Ausência demais não gera saudade, gera esquecimento

Ausência demais não gera saudade, gera esquecimento

Relacionamentos são inegavelmente um presente, já que permitem trocas de experiências, compartilhamento de sonhos e planejamento a dois. O problema é que, esse presente, está cada vez mais raro e, aos poucos, o molde de “felizes para sempre” está sendo substituído por “quem pode mais, chora menos”.

Bauman já nos ensinava, em seu livro Amor Líquido, que vivemos tempos em que nada foi feito para durar e a consequência dessas relações superficiais é uma solidão sem tamanho: “a solidão produz insegurança — mas o relacionamento não parece fazer outra coisa. Numa relação, você pode sentir-se tão inseguro quanto sem ela, ou até pior. Só mudam os nomes que você dá à ansiedade”.

É da natureza humana: antes de entrar em um relacionamento precisamos sentir a segurança que o outro nos oferece. O problema está em supervalorizar a conquista e esquecer que a relação se consolida nas atitudes das pessoas dispostas e não no marasmo dos acomodados.

Eu sei que te ensinaram a agir com frieza: despreze, desinteresse-se e ignore, já que, na teoria, essas atitudes podem fazer o outro se apaixonar. Caso você tenha 15 anos e acredite em príncipes encantados, isso pode funcionar mesmo. Caso contrário, sem atitude e disposição nenhum amor pode dar certo.

É bonito fazer charme, mas é lindo ter atitude. Pessoas com atitudes são pessoas maduras sentimentalmente que sabem quando agir e respeitam o tempo alheio. São pessoas que não insistem, não forçam e entregam- se de forma comedida na relação. Drummond dizia que” falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião. Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente sentimos”.

Quando o assunto é relacionamento, sinceramente, não sei o motivo que leva uma pessoa a fazer jogo duro. Acredito que seja para avaliar os sentimentos alheios ou para comprovar a veracidade do amor revelado, mas a verdade é que todo excesso é ruim e que há uma linha tênue entre ser difícil e ser impossível!

Pondere suas atitudes, analise as situações e veja se esse charminho todo vale, realmente, a pena. Lembre-se que ausência promovida é uma faca de dois gumes: por um lado gera saudade, por outro, esquecimento.

Imagem de capa: Sjale/shutterstock

Nunca desista.

Nunca desista.

Você que desistiu de tentar algo na vida por medo, saiba que está tudo bem, é assim mesmo. Mas não deixe isso virar rotina. Parabéns para quem ao menos tentou e que, infelizmente, não conseguiu. A gente sabe que nem tudo é fácil. Todos nós já abandonamos algo em algum momento da vida. Mas, aprendam com cada desistência. Elas não devem ser pra sempre, devem servir apenas como aprendizado para fortalecer o coração e trazer coragem para a alma.

Tentemos de novo, sempre. Não tenha medo de seus medos. Não estão lá pra te assustar. Estão lá pra te fazer saber que o que está além deles, vale a pena ser conquistado. O que está além do muro das derrotas é um tesouro e nunca será inalcançável se assim você o quiser. Se algo é possível para qualquer outra pessoa, também é possível pra você. Jamais ponha numa mesma balança as conquistas de outras pessoas em comparação com as suas derrotas. Quando a gente se mede pela régua dos outros, isso não nos faz maior, nem menor, nem melhor, só nos faz infeliz.

Quando só escutamos as palavras negativas dos outros, isso nos leva pra um buraco quase sem fundo. Buraco, muitas vezes em que nos mesmos nos jogamos dentro, por dar credibilidade à gente pior do que nós. Palavras são opiniões de quem as dá. Não são fatos. Nem sempre são verdades. Ações é que é a única verdade. Ações e atitudes são o que te levam pra cima e te retiram do escuro desse profundo abismo de se julgar pior, somente pelo que pensam de você. Se você não possuir atitude de não dar ouvidos a isso, não há mágica nenhuma no mundo que fará você ser melhor. Não há receitas pra se ter autoestima. É preciso fazer isso nascer ou renascer em sua vida. Autoestima, decisões, ações e atitudes. É preciso tê-las. As palavras presas devem ser ditas e nunca engolidas com um nó na garganta. Nunca deixe que pensem que seu silêncio é fraqueza. Faça mais do que ser apenas ouvinte. Seja livre dos julgamentos. Quem confia em si mesmo, não tem rivais, se torna um conquistador. Conquista a sua própria vida. A análise de consciência não deve ser um debruçar-se sobre erros, mas, sim, uma procura por qualidades, virtudes e conhecimentos que ainda não foram colocados em prática e que têm o poder de refazer todo o seu caminho para um futuro bem melhor. Tropeçar ou errar o caminho algumas vezes, não significa que se está perdido para sempre.

A vida vai fazer você sangrar muitas e essa mesma vida vai fazer você sorrir muitas vezes também. Não tenha raiva dela. Se o coração for forte o suficiente, a alma renasce, a vida floresce e o tempo anda. À medida que o tempo avança, as lembranças vão ficando para trás e se tornando história, faça-as serem as melhores, descarte o passado com suas dores e imagine um futuro com alegrias. Não fique acreditando em inícios e fins. Pare de ficar sempre esperando pra ver no que vai dar e acredite nas continuações. Se refaça, creia e lute por algo que o leve adiante. Lutar para conquistar algo é magnífico e saber que sempre há algo a se perder, é que faz cada batalha ter sentido. Tenha consciência de que a vida é luta, a vida é suar a camisa, é se virar. Se vire com todo o bem que tiver dentro de ti, mas nunca perca um dia na vida sem tentar, pois o tempo passa e o dia não volta. A chance escapa. O hoje é chamado de presente, porque ele é justamente isso, um grande presente. Desembrulhe o seu e faça de tudo para dormir com um belo sorriso no rosto, como um vitorioso. Terão dias ruins, esteja preparado. Remar com o vento contrário é muito difícil, remar com o mar revolto é quase impossível, mas são nessas situações que nos tornamos mais fortes e quando a coragem de enfrentar os grandes problemas é maior do que o medo e a vontade de fugir, a sensação da vitória é gratificante e enorme. Diante das tempestades nunca se desespere, se acalme, ore. Lembre-se que é o tamanho da sua fé que irá fazer com quem você não desista. É quando você precisará de mais confiança, é quando você precisará ser imbatível. Quando a gente acredita nisso, os pães e peixes se multiplicam, o mar vermelho se abre, a gente anda sobre o mar.

