Minimalismo: Jogar fora um objeto por dia vai fazer você se sentir melhor

Minimalismo: Jogar fora um objeto por dia vai fazer você se sentir melhor

Digamos que, por uma emergência, você precisa sair de casa e deve decidir rapidamente o que levar consigo. Só tem alguns instantes para pensar. “Levaria o computador e o celular. E, se me derem cinco minutos, incluiria tudo o que tenho no armário, porque cabe na maleta de mão. São os 33 objetos que uso nesta temporada”, diz a minimalista Valentina Thörner. Pode ser fácil para Thörner, personal organizer e especialista em produtividade, mas o que muitos de nós temos no armário ocupa mais malas do que o permitido em um voo transatlântico, mesmo de primeira classe. Para não falar de todo o resto: livros, discos, utensílios de cozinha, as xícaras de chá da avó e um etcétera tão longo quanto os anos que levamos para acumular todos esses objetos.

Temos coisas demais? Pertencemos a nossos pertences? É o que acreditam Ryan Nicodemus e Joshua Fields, a dupla de amigos de Ohio (EUA) que está por trás do The Minimalists. “Tínhamos tudo. Salários polpudos, casas grandes, carros novos. Mas não éramos felizes”, diz Nicodemus por telefone de Londres, onde está promovendo seu último livro, Everything That Remains, um resumo/diário de sua viagem para o minimalismo. A aventura, que começou desfazendo-se de um objeto por dia durante um mês, levou-os a mudar de trabalho, carros e casas. Agora vivem em uma cabana em Missoula (Montana) com pouco mais que o mínimo. “Como Henry David Thoreau, mas com Wi-Fi”, como os definia o Boston Globe em um artigo no qual comparava a dupla de trinta e poucos anos ao célebre pensador norte-americano.

Faça um reexame periódico em sua casa

“Todos temos coisas demais”, diz Thörner, alemã residente em Barcelona. “Nossa cultura está orientada para o consumo desenfreado. Não só de objetos, também de tarefas e atividades. E ainda por cima temos de dormir oito horas por noite!”. Nicodemus, por sua vez, assinala que o minimalismo o ajudou a “reduzir todo o supérfluo” de sua vida. “Centrei-me no que considero importante. É uma viagem. Todo dia me questiono. Não só como me desfazer do que não necessito. Também como uso meu tempo, meus recursos, e se estou fazendo isso a fim de trazer para minha vida algo que me dará felicidade ou servirá a um propósito”. Angel González, coautor do El Blog Alternativo e da série Simplifica tu Vida, com conselhos aplicados às finanças, à casa e ao trabalho, acredita ser importante reexaminar periodicamente nosso lar e abandonar as rotinas que já não contribuem em nada. González e sua mulher deixaram Barcelona e seus empregos estáveis para instalar-se em um pequeno povoado de La Rioja e, entre outras coisas, simplificar sua vida. Um dos pontos chave, acredita González, é baixar as expectativas. “É melhor ter uma vida mais modesta e poder desfrutar dela”.

Um esclarecimento importante: não se trata de ser mais organizado. Os minimalistas acreditam, de fato, que a organização pode ser contraproducente, já que dificulta a tarefa de se livrar da desordem. “Parece que está organizando, mas na realidade está escondendo coisas em caixas”, diz Nicodemus. Na opinião de Thörner, o problema é que, quando começa a organizar seus pertences, muita gente se esquece do motivo pelo qual está fazendo isso. “Se não tiver claro o que se deseja, só estará mudando as coisas de lugar. Tem gente que faz uma faxina geral, desempoeira tudo e volta a guardar de forma ordenada. Assim, não simplificou nada. Afinal, as coisas que você usa regularmente são as que necessita”.

Desfazer-se de objetos com valor sentimental – aquelas xícaras de chá da avó – é o mais complicado, opina Nicodemus. “Aprendi que as lembranças não estão nas coisas, estão em nós. Tinha um monte de cartas de minha mãe que significavam muito para mim. Antes de me desfazer delas, fotografei e coloquei em um disco rígido. Tecnicamente ainda as tenho, mas não voltei a olhar para elas desde que joguei tudo fora. O que confirma que as memórias estão em nós”. O truque: reduzir o número de objetos com valor sentimental, para incrementar seu significado e evitar que se percam na selva de pertences.

Você não é o que você tem

O minimalismo vai além dos objetos e alcança as afeições, o trabalho e as relações sociais. “É fácil dizer ‘a partir de agora não vou me rodear de gente tóxica’. Mas o que acontece se essa gente tóxica é sua sogra?”, pergunta-se Thörner. Por essa razão, recomenda empreender as mudanças nas relações de forma muito paulatina. Nicodemus desprendeu-se sem grandes traumas de posses como seu carro ou sua casa, mas o que realmente lhe custou deixar atrás foi sua identidade. “Estava associando quem sou com as férias que fazia, o carro que tinha, os clubes esportivos aos que pertencia. Deixar esta identidade foi o mais complicado”, aponta.

Será o minimalismo uma moda cool, como afirmam alguns? Ao fim e ao cabo, sustentam os críticos, para livrar-se de coisas é necessário primeiro tê-las. González acredita que “sempre temos algo supérfluo, seja material ou não” e, portanto, a maioria das pessoas pode beneficiar-se disso. Para Thörner, o importante é diferenciar entre minimalismo e o que ela chama “consumo oculto”. “Minimalismo é você se restringir às coisas de que necessita. O consumo oculto é algo como ‘só tenho 100 coisas, mas cada mês são diferentes porque joguei fora e comprei outras novas’. Ter pouco mas consumir muito é o contrário do minimalismo”. Thörner não duvida que, em geral, seria bom para todos aderir a essa ideia, e menciona o exemplo de Leo Babauta, autor do Zen Habits, um dos blogs pioneiros no campo da busca da simplicidade que se encontra entre os 100 mais lidos do mundo. Babauta é também pai de seis filhos, mas a família numerosa não o impede de seguir (e pregar) o ultraminimalismo. “A vida pode ser ridiculamente complicada se você deixar. Sugiro que simplifique”, escreve em seu blog. González – do Blog Alternativo – segue esse conselho, já que acredita que ao simplificar se sente “menos escravo, com maior paz mental, uma sensação de que vive mais leve e que permite saborear mais conscientemente cada momento”. O que González levaria de casa, se tivesse de sair com urgência? “As boas lembranças. Mas essas já estão em minha cabeça”.

