O amor está nos pequenos gestos!

O amor está nos pequenos gestos!

Dizem que o amor está nos pequenos gestos. Sou suspeita ao concordar. Nunca fui de falar, apenas demonstrar. Não preciso dizer que amo alguém a cada 5 minutos. Posso demonstrar meu amor através de pequenas atitudes.

Hoje, ao acordar, fui à cozinha tomar café. Quando abri o recipiente onde guardo pães, havia um saquinho branco de padaria. Ao abrir o saquinho, me deparei com uma bisnaga de açúcar. Minha mãe não havia só comprado o pão francês, ela havia comprado a bisnaga que eu tanto amo.

Minha mãe nunca foi de falar “eu te amo”, entretanto, demonstra seu amor através de pequenos gestos. Mesmo não dizendo, me sinto amada quando ela faz um pequeno agrado.

Me sinto amada, quando ela me liga para saber se estou bem. Me sinto amada, quando ela trás chocolates. Me sinto amada, quando ela faz questão de ir à igreja comigo. Me sinto amada, quando me dá um beijo na testa antes de dormir. Me sinto amada, com seus pequenos gestos.

O amor não precisa ser necessariamente dito. Posso amar e não dizer que amo. Mas isso não quer dizer que não amo. Quer dizer que tenho meu jeito de amar.

Da mesma forma que minha mãe não é de dizer “eu te amo”, prefiro demonstrar meu amor quando ligo para saber se está tudo bem. Ou, quando vejo um doce que ela gosta e faço questão de comprá-lo. Ou então, quando deito em seu colo e peço afago.

Não importa a forma que você demonstra amor. Verbalmente ou através de pequenos gestos, não deixe de demostrar o quão amado (a) é aquela pessoa.

A vida é um sopro, e enquanto estivermos aqui, espalhemos amor. É de graça, e faz um bem danado quando reciproco.

Imagem de capa:Martin Novak/shutterstock

Sim, temos personalidade forte.

Sim, temos personalidade forte.

Sim, temos personalidade forte. Sabemos de onde viemos e para onde iremos, e nos lembramos de cada minuto do nosso caminho percorrido. Cada erro, cada acerto, cada palavra de consolo ou de crítica estão aqui, guardados a sete chaves na caixinha de aprendizados.

Sim, temos personalidade forte. Somos julgados como agressivos, ignorantes, rudes e arrogantes. Já ouvimos muita ladainha e não perdemos mais tempo com conversa fiada. Somos objetivos, práticos, otimizamos nosso tempo e detestamos quando alguém nos faz perder o foco, o caminho ou a direção. Quer? Então vamos em frente! Não quer? Ótimo também.

Sim, temos personalidade forte, e isso não quer dizer que não sabemos nos relacionar. Queremos nos relacionar, mas não com qualquer um. Ou soma ou some, seja no amor, na amizade ou na baia do lado da nossa na empresa.

Nosso “gênio forte” nos protege de muita coisa. Pessoas com mentes fracas não se aproximam de nós porque provavelmente as assustamos. Pessoas com má índole não se aproximam de nós porque sabem que não vamos deixar barato. Pessoas falsas não se aproximam porque sabem que máscara sempre cai, e somos especialistas nisso.

Se temos um problema, resolvemos. Se algo nos incomoda em alguém, falamos com a pessoa cara a cara. Não mandamos recados, não criamos hashtag em redes sociais, não somos de indiretas. O jogo conosco é com todas as cartas na mesa, sem segredos, sem atalhos, sem disse-me-disse.

Nos alcançam os empáticos, os insistentes, os que sabem que nosso conhecimento e conduta podem ajudar – e muito – a sua caminhada. Ficam um pouco mais em nossas vidas aqueles que sabem que às vezes é preciso remover muitas camadas até chegar ao coração.

Um caráter forte não significa necessariamente uma pessoa difícil de lidar, aliás, nunca vi afirmação mais errônea. Forte significa alguém que também cai facilmente, que também se abala, mas que sabe que a vida não é só sobre a chegada. É a caminhada que difere cada um. Afinal, nosso destino é o mesmo, não importa cor, classe social, religião.

Forte é alguém que já viu de tudo, aprendeu muito, sofreu mais do que achou que poderia e concluiu sabiamente que tudo passa. Agora, dono desse entendimento, sabe dar valor ao tempo, sabe quando vale a pena dar opinião e quando vale a pena deixar os cachorros se morderem sozinhos.

A personalidade forte esconde uma sabedoria de vida. Ela mascara através de frases diretas uma experiência profunda naquilo que se fala. Ela impede relacionamentos fadados ao fracasso porque já sabe o que é tolerável e o que não é. Ela sabe também a hora de tirar o time de campo, porque já compreende que desistir nem sempre é dar um passo pra trás. Uma renúncia hoje pode se tornar uma vitória amanhã.

As lições da vida estão aí para todos nós e não irão poupar ninguém. Nós, donos de um caráter assertivo e poderoso, já estivemos por ai dando a cara pra bater e sabemos que algumas porradas não precisam ser tomadas duas vezes. Somos inteligentes, seletivos e pontuais. Nem todo mundo enxerga o nosso temperamento como uma característica positiva, e tá tudo bem. Afinal, pessoas rasas não combinam com personalidades profundas.

Imagem de capa: Rido/shutterstock

Nada acontece sem um propósito e ninguém passa pela nossa vida por acaso

Nada acontece sem um propósito e ninguém passa pela nossa vida por acaso

Toda a praticidade tecnológica que nos rodeia em nosso cotidiano cada vez mais apressado e célere acaba por nos tornar impacientes, como se não tivéssemos mais tempo para esperar por nada além de alguns segundos. Queremos a comida pronta, a internet mais potente, o carro mais veloz, a dieta mais rápida. Nessa toada, tudo tem que ser agora, todas as resoluções têm que vir instantaneamente. Infelizmente, há coisas que levam tempo. Muito tempo.

