitos, que você quer construir um presente verdadeiro e um futuro possível. É se preocupar em não deixar uma toalha no chão ou no carinho de preparar um jantar favorito. Em resumo, são todas essas pequenas delicadezas do amor.

Você não é um sexo casual, nunca foi. A intimidade que você soma comigo passa bem longe do instantâneo que se vive com um contatinho. Antes de existir o nós, pode até ser que, no auge da carência ou da pura vontade de gozar, um sorriso antigo tenha resolvido. Mas, para quem hoje tem a sorte de vivenciar a sintonia e a entrega de quem demonstra interesse em conhecer todos os caminhos do seu corpo, é essa excitação que você perde o fôlego, que você não esquece. Em resumo, é um conjunto de grandes dimensões do amor.

Acredite, nenhum contatinho conhecido ou desconhecido é capaz de transformar uma intenção em intensidade. São diferentes sinceridades. E é justamente por isso que, após tantos desencontros, o nosso amor prova-se cada vez mais raro e difícil de ser desfeito.

Mas é honesto confessar, é urgente te mostrar – em todos os segundos, por todos os dias, que você não é um contatinho, você é pra valer.

Por que as crianças japonesas obedecem e não fazem escândalos?

Por que as crianças japonesas obedecem e não fazem escândalos?

A personalidade dos japoneses é admirada em diferentes lugares do mundo. Vimos como enfrentaram tragédias enormes com grande estoicismo. Não perdem o controle e preservam o sentido coletivo diante de qualquer circunstância. Também se destacam pelo seu enorme respeito para com os outros e a sua grande capacidade para o trabalho.

Não só os adultos japoneses são assim. As crianças japonesas são muito diferentes do que costumamos ver no Ocidente. Desde bem pequenos são notáveis seus gestos suaves e a sua afabilidade. As crianças japonesas não são das que fazem pirraças e perdem o controle por qualquer coisa.

“Tentar controlar suas próprias reações sem conseguir é o roteiro que leva à escravidão do medo”. -Giorgio Nardone-

Como os japoneses conseguiram ter uma sociedade onde os valores do autocontrole, o respeito e a moderação são os que predominam? Será que são tão rígidos que conseguiram criar uma sociedade disciplinada? Ou talvez as suas estratégias de criação envolvam padrões eficazes? Vejamos o assunto com mais detalhe.

Os japoneses dão muito valor à família

Uma coisa que torna os japoneses muito especiais é o relacionamento que existe entre as diferentes gerações. Mais do que em outros lugares do mundo, o vínculo entre os mais velhos e os mais jovens é empático e afetuoso. Para eles, um idoso é alguém cheio de sabedoria, que merece a maior consideração.contioutra.com - Por que as crianças japonesas obedecem e não fazem escândalos?

Por sua vez, os idosos veem nas crianças e nos jovens pessoas em formação. Por isso são tão tolerantes e carinhosos com eles. Adotam um papel de orientador, não de juízes, nem de inquisidores nas suas vidas. Por isso, os vínculos entre jovens e idosos costumam ser muito harmoniosos.

Além disso, os japoneses dão grande valor à família ampliada. Mas ao mesmo tempo, possuem os limites muito bem definidos. Por exemplo, para eles é inconcebível que os avós de responsabilizem por uma criança porque os pais não tem tempo. Os vínculos não se baseiam em uma troca de favores, mas sim em uma visão ampla onde cada um tem o seu próprio lugar.

A criação está baseada na sensibilidade

A maioria das famílias japonesas entende a criação como uma prática afetiva. São muito mal vistos os gritos ou as fortes recriminações. O que os pais esperam de seus filhos é que aprendam a se relacionar com o mundo, respeitando a sensibilidade do outro.

Em geral, quando uma criança faz alguma coisa errada, seus pais o reprovam com um olhar ou um gesto de descontentamento. Assim, lhe fazem entender que a sua atitude não é aceitável. É comum que usem frases como “Você o machucou” ou “Você se machucou” para apontar que seu comportamento é negativo porque provoca algum mal, não “porque sim”.

