Superar um relacionamento não é tentar provar ao outro que você está feliz.

Superar um relacionamento não é tentar provar ao outro que você está feliz.

Superar um relacionamento não é tentar provar ao outro que você está feliz. É estar feliz sem precisar provar isso para ninguém. Já acompanhei alguns términos de namoro e isso me fez perceber algumas coisas: Primeiro, cada um possui o seu tempo para sofrer. Cada um sofre a sua maneira. Tem gente que sofre calado, outros escancaram a tristeza. Tem gente que supera rapidamente, outros levam meses ou até anos. Mas o que não combina com a tal superação são as inúmeras tentativas pós-término de parecer “bem” e feliz quando, de fato, a pessoa não está.

Pessoas que postam fotos com sorrisos vibrantes, mas que por dentro se sentem vazias. Pessoas acompanhadas nas festas, mas que vivem e sentem a solidão de perto. Essa necessidade do ser humano de precisar demonstrar que está bem quando não está ainda vai longe. A verdade é que, quando superamos um relacionamento, ao contrário do que possa se pensar, não é necessário provar nada a ninguém. A nossa própria história e indiferença dão conta de transmitir essa mensagem ao mundo e a quem quiser ouvir. Sem precisar gritar, sem precisar fazer barulho.

Então, não serão frases postadas no Facebook ou fotos “felizes” no Instagram que darão o atestado de superação. Já ouviu dizer que carroça vazia é a que mais faz barulho? Pois bem, pós-término de namoro quem muito deseja provar acaba mostrando o contrário. Conheci pessoas que não sofreram muito com o término e que continuaram tocando a sua vida e entendendo que não deu certo. Outras fingiram estar bem quando estavam desmoronando. E esse “estar bem” era visto como forma de atacar o outro, como forma de mostrar que “tudo bem não ter dado certo com você eu estou melhor agora” quando de fato não estavam.

Não sou a favor do ficar morrendo de amores e todas essas tragédias de um adeus, de ficar se humilhando ou coisa do tipo. Eu só não acho válido tentar provar para o mundo que você superou algo que ainda está vivo em você. Essa autossabotagem só atinge a uma pessoa: você mesmo. Às vezes é preciso aceitar o que sentimos saber dos nossos limites e então só assim podemos decidir o que faremos com tudo o que estamos vivendo. Podemos tocar a vida sem fazer tanto alarde e causar barulho. Entenda: o amor começa por si mesmo. Ame-se. Respeite-se. Cuide-se. Não implore amor de ninguém. E quanto ao que você sente só diz respeito a uma pessoa: Você. Não se engane nem se sabote. Aceitar a realidade é um grande começo para recomeçar.

Imagem de capa: StockLite/shutterstock

Esgotamento psicológico: Nem sempre é fraqueza, às vezes é por ter sido “forte” demais.

Esgotamento psicológico: Nem sempre é fraqueza, às vezes é por ter sido “forte” demais.

Há momento em que desmoronamos por sermos fortes demais, por suportar demais. Ficamos disponíveis por muito tempo, assumimos muitas responsabilidades. Quando há muitos “demais” em nossas vidas o esgotamento psicológico torna-se normal.

O esgotamento psicológico é geralmente um processo lento que não percebemos. O problema é que explode em situações “sem importância” as quais, em outras circunstâncias, nem daríamos importância. A gota d´água pode ser qualquer coisa que nos impeça de avançar. Então, despencamos. Literalmente.

contioutra.com - Esgotamento psicológico: Nem sempre é fraqueza, às vezes é por ter sido “forte” demais.

O que é o esgotamento psicológico e quais são as suas causas.

O esgotamento psicológico é um estado de muito cansaço mental e emocional, diversas vezes acompanhado de falta de força física. Este estado de desgaste extremo é causado por excesso de recursos emocionais e cognitivos exigidos. Em outras palavras: Deixamos de dar conta de nós mesmos. É como uma sensação de “preguiça” ou “inércia” física e mental, um “peso” carregado no dia a dia.

As causas da exaustão psicológica são variáveis, embora em muitos casos há uma constante: Dar demais e receber muito pouco. O esgotamento aparece como resultado de uma entrega excessiva, seja no trabalho, aos outros, a um grande projeto. Mas também pode e aparece em situações cotidianas, tarefas rotineiras.

Na prática, é como se fizéssemos saques no nosso caixa emocional e não nos preocupássemos em obter alguma renda. Não descansamos o suficiente, dedicamos pouco tempo a nós mesmos ou recebemos pouco carinho de quem nos cerca.

Há também casos em que o cansaço mental é efeito de muitas mudanças, até mesmo positivas, em pouco tempo. Quando tudo acontece muito rápido, perdemos a habilidade de gerenciar e nos sentimos sobrecarregados. É quando a gente sente que tem tudo o que quer, mas na nossa cabeça parece ter um sensor avisando de que algo está errado.

Fadiga mental: Sintomas que indicam uma futura exaustão.

  1. Perda de energia. A sensação de exaustão geralmente se reflete primeiro fisicamente, por conta disso é normal que você se sinta sem disposição para levantar de manhã, parece que ao abrir os olhos é difícil ter coragem para o encarar o dia.

2. Irritabilidade. Um dos sintomas mais  óbvios do esgotamento é o nervosismo, irritabilidade, hipersensibilidade, porque você perde o autocontrole. Simultaneamente, passa a interpretar situações comuns como se fossem ameaças, o que faz você ficar na defensiva.

3. Insônia. É comum não conseguir dormir por conta de problemas mal resolvidos, e também que problemas sejam mal resolvidos por conta de noites ruins de sono. Um ciclo se forma.

4. Anedonia.  Você se torna incapaz de desfrutar das coisas que gostava de fazer. É como se você estivesse num limbo, flutuando, distante da realidade.

5. Perda de Motivação. Quando você está esgotado psicologicamente, é comum aparecerem sentimentos de desencanto, desespero, apatia. A motivação para se engajar em coisas novas sumir e você ficar estático diante da sua vida.

6. Falhas de atenção. Atenção é um dos primeiros processos psicológicos afetados pelo esgotamento. É provável esquecer mensagens, onde deixou algo importante. Isso acontece porque sua mente está saturada demais para continuar processando informações.

7. Pensamento Lento. O esgotamento afeta brutalmente a sua capacidade raciocínio. Aquilo que antes era uma moleza de fazer, passa a ser difícil porque seus processos cognitivos estão travando.

Quem são as pessoas mais vulneráveis ao Esgotamento Psicológico

Todos podemos nos esgotarmos psicologicamente, especialmente quando passamos por situações muito estressantes. Mas existem características de personalidade que tornam alguns mais vulneráveis que outros.

Como os perfeccionistas, pessoas com dificuldade para compartilhar tarefas, aqueles que possuem hipersensibilidade emocional e os chamados “mãos para toda obra” que se tornam incapazes de relaxar de seus afazeres. 

Remédios para fadiga mental: 5 regras a seguir.

Todos devem encontrar seu próprio remédio para seu esgotamento, o que significa que você deve detectar o que está te deixando assim. Lembre que há momentos que uma simples mudança de perspectiva já altera as coisas significativamente.

