Qual o impacto da atividade física em pacientes com fibromialgia?

Qual o impacto da atividade física em pacientes com fibromialgia?

Por  – Editorias: Ciências da Saúde – URL Curta: jornal.usp.br/?p=243685

Um artigo publicado na revista Medicina (Ribeirão Preto. Online) avalia a prática de atividade física, os sintomas de depressão e a qualidade de vida em pacientes com fibromialgia. A doença é sentida em várias partes do corpo e tem difícil diagnóstico. Provoca uma dor “músculo-esquelética”, além de outros sintomas como depressão, cansaço e insônia, e atinge cerca de 2,5% da população brasileira. Trata-se de uma síndrome complexa e a maioria dos pacientes também relata rigidez muscular e dor após esforço físico, sendo considerada a segunda doença reumática mais comum, depois da osteoartrite. Muitos pacientes fazem uso exclusivo de terapia medicamentosa, sendo necessário um tratamento que abarque várias frentes.

Foram avaliados 50 pacientes adultos com diagnóstico da doença (49 mulheres e apenas um homem), idade média de 47 anos, brancos, casados e com filhos. A pesquisa mostrou que, apesar de observada uma correlação entre pior qualidade de vida, intensidade da dor e sintomas de depressão, a melhora desses sintomas típicos da fibromialgia é atribuída às atividades físicas. Entretanto, não foi contabilizada a quantidade da atividade praticada, se pouca ou muita, para que ocorra uma melhora importante.

Esses resultados podem estar relacionados aos métodos imperfeitos aplicados para medição, e “a uma possível distorção dos pacientes ao quantificarem o tempo e a intensidade da atividade praticada”. Os dados coletados com outros métodos de pesquisa talvez mostrassem um outro resultado, porém este estudo, apesar de constatar alguma melhora, “não sugere impacto significativo da atividade física na melhora dos sintomas de dor, qualidade de vida e depressão em pacientes com fibromialgia”.

Os autores salientam que para compreender o conceito de atividade física e exercício físico são necessários estudos mais aprofundados, pois a “prática do exercício físico influencia várias vias relacionadas às áreas de modulação da dor”. Estudos prévios demonstraram que a prática de exercício físico aeróbico contribui no controle da dor, fadiga, depressão e qualidade de vida dos pacientes com fibromialgia.

A dor crônica é um importante fator causal para redução da qualidade de vida desses pacientes, o comprometimento do desempenho ocupacional e alteração do humor e depressão (que está entre as doenças psiquiátricas mais frequentes – aproximadamente 30% dos pacientes), mostram estudos.

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Pessoas com o diagnóstico de síndrome da fibromialgia podem receber tratamento na FMUSP – Ilustração: Reprodução/Fibromyalgia And Depression

Considerada uma intervenção não medicamentosa, a atividade física atua positivamente na redução da dor, na melhora da qualidade de vida e da depressão.
Os autores salientam, no caso da fibromialgia, a dificuldade em medir a intensidade da dor e a relação com a atividade física, pois a subjetividade interfere na análise. Por isso, “é possível que a ausência de diferença entre pacientes que relataram diversas intensidades de atividade física esteja relacionada ao instrumento de avaliação utilizado”. Isso pode pode ter influenciado os resultados.

Os pesquisadores avaliaram a qualidade de vida dos pacientes com fibromialgia em relação aos seguintes domínios: capacidade funcional, status de trabalho, distúrbios psicológicos, sintomas físicos e dolorosos. Quem tem fibromialgia demonstra maior depressão, dor e, consequentemente, pior qualidade de vida do que a população normal “e os portadores de outras doenças reumatológicas como os portadores de osteoartrite de joelhos e artrite reumatoide”. Caminhada ou corrida, academia e hidroginástica não se mostram tão eficazes para a melhora dos sintomas como as atividades mais socializadas, como aulas de dança de salão, esportes ou outras modalidades de dança.

Artigo
CONTE, M.; DUMBRA, G. A.; ROMA, D.; FUCUTA, P.; MIYAZA, M. C. Fibromialgia: atividade física, depressão e qualidade de vida. Medicina (Ribeirão Preto. Online), v. 51, n. 4, p. 281-290, 2018. ISSN: 2176-7262. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v51i4p281-290. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/154927. Acesso em: 02 abr. 2019.

Via Jornal USP

Fazenda solar produz 17.000 toneladas de alimentos sem agrotóxicos e sem agredir o solo

Fazenda solar produz 17.000 toneladas de alimentos sem agrotóxicos e sem agredir o solo

A agricultura é provavelmente a profissão mais antiga do mundo, é o que fez com que nossos ancestrais passassem de nômades a sedentários e é assim que todas as culturas e etnias do mundo começaram.

Por milhares de anos, a agricultura tem sido o pilar de qualquer sociedade e desempenha um papel muito importante na vida cotidiana de todos os seres humanos. Embora os métodos possam ser diferentes dependendo da região, é claro que tem havido avanços cada vez mais importantes para tornar a agricultura mais eficiente.

Agora, um grupo de cientistas encontrou um caminho que permite que os agricultores cresçam nos lugares mais inóspitos, mesmo sem um punhado de terra. Graças a essa tecnologia, o problema da superexploração de recursos finitos, como água, terra e energia, também pode ser resolvido.

A Sundrops Farms, uma empresa focada na criação de agricultura sustentável, fabricou uma série de estufas de alta tecnologia que oferecem soluções viáveis para plantações em locais que de outra forma seriam impossíveis.

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Em 2010, a empresa abriu sua primeira fazenda em Port Augusta, na Austrália, um deserto que, em circunstâncias normais, nunca poderia ser cultivado usando métodos tradicionais. Usando a água do mar e a luz solar natural , a Sundrop Farms criou uma técnica agrícola mais sustentável.

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A empresa desenvolveu uma tecnologia que integra ” energia solar, geração de eletricidade, produção de água doce e hidroponia “. E, de acordo com a empresa, essa tecnologia produz tanta comida quanto a agricultura tradicional.

As estufas de alta tecnologia da Sundrop podem produzir 17.000 toneladas métricas de alimentos por ano. Usa cascas de coco em vez de terra, 23.000 espelhos para refletir a energia solar do sol do deserto e a água do mar dessalinizada para irrigar as plantações em 20 hectares de terra.

