Colírio que evita perda de visão por diabéticos é desenvolvido pela Unicamp

Colírio que evita perda de visão por diabéticos é desenvolvido pela Unicamp

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que 16 milhões de brasileiros sofrem de diabetes. Nos últimos dez anos, a taxa de incidência da doença cresceu 61,8%. E um dos maiores temores dos portadores da doença é a perda de visão. Mas uma boa notícia surgiu para trazer esperança a quem convive com esse temor: um grupo de pesquisadores das faculdades de Ciências Médicas (FCM) e de Engenharia Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveu um colírio para a prevenção e combate da degeneração gradativa que ocorre com frequência nos olhos das pessoas com diabetes, a chamada retinopatia diabética.

“A grande vantagem desse achado é o fato de não ser invasivo. Por ser tópico não implica em riscos e cria uma barreira contra as alterações neurodegenerativas que afeta os diabéticos”, explicou a pesquisadora da FCM Jacqueline Mendonça Lopes de Faria.

Ainda de acordo com a cientista, a descoberta surgiu de uma pesquisa que já se desenvolve há 20 anos. “É consequência de um estudo de 20 anos para entender o mecanismo de ataque das células nervosas e de irrigação sanguínea no tecido ocular.”

A pesquisadora também ressalta que a hiperglicemia – excesso de açúcar no sangue no organismo dos diabéticos – faz com que vários órgãos sejam comprometidos. Em cerca de 40% dos casos, a doença leva a complicações na retina provocadas pelo efeito tóxico da glicose. O sistema nervoso e vascular da retina passam a ter alterações progressivas que podem levar a cegueira. “Isso ocorre, muitas vezes, justamente no momento em que a pessoa está em idade ativa.”

O tratamento da retinopatia diabética é feito atualmente com opções invasivas, como a fotocoagulação com laser, injeções intravítrea ou mesmo cirurgia. A expectativa dos pesquisadores da Unicamp é que, além de servir para a cura da retinopatia diabética, a descoberta dessa tecnologia possa ser benéfica também no tratamento de outras anomalias da visão, como o glaucoma.

A eficácia da fórmula já foi comprovada em testes em laboratórios da Unicamp. Antes de ser transformado em medicamento para a distribuição e comercialização, porém, o colírio tem de ser submetido à fase clínica de testes, com os ensaios em seres humanos. Ainda não há previsão de quando isso vai ocorrer porque os testes dependem do interesse de empresas em fazer o licenciamento da tecnologia junto com a agência de inovação da universidade, a Inova Unicamp. No teste com os roedores, não foram observados efeitos adversos e o colírio mostrou-se eficaz na proteção do sistema nervoso da retina.

Além da pesquisadora Jacqueline Mendonça Lopes de Faria, colaboraram na pesquisa a professora Maria Helena Andrade Santana; a pesquisadora Mariana Aparecida Brunini Rosales e a aluna de mestrado Aline Borelli Alonso. Os estudos receberam financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vinculada ao Ministério de Educação.

E essa é mais uma prova da importância dos trabalhos de pesquisa no Brasil. A nós cabe parabenizar e incentivar o trabalho dos nosso pesquisadores brasileiros.

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Redação CONTI OUTRA. Com informações de Agência BrasilSorocabaniceS

Quem tem amigas tem crises de riso

Quem tem amigas tem crises de riso

Quem tem amigas tem crises de riso, inesperadas e explosivas, aquelas que chamam a atenção, que ruborizam as bochechas e tiram as lágrimas enquanto nós imediatamente cauterizamos a irritante tristeza cotidiana do coração.

A amizade muitas vezes tem muitos efeitos colaterais, mas um deles, o mais catártico, é, sem dúvida, o prazer de rir em companhia. De fato, é curioso saber que na escala do alívio emocional, assim como o choro sempre será muito melhor do que o choro silencioso, o riso também é mais benéfico do que uma simples risada.

Eu gosto daquelas amigas com quem compartilhar loucuras, tardes de café e risos. Eu gosto deles porque vieram por acaso, quase sem saber como se tornar minha verdadeira família.

Na verdade, não há dor mais prazerosa do que aquela que é instalada em nosso estômago, produzida por muitos e compartilhados ataques de riso. Porque esse sentimento é um reflexo da coesão social e do bem-estar, e porque a amizade é também uma forma de reciclar lágrimas e decepções para permitir que o riso se eleve como autêntico arquiteto da sabedoria.

Os ataques de riso que suavizam a adversidade

O humor mais admirável é aquele que surge da adversidade e que, por sua vez, temos o prazer de compartilhar com pessoas significativas para nós. No caso das mulheres, a amizade é, sem dúvida, o melhor apoio diário para promover a liberação emocional e a catarse.

Na verdade, de acordo com um estudo publicado na revista “Psycholgy Today”, sabe-se que a amizade entre os homens é mais instrumental e menos emocional e embora a ligação pode ser tão estreita e significativa, se não atingir essa profundidade como cúmplice, tão íntimo e intuitivo onde conferir um apoio moral autêntico.

Em momentos difíceis, é comum que o grupo de amigos acabe com um comentário súbito que dá faísca à penumbra e também explode o pensamento para remover a tensão. Logo, alguém leva um passo adiante, um salto para o irônico, em direção ao absurdo, para fazer com que a segunda, eles aparecem, os verdadeiros curandeiros da alma, as pílulas reais penalidades diárias: histeria.

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Risos, cola para cérebros

O riso pode parecer trivial, instantâneo efêmero, depois caótico, explosivo ou sem muito sentido, no entanto, age como uma verdadeira “cola” para o cérebro. Sempre esconde algum significado e raramente uma emoção tem um impacto e uma transcendência social tão alta quanto o riso.

Greg Bryant, professor da Universidade da Califórnia (UCLA) fez um estudo curioso que poderia revelar-se apenas ouvir alguns segundos, o tipo de riso que são compartilhados entre duas pessoas, para deduzir se eles são a família, amigos, e que a qualidade desse Amizade Este trabalho realizado em vários países e culturas, por sua vez, demonstrou algo que os antropólogos já sabiam.

O riso faz parte do nosso desenvolvimento evolutivo e é também um mecanismo instintivo que favorece a cooperação entre o ser humano. Nosso cérebro nos lembra que as alianças sociais são boas, que elas são necessárias para sobreviver, portanto, que o riso age como um imã emocional prodigioso. Se pudermos atender a sua intensidade, musicalidade ou cadência, deduziremos em que fase esse relacionamento se encontra.