No entanto, aqui estão cinco boas lições para seguir:

  1. Descanse! Para ser eficaz e produtivo, você necessita de descanso. É fundamental encontrar um equilíbrio as obrigações e o tempo para ficar livre e descansar. Encontre tempo para relaxar, isso será como um investimento na sua saúde!
  2. Prioridades. O dia sempre vai ter apenas 24 horas, mesmo que você queira aumentá-lo. Por isso, deve aprender a ter contar não só as coisas que parecem urgentes, mas também as que de dão prazer e satisfação. Encher a sua vida apenas com tarefas que te provocam estresse é a receita para ter um esgotamento grave.
  3. Seja menos exigente consigo mesmo. Você não é um super homem ou uma super mulher, seja realista. Não há nada demais em se equivocar, ou que algumas coisas ainda não estejam como você gostaria. Não é desleixo, é sensatez.
  4. Seja mais compassivo. Relacione consigo mesmo de uma forma mais positiva e compassiva. Modelo o discurso sobre você mesmo para que tenha mais confiança, no lugar de se reprimir e fazer críticas pesadas demais. O que você fala para si mesmo pode te ajudar a ser mais leve.
  5. Reencontre-se! O esgotamento psicológico criar em torno de nós uma camada, cheia de angústias que nos fazem esquecer de nós mesmos. Por tanto, é importante que você encontre um espaço só seu. Algum momento que você encontre um espaço para se conectar com as suas necessidades.*

Imagem de capa: Shutterstock/Dmytro Zinkevych

Texto traduzido e adaptado de Rincon Psicologia

*  Não se esqueça. A psicoterapia é o caminho para entender como o esgotamento psicológico apresentado neste texto funciona de maneira específica na sua vida. Procurar um profissional da psicologia pode e deve te auxiliar bastante nestas questões.

6 maneiras que seu cérebro te engana sem que você perceba

6 maneiras que seu cérebro te engana sem que você perceba

Sinto lhe informar, mas você tem um menor controle da sua vida do que pensa que tem. Para justificar essa afirmativa, selecionamos 6 maneiras cientificamente comprovadas que o seu cérebro usa para te enganar sem que você perceba.

1 – Efeito do Espectador

Esse é um tanto triste. Por exemplo, se você está em uma multidão de pessoas e alguém cai, tendemos a acreditar, inconscientemente, que outra pessoa vai ajudar. O difícil é encontrar o “herói” para dar inicio ao movimento.

2 – Efeito de Destaque

Você provavelmente já se sentiu observado por alguém em qualquer situação né? Isso é chamado de “Efeito de Destaque”. Pensamos que somos o foco o tempo inteiro e que a todo instante as pessoas estão reparando em nós. Esse pensamento engana a nossa mente e nos faz acreditar que todos os nossos passos serão observados e julgados.

3 – Efeito de Desinibição Online

A mídia em massa contribuiu muito para esse efeito que está por trás dos “trolls” da internet e da prática e cyberbullying. Nas redes, onde podemos nos esconder atrás de um perfil virtual, tendemos a ser mais cruéis. Julgamos e somos mais duros com as pessoas do que seríamos na vida real.

4 – Efeito Líder de Torcida

Achamos as líderes de torcidas bem bonitas, não é mesmo? Talvez elas nem sejam, de fato, maravilhosas como pensamos. Isso faz parte desse efeito que nos faz acreditar que uma pessoa é excepcionalmente bonita por estar cercada por um grupo bonito.

5 – Efeito Dunning-Kruger

Isso é um tanto curioso. Você já percebeu alguma pessoa começando algo e se saindo melhor do que quem se dedica há anos e não consegue se destacar tão positivamente assim? Esse é o chamado “Efeito Dunning-Kruger”. Ele explica como os principiantes tendem a se sair melhor em um avanço num campo todo, pois não estão familiarizados com os limites e regulamentos que os profissionais já conhecem.

 

6 – Efeito Google

O Google existe já há algum tempo e desde então vem contribuindo para esse efeito. Tendemos a esquecer algo facilmente, pois sabemos que posteriormente poderemos encontrar tudo o que buscamos rapidamente. Esse é o motivo do efeito ganhar esse nome.

Os itens foram originalmente mencionados na publicação da revista Brightside  e traduzidos pela Fatos Desconhecidos.

Editorial CONTI outra. Imagem de capa: Aleshyn_Andrei/shutterstock

Não é que você não tenha tempo, é que não tem interesse

Não é que você não tenha tempo, é que não tem interesse

Ao invés de demonstrar um interesse fingido, comece a externalizar o que realmente sente. Pare de mentir para os outros e, principalmente, para você mesmo.

Sempre tem-se tempo para aquilo que queremos fazer. Porém, em ocasiões, usamos a desculpa da falta de tempo para não fazer as coisas pelas quais não temos interesse.

Por exemplo, talvez somos convidados a um jantar entre amigos, mas não queremos ir. Talvez estejamos cansados ou existam outras coisas que queremos fazer mais.

Então dizemos: “Ah, desculpa, não posso ir, não tenho tempo!”.

Nossos amigos podem pensar que isso é assim, mas, quando essa resposta se transforma em uma constante, algo está acontecendo.

Não finja que você está interessado

Fingir interesse por alguém ou por algo para, depois usar uma desculpa para não estar com a pessoa ou fazer algo que não estamos com vontade é consequência de desejarmos passar uma imagem que não corresponde com o que somos.

Queremos sem bem vistos, é assim que nos ensinaram, a não dizer “não”, a não negar diante de algo que é considerado socialmente aceitado.

Porém, aqui há um conflito entre o que é desejável e o que nós queremos. Se não desejarmos ficar com nossos amigos porque não temos vontade, é melhor dizer a verdade. Não devemos usar desculpas sobre um tempo que, na realidade, nós temos sim.

O pior disso não é que saibamos fingir bem, mas sim que acreditemos nesta mentira que contamos aos outros e a transformemos em nossa forma de agir.

Se nos descobrirem, perderemos a confiança daqueles a quem amamos porque não soubemos ser sinceros com eles e expressar nossas necessidades sem no sentirmos mal por isso.

Porém, é algo que temos que praticar, porque desde muito pequenos nos educaram para satisfazer as necessidades dos outros, mas não as próprias.

Você pode dizer “não” sem se sentir mal

Não nos educaram para dizer o que queremos, para expressar o que desejamos, para dizer “não” se é o que pensamos.

Educaram-nos no “sim” a tudo e nas desculpas quando isso não se corresponde com nossas necessidades. Estamos jogando para manter as aparências enquanto nos enganamos e, também, enganamos aos outros.

Dizer “não” faz com que nos sintamos mal, não só pelo fato de negarmos algo, mas sim pelo medo de como as outras pessoas vão reagir.

Porque essa falta de negação de nossos desejos faz com que criemos um mundo onde sabemos que, peçamos o que peçamos, a resposta será sempre sim.

Isso causa muitos problemas, pois no começo essas desculpas podem funcionar, mas depois as pessoas começam a perceber sua falta de interesse.

Isso faz com que você se sinta mal, mas… não é verdade que você também age assim? Ser consciente disso permitirá começar a agir de outra forma, não dar a desculpa da falta de tempo por pouco interesse em algo e começar a manifestar o que você quer e sente de verdade.

