Pecado é a virtude exagerada

Pecado é a virtude exagerada

Venho através desse pequeno texto compartilhar um desses insights. O que me inspirou foi um trecho do texto “Desejo, necessidade, vontade”, que transcrevi aqui embaixo.

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“Falar em pecado é impossível sem falar em virtude. O que é um pecado? É a maximização da virtude, ou seja, é uma virtude exagerada. Assim, pelo excesso, uma admiração se torna inveja. A virtude do prazer, por sua vez, vira luxúria. Quando exagerada, a virtude da indignação se transforma em ira. O orgulho muda para soberba e o descanso exagerado, preguiça.”

Mario Sergio Cortella

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Antes de ler esse livro nunca havia pensado sobre o pecado nessa ótica que o Cortella expôs. Achei simplesmente fascinante, porque é a mais pura verdade. O pecado surge de uma virtude exagerada.

E como sempre comento nos textos que escrevo, precisamos buscar o caminho do meio, nem tanto ao céu, nem tanto à terra, nem 8 nem 80…

Nesse trecho do seu livro, o Cortella cita alguns dos pecados capitais e suas respectivas virtudes exageradas.

Eu até já escrevi um texto tempos atrás falando sobre um dos exemplos que ele cita. A INVEJA [link aqui]. Já senti forte inveja de algumas pessoas, mas me trabalhei muito para superar isso, principalmente através do que considero o melhor dos antídotos: NÃO SE COMPARAR COM NINGUÉM. Se você não se compara com ninguém, é possível admirar imensamente uma pessoa sem invejá-la. Essa é a nossa busca pelo equilíbrio.

As pessoas que vivem para ter prazer desenvolvem a luxúria. Inclusive um termo bastante utilizado é HEDONISTA, que são as pessoas que só pensam em usufruir de prazeres, fugindo à todo custo dos sofrimentos. Essas pessoas não conseguem ser plenamente felizes, porque ninguém consegue ser feliz 100% do tempo. A felicidade só pode ser percebida e vivida porque sabemos da existência da tristeza. A tristeza serve como um parâmetro para percebermos quando vem a felicidade

O exagero da indignação se transforma em ira. A ira é o sentimento de REVOLTA (voltar de novo…). A pessoa irada só se autodestrói, porque fica o tempo todo remoendo sua indignação. Quem está irado perde o equilíbrio e muitas vezes se torna impulsivo, dizendo coisas que não gostaria e pior, tomando atitudes que não deveria.

O orgulho exagerado se transforma em soberba, que é aquele sentimento de extrema autossuficiência, tipo assim: “Os outros precisam de mim, mas eu não preciso de ninguém…”. Esse é um extremo desequilíbrio! Todos nós precisamos uns dos outros e isso é maravilhoso. Temos virtudes diferentes e predisposições diferentes exatamente para compartilharmos aquilo que temos de melhor, aprendendo com quem sabe mais do que a gente em alguma coisa e ensinando aquilo que sabemos melhor do que os outros em outra coisa. Essa ideia é linda, essa é a base do que conhecemos como INTERDEPENDÊNCIA, ou seja, eu dependo dos outros para aquilo que não sou tão bom, mas ao mesmo tempo ensino através daquilo que sou um especialista.

Se nossa sociedade de fato vivesse esse princípio maravilhoso, esse mundo seria um completo paraíso e não haveria essa tal de soberba…

O descanso exagerado gera a preguiça. Se você não coloca seu corpo e mente para trabalharem, para entrarem em atividade, o que acontece é aquele velho e conhecido ditado: “Tudo aquilo que não é usado atrofia…”. Você gostaria de atrofiar sua capacidade de realização porque descansou demasiadamente? Certamente que não, concorda? Portanto, descanse, mas estipule um período limite para esse descanso, antes que ele se transforme em preguiça e lhe incapacite…

O pecado é uma virtude exagerada! Portanto. Desenvolva suas virtudes de forma equilibrada! Dessa maneira você estará automaticamente se livrando desses pecados que tanto nos incapacitam e atravancam nosso processo evolutivo…

Pare de abraçar o que te faz infeliz.

Pare de abraçar o que te faz infeliz.

Um abraço é algo tão poderoso que chega a tomar para a gente, ainda que por alguns segundos, o quê ou a quem está sendo abraçado. Um abraço é um sinal de pertença, ainda que temporária. Pode ser no sentido relativo ou no figurado, mas sempre é sinal de aproximação e de identificação.

Ao abraçarmos uma pessoa, estamos absorvendo a energia, o calor que essa pessoa carrega consigo; estamos próximos, coração a coração. Ao abraçarmos uma causa, seja ela de que tipo for, estamos assumindo para nós os riscos e responsabilidades que essa causa representa.

Isso posto, aqui vai um alerta: cuidado com o que você abraça. Muito cuidado, porque nem tudo te faz bem e nem todos estão ao seu favor. Algumas coisas têm grande probabilidade de ser uma má influência para sua vida.

As pessoas pessimistas, imaturas demais ou com tendência à falsidade; pessoas que não querem o seu bem na mesma proporção em que você deseja isso a elas. Fuja desses abraços-jiboia, porque irão te sufocar.