DOIS JOGOS PARA COMEÇAR

É possível passar a temporada com apenas 33 objetos? É o que propõe o Projeto 333. As regras são muito básicas:

– Escolha 33 objetos e acessórios para utilizar durante a temporada, incluindo sapatos (cada par conta como um) e agasalhos.

– Ficam excluídos da lista o pijama, a roupa íntima, a aliança ou alguma outra joia de uso diário e a roupa para praticar esportes.

Valentina Thörner assinala que o principal obstáculo é enfrentar a opinião de outros. “Fiz isso trabalhando como diretora de contas no Yahoo; como autônoma ou como coach, não há desculpas”. Quando se tem um trabalho estressante o importante, diz ela, é reduzir o “estresse de armário”, para não acrescentar mais angústia ao se levantar pela manhã. “Com 33 objetos é muito fácil ver o que você tem e decidir o que vai vestir”. E se depois de dar o primeiro passo e examinar os armários decide que não vai usar aquilo, “sempre pode resgatar os 4.000 objetos que deixou no mezanino e assim deixa de comprar coisas só porque estão na promoção”, diz Thörner.

Minimalista em 30 dias. O jogo proposto pelo The Minimalists consiste no seguinte: encontre um amigo ou familiar que deseje livrar-se de seu excesso de posses. Durante um mês, cada um tem de jogar fora, doar ou reciclar algo. No primeiro dia, uma coisa. No segundo, duas. No terceiro, três, e assim por diante. Desde roupa a aparelhos eletrônicos, móveis ou ferramentas. Custa pouco no início, mas se complica a partir da segunda semana, quando será preciso desfazer-se de uma dúzia de artigos a cada dia. Quem aguentar mais tempo, ganha.

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Fonte indicada: El País

Que gente chata pra *aralho!

Que gente chata pra *aralho!

É preciso quilômetros de paciência para surfar pelas redes sociais sem ter vontade de esmurrar a tela do computador ou de jogar o celular bem longe. Outras vezes, dá uma tristeza imensa pelo teor raivoso e preconceituoso que as postagens carregam. A gente se contraria tanto pelas fakenews, quanto pelos comentários vários que destilam ódio e desconhecimento de causa.

Ninguém é dono absoluto de uma verdade absoluta, porém, um mínimo de bom senso deixa qualquer um estupefato com o que vê e lê. Por isso, não deve ser fácil ser alguém conhecido e famoso, afinal, os holofotes podem ser cruéis. Todos erramos, mas, quando uma figura pública comete algum deslize, ela será alvo de toda sorte de impropérios, de julgamentos pesados, mesmo antes de se defender, mesmo sem poder se defender.

Logicamente, quando a pessoa é conhecida do grande público, ela se torna vitrine e o raio de suas ações jamais será igual ao de gente comum. É um dos ônus que o sucesso traz. Mesmo assim, existem indivíduos exageradamente cruéis, incapazes de se colocarem no lugar de ninguém. Julgam, criticam, ridicularizam, destroem a imagem de quem estiver na berlinda, a ponto de qualquer defesa ser impossível.

Ou você está gordo, ou está doente de tão magro. Ou você se veste como um padre, ou é escandaloso. Ou você é calado demais, ou fala sem pensar. Quase ninguém se lembra de elogiar, quase ninguém procura algo de bom, quase ninguém pensa nos sentimentos alheios. Existem, sim, casos que merecem exposição e repulsa, porém, muita gente já sofreu julgamentos injustos, porque ninguém se lembrou de lhe pedir explicação.

A muitos falta voltar os olhos para si mesmos, para as próprias pendências, antes de apontar o dedo ao mundo lá fora. A muitos falta ter a decência de não descontar seus problemas em quem não tem nada a ver com eles. A muitos falta ter conhecimento de fato, antes de comentar sobre um assunto que não domina. A outros tantos, falta enxergar, no espelho, o quanto eles mesmos são chatos. Sem mais.

Cuide de quem cuidou de você! Emocione-se…

Cuide de quem cuidou de você! Emocione-se…

Quando eu derramar comida sobre a minha camisa e esquecer como amarrar os meus sapatos, tem paciência comigo, lembra-te das horas que eu passei te ensinando a fazer as mesmas coisas.
Se quando conversares comigo eu repetir as mesmas histórias que tu já sabes de cor como terminam, não me interrompas, escuta-me. Quando eras pequeno, para que tu dormisses tive que te contar várias vezes a mesma história, até que fechasses os olhinhos.

Quando eu tiver sem movimento e sem querer fizer minhas necessidades, não fiques com vergonha, compreende que não tenho culpa disso, pois já não as posso controlar, pensa quantas vezes pacientemente eu troquei tuas roupas, tuas fraldas para que estivesses sempre limpinho.
Não me reproves se eu não quiser tomar banho, seja paciente comigo. Lembra-te dos momentos em que eu te persegui com mil pretextos que inventava pra te convencer a tomar banho.

E em algum momento quando conversarmos eu me esquecer do que estávamos falando, tenha paciência e me ajude a lembrar. Talvez a única coisa importante pra mim naquele momento seja o fato de te ver perto de mim me dando atenção e não ao que falávamos.

Se alguma vez eu não quiser comer saiba insistir com carinho, assim como eu fiz contigo. Também compreende que com o tempo não terei dentes fortes e nem agilidade para engolir. E quando minhas pernas falharem por estarem tão cansadas e eu nem já não consegui mais me equilibrar, com ternura, dá-me tua mão para me apoiar, como eu fiz quando tu começaste a caminhar com as tuas perninhas tão frágeis.