Comece a ser você mesmo

Comece a mostrar sua falta de interesse em um encontro social, para uma pessoa ou em qualquer outro cenário em que esteja, se assim você se sentir.

Não é necessário usar desculpas, porque vai ter que pôr muito cuidado para que ela não saia pela culatra. Do contrário, podem te descobrir!

A falta de tempo é muito usada, mas por acaso já não é hora de começarmos a ser sinceros? Sempre estamos pedindo que os outros sejam sinceros conosco e, em contrapartida, fazemos o contrário.

Diga “não” se você sente que deve, negue-se a fazer algo se não quer e, principalmente, seja honesto com todas aquelas pessoas que podem ter interesse em ficar com você ou em manter amizade ou relacionamento, para não machucá-las.

Ninguém tem porque supor que temos falta de interesse. Também não temos que mentir para nós mesmos dizendo que não temos tempo.

Fonte indicada: Melhor com Saúde

Imagem de capa: Antonio Guillem/Shutterstock

“Não estar no mesmo lugar que seu coração é nunca estar em casa”

“Não estar no mesmo lugar que seu coração é nunca estar em casa”

Às vezes demora. Demora muito. Custa, leva tempo, parece que não vai ter fim. Mas daí acontece. Assim, do nada. Feito mágica. Você acorda num dia e o coração está leve, a alma livre, a respiração solta e a mente em paz. Você desperta e se esquece que um dia pensou que não seria completa sem a sua dor. Você se olha no espelho e por trás do reflexo que denuncia ares de novidade, finalmente aceita com satisfação o novo estado do seu coração. Um coração tão acostumado com não-delicadezas para si mesmo, agora bate equilibrado e percebe o quanto relutou em seguir adiante de braço dado com a tranquilidade.

De repente tudo fica tão simples, tão bem resolvido, tão diferente e óbvio que até assusta. Você tenta entender porque não sente mais saudade, porque não sente mais falta, porque não dói mais e é difícil explicar. Mas acontece. Simplesmente acontece. Você olha aquela foto antiga, e aquela pessoa que foi tão importante há tanto tempo já não significa mais nada. Nadinha. E o medo que você tinha de se curar desse amor vai embora também, e só resta o alívio. É tão real que chega a ser assombroso. E você percebe que a vida é cheia disso: de coisas importantes que perdem a relevância.

Eu pensava que ficaria desamparada se me curasse. Pensava que todo aquele meu discurso de que a-vida-é-um-romance iria por água abaixo se me livrasse do desencanto. Achava que a saudade e a dor davam sentido aos meus dias, e me agarrava à falta e à imperfeição como quem acredita que uma alma incompleta é uma alma poética. Eu não sabia que poderia rimar poesia com teimosia. Teimosia em cultivar levezas; teimosia em me desvencilhar das mágoas do passado; teimosia em decidir não contar a história da dor como minha.

Às vezes leva tempo pra gente perceber que entendeu tudo errado. Que esteve procurando se sentir confortável na presença da dor, porque ela é mais certa e segura que a cura. Que desejou pouco da vida para evitar a frustração. Que não deu bandeira da felicidade pra não atrair negatividade. Que escolheu não se curar da falta para não se sentir vazio. Que preferiu gostar de alguém que não devolvia o amor na mesma medida para se defender de relações mais profundas. Que não quis entregar seu coração com sinceridade para não sentir vulnerabilidade.

“Não estar no mesmo lugar que seu coração é nunca estar em casa”. Li isso certa vez e acho que faz sentido. É o único jeito de não se enganar. É quando você decide que: ou faz as malas e se muda pra perto do seu coração ou faz ele desistir de permanecer em lugares que nunca mais poderá chegar. Pois cabe a você dizer ao coração que há lugares que deixaram de existir, lugares que só sobreviveram na memória, lugares que você está impossibilitado de voltar. Só assim você estará alinhado com sua paz. Só assim você se sentirá confortável. Só assim você finalmente descobrirá que de vez em quando é necessário ativar a chave do esquecimento para nos desligarmos de algumas coisas e nos conectamos verdadeiramente com aquilo que realmente importa…

Imagem de capa:  Chapurin Dmitry/Shutterstock

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A parábola dos morangos

A parábola dos morangos

Uma das parábolas mais ricas de ensinamentos que já li até hoje foi a dos morangos. Acho interessante perceber que pouquíssimas pessoas gostam dela. O motivo é bem simples, a maior parte das pessoas não a entendem, pois é extremamente subjetiva.

Vou fazer uma reflexão sobre ela e espero que você leia com bastante atenção e sem dispersões…

Os morangos

“Um sujeito estava caindo de um barranco e se agarrou às raízes de uma árvore. Em cima do barranco, havia um urso imenso querendo devorá-lo. O urso rosnava, mostrava os dentes, babava de ansiedade pelo prato que tinha à sua frente. Embaixo, prontas para engoli-lo quando caísse, estavam nada menos do que seis onças absolutamente famintas.

Ele erguia a cabeça, olhava para cima e via o urso rosnando.

Quando o urso dava uma folga, ouvia o urro das onças, próximas do seu pé.

As onças embaixo querendo comê-lo e o urso em cima querendo devorá-lo.

Em determinado momento, ele olhou para o lado esquerdo e viu um morango vermelho, lindo, com escamas douradas refletindo o sol.

Num esforço supremo, apoiou o seu corpo, sustentado pela mão direita, e, com a esquerda, pegou o morango.

Quando pôde olhá-lo melhor, ficou inebriado com a sua beleza. Então, levou o morango à boca e se deliciou com o sabor doce e suculento.

Foi um prazer supremo comer aquele morango tão gostoso.”

Talvez você pergunte: “Mas, e o urso?”

Dane-se o urso, coma o morango!

“E as onças?”

Azar das onças. Coma o morango!

Relaxe, e viva um dia de cada vez! Coma o morango!

Problemas acontecem na vida de todos nós, até o último suspiro.

Sempre existirão ursos querendo comer nossas cabeças e onças pulando para nos pegar pelos pés. Isso faz parte da vida e é importante que saibamos viver dentro desse cenário. Mas precisamos saber comer os morangos. A vida está acontecendo agora. Nesse exato momento deve haver um morango esperando por você. O melhor momento para ser feliz é agora. O futuro é uma ilusão que sempre será diferente do que imaginamos.

As pessoas visualizam metas e, quando as realizam, descobrem que elas não trouxeram a felicidade.

Elas esquecem que a felicidade é construída todos os dias.

Eu aqui, torço para que você descubra sua maneira de ser feliz!

Espero que coma os morangos…

*****

Muitos atribuem essa parábola ao escritor Roberto Shinyashiki, mas depois de muitas leituras descobri que não é dele a autoria. Para falar a verdade é muito difícil saber quem a criou, porque o mais provável é que tenha sido um mestre Zen da antiguidade.

Provavelmente você não saiba disso, mas o grandes mestres Zen eram tão humildes e tão desligados de seus egos que escreviam histórias, pintavam, criavam esculturas etc. e nunca identificavam. Toda identificação é uma manifestação do EGO. Muitos pensam que o ego é ruim, mas de certa forma ele é necessário, pois parte da nossa identidade se deve a ele.