Tenha coragem de se desvencilhar e pare de estender seus braços em direção ao que vai te fazer sofrer. Aceite pessoas que queiram te oferecer algo de bom ou que estejam sentindo essa mesma necessidade. Infelizmente, nem todos os abraços são sinceros. E à definição de abraço, somam-se conversas, desabafos, ombro amigo. Nem todos os braços que se abrem em nossa direção querem o nosso bem.

Da mesma forma, dedique-se a projetos que vão te fazer ser uma pessoa melhor. Abrace projetos que te farão sentir uma pessoa especial, sortuda, realizada. Afaste-se de ações que sejam ilícitas, imorais ou que possam manchar sua conduta como pessoa de bem. Não se abra nem se enlace a esse tipo de ação. Acolha em seus braços a solidariedade, a amizade sincera, a cordialidade. Esses valores têm estado cada vez mais ausentes.

Em sinal contrário, solte toda carga negativa que foi abraçada nos últimos tempos, estando elas em seu peito ou já presas às suas costas. É necessário se libertar de todos os sentimentos e gestos destrutivos e prejudiciais que, por descuido ou imprudência, estejam imobilizando você. Eles são abraços venenosos.

Escolha com atenção e sabedoria. Não se atrele a nada que não vai te acrescentar nem enriquecer como pessoa.

É importante compreender que as mudanças mais consistentes são realizadas com tempo e não da noite para o dia. É pelo uso do discernimento e das experiências adquiridas com erros e acertos que se aprende a selecionar o que realmente é bom para cada pessoa. E a partir disso, decidir para onde direcionar os braços e onde depositar afeto e consideração. As opções e opiniões são sempre individuais.

Mas tenha uma coisa em mente: misture-se apenas ao que vai te fazer feliz. Porque a infelicidade tem abraço de urso e depois que a gente se deixa agarrar é sempre difícil sair do seu aperto.

Eu escolhi ser feliz … sem você!

Eu escolhi ser feliz … sem você!

Eu vou começar esse texto pelo fim. Pelo nosso fim. Algumas histórias não nascem para darem certo mesmo e, a nossa, faz parte dessas. Agradeço as ligações não atendidas, as crises de ciúmes sem motivos e os compromissos cancelados na última hora. Eles me fizeram amadurecer e ver, exatamente, o que não quero para minha vida.

Você sabe que não sou saudosista e que não cultuo sofrimento. Tenho sede de vida, do hoje, do inesperado. Não vejo beleza na dor, nem faço das lembranças motivos de sofrimento. Apenas quero viver o hoje com todas as surpresas que ele me proporciona.

Falando assim parece clichê, mas o que quero para minha vida é paz e, com você moreno, isso não seria possível. Quero olhar os outros com generosidade, enxergar a vida mais leve e ser capaz de perceber a beleza dos detalhes. Quero descanso emocional, direito de juntar os cacos em paz, cura sem plateia.

Em algum momento, perdemos nossa liberdade tentando encontrar o amor e acabamos escravos dos próprios sentimentos. De repente, nos vimos presos na obrigação do almoço de domingo em família, de dar satisfação a cada passo, de postar fotos de casais nas redes sociais. E, convenhamos, não estávamos tão felizes como expúnhamos.

Estamos cansados. Cansados de tentar, de insistir, de convencer. Nosso relacionamento foi se acabando na nossa falta de cuidado e, agora, não há nada o que se possa fazer.

Sabe, não merecemos um romance pela metade. Ninguém merece! Chegamos ao nosso limite emocional e nada do que vier daqui para frente poderá salvar essa relação.

Merecemos um amor sem roteiros pré-determinados pela sociedade com possibilidade de crescimento mútuo. Merecemos, moreno, sermos felizes. Mesmo que separados.

Pode parecer loucura, mas com o tempo, nossas lembranças serão esquecidas e isso nos fará caminhar em direção a uma nova vida. Seremos capazes de amar novamente, sem resquícios da relação anterior e isso será libertador!

Hoje, moreno, ficam entre nós as lições, os carinhos, o respeito, sem mágoa ou ressentimentos. Nossa relação foi uma oportunidade de aprendizagem sem direito a mensagens de saudade. Pode ser que daqui a vinte ou quarenta anos a gente se reencontre e tome outras decisões, mas, por hoje, eu escolhi ser feliz e isso não inclui você.

Relacionamento blindado não precisa de cadeado

Relacionamento blindado não precisa de cadeado

Tem gente que acha que relacionamento blindado é relacionamento com cadeado. Protegido para que ninguém veja. Pega o parceiro, amarra, prende e joga dentro de um baú. Sem liberdade. Um tesouro que a só pessoa pode ver. Relacionamentos não precisam ser assim. Nem devem.

Relacionamento, em sua essência, é a união de duas pessoas livres que se amam. E ambos têm essa liberdade de escolher estar ali. Só por vontade de compartilhar da companhia do outro. Só por amar. Por querer ficar. Por estar feliz. Amor envolve muitas coisas e nenhuma delas é a posse. Amor não é prisão. Relacionamento é a liberdade de permanecer por querer. De respeitar por amar. De confiar por amor. Relacionamento é confiança, é doar-se sem medo, é olhar nos olhos do outro e ter a certeza que o respeito e a verdade moram ali. Quando você encontra um lugar onde realmente gosta de estar, não há razão nenhuma para querer sair de lá. A vida a dois é essa arte do encontro. Procura, encontra, se apega, se apaixona, ama e decide ficar.