Agora veja, os risos, temperados pela cumplicidade mais íntima de dois olhares que são lidos e sentidos do coração, decoram a autêntica poção para construir as amizades mais duradouras. São esses laços que nos tiram do chão, o açúcar para digerir a amargura do dia e aquela fórmula magistral para nos convencer de que o mundo sempre valerá a pena enquanto houver pessoas excepcionais.

O riso ataca, portanto, nos ajuda a sobreviver e nos unir e isso é algo que agrada ao cérebro e, portanto, mais uma vez, nos recompensa com endorfinas para nos ajudar a aliviar o estresse e aliviar o labirinto de nossas tensões e o abismo de nossos medos.

Agora, como apontamos no início, sorrisos simples não curam, nem as lágrimas contidas ou disfarçadas curam. O que cura é o choro e o que faz o coração feliz é o riso mais alto.

Texto de Valeria Sabater, traduzido e editado para A Soma de Todos os Afetos

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Podemos decidir sobre a toxicidade do cotidiano e a nossa saúde

Podemos decidir sobre a toxicidade do cotidiano e a nossa saúde

Temos que decidir sempre sobre a toxicidade e a nossa saúde. E isso não é nem de perto uma questão sobre drogas. É sobre as perspectivas mentais que nos colocamos, sobre aquilo que sempre estamos colocando para dentro. Se confiamos nas aparências, estamos fritos. Se confiamos nas de dentro, também. Porque tudo em nossa época fala de toxicidade. Quando menos esperamos, estamos esterilizando, podando, congelando, envenenando nossa experiência mais uma vez. Pactos muito profundos de subnutrição, desatenção e autossabotagem que recebemos.

Os exercícios de reorganização constante e o encontro com os espaços reflexivos e contemplativos são a ponte para aquilo que não se contamina, a saúde que nunca cessa. Não importa qual é o seu caminho, beba dessa água e se banhe com ela. Não se perca com o dolorido. Constantemente renovando-a, você vai ter as forças necessárias para seguir, lutar e partilhar o que realmente importa: somos todos fontes, gostamos de brilhar e queremos tudo que é gente feliz.

Não é sobre derrotar ninguém. É sobre, a partir da nossa cura, ajudarmos as pessoas a se curarem.

João Vale Neto

O Brasil está há vários anos passando por uma crise profunda e multifacetada, que penso ainda levar um tempo considerável para cessar. Nós brasileiros nunca acompanhamos tanto o andamento das tramitações do congresso e as falas dos políticos como agora.

Como tudo na vida, isso tem um lado positivo e um negativo. O positivo é que aos poucos vamos aprendendo o quanto os assuntos políticos são importantes e o negativo é que se não buscamos boas fontes de informação, podemos cair nas conhecidas fake news, que existem aos milhares!

Devido à polarização gigantesca que existe entre quem apoia e quem não apoia o novo governo, as redes sociais de um modo geral, têm se tornado um ambiente bastante tóxico, no qual muitas pessoas agridem umas às outras, escrevem comentários violentos, carregados de preconceitos, de intolerâncias, de verdades absolutas etc.

Confesso que isso tem me cansado e certamente vem cansando milhões de pessoas! E ler as palavras do querido João Vale me fizeram refletir sobre o quanto é importante decidindo pela saúde mental e emocional, buscando a fonte do equilíbrio dentro de si.

Eu que trabalho com a escrita, que por natureza é um exercício que exige criatividade, é fundamental ter a consciência de que preciso ser como uma fonte de águas límpidas para que o que escreva reverbere no coração dos leitores e gere boas reflexões.

Esses espaços reflexivos e contemplativos que ele fala são esse remédio natural que pode nos reequilibrar: “são a ponte para aquilo que não se contamina, a saúde que nunca cessa”. Essas foram as palavras dele que mais me tocaram.

Inclusive eu li esses dias um texto de desabado de uma querida amiga que escreve textos lindíssimos e ajuda milhares de pessoas com eles. Ela contava que optou pela sua saúde mental ao deixar de acompanhar muitas páginas e textos que falam sobre as questões políticas. A toxicidade dos comentários e das notícias estava destruindo sua criatividade e aos poucos estava lhe deixando amarga e desanimada.

Ela tem essa consciência de que a escrita é um processo de cura tanto para ela própria quanto para os seus leitores. Nessa hora eu pego carona na sua reflexão e digo o mesmo em relação a mim. Já escrevi em diversos textos que a escrita me dá um sentido mais profundo de viver e faz parte da minha missão de vida.

Os textos contribuem nos processos de cura de muita gente, mas isso só é possível porque escrevo de coração, buscando essa fonte de águas límpidas.

Tenho exercitado esse filtrar de informações, porque se mergulhasse de cabeça em tudo que vem acontecendo uma hora acabaria adoecendo e teria que dar um stop meio que à força, entende?

Sei que muita gente vai se identificar com o que estou colocando aqui, por isso fiz questão de compartilhar tudo isso.

Portanto. Busquemos mais o silêncio, a quietude, esses espaços contemplativos. Dessa forma além de estarmos cuidando da nossa saúde integral, teremos condições de ajudar no caminho de cura, de amor e de consciência de muitas outras pessoas…

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Obrigada, mãe.

Obrigada, mãe.

Mães são anjos que vem à Terra para cuidar dos filhos e de todos ao seu redor. São seres especiais que tem a missão de ensinar o verdadeiro amor incondicional ao próximo. Às vezes a gente luta pela nossa individualidade, não vê a hora de correr dali e voar sozinho. E só quando voamos é que entendemos tudo que ela nos ensinou (e ensina), nos aconselhou (e aconselha), nos desaprovou (e desaprova) e nos amou (e ama). Você não precisa ter um filho pra entender o que é ser mãe. Você só precisa olhar pra trás e ver tudo que ela significa pra você e pra pessoa que você se tornou.

Todos nós temos vários sonhos na infância. Dizemos aos nossos pais que “não vemos a hora de dirigir, termos nosso próprio carro, não precisar mais arrumar a cama de manhã…” E então nossos pedidos se realizam. A cada conquista entendemos que a vida é implacável e não nos ensina com o mesmo afeto que a nossa família. E ai balançamos a cabeça, suspiramos fundo, e começamos a comparar o antes de depois da vida debaixo do teto deles / longe das asas deles.

E nos damos conta que:
É bom ser independente. Mas bom, bom mesmo, é ter aquela pessoa que diz que te ama toda noite, te esperando chegar da academia com seu chá mate já quentinho na bancada, aguardando para te perguntar como foi o seu dia, mesmo que você não pergunte como foi o dela.