Não te sintas triste ou impotente por me ver assim. Não me olhes com cara de dó, dá-me apenas o teu coração, compreende que me apoia com o risco que começaste a viver, isso te dará forças e muita coragem, da mesma maneira que te acompanhei no início da tua jornada. Peço-te que me acompanhes para terminar tudo. Trata-me com amor e paciência, eu te devolverei sorrisos e gratidão com imenso amor que sempre tive por ti.

Atenciosamente: Tua mãe!

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Via A Soma de Todos Afetos

Amigas para sempre: estar com a sua melhor amiga faz bem a saúde, comprova ciência

Amigas para sempre: estar com a sua melhor amiga faz bem a saúde, comprova ciência

Ninguém está dizendo que vocês precisam ficar grudadas o tempo inteiro mas, segundo a ciência, uma coisa é certa: passar um tempo com a sua melhor amiga pode melhorar muito a saúde. Ou seja, quer melhorar o seu emocional? Esteja ao lado daquela amiga que você pode contar em todos os momentos.

Um recente estudo realizado pela Universidade Northwestern, nos EUA, descobriu que ter um melhor amigo (a) ajuda no equilíbrio e bem estar emocional.

contioutra.com - Amigas para sempre: estar com a sua melhor amiga faz bem a saúde, comprova ciência

A pesquisa foi realizada com cerca de 50 pessoas idosas e o resultado é bem simples: a maioria dos candidatos atribuiu a própria felicidade ao fato de terem tido uma vida social plena e com amizades sinceras. Dentre os entrevistados, 31 deles tinham mais 80 anos e apresentavam memórias episódicas impressionantes para essa faixa etária.

Os resultados só comprovam o que grande parte dos profissionais da saúde, sejam psicólogos e terapeutas dizem: amizades verdadeiras são pilares essenciais da vida.

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Fonte indicada: A Soma de Todos Afetos

Cooperar é melhor do que competir

Cooperar é melhor do que competir

Não existe quem, em algum momento do dia, não se questione acerca da humanidade e de sua suposta evolução. Os noticiários trazem muitos fatos que comprovam o quanto algumas pessoas parecem desprovidas de senso, de discernimento, de amor no coração. Quanto mais avança a tecnologia, mais o homem retrocede por dentro, é o que concluímos em muitos momentos.

Talvez pelo alcance sem fronteiras que as notícias possuem através da rede virtual, talvez pela cultura da ostentação consumista, talvez por ausência de religião, pela impunidade, entre outros, fato é que somos cada vez mais surpreendidos pela desumanidade, pela falta de empatia, pela violência que permeia a sociedade. Violência explícita, violência velada, violência.

Soma-se a isso a competitividade exacerbada que baliza todos os setores da vida. Competimos no mercado de trabalho, na escola, na família, nas redes sociais, na vida em si. Nesse contexto, o outro dificilmente é visto como um amigo, porque pode vir a ser um oponente a qualquer instante. Fragilizam-se, assim, as interações sociais no que têm de mais humano, em tudo o que envolve lealdade, amizade, afeto e amor.

É preciso conscientizar-se de que cada um de nós terá a parte que lhe cabe sob o sol, pois todos possuímos algo de bom a oferecer ao mundo. É preciso olhar para fora de si, ajudando o outro, pois somos todos passageiros da mesma embarcação. Quando cooperamos, quando ajudamos, estamos ajudando a nós mesmos também, tornando-nos melhores e mais felizes. Ninguém consegue estar totalmente realizado enquanto pisa as pessoas para subir os degraus de sua jornada.

Você não precisa roubar o brilho de ninguém para emitir luz. Você não precisa diminuir ninguém para se tornar maior. Você não precisa destruir ninguém para construir o seu caminho. A gente vence no coletivo, enquanto dividimos o nosso melhor, compartilhamos conhecimento, ajudamos o próximo. Vencer de forma solitária e mesquinha dificilmente trará o contentamento que a vitória conjunta carrega. Competir saudavelmente, quando a situação o exigir, tudo bem. Deixar de cooperar, para brilhar sozinho, nada bem. O caminho é a convivência harmoniosa, porque quando várias pessoas sorriem, a sensação é maravilhosa. E os resultados práticos também.

Cooperar, mais do que competir. É isso.

Conheça o texto que o escritor Valter Hugo Mãe escreveu inspirado nos cuidados que dedica a sua mãe

Conheça o texto que o escritor Valter Hugo Mãe escreveu inspirado nos cuidados que dedica a sua mãe

Cuidar dos pais

A minha mãe é a minha filha. Preciso dizer-lhe que chega de bolo de chocolate, chega de café ou de andar às pressas. Vai engordar, vai ficar eléctrica, vai começar a doer-lhe a perna esquerda.

Cuido dos seus mimos. Gosto de lhe oferecer uma carteira nova e presto muita atenção aos lenços bonitos que ela deita ao pescoço e lhe dão um ar floral, vivo, uma espécie de elemento líquido que lhe refresca a idade. Escolho apenas cores claras, vivas. Zango-me com as moças das lojas que discursam acerca do adequado para a idade. Recuso essas convenções que enlutam os mais velhos.

A minha mãe, que é a minha filha, fica bem de branco, vermelho, gosto de vê-la de amarelo-torrado, um azul de céu ou verde. Algumas lojas conhecem-me. Mostram-me as novidades. Encontro pessoas que sentem uma alegria bonita em me ajudar. Aniversários ou Natal, a Primavera ou só um fim de semana fora, servem para que me lembre de trazer-lhe um presente. Pais e filhos são perfeitos para presentes. Eu daria todos os melhores presentes à minha mãe.

Rabujo igual aos que amam. Quando amamos, temos urgência em proteger, por isso somos mais do que sinaleiros, apontando, assobiando, mais do que árbitros, fiscalizando para que tudo seja certo, seguro. E rabujamos porque as pessoas amadas erram, têm caprichos, gostam de si com desconfiança, como creio que é normal gostarmos todos de nós mesmos.