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E quando se trata de manter as pragas sob controle, Sundrop diz que não há necessidade de produtos químicos. “Além de usar insetos carnívoros para controlar as pragas, também descobrimos que eles não gostam da água salgada que usamos para ajudar a manter nossas estufas frescas”.

Uma tecnologia que poderia melhorar muito a maneira como recebemos comida e cuidamos do planeta.

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Redação CONTI outra. Com informações de Nation

Pesquisadora da USP produz chocolate funcional com probióticos

Pesquisadora da USP produz chocolate funcional com probióticos

Por  – Editorias: Ciências da Saúde – URL Curta: jornal.usp.br/?p=139176

Novo chocolate funcional, produzido na USP, contém micro-organismos vivos que conferem mais benefícios à saúde humana. Além das propriedades antioxidantes presentes no cacau, os probióticos melhoram as funções gastrointestinais, reduzem o risco de constipação e a possibilidade de desenvolvimento de várias doenças como o câncer de cólon. A pesquisa, que foi feita na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, traz novas alternativas para o mercado de alimentos. O chocolate meio amargo poderá substituir os produtos lácteos encontrados nos supermercados que não podem ser consumidos por pessoas com intolerância à lactose, alérgicos ou com restrição de proteína animal.

Os probióticos aplicados ao chocolate foram o Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium animalis, semelhantes aos presentes naturalmente no organismo humano, mas que ao longo da vida vão se perdendo pelo consumo de alguns alimentos industrializados que afetam a flora intestinal, como o açúcar, abusos de medicamentos e o estresse. Os micro-organismos têm um papel fundamental no fortalecimento do sistema imunológico e estão associados ao combate de doenças gastrointestinais, redução da biossíntese do colesterol, inibição de células cancerígenas e possuem atividade antimicrobiana contra a Helicobacter pylori e diversos fungos. A ingestão regular e em quantidade adequada de probióticos restaura a flora intestinal e repovoa o organismo de bactérias boas.

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Partículas lipídicas com os probióticos encapsulados – Foto: Arquivo pessoal da pesquisadora

Os lactobacilos são mais comumente encontrados em iogurte, sucos, sorvetes e cremes porque os produtos lácteos são boas matrizes para veiculação dos micro-organismos. O grande desafio da pesquisa foi encontrar uma forma de incorporar os bioativos em outros produtos que os mantivessem vivos, explica a engenheira de alimentos, Marluci Palazzolli da Silva, autora do mestrado que deu origem ao chocolate funcional.

Em laboratório, Marluci dividiu o processo de incorporação dos probióticos no chocolate meio amargo em duas etapas: na primeira, microencapsulou os probióticos com gordura vegetal por um método chamado spray chilling, onde a mistura de probióticos e a gordura vegetal aquecida foi atomizada a frio produzindo partículas lipídicas. O objetivo foi proteger os micro-organismos do contato com o oxigênio, com a umidade e demais ingredientes do chocolate; na segunda etapa, a pesquisadora preparou amostras de chocolate sem a encapsulamento dos micro-organismos. As amostras de chocolate foram produzidas em parceria com o Centro de Tecnologia de Cereais e Chocolate do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital).

Em ambos os processos, segundo a pesquisadora, tiveram resultados positivos em relação à possibilidade de o chocolate meio amargo ser uma matriz alimentícia aceitável para a incorporação dos probióticos. Porém, a técnica que utilizou spray chilling se mostrou mais eficiente porque a digestão da gordura, que neste caso encapsulou os bioativos, ocorreu no intestino, onde os micro-organismos efetivamente possuem melhor ação. Nos dois processos, os micro-organismos sobreviveram, havendo, inclusive, a manutenção da quantidade de bactérias.

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Marluci Palazzolli da Silva, autora do estudo que deu origem ao novo chocolate funcional – Foto: Arquivo pessoal da pesquisadora

Depois de pronto, o chocolate foi avaliado por cem provadores para comprovar a aceitação do produto que teve nota acima de sete em uma escala de nove pontos. Perguntado aos voluntários se comprariam o chocolate funcional quando estivesse no mercado, cerca de 75% demonstraram intenção de compra.

Segundo a pesquisadora, considerando a boa aceitação do chocolate, a manutenção da viabilidade dos probióticos e o efeito antioxidante pela presença dos compostos fenólicos no cacau, os resultados da pesquisa indicaram o potencial do produto para a diversificação dos alimentos probióticos disponíveis no mercado, conclui.

A dissertação Desenvolvimento e caracterização de chocolate meio amargo contendo micro-organismo probiótico na forma livre e encapsulada que resultou no chocolate funcional foi defendida por Marluci Palazzolli da Silva, sob orientação da professora Carmem Sílvia Favaro Trindade, na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP.

 

Via Jornal USP

Eu também faço isso, acordo meu filho com beijos

Eu também faço isso, acordo meu filho com beijos

Despertar nossos filhos com beijos é um ritual emocional e social do qual todas as crianças podem se beneficiar desde muito cedo. Não é apenas uma maneira de ajudá-los a abrir os olhos carinhosamente, é também um mecanismo excepcional para celebrar o novo dia, reforçando o vínculo mãe e filho (ou pai e filho).

Se há algo que não podemos esquecer é que todo o nosso universo social está carregado de ritos e costumes cotidianos que constroem nossa realidade, cobrando-a de significados mais ou menos positivos. Os costumes que ocorrem em uma casa também influenciam o modo como as crianças entendem o mundo.

Se uma criança não tem esse tipo de reforço emocional baseado em um abraço de boa noite, um beijo de bom dia, um “como está o dia?” Depois da escola ou naqueles detalhes inesperados com os quais transmitir alegrias e Surpreende periodicamente, aquele pequeno crescerá pensando que no mundo, as emoções positivas não têm valor.

Um beijo de manhã é um presente para ambos que devem ser praticados diariamente. Algo que a princípio pode parecer bobo, na verdade contém muitas dinâmicas psicológicas e emocionais que é interessante saber.

Como para beijar nossos filhos no período da manhã é muito saudável

Sabemos que eles crescerão, estamos muito conscientes de que chegará um dia em que eles vão fugir. Não importa. O ideal é começar desde o primeiro dia em que chegam ao mundo para dar àquelas amostras de afeto como forma de alimentação e desenvolvimento do seu cérebro, graças a esse carinho que conforta.