Na verdade, aprender requer demora, paciência e aceitação. Tanto na escola, quanto na vida, as lições não são automáticas, pois envolvem mudanças significativas de pensamento, quebra de paradigmas, desconforto e enfrentamento de si mesmo. Trata-se de um processo longo, muitas vezes doloroso e decepcionante. Por essa razão é que, sem a paciência para que o curso dos dias clarifique as nossas ideias, ninguém consegue entender as tempestades que costumam cair sobre nossa jornada, tampouco superá-las.

Uma coisa é certa: tudo o que nos acontece tem um propósito e nenhuma pessoa passa pelo nosso caminho por acaso, ainda que se trate de situações incômodas, desgastantes, dolorosas. De repente, por exemplo, temos que lidar com um público grosseiro em nosso trabalho exatamente para aprendermos a ser mais tolerantes e menos arrogantes. Assim como nos relacionamos com alguém que requer muita atenção, para termos que sair de nosso mundinho e enxergar o outro.

Isso não quer dizer que teremos que aceitar resignadamente tudo o que acontece e todos que encontramos pelo caminho. Pelo contrário, será necessário digerir os acontecimentos incômodos e tomar atitudes que nos afastem de situações que nos desgastam. Da mesma forma, deveremos refletir sobre o tipo de companhia que queremos e merecemos, para que consigamos manter junto somente quem nos entende e nos torna mais felizes. Mas lembremos, sempre, que isso tudo demanda mais do que alguns dias.

Não tem outro jeito, será necessário aguardarmos a passagem do tempo, enquanto analisamos as situações que nos exasperam e as pessoas que nos diminuem, mudando nossas formas de pensar e de agir, em favor de nossos sonhos de felicidade. O tempo trará as respostas e será maravilhoso podermos ter a certeza de que conseguimos superar o que foi dor, aprendendo com cada tombo, cada lágrima, cada insônia. É assim que a gente levanta de novo.

Imagem de capa: PhotoMediaGroup/shutterstock

Por mais que você faça, nunca terá feito o bastante para algumas pessoas

Por mais que você faça, nunca terá feito o bastante para algumas pessoas

Viver sempre será uma jornada cheia de surpresas, algumas boas, outras nem um pouco. Dentre tantas coisas imprevisíveis e inesperadas que teremos pela frente, lidar com a ingratidão será uma constante em nossa caminhada. Seremos, muitas vezes, reconhecidos pelo bem que fizermos e pelas ajudas que oferecermos, porém, também colheremos muita ingratidão de pessoas que se esquecerão de tudo o que já tivermos feito por elas.

Talvez seja apenas um senso comum, mas parece que, quanto mais fácil as coisas chegam às pessoas, menos elas se tornam capazes de agradecer e de reconhecer o quanto são felizes. Infelizmente, muitas pessoas se acostumam a ter seus desejos atendidos, a ver os outros agindo em seu favor e, quando isso não acontece, acabam se desesperando. Habituam-se a serem atendidas, a receberem ajuda prontamente, sem esperar. Recusam-se a ouvir “não”, pois não aprenderam a lidar com isso.

Mal sabem o quanto a gratidão é benéfica, o quanto agradecer ilumina, renova, cura e salva, tornando-nos melhores e mais esperançosos. A ingratidão, por seu turno, equivale a uma ausência de fé, de sonhos, de esperanças, porque quem só espera do outro é incapaz de se amar, de perceber o quanto é capaz de evoluir e de conquistar o que se quer por seus próprios méritos. É como se a pessoa não se reconhecesse merecedora de nada, capaz de nada, sempre necessitando que alguém faça a parte dela.

É necessário ter a consciência de uma coisa que ninguém poderá fazer por nós: a nossa parte. Sempre que uma pessoa estiver deixando de cumprir com o que lhe cabe, estará sobrecarregando alguém que, além das próprias atribulações, ainda terá que cobrir a falta do outro. A vida funciona assim como em uma equipe: cada um é encarregado de certos afazeres que, se negligenciados, serão feitos por outra pessoa, que acumulará o que não é seu.

Como se vê, uma das melhores atitudes que poderemos tomar será não esperarmos gratidão por tudo o que fizermos. Embora nos faça bem ter nossas ações reconhecidas, ajudar é o que realmente importa, uma vez que nos sentimos muito mais gente enquanto oferecemos o nosso melhor às pessoas. Sempre estaremos felizes ao ajudar nossos semelhantes, sejamos ou não reconhecidos, afinal, o que importa é se sentir bem consigo mesmo – o que vier lá de fora é lucro.

Imagem de capa: Robert Kneschke/shutterstock

A sua vida só vai pra frente depois que você se desapega das pessoas que te levam pra trás

A sua vida só vai pra frente depois que você se desapega das pessoas que te levam pra trás

Mais importante do que estarmos dispostos para novas oportunidades, também precisamos estar atentos com quem está ao nosso redor e tenta colocar a gente pra baixo. Às vezes são corações invejosos, confusos ou que ainda não perceberam os seus lugares no mundo. Mas uma coisa é certa, se deixarmos, essas pessoas farão de tudo para que não encontremos a paz que merecemos.

Tem amor que chega para tudo em nossas vidas, menos para somar. Ele finge se importar com as coisas que sentimos e com as coisas que queremos, mas, no fundo, cada conquista nossa é motivo para que ele se sinta ameaçado ou injustiçado. E tudo por quê? Porque conseguimos seguir em frente sem pisarmos ou desconsiderarmos os sentimentos de alguém. Pode ser alguém próximo de você ou alguém que acabou de conhecer, não importa. O amor de certas pessoas é medido pelo quanto dependemos delas e não do quanto somos capazes de caminharmos com as nossas próprias pernas. Essas pessoas não estão interessadas que você viva, que você se solte, que você alcance todo o seu potencial. Elas querem ver você mendigar companhia e suplicar por ajuda.