Aos pais e aos filhos tendemos a amar incondicionalmente, mas com medo. Um amigo dizia que entendeu o pânico depois de nascer o seu primeiro filho. Temia pelo azedo do leite, pelas correntes de ar, pelo carreiro das formigas, temia muito que houvesse um órgão interno, discreto, que desfuncionasse e fizesse o seu filho apagar.

Quem ama pensa em todos os perigos e desconta o tempo com martelo pesado. Os que amam sem esta fatura não amam ainda. Passeiam nos afetos. É outra coisa.
Ficar para tio parece obrigar-nos a uma inversão destes papéis a dada altura. Quase ouço as minhas irmãs dizerem: “Não casaste, agora tomas conta da mãe e mais destas coisas.”

Se a luz está paga, a água, refilar porque está tudo caro, há uma porta que fecha mal, estiveram uns homens esquisitos à porta, a senhora da mercearia não deu o troco certo, o cão ladra mais do que devia, era preciso irmos à aldeia ver assuntos e as pessoas. Quem não casa deixa de ter irmãos. Só tem patrões. Viramos uma central de atendimento ao público. Porque nos ligam para saber se está tudo bem, que é o mesmo que perguntar acerca da nossa competência e responsabilizar-nos mais ainda. Como se o amor tivesse agentes. Cupidos que, ao invés de flechas, usam telefones. E, depois, espantam-se: ah, eu pensei que isso já tinha passado, pensei que estava arranjado, naquele dia achei que a doutora já anunciara a cura, eu até fiz uma sopa, no mês passado, até fomos de carro ao Porto, jantamos em modo fino e tudo.

Quando passamos a ser pais das nossas mães, tornamo-nos exigentes e cansamo-nos por tudo. Ao contrário de quem é pai de filhas, nós corremos absolutamente contra o tempo, o corpo, os preconceitos, as cores adequadas para a idade. Somos centrais telefônicas aflitas.

Queremos sempre que chegue a Primavera, o Verão, que haja sol e aquecem os dias, para descermos à marginal a ver as pessoas que também se arrastam por cães pequenos. Só gostamos de quem tem cães pequenos. Odiamos bicharocos grotescos tratados como seres delicados. O nosso Crisóstomo, que é lingrinhas, corre sempre perigo com cães musculados que as pessoas insistem em garantir que não fazem mal a uma mosca. Deitam-nos as patas ao peito e atiram-nos ao chão, as filhas que são mães podem cair e partir os ossos da bacia. Porque temos bacias dentro do corpo. Somos todos estranhos. Passeamos estranhos com os cães na marginal e o que nos aproveita mesmo é o sol.

A minha mãe adora sol. Melhora de tudo. Com os seus lenços como coisas líquidas e cristalinas ao pescoço, ela fica lindíssima! E isso compensa. Recompensa. Comemos ao sol. Somos, sem grande segredo, seres que comem ao sol. Por isso, entre as angústias, sorrimos.

Por que resolvemos fazer faxina e arrumação quando estamos estressados?

Por que resolvemos fazer faxina e arrumação quando estamos estressados?

Marie Kondo adora bagunça, mas só na casa dos outros. A youtuber estreou um reality próprio na Netflix, Ordem na Casa, em que visita oito casas do sul da Califórnia com uma única missão: trazer felicidade às pessoas através da limpeza e da ordem. A moral do programa é algo assim como “ordena a tua casa, e ordenarás a tua vida”. Mas é efetivo o método dessa Mary Poppins japonesa?

Como explica ao EL PAÍS Tasio Rivallo, psicólogo e pedagogo especializado em terapia cognitivo-comportamental, a limpeza e a ordem influem muito na nossa saúde mental. “O ser humano tende a procurar sempre um equilíbrio, tanto interno, que se denomina homeostase, como externo, que tem a ver com o entorno. Se formos reparar, tudo obedece a uma ordem, inclusive a natureza, e como animais estamos programados para essa ordem”, comenta.

O método KonMarie – assim se chama – baseia-se em uma tradição nipônica, o Oosouji (“a grande limpeza”), que consiste em fazer a cada 28 de dezembro uma faxina exaustiva no lar e se desfazer do que já não serve mais, para assim receber o ano novo sem cargas, livres e limpos, física e espiritualmente. “Limpar e ordenar nos faz liberar endorfinas, uma substância que o cérebro segrega e que produz sensação de bem-estar. E jogar fora aquilo de que já não precisamos funciona como uma catarse”, observa Rivallo. “Desta forma, também evitamos as consequências da desordem”, acrescenta.

Os participantes de Ordem na Casa se queixam dos problemas que o caos doméstico causa nas suas vidas. “A desordem pode nos provocar ansiedade, transtornos de sono ou redução da concentração”, explica o psicólogo. “É muito típico que na época de provas você resolver ordenar seu quarto ou seu escritório. Você precisa de um espaço limpo e ordenado para se sentir à vontade. Talvez não tenha essa reação num momento mais ocioso da sua vida.”

Rivallo acha que “uma casa desordenada toma muito tempo, gera frustração e cansaço por você não conseguir encontrar as coisas”, como acontece com a família Mersier num dos episódios da série. “Se você arrumar sua casa, ficará menos estressado, poderá ficar mais à vontade nela e terá mais tempo para usar em outras coisas”, acrescenta o psicólogo.

Em busca do equilíbrio

Às vezes sofremos ataques repentinos de limpeza que podem ter a ver com nosso estado de ânimo. “Talvez, inconscientemente, estejamos tentando nos reequilibrar mentalmente e começamos com algo mais fácil de controlar, que é o entorno”, diz Rivallo. E acrescenta: “Acontece o mesmo quando resolvemos mudar os móveis de lugar. Estamos procurando uma mudança metafórica em nossas vidas, soluções que nos façam sentir mais cômodos ou nos vermos melhor”.