Falei tudo isso apenas para que você saiba que essa parábola é muito, mas muito antiga meeeesmo!

Uma das principais ideias que ela transmite é que aprendamos a viver o HOJE, o AGORA.

Viver o hoje é comer os morangos da vida, independente de qual seja a nossa situação. Você percebe a situação do rapaz da parábola? Tenho certeza que sua vida não está em uma encruzilha tão grande como essa!

Os ursos que estão acima do barranco é o seu FUTURO, uma miragem. E as onças famintas abaixo é o seu passado querendo lhe agarrar pelos calcanhares para que você fique preso aos seus medos, às suas angústias, aos seus traumas, às suas conquistas etc.

O urso rosnava, mostrava os dentes, babava de ansiedade pelo prato que tinha à sua frente.

ANSIEDADE. Percebe? Como são as pessoas que ficam o tempo todo só pensando no futuro? São ansiosas! Ficam achando que tudo vai dar errado, que poderão perder o emprego, que as finanças ficarão no vermelho, que não será possível manter as condições de vida atuais, que a saúde poderá ser prejudicada. Calma! Calma! Tudo isso é só miragem!

Se você viver bem, com atenção, com foco, com tranquilidade, este momento, apenas este momento que você está vivendo hoje, agora! Não precisa ficar preocupado. O amanhã chegará muito mais lindo e florido do que você imagina. Tenho constatado isso o tempo todo na minha vida, e acho engraçado que mesmo entre pessoas que convivem comigo, algumas tem uma enorme dificuldade de entender isso que é tão simples! Tão simples…

“Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?
E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?
E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam;
E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.
Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?
Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?
Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;
Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.”

Jesus Cristo

******

Embaixo, prontas para engoli-lo quando caísse, estavam nada menos do que seis onças absolutamente famintas.

O mais fundamental nessa frase são essas duas palavras: QUANDO CAÍSSE. O que elas querem dizer?

Cair tem o sentido de sair do hoje, através do medo, da angústia e todos os sentimentos que já citei acima. Você cai sempre que sai do hoje. As onças querem lhe agarrar pelo calcanhar para você ficar remoendo o passado, remoendo tudo aquilo que jamais poderá ser mudado.

Você foi humilhado? E daí! Você não foi amado como gostaria de ter sido amado? E daí! Você não conseguiu passar naquele concurso especial com salário de R$ 10.000,00? E daí! Você perdeu a amizade de alguém que era muito querido para você? E daí!

O que está no passado deve estar no passado. Preste atenção! Veja os exemplos que dei! Se você foi humilhado é porque a outra pessoa não conseguiu enxergar o ouro maravilhoso que existe em sua interioridade.

Se você não foi amado como gostaria de ter sido amado, tenho que ser sincero com você. Foi porque você nem mesmo sabia o que é amar. Amor não é, nunca foi, nem nunca será um sentimento. O amor simplesmente é… E no dia que você entender isso, vai olhar para tudo que houve no passado sentindo uma paz sem medidas.

Se você não passou naquele concurso especial é exatamente porque ele não era o que você precisava para aquele momento. Entenda bem o que estou dizendo, para AQUELE MOMENTO. O hoje, que bati na tecla várias vezes.

Tomo por mim, não passei em vários concursos que tentei para minha área ultimamente. Mas em vez de ficar remoendo o passado, senti e continuo sentindo uma enorme GRATIDÃO. Porque talvez se estivesse trabalhando num emprego fixo e com carteira assinada, muito provavelmente você não estaria lendo esse texto AGORA. Você não percebe que Deus está em tudo isso? Falamos, falamos e falamos de Deus, mas ele está em tudo. É uma pena que nossa visão seja tão limitada…

Se você perdeu uma amizade que era especial, é porque sua vida e seus caminhos estão aos poucos lhe direcionando para onde o seu espírito deve se encaminhar, para onde você terá exatamente as experiências que precisa ter para evoluir como ser humano. Se prestássemos um pouquinho mais de atenção ao que o nosso coração nos diz, finalmente entenderíamos que cada pessoa tem um tempo na nossa vida, e é raro quando esse alguém é para a vida toda. Falei um pouco mais detalhadamente sobre isso nesse texto aqui embaixo. Recomendo fortemente a sua leitura…

Cada pessoa tem um tempo na nossa vida

Todos esses exemplos são do passado querendo lhe agarrar pelos calcanhares.

Antes de concluir. Quero falar algo interessante para você. Por que essa é uma parábola Zen? Por que no Zen Budismo, as parábolas são contadas para que você tome suas próprias conclusões. Escrevi esse texto contando tanta coisa sobre ela porque estamos no Ocidente, e nossa cultura precisa de explicações para tudo. Temos muita dificuldade de entender o que é dito para nós de forma subjetiva. Estou aqui para isso, para facilitar o entendimento daquilo que num primeiro momento parece obscuro.

Quem falava em parábolas o tempo todo era o mestre Jesus Cristo. Ele era uma mestre Zen, sabia disso? Ficou surpreso? Pois é! Dê uma lida com mais calma e atenção nas parábolas do evangelho e perceberá que todas levam a diversas interpretações e raramente Jesus explicava. Ele só dizia: “Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça”. Ouça aqui, ouça agora, no momento presente.

Tem mais! Essa parábola dá a impressão de que tem uma continuação, você não acha? E tem mesmo. Sabe qual é a continuação? Sua vida. Viva sua vida em plenitude e busque ficar mais atento às pequenas coisas, ao simples, às pequenas demandas do dia a dia. Mudando a sua perspectiva, toda a sua vida vai mudar naturalmente…

Pense sobre isso…

Imagem de capa: MTaitas/shutterstock

Quando não te amam, mas também não te deixam ir

Quando não te amam, mas também não te deixam ir

O amor sempre nos coloca em encruzilhadas, embora muitas delas sejam labirintos felizes. No entanto, às vezes essas confusões não são tão gratificantes. É o que acontece quando você está diante de uma daquelas pessoas que não te amam, mas tampouco te deixam ir.

Por um lado, você sente que essa pessoa não está realmente interessada em você. Não quer saber das suas necessidades, nem faz um esforço maior para fazê-lo feliz. No entanto, por outro lado, quando o copo transborda e você anuncia sua intenção de acabar com o relacionamento, ela faz centenas de promessas porque afirma que não quer perdê-lo.

Este conflito é desconcertante. Às vezes o leva a pensar que talvez quem esteja confuso é você. Apesar disso, você rapidamente retorna para ver sinais de que ela não te ama. E o ciclo começa novamente. O que fazer nesta situação angustiante?

“Quando não puder amar, passe longe.”
-Friedrich Nietzsche-

Como saber que não te amam

O amor sempre gera alguma dose de sofrimento. Mas, se for saudável, deve gerar muitos mais momentos de bem-estar do que de aflição. Também deve basear-se na clareza, embora isso não exclua dúvidas ou contradições de tempos em tempos. Em suma, o amor deve fazê-lo feliz.

A partir dessa ideia, você pode perceber que a pessoa não o ama quando há mais ansiedade do que calma. Quando você passa mais tempo sofrendo as ausências e mal-entendidos do que desfrutando da companhia de seu parceiro. Quando você para por um momento para pensar e percebe que não sabe mais o que é ter paz interior. Quando o tempo todo você sente furacões em seu coração.