Algumas nem se dão conta da mal que fazem conosco. Algumas possuem um ego tão inflado que, no pior dos casos, sabotam a confiança que depositamos nelas, transformando tudo o que fazemos e entregamos em níveis absurdos de manipulações e humilhações. É um jogo cruel onde vence quem tira o céu do outro. Gente assim não vale a pena mantermos em nossos dias. São relacionamentos altamente contagiosos, com sintomas que variam da falta de empatia para a falta de vergonha na cara.

Antes que você pense, o desapego a ser praticado sobre essas pessoas não significa que todas sejam assim e muito menos que isso seja a resolução de todos os seus problemas. O desapego é um exercício diário, mas que deve ser acompanhado de uma boa dose de apego. Apego por você e pelas pessoas que facilmente em nada se parecem com esses corações levianos.

Esteja disposta (o) para abraçar quem participa, quem entende e quem respeita os seus caminhos. Distribua sorrisos para quem torcer, caminhar junto e vibrar com as suas felicidades. Isso sim é ter a vida pra frente. É dessa gente que precisamos para não nos perdermos daquilo que realmente faz a diferença no viver, a paz de espírito. Benditos os que chegam para somarem liberdades.

Imagem de capa: Serhii Yurkiv, Shutterstock

O título do texto é uma citação atribuída ao escritor Caio Fernando Abreu.

A ansiedade da espera e a recompensa do encontro.

A ansiedade da espera e a recompensa do encontro.

“Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca há hora de preparar o coração…” (Exupéry)

Acredito que muitos conheçam essa citação do livro “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry. E que muitos já tenham passado, em algum momento, por uma situação de impaciência na qual tenha de identificado com esse trecho, principalmente no que diz respeito aos sentimentos como amor e paixão. Creio que muitas pessoas tenham se emocionado bastante ao ler a história do pequeno príncipe, que com profundidade tocou o coração de adultos e crianças. Talvez eu tenha um motivo especial para falar sobre um príncipe apaixonado pela sua Rosa, principalmente porque acredito que muitos tenham uma Rosa que mereça um carinho especial.

É engraçado que, ao criarmos laços com alguém, se torna extremamente importante que haja uma perspectiva diferenciada daquilo que vivemos num determinado momento. Porque tudo passa a ter um toque especial. Um encontro marcado, por exemplo, passa a ser um espera cruel, porque o tempo ideal para o amor seria o “agora”. Como um café recém-preparado, para que possamos degustar o seu sabor. Há uma experiência muito interessante, quando se trata de paciência. Há um compromisso, um ato de respeito ao próximo, que passa certa credibilidade àqueles aos quais amamos, pois alguns valores transcendem aquilo que esperamos. Isso é o que faz com que o tempo seja diferente em alguns aspectos. Depois de tantas buscas, talvez encontremos a razão para o que podemos chamar de “impaciência amorosa”. Talvez os encontros e desencontros possam, com o tempo, revelar a mais sincera intenção dessas almas inquietas, o que fará com que se sintam mais confortáveis. Embora não seja possível prever algo que venha de corações ansiosos, pois o máximo que podemos dizer é que um dia, já sentimos isso na própria pele. E quem nunca se sentiu desconfortável, ao se deparar com um tempo de espera para ir a algum encontro? Bem, o que quero dizer é que, mesmo acessando, vez ou outra, lugares da memória que nós desprezamos, ainda estaremos ligados de alguma forma, àquilo que esperamos para nos trazer logo a esperada alegria, ou pelo menos continuaremos empenhados em prosseguir nessa busca, e isso é que nos traz a ansiedade. Tenho por certo que todos nós gostaríamos de ter o poder de controlar o tempo. Entretanto a dinâmica da vida carrega consigo a beleza da espera. Isso é o que nos dá a força exata que necessitamos para recomeçar, e nada tem o poder de mudar o nosso desejo de descobrir o que o tempo tem reservado para nós, mesmo diante da possibilidade de que tenhamos as nossas expectativas frustradas, porque o tempo se encarrega de consertar aquilo que resta na estação favorita da nossa alma. Seja lá qual for.

Quando enfim, a ansiedade que torna tão amarga a espera, e tão doce a esperança, se portar como uma virgem que compartilha sonhos virá então, com certeza, a esperada recompensa… Quando surgir, de todos os lados, o brilho da felicidade, seguida de cores que ninguém jamais poderá apagar. Ademais, nada há de se fazer contra a ansiedade, pois sabe-se que na vida, toda resposta vem no momento certo, mesmo que não tenhamos preparado o nosso coração.

Imagem de capa: Mirelle/shutterstock

Ciência confirma: algumas pessoas consomem as nossas energias

Ciência confirma: algumas pessoas consomem as nossas energias

Estamos acostumados a chamá-las de pessoas tóxicas ou vampiros emocionais. São perfis que nos contaminam com suas emoções negativas até o ponto de drenar nossas energias, nos deixando exaustos, com dores de cabeça e envoltos no pálido véu do desânimo. Para os pesquisadores, esse tipo de dinâmica pode comprometer completamente o nosso bem-estar psicológico devido ao curioso impacto que exerce no cérebro.

É bastante chamativo como a psicologia popular sempre gosta de usar terminologias que descrevem muito bem determinados processos comportamentais. Chamar de “vampiro emocional” aquelas pessoas que devido aos comportamentos, às palavras ou às atitudes nos levam a um indescritível mal-estar é uma ótima metáfora.

“Se alguém procura um lugar para jogar o próprio lixo, que não seja na sua mente.”
-Dalai Lama-

No entanto, qualquer especialista no tema dirá que além de roubar as nossas energias – o que realmente acontece e que foi comprovado cientificamente –, essas pessoas conseguem nos contaminar com o estado emocional que emanam. Vamos analisar um exemplo: um novo companheiro de trabalho chegou à empresa em que trabalhamos. À medida que o conhecemos nos damos conta de que ele nunca fala nada positivo que aconteceu na sua vida, sempre está “em estado de reclamação”.

