Por que eu preciso da aprovação dos outros?

Por que eu preciso da aprovação dos outros?

Estava lendo o livro fantástico do pai da Psicanálise Sigmund Freud intitulado “Psicologia de grupo e análise do ego”, de 1921, e um trecho em especial me chamou bastante atenção e me inspirou a escrever o texto que você lê agora! O trecho diz o seguinte:

“Se um indivíduo abandona a sua distintividade num grupo e permite que seus membros o influenciem por sugestão, isso nos dá a impressão de que o faz por sentir necessidade de estar em harmonia com eles, de preferência a estar em oposição a eles, de maneira que, afinal de contas, talvez o faça ‘em consideração a eles’”.

Sigmund Freud

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Nestas poucas palavras ele faz uma dura crítica à falta de AUTENTICIDADE da grande maioria das pessoas, que têm medo de questionar, medo de duvidar, medo de bater de frente com ideias, posturas, dogmas, instituições e por aí vai…

Nessa hora eu acabo me lembrando de duas frases incríveis do grande Raul Seixas, que desde sempre batia de frente com o sistema e queria seguir as suas próprias regras e leis. As frases: “Não sei onde eu tô indo mas sei que eu tô no meu caminho, enquanto você me critica eu tô no meu caminho…”, da música “No fundo do quintal da escola”, e “Siga o seu próprio caminho pra ser feliz de verdade…”, da música “Messias Indeciso”.

Essas frases do Raul mostram claramente o quanto ele era corajoso no mais profundo da palavra, que significa “viver pelo coração”. Ele não estava nem aí para o que os outros achavam dele, dos seus pensamentos e das suas ideologias. Ele queria apenas viver e ser feliz ao modo dele.

Infelizmente, o que o Freud critica em todo esse livro dele são os comportamentos de massa, de rebanho, que entorpecem o nosso senso crítico e nosso poder de escolhas e decisões.

Ele discordava de forma ferrenha e eu sem medo algum concordo com ele. Não sou tão cético ao ponto de dizer que os grupos religiosos ou ideológicos não são bons de um modo geral, mas tenho bastante cautela em não aceitar cegamente o que eles propõem.

Meu intuito ao escrever esse texto é apenas lhe levar a fazer esses simples questionamentos: “Até que ponto eu estou pensando por mim e seguindo aquilo que eu acredito de fato, com sinceridade?”. Esse é o tipo de questionamento que pode deixar um fundamentalista religioso com muita raiva de mim, mas vem cá? Será que estou fazendo um questionamento tão errado assim? Tão afrontador assim? Será que é errado eu pensar com a minha própria cabeça e não com aquilo que os outros me dizem que é o certo? O verdadeiro? Vamos! Não tenha medo de se questionar! Se você está aqui e está lendo esse texto até agora é porque no fundo já vem pensando sobre isso, senão já teria fechado esta aba há muito tempo! hehehe

Preciso falar sobre um medo que assusta muita, mas muita gente. O MEDO DA SOLIDÃO. O Freud está falando sobre isso indiretamente nessas palavras.

As pessoas têm NECESSIDADE de estarem em harmonia com as outras do grupo em “consideração” a elas! Veja só! O Freud colocou entre aspas. Por que será hein? Pois é! Pra questionar o leitor!

Se elas têm necessidade de estar em harmonia com todas as outras do grupo é simplesmente porque têm MEDO de serem expulsas da comunidade, de serem execradas, de serem hostilizadas, de serem vistas com “olho torto”…

Esse medo vem da INSEGURANÇA do indivíduo e da falta de AUTOCONHECIMENTO. Se você se conhece com mais profundidade, você certamente se ama, se você se ama, não tem porque deixar de expressar o que sente de verdade porque pode ser desaprovado pelos outros, entende?

Ele fala sobre as influências por SUGESTÃO, esse é um fenômeno psicológico muito interessante e não aprofundarei aqui porque é muito amplo. Mas quando um grupo se junta num mesmo propósito, numa mesma filosofia, numa comunhão de pensamentos, o pensamento de um entra em ressonância com o do outro e do outro e do outro até que se torna uma força magnética gigantesca. E essa força gigantesca muitas vezes enfraquece ou até mesmo elimina o pensamento crítico individual!

Isso é típico das igrejas que tem um pastor que fala com empolgação e jubilo, dos templos com gurus cheios de discursos bonitos e bem articulados. Eles HIPNOTIZAM os seguidores sabia disso? Eles aprendem técnicas para prender a atenção com maestria e isso faz com que os indivíduos deixem de ser indivíduos e passem a ser um grupo de massa, cordeirinhos que seguem o pastor, o mestre, o guru, o “grande sábio”…

O Freud nessas poucas palavras está criticando tudo isso. O Raul nas suas músicas também. E eu, na carona dos dois, estou lhe levando a se questionar sobre coisas muito simples e básicas, mas que muitas vezes tem medo de se questionar!

O que acha de se permitir pensar por você mesmo? E se você for expulso dos lugares? E se não lhe quiserem por perto? Não tenha medo! Saiba de uma coisa! Essas pessoas não estavam com você pelo que você é em essência, estavam pelo que você representava, pelo papel que você desempenhava e não mais do que isso!

Se isso acontecer, saiba que foi uma libertação! Pode ser que você sofra, que fique triste, que tenha dúvidas ou até tenha alguma vontade de voltar atrás, mas isso passa, pode ter certeza!

Enfim! Há muito mais a ser refletido, explorado e aprofundado nessas palavras brilhantes do senhor Freud, mas deixo as reflexões com você agora!

“Siga o seu próprio caminho pra ser feliz de verdade…”.

Imagem de capa: everst/shutterstock

Reflexão de Santo Agostinho sobre a morte

Reflexão de Santo Agostinho sobre a morte

“A morte não é nada.

É somente uma passagem de uma dimensão para outra.

Eu somente passei para o outro lado do caminho. Eu estou, agora em uma outra vida, não podem atormentar essa minha passagem com tristeza e lágrimas.

Eu tenho que ter muita paz para purificar minha alma e andar tranqüilo pelos jardins da dimensão que me encontro.

Vocês são vocês. Estão vivos, a vida não pode parar porque um membro da família partiu. O que eu era para vocês, eu continuarei sendo.

Se dei bons exemplos, siga-os, se fui bom imitem-me, se deixei vocês com saudades, quando se lembrarem de mim façam uma oração, peçam meu descanso, meu repouso e que meu encontro com Deus, seja minha glória.

Me dêem o nome que vocês sempre me deram, falem comigo como vocês sempre fizeram.
As lágrimas de vocês me fazem um enorme mal, cada um de nós tem seu dia marcado, o meu veio agora.
Pensem simplesmente que nos encontraremos mais cedo ou mais tarde.

Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.

Que meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem diferença por eu não estar presente, não sai da vida de vocês porque quis, mas sim porque Deus determinou, aceitem para que eu não lamente, estar sendo motivo de sofrimento, pois jamais os magoaria por minha vontade.

Não tenham revoltas, não lamentem, apenas tentem compreender. Se não lembrarem de mim com alegria, vou ficar no meio do caminho, sem poder ir para onde tenho que ir, sabendo que nada posso fazer para voltar para vocês.

Não quero tristeza, não quero lágrimas, quero orações.

A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado.

Por que eu estaria fora de seus pensamentos, agora que estou apenas fora de suas vistas?
Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do caminho…

Vocês que ficaram, sigam em frente, a vida continua linda e bela como sempre foi “

Imagem de capa: The Rabbit Hole/shutterstock

Quase me suicidei por causa de um Sociopata…

Quase me suicidei por causa de um Sociopata…

…e as pessoas precisam saber como tudo acontece.

Acredito que os segredos só existem para que sejam relevados quando estivermos prontos. A ocultação de um relato o valoriza e até o santifica, pois, se rotineiramente consideramos muito importante aquilo do que mais falamos, talvez mais importante ainda sejam as coisas que não são ditas. O silêncio esconde as verdade mais inacessíveis: aquelas que, muitas vezes, não somos capazes de contar nem para nós mesmos.

Mas, se a palavra ainda não será dita em voz alta, ouso digitá-la e materializá-la em forma de letras. Gosto da ideia de transferir o sentido de algo tão meu utilizando-me de desenhos e códigos que outras pessoas podem entender. É magico como me descubro capaz de construir uma nova verdade, que talvez seja a verdade do que realmente aconteceu. Quem sabe, passado tanto tempo, tudo seja apenas uma verdade possível já adulterada pela minha memória. Talvez, ainda, seja uma verdade inventada para dar sentido ao grito mudo que desesperadamente busca vazão através das paredes altas, escuras e lisas que habitam a minha garganta, mas que terminam em um lugar além, no mundo externo.

Hoje, depois de alguns ano que tudo aconteceu no calendário, quero confidenciar uma história, e, para que ela seja compreendida em sua totalidade, preciso descrevê-la em sua sequência cronológica. Tenho que contar como tudo foi para que você compreenda como tudo é, pois nem sempre as coisas são o que aparentam ser.

Tenho que contar como tudo foi para que você compreenda como tudo é, pois nem sempre as coisas são o que aparentam ser.