Um novo dia começa e a mamãe te ama

É muito possível que seu bebê tenha deixado você dormir muito pouco, você pode ter acordado a cada três horas para amamentá-lo ou dar-lhe uma mamadeira nos primeiros meses de vida. No entanto, quando o novo dia chega e você tem que levantá-los, você faz isso “beijando-os”.

. Este ato muito natural é uma maneira sensacional de estar “presente”, de moldar isso aqui e agora, onde a transmissão de emoções conforta a criança e faz com que ela se sinta segura e amada.

. Um beijo é um sinal de amor e uma linguagem que nossos filhos aprenderão imediatamente.

. Por sua vez, embora existam muitas maneiras de dizer “eu te amo”, o que é inscrito nos abraços, beijos e carícias que compõem a linguagem não-verbal, é o que detém mais poder.

O abraço de boa noite e o beijo de bom dia

Nós já sabemos que um beijo de bom dia é muito positivo para desenvolver em nosso filho esse vínculo afetivo, onde podemos mergulhar nos rituais sociais que caracterizam nossa família. No entanto, não podemos esquecer que o ato de ir dormir também precisa desse pequeno reforço emocional que muitas crianças apreciam.

. Enquanto nossos filhos crescem, eles vão dormir mais horas seguidas sem precisar de nós. No entanto, não podemos esquecer que, em média, uma criança precisa dormir entre 10 e 13 horas.

. É, sem dúvida, muito tempo e uma maneira de incentivar um descanso profundo, seguro e feliz está favorecendo uma despedida adequada.

. Em nosso espaço, já falamos com você em várias ocasiões sobre como é apropriado ler uma história para nossos filhos, mesmo que eles ainda sejam muito pequenos. Depois de ler a história, algo tão simples como dar-lhes um profundo e longo abraço fará com que se sintam mais relaxados.

Para que uma criança se sinta amada é necessário que cuidemos desse tipo de ritual diário. Se criarmos nossos filhos às pressas, vestindo-os rapidamente para levá-los ao berçário ou à casa dos pais, ou se os colocarmos na cama rapidamente à noite com a ideia de poder fazer outras coisas em casa, negligenciaremos o mais importante: o mundo emocional e psicológico das próprias crianças.

Não há pressa, respeitemos os tempos das crianças e as atendamos em todas as suas necessidades: biológicas, psicológicas e afetivas.

. Algo tão simples como acordá-los para beijos, dando-lhes momentos preciosos onde abraçar, falar e fazê-los rir compõem aqueles momentos significativos que deixam um impacto muito positivo em seu cérebro.

. Ajudá-los a chegar ao novo dia com um sorriso e com uma mãe e um pai que mostram o quanto eles os amam, lhes permitirá crescer com segurança, sempre tendo-nos como sua principal referência.

À medida que envelhecem, eles podem já estar um pouco desconfortáveis ​​com estas exibições efusivas de afeto, mas por dentro, mesmo que você não acredite, eles ainda serão gratos.

Artigo extraído e adaptado por A Soma de Todos os Afetos do site Eresmamá

“Se você ama, sofre. Se não ama, adoece”

“Se você ama, sofre. Se não ama, adoece”

Essa frase “Se você ama, sofre. Se não ama, adoece” é uma das mais notáveis de Sigmund Freud, pois ela nos revela que no momento que nascemos e abrimos os nossos olhos para o mundo, já sofremos de uma ausência: a carência do outro.

Porém, quando nos tornamos adultos sabemos que o amor converge em diferentes modos de sofrimento: que vão desde amar e não ser amado, da perplexa revelação de que amor não resolve tudo, e de que existem pessoas que não querem amar.

Por caminhos confusos ou enviesados, alguns homens e mulheres acabam entrando na pior forma de amar: que é o amor patológico que atinge, sobretudo, as mulheres que não conseguem estabelecer relações emocionalmente estáveis.

Para as pessoas que amam demais, ou seja, de maneira obsessiva, apaixonar-se é algo cruel e, ao mesmo tempo fascinante para esse imaginário romântico, que mora na cabeça e no coração de gente que acredita, cegamente, que esse tipo de amor é grandioso, e que exige sacrifício e despersonalização.

Na verdade, estamos falando de um sentimento incontrolável, que não nasce de emoções saudáveis por alguém, mas de uma carência insuportável que provoca ansiedade e angústia, atordoando a vida, dos que amam demais, e que por isso sofrem e adoecem

Essa é uma sensação químico-física de um amor, que se caracteriza como patológico: como se fosse à dependência de um poderoso alucinógeno, que mantém os indivíduos a permanecer em relações abusivas por medo de serem abandonos.

As turbulências do amor patológico têm levado eles ou elas aos consultórios psicoterapêuticos, com problemas de sono, aflições, dificuldades de concentração, alterações alimentares e outras disfunções, em consequência dos desleixos que ocorrem na codependência.

Assim, o amor patológico pode ocorrer com pessoas de diversas idades, opções de gênero e níveis sociais, mas não apenas entre casais. Por exemplo, algumas mães gostam tanto de seus filhos que acabam com o namoro deles e têm amigos que apresentam ciúmes doentio um pelo outro, impedindo que eles vivam a própria vida.

É como disse o poeta português Luís de Camões: “Amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente.” Entretanto, esse fogo e ferida podem se transformar em uma patologia, em que as pessoas que amam demais se sujeitam a humilhação e a submissão para estar com o outro.

Nesta citação de Freud, descobrimos que a marca do amor é a ambivalência, que pode se confundir em uma relação de amor e ódio, que podemos traduzir no conflito entre a pulsão de vida (Eros) e a pulsão de morte (Tânatos), que costumam enlaçar de amor homens, mulheres, que misturam seus “deuses” e “demônios”.

Portanto, o amor patológico funciona como um pêndulo entre o Eros e o Tânatos, mas com a curva para a pulsão de morte. Contudo, para desenvolver um amor maduro, sábio e responsável, como nos ensina o psicanalista Erich Fromm, é necessário trabalharmos quatro dimensões: o cuidado, a responsabilidade, o respeito e o conhecimento.