É bom, é muito bom escolher sua própria comida. Mas bom, bom mesmo, é chegar perto de casa na hora da janta e sentir o cheiro do feijão temperadinho lá da esquina. Você sabe que aquele feijão vem das mãos dela e, conforme entra em casa, sente os outros aromas: o bife refogado, a salada de batata com maionese que ela aprendeu na TV Cultura, o pudim de pão que só ela tem mão pra fazer. Não importa a sua dieta, você desiste de qualquer projeto quando sente o cheiro daquela que é a melhor comida do mundo.

É bom chegar a hora que você quiser, sem se importar com o amanhã. Mas bom, bom mesmo, é quando seu telefone toca de hora em hora com alguém preocupada do outro lado da linha, pedindo pra você ter cuidado, não beber, dirigir devagar, e ir pra casa em segurança.

É bom escolher suas próprias roupas de acordo com seu humor, peso e estilo. Mas bom, bom mesmo é quando você sai de casa e escuta “Não vai levar uma blusa? Eu vi na tv que vai chover”. Mãe tem acordo com a meteorologia. Ela nunca erra, e se você arriscar não ouví-la… chuva na certa, torrencial, com alguns granizos na sua cabeça dura.

É bom decidir tudo sozinha – sua vida, seus empregos, seus namorados. Mas bom, bom mesmo, é ter o ouvido atento daquela que preza pela sua vida mais do que pela dela própria, e te dá conselhos inteligentes e que vão te evitar algumas pedras ao longo da sua caminhada. Cada palavra de carinho que sua mãe te dá é um alerta com sinalizadores sobre quais são os melhores caminhos a seguir. Às vezes você os segue, às vezes não. Às vezes você ouve um “eu te disse”, às vezes é você quem diz e ela, sorrindo, concorda e acompanha suas vitórias.

É bom ter saúde. Malhar, tomar suas vitaminas e seus chás que garantem a imunidade perfeita. Mas também é bom quando você chega em casa gripada e ela te olha assustada, tira rápido sua bolsa do seu ombro e te manda “tomar um banho quente e ir deitar já”. Quando você chega no seu quarto depois disso, ela te espera ali, sentada na cama, com um comprimido de antigripal e um chá de mel e limão milagroso – cheio do maior milagre o mundo, o amor de mãe.

O carinho de mãe não nos protege do mundo, afinal todos temos nossos desafios. Mas é muito melhor aprender as lições de bondade e caráter com ela do que fora do nosso portão, porque a vida bate sem dó. Enquanto sua mãe te deixava de castigo trancado no quarto um dia inteiro para “pensar no que você fez de errado”, a vida te derruba e não bate na porta com seu jantar depois.

Só uma mãe tira a comida do prato para que o filho coma um pedacinho maior do bife de casquinha. Só ela nos faz carinho quando chegamos em casa chorando por alguma desilusão. Só ela nos ouve, mesmo que nem sempre nos compreenda. Só ela nos olha com ternura por nossos acertos e com terror por prever nossos tropeços. Só ela se divide em dez e cuida da gente, dos nossos irmãos, do nosso pai, dos nossos avós, das nossas tias, dos nossos primos, tudo no mesmo dia e na mesma hora se precisar.

Só ela faz a lista do mercado, limpa a casa, encera o assoalho da sala, trabalha em dois empregos como professora, corrige todas as provas das suas salas, nos alimenta, dá banho no cachorrinho, nos ajuda com nossas tarefas, faz janta pro nosso pai, assiste a novela, monta presépio e árvore de natal, nos ensina a fazer oração antes de dormir, e depois fica horas acordada ouvindo nosso pai desabafar sobre os problemas no trabalho.

Toda mãe é mesmo igual. Igual na dedicação, no amor incondicional, na energia extra para vencer todos os dias e na capacidade de ser muitas ao mesmo tempo. Toda mãe é um poço de compaixão. E bom, bom mesmo, é quando você tem a chance de reconhecer e retribuir todos esses sentimentos enquanto ela ainda está aqui para olhar nos seus olhos e ouvir você dizer “Mãe, te amo!”

Imagem de capa: kikovic/shutterstock

Extinção de espécies aumenta em escala sem precedentes, alerta relatório do IPBES

Extinção de espécies aumenta em escala sem precedentes, alerta relatório do IPBES

Por ELTON ALISSON | AGÊNCIA FAPESP

As taxas de extinção de espécies animais e vegetais estão aumentando em uma escala sem precedentes. A abundância média de espécies nativas na maioria dos principais hábitats terrestres caiu em, pelo menos, 20%, principalmente desde 1900. Mais de 40% das espécies de anfíbios, quase 33% dos corais e mais de um terço de todos os mamíferos estão ameaçados.

Essa perda é resultado direto da atividade humana e constitui uma grave ameaça ao bem-estar humano em todas as regiões do mundo, alerta um grupo de cientistas de 50 países, incluindo do Brasil. Eles são autores da primeira avaliação global do estado da natureza da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES, na sigla em inglês).

O sumário para os formuladores de políticas do relatório foi lançado nesta segunda-feira (06/05), em Paris, após ter sido aprovado por 132 países durante a sétima sessão plenária do órgão, chamado de “IPCC para a biodiversidade”, que aconteceu na semana passada na capital francesa.

“A saúde dos ecossistemas de que toda a humanidade e as espécies dependem está se deteriorando mais rapidamente do que nunca. Estamos erodindo os próprios alicerces de nossas economias, meios de subsistência, segurança alimentar, saúde e qualidade de vida em todo o mundo”, disse Robert Watson, presidente da IPBES.

Elaborado ao longo dos últimos três anos por 145 especialistas, com contribuições de outros 310 autores, o relatório avaliou mudanças na biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos – como o fornecimento de alimentos e de água – durante as últimas cinco décadas. Para isso, foi feita uma revisão sistemática de cerca de 15 mil fontes científicas, governamentais e de conhecimento indígena e de comunidades tradicionais.

“Esse é primeiro relatório intergovernamental que foca não só a biodiversidade, mas também suas interações com trajetórias de desenvolvimento econômico e com fatores que afetam a natureza, como as mudanças climáticas”, disse Eduardo Sonnewend Brondizio, professor da Indiana University, dos Estados Unidos, à Agência FAPESP.

“Nunca tantos dados, de diferentes áreas, como das ciências naturais e sociais, foram reunidos para fazer uma avaliação detalhada da condição do ambiente em escala global e em uma perspectiva integrada de interação com a sociedade”, disse Brondizio.

Radicado há mais de 20 anos nos Estados Unidos, o cientista brasileiro, que foi um dos três copresidentes do relatório, é um dos pesquisadores responsáveis por um projeto apoiado pela FAPESP em parceria com o Belmont Forum – um consórcio das principais agências financiadoras de projetos de pesquisa sobre mudanças ambientais no mundo.