Ela tem que fluir gradativa e graciosamente de dentro para fora. Ela tem que perceber a luz que mostrará seus contornos como o amanhecer que chega, e, aos poucos, vai clareando tudo. Suas pupilas terão que adaptar-se a exposição. Seu corpo reaprenderá a ter movimentos e, só então, ela estará pronta. Quando isso acontecer, ela te pegará pelas mãos e você saberá que aconteceu a conexão. Mas só quando ela finalmente se sentir livre!

***

A cultura e a sociedade nos dão proteção e um certo sentimento de aconchego quando nos dizem como as coisas devem ser. Assim, mesmo que você seja uma pessoa culta, crítica e inteligente, quando as coisas acontecem como “manda a etiqueta”, lá no fundo,  algo dentro de você acende o sinal verde, pois identifica que as coisas estão acontecendo dentro do script. Aí o seu cérebro querido- que adora uma “zona de conforto”- ativa o seu modo automático e você reduz as suas defesas.

Mas vamos aos fatos:

Disse o ditado que “o amigo do meu amigo é meu amigo”…e eu acreditei.

Informação 1

Uma das minhas melhores amigas o apresentou enchendo-o de predicados. A figura era bem afeiçoada. Era alto, caracterísitica que me chamava a atenção, e fez um comentário sagaz e divertido. Pronto, depois de meses sem cogitar a possibilidade de qualquer relacionamento, eis que a mosquinha do “Eu me interessei por você” me deu uma bela mordida.

Informação 2

Fico sabendo pela íntima amiga que o interesse foi mutuo. A figura alta, inteligente e sagaz havia especulado a meu respeito, queria meu telefone e, se houvesse reciprocidade da minha parte, almejava uma aproximação.

Até aqui tudo bem. Afinal, não é assim que as coisas acontecem?

Informação 3

Eis que recebo a ligação da figura descrita e, junto com ela, seus elogios galanteadores e outras lisuras, vem também um convite para sair.

Por enquanto o tempo das coisas fez sentido e aconteceu como deveria. Mas, imagine agora, a sequência de dados que darei a seguir, acontecendo em um ritmo alucinante. Preste atenção na sequência dos verbos que indicam ação e nas falas ditas rapidamente.

Primeiro encontro: saímos para almoçar, declaração, pedido de namoro

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Por eldar nurkovic/shutterstock

Segundo encontro: leva para conhecer o apartamento, fala da família, antigos relacionamentos, descreve-se como alguém que busca algo sério estável e indica que você é a pessoa.

Paralelamente: fala para todas as pessoas que vocês conhecem que encontrou alguém muito especial, que está apaixonado, que quer algo sério. Envia dezenas de mensagens de celular, liga todos os dias.

Próximos encontros- período de aproximadamente um mês- esforça-se, ao máximo, para permanecer próximo, vai a lugares junto, apresenta a pessoas, declara-se, fala que quer filhos, vai conhecer sua família e fala de suas intenções, mostra um novo apartamento no prédio e pede sua opinião, diz que o “seu lugar” é dentro daquela casa.

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Por eldar nurkovic/shutterstock

Durante esse período, o tempo todo você sabe que aquilo tudo está RÁPIDO DEMAIS. É como se uma avalanche de elogios, carinho, sonhos despencasse e te engolisse sem que você pudesse respirar e raciocinar. Suas carências são supridas. Sua descrença com relação aos relacionamentos anteriores começa a parecer só um degrau que teria permitido encontrar esse grande e maravilhoso amor que veio para tudo resolver. Dentro de si, acontece um misto de confusão , porque racionalmente a pessoa percebe que existe algo errado, mas, paralelamente, existe culpa porque é como se você estivesse sabotando a possibilidade de ser feliz e não reconhecesse que “tirou a sorte grande”.

Durante esse período, o tempo todo você sabe que aquilo tudo está RÁPIDO DEMAIS. É como se uma avalanche de elogios, carinho, sonhos despencasse e te engolisse sem que você pudesse respirar e raciocinar. Suas carências são supridas. Sua descrença com relação aos relacionamentos anteriores começa a parecer só um degrau que teria permitido encontrar esse grande e maravilhoso amor que veio para tudo resolver.

Mais algumas semanas passam e, sem que eu percebesse, eu tinha me tornado completamente dependente desse relacionamento. Mal conseguia trabalhar e esperava cada momento do dia em que receberia a PRÓXIMA DOSE de afeto e atenção.

eu tinha me tornado completamente dependente desse relacionamento.

Informação 4- Ele some.

Depois de uma ou outra esquiva menor, em um final de semana, o homem alto, sagaz e inteligente que me bombardeava ininterruptamente com afeto, simplesmente desaparece sem dar nenhuma satisfação.

Se a minha lucidez estivesse funcionando eu saberia que aquilo era, nada mais, nada menos, que um “perdido” de quem não quer mais nada com nada. Entretanto, depois de ouvir repetidamente promessas e declarações de alguém que, na minha perspectiva deturpada pela sedução, era alguém confiável, preferi acreditar que as coisas não eram bem assim e procurei por ele, liguei o abordei na rua. Literalmente o persegui em busca de uma resposta que fizesse algum sentido. Era como se tivesse acontecido um curto circuito no meu cérebro, pois as informações construídas no período anterior não tinham nenhum relação com a realidade apresentada. Em casa em chorava sem parar. Chorei por mais de 2 meses todas as noites. Entrei em depressão. Pensei em suicídio e sabia exatamente qual seria o local em que jogaria o meu carro na estrada durante a volta do trabalho. Também tinha comigo, em mente, o nome de uma medicação que causava infarto se tomada em doses altas.

Pensei em suicídio e sabia exatamente qual seria o local em que jogaria o meu carro na estrada durante a volta do trabalho. Também tinha comigo, em mente, o nome de uma medicação que causava infarto se tomada em doses altas.

Cada vez que eu passava em frente a farmácia, pensava em parar, meu corpo me pedia para parar, mas eu não parava, pois sabia que ter aquele medicamento em mãos era um risco real de ingeri-lo. Namorei a ideia da morte por vários meses. E ela, mais fiel que o ex namorado, também namorava comigo de forma íntima e intensa. A minha lucidez ficou em risco porque o choque entre as mentiras, os desejos íntimos e a realidade violenta (manipular friamente uma pessoa utilizando-se de suas fragilidades é, sim, um ato de violência) geraram um verdadeiro “pane mental” após o descarte cruel e abrupto.

Namorei a ideia da morte por vários meses. E ela, mais fiel que o ex namorado, também namorava comigo de forma íntima e intensa.

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Informação 5- O que ele dizia para as pessoas

Para as pessoas de fora, que tinham visto um namoro começar, ficava fácil dizer que a relação não deu certo, que eu tinha me iludido e que uma relação séria não era o que ele queria. Quem observa superficialmente não questiona isso.

Para a pessoa que ludibriou o outro também fica fácil dizer que agora o outro o persegue porque não aceita o fim, que a ex-namorada “é uma louca”.

É uma louca!

Uma das coisas que acho fundamental dizer aqui é que ser culta, inteligente e bem sucedida, não protege nenhuma mulher (e nem homem) de ser envolvida por um SOCIOPATA. Na verdade, essa rapidez com que o sociopata age para conseguir o que quer, simplesmente porque quer, acontece  de maneira AMORAL E SEM CULPA. A VELOCIDADE é uma das formas de ludibriar a capacidade crítica da pessoa envolvida. Assim, dizer tudo o que ela quer ouvir é uma maneira de baixar a guarda e explorar carências maiores e anteriores. Ele se molda a expectativa do ser que quer conquistar e age rápido. É como se ele pensasse, seja veloz e faça o que quer antes que seu alvo perceba que você é uma fraude. Todo SOCIOPATA é uma fraude.

O Sociopara se molda a expectativa do ser que quer conquistar e age rápido.

Depois, como não há culpa e nem responsabilização por nada do que foi dito, quando o objeto da conquista não interessa mais, fica fácil fazer o DESCARTE depreciando seus atos e questionando sua lucidez.

As pessoas de fora? Bem, como você foi enganada no começo, elas também acreditam e isso é um agravante porque diminui ainda mais a credibilidade da vítima que pode ser culpabilizada e depreciada ainda mais. Ah, e não se enganem achando que outras pessoas “cultas, inteligentes e lúcidas perceberão”. Na maioria das vezes, você pode até avisá-las, mas elas não entenderão e acharão que “é tudo da sua cabeça”. Um dos grandes choques será perceber que, mesmo explicando a situação, o algoz é um mestre em se sair de vítima.

Um dos grandes choques será perceber que, mesmo explicando a situação, o algoz é um mestre em se sair de vítima.

O tempo, fiel remédio para as dores da alma e do coração, permite que as feridas cicatrizem, mas a cicatriz emocional permanece registrada na memória como uma lembrança educativa do que foi aprendido de forma traumática.

a cicatriz emocional permanece registrada na memória como uma lembrança educativa do que foi aprendido de forma traumática.

A minha história talvez não seja relevante para muitos, mas sei que, se alguém, nesse momento, passa por algo similar ao que eu passei, se essa pessoa sabe o que é ter a sua lucidez questionada pelos outros (e até por si mesma), ela saberá o quanto essa dor é avassaladora.