Depois de perder o emprego, homem oferece serviço de ‘diaristo’ em Curitiba

Depois de perder o emprego, homem oferece serviço de ‘diaristo’ em Curitiba

“Em dias de crise é preciso se reinventar!” Essa velha máxima pode parecer clichê motivacional, ou discurso pronto de palestras sobre empreendedorismo, mas algumas pessoas que vivem suas próprias crises – juntamente com a crise financeira que o país atravessa – estão sendo obrigados a rever seus conceitos e colocar em prática este conselho. É o caso do paranaense Luiz Henrique Mendes, de 31 anos, que vem fazendo sucesso em Curitiba e Região Metropolitana com uma função não muito comum, a de ‘diaristo’, como ele mesmo prefere chamar.

Luis contou ao G1 que, como aprendeu a limpar a casa e fazer as tarefas do dia a dia desde pequeno, resolveu ganhar dinheiro com isso. Além de tudo, ele diz que sempre admirou o trabalho das diaristas.

O trabalho de limpeza nas casas tem sido o único ganha pão de Luis desde que ele perdeu o emprego. Segundo o ‘diaristo’, as clientes gostam tanto do capricho, que ele ultimamente está com a agenda lotada.

contioutra.com - Depois de perder o emprego, homem oferece serviço de 'diaristo' em Curitiba
Homem trabalha como diaristo em Curitiba e Região — Foto: Reprodução/RPC

A diária, segundo Mendes, custa entre R$ 160 e R$ 200. O preço varia conforme a quantidade de horas trabalhadas.

“Eu limpo tudo. A única coisa que eu não faço é lavar e passar roupa. Eu faço na minha casa, mas na casa dos clientes eu respeito porque acho que é uma questão muito íntima”, explicou.

Luis deixou o preconceito de lado e resolveu arregaçar as mangas para enfrentar a crise, e faz isso com orgulho e um sorriso no rosto, um exemplo pára todos nós!

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Redação CONTI outra. Com informações de G1

A gula não se resume a comer muito

A gula não se resume a comer muito

Quando se fala em gula o primeiro pensamento que nos vem é comida não é mesmo? Mas uma coisa que a grande maioria das pessoas não sabe é que a gula não se resume apenas a comer muito, vai muito mais além, e quero nesse texto ampliar a reflexão.

A palavra gula é praticamente um derivado da palavra goela, que por sua vez é sinônimo de garganta, que faz conexão com o esôfago, canal que leva os alimentos até o estômago. É por isso também que tentemos a pensar na gula como o ato de comer em excesso.

Uma análise psicológica profunda necessariamente nos remete à infância e nossos primeiros anos de vida. A vontade de comer demais sempre está ligada a alguma carência afetiva. Até os 2 ou 3 anos a criança se encontra no que Sigmund Freud denominou de fase oral, na qual experimentamos o mundo e as sensações de prazer e desprazer através da boca.

Os estudos em Psicologia comprovam que as crianças cujas mães não amamentaram unindo a alimentação com o toque físico, o olhar, o cheiro e a atenção voltados para a criança, elas vão crescendo com uma sensação de rejeição, de falta de carinho, de escassez etc. Quando já na adolescência ou vida adulta a pessoa come em excesso, é como se ela inconscientemente estivesse buscando preencher essa lacuna de afeto com algo que dê um prazer semelhante à amamentação. Não aprofundarei nesse ponto porque é bem complexo e repleto de nuances!

A mente de uma pessoa que tem gula é repleta de medo do sofrimento, da escassez, da fome. E é aqui que quero aprofundar mais. Existem diversas facetas da gula que vale a pena ser citadas, inclusive há um ditado para o comportamento guloso: “Querer abarcar o mundo com as pernas”. Você sabia que aquelas pessoas que passam o dia inteiro buscando algo que preencha 100% do tempo têm gula em maior ou menor grau? Por exemplo. Ela olha sua agenda e horários livres e está sempre querendo colocar algo para preencher, como um esporte, uma aula de música, um curso de línguas estrangeiras, uma nova série no Netflix etc.

Existe um medo de se achar incompetente, ou preguiçosa, ou improdutiva nas pessoas com essa tendência. E quanto à questão de séries ou filmes pode ser um sentimento de estar desconectado ou desatualizado em relação aos amigos! E o sofrimento que tudo isso pode gerar muitas vezes é gigantesco. A ansiedade talvez seja o maior deles. O que tem de pessoas que hoje são diagnosticadas com a TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) é estarrecedor. Muitas delas têm essa gula e nem percebem…

Mas o que fazer para curar ou pelo menos melhorar nisso Isaias? A primeira coisa é identificar que tem essa gula psíquica. A leitura desse texto já pode ser esse primeiro insight! A segunda é investigar o passado e tentar entender onde e quando faltou afeto?

Como as carências afetivas começaram a se instalar? E a melhor maneira de identificar é buscando algum auxílio psicológico ou terapêutico. Eu sempre gosto de enfatizar que 100% das pessoas deveria fazer alguma terapia, porque viver nesse mundo repleto de desafios de todas as naturezas gera desarmonias e desequilíbrios até entre as famílias mais estruturadas e harmoniosas!

Um 3º ponto está ligado ao nosso EGO, que busca ser reconhecido, aplaudido, enaltecido. Uma pergunta que eu mesmo me fiz e foi transformadora é a seguinte: “Se eu fizer tal coisa um pouco mais pra frente qual será o prejuízo real para minha vida?”. Aqui entra a gula por preencher o tempo com “n”atividades. É preciso pensar nas prioridades. Por exemplo: eu farei um intercâmbio nos EUA em menos de 1 ano, então estudar inglês é uma prioridade, mas será que ao mesmo tempo fazer 8 cadeiras na faculdade seria também uma prioridade? Você poderia diminuir o número de cadeiras para se dedicar mais ao estudo do inglês.

Outro exemplo, estou assistindo a uma série no Netflix que tem 10 temporadas com mais de 20 episódios em cada uma. Por que assistir 5, 6, 7 episódios em sequência, podendo prejudicar outras atividades importantes ou o próprio sono? Seria mais inteligente se programar para assistir a 1 ou 2 episódios todos os dias.

São pequenas atitudes que podem nos ajudar a vencer essa gula, que como citei, se inicia na nossa mente que busca preencher alguma carência com algo que gere prazer imediato, mas junto com o prazer traz efeitos colaterais bem negativos como obesidade, ansiedade, sono excessivo, estafa, perfeccionismo etc. etc.