Não te amam quando não prestam atenção suficiente em você. Também quando ignoram suas necessidades e seus sentimentos. Ou quando você é subestimado, rejeitado ou criticado. É sempre fácil saber quando não te amam. O difícil é terminar o relacionamento e tomar decisões diante dele.

Por que não te deixam ir?

O que sempre surpreende é que, apesar de a pessoa não te amar, não o deixa ir. Isso o confunde. Se você ama essa pessoa, acaba convencendo-se de que você também é amado, embora de uma maneira estranha. Prova disso é que ela não permite que você termine o relacionamento. Por que isso acontece?

As principais razões para isso acontecer são três:

Uma necessidade egoísta. A outra pessoa sabe que não o ama, mas também sente que precisa de você. Talvez não saiba como lidar com a solidão e não encontrou um novo parceiro. Se o fizer, não hesitará em terminar com você.

Possessividade e egocentrismo. Muitas pessoas não toleram a ideia de que alguém ocupe seu lugar. Assumem que seu parceiro é como uma posse que não devem perder. O medo de que você obtenha um novo parceiro e gere uma ferida narcisista é o que não permite que te deixem ir.

Falta de maturidade. Talvez o que acontece seja simplesmente que a outra pessoa não tem ideia do significado de amar os outros. Ela gosta de ser amada, mas não sabe como corresponder.

O comum em relação a tudo isso é que se trata de uma posição egoísta. O casal coloca suas próprias necessidades acima das outras. É por isso que não se importa de lhe fazer mal, desde que não tenha que assumir suas deficiências ou limitações.

Como superar esta situação

Se estiver em uma situação como essa, é aconselhável não deixar passar mais tempo sem colocar as coisas em ordem. Nada de bom pode sair de um relacionamento assimétrico. Pelo contrário. O comum é que tudo comece a se problematizar cada vez mais, gerando muitos maus momentos, além de inseguranças e estagnação.

A primeira coisa é analisar a situação e definir se realmente não te amam. Não se deixe levar pela vitimização. Basta refletir e determinar se o seu parceiro realmente se interessa por você e enriquece sua vida. Caso contrário, é melhor propor um diálogo franco. Indique seus próprios motivos e tente entender os motivos dos outros. É possível que a outra pessoa nem entenda por que age do jeito que faz.

O que se segue é deixar essa pessoa. Apague-a da sua vida, usando todos os mecanismos que você tem à sua disposição. Um relacionamento como esse não vale a pena. Dói, limita e você pode acabar adoecendo. Se você acha que é impossível terminar, que não tolera a dor de deixá-la, é hora de pedir ajuda. Isso não é amor. No fundo existem outras razões.

Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa

Imagem de capa:Alfa Photostudio/Shutterstock

Não tente silenciar. Tente se desapegar!

Não tente silenciar. Tente se desapegar!

Você jamais vai conseguir deixar de pensar em algo ou em alguém. Isso é torturante! Não querer pensar é ativar o botão do pensar sequencialmente.

Não agimos assim – “não pense!” e pronto, está decretado. É muito pelo contrário… Temos um dispositivo cerebral que vai contra regramentos do não fazer e pensar. Somos teimosos por natureza, aliás, rebeldes.

Fale a uma criança que ela não pode fazer algo que ela imediatamente ficará tentada a fazer justamente o probidio. Ela ficará curiosa. Proíba alguém de fazer alguma coisa que aquilo será seu maior objeto de desejo.;
Quando temos a sensação de “estar preso” , tomamos um movimento de busca pela liberdade, mesmo que de forma inconsciente, e fazemos aquilo que não podemos para nos libertar de regramentos e imposições. Somos mesmo rebeldes por natureza, apesar de todas as crenças e fatores limitantes.

“Não pense na cor azul!” – Que cor vem a sua mente nesse momento?

Não dá pra negar. Nossa mente não aceita o não – pra ela o efeito é espelhado- ela transformará em sim!
Casamentos trazem esta condição – Você não pode trair! E o que mais se vê por aí são pulos de cerca e relações por baixo dos panos.

A liberdade deve ser uma condição dada ao indivíduo para que ele possa, por meio do seu livre-arbítrio, agir por vontade própria, guiado pelo seu caráter, e livre escolha, sem apego ou condições. Quanto mais preso, mais vontade de liberdade ele terá.

E os pensamentos são assim. Deixe-os. Soltar é melhor que proibir. Não tente silenciar, busque desapegar.
Se algum pensamento te incomoda e você força o não pensar, você estará fazendo exatamente o contrário – produzindo mais pensamento em relação a determinada coisa ou pessoa.

Um exercício bom para o soltar e desapegar é a própria respiração. Além de ser de graça é eficaz e natural.
Inale tudo isso que você quer soltar no seu lado direito, e a medida que for girando sua cabeça pro lado esquerdo, vá soltando tudo para o universo. Se estiver na natureza, coloque seus pés descalços na terra e aterre tudo o que você deseja liberar. Imagine isso! Solte! Libere!

Inale e solte.

Faça isso toda vez que quiser desapegar de algum pensamento viciante!

Tome esta prática!

Relaxe! E nesse momento, ocupe sua mente com algo produtivo e feliz pra você! Cante, dance, pinte, escreva, sorria, agradeça as coisas boas da sua vida. Sorria mesmo que forçosamente pois neste movimento muscular, seu corpo vai entender que está feliz e enviar hormônios da felicidade para seu corpo.

Desautomatize sua mente!

Busque a meditação também como caminho de transformação.

E lembre-se que, meditar não é deixar de pensar. Isso é coisa de mente iluminada. Enquanto não chegamos lá, vamos apenas trazer mais descanso para esta nossa tecnologia biológica, nos dando alguns minutos de meditação e mantendo assim uma mente mais vigilante, atenta e controlada.

Pratique! Você pode transformar a sua realidade a partir de você.

Imagem de capa: Nickolya/shutterstock

Troco relacionamento sério por relacionamento feliz

Troco relacionamento sério por relacionamento feliz

Não fiquem bravos comigo, mas sempre que leio ou ouço a expressão “relacionamento sério” me vem à mente a ideia de uma relação cheia de formalidades, algo do tipo “sim, senhor meu marido” ou “vá se lavar que hoje eu vou lhe usar” (risos).

É que meu conceito de relacionamento sério é diferente, acredito.

Para mim, amor gostoso é cheio de leveza e improviso. Se algo precisa ser sério nesse contexto é a vontade de ser e fazer o outro feliz. E, não nos iludamos acreditando que um status nas redes sociais seja capaz de “blindar” o relacionamento entre duas pessoas.

O que blinda um vínculo dessa natureza é o amor recíproco, é a ausência de dúvidas e a certeza do querer sem reservas.

Amor gostoso é quando não precisamos nos explicar socialmente, é quando o acordo fica estabelecido entre os dois corações e isso basta. Um amor delicioso tem a ver com aquela viagem de carro com direito à parada num fim de uma tarde morna, numa cidadezinha qualquer desse Brasil, para assistir ao pôr do sol, enquanto observam-se os cachorros deitados curtindo preguiça embaixo de um pé de flamboyant, que faz sombra frente à vendinha que tem aquelas iguarias gostosas.