Lembre-se que:

“Ninguém pensa em morrer porque quer morrer. As pessoas querem acabar com a dor”

Aqui fica o ponto final que justifica a escrita. Você nunca sabe ao certo o que se passa no mundo interno de uma pessoa. Você não sabe se uma pessoa está sorrindo para você enquanto ela planeja a forma de morrer. Você também não sabe o quanto algo que parece simples e bobo para o olhar do público pode ser grave na vida de um indivíduo. Aquilo pode ter sido só uma gota d’água de outras dezenas de histórias que se somam a uma vida complicada. Então, ao contrário dos sociopatas que realmente não possuem empatia, é preciso que as pessoas derrubem suas couraças e olhem os outros seres humanos com empatia e afeição.

Você não sabe se uma pessoa está sorrindo para você enquanto ela planeja a forma de morrer.

Ainda me lembro de ligar chorando desesperada em busca de consolo para falar com meus amigos mais amados. A amiga querida que me apresentou o sociopata foi uma das pessoas que mais me entendeu e amparou. Talvez eu deva a ela a minha vida porque, é assim mesmo, os amigos de verdade estão conosco no acerto e no erro. A vida é isso.

Lúcia. A

Nota da página: esse artigo foi publicado na CONTI outra a pedido da autora e respeitando a sua privacidade. Sabemos que milhares de pessoas passam por situações similares a essas diariamente. Se você tiver algo a dizer a Lúcia A. ou se também quer contar um pouco sobre o que passa ou passou em sua vida, use nossos comentários. Temos certeza que muitas pessoas podem se beneficiar desses relatos.

Imagem de capa: eldar nurkovic/shutterstock

“O que negas te submete. O que aceitas te transforma”

“O que negas te submete. O que aceitas te transforma”

Eu gosto muito de ler os escritos do grande psiquiatra e psicoterapeuta Carl Jung. Os seus estudos nos ajudam a compreender a mente humana com muito mais profundidade e também nos ajudam a curar as nossas mazelas de dentro pra fora, levando consciência ao que antes era inconsciência.

Uma das suas passagens bastante conhecidas fala sobre o poder da ACEITAÇÃO na nossa vida. Como até já falei em textos anteriores, a aceitação é uma das LEIS UNIVERSAIS, e ao ter esse conhecimento transformado em sabedoria, a nossa vida certamente pode dar um enorme salto de qualidade. Vamos a ela?

“Aqueles que não aprendem nada sobre os fatos desagradáveis de suas vidas, forçam a consciência cósmica que os reproduza tantas vezes quanto seja necessário, para aprender o que ensina o drama do que aconteceu. O que negas te submete. O que aceitas te transforma. “
Carl Jung

Essa é uma passagem muito profunda e verdadeira. Aprender e aplicar na vida a lei universal da aceitação nos faz literalmente “mover montanhas” interiores. É impressionante o número de pessoas que distorce as palavras de Jesus. Eu acabei de dizer o real significado desta frase célebre: “Aquele que tiver a fé do tamanho de um grão de mostarda poderá mover montanhas, poderá fazer as mesmas obras que eu faço, e as farão ainda maiores”. Jesus estava falando da montanha chamada INCONSCIENTE, que ocupa cerca de 95% da nossa realidade. Quando eu incido luz sobre as sombras do meu inconsciente, estou movendo minhas montanhas de medo, de raivas, de rancores, mágoas, apegos, ciúmes e por aí vai…

O processo de aceitação consiste em ter essa humildade de reconhecer que algo está errado ou desequilibrado, e desta forma se mover passinho a passinho numa mudança de atitude, de comportamento, de sentimento…

Para entendermos melhor, vou citar um dos exemplos mais comuns. As pessoas que nunca conseguem encontrar um namorado ou namorada fiel. Na grande maioria das vezes são pessoas inseguras, com uma autoestima deplorável e carentes afetivamente. Elas não entendem bem, mas essas carências são fruto de uma infância que teve falta de afeto dos pais, ou ausência por “n” motivos. Então, ao se relacionar amorosamente com alguém, se apegam tanto à outra pessoa que isso sufoca. Esse sufocamento leva a pessoa a se sentir “presa”, e esse desequilíbrio favorece a traição. Ah! Tem um detalhe aqui, viu?

A maioria dessas pessoas tem pensamentos terríveis de que perderão a pessoa amada, elas dizem internamente assim: “Ai meu Deus, será que o meu namorado vai me querer mesmo? Eu não posso perder o meu namorado, ele é tudo pra mim, não consigo viver sem ele…”. Você percebe o drama? Isso é drama demais meus amigos!

Ainda relacionado a isso. Outra possibilidade bastante comum são jovens que presenciaram durante toda a infância a infidelidade através dos próprios pais. Viram seus pais com amantes, ou se separaram, ou então terminaram e voltaram etc. etc. Para uma criança, os referencias de vida são os pais, então ao presenciarem isso, muitas crianças crescem com os mesmos padrões de pensamento, por isso acabam de relacionando com pessoas infiéis e que as destratam. Desta forma um CICLO VICIOSO é criado, consegue perceber? Os pais são desequilibrados, geram filhos desequilibrados, que se casam aos trancos e barrancos, gerando filhos ainda mais desequilibrados e isso vai se perpetuando.

Como dar um fim nisso? Um basta em tanto desequilíbrio? Como eu sempre digo! Buscando o autoconhecimento, a luz, a transformação de vida.

Eu falei do Jung não foi? Que tal pesquisar na internet um pouco mais sobre suas teorias, sobre suas ideias geniais? Isso pode ajudar e muito!

Ampliar as referências é uma forma absolutamente incrível para uma transformação de vida.

Começar algum tipo de terapia ou consultar um profissional da Psicologia também é muito aconselhável.

A partir de hoje, ao ler esse texto, busque se observar mais. O que tem se repetido na sua vida e tem lhe feito sofrer em demasia? O que você tem negligenciado? Você tem se fixado em algo que goste ou que faça bem como uma forma de fuga daquilo que te faz sofrer? Esses são questionamentos muito fortes e impactantes! Se conheça! Não tenha medo de adentrar nas suas sombras! Mergulhe fundo nelas que desta forma, a lei da aceitação começará a trabalhar a seu favor, lhe devolvendo o equilíbrio que você tanto almeja.

Eu acredito em você! E saiba que pode contar comigo em caso de dúvidas ou questionamentos. Fique à vontade para comentar ou me escrever. Caso queira me escrever por e-mail, o e-mail é [email protected]

Nunca esqueça: “O que negas te submete. O que aceitas te transforma.”

Imagem de capa:FCSCAFEINE/shutterstock

“Não existe alma gêmea”, por Marcos Piangers

“Não existe alma gêmea”, por Marcos Piangers

Eu sei que você quer que exista. Ficaria muito mais bonito eu fazer um texto bonito aqui, dizendo que existe alma gêmea, que em algum lugar a pessoa certa está te esperando. Uma pessoa que seja amor à primeira vista e que seja o preenchimento de todo o vazio emocional que você sempre sentiu. Uma pessoa que te complete e que faça isso de forma natural, não forçada, meio mágica. Essa pessoa não existe.

Vou dizer o que existe. Existe você bem e feliz e tão radiante que todo mundo acha você interessante. Existe um ou outro hormônio, uma ou outra substância que funciona como mensageiro fisiológico, existe coincidência de encontros, cheiros e conversas que te deixam ainda mais feliz e confiante. Mas não existe alma gêmea.

Porque nossa alma gêmea um dia acorda com cabelo desarrumado e um bafo terrível. Você descobre que a sua alma gêmea odeia sua série favorita, não gosta de viajar e tem nojo de sushi. E como pode ser sua alma gêmea se não gosta de voz e violão em bar? E você começa a pensar que talvez aquela ali não seja sua alma gêmea. Meu deus, minha alma gêmea está em algum lugar e eu aqui, com esse entulho!

Mas não existe. As almas se tornam gêmeas. Elas não nascem assim. Você vai abrindo mão de umas coisas e a alma da outra pessoa abre mão de outras. Um aprende a comer comida japonesa, outro começa a simpatizar com música ao vivo. Um começa a acordar cedo pra tomar café da manhã junto, outro aguenta até meia-noite pra assistir filme abraçado. Um vai lendo os mesmos livros do outro. Um vai concordando com aquilo que você disse outro dia sobre aquela coisa que eu discordei na época. Um vai ficando meio parecido com o outro. Um vai pegando coisa do outro, outro vai pegando coisa do um. Tem vezes que dói um pouquinho, mas as almas vão ficando parecidas.

Vão ficando tão parecidas. Tão parecidinhas. Que coisa. Parece até que são gêmeas.

***

Conheça o perfil pessoal de Marcos Piangers

Imagem de capa: Reprodução

Martha Medeiros: Consumir feito loucos só produz dívidas e ansiedades

Martha Medeiros: Consumir feito loucos só produz dívidas e ansiedades

Tenho uma amiga que mora na Europa há anos. Vive com a filha num apartamento de frente para um parque, tem um carro, um emprego e um namorado. Em tese, ela não tem do que se queixar, mas conversávamos outro dia sobre o que significa estar “tudo bem”. Para ela, “tudo bem” é experimentar novas formas de existir. A gente assina um contrato de locação de um imóvel, se acostuma com a mercearia da esquina e quando vê está enraizado num estilo de vida que se repete dia após dia, sem testar nosso espanto, nossa coragem, nossa adaptação ao novo. Humm.