Ciência perto de comprovar que pessoas absorvem energia de outras

Quando estamos com essa pessoa, e mesmo se nos perguntamos constantemente “por que tenho que ficar ouvindo essas coisas?”, não conseguimos evitar de nos contagiar com o negativismo que a caracteriza, até chegar ao ponto de perceber como às vezes esse contato diminui a nossa produtividade no trabalho. De fato, existem interessantes estudos que chamam esse tipo de pessoas de “maçãs podres”.

Ou seja, são perfis que estão presentes em qualquer ambiente de trabalho e que, devido à atitude negativa que possuem, podem “infectar” toda a carga emocional de uma equipe. Paralelamente, conseguem criar ambientes hostis, nos quais mais de um funcionário pode pedir afastamento por se sentir literalmente “queimado”.

Contudo, o fenômeno da maçã podre ou do vampiro emocional abarca muitos outros contextos e faz surgir outras dinâmicas…

O que acontece no seu cérebro quando “roubam” suas energias

Vamos fazer uma viagem ao passado para compreender o que acontece quando, dia após dia, precisamos nos relacionar ou ficar perto de uma pessoa vitimista, negativa ou desgastante. Pense que nosso cérebro, devido a tudo que a seleção natural envolve, está programado para entender a sociabilidade e o contato com nossos semelhantes não apenas como algo positivo, mas necessário. Assim, o que nossos ancestrais fizeram para aumentar suas chances de sobrevivência foi formar núcleos de vários indivíduos.

Nós precisamos, portanto, de outras pessoas para nos sentirmos bem, para nos relacionar e criar vínculos significativos. Quando isso acontece, nosso cérebro libera ocitocina. No entanto, quando não conseguimos “nos juntar” com uma pessoa, quando o que recebemos é uma certa hostilidade ou desconfiança, o cérebro libera cortisol, o hormônio do estresse. Dessa maneira, na nossa mente surgirá uma sensação bastante específica: a sensação de ameaça.

Paralelamente, também não podemos nos descuidar do que acontece na nossa sofisticada rede de células interconectadas que constituem o nosso sistema de neurônios espelho, destinados apenas a registrar e processar cada expressão facial das pessoas ou sua linguagem corporal. Isso, muitas vezes, faz com que nos contagiemos com os estados emocionais das pessoas à nossa volta. Da mesma forma, os pesquisadores dizem também que existem pessoas mais sensíveis que outras a essa “contaminação” e por isso, pouco a pouco, se produz um coquetel envenenado para a nossa própria saúde e o nosso equilíbrio psicológico.

Assim, o efeito químico do estresse no nosso cérebro provocado por uma sensação de ameaça permanente, combinado com a contaminação das emoções negativas que recebemos dos outros, provoca um único e persistente desejo na nossa mente: o desejo de escapar.

O que fazer para manter um bom nível de energia

Adoraríamos poder dizer que para lidar com os vampiros emocionais ou esses perfis que roubam energias basta se afastar deles. Contudo, isso seria pouco mais que um eufemismo porque uma coisa que todos sabemos é que poucas pessoas podem deixar seu emprego apenas porque nele existe uma “maçã podre”. E também ninguém pode se distanciar para sempre daquela mãe ou daquele irmão que tiram nossa vontade, nossa felicidade e nossa energia sempre que estão por perto.

“É estranha a rapidez com que os maus acham que tudo vai dar certo para eles.”
-Victor Hugo-

Um bom livro para aprender sobre esse tema e continuar se aprofundando nos estudos científicos é “Emotional Contagion, Studies in Emotion and Social Interaction”. Ele explica que o melhor a fazer nesses casos é aprender a ser “impermeável” a esse tipo de interação com o objetivo de proteger seu bem-estar físico e emocional.

A seguir, propomos algumas reflexões.

3 maneiras de conservar suas energias

– Você tem mecanismos de defesa para utilizar. Algo bastante efetivo que deveríamos praticar é “desativar” o impacto que essas pessoas podem provocar em nós. Não hesite, por exemplo, em repetir para si mesmo, como se fosse um mantra, algo como: “essa pessoa vai consumir a energia que eu permitir que ela consuma”.

– Racionalize. Existem pessoas que têm o insistente costume de falar apenas sobre coisas negativas, de como a vida as trata mal, por exemplo. Uma maneira de impedi-las é racionalizando com assertividade: “em vez de reclamar, reaja contra tudo isso que você não gosta”, “eu gostaria de que pelo menos uma vez você fosse capaz de falar coisas positivas para mim”.

– Aprenda a dizer “não”. Essa estratégia é tão simples quanto eficiente. A partir de agora, mostre ao seu vampiro emocional que você não tem tempo para ouvir as críticas dele, que você se nega a ouvir essas fofocas e que, principalmente, você se nega a ser maltratado.

Para concluir, há momentos em que é preciso tomar consciência das próprias necessidades para evitar que outras pessoas parasitem sua vida e sua tranquilidade. Já que nem sempre podemos ter a companhia de pessoas que nos trazem equilíbrio e felicidade, precisamos aprender, portanto, a lidar com respeito e maturidade com quem nos traz apenas tempestades, mas também devemos aprender a agir com a firmeza que demonstra nossas vontades.

Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa

Imagem de capa: Paul Biryukov/shutterstock

Quanto mais eu ignoro, mais eu tenho paz

Quanto mais eu ignoro, mais eu tenho paz

Ultimamente, ter paz tornou-se artigo raro, daqueles que logo só se verão nos museus da vida, afinal, estamos cada vez mais atarefados, assoberbados, desmotivados, decepcionados. Não temos quase mais tempo para fazer o que mais gostamos e que não se relacione com trabalho, com compromisso, com chatice, ou seja, sobram-nos poucos espaços em que possamos não fazer nada, não pensar em nada, esquecendo que existimos. E isso faz muita, mas muita falta.