Casamento blindado, namoro blindado, união blindada são termos construídos, querendo nos fazer acreditar que basta colocar tudo dentro de uma caixa, encher a casa e a vida de regras, passar uma corrente e lacrar que estará tudo certo. Isso não existe. Existe, sim, relacionamento entre pessoas felizes, que se amam, se respeitam, confiam, planejam juntos e incentivam os sonhos um do outro. Esse sim, é revestido da maior força que o amor provê: A união. Quando um casal é unido, eles formam um elo que suporta qualquer coisa que o tente quebrar. Quando a união impera, cada um aceita o outro da forma que ele é, e tem gratidão por ser assim. Quando a união é forte, nenhum problema resiste e o amor verdadeiro se torna inquebrável. Tem que dar atenção, tem que corresponder, tem que ligar, tem que atender, tem que gostar de dar carinho, tem que gostar de receber. Relacionamento é cobrar, mas, muito mais é ceder.

Não há fórmulas para uniões perfeitas. As pessoas se juntam e a partir daí vão se adequando, se enquadrando, um à maneira do outro. Sem manuais a seguir. Sem regras ou receitas. Sem ninguém de fora dizendo o que se deve ou não deve fazer. O amor de verdade mora no simples. O simples é o amor despido. O simples é a vida sendo pura. A espontaneidade de cada um, aliado com a convivência harmoniosa e o respeito as particularidades do outro, é que fará com que o amor seja eterno e a paixão poderosa. A gente precisa estar sempre muito agradecido pelo amor que sentimos, ser correspondido por uma paixão recíproca.

Viver uma vida inteira ao lado de alguém não é tão fácil quanto parece. Um relacionamento fortalecido se dará através de muitos fatores. Quase todos internos, dentro da casa dos dois e dentro do coração de cada um. A beleza da gratidão por ter o amor do outro é que torna um relacionamento indissolúvel e inatingível por qualquer que seja a dificuldade. Quando a gente encontra a pessoa que considera ideal para passar a vida, é normal idealizar que encontrou um verdadeiro tesouro, mas nem por isso devemos trata-la desta forma. Não é um tesouro, é uma pessoa. Presente de Deus. Pessoa que foi criada diferente e agora convive contigo. E ela traz junto os seus gostos, suas manias, seus defeitos, vontades e seus problemas. Não tem como pular as partes ruins. A gente passa por exigências e provações, mas é o amor que deve reinar. As qualidades que a gente encontrou superam qualquer outra coisa. Relacionamento bom tem que ter essa sintonia entre dois corações diferentes se encaixando perfeitamente.

Um relacionamento dará certo quando cada um aceitar e desejar assim. Quando os dois disserem sim. Tenho defeitos e você também tem, tenho qualidades e você também tem. A gente se ama. Então a gente cede, ganha, recebe, perde, doa, dá, reclama, ouve, fala, perdoa e, enfim, a gente se entende. Te quero assim, você me aceita assim? Se sim, vocês acabaram de fazer de um relacionamento algo para toda vida, sem precisar blindar, sem cadeados, sem portas trancadas, sem caras amarradas. Tudo que a gente precisa para ser feliz a dois, está dentro da gente mesmo e só conseguimos sendo, antes de mais nada, feliz intimamente. A felicidade é a maior transformadora de pessoas. Quando nos é oferecido algo que a gente nunca havia experimentado antes, o amor verdadeiro, a gente se torna feliz e renasce. Depois que descobre a força desse amor de verdade, ficamos dependentes desse sentimento. Pense que é sempre sorte ter quem se ama ao lado. Faça dessa benção algo permanente. Faça dessa união algo belo. Faça de dois apenas um, mas cada qual com suas individualidades. Isso é relacionamento de verdade. Esse não precisa blindar. Já nasce eterno.

Para o seu cérebro maratonar séries promove o mesmo tipo de prazer de usar drogas ou até de fazer sexo.

Para o seu cérebro maratonar séries promove o mesmo tipo de prazer de usar drogas ou até de fazer sexo.

Sempre que uma matéria é publicada ou que um texto de opinião é divulgado, preocupo-me em ressaltar a importância de sua leitura crítica.

Por leitura crítica entendo que devemos conhecer os fatos e os posicionamentos de terceiros para ampliar nossos olhares e ter informações que nos ajudem a lapidar nossas próprias opiniões. Ou seja, nada do que é lido deve imediatamente ser entendido como uma verdade absoluta. As verdades são fruto de eterna construção.

No ano passado, por exemplo, nós publicamos uma matéria que, baseada em resultados de pesquisas, afirmava que Assistir séries sem parar seria um sinal de depressão e solidão. Hoje, entretanto, trazemos a fala da psicóloga Renee Carr que, em entrevista a NBC News, afirmou que ‘maratonar’ séries faz com que o nosso cérebro produza mais dopamina e nos dê mais prazer.

Durante a entrevista, a psicóloga explicou que o aumento da dopamina daria uma resposta cerebral do tipo: ‘Isso é bom, você deve continuar fazendo isso!’. Logo, quando você permanece assistindo suas séries, seu cérebro envia sinais de prazer semelhantes ao das drogas.” E é isso que pode causar sintomas de dependência. É aquela coisa: sinto prazer e quero mais e mais. O nossos corpo, então, permanece onde se sente bem pelo maior tempo que consegue- e aí vamos nós nas intermináveis maratonas de séries!