O poder para isso tudo está dentro de cada um de nos. Se aceite e jamais projete suas fraquezas e culpas nos outros. Quando a gente se aceita, admite ser dono da própria vida e passa a não ter mais medo dela. Passamos a amar a nós mesmos, passamos a amar a quem nos cerca, passamos a amar até mesmo nossos inimigos e é deste modo, que a gente evolui. Somente quando eu consigo me aceitar com meus defeitos e qualidades, é que consigo de verdade me reconhecer no espelho, sem filtros, sem máscaras, sem temores. Eu penso que a gente só conhece o sentido da vida, quando deixamos de querer compreende-lo pela vida dos outros e pra isso acontecer é preciso ter muito autoconfiança. A confiança em mim mesmo é que me trará as vitorias que busco. Estar de bem com tudo e todos é importante, perdoar e abençoar e essencial. Abençoe a todos, faça o bem, gere gentilezas, distribua carinhos, só assim essa carga positiva que emite ficará livre no universo e o próprio universo se encarrega de fazê-las voltar pra você. Pois, cada vez mais, a gente se torna um grande e bonito foco para receber energias positivas. Seja bondoso, seja corajoso, carinhoso, seja gentil e pra você que um dia desistiu é hora de ter fé, arregaçar as mangas e tentar de novo. Pense, acredite, trabalhe, ore, confie, realize. E não se veja mais desistindo, pois a vida quer te ver sempre sorrindo!

Imagem de capa: KieferPix/shutterstock

A festa mais contagiante do mundo é nossa

A festa mais contagiante do mundo é nossa

Por Ana Carolina Faria Bortolo

Quando janeiro bate na porta, ele vem com a trupe toda: o verão, o calor, a cerveja gelada, os amigos bronzeados, e o amor do carnaval brasileiro. Os primeiros finais de semana do ano batucam com os bloquinhos que, tímidos, começam a cantar pelas ruas. Parece que o coração já acorda cantando “mãe, eu vou no show do Inimigos, mãe”. É maravilhoso.

Então, as redes sociais começam a confirmar todos os bloquinhos de uma festa que só cresce, que só fica mais bonita. Uma festa que, mesmo com a violência das ruas nas entrelinhas, é só felicidade. Todas as ruas das principais cidades do país são infestadas pela energia dessa festa que pára o país e coloca todo mundo pra fora de casa pra comemorar.

Os rabugentos contra-argumentam: “Comemorar o que se esse país está cada dia pior? Olha a corrupção. Olha os impostos. Olha a taxa de desemprego. O povo deveria estar trabalhando ao invés de sambando por ai”.

Meu caro senhor que não sorri há décadas, abre teu olho! O Brasil é encantado, abençoado, e apaixonado, por causa do seu povo. Povo que ri, que chora, que trabalha, que vê a desigualdade dentro da sua própria casa quando o filho mais novo que estudou quatro anos de biologia ganha cinco vezes menos que o irmão mais velho que se tornou advogado. Povo que paga suas contas com suor e que não tem dinheiro para viajar no feriado mas, com criatividade e um sorrisão no rosto, cria uma fantasia engraçada com a toalha velha da mãe e vai pra rua de chinelo, sem celular, com vinte reais pra poder entrar na vaquinha da catuaba e beber com seus amigos.

A vida é boa, amigos, e o carnaval é a prova viva de que esse Brasil é o centro da energia do mundo! Aqui não tem desastre natural. Aqui não tem mais ditadura. Aqui a água é abundante. Aqui o ar puro ainda resiste em nossas florestas. Aqui nossa comida é fresca, fruto da nossa terra fértil. Aqui nosso artesanato é único, vem do coração da nossa cultura regional. Aqui o sorriso da bahiana encanta o gringo que, pela primeira vez, recebe um abraço sem motivo. Aqui o samba no pé do carioca faz os vizinhos argentinos enrolarem os mulets no dedo e tentarem nos imitar. Aqui, o mutirão de pessoas fantasiadas leva ao delírio o alemão que achava que festa grande era a Oktoberfest.

A vida no Brasil não é fácil. Tem trânsito todo dia, tem conta que não bate no final do mês, tem aquele eletrônico que aqui é bem mais caro do que lá fora e ninguém entende direito o porquê. Mas aqui tem o brasileiro, aquele povo mágico que transforma adversidades em soluções. Pensa bem antes de criticar sua pátria amada, idolatrada, salve, salve. É ela que te acolhe, é nela que você nasceu e pra ela que você poderá voltar durante toda a sua vida. É aqui que, com pouco dinheiro, brasileiros criativos criam soluções globais, como o EBANX que agora domina a América Latina. É aqui que, depois de muitos anos de investigação, começaram a prender alguns dos nomes que já nos enganaram tanto enquanto donos do poder. Demora, às vezes demora muito, mas funciona.

Funciona porque aqui o povo não desiste. Aqui o povo coloca um sorriso no rosto e vai pra luta todos os dias. E, em janeiro e fevereiro, vestimos nossas tiaras de unicórnio, pintamos a cara, tomamos banho de glitter – que fica no corpo até a Copa do Mundo -, homem sai de Branca de Neve, e as mulheres se vestem de sete anões. Aqui é carnaval, o nosso remédio anual para curar qualquer problema e transformar toda dor em amor, toda pobreza em abundância, toda lágrima em sorriso. Aqui é carnaval, é tempo de abraçar quem você não conhece, de trocar olhares sem pudor, de ser amor. É carnaval, é no Brasil. O país abençoado por Deus é bonito por natureza, e a melhor, mais simples, e mais contagiante festa do mundo é nossa! VEM 🙂

Imagem de capa: Filipe Frazao/shutterstock

Ela anda cansada de mendigar afeto ao próprio marido

Ela anda cansada de mendigar afeto ao próprio marido

Ela não quer nada demais, quer apenas sentir-se desejada pelo homem com quem divide a vida há vinte anos. Ela sente falta de beijos intensos que a façam sentir arrepios e borboletas no estômago. Sim, as mulheres precisam disso, isso é vida, é ressurreição. Ah, vale lembrar que esse marasmo na vida conjugal dela não é consequência da rotina. Em seu casamento, nunca houve fase intensa, por curta que fosse. O marido dela é, digamos, bem econômico em se tratando de afeto e libido.