Todos sabemos o quanto o corpo e a mente necessitam de um refresco, de um intervalo emocional diário, para que não nos encontremos fatigados e estafados, pelo ritmo célere e repetitivo das atividades cotidianas não prazerosas. Precisamos de momentos de paz, de um encontro com a gente mesmo, que nos alivie esse peso das obrigações que nos extenuam o corpo e a alma. Somos também sentimentos, somos um mundo dentro de cada um de nós e esse mundo precisa de trégua.

Infelizmente, para piorar o andamento das coisas, existe muita gente que tenta roubar a paz alheia, com atitudes desagradáveis, comentários maldosos e, não raro, agressividade gratuita. Algumas vezes, somos diretamente atingidos por isso tudo; outras vezes, o ambiente à nossa volta acaba pesando por conta de situações que não nos atingem diretamente. De um ou de outro modo, será difícil conseguirmos nos equilibrar entre nossa vontade de ser feliz e a infelicidade semeada por aí.

Bater de frente com quem só quer prejudicar será infrutífero, pois esse tipo de pessoa rebaixa-se a um ponto que não conseguimos alcançar. Argumentar com quem não ouve ninguém além de si mesmo será inútil, porque gastaremos saliva à toa. Tentar provar nossas verdades nem é necessário, visto que o tempo se encarrega de colocar cada um em seu devido lugar. Ou seja, o melhor que poderemos fazer para ficarmos em paz será ignorar.

Ignorar quem nos quer infelizes, quem é chato pra caramba, quem fofoca sem parar. Ignorar gente mal amada, palavras de desânimo, palpites indevidos. Ignore, visando à paz almejada, urgente e necessária. É bem assim que a gente não se quebra.

Imagem de capa: Nadin Panina/shutterstock

Com o coração na mão

Com o coração na mão

Se imaginarmos essa situação, talvez, seja assim: Estamos caminhando ou parados, olhando fixamente com espanto para o coração que pulsa em nossas mãos. As pernas, com certeza, estarão tremendo.

Assombro, medo, tudo no seu mais alto grau…

Provavelmente, cada pessoa teria um extremo cuidado e respeito com esse órgão que é a vida, ali, exposta e frágil.

O coração pode ser alado ou cavalgar como um cavalo baio pelas relvas verdejantes de nossos sonhos e fantasias, mas seguro em nossas mãos seria como uma criança recém-nascida, totalmente indefesa e incapaz de viver sem um meio acolhedor.

Agora, se formos um pouco mais longe nesse exercício da imaginação e pensarmos que o coração, simbolicamente, é a expressão do Amor, podemos então nos perguntar: Estamos tendo o mesmo cuidado e respeito com o Amor que sentimos?

Estamos sendo capazes de segurá-lo, ou loucos para entregá-lo a alguém, pois sua vulnerabilidade nos assusta, tremendamente?

Para sustentar o Amor é preciso ter confiança de que somos capazes de lidar com raridades, é preciso crer que o Amor é nosso maior patrimônio psíquico e que sem ele somos nada.

Mas a incapacidade do Ser Humano em viver o Amor já foi anunciada por Paulo Mendes Campos, em sua crônica “O amor acaba”.

…”O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num do- mingo de lua nova, depois de teatro e silêncio…

…”por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba”.

Que aprendizagem de vida difícil de acontecer! Aprisionamos cada vez mais esse sentimento em redomas e o Amor vai se rarificando, a solidão nos sacudindo com mais vigor e, dessa forma, vamos conhecendo a frieza das relações humanas.

Imagem de capa: UMB-O/shutterstock

A diferença entre adorar e amar explicada em ‘O Pequeno Príncipe’

A diferença entre adorar e amar explicada em ‘O Pequeno Príncipe’

Adorar e amar são dois sentimentos maravilhosos mas, sem dúvida, distintos. Todos (ou quase todos) nós temos um propósito firme e intangível na nossa vida: amar alguém com todas as nossas forças.

Nós pensamos sobre isso e desejamos fervorosamente pelo simples fato de que nós pensamos que realizar estes objetivos nos conduz à felicidade. Não estamos errados em pensar que o apego saudável é indispensável para explorar o nosso mundo.

No entanto, por diversas razões, acabamos confundindo o adorar com o amar e vice-versa. Como consequência desta confusão, enchemos a nossa mochila emocional de “eu te adoro” falsos e de “eu te amo” vazios.

A sabedoria emocional presente nos diálogos de O Pequeno Príncipe

Saint-Exupéry nos oferece uma magnífica passagem na obra ‘O Pequeno Príncipe’ que podemos pegar para ilustrar este artigo, a fim de lançar luz sobre essa realidade emocional poderosa que afeta quase todas as pessoas em um momento ou outro da vida.

Eu te amo —disse o Pequeno Príncipe.
Eu também te adoro —respondeu a rosa.
Mas não é a mesma coisa —respondeu ele, e logo continuou— Adorar é tomar posse de algo, de alguém. É buscar nos outros o que preenche as expectativas pessoais de afeto, de companhia. Adorar é fazer nosso aquilo que não nos pertence, é se apropriar ou desejar algo para nos completar, porque em algum momento reconhecemos que estamos carentes.

Adorar é esperar, é se apegar às coisas e às pessoas a partir das nossas necessidades. Então, quando não temos reciprocidade, existe sofrimento. Quando o “bem” adorado não nos corresponde, nos sentimos frustrados e decepcionados.

Se eu adoro alguém, eu tenho expectativas e espero algo. Se a outra pessoa não me dá o que eu espero, eu sofro. O problema é que há uma maior probabilidade de que a outra pessoa tenha outras motivações, pois somos todos muito diferentes. Cada ser humano é um universo.