Então, agora sabemos que as séries promovem prazer, mas que também podem levar a dependência, fato que identificamos através do gradativo afastamento social, diminuição de horas de sono e outras perdas qualitativas na rotina da pessoa que se torna dependente.

Logo, o segredo é  ter consciência do risco da dependência e estabelecer limites para as “maratonas” assim como nós devemos ter limites para outros atos de nossas vidas que promovem prazer e que podem causar prejuízos às nossas vidas se praticados em excesso.

Lembrem-se que as séries são programas seguros, que trazem cultura e ativam em nosso cérebro uma conexão empática com os personagens que nos permitem olhar o mundo de maneira mais ampla e enriquecida de pontos de vistas diversos. Ou seja, séries são tão boas que chegam a viciar.

Para saber se você está exagerando, observe se você está abrindo mão de outros aspectos da sua vida que você gosta muito, mas deixou de fazer por falta de tempo.

Do mais, aproveite!

Editorial CONTI outra

Emilia Clarke, atualmente a atriz mais bem paga do mundo, não admite o termo “Mulheres Fortes”. Entenda.

Emilia Clarke, atualmente a atriz mais bem paga do mundo, não admite o termo “Mulheres Fortes”. Entenda.

Os fãs da série “Game of Thrones” a conhecem bem, pois Emilia Clarke protagonizou a personagem Daenerys Targaryen, a mãe dos dragões.

Britânica, 31 anos, e em 2018 considerada a atriz mais bem paga do mundo, pois teria acumulado um patrimônio de cerca de $82 milhões de dólares em rendimentos derivados de seus trabalhos.

Em seu mais recente trabalho Emilia  interpretou a personagem Qi’ra em “Han Solo: Uma História Star Wars”.

E você dirá: Caramba, que mulher forte e poderosa! Ela saiu de GFT e foi para nada mais, nada menos, que Star Wars.

Mas, é aí que Emilia Clarke para tudo e se manifesta!

contioutra.com - Emilia Clarke, atualmente a atriz mais bem paga do mundo, não admite o termo "Mulheres Fortes". Entenda.
Imagem reprodução

Recentemente, em entrevista à Variety – durante o Festival de Cannes, a atriz explicitou o descontentamento com o uso da frase “mulheres fortes” para definir as protagonistas femininas. Segundo ela, o adjetivo deixaria subentendido que outras protagonistas são fracas em comparação às “fortes”.

Ela disse:

“Chega desse ‘mulher forte’, por favor. Vamos apenas ser mulheres. Eu vou te dizer como me senti em interpretar uma mulher e fim, é isso. Tire o ‘forte’ e encontre outro adjetivo. Eu apenas interpreto uma mulher, se ela não é forte, é o quê? Você me diz que a outra opção é ‘fraca’? Eu fico muito frustrada com isso, ninguém pergunta sobre o ‘homem forte’, a não ser para falar sobre o físico dele. Entende o que significa?”

Quem acompanha o cinema sabe que, de maneira geral, além de salários mais baixos, as mulheres possuem menos papeis como protagonistas. Outro “vício” sexista do cinema, é utilizar mulheres apenas como moldura para personagens masculinos, sendo elas aquelas que ajudam o “grande astro” a brilhar ou que precisam dele para suprir suas carências e lhes dar proteção.

Com a fala acima, Emilia Clarke certamente está combatendo essa postura de colocar a mulher como alguém frágil. Para ela, mulher é mulher e não “o sexo frágil”. Logo, se não subentendermos um “sexo frágil”, não precisaremos pensar em “mulheres fortes.

E vocês, concordam com a postura da atriz? Comentem conosco!

Editorial Conti outra. Imagem de capa: cena da série “Game of Thrones”.

Garotinha “rouba” pipocas do Príncipe Harry e a reação dele é adorável

Garotinha “rouba” pipocas do Príncipe Harry e a reação dele é adorável

É impossível pensar no Príncipe Harry, tão comentado nos últimos dias por conta de seu casamento, sem nos lembrarmos de sua mãe, a princesa Diana.

Também é impossível pensar em Diana sem rememorarmos a sua doçura e poder de encantamento que alcançou todo o mundo.

Agora, nesse vídeo, vemos uma garotinha “roubando” pipocas do Príncipe Harry. Ela pega as pipocas sem parar enquanto ele conversa com um senhor ao lado, mas quando ele percebe, sua reação divertida e adorável prova que uma fruta nunca cai longe do pé.

Confiram!

Editorial CONTI outra

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Dica de vida: o caminho escolhido importa mais que a velocidade

Dica de vida: o caminho escolhido importa mais que a velocidade

Muita gente dá o sangue, o suor e as lágrimas em busca de um único objetivo de vida. Ser rico, casar ou viajar o mundo são apenas alguns dos itens que lideram a lista dos desejos humanos. Porém, na sede de alcançar o objetivo de forma rápida, muitos esquecem que o caminho percorrido é mais importante que a velocidade escolhida.

A vida é um mar de escolhas. De situações que acontecem e daquelas que escolhemos que aconteçam. Nossas decisões, tomadas a todo tempo, são responsáveis por mudar o curso, a forma e a intensidade das coisas. Para tanto, a grande sabedoria está em saber escolher o caminho certo e não priorizar o tempo que demoramos para percorrê-lo.