Este tipo de fórmula se aplica inclusive aos objetos. Se, por exemplo, uma criança quebra um brinquedo, o mais provável é que seus pais lhe digam “Você o machucou”. Não dirão “Você o quebrou”. Os japoneses enfatizam o valor envolvido, e não o funcionamento das coisas. Por isso as crianças aprendem logo cedo a se sensibilizar diante de tudo, uma coisa que os torna mais respeitosos.

O grande segredo das crianças japonesas: tempo de qualidade

Todos os elementos anteriores são muito importantes, mas nenhum deles é tão importante quanto o fato dos japoneses terem uma atitude de dar tempo de qualidade a seus filhos. Não entendem a criação como uma coisa distante, mas justamente o contrário. Criar vínculos estreitos com seus filhos é muito importante para eles.

É incomum que uma mãe leve seus filho à escola antes dos três anos de idade. O comum é ver as mães carregando seus pequenos por todo lugar. Este contato físico, que também é muito comum nas comunidades ancestrais, também cria vínculos mais profundos. Esta proximidade de pele também é de alma. Para a mãe japonesa é muito importante falar com seus pequenos.

O mesmo acontece com os pais e os avós. É comum as famílias se reunirem para conversar. Comer em família e contar histórias é uma das atividades mais frequentes. As histórias de família são contadas o tempo todo. Com isso cria-se um sentido de identidade e de pertencimento nos pequenos. Também há uma profunda valorização da palavra e da companhia.

Por isso dificilmente as crianças japonesas fazem pirraças. Estão rodeadas de um entorno que não lhes provoca grandes sustos. Não se sentem abandonadas afetivamente. Percebem que o mundo tem uma ordem e que cada um tem um lugar. Isso lhes dá serenidade, os sensibiliza e os ajuda a entender que as explosões de humor são desnecessárias.

TEXTO ORIGINAL DE A MENTE É MARAVILHOSA

Após recuperação, meninos da caverna ficam sabendo da morte do mergulhador e choram

Após recuperação, meninos da caverna ficam sabendo da morte do mergulhador e choram

Segundo informações publicadas na Revista Exame, apenas no último sábado, após recuperação inicial, os adolescentes ficaram sabendo da morte do triatetla e mergulhador voluntário de 38 anos, Saman Kunan.

“Todos choraram e expressaram seus pêsames escrevendo mensagens em um desenho do capitão de corveta Saman e observaram um minuto de silêncio por ele”, afirmou o secretário permanente do ministério da Saúde, Jedsada Chokdamrongsuk, em um comunicado.

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Os 12 membros do time de futebol da Thailândia e seu treinador posam ao lado de uma figura de Samarn Kunan, mergulhador voluntário que morreu durante o resgate, no hospital de Chiang Rai Prachanukroh (Chiang Rai Prachanukroh Hospital AND Ministry of Public Health/Reuters)

A metáfora da faca e da pedra

A metáfora da faca e da pedra

Estava ouvindo uma excelente palestra com a professora de Filosofia da Nova Acrópole chamada Lúcia Helena Galvão sobre a temática da VONTADE, e um trecho me chamou bastante a atenção.

Ela contou uma metáfora muito didática para explicar a diferença entre as pessoas com grande força de vontade e as que têm pouca motivação no que fazem.

Ela comparou as pessoas com uma faca que está prestes a ser amolada numa pedra. Essa mesma pedra pode amolar muito bem uma faca, deixando-a afiadíssima e pronta para cortar muitas coisas, ou ela pode desgastar outra faca, deixando-a totalmente inutilizada.

Onde está a diferença entre as facas? Está no material que as compõe. A faca que se torna bem amolada tem um material forte, resistente e de qualidade. A que se desgasta e fica inutilizada tem um material frágil, maleável e de péssima qualidade.

Ela contou essa metáfora para explicar que existem pessoas que passam por experiências muito semelhantes, mas elas reagem de forma absolutamente diferentes. Umas conseguem superar as adversidades com classe, e depois se tornam melhores, mais fortes, resistentes e afiadas para enfrentarem as situações difíceis.