Amar é desejar o melhor para o outro, mesmo quando as duas pessoas têm motivações bem diferentes. Amar é permitir que você seja feliz, quando o seu caminho é diferente do meu. É um sentimento altruísta que nasce ao se entregar, é se dar por completo a partir do coração. Por isso, o amor nunca será causa de sofrimento.

Quando uma pessoa diz que já sofreu por amor, na verdade ela sofreu por adorar, não por amar. As pessoas sofrem pelo apego. Se alguém ama realmente, não pode sofrer, pois não espera nada do outro. Quando amamos, nos entregamos sem pedir nada em troca, pelo simples e puro prazer de dar. Mas também é certo que essa entrega, este “se entregar” altruísta, só acontece no conhecimento.

Só podemos amar o que conhecemos, porque amar envolve saltar para o vazio, confiar a vida e a alma. E a alma não se indeniza. E conhecer a si mesmo é justamente saber de si, das suas alegrias, da sua paz, mas também das suas raivas, das suas lutas, dos seus erros. Porque o amor transcende a raiva, o erro, e não é só para momentos de alegria.

Amar é a confiança plena de que aconteça o que acontecer, você vai estar presente, não porque você me deva alguma coisa, não por uma posse egoísta, e sim só por estar, em uma companhia silenciosa. Amar é saber que o tempo, as tempestades e os meus invernos não mudam.

Amar é dar-lhe um lugar no meu coração para que você fique como parceiro, pai, mãe, irmão, filho, amigo, e saber que no seu há um lugar para mim. Dar amor não esgota o amor, pelo contrário, o aumenta. A maneira de retribuir tanto amor é abrir o coração e deixar-se ser amado.

—Agora entendo —contestou ela depois de uma longa pausa.
—É melhor viver isso —aconselhou-lhe o Pequeno Príncipe.

Outra bela explicação relacionada com a diferença da qual falamos é aquela que os ensinamentos budistas nos oferecem. Neles, afirma-se sabiamente que se você adora uma flor, a arranca para tê-la consigo, mas se “ama” uma flor, você a rega todos os dias e cuida dela.

Definitivamente quando amamos alguém o aceitamos tal como ele é, permanecemos ao seu lado e procuramos deixar depósitos de felicidade e êxtase em todos os momentos. Porque os sentimentos, para serem puros e intensos, têm que vir lá de dentro.

Por isso é essencial fazer um exercício de trabalho interior e questionar se estamos fazendo tudo certo, se estamos demonstrando bem os nossos apegos e os nossos sentimentos, ou se, pelo contrário, estamos confundindo-os com o desejo de colocar as nossas relações em palavras duradouras e profundas.

TEXTO ORIGINAL DE A MENTE É MARAVILHOSA

Imagem de capa: Reprodução

A importância de ter critério na vida

A importância de ter critério na vida

Eu acho incrível a capacidade que o grande filósofo brasileiro Mario Sergio Cortella tem de se utilizar da etimologia, que é o estudo das raízes das palavras, para desenvolver altas reflexões filosóficas de grande importância para todos nós.

Lendo o seu maravilhoso livro chamado “Viver em paz para morrer em paz” no texto “Viver em paz”, fiquei encantado com uma linda reflexão a respeito de ter critérios na vida. Leia com bastante atenção.

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“Escolher é adotar certas posturas e deixar outras de lado. Em sânscrito, havia uma ótima palavra para isso: cria, que quer dizer “purificar”. Ela deu origem à palavra crisis, em grego, de onde vem a palavra “crítica” e também a palavra “critério”. Criticar é separar o que uma pessoa deseja do que ela não deseja. Assim, ter uma vida crítica é ter uma vida consciente. Aquele que leva uma vida não crítica, ou sem critérios, não tem rumo, é um alienado.”

Mario Sergio Cortella

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Infelizmente, é comum vermos muitas pessoas dizendo que a CRÍTICA é algo ruim, algo destrutivo e que precisa ser vencida. Nem sempre! Em alguns casos a crítica é de suma importância, principalmente a AUTOCRÍTICA.

Sem a autocrítica não saberíamos discernir entre o que seria melhor ou pior em cada uma das nossas escolhas. Como eu sempre digo, o problema está nos exageros. O exagero da crítica leva você aos JULGAMENTOS tanto externos como internos, e os julgamentos quando muito aflorados transformam você em um INQUISIDOR. Para ler mais sobre isso compartilho a visão genial do mestre Rubem Alves que você pode ler [neste link].

Porém, a crítica na medida certa, ponderada, nos leva a ter CRITÉRIO nas nossas escolhas. E as escolhas provém dos desejos. Se meu desejo é bem criterioso, a possibilidade de eu me frustrar ou me arrepender será muito menor percebe?

Ele comenta sobre as pessoas que levam uma vida não crítica. Elas são as alienadas. Ou seja, é como se estivessem em outra dimensão, em outra órbita. Só a título de curiosidade. Não sei se você já prestou atenção, mas a palavra alienado é muito semelhante à palavra alienígena. Exatamente porque o radical que forma as duas palavras é o mesmo. Vem do latim alius, que significa “outro”.

Ao escrever esse texto até me lembrei de uma belíssima poesia de Mário de Sá Carneiro que foi musicada pela querida Adriana Calcanhotto. Eu fico impressionado como essa mulher conseguiu transformar apenas 4 frases em uma música tão linda… Eu a considero um gênio da música brasileira.

Compartilho abaixo a letra e a música para você ouvir. Ela se chama “O outro”.

“Eu não sou eu nem sou o outro,

Sou qualquer coisa de intermédio:

Pilar da ponte de tédio

Que vai de mim para o Outro.”

Espero com esse texto incentivar você não ser esse pilar da ponte de tédio, sem saber quem é, nem para que veio a esse mundo. Se tornando esse outro, tão poeticamente representado pela querida Adriana Calcanhotto.