Caminhos são possibilidades de crescimento espiritual e de aquisição de sabedoria, já que são neles que a vida acontece. Como dizia Caio Fernando Abreu, “a vida tem caminhos estranhos, tortuosos, às vezes difíceis: um simples gesto involuntário pode desencadear todo um processo”.

Na caminhada adquirimos aprendizagens, as amizades são provadas e o amadurecimento se efetiva. Note que quanto mais rápido conquistamos algo, maior a tendência à desvalorização.

Pessoas apressadas perdem o melhor da vida, desperdiçam o próprio tempo e tornam-se escravos dos próprios sonhos. Esquecem de ver a beleza dos detalhes e de admirar os pequenos presentes da vida.

É no caminho que aprendemos a priorizar o que, realmente, importa. Entendemos que terminar o namoro com o “grande amor da nossa vida” só é doloroso quando se tem 20 anos. Com 40, o sofrimento dá lugar ao bom senso. Entendemos que reprovar na escola parece o fim do mundo quando se tem 10 anos. Na faculdade, percebe-se que não houve uma perda de conhecimento significativa. Em outras palavras: é no caminho que adquirimos conhecimento empírico e equilíbrio emocional.

O grande Paulo Freire, em Pedagogia da Esperança, afirmava que “ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhado, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar”.

Que sejamos capazes de diferenciar os atalhos dos desvios e que, mesmo incertos, possamos aprender com os resultados das escolhas que fizermos. Que sejamos constante em sabedoria, em crescimento e em humildade e que possamos entender que mais vale um caminho longo que um caminho errado.

Você ficou nos detalhes

Você ficou nos detalhes

Você foi embora meio sem querer ter ido. Eu percebi que, quando você cruzou a porta de embarque do aeroporto, seu andar vacilou um pouco, indeciso. Você foi sem saber se deveria ir ou ficar, e me despedir de ti com um sorriso no rosto foi, de longe, a situação mais difícil que já enfrentei.

Tem um ditado muito antigo que diz que devemos deixar livres as pessoas que amamos. Se voltarem é porque sempre foram nossas, se não voltarem é porque nunca nos pertenceram. Quando seu avião finalmente decolou, as lágrimas me venceram e eu chorei por tudo que poderíamos ter sido.

Quando me abracei, sozinha no terminal, senti seu perfume na minha roupa. Naquele momento eu sabia que não era só o seu cheiro que tinha ficado em mim, mas disfarcei. Eu tinha que seguir em frente.

Peguei um Uber e resolvi jogar conversa fora. Todas as perguntas que ele me fazia eu encontrava um jeito de te incluir nas respostas. Você era e estava em tudo que eu havia planejado para a minha vida, e eu não tinha idéia de como rabiscar esses projetos todos novamente e sozinha.

Ao chegar em casa, perdi a fome. Deitei na cama e rodei de um lado pro outro, imaginando como você estaria. Os dias foram passando e minha insônia continuou me mexendo e me impedindo de descansar.

Quando tentei sair de casa pela primeira vez, puxei na memória meus lugares favoritos antes de você e resolvi revisitá-los. Que grande erro voltar ao passado quando você já o deixou para trás. Reencontrei amigos, recebi carinho e olhares curiosos. Ninguém sabia por onde eu tinha andado esse tempo todo. Eu não quis dizer. Me pareceu invasivo dividir a vida e as histórias com alguém que não fosse você que perguntava sobre o meu dia, me abraçava e olhava no fundo dos meus olhos antes do beijo de boa noite.

Mais dias longos. Mais noites sem dormir. Mais saudades de você.

Fui na farmácia comprar shampoo e condicionador. Quando paguei, percebi que tinha comprado os seus e não os meus, tamanho o meu hábito de cuidar de ti. Desolada pelo entendimento de que você demoraria muito tempo para sair do meu coração, chorei, chorei muito. Na farmácia mesmo. Fui andando pra casa, com as lágrimas caindo pela avenida principal. Ouvi várias vezes que chorar relaxa e alivia a dor, mas essa teoria não funcionava naquele momento. Chorar, ali, só significava reconhecer que você não era mais meu par.

Minha mãe vinha no quarto todas as noites e fazia carinho no meu cabelo antes de desejar boa noite. Ela fingia que não via o travesseiro encharcado e fechava a porta quando saia. Meu irmão abria a maçaneta de manhã e me trazia o almoço, me forçando a me alimentar. Eu comia por gratidão a ele, porque o paladar já não me acompanhava.

Quantos dias, meses ou anos seriam necessários para que você não fizesse mais parte de todos os detalhes da minha vida?

Segunda chance para mim

Segunda chance para mim

Uma segunda chance vale a pena? Complicado de responder de imediato. Principalmente quando se trata de relacionamento amoroso. Questões diretamente relacionadas ao tipo de dinâmica que era estabelecida pelo casal durante a relação (jogos de poder, domínio econômico, sexualidade etc.), serão certamente consideradas por quem pensa em uma possível volta. Por vezes, o amor que ainda existe pelo outro não é o suficiente para a tomada da decisão.

Por outras vezes, o amor sobrevive ao tempo só para garantir o reencontro com o ex-parceiro em outro momento de nossas vidas. Guardamos em nossa memória os bons momentos vividos durante a relação e deixamos de lado o que nos afastou no passado. Quer tenha sido por falta de maturidade em enxergar as qualidades do outro ou por medo de sofrer. O que importa agora é a vontade de recomeçar criando uma nova história juntos.