Outras pessoas se deixam ser massacradas pelas adversidades, tornando-se mais frágeis ainda, com medos profundos e incapazes de lidar bem com as adversidades da vida, que todos nós passamos e jamais cessam.

E nessa mesma palestra, por diversas vezes, a Lúcia repete um provérbio famoso que diz: “Onde há uma vontade, há um caminho”.

Quem tem uma vontade forte dentro de si, consegue sempre trilhar um caminho de vitória e superação de limites. Esse caminho é como o corte feito por essa faca bem amolada, que mesmo tocando em algo resistente, consegue cortar com precisão. Não é interessante essa metáfora?

Quem desenvolve essa força de vontade, pode até mesmo contribuir para salvar muitas vidas ou fazer com que multidões se movimentem em direção a algo grande como a independência de um país por exemplo.

Nessa hora, o Mahatma Gandhi é uma das primeiras pessoas que me vem em mente. Ele foi um homem com uma vontade tão avassaladora, que praticamente sozinho, mobilizou os povos da Índia no processo da sua independência. Quase que diariamente eu lembro de uma das suas mais célebres frases: “O amor de um único homem neutraliza o ódio de milhões”.

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Esse é o poder da VONTADE, uma força que consegue cortar com sua lâmina afiadíssima até as superfícies mais ásperas e espessas.

Outro exemplo fascinante é a querida Madre Tesesa de Calcutá, que durante toda a sua vida se doou aos pobres na Índia e com uma determinação absolutamente fora do comum, ela conseguia fundos financeiros de diversos lugares para dar continuidade em suas obras de assistência aos mais necessitados.

Se eles fossem como essas facas de material frágil, jamais teriam conquistado tanto, seus nomes não estariam eternizados na história, e milhões de pessoas teriam morrido nas piores condições possíveis.

Quero concluir com outro exemplo extremamente recente. O grupo de jovens jogadores de futebol que ficou preso numa caverna na Tailândia de difícil acesso. O grupo só foi encontrado depois de 9 dias e os últimos jovens só foram resgatados após 17 dias. Foram 12 meninos e o seu treinador. Todos saíram com vida desta caverna!

Contei esse fato para destacar o treinador dos garotos, chamado Ekkapol Chantawong, de apenas 25 anos de idade. Ele é um ex-monge e ensinou a importância da meditação e respiração profunda aos garotos. Se não fosse por ele os acalmando e dando a esperança de saírem vivos da caverna, talvez todos tivessem sucumbido e morrido por inanição.

A respiração profunda e a meditação fez com que todos eles gastassem o mínimo de energia e poupassem o corpo de desgastes maiores.

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Veja só que interessante esta comparação! O treinador Ekkapol Chantawong transformou estes meninos de facas frágeis e quebradiças em facas de titânio. O seu exemplo de vida deve ser enaltecido e, se possível, colocado nos livros de história para inspirar as próximas gerações. Sua força de vontade, garra, determinação e esperança são impressionantes, faltam adjetivos para exprimir com precisão a grandeza de seu caráter. Para quem quiser ler um pouco mais sobre ele, compartilho esse brilhante texto cujo link está logo abaixo.

Existem milhares de outros exemplos de pessoas que são como essas facas resistentes, que após amoladas pelos sofrimentos, se tornaram ainda melhores e mais fortes do que já eram. Não explorarei aqui as suas vidas porque senão esse texto se transformaria num catálogo, mas posso citar algumas dessas pessoas: Martin Luther King, Rosa Parks, Walt Disney, Oprah Winfrey, Abraham Lincoln, Nelson Mandela, Irmã Dorothy Stang, Frei Tito etc etc.

Todos eles e muitos outros foram homens e mulheres que deixaram para sempre sua marca e trilharam um caminho a partir de uma vontade forte de contribuírem com o bem do máximo de pessoas…

Que esse breve texto tenha lhe inspirado a crescer nessa vontade genuína. Lembre-se sempre: “Onde há uma vontade, há um caminho”.