Um ponto super importante que não foi levantado pelo Cortella nesse texto, mas que complementa de forma brilhante o que ele quis dizer é a relação entre ser criterioso e a CAPACIDADE DE DIZER NÃO.

Milhões de pessoas não conseguem ser mais criteriosas porque querem agradar a todos, e agradando a todos aceitam coisas absolutamente inaceitáveis. Aceitando injustiças você não está sendo crítico, ou seja, consciente das suas escolhas.

Eu conheço muitas, muitas pessoas mesmo que não conseguem ter a firmeza de dizer um NÃO quando estão sendo injustiçadas. Essas pessoas acabam “comendo o pão que o diabo amassou” em seus cotidianos, sendo que poderiam diminuir absurdamente esse sofrimento apenas aprendendo essa verdadeira arte de dizer não. Para refletir mais sobre esse ponto, compartilho um texto muito bom do blog que trata da questão de querer agradar a todos e o quanto isso é negativo. Segue o link [aqui].

Espero de coração que você desenvolva sua consciência para dessa forma ser mais criterioso, e sendo mais criterioso, saiba fazer melhores escolhas. E fazendo melhores escolhas, seja alguém com um imenso potencial transformador de si mesmo e da sociedade…

Imagem de capa: GaudiLab/shutterstock

O amor é distraído

O amor é distraído

Você, assim como eu, deve ter um dia gritado pelo amor. A gente acha que o amor vem quando a gente chama. Que ele é destemido e capaz de quebrar muralhas e escalar altos montes. O amor, falo aqui do amor entre dois apaixonados, não é nada disso. O amor é tímido. Ele só vem quando a gente esquece de chamar. Ele só chega perto quando a gente desiste de olhar. Ele só aceita ser acariciado quando se acostuma com nosso cheiro e jeito de ser.

O amor me lembra um filhotinho de cervo arisco. Um pequeno gato selvagem. Uma ave bela e misteriosa que foge ao notar movimentos bruscos. O amor sabe que tem muita gente que o quer pra si, aprisionado, em cativeiro. Que o quer cantando em lamento para dizer: eu tenho um amor. Olha, ele é só meu.

Eu no fundo entendo essa fixação nossa pelo amor romântico. Ele é bonito demais. Ele é mágico. Todos que são tocados por ele ganham novo viço. Têm pele, olhos e ideias brilhando e fervilhando. O coração ao toque do amor parece regenerado e o corpo grita: estou vivo! Daí, a gente, num impulso, age com voracidade e sem querer faz o amor correr pra longe, assustado.

O amor já entendeu que as coisas não funcionam assim. O amor entendeu o que ainda não entendemos. O amor entendeu que o lugar dele não é em grandes festas, eventos, encontros, mas sim em dias comuns nos quais todos nossos sentidos se apuram para receber, por descuido, o toque mágico do que é indescritível. O amor é distraído.

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Acompanhe a autora no Facebook pela sua comunidade Vanelli Doratioto – Alcova Moderna.

Atribuição da imagem: pexels.com – CC0 Public Domain

“Mais do que máquinas precisamos de humanidade.”

“Mais do que máquinas precisamos de humanidade.”

O sistema de valores orientados pelo egoísmo promove de modo agressivo, a tese do darwinismo social, uma visão que acredita na existência de grupos superiores, que se diferem física e intelectualmente, devendo governar a sociedade. Enquanto os outros menos capazes deixariam de existir, por serem inaptos de seguir a linha evolutiva da espécie humana.

Isso é uma leitura deturpada da teoria de Charles Darwin, usada para justificar que os egoístas apresentam quociente de inteligência elevada para dominar a ciência e comandar a sociedade. Essa concepção está formando uma geração de egoístas, indivíduos que têm apegos exagerados às coisas materiais, sem nenhuma preocupação com as necessidades alheias.

A soma de ações egoístas, alimentam a cultura do individualismo, que na interpretação psicanalítica de ego, é a priorização da razão narcísica sobre a razão dos demais. Além disso, essa cultura acredita que o seu modo de ter e ser – é o mais importante das raças humanas.

Mas essa é uma lógica reducionista, pois nós humanos temos a necessidade vital de pertencer a uma coletividade, anseios que remontam a nossa ancestralidade, como identificou o gênio Charlie Chaplin: “Mais do que máquinas precisamos de humanidade. Mais do que inteligência precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes a vida será de violência e tudo estará perdido.”

Portanto, existe a esperança de vitória sobre a sociedade desumanizada na construção de uma sociedade mutualista, que se apóia nos valores da tradição humanista que – restauram à vida. Hoje esse lugar de bem-querer só é possível, graças as ações de pessoas altruístas que fazem o bem aos outros antes de pensar em si mesmas.

As pesquisas confirmam que pessoas – emocionalmente inteligentes – ajudam a melhor a vida das suas comunidades, demonstrando gestos verdadeiros de altruísmo e a capacidade de compreender as diferenças. São gente que gosta de gente, que escuta o sofrimento alheio e busca soluções para as necessidades do próximo.

O resultado disso chama-se solidariedade, uma palavra de origem francesa “solidarité”, que significa responsabilidade mútua e do latim “solidus”, que expressa algo firme, inteiro e sólido. Ou seja, que orienta a atuação dos cidadãos (as) de diversos setores sociais, que dão tudo de si para ajudar a reduzir a aflição das vítimas das catástrofes, da violência, da fome, das doenças, da drogadição, do desemparo social e econômico do Estado.

Enfim, apesar dos hediondos escândalos de corrupção e do mórbido egoísmo, temos muitas pessoas altruístas, que atuam de forma pacífica na construção de um mundo melhor, uma vez que elas são herdeiras de experiências, que datam de um sistema de valores da tradição psicoespiritual do Ocidente e do Oriente dos últimos 4000 anos.