Numa visão espiritual, a distância provocada pela separação se apresenta como uma oportunidade de evolução para o ex-casal. Trata-se de um despertar da consciência. Esse processo pode acontecer de forma mais intensa com ambos ou apenas um dos parceiros. Cada qual receberá as lições que precisam ser aprendidas de acordo com o grau de desenvolvimento espiritual de cada um. Se os parceiros que passaram por essa experiência voltarem a se relacionar será para resgatar algum ensinamento que ainda não foi assimilado. Esse processo pode durar uma vida inteira. Até mesmo se extender por outras vidas.

Quem pensa em uma segunda chance não está seguro de sua decisão ou, no caso do parceiro que não decidiu pela separação, não aceita a inevitabilidade do fim. O que é difícil de perceber logo após a ruptura é que foi concedida uma oportunidade de recomeçar uma nova relação consigo mesmo. A mais duradoura que teremos em nossa vida.

Afinal, se eu não estiver “a fim” de mim, vou ter que procurar alguém que se ocupe dessa tarefa. Isso não é necessáriamente ruim. Se as relações amorosas não terminassem. O amor acaba numa esquina, segundo Paulo Mendes Campos. Resta seguir em frente acompanhado do inevitável parceiro de vida. O nosso único e verdadeiro “amor eterno”. Quem sabe, um dos maiores desafios do ser hunano seja amar a si mesmo.

Ser capaz de amar até mesmo aqueles traços de nossa personalidade que preferimos esconder das pessoas com as quais nos relacionamos, por medo de sermos julgados. Temos compaixão com os erros de quem amamos, mas somos implacáveis com nossas próprias falhas. Como se não fossemos humanos. Enxergar as próprias mazelas requer muita coragem. Mudar aquelas características que nos fazem mal e só prejudicam o estabelecimento de relações saudáveis com os outros requer muito mais coragem.

O que precisamos é estar íntegros o suficiente para fazer a melhor escolha: dar uma segunda chance ao antigo parceiro ou dar uma segunda chance a si mesmo para recomeçar sozinho.

Animais percebem a presença de seres espirituais. Essa afirmação é verdadeira?

Animais percebem a presença de seres espirituais. Essa afirmação é verdadeira?

O site Virgulistas publicou uma possível explicação para reação dos gatos e cães que, em determinados momentos, mantém o olhar atento e até reagem a locais onde nós olhamos, mas não vemos nada.

Mas será que eles realmente enxergam seres espirituais?

Abaixo, vamos expor o que a ciência tem a dizer sobre esse assunto polêmico.

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“Na verdade, os animais têm uma capacidade de enxergar algumas frequências que nós humanos não temos essa mesma capacidade. Pois são coisas invisíveis para os olhos humanos – ou seja: gatos e cachorros têm a capacidade de ver nitidamente os raios ultravioletas, e isso é uma habilidade presente em outros animais mamíferos.

O tipo de luz UV tem um “comprimento de onda”, muito além da que é possível de ser detectada pela visão humana. Já que nossa retina tem uma espécie de filtro que não nos dá essa visão mais aprofundada.

Os pesquisadores da City University of London conseguiram comprovar que a anatomia dos olhos dos animais possibilita essa forma de visão, principalmente dos raios de luz tipo UV. Para isso eles estudaram e analisaram a retina de mamíferos já mortos, como gatos, cachorros, macacos, pandas, ouriços e furões. Talvez seja por isso que seu pet, muitas  vezes, interage com alguma coisa que aos seus olhos não é visível.”

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Agora, como nós também não vemos os espíritos, não podemos provar que cães e gatos, além dos raios de luz UV, também vejam algo do além, né.

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Editorial CONTI outra. Com informações de Virgulistas.

Perdemos Nara Almeida, mas o amor provou que é calmo e companheiro

Perdemos Nara Almeida, mas o amor provou que é calmo e companheiro

Nós sabemos que a única certeza da vida é a morte, mas nunca sabemos exatamente quando ela descerá suas cortinas sobre nós e retirará o nosso corpo físico desse plano.

Embora a frase acima pareça pesada e triste, não é tristeza que quero transmitir e sim uma homenagem, pois as cortinas se fecharam porque esse show acabou, mas o brilho de quem tem luz nunca deixa de emanar seus raios, e Nara Ameida, mesmo tendo apenas 24 anos, foi uma estrela em sua beleza, força, talento e carisma.

Além do exemplo de força, esperança e persistência em seu tratamento contra o câncer, Nara também nos iluminou com a força do amor entre ela e seu noivo, o engenheiro Pedro Rocha.

Abaixo, você lerá a mensagem postada no Instagram dias antes do falecimento de Nara, quando Pedro falava do primeiro ano de namoro.

E, mais abaixo, uma mensagem de despedida, postada após sua morte na manhã do último dia 21 de maio.

Nara tinha mais de 3,7 milhões de seguidores no Instagram, e divulgou informações de todo o seu tratamento aproximando seus fãs e recebendo muito carinho durante todo percurso.

contioutra.com - Perdemos Nara Almeida, mas o amor provou que é calmo e companheiro
Nara e namorado, em momento de cumplicidade, após a notícia do início do tratamento de imunoterapia iniciado pouco antes de sua morte.