Ela vive brigando com esse turbilhão de sentimentos e sensações. Não é fácil. Ora sente-se culpada por se imaginar em outros braços, ora sente-se refém da própria realidade. Ela sente-se como um móvel empoeirado dentro da própria casa. O marido não esboça interesse e desejo por ela. Uma mulher tão bonita e cheia de energia, tendo que brigar com os próprios hormônios porque o companheiro é uma espécie de analfabeto emocional. Verdade seja dita, esse homem entende muito pouco de mulher, quase nada. Ao contrário do que você possa estar imaginando, ele não tem outra mulher. É que ele é apático mesmo, aquele tipo de homem que parece não ter sangue nas veias.

Ela é o tipo de mulher que exala vida. Apesar da miséria afetiva e sexual que vive, ainda consegue sorrir com os olhos. Ela não está querendo nenhum absurdo. Ela só quer viver a sua sexualidade de forma plena. Ela é monogâmica e ama o marido, mas está vivendo abaixo da linha da pobreza nos quesitos sexo e afeto. O marido acha que é perfeito, simplesmente, por não deixar nada faltar em casa. Na realidade, não falta nada na mesa, mas, na cama, a situação está crítica. Um verdadeiro perrengue. A mulher está passando fome, desidratada e desnutrida.

Ela nunca estivera com outro homem, só conhece o marido. Até pouco tempo atrás, orgulhava-se disso. Contudo, já anda percebendo com outro olhar essa situação. A frustração, vira e mexe, a faz sentir-se um desperdício nas mãos desse homem. É que ele não é dado a carinhos, não sabe ou não gosta de demonstrar afeto e o sexo é aquele ritual cronometrado e, desanimadoramente previsível. Ele não tem pegada, ele não sabe lidar com o mulherão que tem nas mãos.

Não pense você que ela nunca se abriu com o marido sobre as suas carências. Ela já rasgou a alma, muitas vezes, aos prantos. Ele sabe, de cor e salteado, das necessidades dela. Contudo, insiste em fazer cara de paisagem. Ela se queixa da ausência de carícias e do sexo, meramente, fisiológico. Sim, ele está a par de tudo o que murcha essa mulher. Mas, nada faz para mudar. Ele acha que a esposa só precisa de um provedor em casa, e, como ela não possui independência financeira, ele deita e rola.

Sinceramente, acho que ele está brincando com coisa séria. Ela é bonita, e cheia de atributos. Sorte a dele que ela é conservadora e não saberia lidar com o peso de uma vida dupla. Oportunidades, para ela, não faltam. E é revoltante, para ela, sentir-se desejada na rua, pelos estranhos, e praticamente, invisível em casa, pelo marido.

Sobre o futuro, ela sente-se desnorteada, por mais que ela se esforce, não consegue enxergá-los juntos lá adiante. As mudanças ocorrerão, elas serão inevitáveis. Toda essa fome de amor e afeto acumulada na alma dessa mulher, há de se manifestar uma hora ou outra. Essa ânsia de vida que rege a sua essência ainda causará uma revolução, fato.

Ela anda cansada de implorar por afeto. Ela já não suporta mais dormir aos prantos de tanta carência. Ela precisa de um homem, não de um mero provedor. De migalhas em migalhas, ela sobreviveu até aqui, mas, ela já entendeu que merece muito mais dessa vida. Uma vez que ela já adquiriu essa consciência, tudo indica que será um caminho sem volta. A vida vai, aos poucos, se descortinando para esse mulher.

Ofereço a ela a minha empatia e todo o meu acolhimento. Desejo que ela seja muito feliz e amada, ela merece, ela nasceu para isso. Acredito que ainda ouvirei de sua boca, não mais os desabafos chorosos, mas, a narrativa eufórica de algo que a surpreenda de verdade.

Imagem de capa: Photographee.eu/shutterstock

A vida é um baile de máscaras

A vida é um baile de máscaras

Deixe suas verdades saírem para brincar lá fora. Dê a elas a permissão necessária para saltitar em poças, lambuzar de brigadeiro, tomar sorvete de canudinho, voar que nem passarinho… e só então… voltar ao poleiro.

Lave suas tristezas com água e sabão perfumado. Deixe-as secar ao sol, pendure-as no varal, deixe a dor evaporar, evoluir, transmutar em lição o que te esmagava o coração.

Mergulhe em águas rasas, para que seu corpo não perca o chão. Deixe-se boiar em águas profundas, para que se sua alma se enamore da imensidão.

Chore suas alegrias, verta lágrimas de risos frouxos, arrepie-se com a luz do dia, relaxe na escuridão das noites lindas. A vida vale a pena ainda, se você aprender a olhar além da opressão.

Perdoa aqueles que não puderam merecer suas entregas, seus olhos vendados, sua alma desarmada. Há gente que leva tempo a mais para aprender que confiança é terra sagrada, que segredos são verdades veladas, que ferir o outro é ter uma arma apontada para o próprio coração.

Deixa. Deixa o outro dançar em seu compasso. Deixa a mágoa dissolver no seu abraço. Deixa o tempo cumprir seu tempo, lavar o pó, desamarrar o nó. Deixa a luz entrar, cegar o medo. Ainda é cedo. Deixa ir o que já não te traz conforto e alegria, deixa a maldição se converter em magia. Olha pra fora! É hoje o SEU dia!

E uma vez liberta do peso… sua alma há de querer dançar. Há de aprender a voar. Ignorar a queda. Engolir o mar com o coração. Fazer o céu caber na palma da mão. Olhar com amor, cada paixão. Olhar com paixão, cada amor vivido. Sentir é dom acolhido, por quem tem coragem de desafiar a mania de se apegar à solidão.

Põe seu melhor vestido. No cabelo, enrola uma flor. Pinta as unhas de vermelho vivo. Põe nos lábios um carmim encarnado. Perfuma o pescoço com gotas de jasmim. A vida é um baile de máscaras. Tira ela pra dançar! Leva ela envolta em seus braços. Mostra pra ela que melhor do que guardar afeto, é espalhar generosidade. Porque não há riqueza nesse mundo que valha a nossa felicidade!

Imagem de capa meramente ilustrativa: cena do filme “Cinquenta tons mais escuros”

Tome cuidado com as maldades camufladas e com os abraços que apunhalam

Tome cuidado com as maldades camufladas e com os abraços que apunhalam

Existe muita gente boa no mundo, mas o que também há de pessoas ruins é incrível. Não se passa um dia sem que nos decepcionemos com alguém, sem que não nos surpreendamos com alguma atitude que não esperaríamos de determinada pessoa, sem que não nos deparemos com alguma manchete absurda nos jornais.