O que você está inventando?, perguntei a ela.
– Vou morar num barco.

Ainda bem que eu estava sentada. Pensei: “Essa garota é maluca”. E logo: “Que inveja”. Tenho zero vontade de morar num barco. Minha inveja foi do desapego e da facilidade com que ela escreve capítulos surpreendentes da sua biografia.

“Tenho coisas demais, Martha. Livros demais, roupas demais, móveis demais. Está na hora de viver com menos para poder redefinir o significado de espaço, tempo, silêncio”. O gatilho da nossa conversa foi o documentário Minimalism (disponível na Netflix), que escancara a estupidez do consumo compulsivo, como se ele pudesse preencher nosso vazio. Vazio se preenche com arte, amor, amigos e uma cabeça boa. Consumir feito loucos só produz dívidas e ansiedade.

Temos perdido tempo, nas redes sociais, criticando o bandido dos outros e defendendo o nosso, sem refletir que o caos político e social têm a mesma fonte: nossa relação doentia com o dinheiro. A ideia de “poder” deveria estar associada à gestão do ócio, às relações afetivas, ao contato com a natureza e à eficiência em manter um cotidiano íntegro, produtivo e confortável (nada contra o conforto), no entanto, “poder” hoje é sinônimo de hierarquia, acúmulo de bens, ostentação e lucratividade non-stop. É por isso que, para tantas pessoas, é natural incorporar benefícios imorais ao salário, ganhar agrados de empreiteiras e fazer alianças com pessoas sem afinidades, mas que um dia poderão vir a ser úteis.

A sociedade não se dá conta do grau de frustração que ela mesma produz e continua cedendo a impulsos. Uma vez, eu estava na National Portrait Gallery, em Londres, quando, na saída, passei pela loja do museu e percebi, ao lado do caixa, um aquário cheio de latinhas de metal à venda, pouco maiores que uma moeda. Era manteiga de cacau no sabor “chocolate & mint”. Sem hesitar, comprei uma latinha e trouxe-a comigo para o Brasil: hoje ela reside na bancada do banheiro, intocada, para me lembrar de como se pode ser idiota – eu estava dentro de um dos maiores museus do mundo e mesmo assim fiquei tentada a comprar a primeira besteira que vi. O exemplo é bobo, mas ilustrativo de como certos gritos ecoam dentro de nós 24 horas: Compre! Leve! Aproveite! Você nunca mais será o mesmo depois de usar a triunfante manteiga de cacau da National Gallery!

O único excesso que preciso é de consciência para não me deixar abduzir por essa forma equivocada de dar sentido à vida.

***

Nota: Texto originalmente postado por Martha Medeiros 18-02-2018, em sua coluna da Revista Donna– espaço cheio de coisa boa que a CONTI outra também indica para seus leitores!

Imagem de capa: Reprodução

“Muita gente falando de amor e pouca gente sabendo amar.”

“Muita gente falando de amor e pouca gente sabendo amar.”

Nessa autoria desconhecida e cheia de razão, um resumo de como temos levado nossa vida. O desamor virou praxe, justamente neste tempo em que temos visto e feito declarações de amor com facilidade e pouco critério, nas diversas redes sociais onde interagimos.

É curiosa a forma como nos comportamos na teoria, cheios de afeto e gentilezas, como se o amor fosse a bola da vez ou a palavra da moda. E nos munimos de discursos motivadores, de que é preciso amar como se não houvesse amanhã, tentando convencer a quem nos ouve de que somos assim, cheios de amor para dar e vender.

Na prática, o amor parece cada vez mais falado e menos sentido. O que mais temos visto é o famoso “farinha pouca, meu pirão primeiro”, enquanto a televisão e as demais mídias nos dão prova de que estamos indo muito mais para o lado do cada um por si, sem amor para todos.

É bonito e interessante o amor que temos lido e distribuído em nossas telas. Ele tem alguns encantos, é verdade. Não é totalmente nulo ou vazio. Mas precisamos muito mais do que isso, porque não podemos cultivar sentimentos apenas nas pontas dos dedos.

Como sobreviveríamos sem calor humano, sem a energia gerada num aperto de mão caloroso ou num abraço carinhoso?

É bacana repassar mensagens de bom dia para a família, às 06:00 da manhã; mas é muito mais bonito tirar um tempo para estar perto, tomar um café e ter um dedinho de prosa, pra saber como as coisas vão indo. É mais bonito e construtivo desejar estar por perto, sentir junto, na saúde e na doença, em todas as circunstâncias e não apenas na celebração; é lindo querer ser presença nesse mundo que tem sido feito de ausências.

Precisamos ser amor em todos os lugares, em todas as direções; saber conjugá-lo em todos os tempos, envolvendo o eu, o tu e o ele e todos os plurais. Não podemos mais continuar analfabetos de amar.

Carecemos de menos amor digitado, copiado e colado. Menos amor pra cumprir tabela, pra agradar, amor tipo balela. Amor não é nada disso; estamos à procura de amor genuíno e original.

Mais sentimento da boca pra dentro, porque da boca pra fora já esgotamos nossa cota. Digamos sim aos sentimentos que enobrecem, esclarecem, motivam, libertam; transmitamos esperança; tenhamos mais brilho nos olhos, mãos estendidas, braços abertos.

Sejamos amor verdadeiro, porque de falsas boas intenções dizem que o inferno está cheio. Aprendamos a amar com equilíbrio, usando a balança do bom senso pra dosar o real e o virtual, a ação e a reação.

Porque sem isso continuaremos com nossas prioridades invertidas, sem entender nada sobre o que é amar de verdade e na ânsia eterna de amar sem medida.

Imagem de capa: View Apart/shutterstock

10 passos para terminar um relacionamento

10 passos para terminar um relacionamento

Terminar com uma pessoa querida, namorado, namorada, marido ou esposa, é sem dúvida uma das situações mais estressantes, esgotantes e comoventes sob o ponto de vista emocional.

Entretanto, muitas vezes é preferível terminar a relação, sobretudo se ela é tóxica, a seguir com uma vida de infelicidade e insatisfação, marcada por discussões e conflitos sem fim.

Saber como terminar um relacionamento longo, sem machucar e sem cometer erros graves, permitirá que se possa lidar com a situação e que o processo seja mais fácil de conduzir.

Não é fácil terminar uma relação amorosa (ainda mais se o casal está há anos junto) e comunicar tal decisão à outra pessoa, mas se você se encontra nessa situação, esses 10 passos podem servir como um guia muito útil para enfrentar o problema.

1-Esteja seguro de sua decisão

Antes de decidir sobre algo tão importante, no caso o fim de uma relação, é preciso refletir profundamente sobre o assunto.

Todos os casais passam por fases de crise, e alguns podem sair fortalecidos de tais situações. Considere dialogar com seu par sobre os conflitos existentes, tentando buscar uma solução.

Quando o fizer, fale sobre como você se sente diante de tal fato ou situação, ao invés de falar sobre os fatos em si. Tente escutar o que a outra pessoa tem para dizer sem pensar no que vai responder enquanto a ouve. Procure se colocar no lugar do outro.

Em alguns casos, a terapia de casal pode ajudar a melhorar a comunicação e a superar os conflitos.

Identifique o que você deseja em um companheiro (a) e pense se realmente poderia encontrar o que procura em seu par atual.

Tenha em mente que a paixão sempre acaba, e quando isso ocorre, você começa a ver os defeitos da outra pessoa e aparecem os problemas, mas após esta etapa também pode surgir um amor profundo e maduro.

Não tome a decisão de terminar um relacionamento quando se sentir chateado (a). Esta deve ser uma decisão pensada durante algum tempo, sem estar dominado por emoções como a raiva ou o rancor.

Finalmente, se você já refletiu o bastante, se já se esgotaram os recursos para salvar a relação e os problemas continuam, se você realmente está decidido (a) a pôr um ponto final no relacionamento, então não há nada mais em que pensar, exceto num plano eficaz para que tudo termine da melhor maneira possível, ainda que, certamente, haverá tristeza e dor para ambas as partes.

2-Não destrua a relação antes de termina-la

Agravar os conflitos e as discussões tentando obter mais desculpas para dar fim à relação com seu par atual, ou tentar provocar que seja a outra pessoa quem decida terminar, não é uma boa ideia.

O ciúme, as queixas e as críticas destrutivas seguramente levarão ao fim do relacionamento, entretanto será um caminho imensamente doloroso. Não tente encobrir as suas próprias responsabilidades e culpas lançando-as sobre seu parceiro.

Muitos relacionamentos terminam após um longo processo de agonia. Depois dessa lenta erosão, subitamente um dos membros do casal percebe o quão infeliz se sente.

Por traz dessa situação geralmente há muita negligência, falta de respeito, discussões e reprovações, que se sucederam ao longo do tempo e acabaram por destruir a relação.