Nós sabemos que a dor e o vazio dos familiares e amigos serão presença nos próximos dias e até meses, mas a força do amor, dia a dia reassumirá o seu posto deixando apenas as boas lembranças.

Força para família, amigos, fãs e para o Pedro.

Afinal, parece que tem gente que é boa demais para esse planeta.

Siga sua luz, Nara!

contioutra.com - Perdemos Nara Almeida, mas o amor provou que é calmo e companheiro

Imagem de capa: reprodução/instagram

Editorial e homenagem CONTI outra.

A metáfora do gelo derretido

A metáfora do gelo derretido

Esses dias estava ouvindo um programa de rádio que gosto muito chamado “Momento Zen”, com a Monja Coen, pela Rádio Mundial, e no programa ela falou uma coisa muito interessante e que me inspirou a escrever o texto que você lê agora.

Ela falava que se nós levamos um calorzinho, por menor que seja, do nosso coração para as outras pessoas, poderemos derreter muitos corações que estão frios e tristes!

A partir dessas lindas palavras dela eu criei essa simples metáfora do gelo derretido. Veja só que legal!

Sabemos através da calorimetria, conteúdo bastante estudado em Física e Química, que a água tem ponto de fusão à 0°C e ponto de ebulição à 100°C. Ou seja, ela passa de gelo para água líquida à 0°C e de água líquida para vapor à 100°C.

Se a água estiver à temperaturas negativas ela vira gelo e quanto mais negativa a temperatura, mais rígido esse gelo vai se tornando.

Assim como é com a água, é também com as pessoas. Quanto mais NEGATIVAS elas vão se tornando, mais FRIAS vão ficando e consequentemente mais RÍGIDAS também! É incrível essa associação concorda?

Mas estou escrevendo esse texto principalmente para mostrar que existe dentro do seu coração todos os elementos da natureza: ÁGUA, AR, TERRA e FOGO.

A água que compõe a maior parte do sangue que circula nas suas artérias e veias.

O ar que é levado até as células pelos glóbulos vermelhos.

A terra dos tecidos musculares do miocárdio.

E o fogo do calor que vem do sangue que circula e dos batimentos cardíacos.

Em outras palavras, somos como que um pequeno SOL, que se estiver vibrante e feliz, pode de fato iluminar e aquecer os corações das pessoas que estão frias e sem brilho!

Outra coisa interessante dessa metáfora que eu criei é que, se por exemplo você pega um gelo que está à -50°C e jogar um pouco de calor sobre ele, é claro que esse gelo não será derretido, mas se você medir sua temperatura, ela terá subido para -40°C ou talvez até para -30°C.

Temos dificuldade de perceber que houve uma EVOLUÇÃO, que houve um AQUECIMENTO, porque nos fixamos na forma. Era gelo e continuou gelo, entende?

Ok! Mas antes era um gelo muito mais FRIO e RÍGIDO, e que agora está pouco a pouco se tornando mais MALEÁVEL e TRANSMUTÁVEL.

Nessa hora é muito importante nos darmos conta de que o pouco que a gente faz com amor e com dedicação, sem esperar nada em troca, sempre gera resultados positivos. Muitas das vezes nem sequer conseguimos enxergar que o que fizemos fez bem a alguém, mas acredite! FEZ SIM!

E quanto mais nós utilizamos nosso calor para aquecer os outros, cada vez mais veremos gelos sendo derretidos e se transformando em águas límpidas e correntes! Que vão aquecer e iluminar outros corações que estejam frios e rígidos.

Sem perceber, ao doar seu amor e seu calor, você estará promovendo uma corrente do bem, uma corrente que leva esse calor aos corações que estão sofrendo pelas inúmeras dores e amarguras causados pelas experiências difíceis da vida!

Enfim! Essa é uma metáfora muito simples, mas riquíssima em ensinamentos para nós!

Para concluir, compartilho também um breve áudio que gravei inspirado na linda música do George Harrison, do tempo que ele ainda era dos Beatles, chamada “He comes the sun”, uma música que certamente você já ouviu e que sempre vale a pena ouvir de novo…

Famílias narcisistas: fábricas de sofrimento emocional

Famílias narcisistas: fábricas de sofrimento emocional

As famílias narcisistas são verdadeiras teias de aranha. Nelas, parte de seus membros, especialmente crianças, estão presas aos fios do sofrimento emocional. Nessa dinâmica, há sempre alguém que coloca suas próprias necessidades antes da do resto, erigindo assim um poder absoluto. Este poder, em muitos casos, serve para boicotar e manipular com um único propósito: ser nutrido, reconhecido e validado em todos os níveis.

Aqueles que cresceram em um ambiente disfuncional com esse tipo de características tendem a coincidir quando se trata de refletir uma realidade: “de fora, todos pensavam que minha família era perfeita, mas atrás das portas vivíamos num inferno“. Não é fácil sair dessas situações e, embora esses tipos de vínculos geralmente tenham suas próprias impressões digitais e suas particularidades, poderíamos dizer que, em essência, as famílias narcisistas compartilham vários pontos em comum.

O mais característico é, sem dúvida, a existência de um conjunto de regras tácitas muito específicas que crescem dentro dessas casas tóxicas e, acima de tudo, patológicas. São normas levantadas em torno de uma pessoa e onde ao resto é vetado qualquer direito, qualquer reconhecimento. Assim, é comum que as crianças não tenham acesso emocional aos pais, sejam deixadas sem vigilância e sujeitas a um abuso miserável e permanente.