Um amor para recordar tem textura de lençóis de cetim e também de areia do mar. Amor inesquecível é aquele que causa frio na barriga quando vem à memória ainda que depois de décadas.

Amor especial é aquele que nos tira do prumo, desalinha os nossos passos e nos coloca diante de sensações e sentimentos que sequer imaginávamos possíveis.

Amor que dá sentido à nossa existência é aquele que nos resgata, que nos apresenta ou nos devolve uma euforia, chega a nos assustar, e pouco importa se vai durar uma semana ou uma vida, as digitais ficarão em nós.

Imagem de capa: BlackbourneA/shutterstock

Cozinhei as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de Paola Carosella.

Cozinhei as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de Paola Carosella.

Por Rodrigo Vilasbôas

Finalizei o projeto “Gratidão de todas as sextas”. Cozinhei as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de Paola Carosella. Me comprometi, no dia 11/11/2016 (clique aqui e veja como tudo começou) a cozinhar todas as receitas e ir postando (no meu blog e Instagram) toda sexta-feira o resultado daquilo que foi feito na semana, e assim foi. Estou aqui pensando em como, em um texto de finalização, significar e registrar tudo que esse projeto foi, daí me ocorre que faz sentido começar esse texto falando do fim do projeto, da receita 94/94: O Pão Arturito – Eu levei 15 dias e 17 horas para fazer essa receita (o pão, em muitos sentidos, é o senhor do tempo), e quando acabei consegui firmemente compreender a maior lição do livro: O valor do tempo. É isso. É sobre isso que o livro é: Tempo, vida e cozinha – porque foi uma COZINHEIRA (em caps, para ser verossímel) que escreveu sobre tempo e vida, e ela fez isso através da cozinha.

O livro “Todas as sextas” é o primeiro livro de Paola Carosella. Ele é composto de um relato autobiográfico profundo e de 94 receitas – cada uma delas trazendo uma reflexão e uma conexão com a história da cozinheira. Não é um livro culinário qualquer.  As receitas nos fazem questionar nossas escolhas e hábitos, nos incomodam e nos movimentam. Para prepará-las tudo começava com a busca pelos ingredientes,  e essa era uma etapa muito séria, porque Paola no livro é convicta ao falar da importância dos ingredientes – tinham que ser ovos de galinha de vida digna, carnes de animais que também tiveram vidas dignas, frutas e legumes plantados e cuidados por pessoas que fazem do jeito honesto o que fazem, farinhas vendidas por pessoas que tenham “olhos de pessoas do bem”, confiáveis – e eu não estava afim de contrariar as indicações, eu queria fazer direito para aprender de verdade o que estava ali sendo dito, então foram muitas caminhadas por São Paulo para encontrar os ingredientes certos. Após ter encontrado tudo para cada receita, na hora de cozinhar eu tinha que escolher uma panela que eu tivesse carinho (afeto importa), tinha que tratar os ingredientes respeitando seu tempo de descanso (alguns precisavam de 1 hora, outros de 24 horas, outros de 15 dias). Eu também tinha que entender o valor do fogo baixo e do tempo lento de cozimento, nada de pressa e pressão. Para servir o prato, tinha que ser também numa louça bonitaeu tinha que ser atencioso e gentil com a refeição, a cada instante – e comer tudo isso no final era quase sempre uma oração, uma recompensa e reflexão profunda do que implicava todo o processo – e do que ia sendo transformado em mim enquanto eu transformava ingredientes desse jeito.

Cozinhar desse jeito muda a gente, não tem como sair igualzinho. Para fazer tudo isso antes de qualquer coisa eu tive que “parar” – frear a velocidade desse mundo rápido e agressivo que vivemos para experimentar, através das receitas, uma outra experiência de tempo – um tempo lento, que corre diferente, que precisa respeitar o tempo dos processos naturais, um tempo que me fez pensar em como eu estava usando e experimentando o próprio tempo da minha existência. A verdade é que eu entendi mais do que nunca o quanto perdemos por causa da nossa pressa, da nossa incompreensão das coisas e do tempo que elas precisam levar para ficarem prontas. Cozinhando assim, eu tive então “tempo” de pensar na minha relação com a natureza quando escolhia ingredientes e quando os tratava de determinado modo, tive tempo de compreender o que de bonito acontece quando esperamos, tive tempo de me acalmar depois de dias complicados enquanto estava ali, cortando uma cebola, por exemplo.  Tive tempo de pensar no quanto minhas escolhas impactam o mundo que eu habito. Tive tempo de pensar nos meus afetos e elaborá-los, enquanto construía uma refeição com minhas mãos. Tive tempo, inclusive, de me lembrar do quanto a cozinha é simbólica na minha vida e é, há tantos anos, o meu divã – lugar onde eu sempre pude me encontrar em paz comigo mesmo.

O livro fala muitas vezes da importância de fazer artesanalmente – com as nossas mãos – aquilo que vamos comer. Eu acredito de verdade que existe uma via terapêutica em fazer artesanalmente algo que normalmente compramos pronto no mercado. É uma via que te permite autonomia e apropriação de um processo que normalmente você deixa que façam por você. Isso também é transformador, existe uma auto-realização grande em terminar uma refeição e falar no final: Eu que fiz, cada detalhe, do inicio ao fim, eu construí e transformei isso, estou implicado na coisa. A gente registra no nosso psiquismo coisas muito importantes quando nos vemos implicados nas coisas.

Fazer as receitas do modo como Paola conta também me permitiu pensar em tantos aspectos sociais, no modo como temos tratado o mundo e como temos nos relacionado com as pessoas. Quando escolho comprar de um pequeno produtor o que meu dinheiro incentiva? Quando escolho alimentos orgânicos o que ajudo a manter com meu ato? Há muito a se pensar, comer é um ato político e nossas escolhas conduzem o lugar social das coisas. Temos mais poder do que pensamos. O livro “Todas as sextas” também é um alerta, sutil e gentil, mas um alerta.

Quando comecei o projeto, estava envolvido por um sentimento muito forte de gratidão. Ao ler o inicio do livro, que é composto de um relato autobiográfico de Paola, muitas coisas na minha história foram tocadas. O mais legal de admirar pessoas é em algum momento notar o que essas pessoas que admiramos podem nos revelar de nós a nós mesmos – se conduzirmos de uma forma boa, admirar alguém é algo que revela algo muito importante sobre nós,  algo que muitas vezes não reconhecemos como nosso, mas que é. O outro ajuda a gente a notar. No meio desse insight e gratidão por Paola ter feito uma obra tão generosa e honesta, eu quis cozinhar o livro inteiro. Era para agradecer, para aprender, para ter um propósito novo. Hoje sei que era mesmo preciso cozinhar o livro todo, porque era preciso que eu me encontrasse com tudo isso. Me sinto mais convicto em relação ao modo como escrevo, com cozinho e até como faço meu trabalho como psicólogo – pude pensar em tudo que a cozinha, de um jeito metafórico e profundo, me faz pensar – porque quando a gente entende melhor o valor do tempo, tudo muda.