Siga essas dicas práticas que você rapidamente perceberá mudanças positivas acontecendo na sua vida…

Photo by Malcolm Garret from Pexels

A vida vai lhe colocar diante daquela situação mal resolvida

A vida vai lhe colocar diante daquela situação mal resolvida

A vida sempre encontra uma forma de possibilitar o nosso reencontro com algo que ficou pendente. Isso não é, necessariamente, algo negativo, eu defino como um fechamento de ciclo que acontece fora do prazo previsto.

O que voltam são situações que precisam ser resolvidas porque estão causando, em nós, um prejuízo na esfera espiritual ou emocional, nos aprisionando. O Universo analisa o que você precisa rever para pontuar e tocar o seu barco.

Sabe aquele amor platônico que você foi ficou no seu imaginário e acabou atrapalhando a sua vida sentimental? Você nunca conseguiu achar graça em ninguém, porque ficou preso energeticamente a ela. Dependendo da complexidade dessa ligação, o destino poderá colocar a pessoa em sua frente para que você pontue isso. É possível que você a olhe e não sinta absolutamente nada. Ou pode ser que você entre em contato com o péssimo caráter dela e se desencante de vez, chegando ao ponto de agradecer a Deus por não ter dado certo no passado.

O Universo entende que você precisava tirar as suas próprias conclusões de que não perdeu nada, você estará fechando aquele ciclo ali e, dando adeus internamente àquela pessoa. Pode acontecer, também, a confirmação de que vocês se querem de verdade, vocês poderão viver a história que foi impedida no passado. Pode ser uma história pelo resto da vida, ou um breve romance para que vocês troquem a energia que ficaram se devendo.

A vida pode lhe colocar numa situação em que você reconheça uma grande injustiça que cometeu com alguém, e ela vai lhe possibilitar a chance de pedir perdão ou reparar aquele erro de alguma outra forma. Pode ocorrer também de você ter sido o injustiçado e receber esse pedido de perdão.

Não teremos como prosseguir carregando algumas dúvidas, culpas, remorsos ou outros sentimentos destrutivos. Por isso, de vez em quando somos surpreendidos com o passado batendo na nossa porta. Que tenhamos a sabedoria de entender o propósito da visita e que sejam colocados todos os pingos nos is.

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Gari banca sozinho os estudos da filha e a forma médica

Gari banca sozinho os estudos da filha e a forma médica

Mesmo com poucos recursos, o gari Tales Pereira sempre se esforçou ao máximo para garantir a melhor educação possível para a filha, Aline de Castro Pereira, de 26 anos. Mas, felizmente, hoje pai e filha vivem a alegria de ter os esforços recompensados. A jovem se formou médica e credita ao pai a maior parte do mérito da realização desse sonho.

Tales, que trabalha limpando as ruas de Goiânia, passou a criar a filha sozinho depois que a esposa morreu quando Aline ainda era criança, vítima de câncer no estômago. A doença motivou o desejo da jovem pela carreira médica, que pretende se especializar em gastroenteorologia.

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Reprodução/G1.

Durante todo o ensino médio, a jovem estudou em colégio particular, bancado pelo pai. O resultado veio com aprovação em três vestibulares: Escola Superior de Ciências da Saúde, no DF, Universidade Federal do Tocantins (UFT) e Universidade Federal de Goiás (UFG), onde fez o curso.

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Reprodução/G1.

Ela se recorda do momento em que soube da aprovação. “Ele [pai] ficou na expectativa com um radinho de pilha, à moda antiga, esperando sair a lista. Quando eu vi na internet, foi muita emoção”, lembra.

No convite para a formatura, a foto com o pai tem destaque especial. Uma dedicatória também foi feita. “Ao meu pai, agradeço profundamente por ter vivido cada dia comigo se desdobrando para ajudar a cumprir minhas obrigações e se preocupando com meu bem estar e me amparando com as mais diversas formas de amor. Você é meu maior exemplo de luta e determinação para vencer na vida”, diz o texto.

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Reprodução/G1.

O carinho deixa o gari emocionado. “É muito emocionante. A gente fica todo derrubado. Fiz minha parte e ajudei. Agora ela vai colher os frutos. Ela é uma joia. Para chegar onde chegou, é uma guerreira”, elogia.

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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de G1 Goiás.
Foto destacada: Reprodução/G1.

O bom humor é mais atraente do que a beleza física

O bom humor é mais atraente do que a beleza física

Em tempos de competitividade exacerbada em todos os setores possíveis, de status social sobrepujando as interações afetivas, de valores éticos atropelados pelo sucesso a qualquer preço, de violência e de tristeza generalizada, o bom humor virou artigo de luxo. Muitos de nós sorrimos apenas para cumprir formalidades, de tantas atribulações que nos consomem diariamente.

Por isso mesmo, é preciso manter algo de bom dentro de si, rir do que é engraçado, brincar com o que é permitido, gargalhar de si mesmo, inclusive. Não se trata de rir feito bobo, de tudo, indiscriminadamente, ou rir de nervoso, mas sim de realmente ter prazer e ânimo frente ao que é bom, engraçado, divertido. Conseguir achar graça no que carrega humor é uma das melhores coisas que existem.

Infelizmente, muita gente confunde bom humor com imaturidade, como se precisássemos ser sérios e sisudos para parecermos adultos maduros e respeitados. Tem gente que não se permite rir num ambiente de trabalho, em lugares estranhos, ou perto de desconhecidos. São pessoas que atrelam a maturidade e a responsabilidade tão somente ao silêncio e a expressões faciais em que não há esboço de sorriso algum. Mal sabem que dá para ser maduro, comprometido, responsável e bem humorado.

Sim, o bom humor pode ser acompanhado de seriedade, responsabilidade, comprometimento, maturidade, simplesmente porque quem sorri transmite mais cordialidade e sentimentos, e isso denota confiabilidade. Tendemos a confiar em quem tem bom humor, porque nossa alma precisa de respiro, de descanso, de ternura, e o ato de rir contém tudo isso. O bom humor, inclusive, denota sabedoria, pois humor inteligente não é para qualquer um.

Em vista disso, o bom humor acaba se tornando bem mais atraente do que a beleza física, principalmente por ser uma característica das pessoas inteligentes e, fato inconteste, a inteligência é afrodisíaca, é sexy. O bom humor acompanhará a pessoa pelo resto da vida, enquanto a beleza física quase sempre terá fim. No mais, de nada adiantam músculos em quem vive com cara de bunda.

Photo by Edu Carvalho from Pexels

Antidepressivos tornam pessoas menos empáticas, e isso não é ruim!