Os outros brasileiros autores do relatório são Ana Paula Aguiar, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); Bernardo Baeta Neves Strassburg, do Instituto Internacional de Sustentabilidade (ISS); Cristina Adams, da Universidade de São Paulo (USP); Gabriel Henrique Lui, do Ministério do Meio Ambiente; Maria Manuela Ligeti Carneiro da Cunha, da USP; Pedro Henrique Santin Brancalion, também da USP; e Rafael Dias Loyola, da Universidade Federal de Goiás (UFG).

“A contribuição dos autores brasileiros foi excepcional porque todos eles conseguiram trazer uma perspectiva social e ecológica integrada para o relatório. Eles colocaram suas respectivas especialidades, como ecologia, políticas públicas e cenários ambientais, em um contexto interdisciplinar”, disse Brondizio.

Rede mais desgastada

O relatório aponta que ecossistemas, espécies, populações selvagens, variedades locais de plantas e de animais domesticados estão encolhendo, deteriorando ou desaparecendo. Dessa forma, a rede essencial e interconectada da vida na Terra está ficando menor e cada vez mais desgastada.

Pelo menos 680 espécies de vertebrados foram levadas à extinção desde o século 16 e mais de 9% de todas as raças domesticadas de mamíferos usados para alimentação e agricultura foram extintas até 2016. Além disso, estima-se que 1 milhão de espécies animais e vegetais estão agora ameaçadas de extinção.

Entre os fatores responsáveis por esse declínio de espécies estão, em ordem decrescente, as mudanças no uso da terra e do mar, a exploração direta de organismos, as mudanças climáticas, a poluição e espécies tóxicas invasoras.

Desde 1980, as emissões de gases do efeito estufa dobraram, elevando a temperatura média global em pelo menos 0,7 ºC. O aquecimento global já tem afetado a natureza, do ecossistema à genética das espécies, e os impactos devem aumentar nas próximas décadas, em alguns casos, superando o impacto da mudança do uso da terra e do mar e outros fatores, apontam os autores.

“O sumário mostra que a situação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos, essenciais para a qualidade de vida, é ainda mais crítica do que a do aquecimento global”, disse Carlos Joly, professor da Unicamp e coordenador do programa BIOTA-FAPESP.

Joly coordenou o Painel Multidisciplinar de Especialistas da IPBES nos seus primeiros anos de existência, ao lado do australiano Mark Londsdeale, da Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth (CSIRO), e é membro da coordenação da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES, na sigla em inglês), cuja criação foi inspirada na IPBES.

O relatório também destaca que três quartos do meio ambiente terrestre e 66% do ambiente marinho foram significativamente alterados pelas ações humanas. Em média, essas tendências foram menos severas ou evitadas em áreas mantidas ou geridas por povos indígenas e comunidades locais.

Mais de um terço da superfície terrestre do mundo e quase 75% dos recursos de água doce são agora dedicados à produção agrícola ou pecuária. O valor da produção agrícola aumentou em cerca de 300% desde 1970, a extração de madeira aumentou em 45% e aproximadamente 60 bilhões de toneladas de recursos renováveis e não renováveis são extraídos globalmente a cada ano – número que quase duplicou desde 1980.

A degradação da terra, contudo, reduziu a produtividade de 23% da superfície terrestre global. Até US$ 577 bilhões em safras globais anuais estão em risco de perda de polinizadores e entre 100 e 300 milhões de pessoas estão em risco aumentado de inundações e furacões devido à perda de hábitats costeiros e proteção, ressaltam os autores do relatório.

A poluição plástica cresceu 10 vezes desde 1980 e entre 300 e 400 milhões de toneladas de metais pesados, solventes, lama tóxica e outros resíduos de instalações industriais são despejados anualmente nas águas do mundo.

Os fertilizantes usados na agricultura e que entram nos ecossistemas costeiros produziram mais de 400 “zonas mortas” oceânicas, totalizando mais de 245 mil quilômetros quadrados (km2) – uma área combinada maior que a do Reino Unido, calcularam os pesquisadores.

“O relatório mostra que as populações mais ricas ou privilegiadas se acostumaram a ignorar os problemas ambientais porque não convivem com os impactos no dia a dia. São as populações mais pobres ou menos privilegiadas que estão sofrendo o impacto desse padrão de vida, na forma de poluição, desmatamento e atividades de mineração em lugares longe dos olhos do resto do mundo”, disse Brondizio.

Segundo os pesquisadores, as tendências negativas na natureza continuarão até 2050 e, além desse período, persistem em todos os cenários de política explorados no relatório, exceto aqueles que incluem mudanças transformadoras – devido aos impactos projetados de mudanças crescentes no uso da terra, exploração de organismos e mudança climática, embora com diferenças significativas entre regiões.

Apesar do progresso nas políticas de preservação, os autores consideram que as metas globais para conservar e usar a natureza de forma sustentável e para alcançar a sustentabilidade não podem ser alcançadas nas trajetórias atuais. As metas até 2030 e para além desse período podem ser alcançadas apenas por meio de mudanças transformadoras e de fatores políticos e tecnológicos, ponderam.

Uma das ações indicadas é a adoção de abordagens integradas e intersetoriais de gestão que levem em conta as compensações da produção de alimentos e energia, infraestrutura, manejo de água doce e costeira e conservação da biodiversidade.

“Ainda não chegamos a um ponto de irreversibilidade na perda de biodiversidade e a consequente degradação dos serviços ecossistêmicos essenciais para a qualidade de vida. Se tomarmos decisões agora, para, em conjunto e de forma coordenada e cooperativa, promovermos mudanças transformativas integradas, inclusivas e baseadas no melhor conhecimento científico disponível, é possível reverter a velocidade da degradação”, disse Joly.

“Isso passa, obrigatoriamente, por conseguir cumprir as metas do Acordo de Paris, pois o aquecimento global já é um dos principais impulsionadores da perda de biodiversidade e degradação dos serviços ecossistêmicos”, ressaltou.

Os autores também identificam como um elemento-chave de políticas futuras mais sustentáveis a evolução dos sistemas financeiros e econômicos globais, visando a construção de uma economia global sustentável, afastando-se do atual paradigma limitado de crescimento econômico.

“O relatório mostra que é preciso mudar a narrativa de que o desenvolvimento econômico é um fim em si mesmo e que todos os custos para alcançá-lo, como a degradação ambiental e a desigualdade social, são inevitáveis e justificáveis”, disse Brondizio.