Não prolongue essa agonia. Se você realmente quer terminar essa relação, então é hora de lhe por fim definitivamente.

3-Falar pessoalmente e em particular

Sem dúvida alguma, seria um ato de covardia deixar uma pessoa por telefone ou com apenas algumas palavras. Ou, pior ainda, por mensagem de texto, especialmente caso se tratasse de uma relação séria e já com algum tempo de duração.

Terá que comunicar sua decisão pessoalmente (ao menos que tema uma reação violenta por parte da outra pessoa) e num local adequado. Sem dúvida é um dissabor, uma situação muito incômoda, mas é a única forma digna de fazê-lo.

Não é boa ideia que seja na casa de nenhum dos dois, pois poderia resultar numa cena desagradável.

O melhor seria um local público, mas não excessivamente agitado. Se vão ao um restaurante ou barzinho, por exemplo, e a outra pessoa reage mal (o que é esperado), também é possível que se arme uma cena que você desejará esquecer.

Um bom local poderia ser, por exemplo, um lugar mais calmo, como um canto mais reservado em um parque público ou uma praça.

4-Planejar os detalhes

Improvisar neste tipo de situação tampouco é aconselhável. Planeje o local em que o fará e, inclusive, em que momento.

Se o fizer pela manhã, ambos se sentirão mal durante o resto do dia. Talvez depois do encontro terão que trabalhar ou estudar, e as emoção prejudicarão seus rendimentos nestas atividades. É possível que seja melhor faze-lo pela tarde, depois do trabalho.

Terminar numa sexta ou sábado pode ser uma boa opção, pois ambos terão todo o fim de semana para começar a aceitar a nova situação e a processar o luto correspondente.

Tome o cuidado de que não seja em uma data especial, como dias festivos, um aniversário ou dia dos namorados. E, obviamente, não comunique sua decisão num lugar que tenha significado algo importante para o casal, como o local do primeiro beijo ou algo similar.

5-Clareza e honestidade

Segundo um estudo realizado por psicólogos da Universidade do Kansas, a “confrontação aberta” é a maneira menos estressante de terminar um relacionamento.

Dizer claramente à outra pessoa que a relação chegou ao fim, ainda que soe como algo muito negativo, é a melhor opção, porque a mensagem é interiorizada com maior facilidade pelo outro, devido à sua clareza e sinceridade.

Sobretudo, quando transmita sua intenção de terminar a relação de ambos, você deve ser muito claro (a), e sincero (a) sobre suas intenções, se expressando com respeito, sem reprovações, sem culpar a si mesmo nem à outra pessoa pelo rompimento.

Ao mesmo tempo, ponha firmeza em suas palavras e não retroceda em função do sentimento de culpa ou pena. Seguramente a outra pessoa se aborrecerá ou se entristecerá muito e você deve estar preparado (a) para estas reações.

Você pode demonstrar empatia em relação aos sentimentos que está provocando no outro, mas não se desculpe pela decisão tomada.

Tampouco dê à pessoa esperanças de que a separação será só por um tempo, se realmente não acredita que assim seja.

Evite enumerar numa longa lista as razões pelas quais acredita que o relacionamento deve acabar. Vá diretamente ao ponto, diga o motivo geral pelo qual crê que ambos chegaram a esta situação na qual já não podem seguir como um casal, e isso é tudo.

E, por favor, não utilize frases feitas. Elas nunca são sinceras, porque não podem refletir a situação particular de cada um, portanto não diga coisas como “não é você, sou eu” ou “com certeza você vai encontrar alguém especial” ou ainda “podemos ser amigos”.

Isso apenas piorará as coisas, porque não serão palavras honestas.

6-Mantenha a calma

É provável que a outra pessoa reaja demonstrando muita raiva e ira, ou uma profunda tristeza. É possível que durante o encontro, essas emoções se alternem.

Você dever estar preparado para ouvir gritos, acusações ou soluços. Mantenha a calma, procure observar a situação como se fosse alheio a ela e se mantenha atento (a) diante das reações do outro.

Manter-se calmo (a) lhe ajudará a controlar a situação e a terminar o último encontro que vocês terão como casal no momento adequado e da melhor forma possível.

Por exemplo, se o seu ex está furioso (a) e começa a armar um escândalo, poderá lhe dizer “de nada adianta gritar, a decisão já está tomada e não vai mudar, ainda que possamos conversar sobre ela se você se acalmar”.

Porém, obviamente, para poder lidar com este tipo de situação, você mesmo deverá estar calmo (a).

7-Assuma sua parcela de responsabilidade

Não tente culpar a outra pessoa pelo fracasso de ambos como casal. Em uma separação, ambos têm responsabilidades a assumir, sempre.

Ainda que expresse claramente porque tomou a decisão de não seguir com a relação, a responsabilidade será dos dois e, por outro lado, você também é totalmente responsável pela decisão tomada.

Ter isto muito claro também ajudará a não se sentir culpado e a manter-se num estado de calma que lhe permitirá contornar a situação.

8-Não retroceda

Certamente você já soube de alguém que aparentemente estava decidido (a) a deixar seu namorado ou namorada, porém depois do encontro no qual supostamente tudo terminaria, acabou que ambos continuaram juntos, apesar de não parecerem muito felizes.

Isso pode ocorrer se quem deseja terminar o relacionamento se deixa vencer pelos sentimentos de pena ou compaixão pela outra pessoa. A culpa também pode pesar negativamente na balança, nesse sentido.

Por isso, é importante estar muito seguro a respeito da decisão e não voltar atrás, ainda que sinta pena da outra pessoa ou pelo fim de uma relação que talvez em algum momento você tenha imaginado que seria para o resto de sua vida.

Se já havia pensado bem e tomado uma decisão, não permita que a pena prolongue uma situação que só traz infelicidade e insatisfação. Você deve continuar com seu plano, terminar com esse relacionamento amoroso e começar a esquecer para iniciar uma nova etapa.

9-Perdoar-se e perdoar

Como em todos os âmbitos da vida, o fracasso é doloroso. Aceitar que a relação não pode continuar, seja quais sejam os motivos, causará tristeza e lástima a ambas as partes, e provavelmente também, ira e rancor.

Conforme mencionamos anteriormente, ambos têm responsabilidade perante o sucedido, e aceitar ter-se equivocado e que a outra pessoa também se enganou é o primeiro passo para perdoar e assim se libertar da raiva e da dor.

Somos humanos, nos enganamos e temos que nos perdoar para que seja possível dar-nos uma nova oportunidade, não só nas relações amorosas, e sim em todas as esferas da vida.

Aceitar o fato de que errar é humano e poder perdoar o outro por seus equívocos, e a si mesmo pelos erros que possa haver cometido, lhe libertará de muitos sentimentos negativos e lhe ajudará a virar a página e começar uma nova etapa em sua vida.

Pense nisso: as pessoas adotam certas atitudes e tomam determinadas decisões levando em consideração as circunstancias do momento. Mais tarde, talvez sejam capazes de enxergar as coisas a partir de uma nova perspectiva, que antes não existia.

Porém, não podem culpar-se por haver atuado de tal ou qual modo no passado, pois naquele momento simplesmente pensaram que era o melhor, ou simplesmente atuaram conforme aquilo que sentiam naquele instante.

O único que se pode fazer é aceitar as consequências dos erros que se possa ter cometido, perdoar-se e também perdoar a outra pessoa pelas atitudes que podem ter contribuído para que a relação chegasse ao fim (sejam infidelidades, atitudes negativas ou problemas de comportamento).

10-Manter distância

Uma vez que a relação tenha acabado, é preciso manter uma certa distância. Não há sentido em seguir falando sobre as mesmas coisas, por exemplo, sobre as razões que levaram ao rompimento.

Nada de ligações ou mensagens de texto que não sejam estritamente necessárias. Não se preocupe com as atividades da outra pessoa nem permita que seu ex invada sua privacidade, querendo saber o que você faz em cada momento do dia.

Isso é fundamental para que fique bem claro que a relação terminou, que não continuará e que nada pode ser feito a respeito.

Se possuem amigos em comum ou frequentam a mesma academia, por exemplo, tente programar os encontros e horários de tal modo que não tenha chance de se encontrar com a outra pessoa.

Devolvam-se os pertences que tenham ficado na casa de um ou outro (ou de ambos, se viviam juntos) o mais rápido possível para realmente poder iniciar o processo de luto que sucede o fim de um relacionamento amoroso.

Naturalmente, e apesar de ter seguidos todos esses passos, você se sentirá muito entristecido durante alguns dias. Se dê a oportunidade de libertar-se desses sentimentos através do choro, e depois de alguns dias, se sentirá melhor.

E você, como fez para terminar um relacionamento? Sua opinião me interessa. Obrigado!

Referências:

http://www.uncommonhelp.me/articles/ending-a-relationship/.
http://www.professional-counselling.com/how-to-end-a-long-term-relationship.html.
https://www.psychologytoday.com/blog/wander-woman/201207/3-keys-ending-relationship-dignity.
https://www.psychologytoday.com/blog/fulfillment-any-age/201410/whats-the-best-way-you-end-relationship.
http://thinksimplenow.com/relationships/how-to-end-a-relationship/.