Apesar de sermos seres racionais, muitas vezes agimos irrefletidamente, apenas seguindo o impulso, esquecendo-nos de pensar sobre as consequências do que fazemos, do que dizemos, sem levar em conta os sentimentos alheios. Mesmo sofrendo, mesmo sabendo como dói viver, muitos de nós não nos importamos com a dor do outro, nem mesmo com a dor por nós causada.

Não dá para entender, por exemplo, o prazer que possa trazer a destruição da imagem do outro, mesmo que às custas de inverdades. Não é raro, nesse sentido, surgirem polêmicas envolvendo quem está se destacando em algum setor da vida, quando se espalham boatos que podem macular a imagem de quem brilha, principalmente na mídia e na política.

Isso se constata rapidamente ao prestarmos atenção nos participantes do programa BBB, que, mal surgem na telinha, já têm seu passado vasculhado e polemizado por internautas. O julgamento do outro parece ser um comportamento recorrente, como se ninguém houvesse errado, como se a perfeição fosse uma possibilidade. O que importa mesmo é acabar com a vida de quem se destaca, porque a muitos é insuportável assistir ao sucesso de quem fez por merecer.

Por essa razão é que devemos ter cuidado com as pessoas, no sentido de nos precavermos de gente ruim, que não sabe ser sincera, que não age sem querer algo em troca. Há muitas pessoas que são infelizes e não suportam que ninguém mais seja feliz. Invejam o outro e, em vez de tentar conquistar e chegar lá onde a pessoa está, apenas tentam destruir quem é feliz. É preciso, pois, cautela – como nos ensinam as escrituras, “orai e vigiai”.

Imagem de capa: frankie’s/shutterstock

Os 9 tipos de personalidade do Eneagrama. Qual será o seu?

Os 9 tipos de personalidade do Eneagrama. Qual será o seu?

Em 1970, o médico psiquiatra Claudio Naranjo correlacionou os tipos do eneagrama às características psiquiátricas que conhecia. Segundo ele, as pessoas possuem tipos dominantes de personalidade.

Abaixo, seguem os 9 tipo segundo o site SBie. Qual será o seu?

Tipo 1 – Perfeição

Organizado, disciplinado e responsável, este indivíduo tende a focar sua atenção no erro e nas coisas que precisam de correção. O perfeccionista reprime seus impulsos e desejos para manter uma postura correta na vida, está sempre monitorando o comportamento dos outros e suas próprias ações. Seu maior desafio é calar suas críticas internas e desenvolver a autoaceitação.

Tipo 2 – Doador

Generoso, colaborador e atencioso, o doador concentra sua atenção nas coisas que as outras pessoas desejam e precisam, negligenciando suas próprias necessidades. Este indivíduo faz de tudo para ser indispensável para quem é importante em sua vida, transformando-se naquilo que os outros esperam que ele seja. Seus principais desafios são receber e dar apoio apropriado, além de conseguir tomar decisões com liberdade.

Tipo 3 – Desempenhador

Autoconfiante, eficiente e cheio de energia, essa pessoa tende a focar excessivamente nas tarefas e metas, deixando de lado seus sentimentos. Ao fugir do fracasso e buscar a aprovação dos outros, o desempenhador acaba se tornando muito competitivo, ambicioso, impaciente e workaholic. O maior desafio enfrentado por este indivíduo é construir a confiança.

Tipo 4 – Romântico

Calmo, paciente e altamente emotivo, o romântico sente que algo importante está faltando em sua vida. Este indivíduo está frequentemente se comparando às outras pessoas e, consequentemente, acaba desapontado consigo mesmo e com os outros. Seu desafio é apreciar o que está presente e manter uma liderança firme, apesar da alternância de sentimentos.

Tipo 5 – Observador

Inteligente, observador e cheio de boas ideias, este indivíduo tende a se isolar das pessoas para ter privacidade e ser autossuficiente, reduzindo seus desejos e adotando uma vida simples. O observador substitui experiências reais por uma vida mental, armazenando conhecimento e observando o mundo à distância. Seu maior desafio é sustentar a conexão com as pessoas e manter-se envolvido com a vida.

Tipo 6 – Questionador

Cauteloso, fiel e cooperativo, o questionador está sempre imaginando o pior e evitando tudo o que pode dar errado ou ser perigoso. Este indivíduo evita correr riscos e torna-se vigilante e ansioso, apresentando dificuldade em confiar nas pessoas e nas situações. Em geral, esta é uma personalidade que tende a ser pessimista e não consegue reconhecer as coisas positivas que acontecem em sua vida. Seus desafios são construir a confiança e seguir adiante, apesar da dúvida e da incerteza.

Tipo 7 – Entusiasta

Inovador, disposto e divertido, o entusiasta tende a se dispersar e buscar opções mais prazerosas em tudo o que faz, muitas vezes perdendo o foco e o comprometimento. Esta é uma pessoa que foge compulsivamente da dor e do desprazer, mantendo várias opções em aberto e levando a vida em ritmo de aventura. Seus maiores desafios são manter compromissos e vínculos e reconhecer a dor e as limitações.

Tipo 8 – Patrão

Resoluto, determinado e autêntico, este indivíduo comete excessos e exagera no exercício do poder e da dominação. Esta é uma personalidade que foge da vulnerabilidade, tende a negar suas fraquezas e costuma defender aqueles que são mais fracos. Além disso, essa pessoa expressa sua raiva de maneira direta e confrontadora, podendo tornar-se intimidativo. Seus desafios são aplicar poder e controle de maneira proporcional às situações.

Tipo 9 – Pacificador

Calmo e paciente, o pacificador costuma se perder nos pedidos e demandas das outras pessoas, esquecendo-se do que é fundamental para si mesmo. Este indivíduo foge de conflitos e tem imensa dificuldade para falar não. Em geral, ele prefere situações familiares e que tragam conforto, contendo sua energia e sua raiva. Seus desafios são traçar prioridades e limites, além de expressar suas próprias visões.

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Você é solitário? O seu cérebro é especial

Você é solitário? O seu cérebro é especial

Uma pesquisa revela que as pessoas que preferem estar sozinhas veem as coisas de outra forma e têm o poder de decisão ou de análise diferente dos outros. Por outro lado, os solitários apresentam uma menor atividade na zona do cérebro relacionada ao sistema de recompensas. Ainda não se sabe o que acontece primeiro: se o isolamento ou a mudança na ativação.