Mas a ordem e a limpeza não determinam sempre como nos sentimos. “Pode ser que nos encontremos bem, que estejamos tranquilos conosco mesmos e, entretanto, tenhamos a casa nojenta. Talvez estejamos apostando mais em outras coisas, relações sociais, por exemplo, e não estejamos dando prioridade a esse entorno mais privado”, explica Rivallo.

Mas o psicólogo acrescenta que “embora limpar e ordenar seja uma boa ferramenta para reduzir o estresse e resolver certos problemas”, não pode servir sempre como terapia. “Tem pessoas para quem arrumar funciona muito bem, e outras que não, porque nunca acabam de arrumar e não passam à ação. A ordem pode ser uma válvula de escape quando você precisa começar a trabalhar certas coisas da sua vida. Ordenamos primeiro objetos materiais e pensamentos, e depois nos pomos a trabalhar para nós mesmos.”

Ao final de cada capítulo, os protagonistas agradecem a Marie Kondo por sua ajuda e confessam se sentir muito melhores com “seu novo lar”. A japonesa se despede satisfeita por ter conseguido seu propósito. Agora são mais felizes graças à ordem e a limpeza. Serão capazes de manter a casa assim?

Fonte: ElPaís

Ela quase foi expulsa do ônibus por não acreditarem que seu companheiro era um cão-guia.

Ela quase foi expulsa do ônibus por não acreditarem que seu companheiro era um cão-guia.

“Os cães-guia são labradores amarelos e seu cachorro é preto“, disseram-lhe.

Cães de assistência são treinados para melhorar a qualidade de vida de pessoas que sofrem de uma deficiência ou dificuldade.  Alguns são guias para pessoas cegas, outros ajudam a controlar ataques de epilepsia e outros ajudam pessoas com mobilidade reduzida. Em geral, temos a imagem de que esses cães são o típico labrador de pele clara, mas na realidade podem ser de qualquer raça e cor.

Megan Taylor, uma cega de 22 anos e seu cão-guia Rowley tiveram um momento desagradável dentro de um ônibus quando uma pessoa os repreendeu e pediu para saírem do veículo.

Ambos estavam no transporte público quando uma mulher se aproximou e disse: “Por que há um cachorro no ônibus? Tirem isso!” Megan tentou educadamente explicar que Rowley era um cão-guia, mas a mulher a chamava de mentirosa porque “os cães-guia são labradores amarelos” e o dela era preto.

contioutra.com - Ela quase foi expulsa do ônibus por não acreditarem que seu companheiro era um cão-guia.

“Eu não acreditava no que estava ouvindo, tentei explicar que os cães guia e de assistência podem ser de qualquer cor e não precisam ser labradores, embora Rowley seja dessa raça”, disse Megan em uma conversa com a 9GAG. “Ela me disse que eu estava errada. Decidi que neste momento não havia nada que eu pudesse dizer para educar essa mulher e que não valia a pena. Em vez disso, optei por ignorá-la enquanto ainda falava bobagens”, disse ela.

Megan sofre de cegueira episódica desde que sofreu um ferimento na cabeça aos 15 anos, acidente que também causou uma série de outros problemas médicos, tais como perda auditiva, diminuição do equilíbrio, crises frequentes de desmaios e tonturas. Rowley ajuda Megan diariamente, o que inclui recuperar itens que caíram, e pode até pedir ajuda se Megan perder a consciência.

Infelizmente a menina revelou que esta não é a primeira vez que ela foi discriminada no transporte público, assegurando que chegou a ser expulsa uma vez.

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Tradução feita pela CONTI outra, do original de UPSOCL.

Não conte às pessoas mais do que elas precisam saber

Não conte às pessoas mais do que elas precisam saber

Existem pessoas que são extrovertidas e bastante transparentes, pois não conseguem esconder o que sentem, de maneira nenhuma. A gente percebe pela expressão do rosto delas quando estão bem, quando estão felizes, ou quando estão tristes e chateadas. Algumas delas, inclusive, abrem-se e contam como se sentem a quem estiver por perto, pois sentem necessidade de compartilhar o que possuem dentro de si. Isso, porém, nem sempre é bom.

Colocar para fora o que engasga pode ser muito benéfico, uma vez que, à medida que expomos o que incomoda, é como se dividíssemos o peso, que sai um pouco de nossas costas. Além disso, o ouvinte enxerga aquilo tudo de fora, sendo capaz de analisar racionalmente, acalmando-nos. Muitas vezes, ao verbalizar nossos sentimentos, eles podem se tornar menos pesados, menos densos, à medida que vão saindo um pouco de dentro de nós.

Por outro lado, pode haver quem nunca fará bom uso do que souber a respeito de alguém. Algumas pessoas são incapazes de guardar segredo e, pior ainda, deturpam o que sabem e transmitem aquilo de uma forma negativa e descontextualizada, para simplesmente sujar a imagem do outro. Jamais teremos certeza absoluta sobre todo mundo, sobre as reais intenções de quem se aproxima de nós, pois é preciso muito tempo para conhecer minimamente alguém.

Alguns indivíduos perguntam sobre nossa com o mero intuito de obter munição a ser usada de forma distorcida e cruel. Da mesma forma, há quem não queira nem pensar em ajudar, apenas tem curiosidade, apenas é enxerido e vive se metendo onde não é chamado. O mundo anda por demais superficial e materialista, portanto, nossos sentimentos devem ser preservados e não expostos a qualquer um.

Temos, portanto, que tomar muito cuidado com nossos sentimentos, pois eles são preciosos, são tesouros, que não merecem ser violados pela maldade e pela falsidade de quem não sabe fazer nada mais do que destruir tudo o que toca. E tem muita gente torcendo contra nossas conquistas. Não conte às pessoas mais do que elas precisam saber. Na verdade, a maioria delas não tem que saber nada sobre nós.