Fonte indicada: Lifeder

Imagem de capa: View Apart/shutterstock

Acreditar em Deus reduz ansiedade e estresse, diz estudo

Acreditar em Deus reduz ansiedade e estresse, diz estudo

A pesquisa, publicada na revista Pyschological Science, envolveu a comparação das reações cerebrais em pessoas de diferentes religiões e em ateus, quando submetidos a uma série de testes. Segundo os cientistas, quanto mais fé os voluntários tinham, mais tranquilos eles se mostravam diante das tarefas, mesmo quando cometiam erros.

Os pesquisadores afirmam que os participantes que obtiveram melhor resultado nos testes não eram fundamentalistas, mas acreditavam que “Deus deu sentido a suas vidas”.

Atividade cerebral

Comparados com os ateus, eles mostraram menos atividade no chamado córtex cingulado anterior, a área do cérebro que ajuda a modificar o comportamento ao sinalizar quando são necessários mais atenção e controle, geralmente como resultado de algum acontecimento que produz ansiedade, como cometer um erro.

“Esta parte do cérebro é como um alarme que toca quando uma pessoa comete um erro ou se sente insegura”, disse Michael Inzlicht, professor de psicologia e coordenador da pesquisa. “Os voluntários religiosos ou que simplesmente acreditavam em Deus mostraram muito menos atividade nesta região. Eles são muito menos ansiosos e se sentem menos estressados quando cometem um erro.”

O cientista, no entanto, lembra que a ansiedade é “uma faca de dois gumes”, necessária e útil em algumas situações.

“Claro que a ansiedade pode ser negativa, porque se você sofre repetidamente com o problema, pode ficar paralisado pelo medo”, explicou. “Mas ela tem uma função muito útil, que é nos avisar quando estamos fazendo algo errado. Se você não se sentir ansioso com um erro, que ímpeto vai ter para mudar ou melhorar para não voltar a repetir o mesmo erro?”.

Os voluntários religiosos eram cristãos, muçulmanos, hinduístas ou budistas. Grupos ateus argumentaram que o estudo não prova que Deus existe, apenas mostra que ter uma crença é benéfico.

Imagem de capa: Shutterstock/ Anna Nahabed

Texto original de BBC

É preciso blindar nossos corações da maldade alheia!

É preciso blindar nossos corações da maldade alheia!

Pessoas que se destacam por seja lá qual for o motivo, incomodam pessoas que não conseguem oferecer o melhor de si ao mundo.

Sempre me senti diferente dos outros jovens. Não que eu seja melhor que os outros, contudo, sempre fui tranquila demais. Na roda do “Vamos fazer tal coisa?” quando sentia que era coisa errada, logo dizia “Não acho que isso seja uma boa ideia.”

Minha mãe tem uma confiança mútua em mim. Me conhece, e sabe que nunca fui de dar trabalho a ela.

Na escola, sempre tirei notas boas. Era da rodinha dos que conversavam, mas faziam.

Conforme fui crescendo, fui fazendo novas amizades, mas sempre mantendo minha essência. Quem convive comigo, sabe que procuro manter meus pés no chão. Algumas pessoas dizem que sou madura para minha idade.

Por um lado, minha mãe admira meu comportamento, e fica feliz quando as pessoas me elogiam para ela. Por outro lado, já ouvi diversas críticas sobre minha personalidade. Sinceramente, entra por um lado, e sai pelo outro lado. Nunca fui de dar bola para opinião alheia.

Certos comentários me fizeram refletir que quando as pessoas têm luz própria, e sentem-se felizes, incomodam algumas pessoas. Fato que compartilhei com minha melhor amiga. Além de concordar comigo, dividiu uma de suas vivências.

Karina trabalha em um berçário. É inteligente, comunicativa e consegue quebrar o gelo onde quer que vá. Quando a conheci, me cativou à primeira vista.

Pedagoga, acabou de conquistar esse trabalho. Ela disse que está incomodando outras pessoas pelo seu jeito de ser. É tão prática quando o assunto é comunicar-se, que ouviu alguns boatos que teria grandes chances de assumir a coordenação. E é claro que isso não vem agradando algumas de suas colegas.

Da mesma forma que ela compartilhou comigo uma de suas vivências, compartilhei com ela uma de minhas vivências.

Fiz curso de inglês durante dois anos e meio, e tinha facilidade em absorver os conteúdos. A professora gostava de mim, pois, notava meu esforço. Às vezes, ela me colocava para ajudar meus colegas que tinham mais dificuldade. Sempre tive consciência que eles não queriam minha amizade. Eles queriam tirar notas boas. Mesmo assim, os ajudava com maior prazer. Mas sabia que alguns deles sentiam-se incomodados comigo.

Após trocarmos nossas vivências, conclui que pessoas que se destacam por seja lá qual for o motivo, incomodam pessoas que não conseguem oferecer o melhor de si ao mundo.

Cada pessoa é especial da sua forma, entretanto, a palavra “inveja” ainda tenta apagar o brilho que só pessoas de bem conseguem ter.

Temos que blindar nossos corações da maldade alheia, sem apagar o brilho de nossa existência. Por mais que nossas características incomodem algumas pessoas, temos que manter viva nossa essência.

Imagem de capa: Anna Om/shutterstock

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Meu marido ou esposa não aceita a separação. E agora?

Meu marido ou esposa não aceita a separação. E agora?

Sou advogada e atuo na área de família há 25 anos. Hoje, posso dizer com segurança que a separação de um casal é um dos momentos mais dolorosos da vida e, baseada nisso, deixo informações gerais que podem ajudar a iluminar os caminhos de pessoas que estão passando por isso.

Em pleno século XXI, não somos preparados para uma separação. A nossa cultura, predominantemente judaico-cristã, privilegia o casamento como algo perfeito, imutável e perene. E, mesmo nas novas formas de relacionamento, como as uniões estáveis, que muitas vezes não são legalmente constituídas, a ideia de separação é atrelada a algo que acontece com o outro e não consigo mesmo.

Mas, chega o momento em que um casal já não se entende.

A despeito das condições da família, se há ou não filhos, vamos tratar aqui de cada um dos parceiros e de suas vontades. No meu cotidiano no escritório, percebi que 90% dos divórcios ou dissoluções de união estável, são de iniciativa das mulheres. As estatísticas mundiais são um pouco menores, mas ainda indicam a figura feminina como protagonista na maioria das decisões. E por que isso ocorre?

No meu cotidiano no escritório, percebi que 90% dos divórcios ou dissoluções de união estável, são de iniciativa das mulheres. E por que isso ocorre?

Naturalmente, a MULHER, mesmo na sua atual perspectiva de vida, atuando em vários papéis sociais e sendo muitas vezes o ser economicamente mais ativo no lar, tem uma natureza mais sensível e emocional. E o fator amor é muito importante em sua vida. Quando uma mulher descobre que não ama mais seu marido ou companheiro, a base em que construiu seu relacionamento se desestabiliza, pois ela percebe que, nos últimos meses e anos, de forma gradativa, não recebeu os cuidados ou mesmo foi alvo da admiração de seu parceiro. Elas tomam consciência da escassez de carinho e do diálogo. Para se sentirem amadas as mulheres precisam de “feedback”, precisam discutir a relação, necessitam de interação. Quando tudo isso acaba e ela se vê autossuficiente em seus sentimentos, não há como segurar uma situação que se deteriorou com o tempo e a negligência do parceiro.

Quando uma mulher descobre que não ama mais seu marido ou companheiro, a base em que construiu seu relacionamento se desestabiliza, pois ela percebe que, nos últimos meses e anos, de forma gradativa, não recebeu os cuidados ou mesmo foi alvo da admiração de seu parceiro.

Por outro lado, o HOMEM vive bem em um lar onde tais coisas já não se encontram satisfatórias. Por mais incrível que pareça, ele vê na sua esposa ou companheira, algo de sagrado. Ela é a mãe de seus filhos e até o reflexo da imagem que faz de sua própria mãe. Mesmo que briguem ou se desentendam, de certa forma o marido vê a esposa como uma escolha para toda vida. Um homem é capaz de organizar sua vida e levá-la naturalmente num lar onde não mais existe o amor conjugal. Não raras vezes, ele busca a satisfação amorosa fora de casa e entende ser este ato, uma conveniência. O homem que tem a iniciativa de se separar de sua mulher é, primordialmente, aquele que realmente se apaixonou por outra. Nesse caso, não há uma separação para ele e sim uma troca. Obviamente, isto não é uma regra imutável, mas pode ser vista como uma constante em nossa rotina como advogados da área familiar.

Um homem é capaz de organizar sua vida e levá-la naturalmente num lar onde não mais existe o amor conjugal.

Nesta perspectiva é muito comum que, quando um dos parceiros fale em separação, haja uma imediata negação pelo outro.

Atitudes como deixar a pessoa falando sozinha, sair do local, demorar para voltar ao lar para não tocar no assunto, ou mesmo desviar-se dele, dizendo a famosa fase: você está louca (o)! – são mais usuais que imaginamos.

Atitudes como deixar a pessoa falando sozinha, sair do local, demorar para voltar ao lar para não tocar no assunto, ou mesmo desviar-se dele, dizendo a famosa fase: você está louca (o)! – são mais usuais que imaginamos.