Um indivíduo solitário pode ser assim por decisão própria ou por culpa dos outros. Isto é, alguém pode dizer que se sente melhor se passa a maioria do tempo longe da companhia dos outros, ou pode ser que apesar de não querer isto, não encontre com quem passar as suas horas. Seja de uma forma ou de outra, o cérebro das pessoas solitárias tem uma influência relevante.

As recompensas e o cérebro solitário

Segundo um artigo do Journal of Cognitive Neuroscience, a região do cérebro chamada de “corpo estriado” tem menos atividade nas pessoas que são solitárias. Esta área está associada a certas recompensas cotidianas, como por exemplo o dinheiro e a comida.

Para chegar a esta conclusão foram agrupadas 23 estudantes universitárias, às quais foi aplicada uma série de perguntas para descobrir em que grau se sentiam isoladas socialmente, em que nível eram pessoas solitárias e em que nível desfrutavam e procuravam o contato social.

Depois foram escaneados os seus cérebros enquanto olhavam fotografias de pessoas felizes. Dessa forma, descobriram que naquelas alunas que não tinham uma vida social intensa a área de “recompensa” ficou menos iluminada, sinal de menor ativação.

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Como a amostra deste estudo era pequena e muito restrita quanto à variedade de certos parâmetros, como a idade, dedicação e sexo, os autores pediram nas conclusões da própria pesquisa que estas fossem interpretadas com a prudência que o erro do estudo determinava.

Os cientistas encarregados da experiência trabalharam as seguintes hipóteses: em uma pessoa solitária, ao depender menos da sociedade, as recompensas relacionadas a este contexto não despertam nenhum entusiasmo.

Solidão, introversão e percepção

Ainda não foram realizadas pesquisas suficientes para ter as características cerebrais bem definidas daqueles que preferem a solidão. Contudo, apesar da literatura neste campo não ser extensa, já foram descobertos resultados curiosos.

Por exemplo, já se demonstrou que existe uma estreita relação entre a introversão, a criatividade e a originalidade. Por sua vez, surpreende o fato de que os solitários desfrutam uma maior satisfação ao obterem resultados dos seus “esforços mentais”.

Segundo a psicóloga do National Institute of Health de Maryland, Amanda Guyer, as pessoas socialmente retraídas tem maior sensibilidade às interações sensoriais e emocionais. Isto significa que o que acontece neste contexto de interação as afeta mais.

Para chegar a esta teoria a pesquisadora projetou um estudo com dois grupos de crianças: alguns reservados e outros não. Todos deviam participar de uma brincadeira onde ao pressionar um botão ganhavam dinheiro. Os retraídos tiveram até três vezes mais atividades cerebral – região estriada – que os membros do outro grupo.

O seu cérebro se ativa mais em situações de contato social

Uma das situações pelas quais os solitários precisam passar é se ver em meio a uma reunião, festa ou evento que implique estar perto de outras pessoas. Nestas situações, certas áreas do cérebro aumentam notavelmente o fluxo de sangue experimentando uma espécie de superexcitação. Esta poderia ser uma das razões pelas quais os tímidos não gostam de socializar.

Contudo, nem tudo são notícias ruins. As pesquisas sugerem que o cérebro de uma pessoa introvertida tem a capacidade de se adaptar a diversas experiências graças a sua sensibilidade adicional. Por causa disso, por exemplo, podem responder mais rápido em momentos em que surge uma elevada demanda social, como certas situações de emergência.

Por fim, vale a pena dizer que os tímidos são bons em perceber sutilezas ou detalhes que os outros ignoram. Por isso costumam ser bons escritores, pintores ou testemunhas, já que o seu cérebro está apto a isto. De fato, a genialidade, além de estar associada a um certo grau de loucura, está associada à solidão.

Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa

Imagens:  Meaning/shutterstock

Às vezes, o dom de alguém é cuidar de outra pessoa

Às vezes, o dom de alguém é cuidar de outra pessoa

Todo mundo conhece aquela pessoa que sempre está pronta para ajudar, para tomar decisões, para se doar. Com ela, sabemos que poderemos contar, e para ela poderemos ligar, a hora que for, que receberemos atenção. Essas pessoas nunca se cansam, não desistem dos outros e por isso são tão essenciais, tão amadas e especiais.

Quando estamos diante de algum problema, quando surgem imprevistos, quando não há mais a quem recorrer, sempre teremos alguém que nos ouvirá e tentará encontrar uma saída, aliviando-nos os passos, ajudando-nos, com disposição e sorriso sincero. Mesmo que estejam em meio a alguma turbulência de suas próprias vidas, existem pessoas que conseguirão estender as mãos em direção ao que está além do seu próprio mundinho.

Quem já teve ou tem alguém enfermo na família bem sabe o quanto é necessário que haja uma pessoa disposta, que toma a frente das decisões e se prontifica com empenho nos cuidados para com quem está precisando de ajuda, de médicos, de remédios, de atenção. Mesmo com as atribulações que a vida traz, existe quem possui o dom de encontrar tempo para se dedicar à vida de outra pessoa.

Em meio às tempestades que chegam repentinamente, muitos de nós ficamos desorientados e inertes, como que paralisados, sem saber o que fazer. No entanto, quem nasce com o dom de ajudar saberá exatamente quais atitudes deverão ser tomadas, quais palavras serão providenciais, acalmando-nos e deixando-nos mais seguros para encarar tudo aquilo que tanto nos assombra naquele momento inicial.

Sim, teremos que nos forçar à doação de nosso tempo, de nossa lucidez, de nossa vida a quem precisa de nós, porque ninguém há de viver somente fazendo o que quiser todo o tempo. Nem para todo mundo cuidar do outro é algo tranquilo e prazeroso, mas doar-se é necessário, porque poucos estarão prontos para abraçar a dor alheia quando ela se fizer presente. Por isso mesmo é que quem tem o dom de cuidar de alguém é tão especial, essencial e digno de admiração e gratidão. Sempre.

Imagem de capa: ESB Professional/shutterstock

Serendipity: Confie no poder de conspiração do Universo

Serendipity: Confie no poder de conspiração do Universo

Dia desses revi uma comédia romântica no Netflix e, mesmo que eu já conhecesse o enredo, por ter assistido ao filme no cinema com meu marido em 2001, me surpreendi com o significado de uma palavra que define o filme, e que é pouco conhecida aqui no nosso país. A palavra Serendipity, de origem inglesa, significa “feliz acaso” e poderia explicar a sorte de encontrar algo precioso que não estávamos procurando. No filme, intitulado “Escrito nas estrelas” em português, Sara Thomas (Kate Beckinsale) espera que o universo conspire a favor dela e confirme seus sentimentos por Jonathan Trager (John Cusak). Para isso, ela desafia as possibilidades reais de um reencontro com aquele que seria seu escolhido e espera que o acaso _ ou “Serendipity” _ os aproxime. Ela diz que se eles tiverem que ficar juntos, eles encontrarão o caminho de volta para a vida um do outro.