Imagem de capa: vasara/Shutterstock

“A Felicidade bate na porta, mas não gira a maçaneta”

“A Felicidade bate na porta, mas não gira a maçaneta”

Nesse carnaval, estive com minha família visitando meu sogro. Ele mora numa cidadezinha bem pequena no interior de São Paulo, onde me sinto completamente em casa. Lá a internet funciona mal, e por isso meu filho ficou sem computador e celular. A televisão também não pega bem, e portanto passávamos a maior parte do tempo conversando, ouvindo o barulho das galinhas e lendo. Bebíamos vinho, andávamos descalços e íamos para a praça tomar sorvete. Sentávamos no banco do jardim e tínhamos a sensação de que o tempo demorava a correr. Me lembro de pensar que estava entendendo tudo, que tudo fazia sentido, que não havia mais espaço para nenhum descontentamento. Que finalmente eu havia “deixado pra lá” tudo o que um dia me perturbou. Que eu estava equilibrada, e todos ao meu redor também. A felicidade havia batido na porta e todos nós havíamos girado a maçaneta.

Ser feliz é uma decisão, um trato com o bem estar apesar de tudo que o possa ameaçar. Pois a alegria vem e vai, mas permanecer feliz independente da dança dos dias é um compromisso que assumimos dando boas vindas aos prazeres e delícias, mas também aceitando com paciência todas as falhas, faltas, tristezas, tédio e saudades que fazem parte do pacote que é a existência.

Não é a ausência de tristezas e decepções que torna alguém feliz. Se fosse assim, ninguém estaria apto a receber a tal felicidade. O primeiro passo para ser feliz, independente dos altos e baixos que nos cercam dia a dia, é o empenho em encontrar contentamento interno apesar das nuvens carregadas, dos lugares vazios ao nosso lado, dos desejos insatisfeitos e das bagagens pesadas.

Como eu disse, no carnaval tive tempo para ler. E por um “feliz acaso” (Serendipity), levei comigo o livro de uma amiga. Apesar de já ter assistido ao filme inúmeras vezes, nunca tinha lido o livro “Comer, rezar, amar”, de Elizabeth Gilbert. Achava que o livro não teria nada a acrescentar, e por isso não me interessava muito. Porém, para minha grande surpresa, a obra me arrebatou. E chegou na hora exata, vindo de encontro com o momento que estou vivendo, de busca de equilíbrio e, consequentemente, felicidade. Lyz, a autora e personagem, sai de um divórcio complicado, seguido por uma paixão arrebatadora que não deu certo, e segue para uma jornada que inclui a Itália, a Índia e a Indonésia. Em cada um desses lugares ela tem um tipo de experiência, e me encantei profundamente com sua transformação na Índia. Não tenho o desejo de viver uma experiência semelhante, mas _ ao acompanhar sua busca espiritual, e suas dificuldades no início, quando ainda estava muito ligada aos últimos acontecimentos de sua vida (portanto muito marcada pela dor e muito guiada pelo ego) _ pude compreender que o caminho para uma vida equilibrada e feliz depende muito mais de nosso empenho e esforço pessoal do que simplesmente estar à espera de um golpe de sorte que venha acrescentar algum tipo de alegria momentânea à nossa vida.

A felicidade é feita de tijolinhos, e inclui o equilíbrio entre mente, corpo, coração e espiritualidade. Buscar esse equilíbrio tem um preço, e requer disciplina e muita coragem. Os ingredientes tanto da felicidade quanto da infelicidade estão igualmente presentes em todos nós, cabe a cada um decidir qual irá prevalecer. Para ambos os caminhos, é preciso muito esforço e insistência.

Embora não pareça, é preciso um grande esforço para ser infeliz. O infeliz tem que se empenhar para viver no passado, remoendo suas dores, se ressentindo de seus traumas, não abandonando suas mágoas. O infeliz se recusa a sorrir, gasta sua energia planejando vinganças, carrega uma nostalgia melancólica e não consegue encontrar alegria no presente. Ele prefere criticar a acolher, julgar a aceitar, se vitimar a se transformar, fugir a enfrentar, viver de saudades a viver realizado.

Também é preciso empenho e insistência para ser feliz. A felicidade bate na porta, mas não gira a maçaneta. Quando decidimos acolher a felicidade, precisamos ter um ambiente propício para isso. Um lugar em que corpo, mente, coração e espírito estejam fortalecidos, para que a felicidade não escape pelas frestas ao primeiro sinal de contrariedade. A felicidade é consequência de um esforço pessoal, e para tanto precisa de pulmões limpos e coração tranquilo; ideias claras e pensamento positivo; desapego dos traumas e das satisfações sem volta do passado; e finalmente, de perfeita comunhão com Deus.

Que você exercite o corpo e distraia a mente. Que procure ajuda caso se encontre num estado de depressão e precise de terapia ou medicamentos. Que leia bons livros, assista a bons filmes, que evite as notícias sangrentas e sensacionalistas na tevê. Que se conecte moderadamente à internet, e que encontre amigos reais com quem possa contar. Que ouça músicas e se encante com a poesia. Que dance até ficar com o cabelo ensopado, e não se desespere por causa da política. Que se apaixone por si mesmo, e leve isso em consideração quando encontrar alguém com quem deseje dividir uma parte de sua vida. Que borrife perfume nos pulsos e espalhe shampoo nos cabelos, mas que nunca deixe de ficar arrepiado ao sentir o cheiro característico de alguém que ama. Que encontre formas de se conectar a Deus, e que isso se torne uma prática constante na sua vida. Que você encare as circunstancias desafortunadas de sua vida com jogo de cintura e otimismo e que, finalmente, escolha bem seus pensamentos, descobrindo que ninguém pode fazer tanto mal a você quanto você mesmo… Be happy!

Imagem de capa: mimagephotography/shutterstock

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