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P.S. Aos interessados, segue o vídeo da Lúcia Helena Galvão no qual ela fala sobre essa metáfora.

https://www.youtube.com/watch?time_continue=2&v=NU7_2Wu1tDo

O lado positivo e negativo na mulher de cada SIGNO

O lado positivo e negativo na mulher de cada SIGNO

Camille é uma freelance e ilustradora. Em sua página do Facebook “O irremedável coração de Camille” a artista apresentou uma série de ilustrações que mostram as características positivas e negativas na mulher de cada signo.

O resultado ficou lindo!

Confira.

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Tem gente que se diz “autêntica”, mas é só grossa mesmo!

Tem gente que se diz “autêntica”, mas é só grossa mesmo!

Todo mundo conhece alguém que “tem gênio forte” ou que se auto intitula “autêntica”. Olhando com um pouquinho a mais de atenção para essa situação, já é possível identificar o abuso contido nesse posicionamento.

Quer dizer que os demais têm gênio fraco? Quer dizer que os outros são falsos? Réplicas? Muito cuidado!

Em geral, aqueles que se dizem “autênticos” são só marrentos mesmo!

Usam essa desculpa para “dizer tudo o que pensam” como se fossem donos da verdade e nos estivessem fazendo um enorme favor por compartilhar conosco sua “sabedoria”.

E, se você acatar esse casca grossa uma única vez que seja, corre o risco de virar vítima da sua tirania e arrogância. Ofereça ao grosseirão o seu melhor silêncio!

É comum que algumas pessoas criem a fama de serem difíceis, se acomodarem nesta posição e agir como se todo mundo fosse obrigado a aguentar sua cara azeda, suas manias, sua falta de educação.

Falta de educação disfarçada de braveza, ou de exigência ou de perfeccionismo é um perigo, porque a gente acaba assinando embaixo desses abusos, acaba se conformando com o fato de que aquela pessoa é “assim mesmo, não vai mudar”. E com isso comete um enorme erro, inclusive com o marrentinho que vai acreditar que está tudo bem e vai perder a chance de vir a ser uma pessoa melhor.

Ser amigo de verdade é também discordar. É também apontar ao outro seus abusos. Amigos não são só para passar a mão na cabeça e aplaudir o outro, mesmo quando o outro está sendo injusto.

Agora… Ser amigo também não é ser pai ou mãe da criatura, né? Dê um toque, dois… e é só! Não caia na tentação de consertar o outro, porque nem é essa a sua função.

E, se o outro insistir em ser “autêntico”, seja ainda mais…

Dê a ele um AUTÊNTICO CARTÃO VERMELHO! E vá cuidar da sua vida que você ganha mais.

Normose: a doença da normalidade

Normose: a doença da normalidade

O termo normose foi cunhado pelo psicólogo, teólogo e sacerdote francês Jean-Ives Leloup, um estudioso que dedica a sua vida na imersão do universo interior. Leloup é um defensor ardoroso da conexão entre ciência e espiritualidade, tema ressaltado em seus livros.

Esse conceito também foi investigado pelo psicólogo e antropólogo brasileiro Roberto Crema, uma vez que alguns autores mostraram a normose como a “patologia da pequenez”. O psicanalista Erich Fromm falava do medo da liberdade e Carl Jung afirmava que só os medíocres aspiram à normalidade.

A normose, portanto, se constitui em um conceito filosófico ou psicológico no que tange às normas, crenças e valores sociais que causam angústia e podem ser fatais, ou seja, que produzem comportamentos ditos como “normais”, mas que trazem sofrimento e morte na sociedade.

Assim, a normose é a doença da normalidade, que pelo consenso social ou pelo senso comum levam à infelicidade, à doença e à perda de sentido na vida, como algo habitual.

Isso ocorre quando o contexto social se caracteriza por um desequilíbrio dominante, como se verificou no passado e que acontece na sociedade moderna. Já foi normal pessoas se digladiarem até a morte para entreter a multidão, já foi normal queimar mulheres na fogueira por bruxaria, já foi normal escravizar índios e negros, já foi normal tantas outras patologias sociais.