O projeto “Gratidão de todas as sextas” nasceu de um encontro – do meu com o livro. Mas ele gerou muitos outros encontros. Através do meu Instagram, milhares de pessoas acompanharam as postagens e compartilharam comigo o que sentiam com elas. A troca de narrativas que o projeto gerou e o alcance que ele teve me surpreendeu e me emocionou muito. Então tudo começou a ser algo maior e com mais sentido, onde quem ia acompanhando ia se transformando junto comigo, repensando sua relação com a comida e com o tempo. O projeto foi feito de encontros que deixaram muitas marcas. Pensar nisso me emociona muito, vai pra sempre emocionar.

Existe sim uma semelhança nesse projeto com o que Julie Powell fez com o livro de receitas de Julia Child – Vemos essa história no livro e filme Julie & Julia, que conta como Julie decidiu cozinhar as 524 receitas do livro de Julia em 365 dias. Essa história também me inspira, porque assim como Julie eu também fui salvo de uma vida um pouco triste e sem cor quando decidi que precisava cozinhar e escrever (quando o blog nasceu, aliás). Mas aqui, Paola foi minha Julia e “Todas as sextas” foi meu “Mastering the Art of French Cooking”.

Enfim, é isso. Acabaram as 94. Algumas acertei muito que pulei de emoção, outras errei bastante. Todas me ensinaram muito. Eu tenho tanta coisa ainda pra dizer desse projeto, mas acho que isso não se encerra nunca, não cabe num texto, cabe dentro de mim e da bagagem que levo agora. Eu tive sucesso no projeto – mas um conceito diferente de sucesso. No mundo onde tempo é dinheiro, sucesso tem a ver com velocidade, rapidez, lucro em menos tempo e etc – e esse tipo de “sucesso” pode ser um slogan aniquilador e vazio. O sucesso que eu tive no projeto veio da calma e do tempo que corre diferente, veio das caminhadas longas por São Paulo buscando ingredientes, veio das tardes calmas esperando a panela cozinhar durante horas, do tempo que eu tinha enquanto esperava perto da panela e podia pensar nas coisas da vida, veio da emoção de compartilhar, veio da alegria de sentar e comer na mesa todas as receitas com alguém que eu amava. O sucesso veio de parar, respirar fundo, fazer, depois apreciar, e guardar pra sempre. O nome dessa história é gratidão. Como em todos os dias em que cozinhei cada uma das receitas, hoje eu só queria agradecer.

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Olhando na categoria do blog chamada “Gratidão de todas as sextas” você encontra todas as postagens, de cada uma das receitas. No meu Instagram também tem tudo lá. Também é possível encontrar os posts na hashtag #gratidaodetodasassextas .

Fotógrafo prova que gêmeos idênticos possuem diferenças sutis, mas perceptíveis

Fotógrafo prova que gêmeos idênticos possuem diferenças sutis, mas perceptíveis

O fotógrafo inglês Peter Zelewski realizou um ensaio chamado Alike But Not Alike. Nele, sua câmera captura as diferenças sutis existentes entre gêmeos idênticos.

O objetivo do fotógrafo é revelar que, mesmo parecendo iguais, cada um dos gêmeos é um indivíduo e possui algo que o diferencia e o torna único e interessante.

Abaixo, confira as 20 fotos apresentadas e conheça esses seres inigualáveis.

# 1 Joe e Duque

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# 2 Chloe e Leah

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# 3 Reggie e Mickie

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# 4 Aveah e Anaiah

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# 5 Delilah e Tullulah

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# 6 Ronja And Vår

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# 7 Tomo e Lorenzo

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# 8 Cristian e George

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# 9 Devontay e Dijon

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# 10 Kira e Taya

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# 11 Hermon e Heroda

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# 12 Yasmin e Leylah

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# 13 Orla e Clara

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# 14 Polly e Sophie

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# 15 Irene e Sharon

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# 16 Rebecca E Edwina

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# 17 Sharmeena e Ridhwana

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# 18 Katerina e Maria

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# 19 Jerome e Joel

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# 20 Callum e Max

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Todos as imagens podem ser encontradas no site oficial do Fotógrafo.

Você não precisa gostar de Anitta, mas eu te ofereço 6 motivos para admirá-la.

Você não precisa gostar de Anitta, mas eu te ofereço 6 motivos para admirá-la.

Você não precisa gostar de Anitta, mas a partir dos tópicos abaixo, nós aqui da CONTI outra, queremos te mostrar alguns motivos para admirá-la.

1- Anitta é uma pessoa inteligente e determinada

Anitta, aos 8 anos, começou a cantar no coral da Igreja Santa Luzia no bairro Honório Gurgel no Rio de Janeiro. Ela era determinada, queria ser bem sucedida e era considerada uma ótima aluna. Estudou Adminstração, o que com certeza a ajudou a fazer boas escolhas em sua carreira. A cantora também já chamou a atenção nacional e internacional por seu inglês praticamente perfeito.

2- Anitta usa de sua expressividade para dar luz a inclusão

A cantora já colocou em destaque dançarinas plus size e pessoas com deficiência física. Mesmo criticada e acusada de oportunismo, a ação foi reconhecida pelo público geral que compreendeu a ação com inclusiva e rompedora de tabus.

3- Anitta é uma amiga generosa e sem preconceitos

Não foi uma e nem duas vezes que Pabllo Vittar, Ludmilla , IZA agradeceram publicamente a cantora pelas portas e oportunidades que a amiga deu a suas carreiras nacional e internacional.

4- Aumentou a expressividade da música brasileira e ganhou prêmios inéditos

Basta fazer uma pesquisa na internet para observar que a sequência dos sucessos e  inúmeras premiações nacionais e internacionais coloca a cantora longe ideia de efemeridade.

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5- Anitta tem brio

Mulher de opinião formada, Anitta posiciona-se quando criticada e revela que, mesmo com apenas 25 anos, sabe o que quer e exige ser respeitada por isso.

6- Adaptabilidade

Provou que é possível aliar movimentos culturais, sensualidade e inteligência para trilhar uma carreira consistente. Conquistou seu espaço e, gradativamente, ganha cada vez mais respeito por conseguir quebrar o estigma de que é “só um objeto sensual” e descantável. Anitta provou ser uma mulher, que canta bem, sabe dançar, é forte e admirável.

Ou seja, Anitta mostrou para todos que, independente de seus gostos musicais, sua carreira e pessoa merecem respeito. E nós a admiramos por isso!

Imagens: reprodução

Seja legal, o mundo é uma casa pequena!

Seja legal, o mundo é uma casa pequena!

Tanto faz se você está vivendo o melhor ou o pior momento da sua vida; uma coisa é certa: ele vai passar.

Pode ser, inclusive, que você esteja exatamente no meio de uma daquelas fases de “chove não molha”, aqueles momentos, meio sem graça, em que não acontece nada de mais, nem para bom, nem para ruim. Pois, acredite, esses momentos de marasmo aparente são absolutamente necessários. Nenhum de nós suportaria viver uma vida inteira em clímax; seria desgastante demais, tenso demais, forte demais.

As pausas ajudam a gente a saborear os momentos de glória e a digerir os momentos de aperto. É nas pausas que encontramos tempo para olhar como quem olha de fora. Aproveitemos, pois, para curti-las. Porque assim como o deleite e os perrengues, as pausas também vão passar.