Há tempos carrego comigo uma curiosidade acerca das coincidências, sincronicidades ou acasos que permeiam nossas vidas, como se o Universo confirmasse ou desconfirmasse nossas ações e desejos. Já falei disso aqui quando contei que minha casa me achou, num dia em que me perdi voltando do shopping e me deparei com a casa à venda, aberta a visitas. Eu tinha acabado de dar à luz, e tinha ido ao shopping comprar um vestido para o casamento do meu irmão. Perdida, ansiosa para retornar ao meu apartamento, tive o impulso de descer e conhecer a casa. Porém, não tinha a intenção de me mudar! Anos depois, quando decidimos deixar o apartamento e ir para um lugar maior, me lembrei do fato e voltamos à casa. Estava desocupada, e compramos. Se isso não é um “feliz acaso” ou “Serendipity”, não sei o que é!

Dizem que a invenção do Post-it foi assim, do mesmo modo que a descoberta da Penicilina e o “encontro” da América por Colombo. O que nos leva a crer que na vida precisamos andar atentos e abertos à interferência do acaso, dando vazão à intuição e entendendo que às vezes o Universo conspira a nosso favor, modificando e alterando nosso curso nas entrelinhas da rotina, muitas vezes contrariando aquilo que realmente buscamos. Ele nos mostra possibilidades novas e muitas vezes lindas durante os desvios de rota ou pequenas tempestades que atravessamos.

Às vezes você está atravessando um período tenso de sua vida, e no meio do caos você não enxerga os “felizes acasos” que estão ocorrendo. É como quando você se perde no trânsito, e o desvio de rota lhe conduz a um mirante lindo, com vista para a praia. Você pode decidir que aquilo foi uma benção, descer do carro e apreciar a vista, ou pode se lamentar e perder a oportunidade que o Universo lhe dá. Do mesmo modo nos relacionamentos. De vez em quando focamos tanto em nossas vontades, em nossas intenções, que não percebemos aquilo que o Universo quer nos comunicar. Os imprevistos da vida podem ser grandes bênçãos se a gente deixar.

Conheci meu marido em 1997, no meu primeiro local de trabalho. Eu não tinha ideia do conceito de Serendipity, e desconhecia os sentimentos dele por mim. Mas algo me dizia que aquele olhar terno que me cumprimentava cordialmente pelos corredores do Centro de Saúde carregava um brilho diferente, até mesmo mágico. A minha intuição se confirmou três anos depois, quando ele me chamou para sair e confessou que há anos pensava em nós dois. Nos casamos um ano depois, e lá se vão dezessete anos. Tenho certeza que estava “escrito nas estrelas”, e por mais que tivéssemos tido relacionamentos anteriores, cujos términos nos trouxeram grandes sofrimentos, foi um “feliz acaso” termos ido trabalhar no mesmo local, e estarmos abertos aos sinais.

Sinais… É muito importante estarmos atentos aos sinais. E para isso é necessário olhos atentos, ouvidos perspicazes, coração puro e mente aberta. Os “felizes acasos” acontecem para quem sabe reconhecer oportunidades em qualquer casualidade, e para quem consegue atribuir sentido às pequenas coincidências do cotidiano. Não precisamos achar que o Universo só irá conspirar a nosso favor se encontrarmos o nome de nosso amado escrito numa nota de um dólar, mas podemos sim reconhecer pequenos sinais que nos aproximam ou desviam de nosso caminho, mostrando que nem tudo é regido pelas nossas vontades ou intenções, mas que, ao contrário, há coisas que ninguém explica. Elas simplesmente acontecem, aleatoriamente, livremente, e nos conduzem a um lugar novo, muitas vezes melhor.

Finalmente, temos que reconhecer o poder de nossos sentidos. O poder que uma canção, um pôr do sol, uma refeição… tem de nos mobilizar e nos aproximar daquilo que precisamos aprender. Quanto mais sensíveis somos, mais atentos ficamos à letra de uma música, à beleza de uma paisagem, ao sabor de um prato. E isso nos torna mais intuitivos, mais sincronizados com a eternidade, mais aptos a reconhecer os presentes de Deus em nossas vidas. Às vezes você liga o rádio do carro e, justamente naquele dia em que precisa de uma resposta, toca uma música significativa. Vai á padaria, e enquanto está na fila, sente um perfume conhecido. Abre um livro e encontra uma solução nas entrelinhas. Você pode chamar de um amontoado de coincidências ou de oportunidades que o Universo lhe dá. Cabe a você ignorar os sinais ou, atento às descobertas felizes que ocorrem quando você não está procurando, chamar de “feliz acaso” ou Serendipity…

Imagem de capa: Divulgação do filme “Serendipity”

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Tudo o que engolimos durante o dia se torna a insônia da madrugada

Tudo o que engolimos durante o dia se torna a insônia da madrugada

Estamos cansados de saber que silenciar sentimentos faz mal e adoece. No entanto, nem todo mundo consegue expor o que sente, falar o que incomoda a quem precisa ouvir, pois muitos fatores compõem a personalidade de cada pessoa. Além disso, existe uma diferença entre ser sincero e ser agressivo, o que intimida ainda mais alguns indivíduos, que temem magoar o outro.

Inúmeros artigos, livros e vídeos comportamentais nos alertam para a necessidade de falarmos o que pensamos, de nos colocarmos diante de quem agride, de chorarmos quando estivermos tristes, enfim, a regra é clara: em certas ocasiões, ou superamos o silêncio, ou o silêncio nos engole. Nem tudo cabe dentro de nós, nem todos os sentimentos irão se acomodar confortavelmente em nosso íntimo, por isso é que a atitude de expressar-se e deixar bem claro os próprios limites é tão providencial.

Tudo o que vai se acumulando dentro de nós acaba por pesar, por incomodar, pois ninguém consegue simplesmente enterrar o que incomoda, em segredo. Não se colocar, não falar o que pensa equivale a anular-se, a se tornar alguém invisível – e ninguém presta atenção em quem não parece existir. Dessa forma, seremos alvos daqueles que necessitam humilhar e agredir o próximo, para fugir ao enfrentamento de si mesmo.