O discurso “normótico” no Brasil segue, hoje, o mesmo padrão desse desequilíbrio dominante, como modo de legitimar as enfermidades da violência econômica e social. Utilizando-se de falácias jurídicas, políticas ou teológicas, como se a “desumanização” fizesse parte imutável do DNA do nosso caráter social. Podemos citar alguns exemplos:

Corrupção: o país perdeu R$ 123 bilhões com os recentes esquemas de desvios de dinheiro público;

Crimes ambientais: a Samarco Mineração na cidade de Mariana (MG) derramou mais de 60 milhões de metros cúbicos de lama, acarretando um desastre ambiental sem precedentes na história do Brasil;

Juros: os juros altos contribuíram no ano passado para gerar o endividamento de mais de 53 milhões de consumidores;

Desemprego: fechou no semestre deste ano com 13 milhões desempregados;

Feminicídio: onze mulheres, em média, são assassinadas todos os dias no país;

Homofobia: cerca de 70% dos casos dos assassinatos de pessoas LGBT ficam impunes;

Homicídios: a taxa de homicídios de jovens negros cresceu 23% nos últimos 10 anos.

Mas é possível enfrentar esse sentimento “normótico”? Sem dúvida nenhuma, porque a nossa principal tarefa como seres humanos – é dar luz a si mesmo – para poder se transformar naquilo que realmente somos, em alguém mais nobre, mais forte e mais livre, como percebeu Fromm.

Por fim, é expandir o nosso “numinoso”que permitirá anular a “normose” na sociedade. Segundo Carl Jung, isto é, a nossa experiência de confiar no poder transcendente, que aliado com a nossa consciência onírica e ativa, nos libertará da praga da “patologia da pequenez”.

Estejam atentos! Não vacinar os filhos pode causar perda da guarda das crianças

Estejam atentos! Não vacinar os filhos pode causar perda da guarda das crianças
Boy and vaccine syringe

Um levantamento do Ministério da Saúde mostrou que em 2017 a taxa de imunização foi a pior dos últimos 12 anos.

Quem não vacina os filhos pode ser responsabilizado criminalmente, pois a diminuição das taxas vai conta a Legislação Brasileira.

Conteúdo via Portal R7

Sobre entusiasmo, continuidade, permanência e sustentação: lições de um coração maduro

Sobre entusiasmo, continuidade, permanência e sustentação: lições de um coração maduro

Eu já tinha ouvido dizer que isso às vezes acontece na vigília da manhã, entre o sono e o pleno despertar. Ele dribla a vigilância da mente, ainda sonolenta, e se insinua, puxa conversa, pede atenção, aconselha.

Foi assim que ele se manifestou naquele domingo. Queria saber sobre meus planos naquela manhã ensolarada. Respondi que uma pilha de louças me esperava na cozinha, provas para corrigir, um artigo a reler. E que aproveitaria, enfim, para colocar as coisas em seus devidos lugares.

Ele então me questionou sobre o que seria o “devido lugar das coisas”. E percebendo minha hesitação, precipitou-se na resposta:

– Há momentos em que o devido lugar das coisas é na escala última das suas prioridades.

Começou então um diálogo , que merece ser contado.

– Quem é você ?

– Seu coração.

– Você fala!

– Sempre falei. A diferença é que agora você me escuta . Parece que minha voz se propaga melhor na sua alma madura.

– E o que é maturidade para você, coração?

– A capacidade de dar atenção a mim é um bom medidor. Há maturidade, por incrível que pareça, em levar-se menos a sério, rir de si próprio, simplificar as coisas.

– Incrível, estou mesmo ouvindo sua voz.

– Primeiro sinal de maturidade.

– hahahahahahaha!

– Mais um! Agora, mostre que você captura o sentido de “simplificar”. Que sinônimos você indicaria para o verbo?

– deixa ver… desacumular, desmistificar, desapegar… Gostei da brincadeira.