O que fazer neste momento?

Pela nossa legislação, ninguém é obrigado a continuar casado ou coabitando se não quiser. Existem meios legais de cessar o casamento, através de formas não consensuais. É o popular: “se você não quer a separação, o juiz dá.” E dá mesmo, principalmente se a parte que não quer se separar não se habilitar no processo litigioso ou mesmo quando contesta a ação, sob qualquer argumento.

Como dizemos para nossos clientes: demora mais, mas o divórcio ou dissolução do relacionamento é certa.

Entretanto, não é o modo mais desejável para que a separação ocorra. Um profissional realmente experiente e humano, deseja que toda e qualquer separação seja pensada, refletida, consentida por ambos e que as partes possam continuar seu relacionamento no nível da boa convivência, pois isto é o melhor para ambos e para eventuais filhos do casal.

Qual seria a conduta adequada do advogado

Quando um cliente nos procura, dizendo que a outra parte se nega à separação, primeiramente inquirimos com muito cuidado aquele a quem atendemos. Perguntamos se não existe apenas um desentendimento sanável com conversas conosco ou mesmo com terapeutas especializados. Se a situação não se resume apenas a vontade de dar um “susto” no outro: sim, muitas vezes fui procurada por clientes que não queriam se separar de verdade, só “assustar” o outro com o teatro da separação, para ver se o casamento melhorava…claro que um profissional sério nunca concorda com isso e orienta o cliente a conversar com o parceiro a fim de se entenderem, pois muitas vezes o “susto” da possibilidade da separação se resolve com um diálogo franco entre o casal, que orientamos como deva ser feito e até mediamos, se for o caso.

Está tudo conversado. O cliente tem certeza que quer se separar. E agora?

Quando a resposta do cliente é firme e resoluta pela separação, nosso dever é intimar a parte contrária para que compareça a nosso escritório para conversamos sobre o assunto.

Primeiramente, uma conversa informal, onde ouviremos mais que falaremos. Devemos receber bem o parceiro que se nega à separação, ouvir-lhe os motivos com benevolência, ajudá-lo a entender que existem situações sem volta e que de uma maneira ou de outra, a separação irá ocorrer e o trauma será maior pelo caminho do litígio.

Por outro lado, o parceiro que quer se separar também deve mudar sua conduta com o que não quer, dentro do lar. Deixar de fazer acusações e perseguições, tentando impor a qualquer custo a sua vontade. Deixamos bem claro, àqueles que querem se separar, que isto ocorrerá independente da vontade do outro. É questão somente de propor uma ação litigiosa. Por isso uma atitude sensata, pacienciosa e de não violência verbal, neste momento, é mais indicada.

Deixamos bem claro, àqueles que querem se separar, que isto ocorrerá independente da vontade do outro.

Sem, obviamente, omitir que as consequências emocionais das ações litigiosas são mais sentidas que as das ações consensuais. Inclusive em casos em que é necessário requerer liminarmente ao Judiciário um afastamento daquele que não quer se separar, do lar. O que pode ocorrer sim, em casos extremos.

Por isso é necessária a intervenção do profissional e que tudo seja feito sem atropelo.

Muita conversa, muito entendimento de ambos os lados e das opiniões dos envolvidos, muita humanidade e amor ao ser humano, são necessários para resolver esta situação.

Sim, o profissional do direito não deve amar apenas sua profissão. Deve amar as pessoas, pois são elas o motivo de nosso trabalho. Sem esse amor, as ações não fluem, os acordos não se fazem.

E deve também lembrar ao casal que deseja a separação, o amor que tiveram ao se casar e que eles devem transformar isso em respeito e cordialidade, no momento da separação.

Caso não haja consenso e uma das partes insista na atitude de negação do fim do relacionamento, é proposta uma ação litigiosa, mas que ainda dá chances ao casal de se conciliar no trâmite do processo, através de um dispositivo previsto em nosso Código de Processo Civil, que se denomina audiência de conciliação. Atualmente, a legislação e os juízes insistem, com total acerto, para que tais audiências sejam realizadas, sempre na presença de conciliadores treinados, das partes e de seus advogados. E na maioria dos casos, há êxito e as partes estabelecem um acordo, transformando a ação litigiosa em consensual.Assim, a visão atual do direito de família e de todos os profissionais envolvidos realmente beneficia a conciliação, nos níveis pré e pós processuais.

A visão atual do direito de família e de todos os profissionais envolvidos realmente beneficia a conciliação, nos níveis pré e pós processuais.

Portanto é ético, é do bem, é correto que todo advogado, que ama sua profissão, mas que acima de tudo ama as pessoas e quer ajudá-las, possa fazer o melhor para orientar um casal a resolver suas questões de forma humanizada, ouvindo as partes e seus questionamentos, falando a verdade e evitando conflitos desnecessários.

Porque suavidade e afeto podem ser parte de nosso cotidiano em qualquer esfera ou mister e devem ser distribuídos gentilmente entre aqueles que nos procuram, não apenas com um problema burocrático a ser resolvido, mas com questões que abalam profundamente sua vida emocional e causam sofrimentos, principalmente se relegados a uma visão restrita por parte do profissional do direito.

Imagem de capa: Photographee.eu/shutterstock

“Um pouco mais de paciência”

“Um pouco mais de paciência”

Existe uma linda palavra da língua portuguesa que poucas pessoas procuram conhecer em profundidade, estou falando da palavra PACIÊNCIA.

Mais do que nunca, essa é uma palavra que precisa ser resgatada, pois o mundo inteiro está passando por uma crise e, como diria o Lenine, é preciso “um pouco mais de paciência”.

Em sua raiz, podemos fazer a seguinte separação:

PACIÊNCIA = PAZ + CIÊNCIA = paz que vem da ciência, do conhecimento

Não é incrível? A paciência tem a mesma raiz da palavra PAZ, só tem a verdadeira paciência que atingiu um estado de paz.

É simples chegar a essa conclusão. Você já conheceu uma pessoa paciente que é super irritada, que sai por aí gritando com todo mundo? Pois é! Você não conhece porque isso é incoerente.

A etimologia desta palavra sugere que a paz provém do conhecimento, porém não se trata de um conhecimento qualquer, mas do AUTOCONHECIMENTO. Quando você se conhece, naturalmente passa a surgir de dentro do seu coração a verdadeira paz, popularmente chamada de PAZ DE ESPÍRITO.

O que é a paz de espírito? É a paz que surge de um coração sereno, tranquilo e amoroso.

Infelizmente, estamos vivendo um período de turbulências em todo o planeta, mas toda essa confusão serve como um alerta para que tenhamos mais paciência, mais consciência.

É até interessante fazer esse paralelo.

PAZ + CIÊNCIA => PAZ + CONSCIÊNCIA

A paz que provém do autoconhecimento, certamente eleva a nossa consciência, e nada é mais bonito e tocante do que a paz de um ser humano que tem conhecimento e que transforma todo esse conhecimento em consciência, em amor, em sabedoria, em serviço!

Eu estou procurando ser mais uma dessas pessoas, que por onde vai leva amor, leva carinho, leva uma presença pacificada.

O mundo precisa de mais e mais pessoas assim, para atingir um nível maior de equilíbrio e harmonia.

A origem de tanta desarmonia e desequilíbrio está no afastamento da nossa essência divina. Um número cada vez maior de pessoas vem se tornando MATERIALISTA, em vez de ESPIRITUALISTA.

Ser materialista é viver de forma imediatista, pensando apenas na sobrevivência, apenas em ganhar dinheiro, em acumular, em criar um patrimônio.

Não estou querendo dizer que isso não seja importante, é sim! Porém, é secundário. O mais importante é o nosso espírito, nosso interior.

Lembra as palavras de Jesus? Uma vez ele disse isso aqui: “Vocês estão nesse mundo, mas não são desse mundo”.

Em outra passagem ele diz a Pôncio Pilatos: “O meu reino não é desse mundo…”.

E noutra passagem ainda mais impactante ele disse essa maravilha aqui que me deixa de queixo caído de tão profunda que é: “Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo mais vos será acrescentado…”.

Você sabe e todos nós sabemos inconscientemente que estamos nesse planeta de passagem, e nosso tempo aqui é extremamente limitado. Passa muito rápido! Sabemos disso, mas mesmo assim ainda tem um montão de pessoas que quer viver na “correria”, e pagam um preço muito alto por essa escolha!

A vida é tão rara, já dizia nosso amigo Lenine, que me ajudou muito na inspiração desse texto!

Quero lhe lançar esse desafio de procurar ser uma pessoa verdadeiramente paciente! Acredite! Tudo que nos acontece, sempre tem um propósito maior voltado para a elevação da consciência.

Inclusive ouvi uma vez uma frase de uma parábola que se tornou quase um mantra pra mim, vou compartilhá-la com você para que busque gravá-la na memória:

TUDO QUE ACONTECE, ACONTECE PARA MELHOR.

Sempre e sempre! Por mais que às vezes achemos que não, que esperneemos, que fiquemos chateados, com raiva, mas sempre é para melhor, sempre é para a nossa elevação, para o nosso crescimento.