Antidepressivos tornam pessoas menos empáticas, e isso não é ruim!

De acordo com um estudo realizado na Universidade de Viena, na Áustria, as pessoas que tomam antidepressivos são menos empáticas. Para o estudo, voluntários foram analisados antes e depois de tomarem os medicamentos. Os resultados obtidos foram publicados no periódico científico Translational Psychiatry.

Os voluntários recrutados pelos cientistas são pacientes não medicados que têm depressão aguda. Neles foram testadas as suas respostas empáticas à dor de outras pessoas em dois momentos: primeiro, durante um episódio depressivo agudo — isto é, antes de terem recebido qualquer medicação. Segundo, após três meses de tratamento psicofarmacológico com antidepressivos (principalmente inibidores seletivos de recaptação de serotonina).

Nas duas sessões, os pacientes foram submetidos à ressonância magnética funcional enquanto assistiam a vídeos de pessoas que passavam por procedimentos médicos dolorosos. Como relataram os pesquisadores, os participantes demonstraram um nível de empatia menor após começarem a usar a medicação, tal como uma redução na ativação de regiões cerebrais associadas à empatia.

De acordo com os especialistas, os resultados estão longe de serem negativos. Isso porque, conforme o coautor da pesquisa, Markus Rütgen, disse em comunicado, o impacto emocional reduzido de eventos negativos permite que os pacientes medicados se recuperem de momentos ruins mais facilmente — o que é benéfico para a saúde deles.

Na análise, os cientistas também puderam relacionar que a diminuição no nível de empatia afetiva melhora os sintomas da depressão. “O impacto real da empatia reduzida dos pacientes em comportamentos sociais ainda precisa ser explorado”, apontou Rütgen.

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Destaques Psicologias do Brasil. Com informações de: Revista Galileu.

Mulher constrói bebedouro público para pessoas sem-abrigo no muro de sua casa

Mulher constrói bebedouro público para pessoas sem-abrigo no muro de sua casa

Márcia Regina Pini é uma advogada de Porto Velho, capital de Rondônia, que decidiu construir um bebedouro público no muro da sua própria casa para que as pessoas sem-abrigo possam beber água e “matar” a sua sede gratuitamente.

Segundo ela, a sua decisão deveu-se ao fato de ter tido conhecimento que muitas dessas pessoas têm problemas renais por não beberem água suficiente, infelizmente, na maioria das vezes, por dificuldades financeiras.

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Esta sua fonte localiza-se na Rua Brasília, no bairro São Cristóvão, Rio de Janeiro, e não só está equipado com um equipamento elétrico que mantém a água fresca e gelada, como está disponível para qualquer pessoa usar.

“Eu fiquei pensando em uma forma que eles (moradores de rua) não precisassem tocar a campainha. E não só para atender essa população, mas qualquer pessoa que passar. Afinal, a água é a fonte da vida. A sede é uma tortura“, contou Márcia ao G1.

Para a sua construção, a advogada comprou uma pia, uma torneira e o tal equipamento elétrico que mantém a água fresquinha, tendo ficado pronto em apenas 6 meses. Apesar de ter sido criticada inicialmente por alguns familiares e vizinhos, que não acreditavam que a sua ideia fosse boa, no final, todos acabaram por concordar que realmente era uma boa ação e que a população certamente iria agradecer.

“Às vezes as pessoas têm medo, ficam preocupadas, mas a população de rua não é violenta. Hoje, a gente vê pessoas passando, enchendo a garrafinha e eu fico feliz de poder contribuir”.

Todos os dias o bebedouro é limpo por Márcia ou pela sua família, e é reposto o estoque de copos descartáveis. A própria vigilância sanitária já visitou o local, verificou o seu funcionamento e bebeu da fonte, tendo aprovado o projecto.

A decoração do espaço ficou a cargo de Márcia, que aproveitou uns restos de material que tinha em casa, para criar um espaço mais acolhedor e bonito.

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Segundo Márcia, o seu próximo objectivo é criar uma cantina, onde as pessoas mais necessitadas e sem-abrigo possam comer gratuitamente.

Tão bom saber que ainda existem pessoas boas que se preocupam com aqueles que mais precisam ❤️

Crédito das imagens: Diêgo Holanda/G1

Via Sábias Palavras.

Com informações de G1

“Uma nova classe de pessoas deve surgir até 2050: a dos inúteis” – Yuval Noah Harari

“Uma nova classe de pessoas deve surgir até 2050: a dos inúteis” – Yuval Noah Harari

Especialistas e historiadores como Yuval Noah Harari há muito vêm prevendo que as máquinas tornariam os trabalhadores redundantes. Esse momento já pode estar aqui. Mas o que isso traz de ruim?

Em artigo publicado no The Guardian, intitulado O Significado da Vida em um Mundo sem Trabalho, o escritor comenta sobre uma nova classe de pessoas que deve surgir até 2050: a dos inúteis. “São pessoas que não serão apenas desempregadas, mas que não serão empregáveis”, diz o historiador.

“A questão mais importante na economia do século 21 pode muito bem ser: o que devemos fazer com todas as pessoas supérfluas, uma vez que temos algoritmos não-conscientes altamente inteligentes que podem fazer quase tudo melhor que os humanos?”

“A maioria das crianças que atualmente aprendem na escola provavelmente será irrelevante quando chegar aos 40 anos.”

De acordo com Harari, esse grupo poderá acabar sendo alimentado por um sistema de renda básica universal. A grande questão então será como manter esses indivíduos satisfeitos e ocupados. “As pessoas devem se envolver em atividades com algum propósito. Caso contrário, irão enlouquecer. Afinal, o que a classe inútil irá fazer o dia todo?”.

O professor sugere que os games de realidade virtual poderão ser uma das soluções e faz um paralelo com costumes antigos, que, segundo ele, teve propósito semelhante:

“Na verdade, essa é uma solução muito antiga. Por centenas de anos, bilhões de humanos encontraram significados em jogos de realidade virtual. No passado, chamávamos esses jogos de ‘religiões’”

Abaixo leia o artigo

O significado da vida em um mundo sem trabalho
Por: Yuval Noah Harari

A maioria dos empregos que existem hoje pode desaparecer dentro de décadas. À medida que a inteligência artificial supera os seres humanos em tarefas cada vez mais, ela substituirá humanos em mais e mais trabalhos. Muitas novas profissões provavelmente aparecerão: designers do mundo virtual, por exemplo. Mas essas profissões provavelmente exigirão mais criatividade e flexibilidade, e não está claro se os motoristas de táxi ou agentes de seguros desempregados de 40 anos poderão se reinventar como designers do mundo virtual (tente imaginar um mundo virtual criado por um agente de seguros!?). E mesmo que o ex-agente de seguros de alguma forma faça a transição para um designer de mundo virtual, o ritmo do progresso é tal que, dentro de mais uma década, ele pode ter que se reinventar novamente.