– Então, escuta: você pretende mesmo passar o domingo nesses afazeres todos? Estou vendo que você se julga imortal, mas não haveria nada mais inspirador para ocupar essa eternidade?

– Gosto da arrumação. Preciso disso, aliás.

– Já reparou na desproporção entre o tempo de arrumar e o de desarrumar?

– Claro! Minha família é bagunceira, eu própria sou bagunceira. É esse o motivo.

– A ordem é efêmera. A vida é movimento, e o movimento conduz ao caos.

– Mas é importante organizar, e nisso você concorda comigo. A atmosfera fica leve e os bons fluidos circulam.

– Sim, mas veja bem, a organizaçao é ferramenta para não se perder, não virtude em si mesma. Não deve ser propósito de vida, mas meio de sobrevivência.

– É. O perfeccionismo é uma brincadeira de faz-de-conta. Ele nos distrai da nossa finitude e nos faz esquecer que estamos envelhecendo…

– Pois é. Mas envelhecer também tem seus prós.

– Ah, coração…Pode me dizer quais?

– O “pra sempre”, deixa de custar caro. Voce pode, enfim, usá-lo sem moderação.

– É porque ele se torna tangível, mensurável.

– O “pra sempre” se abrevia com o avanço da idade…Por exemplo, quantas vezes você quis dizer “eu te amo pra sempre” , ou “quero isso pra sempre” e se conteve, com medo de não honrar a promessa?
– Várias!
– Pois ficou mais fácil ceder a esse elã formidável. O risco de isso não ser verdade é bem menor que aos 20 anos. Aproveite.

Nesse momento, meu coração e eu nos entregamos juntos a uma morna e silenciosa gargalhada. Até que retomei a conversa:

– Mas o que exatamente isso tem a ver com meu domingo?

– Estou tentando convencer você a NÃO passar o dia como planejou. Pense bem: se você empregar menos tempo na ilusão de controle da existência, sobra mais tempo para a fruição dela. Sobra mais tempo pra viver.

– Na verdade eu só queria silêncio, hoje.

– Pronto: momento ideal pra ouvir o outro, pra meditar, pra me ouvir…

– Pra fazer planos…

– Ou não fazer nada…

– Quando não faço nada, faço planos.

– Eu sei que você gosta disso. É quase um hobby…

– Pena que que muitos não vão adiante. A empolgação cede aos obstáculos da realidade.

– Sua realidade não comporta seus sonhos?

– Ou meus sonhos é que não miram a realidade, não sei.

– Talvez seja só uma gestão imperfeita do entusiasmo principiante. Como é mesmo o nome da escritora belga que gostamos de ler?

– Amélie Nothomb.

– Aquela passagem que você anotou no seu caderninho, como é?

– “Me atinja no coração, é lá que mora o gênio” . Na verdade, essa é uma frase de Alfred de Musset, um expoente do romantismo literário francês do século XIX.

– O que quer dizer isso?

– Pelo que entendi, somos treinados a acreditar que os recursos estão no intelecto, e deixamos de procurá-los em outra esfera de cognição, mais emocional, mais intuitiva, talvez…

– Então te convido a me consultar antes de construir projetos. Depois, tente administrar com eficiência seu tempo, suas energias. Poupe, reabasteça.

– Como?

– O que a crise lhe ensinou sobre economia do combustível do carro?

– Evitar arranques frequentes, pisar no acelerador com delicadeza , manter estável a velocidade. E algo que soube outro dia, mesmo: pneus calibrados poupam gasolina.

– É preciso dar a partida, mas se for necessário impulsionar o veículo muitas vezes, haverá desperdício de combustível.

– Sim.

– Entende que ter que recomeçar a todo instante mina suas forças? O ímpeto é a faísca de desejo que quebra a inércia e promove a largada. Mas o querer firme, contínuo, sem grandes variações, aquilo que chamamos de força de vontade, é o que garante a realização do percurso.

– E os pneus, onde entram?

– Os pneus sustentam o movimento. Se não estão firmes, a máquina consome energias demais para rodar. É a importância de ajustar as bases, conquistar o apoio das pessoas que te cercam, de quem você depende, que dependem de você. Não deixe o sonho sem sustentação. Lutar contra as demandas alheias e do cotidiano dissipa a vontade.