Vale lembrar que tão importante quanto dizermos o que incomoda é a forma como o fazemos. Caso sejamos destemperados e agressivos, provavelmente nos arrependeremos mais tarde e de nada terá adiantado nos expressarmos, pois carregaremos um novo sentimento de culpa. Além disso, é preciso escolher a quem poderemos expor nossos sentimentos, para que não os usem contra nós mesmos, da pior forma possível.

Uma coisa é certa: todos os sentimentos amargos que engolimos durante o dia acabam não sendo digeridos e se tornarão problemas, que deverão ser encarados lá na frente. O melhor sempre será tentarmos resolver as pendências o quanto antes, sejam elas da vida, sejam emocionais, porque postergar as soluções equivale a postergar a felicidade. E a felicidade é urgente e necessária, todos os dias, todas as noites, para dormirmos profundamente e acordarmos renovados.

Imagem de capa: Stock-Asso/shutterstock

Saudade tem sono leve

Saudade tem sono leve

Saudade é um sentir que atinge principalmente os corações que cultivam apreço pelas coisas vividas. Mário Quintana disse que “a saudade é o que faz as coisas pararem no Tempo.” Mas só vale a pena se isso for feito de um jeito bom, é claro.

O fato é que ela tem um poder encantador de nos transportar para dentro de nós, de volta para o que já nos pertenceu um dia, mas que agora parece distante demais.

A saudade tem sono leve, levíssimo, e muitas coisas a fazem despertar dentro da gente: o barulho suave da chuva caindo lá fora, descanso no banco da varanda, um travesseiro macio no fim do dia, momentos de reflexão solitária.

Às vezes, ela desperta calma e silenciosa, quase sorridente. E, de repente, nos traz aquelas lembranças boas: o cheiro da comidinha da vó que não está mais entre nós; os natais e festas em famílias; os amigos que viraram pássaros e decidiram migrar para longe; as saudade do tempo em que éramos felizes e não sabíamos, ou pelo menos, quando achávamos que as coisas eram assim.

Por vezes gostaríamos que a saudade tivesse poder de máquina do tempo e nos levasse até aquele momento, ou àquele alguém que ficou para trás, mesmo que fosse para uma última vez.

Mas, se for mal acordada, ela pode ser um turbilhão capaz de nos deixar desatinados. Porque nem sempre a saudade nos remete a momentos felizes, ainda que gostássemos que essa fosse a regra. Algumas lembranças causam dor, pois armazenamos com elas todos os traumas, medos e decepções sofridos, embora saibamos que não devíamos deixá-los ir tão fundo, dentro de nós.

É uma pena dizer que nem todos sabem ser saudosos. Tem gente que se despedaça demais diante de uma lembrança. E acaba ficando difícil colar os cacos porque a pessoa vive se quebrando, cada vez que a saudade desperta dentro dela.

Essa saudade doída precisa ser curada e o tempo é um dos aliados nesse processo. Conforme avança ele tem o poder de recolorir as memórias. E torna-se desnecessário fugir a cada lembrança: aprendemos a conviver pacificamente com elas.

Em casos mais extremos, existe a possiblidade de assumir que passado é passado e que se ele causa dor, pode permanecer em sono profundo, sem necessidade de despertar.

Mas, se as lembranças são queridas, dos tempos idos de escola, daquele primeiro amor com ares de inocência, das escaladas em árvores e brincadeiras de roda, ou outras memórias que sejam gostosas de guardar, deixe que despertem de vez em quando. Elas sempre trazem um pouquinho de felicidade quando acordam.

Rubem Alves ensinou que “a saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar”. Que ela nos leve para nossas melhores lembranças e depois, que adormeça para desfrutarmos melhor o tempo presente.

Já sabemos que a saudade tem sono leve e logo, logo despertará novamente.

Imagem de capa: Ollyy/shutterstock

A mediocridade das pessoas

A mediocridade das pessoas

Eu estava refletindo sobre a mediocridade. Você sabe o que é ser medíocre? Muitos pensam que ser medíocre é não ter senso das coisas, ou não gostar de coisas boas e de qualidade, ou não ter sonhos e projetos de crescimento pessoal, etc. Tudo isso tem um pouco a ver sim, mas a definição de mediocridade na sua essência é: Estar no meio de alguma coisa, ou estar entre o bom e o mal. Infelizmente, a maior parte da população, não só no Brasil, mas no mundo todo, pode ser considerada medíocre. Por quê? A própria definição da palavra já diz isso. Eu adoro a forma como Aristóteles a coloca. Ele define o ser humano em três tipos: SÁBIOS, MEDIOCRES E CRETINOS. É uma definição um tanto quanto pesada, mas gosto dela. Leia esta frase dele! “Os sábios buscam a verdade, os medíocres gostam de fatos, os cretinos falam de si”. Reflita sobre essa frase…

O que caracteriza uma pessoa medíocre? Algumas características compõem os medíocres, são: imitação, rotina, viver em grupos de outros medíocres e ser submissos a chefes e patrões. Vou explicar um pouco cada uma dessas características.

São imitadores, fazem tudo que os outros dizem que é para fazer. Por quê? Muito simples. Eles pensam assim: “Os outros fazem, então deve ser uma coisa boa e eu não vou correr o risco de fracassar…”. Grande engano! Esse é um pensamento muito limitador, porque reflete medo de agir e fazer alguma coisa diferente ou arriscada. É bom de vez em quando fazer algo que seja arriscado ou fora dos padrões, porque o crescimento sempre vem com as experiências. Se você faz só o que todo mundo faz para não fracassar, que graça terá a vida? Uma das coisas que detesto são as pessoas metidas a “certinhas demais”, na realidade o que essas pessoas são é MEDROSAS, e escondem seus medos por trás de um comportamento “certinho”. Elas dificilmente vão sentir o verdadeiro sabor que a vida pode oferecer, porque são engessadas e não se abrem para novos horizontes. Detalhe! Não estou querendo dizer que fazer as coisas certas é ruim. Estou querendo dizer que ser certinho demais pode ser um problema, porque a pessoa não se abre a novas possibilidades. Um exemplo clássico são aquelas pessoas com excesso de organização em casa. Elas dizem: “Esse quadro tem que ficar a 1,60 m do chão, perto do sofá e contrastando com a pintura da parede. Nunca tire esse quadro daí, porque esse é o único lugar que ele pode ficar…”, ou “o pano da mesa da cozinha tem que ter tantos centímetros por tantos centímetros, porque se for maior fica feio e se for menor vai ficar mostrando pedaços da mesa, o que é feio também”, meu amigo, sabe o que é feio? Ficar perto de alguém tão chato como você! Ninguém merece um “pé no saco” desses por perto.