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Imagem de capa meramente ilustrativa: cena do filme “Dormindo com o Inimigo”

Texto publicado originalmente em Prof Marcel Camargo

O melhor presente para as crianças é o tempo.

O melhor presente para as crianças é o tempo.

Tempo, esse é o nome do melhor presente para as crianças. Não é vendido em lojas de brinquedos ou online. Somente nós podemos dar-lhes esse presente, como em nossa disposição de estar ciente de que uma história não pode ser lida em 2 minutos.

Dedicar tempo às crianças não significa deixar o celular, dar-lhes o tablet ou conectar a televisão ao seu canal favorito. Isso não é educação.

A infância é uma das etapas mais importantes da vida, na qual o tecido da nossa evolução está entrelaçado. Assim, as crianças estão imersas em milhares de mudanças que às vezes os adultos nem percebem e que, portanto, perdemos se não estamos atentos.

“A pressa é negativa, não explicar as coisas com calma pode levar a mal-entendidos. Você tem que criar o clima para as crianças fazerem perguntas e dar tempo para que tudo seja arredondado e não haja falhas. Qualquer sujeito que conte com calma e entusiasmo capta o interesse das crianças. Mas para isso você tem que viver, acredite. Tudo fica dentro se você não tem tempo para tirá-lo ” -Ana Etchenique-

Parentalidade lenta, amadurecimento lento

Educar e compartilhar momentos “lentamente” significa respeitar seus ritmos, dando-lhes espaço para se desenvolverem, sem pular etapas, crescendo e evoluindo sem o estresse e a exigência que geramos em torno deles.

Essa perspectiva educacional é baseada na filosofia lenta, que manifesta a necessidade de privilegiar um ritmo de vida mais calmo, promovendo assim a maturidade, a evolução e a criação de vínculos a partir da progressão natural da criança, sem pressa.

Isto é obtido apoiando a criança em cada passo, não forçando seus estágios evolutivos e oferecendo oxigênio psicológico à sua educação, marcando cada pequeno aprendizado e demonstrando afeto.

Que a pressa não roube a magia da infância

A pressa é a inimiga da perfeição. Ela é responsável ​​por roubar os momentos mais preciosos e os mais maravilhosos detalhes da magia da infância. Agora, se pararmos para pensar, talvez possamos remediar isso.

Deveres… arrumar o quarto, tomar banho, futebol aos seis anos, aniversários para ir, jantar às dez … O dia todo é corrido… O que queremos alcançar com isso? Nossos filhos estão gostando? Estamos conscientes do que estamos perdendo e do que estamos fazendo com que eles percam?

Provavelmente não. Devemos fazer o exercício de refletir se oferecemos tempo aos nossos filhos, se brincarmos com eles o suficiente e se organizarmos o seu dia a dia reservando momentos em que nos dedicamos exclusivamente a eles e a nós em conjunto.

Assim, é importante que:

  • Deixe de lado a correria da primeira hora do dia, acorde as crianças com carinho e ofereça um café da manhã de amor com tranquilidade.
  • Prove cada refeição com eles sem distrações como televisão ou revistas. Podemos brincar de ver, podemos falar sobre coisas cotidianas e aprofundar a expressão de sentimentos e emoções.
  • É bom preservar “momentos de sigilo” nos quais falaremos apenas sobre nossas coisas com total sinceridade.
  • Podemos fazer excursões para lugares tranquilos, paisagens naturais e ambientes que nos convidam a explorar e experimentar juntos.
  • É bom tomar um banho calmo de vez em quando em vez de tomar banho com pressa.
  • É essencial deixá-los escolher, porque às vezes marcamos o seu dia a dia e boicotamos seus desejos, expectativas e decisões.
  • Desligue os celulares e todos os dispositivos eletrônicos que, como sabemos, absorvem nossa atenção.
  • Ocasionalmente podemos ficar em qualquer lugar da casa e não fazer absolutamente nada.
  • Encontre jogos que melhorem sua criatividade, sua inteligência e sua capacidade de sentir.

Não deixemos que a criação de nossos filhos seja marcada pela pressa ou maus hábitos que existem hoje. O melhor presente não é o centro de comando dos desenhos de moda ou os mais recentes bonecos da Disney. O melhor presente é compartilhar com eles o bem mais precioso que existe na vida e que nunca retorna: o tempo.

Tradução feita pela CONTI outra, do original de Rincon del Tíbet

Mulheres que ficam solteiras ou se divorciam são as mais saudáveis

Mulheres que ficam solteiras ou se divorciam são as mais saudáveis

Por Bella DePaulo

Um recente estudo mostrou evidências de que pessoas que ficam solteiras ao invés de se casar, ou que se divorciam ao invés de ficarem casadas têm mais chances de serem saudáveis.

Pesquisadores sobre casamento têm insistido por décadas de que pessoas casadas são mais saudáveis, e são mais saudáveis porque são casadas.

Se isso fosse verdade, então as pessoas que se casaram deveriam se tornar mais saudáveis do que quando eram solteiras, e pessoas que se divorciam deveriam ser menos saudáveis do que quando eram casadas. A crença de que o casamento protege a saúde tem sido questionável.

Em um novo estudo, mais de 79 mil mulheres foram analisadas por um período de mais de três anos enquanto não-casadas, casadas ou em um relacionamento que parecia casamento, permaneceram casadas ou se divorciaram/separaram. Essas mulheres tinham idades entre 50 e 79 anos, e foram recrutadas de 40 lugares diferentes dos EUA. Todas já tinham passado da menopausa. Viúvas não foram incluídas.

A maioria dos estudos sobre saúde se baseiam nos relatos dos próprios participantes, mas não foi o caso desse estudo em particular. Foram analisados pressão sanguínea, circunferência da cintura, índice de massa corporal entre outros dados. As participantes ainda relataram seus hábitos com bebida alcóolica, cigarro, exercícios e alimentares.

O que aconteceu com as solteiras que se casaram:

– O IMC aumentou;
– Elas começaram a beber mais;
– A pressão sanguínea sistólica aumentou.