– Os sonhos precisam se encaixar na nossa realidade…

– Sim. Caso contrário, algo precisa ser ajustado: o sonho ou a realidade.

– E como decidir no que mexer?

– Definindo prioridades. Pois é, nunca disse que seria fácil.

– Economia é emprego eficiente de recursos. E o reabastecimento?
Pra encher o tanque é preciso parar o veículo.

– A pausa!

– Mas e a continuidade?

– Pausa não significa descontinuação. As escolhas se debilitam, sim, nas interrupções, mas se fortalecem nas pausas. Letargia, abandono, desvio de rota, nada disso se parece
com a pausa, que aprovisiona, oxigena, inspira. Pense no que nutre sua alma. Essa é a pausa de que você precisa.

– O que alimenta meu ser é a meditação, a literatura, a família, a música, o cinema, a companhia dos amigos, as caminhadas na natureza, as conversas longas, os olhares demorados…

– Quando vier o cansaço, pare e repouse o espírito em tudo isso. Depois, retome o trajeto! A motivação talvez tenha arrefecido. É momento de amadurecer os anseios, de aceitar o passo a passo.

Lembra quando você decidiu correr? Na sua cabeça, você correria como uma atleta, linda, leve e lépida.

– Mas eu não era tão veloz como gostaria, e me cansava muito. As dores não estavam no script, nem os momentos em que precisava caminhar, o tédio…

– Desconstruir a idealização é o grande e necessário desafio. Acolher o que se tem de concreto. É o famoso “o que temos pra hoje”. Não adianta sonhar com o caminho, é preciso percorrê-lo, sentir a dureza do solo, a aridez do clima, os limites do corpo.

– Mas sabe que acabei me sentindo gratificada pelo esforço em si, pelos lentos e graduais progressos?

– Aceitar a realidade fez você ficar. Que bom, você conheceu a permanência.

– Eu queria falar de uma angústia. É o desconforto de uma ideia recorrente, o pesar pelas oportunidades que deixei passar, o receio de ser tarde demais para recomeços.

– Seria o medo da morte?

– Não. Nada a ver. Não tenho medo de morrer.

– Então por que a angústia com o tempo?

– Uma incômoda sensação de atraso me persegue. Vergonha do que deveria ter feito antes, receio de fazer errado a essa altura do campeonato.

– Vamos às simplificações?

– Sim.

– Você não fez. E a idade não vai impedir você de errar.

– Agradeço.

– Não quero ser duro, muito pelo contrário. Para seu próprio bem, calce as sandálias da humildade e…Faça! Os únicos limites reais são a morte e a demência. Qualquer outro entrave é imaginário.

– Mas o escrutínio do outro inibe, perturba.

– Não é o SEU próprio olhar sobre si? O que imagina ser julgamento alheio talvez venha de você. Não de mim, seu coração, nunca! É daquela que agora cochila: a mente, suposta senhora da razão. Saia já desse lugar, ele sorve absurdamente o melhor do seu ânimo vital.

– Ah, o tempo… Que relação contraditória e imperfeita temos com ele…Às vezes nos sentimos eternos, outras vezes, atrasados em nossas próprias vidas.

– É sempre tempo de pegar a estrada. O caminho…. Nada mais seu que sua trajetória! É isso que te constitui. Segue.

– “Não tenho medo de envelhecer. Tenho medo de ser velho” . Esqueci de quem é essa frase…

– É bem isso: ser velho é perder a capacidade de se surpreender. Repare na maioria das pessoas idosas, em como elas tendem a fazer tudo igual.
Envelhecemos criando antídotos contra a novidade, talvez para nos proteger de qualquer remorso. Mas é um reflexo errado, que só nos aproxima da decadência.

– Tudo que eu não quero é ser uma velhinha chata, repetitiva…

– Qualquer perplexidade, assombro ou fascínio, é anti-oxidante para o cérebro.
Falar menos, ouvir mais. Economizar palavras, distribuir ouvidos. Pemitir-se conhecer impressões e histórias diferentes .