Os medíocres não têm a sua própria atitude. Se dizem, “Escuta aquela música ali que é boa!”, ela vai lá e escuta, sem nem prestar atenção na letra. Ou dizem: “Compre aquele livro que ele é bom!”, mais uma vez ela vai lá e compra. Ou dizem “Compra aquela roupa, porque ela tá na moda!”, ela vai lá e compra, fica ridícula nela, mas tem que comprar, porque tem que ser igual a todo mundo. Ou dizem: “vota naquele candidato tal que ele é bom!”, a pessoa vai e vota nele, só depois que passa as eleições ela percebe o ladrão sanguessuga que votou, quando já é tarde demais e não se pode mais voltar atrás.

contioutra.com - A mediocridade das pessoas

São submissos aos seus chefes e patrões. Isso é uma triste realidade da vida. Muitos chefes e patrões são verdadeiros empreendedores e acima de tudo, são muito espertos. Esses sabem quem são os medíocres e utilizam deles para o seu maior crescimento. Muitos dos medíocres não pensam em crescer na vida e se contentam com pouco, eles são alvo fáceis dos caras espertos, que colocam os medíocres para trabalhar com uma coisa que vai lhes render muito dinheiro, enquanto os empregados ficam com as migalhas. A característica de viver em grupos de outros medíocres entra aqui, os patrões tem a vida deles como que em um “universo paralelo”, no qual nenhum dos seus empregados tem acesso, ou seja, tem a divisão do grupo dos patrões e dos medíocres.

Enfim. Vamos refletir sobre a mediocridade! Será que você quer passar a vida inteira fazendo o que todo mundo faz? Você vai querer ser lembrado como alguém que fez diferença no mundo ou como “só mais um na multidão”? Eu quero e estou lutando para não ser só mais um na multidão e quero encorajá-lo a fazer o mesmo. Busque cada vez mais ATITUDE. Queira se aperfeiçoar, ler coisas diferentes, conhecer povos diferentes, culturas diferentes, comidas diferentes, paisagens diferentes, línguas diferentes, etc. Vamos procurar a EXCELÊNCIA, que é uma das palavras mais bonitas para contrapor a mediocridade…

Imagem de capa: Prazis Images/shutterstock

Não posso trair a menina corajosa que mora dentro de mim

Não posso trair a menina corajosa que mora dentro de mim

Na vida a gente se blinda como pode. Como consegue. Como é possível naquele momento que vivemos. Nem sempre nos protegemos da maneira correta, e muitas vezes preferimos nos refugiar em mentiras que nos abraçam e confortam do que encarar uma realidade nua, crua, gelada e dura.

Por algum motivo, de vez em quando a gente aceita ilusões que nos garantem algum bem-estar momentâneo, mesmo que isso nos afaste da verdade, da compreensão da vida e de suas imperfeições. Nos blindamos das decepções, mas não crescemos como deveríamos.

Na vida nos confundimos muitas vezes. Nos confundimos com os sentimentos que as pessoas dizem sentir por nós; nos confundimos com o valor que atribuímos a nós mesmos; nos confundimos ao não enxergar lobos sob a pele de cordeiros. Acreditamos nas histórias que contamos e que contam pra nós, num esforço sobre-humano de sentir que estamos seguros, que nada nos ameaça, que a vida é estática e linearmente perfeita.

Durante algum tempo, essa tática realmente funciona. Porém, quando nos refugiamos em ilusões, não adquirimos compreensão da vida. E compreender a vida, com tudo de bom e ruim que nela existe, aceitando e tolerando aquilo que nos desaponta, decepciona e até destrói um pouquinho, é o que nos faz crescer. É o motor que nos impulsiona pra frente, e nos faz entender que não podemos trair a pessoa corajosa que temos a vocação de ser.

Dentro de cada um de nós existe uma força que precisa ser explorada. Dentro de cada um há uma pessoa corajosa que precisa ser desvendada. Porém, muitas vezes traímos essa pessoa corajosa que carregamos dentro do peito. Traímos quando preferimos nos retrair e aceitar mentiras que nos protegem. Traímos quando preferimos recuar e não enfrentar a realidade dura, mas real, que existe do lado de fora. Traímos quando preferimos nos calar, fingir que não enxergamos, fingir que não ouvimos, fingir que não sentimos. Traímos quando camuflamos nossa insegurança, dúvida e medo de amar com orgulho e falsa indiferença.

Não posso trair a menina corajosa que mora dentro de mim. Não posso autorizar que o medo do sofrimento me afaste da verdade; da autenticidade em todas as relações; da capacidade de me entristecer, emocionar, alegrar ou emburrar diante daquilo que me atinge ou comove. Não posso trair a menina corajosa que escreve cartas, confronta silêncios e desafia mal-entendidos. A menina que aprendeu a crescer com os baques da vida, e por isso não os evita nem os enfeita, e sim os encara como forma de melhor compreender essa aventura linda e apavorante que é a existência.

“Por vezes as pessoas não querem ouvir a verdade, porque não desejam que as suas ilusões sejam destruídas”. Essa frase, do filósofo Nietzsche, serve para qualquer um de nós. Pois em um momento ou outro da vida, todos nós passamos por algum tipo de negação, e isso é perfeitamente normal. A negação é um dos estágios do luto, e faz parte do processo de cura. Porém, com o tempo, a negação tem que dar lugar a outros sentimentos, igualmente curativos, até que se encontre a aceitação da realidade tal qual ela é. Se ficamos estagnados na negação, enxergando apenas o que queremos ver, e não o que está bem à nossa frente, não evoluímos, não subimos degraus, não compreendemos, não agimos de acordo com a realidade, não seguimos em frente.

Quando você se refugia na negação, você se aprisiona. E não dá chance aos recomeços. Porém, quando você rompe com a negação, e decide enxergar as coisas exatamente como elas são, você se autoriza a virar o jogo; a transformar a realidade; a ter outro tipo de vida, de relacionamento, de situação. E só assim descobre que é capaz, que tem coragem, que pode suportar e reiniciar seus passos sem dor, sem desespero, e com muito mais amor…

Imagem de capa: Aleshyn_Andrei / Shutterstock

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