E se há uma coisa que vale a pena aprender nessa vida é essa estranha mania que as coisas têm de serem passageiras. Encare a vida como uma viagem de trem. Haverá paragens onde você consideraria morar para sempre, há outras que você nem se lembra mais, e há aquelas que te fizeram querer acelerar o relógio, fazer o tempo ter pressa de passar. No entanto, independente da sua vontade de manipular o destino, seu trem não é capaz de andar fora dos trilhos, certo?

Sendo assim, pare de embirrar com a vida; pare de negar seus escombros, pare de amaldiçoar seus desafetos, pare de querer o que já não tem, pare de teimar em acreditar que tudo o que você perdeu era perfeito – porque NÃO ERA! E sobretudo, pare de renegar a sua beleza, bem como a sua face horrorosa; as duas são suas, as duas te representam, as duas são a construção caótica e linda da sua história; são a sua maneira única de se expressar no mundo.

E sabe… tem gente que vai te amar intensamente, tem gente que vai te odiar com delírio, tem gente que vai te ignorar solenemente, tem gente que vai lembrar de você com um sorriso nos lábios e o coração grato, tem gente que vai preferir nunca ter te conhecido… porque a depender da circunstância da vida, da hora ou do nosso escopo psicológico, haveremos de oferecer a beleza ou a feiura. E tudo bem! Tudo bem MESMO!

Entretanto, essa instabilidade irrefutável; essa nuance misturada de alguns de você morando no mesmo corpo e na mesma alma; essa indiscutível metamorfose humana não podem servir de desculpa, pretexto ou argumento para que você saia por aí acreditando que seus erros serão sempre perdoados, ou que os outros têm obrigação de te receber com abraços de amor, depois de você ter lhes mostrado o seu mais elaborado e pérfido “lado monstro”.

Tudo, absolutamente tudo o que sair de você como ações ou palavras, terão passado antes pelo teu crivo mental, emocional e espiritual. Atos e palavras são manifestações pétreas dos nossos pensamentos.

Então… não custa nada refletir um bocadinho, antes de distribuir desafetos por todos os cantos do mundo. As memórias dos outros sobre nós costumam ter longa duração quando pisamos na bola e pouquíssima duração, quando marcamos um GOL!

Seja legal, o mundo é uma casa muito pequena. Quarto, sala, cozinha e banheiro, tudo junto num só planeta. Difícil guardar segredos num espaço tão partilhado, difícil arranjar tantos tapetinhos sob os quais se possa esconder a sujeira. No fim das contas, o que vale é ter a certeza de que tudo o que infringimos ao outro é aquilo que foi ordenado pelo nosso coração, mas que antes, foi arquitetado pela nossa razão. A resposta? A resposta é olhar no espelho e ser capaz de ter amor por este outro que te contempla ali do outro lado. E lembrar-se SEMPRE: Ama-se o que se admira e o que merece o nosso respeito! O resto, é confusão mental.

Imagem de capa meramente ilustrativa: cena do filme “Gravidade”

Deusa Ostara e a Páscoa

Deusa Ostara e a Páscoa

Sabemos que na comemoração da Páscoa há o renascimento de Jesus e que se trocam ovos de chocolate, e que principalmente esses ovos são trazidos pelo coelho da Páscoa.

Contudo essa tradição não é cristã. A igreja incorporou os símbolos de uma antiga tradição pagã à ressureição de Cristo. Na verdade, a Páscoa era um rito de fertilidade oferecido a deusa Ostara.

Eostre ou Ostara deusa nórdica da fertilidade e da aurora. Era chamada de “Madrugada radiante”.

Os festivais da deusa comemoravam o fim do inverno e o inicio da primavera, com a volta da fertilidade, vitalidade e alegria.

A Ostara era a quem se ofertava, no equinócio da primavera, flores e ovos coloridos para propiciar a fertilidade humana e animal, bem como a renovação.

contioutra.com - Deusa Ostara e a Páscoa

Os ovos pintados eram símbolos da fertilidade e da prosperidade. As vezes eram tingidos de vermelho e eram usados como amuletos da sorte.

Era tradicional a troca de ovos pintados, que serviam de presentes para parentes e amigos. Outro ritual era o de enterrar os ovos na terra como símbolo de fertilidade.

As mulheres assavam pães e roscas doces em forma de lebres, pois esse era o animal associado a deusa. A lebre é um animal fértil, prolifero e associado a Lua. Ou seja, um animal associado ao feminino, a Grande Mãe e aos instintos de procriação.

As procissões eram feitas por pessoas enfeitadas com guirlandas de flores e tocavam sinos.

O nome Ostara ou Eostre significa em alemão Ostern e em inglês Easter, e está associado ao hormônio feminino (estrogênio) e ao cio (estrum). Esse nome, os atributos simbólicos e os objetos festivos foram incorporados à Páscoa cristã. Contudo a igreja não explica a ligação estranha entre os ovos, o coelho e Jesus.

Eostre ou Ostara são associados etimologicamente a direção Leste e ao termo “glorioso” e “brilhante”.

Como imagem arquetípica, Ostara é muito forte ainda no imaginário coletivo. O ovo e o coelho continuam intensos como símbolos dessa renovação tão necessária para a psique humana.

Ostara era um dos aspectos da Deusa Frigga, a grande Rainha e Mãe dos deuses nórdicos.

contioutra.com - Deusa Ostara e a Páscoa

Frigga, como Grande Mãe, continha os três estágios da trajetória da mulher e também do ciclo de criação, destruição e renascimento da vida humana e também dos processos psíquicos. Esses estágios são: o juvenil, o maternal e como a anciã ou padroeira do tempo.

Ostara é o lado juvenil da Grande Mãe, o estágio virginal que renasce pronta para ser fertilizada.

Ela é o aspecto da matéria e da alma humana que está pronta para a fertilização. Ela é o desejo em si. O estágio onde a libido está pronta para criar nova vida.

O símbolo da lebre, ou coelho, representa a proliferação instintiva presente na Grande Mãe e no matriarcado.

Do ponto de vista negativo, é o instinto pelo instinto, sem consciência. É o cio, o desejo pelo desejo, é indiscriminado e sem propósito. No positivo é a força que leva a criação de algo novo na realidade. É a renovação e a pureza.

O ovo é símbolo de fertilidade, da união do feminino e masculino, ou seja, um símbolo da totalidade.

 

Na alquimia corresponde a fase albedo, que ocorre após encararmos os infernos da nossa alma na nigredo (a noite escura da alma, o inverno, a sombra). É o renascimento e a purificação.

A Deusa Ostara representa o renascimento no ciclo da vida. O feminino é cíclico e ligado aos processos do corpo e do destino humano que é passar pelos três estágios: vida, crescimento e morte.

Passamos por diversos ciclos como esse durante a vida. Sempre que algo morre em nós, existe a possibilidade de uma renovação e Ostara estará presente. Após a morte existe a ressureição. E é isso que Ostara e a ressureição de Cristo nos ensinam na Páscoa.

Referências bibliográficas:
FAUR, M. Mistérios nórdicos: deuses, runas, magia, rituais. São Paulo: Pensamento, 2007.
FAUR, M. Ragnarök – O crepúsculo dos deuses. São Paulo: Cultrix, 2011.

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