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FOTOS: REPRODUÇÃO | WIKIMEDIA COMMONS

EDIÇÃO DE IMAGEM:LUIS PAULO SILVA

Mais informações: www.ipbes.net 

Fonte indicada: UNICAMP

As mães nunca morrem – Fabíola Simões

As mães nunca morrem – Fabíola Simões

Há uma frase linda, atribuída a Marcos Luedy, que diz: “As mães nunca morrem. Elas entardecem, tingem de nuvens os cabelos e viram pôr do sol”.

Estive refletindo sobre essa frase recentemente, depois que um amigo perdeu a mãe repentinamente. É difícil consolar alguém numa situação dessas, ainda mais se nunca passamos por isso. Mas imagino que, com o tempo, essa falta se transforme em algo mais suave e suportável, semelhante à descoberta de que as mães não morrem, elas continuam vivas dentro de nós, nos gestos, nas características que herdamos e principalmente no olhar que é nosso, mas que a partir desse momento também carregará um tanto da percepção e sensibilidade delas.

Lidar com a ausência, com a dor dilacerante proveniente da falta, com o vazio que resta e que não pode ser preenchido por nada, é difícil e assustador. Mas então, num dia inesperado, talvez a gente entenda que as coisas não acabam, elas se transformam. E com as mães não poderia ser diferente. Mais que importantes, elas são matrizes do tecido de que somos feitos. Mais que necessárias, são um eco dentro de nós nos lembrando o caminho a seguir. E mesmo aquelas que não geraram, emprestaram a seus filhos características que ajudaram a construir quem eles se tornaram. Isso não se perde quando elas partem. Sempre residirá naquele emaranhado de histórias, manias, gestos e percepções, se somando às experiências vividas e adquiridas, mas permanecendo e resistindo como memória viva e indestrutível.

Minha mãe tem o belíssimo costume de fazer livros de memórias para seus netos. Em cada página, um pedacinho de si mesma e de seu afeto por eles e por nós, seus filhos. Esses cadernos decorados serão herdados pelas nossas crianças e perpetuarão a memória de minha mãe no futuro. Porém, muito além da garantia dos cadernos, ela permanecerá viva pela forma como toca cada um de nós: com amor, alegria, generosidade e compreensão. Enquanto nós vivermos, essas sensações jamais serão perdidas.

As mães nunca morrem. Elas se afastam, e a neblina das primeiras horas encobre o que antes era visível e palpável. Dentro de nós, antigos sons chamando para o jantar ou contando histórias antes de dormir nos dão a certeza de que, mesmo que se diga que tudo passa, elas não passarão. O que acontece é que elas se transformam. Vão entardecendo e sendo encobertas, mas caminharão para sempre junto de nós, na alma e no coração.

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O processo libertador de saber perdoar

O processo libertador de saber perdoar

Somente com o perdão é possível fechar os capítulos para continuar avançando na busca da verdadeira paz espiritual.

O perdão constitui, do ponto de vista emocional e ético, um dos atos mais representativos do espírito humano.

Tem uma conotação moral profunda, uma vez que, não importa qual o dano que nos foi infligido, temos a capacidade de deixá-lo no passado; para avançar para o futuro com novas perspectivas.

Por que afirmamos que o perdão é libertador?

Quando uma pessoa faz uma ofensa, esta é condicionada ao nível de consciência a sofrer as conseqeências de suas ações.

Mas também sofremos por não podermos superar o dano emocional que tal ofensa causou em nós.

É por isso que perdoar não é apenas libertador para aquele que cometeu o erro, mas também para o ofendido, pois ambos são desalojados de uma carga emocional; que só causa uma inquietação contínua e um estado de ansiedade e angústia.

Para que o perdão alcance o mais alto nível libertador, devemos estar muito claros em nossas mentes com esse ato.

Pois devemos estar plenamente conscientes de que o que fazemos por nós mesmos, e não pela pessoa perdoada.

Por que muitas pessoas acham difícil perdoar?

A maioria das pessoas que reluta em conceder perdão, porque há uma tendência a acreditar que elas seriam novamente expostas ao dano que lhes foi infligido; e que o mais justo é que a outra pessoa sofra as consequências de sua falta.

O ato de perdoar não implica necessariamente que estamos estoicamente aceitando o que essa pessoa fez para nós, e que essa pessoa não precisa enfrentar as consequências de sua afronta.

O detalhe é que, se nosso objetivo é superar o episódio e não nos desgastar, devemos nos concentrar em pensar um pouco egoístas e deixar claro que, no final, os grandes vencedores serão nós mesmos; libertar-se de todas aquelas emoções que bloqueiam nossa mente e não nos permitem avançar.

É por essa razão que o ato do perdão é considerado uma das virtudes das pessoas que possuem um alto nível de inteligência emocional.

O que acontece quando não perdoamos?

Não podemos, pela nossa paz espiritual, recriar em nossas mentes episódios dolorosos do passado.

O ressentimento e o ressentimento são emoções negativas, que podem se tornar uma condição para nosso bem-estar; repetindo a dor sofrida repetidas vezes.

Da mesma forma, não saber perdoar traz consequências sérias que não só deixam seus traços emocionalmente, uma vez que a raiva também afeta nossa condição física; causando diferentes condições, como insônia, problemas digestivos e até mesmo a supressão do nosso sistema imunológico.

O ressentimento só piora as coisas

Normalmente, quando deixamos de ter contato com a pessoa que nos fez a afronta, tendemos a esquecer o assunto com muito mais facilidade do que se o perpetrador fosse uma pessoa do nosso meio ambiente.

No primeiro caso, se persistirmos em não perdoar, o dano é feito diretamente a nós mesmos.

No segundo caso, as coisas tendem a ficar um pouco mais complicadas porque há uma ruptura nas relações interpessoais; emocionalmente afetando tanto aqueles diretamente envolvidos na discordância quanto o resto das pessoas.

Se não quisermos nos tornar vítimas do ressentimento, devemos primeiro entender que nossa recusa em perdoar; Pode gerar emoções negativas que acabam nos afetando profundamente.

Sentimentos como raiva e desamparo servem apenas para prejudicar as relações com as pessoas em nosso ambiente, criando situações desconfortáveis ​​que certamente piorarão as coisas e tornarão a reconciliação ainda mais difícil.

Aprenda a perdoar

O essencial para podermos perdoar do coração daqueles que nos ofenderam é perceber que somos os únicos que podem pôr fim ao capítulo e virar a página; desde que somos responsáveis ​​por nossos sentimentos.

É muito provável que talvez não tenhamos merecido o que nos aconteceu, mas depende em grande parte de como nos sentiremos a respeito no futuro.

Temos que internalizar que em nós há a decisão de transformar situações negativas em oportunidades de crescimento pessoal, para se tornarem seres resilientes.