– E a alegria de viver? Como cultivá-la, apesar do tempo que nos extrai pessoas queridas, ameaça o vigor, a saúde do corpo, a higidez do pensamento?

– É possível. De novo: não é fácil. Mas é o único jeito.

– Qual?

– Sonhar e acreditar. Na vida, no mundo, nas pessoas, nos sentimentos, no amanhã, em nós mesmos.

– E o que mais?

– Acreditar de novo. E sonhar outra vez. Perseverar na crença. Reincidir no sonho. Teimosa e reiteradamente. Até o último sopro de vida. Pra sempre.

Vamos?

Assim caminha a humanidade: com muita exposição e pouca privacidade.

Assim caminha a humanidade: com muita exposição e pouca privacidade.

Tempos atrás encontrei uma colega que não via há meses. No meio da conversa animada ela me falou que eu deveria postar mais coisas sobre mim, para que as pessoas ficassem sabendo o que acontece na minha vida.

Uau! Eu nem saberia explicar o que pensei. Fiquei olhando pra ela, sem dizer nada. Ela riu do meu embaraço e eu disse que iria pensar no caso. Fui pega desprevenida, não estava preparada para um pedido desses. Aliás, não achei que isso fosse pedido que se fizesse pra alguém. Todos os meus questionamentos giravam em torno da frase: A troco de quê eu faria isso?

Despedimo-nos e, desde então, tenho pensado sobre isso. Principalmente quando fico sabendo de todos os detalhes da vida de alguém, sem fazer nenhum esforço para isso. E quando digo todos os detalhes, quero dizer mais detalhes do que eu precisava saber. Vejo que muita gente ficou viciada em dar satisfação do que está fazendo. Se vai ao hospital, se pede um hambúrguer, se assiste a um filme… tudo precisa ser contado.

Às vezes tenho a impressão de que isso virou uma febre, uma regra de conduta, sobretudo para as vidas mais vazias.

Se a pessoa está se sentindo bem, posta logo uma foto. Se não está, foto seguida de frase de motivação. Se estiver sem assunto, foto dizendo que o sorriso é o segredo de tudo, ou foto de lado, ou em preto e branco ou de cabeça pra baixo. Importante é não passar em branco.

Às vezes, a vontade de dizer o que sente é tanta, que a pessoa não mede as palavras. O amor é um exagero, e a felicidade nem é tão rotineira como pretendem que seja. O amor acaba rápido ou muda de dono e ficamos embasbacados, porque não há compreensão que seja capaz de entender os motivos por trás desses desatinos todos.

E assim, caminha a humanidade, com muita exposição e pouca privacidade.

É claro que é legal ter alguma coisa pra contar, ou até pra desabafar. Ninguém vai dizer que isso é inconveniente ou indevido. Também não precisamos abominar as redes sociais, de forma alguma. Mas é preciso agir sem exagero, com limites e bom senso, senão não dá pra curtir.

Porque sim, todos querem acessar as redes sociais, mas não se pode querer saber tintim por tintim da vida de ninguém. É tanto mais do mesmo, que a gente tem vontade de colocar certas pessoas em soneca de 360 dias. Vale lembrar que nesses tempos atuais, as impressões que passamos através das redes sociais são, inevitavelmente, relevantes para nossa imagem pessoal.

Sem tantos assuntos, tem gente que força a barra. Cria polêmica, especula a vida de todo mundo, vive a vida dos outros. Esquece que a vida de verdade acontece sob o sol, do lado de fora da internet.

A vida é muito mais que o famoso ”o que você está pensando?”, e é muito mais intensa do que uma atualização de status poderia explicar. Tudo isso, é claro, desde que você esteja vivendo a sua vida, e fazendo isso do jeito certo.

Tá certo que as redes sociais tornaram-se uma espécie de opção de lazer para todos nós, mas ainda assim cabe um aviso: Viva bem sua vida, mas não a exponha demais.

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