O problema crucial não é criar novos empregos. O problema crucial é a criação de novos empregos que os humanos apresentam melhor desempenho do que os algoritmos. Consequentemente, até 2050, uma nova classe de pessoas poderá surgir – a classe desocupada. Pessoas que não estão apenas desempregadas, mas desempregáveis.A mesma tecnologia que torna os seres humanos inúteis também pode tornar viável alimentar e apoiar as massas desempregadas através de algum esquema de renda básica universal. O problema real será, então, manter as massas ocupadas e o conteúdo. As pessoas devem se envolver em atividades propositadas, ou ficam loucas. Então, o que a classe desocupada irá fazer o dia todo?

Uma resposta pode ser jogos de computador. Pessoas economicamente redundantes podem gastar quantidades crescentes de tempo dentro dos mundos da realidade virtual 3D, o que lhes proporcionaria muito mais emoção e engajamento emocional do que o “mundo real” externo. Isso, de fato, é uma solução muito antiga. Por milhares de anos, bilhões de pessoas encontraram significado em jogar jogos de realidade virtual. No passado, chamamos essas “religiões” de jogos de realidade virtual.

O que é uma religião, se não um grande jogo de realidade virtual desempenhado por milhões de pessoas juntas? Religiões como o Islã e o Cristianismo inventam leis imaginárias, como “não comem carne de porco”, “repita as mesmas preces um número determinado de vezes por dia”, “não faça sexo com alguém do seu próprio gênero” e assim por diante. Essas leis existem apenas na imaginação humana. Nenhuma lei natural exige a repetição de fórmulas mágicas, e nenhuma lei natural proíbe a homossexualidade ou a ingestão de porco. Muçulmanos e cristãos atravessam a vida tentando ganhar pontos em seu jogo de realidade virtual favorito. Se você reza todos os dias, você obtém pontos. Se você esqueceu de orar, você perde pontos. Se, no final da sua vida, você ganhar pontos suficientes, depois de morrer, você vai ao próximo nível do jogo (também conhecido como o paraíso).

Como as religiões nos mostram, a realidade virtual não precisa ser encerrada dentro de uma caixa isolada. Em vez disso, ele pode se sobrepor à realidade física. No passado, isso foi feito com a imaginação humana e com livros sagrados, e no século 21 pode ser feito com smartphones.

Algum tempo atrás, fui com o meu sobrinho de seis anos, Matan, para caçar Pokémon. Enquanto caminhávamos pela rua, Matan continuava a olhar para o seu telefone inteligente, o que lhe permitia detectar Pokémon à nossa volta. Eu não vi nenhum Pokémon, porque não carregava um smartphone. Então vimos outras duas crianças na rua que estavam caçando o mesmo Pokémon, e quase começamos a lutar com eles. Parecia-me como a situação era semelhante ao conflito entre judeus e muçulmanos sobre a cidade sagrada de Jerusalém. Quando você olha a realidade objetiva de Jerusalém, tudo que você vê são pedras e edifícios. Não há santidade em qualquer lugar. Mas quando você olha através de smartbooks (como a Bíblia e o Alcorão), você vê lugares sagrados e anjos em todos os lugares.

A ideia de encontrar um significado na vida ao jogar jogos de realidade virtual é, evidentemente, comum não apenas às religiões, mas também às ideologias seculares e estilos de vida. O consumo também é um jogo de realidade virtual. Você ganha pontos adquirindo carros novos, comprando marcas caras e tendo férias no exterior, e se você tiver mais pontos do que todos os outros, dizendo a si próprio que ganhou o jogo.

Você pode contrariar dizendo que as pessoas realmente gostam de seus carros e férias. Isso certamente é verdade. Mas os religiosos realmente gostam de orar e realizar cerimônias, e meu sobrinho realmente gosta de caçar Pokémon. No final, a ação real sempre ocorre dentro do cérebro humano. Não importa se os neurônios são estimulados observando pixels em uma tela de computador, olhando para fora das janelas de um resort do Caribe ou vendo o céu nos olhos da mente? Em todos os casos, o significado que atribuímos ao que vemos é gerado pelas nossas próprias mentes. Não é realmente “lá fora”. Para o melhor de nosso conhecimento científico, a vida humana não tem significado. O significado da vida é sempre uma história de ficção criada por nós humanos.

Em seu ensaio inovador, Deep Play: Notas sobre a Briga de Galos em Bali (1973), o antropólogo Clifford Geertz descreve como na ilha de Bali, as pessoas passaram muito tempo e dinheiro apostando em brigas de galos. As apostas e as lutas envolveram rituais elaborados, e os resultados tiveram um impacto substancial na posição social, econômica e política de jogadores e espectadores.

As brigas de galos eram tão importantes para os balineses que, quando o governo indonésio declarou a prática ilegal, as pessoas ignoraram a lei e se arriscavam a prisão e multas pesadas. Para os balineses, as brigas eram “jogo profundo” – um jogo confeccionado que é investido com tanto significado que se torna realidade. Um antropólogo balines poderia, sem dúvida, ter escrito ensaios semelhantes sobre futebol na Argentina, Brasil ou no judaísmo em Israel.

De fato, uma seção particularmente interessante da sociedade israelense fornece um laboratório exclusivo de como viver uma vida satisfeita em um mundo pós-trabalho. Em Israel, um percentual significativa de homens judeus ultra-ortodoxos nunca trabalhou. Eles passam toda a vida estudando escrituras sagradas e realizando rituais de religião. Eles e suas famílias não morrem de fome, em parte porque as esposas muitas vezes trabalham, e em parte porque o governo lhes fornece generosos subsídios. Embora geralmente vivam na pobreza, o apoio do governo significa que eles nunca faltam para as necessidades básicas da vida.