Via A Soma de Todos os Afetos

Fonte indicada: menteasombrosa
Imagem de capa: Pexels

Elas ficaram amigas no hospital, e agora celebram juntas a vitória contra o câncer

Elas ficaram amigas no hospital, e agora celebram juntas a vitória contra o câncer

A amizade entre as meninas Avalynn, Chloe, Laure e McKinley nasceu em circunstâncias difíceis. Elas se conheceram enquanto eram submetidas a um tratamento contra o câncer no Hospital Johns Hopkins All Children, em St. Petersburg, na Flórida, EUA. Hoje todas celebram a vitória contra a doença e provam que coisas boas podem surgir mesmo nos momentos mais difíceis.

Depois de três anos de tratamento, em que elas lutaram juntas pela vida, as quatro melhores amigas celebraram a remissão da doença com um ensaio fotográfico que revela a sintonia especial entre elas.

Nas fotos, que extrapolam todos os limites de fofura, cada uma das meninas vestia uma camiseta que fazia referência a uma virtude na luta para derrotar a doença maligna: Surviver (sobrevivente), Brave (valente), Fearless (destemida) e Strong (forte). A melhor representação do termo “girl power”, não é?

Chloe foi diagnosticada com câncer de pulmão, algo incrivelmente raro em crianças. As demais foram diagnosticadas com leucemia linfoblástica aguda, o câncer infantil mais comum, e ao mesmo mais difícil de tratar, uma vez que ele atinge o sistema imunológico.

contioutra.com - Elas ficaram amigas no hospital, e agora celebram juntas a vitória contra o câncer

A história dessa amizade teve início quando, em 2016, os médicos do Hospital Infantil Johns Hopkins presentearam as meninas com os tutus cor-de-rosa para, de alguma forma, melhorar seu estado de humor e promover alívio no estresse e na ansiedade. Quando elas chegaram na salinha para receber os presentes, alguém aproveitou ao vê-las sentadas juntas e tirou uma foto. Três anos depois, elas voltaram para comemorar a remissão da doença e refizeram a foto.

Amizade é tudo! Se for para enfrentar os obstáculos da vida, que seja ao lado das minhas amigas, e de preferência usando tutus cor-de-rosa.

Redação CONTI outra. Com informações de Razões para Acreditar
Imagens: Reprodução / Hospital John Hopkins

Invasão nociva do trabalho na vida pessoal afeta saúde do professor

Invasão nociva do trabalho na vida pessoal afeta saúde do professor

Na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, pesquisa investiga a repercussão do trabalho dos professores sobre sua vida cotidiana e as consequências nos processos de saúde e doença. A análise revela que os professores percebem uma invasão nociva do trabalho na própria vida pessoal, na forma de um vínculo contínuo com a profissão ou com algum abalo sofrido em sala de aula, como a perda de autoridade. Esses vínculos levam a um estado de sofrimento e indisponibilidade prolongada que prejudica a convivência familiar e social, além da própria recuperação para o trabalho, podendo causar adoecimento.

O estudo, descrito na tese de doutorado Quando o trabalho invade a vida: um estudo sobre a relação trabalho, vida pessoal cotidiana e saúde de professores do ensino regular e integral de São Paulo, é de autoria do cientista social Jefferson Peixoto da Silva, sob orientação da professora Frida Marina Fischer, do Departamento de Saúde Ambiental da FSP. Segundo o pesquisador, a revolução tecnológica e as mudanças no mundo do trabalho têm levado cada vez mais trabalhadores a realizarem parte das suas atividades em contextos que vão além dos seus domínios laborais tradicionais, chamando a atenção para os possíveis efeitos desta dinâmica sobre a saúde.

Jefferson observou que diversos estudos apontam para um cenário de precarização e recorrentes casos de adoecimento entre os professores, mas o modo como o trabalho repercute sobre sua vida pessoal cotidiana não tem recebido significativa atenção enquanto fator potencialmente patogênico. Isso acontece mesmo considerando que levar trabalho para casa seja algo comum entre eles e que isso se reflita de alguma forma na complexa relação entre trabalho e vida pessoal cotidiana.

Revisão e entrevistas

Para realizar sua pesquisa, o cientista social fez uma ampla revisão da literatura científica existente sobre o tema, além de entrevistar 29 professores de educação básica atuantes em quatro escolas públicas, além dos quatro diretores dessas referidas escolas. Duas delas se dedicavam ao ensino regular (uma municipal e outra estadual), enquanto as outras duas, ao ensino integral (ambas estaduais). A idade dos participantes variou entre 29 e 61 anos e o tempo de experiência na docência entre um e 37 anos, sendo o público predominantemente do sexo feminino. Esse material foi analisado sob a perspectiva das teorias da Saúde do Trabalhador e psicodinâmica do trabalho, recorrendo também a pressupostos da clínica da atividade, da ergonomia da atividade e da antropologia da saúde.

A revisão de literatura revelou um conjunto de 155 estudos sobre trabalho e saúde dos professores publicados nos últimos 20 anos, com aumento dessas obras nos últimos dez anos. A análise configurou o seguinte perfil: transtornos e problemas de saúde típicos; condições de trabalho e saúde; qualidade de vida; trabalho, carreira e fundamentos da ação docente. A codificação das entrevistas, por sua vez, conduziu a cinco categorias temáticas: tipologias da vida cotidiana; prazer e sofrimento no trabalho; estratégias de conciliação entre vida, trabalho e saúde; percepção, concepção e experiências de saúde e doença relatadas; invasão multiforme da vida pelo trabalho.

Os depoimentos revelaram diversas fontes de sofrimento na vida e no trabalho dos professores. Ao mesmo tempo, também mostram numerosos casos e experiências de presenteísmo (frequência do profissional no trabalho), bem como o emprego de estratégias visando a conciliar tais dimensões com a manutenção da saúde.

Vida invadida

Após essa análise do material coletado, o pesquisador detectou como resultado principal o fato de que a maioria dos entrevistados demonstrou que sente sua vida ser invadida pelo trabalho de modo nocivo e que essa invasão não acontece de forma única e linear. Basicamente, ela se manifesta por meio de um estado de vinculação contínua com o trabalho (ou com algum abalo sofrido durante sua realização) – do qual o indivíduo não consegue se desligar, por mais que ele tente. Isso gera um estado de sofrimento e indisponibilidade prolongada para si e para o outro que prejudica a convivência familiar e social, além da própria recuperação para o trabalho.