Esse crescimento passa pela paciência. Se você está lendo esse texto é porque certamente almeja isso, pois como já falei outras vezes, esse é um blog de autoconhecimento e se você caiu aqui, não foi por acaso, existe um propósito por trás, e esse propósito é acender uma luzinha no interior do seu coração para você ser mais paciente.

Para continuar essa reflexão, compartilho a belíssima música do Lenine que tem tudo a ver com o que falei aqui.

Paciência – Lenine

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para

Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
E o mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (Tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não para não)

Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida é tão rara (a vida não para não… a vida não para)

***

Imagem de capa: créditos Flora Pimentel

Ansiedade: a questão não é curar-se. O passo é viver de novo.

Ansiedade: a questão não é curar-se. O passo é viver de novo.

A ansiedade é uma daquelas coisas que você sempre teve, mas que não sabia que existia. Porque o seu corpo ainda tinha o controle ou porque você pensava que era simples administrar qualquer tipo de causa e reação do coração. Mas não é bem assim. Nunca foi.

Só sabe da ansiedade, da rotina de uma pessoa ansiosa, quem já teve de fazer uma escolha difícil. Mas difícil do tipo que tira o seu chão e ar. Por que é uma escolha difícil? Porque ela significa, na maioria das vezes, abrir mão de algo ou alguém para melhorar, para evoluir e ser uma pessoa mais leve. O problema dessa escolha é que pouca gente tem disposição para imaginar, quanto mais para compreender.

E dói. Dói com palavras que, às vezes, você nem faz ideia em como dizê-las. Parece que tudo que você já viveu não te preparou para esse momento. E nem tinha como. Quando esse sentimento de prisão em movimento bate, poucas são as alternativas.

Você pode ter a sorte de contar com alguém. Alguém que não reclame e que ofereça presença e cumplicidade. Tomara. Todos merecemos não nos sentirmos sozinhos nessas horas. Mas vai que não tem jeito. Que é só você e você. Quer dizer, você e essa dorzinha chata, certeira e não convidada. O que fazer? Alguma solução instantânea ou duradoura pra isso? Não, não tem.

O jeito é, deixe-se acreditar. Agarre-se bem forte em todos os bons e confortáveis pensamentos que você puder juntar na hora, e respire fundo. Vai passar. Tenha no coração que a decisão tomada não foi para causar um sofrimento, nada disso.

É o seu sorriso que importa. E ele precisa, além de ficar muito mais bonito, quando você se permite seguir em frente sem que o peso da ansiedade ultrapasse o seu próprio amor. A questão não é curar-se. O passo é viver de novo.

Imagem de capa: InesBazdar, Shutterstock

5 motivos para mandar abaixo a ditadura do positivismo e ser uma pessoa negativa feliz.

5 motivos para mandar abaixo a ditadura do positivismo e ser uma pessoa negativa feliz.

Já te disseram essa semana que você precisa ser uma pessoa mais positiva? Já te disseram, em tom de censura, que as suas palavras tem poder, e por isso seria conveniente que você só abrisse a boca para dizer coisas boas? Tenho uma leve tendência a acreditar que sim, afinal, caro leitor, a sociedade atual vive refém de algo que eu chamo de “Ditadura do positivismo”.

Pode ficar à vontade com o seu otimismo. Só não me impeça de ser pessimista.

Não interessa a este texto estudar os princípios ou eventuais resultados impressionantes de uma postura positiva diante da vida. Aos interessados no assunto, basta se debruçar sobre centenas de livros de auto-ajuda que figuram entre os mais vendidos no mundo. A intenção deste texto é fazer algo muito menos nobre, legitimar o negativismo. Sim, é isso mesmo. Tudo bem ser uma pessoa negativa de vez em quando. Se você ainda não descobriu a importância de se reservar o direito de não ser sempre a pessoa mais otimista do seu grupo, se atente à lista que preparei para você, “os 5 motivos que justificam uma postura negativa.”

1- Reclamar é libertador!

Você já acordou se sentindo insatisfeito com a sua vida, mesmo sabendo que está tudo bem? Não se envergonhe, acontece com todas as pessoas, inclusive com aquela celebridade de corpo escultural e dentes perfeitamente brancos que posta fotos deslumbrantes das suas férias no Caribe ao lado da sua família igualmente perfeita. Às vezes, por motivos diversos, você, eu e a celebridade do instagram, acordamos insatisfeitos com os nossos empregos, com os nossos relacionamentos, com as nossas rotinas. Já cheguei a me irritar até com o som da minha própria voz. Essas insatisfações generalizadas e não fundamentadas, quando não são um problema mais grave, como uma depressão ou uma insatisfação crônica, costumam durar apenas um dia ou dois e são resultado de uma semana atribulada, de uma noite mal dormida, ou qualquer outro fator externo. E, nesses dias, tudo o que mais temos vontade de fazer é reclamar. Sim, reclamar desavergonhadamente, de boca cheia. Mas, geralmente, quando abrimos a boca para falar mal de alguma coisa, alguém rebate imediatamente, usando frases do tipo: “Você fala mal do seu emprego, mas pense pelo lado positivo, pelo menos você tem um emprego”, ou “Olha que dia bonito está fazendo lá fora! Vamos enxergar o que é belo na vida!”. Essas frases costumam, além de me entediar pela obviedade, me revoltar profundamente, afinal eu já estou terrivelmente insatisfeito e irritado, mesmo que por motivos fúteis, e ainda sou privado de fazer a única coisa que me faz bem naquele momento. Se você também se revolta com essa situação, caro leitor, me permita te dar um conselho, sem a menor pretensão de parecer sábio ou um Ser evoluído: quando alguém tentar te privar de reclamar, apenas diga: “Tire o seu positivismo do caminho que hoje eu acordei negativo!”.

“Tire o seu positivismo do caminho que hoje eu acordei negativo!”.

2- Pode ser que a sua vida esteja realmente ruim

Acredite, pode ser que o seu emprego, o seu relacionamento e o seu novo corte de cabelo estejam realmente ruins. Você não está ficando louco ou reclamando simplesmente por reclamar. Saber identificar quando algo não está funcionando como deveria é fundamental para que você dê um primeiro passo no sentido de fazer as coisas diferentes a partir dali. Você pode se movimentar e distribuir currículos, dispensar sua companheira ou companheiro e procurar alguém que te faça realmente feliz, ou simplesmente ser feliz sozinho; e pode voltar ao salão de cabeleireiro para fazer um corte de cabelo novo, ou até mesmo comprar um boné ou um chapéu. Mas se você ficar preso nessa premissa de que temos que sempre olhar o lado positivo das coisas, é bem possível que você fique estagnado nesse lugar de insatisfações.

Saber identificar quando algo não está funcionando como deveria é fundamental para que você dê um primeiro passo no sentido de fazer as coisas diferentes a partir dali.

3- É melhor ter razão ou ser feliz? Ter razão, claro!

Me perdoe a franqueza, mas sou do tipo de pessoa que não deixa passar as oportunidades. Se estou em casa discutindo com alguém e, em determinado momento, encerro a discussão e saio de casa, mas, no caminho para o trabalho, penso em todo um repertório de coisas que poderia ter dito, eu simplesmente volto para casa com a desculpa de que esqueci alguma coisa e retomo a discussão. Porque nada me corrói mais do que encerrar uma discussão sem ter dito tudo o que eu queria dizer. Se eu fosse uma pessoa positiva, esperaria os ânimos se acalmarem e tentaria uma conversa civilizada, expondo argumentos e ouvindo o outro como se deve. Mas que graça teria?!

4- Pessoas excessivamente otimistas podem ser irritantes e estão mais sujeitas a tomarem uma rasteira da vida.

Se você também carrega um guarda-chuva na mochila ou na bolsa, mesmo que a previsão do tempo indique um dia de sol sem possibilidades de chuva, sinta-se incluído. Eu, por hábito ou necessidade, penso em todos os cenários possíveis para uma mesma situação, inclusive, e às vezes principalmente, os piores. Porque já dizia minha avó, é melhor prevenir do que remediar. Se acaso tudo der certo, ótimo! Se tudo der errado, já tenho meu plano de ação. Mas pode ficar à vontade com o seu otimismo. Só não me impeça de ser pessimista.

Se tudo der errado, já tenho meu plano de ação.

5- Desejar o mal de alguém que te fez mal não faz mal. (Perdoe a retórica!)

Se todas as vezes que alguém desejasse o mal de outro alguém, esse mal se concretizasse, mais da metade das pessoas já teria sido banida da face da Terra. Desejar secretamente que o seu colega de trabalho maledicente morda a língua e morra engasgado no próprio veneno, ou que o seu chefe torça o pé e passe uns dias em casa não te faz uma pessoa horrível. Apenas te faz uma pessoa. Vale uma ressalva, fique apenas no campo das ideias, não caia na besteira de realizar seus desejos mais vis, caso contrário, não terei como te defender.

Esta foi uma defesa bem-humorada de comportamentos moralmente não aceitos em nossa sociedade, mas que são comuns a todos nós. Se não te servir como reflexão, que pelo menos te renda um sorriso. Porque rir de si mesmo pode ser uma terapia das mais positivas (rs).

Imagem de capa: Cara-Foto/shutterstock

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