Isso é uma renda básica universal em ação. Embora sejam pobres e nunca trabalhem, em pesquisa após pesquisa, esses homens judeus ultra-ortodoxos relatam níveis mais elevados de satisfação com a vida do que qualquer outra parte da sociedade israelense. Nos levantamentos globais sobre a satisfação da vida, Israel está quase sempre no topo, graças em parte ao contributo destes pensadores profundos e desempregados.

Você não precisa ir a Israel para ver o mundo do pós-trabalho. Se você tem em casa um filho adolescente que gosta de jogos de computador, você pode realizar sua própria experiência. Fornecer-lhe um subsídio mínimo de Coca-cola e pizza e, em seguida, remover todas as demandas de trabalho e toda a supervisão dos pais. O resultado provável é que ele permanecerá em seu quarto por dias, colado na tela. Ele não vai fazer qualquer lição de casa ou tarefas domésticas, vai ignorar a escola, ignorar as refeições e até mesmo ignorar os chuveiros e dormir. No entanto, é improvável que ele sofra de tédio ou uma sensação de sem propósito. Pelo menos não no curto prazo.

Portanto, as realidades virtuais provavelmente serão fundamentais para fornecer significado à classe desocupada do mundo pós-trabalho. Talvez essas realidades virtuais sejam geradas dentro dos computadores. Talvez sejam gerados fora dos computadores, sob a forma de novas religiões e ideologias. Talvez seja uma combinação dos dois. As possibilidades são infinitas, e ninguém sabe com certeza que tipos de peças profundas nos envolverão em 2050.

Em qualquer caso, o fim do trabalho não significará necessariamente o fim do significado, porque o significado é gerado pela imaginação em vez de pelo trabalho. O trabalho é essencial apenas para o significado de acordo com algumas ideologias e estilos de vida. Os escravos ingleses do século XVIII, os judeus ultra-ortodoxos atuais e as crianças em todas as culturas e eras encontraram muito interesse e significado na vida, mesmo sem trabalhar. As pessoas em 2050 provavelmente poderão jogar jogos mais profundos e construir mundos virtuais mais complexos do que em qualquer momento anterior da história.

E quanto à verdade? E a realidade? Realmente queremos viver em um mundo no qual bilhões de pessoas estão imersas em fantasias, buscando objetivos criativos e obedecendo leis imaginárias? Bem, goste ou não, esse é o mundo em que vivemos há milhares de anos.

Yuval Noah Harari é professor na Universidade Hebraica de Jerusalém e é autor de ‘Sapiens: Uma Breve História da Humanidade’ e ‘Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã’

 

Via Pensar Contemporâneo

Leia também: 10 dos principais pensamentos de Yuval Noah Harari sobre a história humana, tecnologia e os desafios do século 21″.

4 atividades para desenvolver a fala do seu bebê

4 atividades para desenvolver a fala do seu bebê

Um momento tão esperado para qualquer mamãe e papai é quando o bebê começa a pronunciar as primeiras palavras, é tudo uma melodia para eles! Mas, para que o discurso de seu bebê se desenvolva adequadamente, você deve estar ciente de que o papel e a interação do bebê com seus pais são cruciais para melhorar a fala.

Os pais desempenham um papel fundamental no desenvolvimento da linguagem da criança. Estudos mostram que as crianças cujos pais costumam ler para eles e conversar muito com eles nos primeiras idades da infância têm um vocabulário muito maior e melhor gramática do que as crianças que não tiveram a oportunidade de ter seus pais lendo-lhes histórias.

Para isso, então você poderá encontrar algumas atividades para que você possa fazer com seu bebê a partir de agora e dessa forma você está ajudando-o a desenvolver a fala e também a fortalecer seu vínculo emocional.

Fale com ele

Seu bebê precisa ouvi-la o tempo todo para que possa começar a entender o idioma. A melhor coisa que você pode fazer é falar sobre tudo o que você está fazendo, o que está acontecendo ou o que vai acontecer. Não é necessário que você fale o tempo todo, mas a maior parte do dia, você também pode falar normalmente para explicar as coisas, por exemplo, você pode dizer coisas como: “Agora vamos tomar um banho, a água está boa o suficiente”, quando você tem secá-lo, você pode dizer: “Agora que secamos com a toalha, vamos nos vestir e depois passear”.

Este é apenas um exemplo, mas você pode narrar tudo o que está acontecendo com você durante o dia. Mesmo se você acha que seu bebê não está a ouvir ou não entender o que você diz, é muito importante que você faça porque você é você ajudando a desenvolver o seu discurso, e também … o bebê gosta de ouvir a sua voz, é o seu som favorito e mais tranquilizador!

Leia-lhe histórias

Nunca é cedo demais para começar a ler para o seu bebê. Se você quer incentivar a leitura para seu filho, então não economize na quantidade de tempo que você anda lendo com ele e à medida que cresce. Além de incentivar um bom hábito do seu filho e ele encarar a leitura como uma atividade de lazer, você estará ajudando a melhorar seu vocabulário para aprender novas palavras, para melhorar a concentração, atenção e memória.

Você pode começar por ler livros simples para os bebês e até mesmo imaginar histórias para contar à medida que cresce. É ideal para criar uma rotina de um tempo de história com o seu filho ou ir a bibliotecas para ajudá-lo a melhorar o seu amor pela leitura.

Cantar

Os bebês adoram as música, porque elas têm ritmo além entretê-los. Além de fortalecer o vínculo com seu bebê, você estará ensinando através de canções sobre o mundo em torno dele e ritmo da linguagem. Ele vai amar sempre ouvi-la cantar em sua cabeça e começar a reter o vocabulário de músicas para usá-lo mais tarde.

Se você não conhece músicas infantis, pode pesquisar online ou comprar um CD que tenha canções de ninar para poder cantar para seu bebê todos os dias. Seu bebê vai adorar e vai te dar mais que um sorriso.

Repita bem as palavras

Quando seu bebê começar a falar e repetir as primeiras palavras, é muito importante que você não brigue ou o critique quando ele diz as palavras incorretamente, isso é normal e precisa de seu apoio e compreensão para poder dizê-las corretamente.

Portanto, em vez de criticar, você deve repetir as palavras corretamente para que ele possa ouvir como elas são ditas, você ficará surpresa em como ele irá melhorar as palavras ouvindo-as e sentindo-se motivado a se comunicar com você.

Artigo extraído e adaptado por A Soma de Todos os Afetos, do site Eresmamá
Imagem de capa: pexels

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