O que aconteceu com as mulheres casadas que se divorciaram ou separaram, em comparação com as que permaneceram casadas:

– O IMC diminuiu;
– A circunferência da cintura diminuiu;
– Melhoria na alimentação saudável;
– Maior atividade física;
– Entre as que não fumavam antes do estudo, as que se divorciaram tinham mais chances de começar a fumar.

Em resumo: com apenas uma exceção, todas as diferenças na saúde física favoreciam as mulheres que ficaram solteiras (e não se casaram) e as que se divorciaram (ao invés de permanecerem casadas).

Os pesquisadores se perguntaram se a perda de peso nas mulheres que se divorciaram poderia ser resultado de stress e fadiga emocional, ao invés de ser resultado da tentativa de ser mais saudável.

Eles mediram o bem-estar emocional das mulheres, a funcionalidade social e os níveis de depressão e viram que nada mudou nas análises. As melhorias na saúde aconteceram porque elas quiseram ser mais saudáveis.

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Texto originalmente publicado no Psychology Today , livremente traduzido e adaptado pela equipe Revista Bem Mais Mulher

Filhos que são amados tornam-se adultos que sabem amar

Filhos que são amados tornam-se adultos que sabem amar

Nossas primeiras experiências com o mundo marcam nosso desenvolvimento emocional. Na infância, uma rede que conecta nossa mente e nosso corpo está entrelaçada, o que determinará em grande parte o desenvolvimento da capacidade de sentir e amar.

Nesse sentido, nosso crescimento emocional dependerá de nossas primeiras trocas emocionais, que não ensinarão o que ver e o que não ver no mundo emocional e social em que nos encontramos.

Assim, o campo da nossa infância nos permite semear as sementes do amor de forma natural, o que determinará que a capacidade de amar e ser amado cresce de forma saudável e nos ajuda a desenvolver.

Se alimentamos as crianças com amor, os medos vão morrer de fome

Os sinais de afeto e carinho elevam a autoestima das crianças e as ajudam a construir uma personalidade emocionalmente adaptada e inteligente. Ou seja, nosso amor os ajuda a administrar os medos naturais que surgem em diferentes idades, promovendo um grau de sensibilidade saudável.

As crianças têm uma confiança natural em si mesmas. De fato, nos surpreende que, diante de desvantagens intransponíveis e fracassos repetidos, não desista. Ou seja, persistência, otimismo, auto-motivação e entusiasmo amigável são qualidades inatas.

Perceber isso nos ajuda a estar conscientes do importante papel de amar nossos filhos e educá-los a partir do respeito, da empatia, da expressão e da compreensão dos sentimentos, do controle da raiva, da adaptabilidade, da bondade e da independência.

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O que podemos fazer para criar crianças felizes e saudáveis?

O temperamento de uma criança reflete um sistema de circuitos emocionais inatos específicos no cérebro, um esquema de sua expressão emocional presente e futura e seu comportamento. Estes podem ou não ser apropriados, pelo que a educação deve tornar-se apoio e orientação para eles.

Para alcançar a saúde emocional ideal, precisamos mudar a maneira como o cérebro se desenvolve. A ideia é que, através do amor e da educação emocional, encorajamos certas conexões neuronais saudáveis.

Por exemplo, o fato de uma criança ser tímida por natureza faz com que os adultos ao nosso redor a superprotegem, deixando-o ansioso e perturbado com o tempo.

Nesse sentido, com o que conhecemos hoje, a educação emocional requer algum desaprendizado adulto. Uma criança tímida deve aprender a nomear suas emoções e encarar o que o perturba, ele não deve sentir que nós cortamos suas asas porque ele é vulnerável.

Um adulto tem que demonstrar empatia sem reforçar seus gritos e preocupações, propondo, por sua vez, novos desafios socioemocionais que lhes permitam evoluir. Ou seja, você tem que proteger sua saúde emocional através do desenvolvimento de suas características naturais.

As chaves básicas de uma educação emocional saudável

1. Especialistas geralmente recomendam que as crianças falem sobre suas emoções como forma de entender a si mesmas e aos outros. No entanto, as palavras representam apenas uma pequena parte (10%) do verdadeiro significado que obtemos através da comunicação emocional.

Por essa razão, não podemos permanecer sozinhos na verbalização, mas temos que ensiná-los a entender o significado da postura, expressões faciais, tom de voz e qualquer tipo de linguagem corporal. Isto será muito mais eficaz e completo para o seu desenvolvimento.

2. Durante anos, o desenvolvimento da auto-estima de uma criança foi promovido através de constantes elogios e reforços. No entanto, isso pode fazer muito mais mal do que bem. Os prêmios só ajudarão nossos filhos a sentirem-se bem consigo mesmos se estiverem relacionados a conquistas específicas e domínio de novas habilidades.

3. O estresse é um dos grandes inimigos da infância. No entanto, é um inconveniente que eles têm que conviver, então protegê-los em excesso é uma das piores coisas que podemos fazer. Eles têm que aprender a enfrentar essas dificuldades naturais de tal forma que desenvolvam novos caminhos neurais que lhes permitam adaptar-se ao ambiente em que vivem.

Tradução A Soma de Todos os Afetos, via Rincón del Tibet

A sabedoria dos patos

A sabedoria dos patos

Estava ouvindo na Radio Mundial de São Paulo o programa Entrevidas com o professor e terapeuta Marcello Cotrim e achei muito interessante a abordagem motivacional e metafísica que ele levantou para explicar que os patos têm uma sabedoria maravilhosa a nos transmitir. Com a leitura desse texto você nunca mais vai olhar para os patos da mesma forma.

Ele explicou fazendo um comparativo entre os arquétipos da águia e do pato, só lembrando que arquétipos são espécies de modelos mentais ou representativos e que são universais, ou seja, tanto no Brasil como em qualquer lugar do mundo, a concepção é a mesma.