Por outro lado, é muito comum que todos esses tipos de dinâmicas sejam silenciadas para sempre nos galhos da nossa árvore genealógica. Na verdade, no momento em que a criança já se converteu em um adulto e finalmente consegue deixar este ambiente degradante, é comum que o pai, a mãe ou ambos o qualifiquem como um “filho ruim” por abandoná-los, por ousar cortar essa ligação.

Famílias narcisistas e “bodes expiatórios”

Sara tem 20 anos e estuda psicologia. Há um ano ela não vive mais com seus pais e agora, à distância, tenta reconstruir sua vida. Toma esta perspectiva e reconstrói fragmentos internos para superar o passado e tentar avançar. Sua ferida está concentrada naquela família narcisista com a qual cresceu e onde o jogo das forças começou e foi compartilhado entre os dois pais.

Seu pai sofria algum tipo de transtorno de personalidade. Ela sabe agora, graças a seus estudos. No entanto, ninguém jamais se atreveu a recomendar que ele fosse a um profissional para pedir ajuda. Ele não o fez porque o contexto em que vivia tornou sua possível doença narcisista tremendamente funcional. A razão? A mãe era a peça instrumental, mas também uma vítima a mais, alguém que cedeu a cada uma de suas necessidades e que nunca conseguiu impor limites.

Sara, por outro lado, era o “bode expiatório”, a tela de projeção de um pai narcisista, o receptáculo de suas frustrações, fracassos e raiva. Sua irmã mais velha, no entanto, era a “filha de ouro”, ou seja, a figura que o narcisista usa para moldá-la à sua própria imagem e, por algum motivo, sentia que ela estava dotada de melhores talentos que Sara. A situação a afetou tanto que pensava que realmente havia algo “defeituoso” em si mesma.

Dinâmica comum em famílias narcisistas

Quando o retrato está feito, podemos assumir que não é uma tarefa fácil deixar esses ambientes. Não é porque o fato de ter crescido neles supõe ter integrado muitos esquemas e retóricas destrutivas que criam um impacto considerável na mente infantil. Estas seriam algumas das principais dinâmicas:

  • Sua família é a melhor, e não diga ao mundo exterior o que acontece. A família narcisista cuida muito de sua imagem. Na verdade, uma de suas mensagens mais repetidas é que “não temos problemas, somos uma família perfeita”.
  • Disfunções parentais. Se em uma família normal o objetivo dos pais é nutrir emocionalmente as crianças, oferecer-lhes segurança, carinho e educação, nas famílias narcisistas as crianças têm apenas uma obrigação: nutrir os pais.
  • Falta de comunicação eficaz. Estes dados são muito característicos. A triangulação é o tipo de comunicação mais comum nas famílias narcisistas. Ou seja, a informação nunca é direta e é aplicado um comportamento passivo-agressivo claro baseado em tensão e desconfiança. Por exemplo, no caso de Sara, nossa protagonista, cada ordem, desejo ou comentário emitido por seu pai virá até ela através de sua mãe, que atuará como intermediária e usará todos os seus esforços para conseguir que Sara obedeça.

Como sair de um ambiente moldado por uma família narcisista

Mark Twain escreveu, em seu livro Huckleberry Finn, que não precisamos nos definir pelas feridas sofridas pelos sistemas familiares. Em um canto do nosso coração sempre há um pedaço de nosso próprio ser que permanece como “otimista”, vital, e isso deve nos permitir correr do “nada absoluto” para a felicidade. Para alcançá-la, sair desse ambiente estéril e venenoso que as famílias narcisistas criam, nunca é demais refletir sobre essas dimensões.

  • Entenda que alguém com uma história de comportamento narcisista geralmente não muda facilmente. No entanto, há terapias para isso, mas há muito pessoas que dão o passo para admitir que há algo nelas que não está certo.
  • Vamos tentar não nos sentir culpados pelo que nossos pais narcisistas podem fazer ou não fazer. Coloque proteções cognitivas suficientes para não chegar ao ponto em que Sara chegou, que é o de pensar que há algo “errado com ela”.
  • Falar sobre suas emoções ou como você se sente é inútil com um narcisista. Isso pode até nos deixar mais machucados. Portanto, nos limitaremos a usar frases como “Eu entendo o que você me diz, mas não permitirei isso …“, “você deve entender que você não tem direito de …”, “eu pergunto de agora em diante …“. Devemos estabelecer limites com assertividade.
  • Procure aliados em sua família ou em seu ambiente social, pessoas que possam entendê-lo e apoiá-lo.
  • Coloque-se à distância da família narcisista. Distanciar-se nem sempre significa quebrar laços, mas sim ter uma ideia clara de com quais situações podemos lidar, o que podemos tolerar ou com que frequência os veremos.

Para concluir, viver em um ambiente onde os princípios emocionais são mal interpretados não é saudável ou tolerável, e menos ainda se nesse contexto disfuncional houver crianças. O mais comum é que, quando estas cheguem à idade adulta, convertam-se naquelas pessoas incapazes de dizer “não” ou de entender que têm o direito de estabelecer limites, dizer o que querem, o que precisam e o que não tolerarão.

Então, devemos ter essa informação muito presente em nossas mentes.

TEXTO ORIGINAL DE A MENTE É MARAVILHOSA

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