Com base nestes resultados, o pesquisador concluiu que as agressões à saúde vivenciadas pelos professores no trabalho têm se projetado sobre a sua própria vida pessoal e se combinado a fatores de agressão advindos do contexto social. Neste, o desprestígio dos professores é crescente e retorna à escola na forma de perda de autoridade e até rejeição, produzindo frustrações repetitivas que contribuem para instituir um cenário de sofrimento social que se associa à invasão da vida pelo trabalho. Dado o sofrimento de amplitude social e de tipo patogênico que essa invasão multiforme produz, tal fenômeno pode ser considerado como mais um dos elementos que podem ajudar a explicar os recorrentes quadros de adoecimento desses profissionais.

Fonte indicada  Jornal USP

Imagem de capa- Pixabay-CC

Turma do mal: narcisistas, maquiavélicos e psicopatas. Fique de olho neles!

Turma do mal: narcisistas, maquiavélicos e psicopatas. Fique de olho neles!

Essa turma do mal tem um conjunto de traços repulsivos, por serem personalidades tóxicas, que prendem mental e emocionalmente suas vítimas. Eles possuem como estratégia escolher posições de poder, que lhes permitirão aplicar “golpes” nos outros.

Aparentemente são pessoas “normais”, que encontramos em nosso cotidiano, e nos casos extremos se transformam em criminosos ou doentes mentais. É importante lembrar que a tríade do mal tem comportamentos que se mesclam entre si. Vamos, em síntese, destacar as suas principais características – que dissimulam – nos relacionamentos com os outros.

  1. Narcisistas

Para os narcisistas tudo é permitido, e os demais só existem para adorá-los, pois são egocêntricos focados na sua autoimagem. Eles procuram cargos de liderança, que lhes dêem altos níveis de competição e glamour.

Aliás, cercam-se de muitos seguidores, que sejam fáceis de ser convencidos. Apesar da teatralidade, eles não sentem remorsos e são insensíveis aos sentimentos e às necessidades das pessoas a sua volta.

Por isso, que eles buscam se relacionar com gente que julgam inferiores para mantê-las sob controle. Mas, na maioria das vezes, os narcisistas são sujeitos vulneráveis e de baixa autoestima.

  1. Maquiavélicos

O termo “maquiavélico” no dicionário é descrito como: ardiloso, astuto e indivíduo que não se importa com os meios usados para atingir seus fins, com o ímpeto de tirar proveito das pessoas, dos grupos e das instituições.

Nesses traços se encaixam certos políticos e empresários, que seguem à risca o que diz Maquiavel: “Quando você tiver de fazer algum mal a alguém, faça-o todo de uma só vez. A dor será intensa, mas apenas uma. – Já o bem, faça-o em parcelas. O favorecido ficará alegre e grato a você várias vezes.”

  1. Psicopatas

Os psicopatas são os mais perigosos dessa turma, por serem descontrolados, que estão em permanente busca de emoções turbulentas.

Porém, apresentam certo charme e uma incapacidade de sentir arrependimentos, já que para eles os seres humanos são como objetos com os quais podem jogar e usar segundo a sua vontade. E ainda são sujeitos com uma elevada tolerância ao stress e nenhum sentimento de culpa.

Ademais, os psicopatas têm uma forte vocação para o conflito e de irem parar na cadeia por serem brigões, bem como em situações sui generis se transformarem em delinquentes ou homicidas.

Fique de olho neles

É necessário ficar de olho nas atitudes da turma do mal, que não ocorrem apenas nos crimes, mas que podem ser emuladas também no bullying nas escolas, nos trolls na internet e nas ações dos ditos “respeitáveis” membros da sociedade.

Portanto, ao mesmo tempo, temos que ficar distante dessa tríade e a melhor maneira é estarmos bem emocionalmente, e com essa postura vamos estabelecer as fronteiras para os nossos relacionamentos, não permitindo que ninguém, sobretudo, as personalidades tóxicas ultrapassem os limites.

Jackson César Buonocore é sociólogo e psicanalista

Sonho realizado: Mulher com câncer terminal se casa e ganha festa de voluntários

Sonho realizado: Mulher com câncer terminal se casa e ganha festa de voluntários

O último dia 09 de maio foi especial para Rosália Macedo da Silva, de 38 anos, diagnosticada com câncer terminal e desenganada por médicos. Foi nesta data que ela realizou um sonho antigo, casar-se com Adriano, com quem vive há 19 e tem um casal de filhos. Quem organizou a cerimônia foi um grupo de voluntários na Casa de Repouso Bom Pastor, em Campinas (SP). A troca de alianças entre o casal foi registrada em vídeo, e as imagens são emocionantes.

“Estou me sentindo muito feliz. Tem amor”, disse a noiva à EPTV, afiliada da Rede Globo, antes de entrar na capela.

contioutra.com - Sonho realizado: Mulher com câncer terminal se casa e ganha festa de voluntários

O enlace do casal foi precedida por uma festa, com salgadinhos, refrigerantes, músicas e fotografias. E quem tornou possível este momento tão feliz na vida de Rosália e Adriano foram os integrantes do projeto “Casamento de Rua” – criado para ajudar casais com baixa renda. Eles souberam da cerimônia de casamento e se sensibilizaram com a história, então resolveram oferecer a festa ao casal.

A doença rara atinge a coluna vertebral de Rosália e provocou perda dos movimentos das pernas. Vestida de branco, ela não poupou sorrisos em formalizar a união no local em que ela e outras pessoas recebem tratamento e precisam ficar durante alguns períodos. A família é de Hortolândia (SP).

Como presente de casamento, o casal ganhou uma máquina para fazer chinelos e, com isso, obter alguma renda, uma vez que Adriano precisou parar de trabalhar para dedicar-se aos cuidados da mulher. Além disso, voluntários decidiram doar duas cestas básicas para a família no período de um ano.

Após o momento do beijo entre os noivos, Rosália celebrou o amor da família em meio ao esforço para conseguir mais tempo para viver. “Muito feliz, obrigado a todo mundo que está aqui, participou dessa festa […] Meus filhos vão sempre se lembrar, mas eu ainda vou viver muito tempo”, contou emocionada.

A dona de casa Ana Paula Bittencourt valorizou o significado da união nesta tarde. “É um presente para a gente reavaliar a nossa ideia de vida, sabe, a gente tem muito mais a agradecer, tem muita gente boa nesse mundo para levar para frente”, destacou.

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Redação CONTI outra. Com informações de G1

Mãe canta e bebê fica emocionado- inacreditável!

Mãe canta e bebê fica emocionado- inacreditável!

Com certeza esse é um dos vídeos mais lindos que você já viu. Enquanto a mãe canta, seu bebê fica emocionado.

Sensibilidade, empatia, força do vínculo entre mãe e bebê.

O tipo de vídeo que nos deixa sem palavras.