A águia é um animal lindíssimo, tem força, tem resistência, tem longevidade, tem uma visão de longo alcance, voa acima das nuvens. Além disso, existe uma famosíssima lenda da renovação da águia e conta que quando chega à metade do seu tempo de vida, passa por um processo doloroso de renovação das penas, das unhas e do bico. Ela vai para as mais altas montanhas e fica lá, solitária, batendo o bico nas pedras até ele cair, depois espera pacientemente que nasça um novo. Em seguida ela arranca as penas e unhas e se prepara para um novo ciclo de vida.

Essa lenda da renovação da águia é vista por nós como o processo de sofrer para crescer, sofrer para se renovar, viver a solidão para conseguir se superar etc. etc. Se observarmos bem, o arquétipo da águia é como o de um MÁRTIR, alguém que sofre, mas que se torna maior do que as outras pessoas, se torna inesquecível. E no mundo em que vivemos, quase todos querem se tornar inesquecíveis, porque isso soa bonito, dá uma sensação imensa de ser importante, de ser insubstituível.

Porém, o risco está em querer ser águia o tempo inteiro. Isso é muito desgastante, é você se esforçar para ser sempre o melhor em tudo e alcançar patamares incomparáveis. A grande verdade é que ninguém consegue ser o melhor em tudo, e o barato da vida é exatamente esse, porque dessa forma podemos nos unir com outras pessoas, podemos pedir ajuda e fazer parcerias interessantes entende?

Essa ideia coletiva que se tem das águias reforça um perfil mais egoísta e autossuficiente, como se não precisássemos uns dos outros. É nessa hora que entra a figura do pato.

Ele é meio desengonçado na forma de andar, sabe nadar mas não é um exímio nadador, também consegue voar, mas não alcança grandes alturas, não sabe fazer voos rasantes etc. Perceba! Ele consegue transitar pela terra, pela água e pelo ar. Que animal além dele consegue fazer isso? Em outras palavras, o pato é MULTI-TAREFAS. Tem talentos diversos, mas está longe de ser um especialista em suas capacidades.

Olhar para esse animal e pegar esse modelo para a nossa vida é incrível, porque a vida não nos exige que sejamos os melhores em tudo e o tempo todo, não! Somos nós que nos auto-impomos esse padrão que por vezes chega até a nos adoecer.

No mundo hiper moderno que vivemos hoje, o ideal é que desenvolvamos nossos potenciais diversos, sem querermos ser os melhores em tudo. Isso por si só já nos deixa mais serenos, menos exigentes consigo mesmo e com uma possibilidade de ajudar muito mais pessoas.

Vale ressaltar que existem águias em todas as áreas da vida e em todas as profissões, mas não adianta ficar se comparando, porque na comparação nos menosprezamos e deixamos de fazer algo bom, que poderia ajudar a si mesmo e aos outros.

Por exemplo, eu escrevo bem, mas sei que não sou o melhor na arte da escrita. Não sou um Machado de Assis, porém, se eu não escrevesse, seria menos feliz e realizado do que sou e deixaria de levar conhecimentos e consciência para centenas de pessoas.

Gosto de jogar basquete, mas estou longe, absolutamente longe de ser um Michael Jordan ou Lebron James. Se me comparasse com esses gladiadores do basquete nem pisaria numa quadra, deixaria de me exercitar e de me divertir com esse lindo esporte.

Também gosto de cantar e tenho uma voz afinada, mas não sou um Freddie Mercury. Se só cantasse se tivesse uma voz potente como a dele não só eu, mas milhares de pessoas no mundo todo jamais se atreveriam a cantar.

Poderia citar mais exemplos, mas com esses acho que já deu pra você entender! O resumo de tudo é isso. Faça! Não queira se comparar com as águias. Sempre existirão águias em todas as áreas, mas entre ser uma águia, perita em apenas uma coisa, e ser um pato, que se esforça para desenvolver diversos talentos, sem auto-exigência, é preferível ser como um pato!

Sem contar que os patos vivem em bandos, eles muito facilmente se organizam em equipe e não tem o pato-alfa, que lidera a todos, não! Imitando o arquétipo do pato podemos até ser amigos melhores, sem querermos ser o chefe, o comandante. Isso também é desgastante e nos coloca num lugar solitário.

Enfim! São diversos ensinamentos incríveis que aprendi ao ouvir esse programa. Espero que tenha gostado tanto quanto eu gostei. Concluo deixando o link do programa para que você ouça e tenha a possibilidade de aprender um pouco mais…

“Paninho de estimação” tem a sua importância, se você soubesse…deixaria seu filho ter um

“Paninho de estimação” tem a sua importância, se você soubesse…deixaria seu filho ter um

Um paninho, só um paninho. Ou pode ser um brinquedo, ou uma simples coberta. Praticamente qualquer outro objeto pode ser uma importante fonte de valor sentimental para crianças pequenas. Eles são conhecidos como de “objetos de transição”, e estas pequenas coisas ajudam o bebê a encarar as mudanças na infância.

O que são objetos de transição?

Este termo foi criado na década de 50, pelo pediatra e psicanalista Donald Winnicott. Segundo ele, o bebê no início da vida imagina que ele e sua mãe são a mesma pessoa. Logo, ter um objeto de transição significa segurança e conforto ao bebê.

Com o passar dos meses, ele vai percebendo que a mãe nem sempre pode estar presente em todos os momentos e que ele precisa exercer a sua individualidade. É por isso que os pequenos procuram apoio nesses objetos – seja um ursinho, paninho ou fralda. O pediatra Dr. Moises Chencinski também reforça que a naninha proporciona tranquilidade às crianças, já que podem vir a substituir o colo materno no imaginário infantil.

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Além de acalmar, a escolha de um item pela criança ajuda a ganhar confiança para enfrentar outros obstáculos da vida, incluindo a hora de dormir sozinho, o primeiro dia na creche e escola e etc.

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Publicado originalmente em A Soma de Todos os Afetos

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