Menino afegão de 5 anos ganha uma perna protética e dança em comemoração

Menino afegão de 5 anos ganha uma perna protética e dança em comemoração

A alegria é mesmo uma virtude daqueles que sabem celebrar suas vitórias. E quem parece saber bem disso, mesmo com pouca idade, é o menino afegão Ahmad Sayed Rahman, de 5 anos, que vem conquistando corações desde que as redes sociais foram tomadas por um vídeo no qual ele aparece celebrando sua nova perna protética em um quarto de hospital em Cabul. Avisamos desde já que vai ser quase impossível não abrir um sorriso ao ler esta história e ao ver este vídeo.

Rayessa, a mãe do menino, contou que Ahmad e sua irmã foram atingidos durante um tiroteio e ambos ficaram gravemente feridos. Ahmad teve a perna amputada abaixo do joelho quando tinha apenas oito meses de idade.

Desde que ganhou a prótese, Ahmed é só alegria. “Ele está sempre dançando e mostrando como está feliz por ter uma perna artificial.”, disse Rayessa a repórteres no centro ortopédico da Cruz Vermelha na capital afegã na terça-feira.

Ahmad é um paciente de longa data, disse seu fisioterapeuta Semeen Sarwari. “Estou muito feliz por ele ter recebido essa perna artificial e que agora ele pode ser independente”, acrescentou ela, enquanto Ahmad dançava ao som de um celular.

Ahmad e seus pais, que são trabalhadores rurais, vêm da província de Logar, ao sul de Cabul, onde as lutas entre o Talibã e o exército afegão apoiado pelos EUA são frequentes.

Mais de 500 mil pessoas já assistiram ao vídeo de Ahmad no Twitter, um dia depois de ter sido postado. O menino rapidamente se tornou um estrela, virou atração nos noticiários locais e até já mostrou suas habilidades na dança para os repórteres em Cabul.

O vídeo de Ahmad foi filmado por Mulkara Rahimi, outra fisioterapeuta no centro da Cruz Vermelha. Em seus 10 anos de atividade profissional, ela viu muitos pacientes como ele.

“Ele estava tão feliz com a nova prótese que eu só queria registrar sua felicidade. Eu amo meu trabalho.”, disse Mulkara.

Redação CONTI outra. Com informações de EXTRA

Capa: Reprodução Youtube

181 lotes de remédios para hipertensão são recolhidos pela Anvisa

181 lotes de remédios para hipertensão são recolhidos pela Anvisa

Teve início em fevereiro deste ano o recolhimento de 181 lotes de medicamentos usados para tratamento de hipertensão arterial. A ação, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), se fez necessária depois que a EMA (agência europeia de medicamentos) detectou nesses medicamentos a presença de impurezas associadas a um potencial risco de câncer.

O losartana, segundo remédio mais vendido do país, e o valsartan, também muito utilizado no Brasil, estão entre os medicamentos recolhidos pela Anvisa. Vale salientar que as medidas, que seguem práticas jás adotadas em outros países, envolvem lotes e empresas específicas e não abrangem todo o mercado. A lista completa pode ser consultada no site da agência.

Ao todo, 30 milhões de brasileiros têm diagnóstico de hipertensão arterial. A orientação é que quem fizer uso do remédio mantenha o tratamento até avaliação com um médico para possível troca do produto.

“A terapia da hipertensão é mais importante do que isso. Se uma pessoa para de usar o medicamento, ela pode ter consequências sérias à saúde, até no mesmo dia”, afirma o gerente-geral de inspeção e fiscalização sanitária, Ronaldo Gomes.

As impurezas detectadas são as nitrosaminas, substâncias encontradas em pequenas quantidades na água e em alguns alimentos, mas que, em altos níveis e com consumo prolongando, podem levar ao risco de câncer.

Nos medicamentos usados no Brasil não foram encontrados, até o momento, altos níveis de nitrosaminas, e por isso o risco aos pacientes é considerado baixo.

“O paciente que ingerir o medicamento vai ter câncer? Não. As chances são ínfimas”, afirma Gomes. “Essa impureza está presente em níveis muito baixos.”

O risco, de acordo com os cálculos da agência, se dá apenas em casos de ingestão, ao longo de cinco anos, de medicamentos com o nível máximo de nitrosamina já descoberto até o momento. Neste caso, o cálculo seria de um caso extra de câncer a cada 6.000 pacientes. Para comparação, no Brasil, a incidência atual de câncer é de 600 mil casos ao ano, ou um caso a cada 333 brasileiros.

“Temos que lembrar que nem todos os lotes tinham essas impurezas. Provavelmente essa exposição por cinco anos nunca aconteceu e não vamos ter casos de câncer relacionados a isso. Mas temos que prevenir que essa exposição que aconteça, daí as medidas”, afirma a gerente de fiscalização de medicamentos, Andrea Geyer. Ela reforça que o risco de problemas à saúde é maior pela interrupção brusca do uso dos medicamentos, cujo uso contínuo é fundamental para o controle da hipertensão, do que pela suspeita de contaminação dos produtos com as nitrosaminas.

E não há risco de tomar um medicamento com impurezas? “O risco de tomar o medicamento por duas semanas adicionais é passível de ser negligenciado. Até que consiga verificar com seu médico, o paciente pode continuar ingerindo o medicamento, que continua a ser eficaz”, completa Gomes.

Neste caso, a recomendação é que o paciente verifique se o lote do medicamento que utiliza está na lista dos que estão sendo recolhidos e informe seu médico para substituição.

A medida é válida a apenas alguns lotes, desta forma, um remédio que estiver na lista pode ter lotes alvo de recolhimento e outros que foram considerados adequados. Novas fiscalizações estão sendo executadas.

Diversas ações estão sendo realizadas para assegurar que novos lotes de medicamentos a serem produzidos não tenham essas impurezas. Entre elas, estão a suspensão da importação, comercialização e uso de insumos farmacêuticos ativos de fabricantes com indícios e evidências de presença dessas impurezas.

Ao todo, já foram suspensos três insumos (valsartana, losartana e irbesartana) de dez fabricantes internacionais. “Também fizemos uma medida que foi um programa de fiscalização específico de todas as empresas”, diz Gomes.

Ronaldo Gomes esclarece ainda que não houve falha das fabricantes dos remédios. “Foi algo imprevisto. O que se percebeu foi que, em determinadas situações, pelo uso de solvente recuperado pelas fabricantes de insumos, esses solventes poderiam ser contaminados por quantidade ínfima de uma substância que na reação desses compostos gerariam a nitrosamina”, explica Gomes.

CONSULTE OS LOTES PELA ANVISA AQUI

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Redação CONTI outra. Com informações de Yahoo.

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