Abraços protegem contra estresse, depressão, infecções e gripes, diz estudo

Abraços protegem contra estresse, depressão, infecções e gripes, diz estudo

Além de ser uma demonstração de afeto, o abraço também é capaz de prevenir doenças relacionadas ao estresse e diminuir a susceptibilidade de contrair infecções, segundo um novo estudo publicado nesta quarta-feira (17) na Psychological Science.

Um time de pesquisadores da CMU (Universidade Carnegie Mellon, sigla em inglês), em Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA), liderados pelo professor de psicologia da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da CMU Sheldon Cohen, testaram se abraços funcionam como uma forma de “apoio social” e se a frequência de abraço seria capaz de proteger as pessoas de infecções associadas ao estresse, resultando em sintomas mais brandos de doenças. Pesquisas anteriores já mostraram que o estresse torna as pessoas mais suscetíveis a ficarem doentes.

“Sabemos que pessoas que enfrentam algum conflito são menos capazes de lidar com efeitos da gripe”, afirma Cohen. “Da mesma forma sabemos que as pessoas que admitem ter apoio social são parcialmente protegidas dos efeitos do estresse, em estados de ansiedade e depressão”.

Os pesquisadores analisaram 404 adultos saudáveis e, por meio de entrevistas telefônicas realizadas em 14 noites consecutivas, verificaram a frequência de conflitos interpessoais e abraços diários.

Após os questionários, os pesquisadores expuseram intencionalmente os entrevistados ao vírus da gripe. Os participantes foram então colocados em quarentena e passaram a ser monitorados para ver quais desenvolveriam sinais da doença.

Um terço das pessoas pesquisadas não desenvolveu os sintomas da gripe — exatamente aqueles que receberam mais abraços e apoio de pessoas de confiança. Em quem foi infectado, mas tinha uma frequência maior de apoio social — como os cientistas chamaram o ato de abraçar no estudo –, os sintomas da doença foram mais brandos.

Para Sheldon Cohen e sua equipe, o estudo sugere que ser abraçado por uma pessoa de confiança pode atuar como um meio eficaz de transmitir apoio e “o aumento da frequência de abraços pode ser um meio eficaz de reduzir os efeitos nocivos do estresse”.

“De qualquer maneira, aqueles que ganham mais abraços estão, de alguma maneira, mais protegidos de infecções”, diz.

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Imagem de capa: sanjagrujic/shutterstock

OMS declarou que o vício em games deverá ser incluído como distúrbio mental

OMS declarou que o vício em games deverá ser incluído como distúrbio mental

Tudo começa como uma atividade prazerosa, muitas vezes à qual se recorre para relaxar da rotina, ou escapar de situações da vida real com a qual não se consegue lidar. Cria-se uma vida em paralelo. O jogo é um desafio que se pode enfrentar sem testemunhas para presenciar o erro ou a derrota. Vencer uma etapa, “passar de fase”, passa a ser um objetivo de metas claras. O segredo do sucesso? A experiência. E a experiência pode requerer do indivíduo a sua exclusão das outras atividades da vida. Assim, o que era apenas um passatempo, sobe à categoria de estressor; e no lugar do inicial desejo de fugir da tensão, instala-se o vício; em casos mais graves, a dependência.

Os games on-line ou off-line constituem parte significativa dos dias e noites de nossas crianças, adolescentes, jovens e adultos. É muito comum observar pais de crianças muito pequenas, oferecerem a estas – a título de entretenimento – sua primeira experiência com as telas. Claro que nenhum pai ou mãe, em sã consciência ou de caso pensado, planeja alienar seu filho do convívio social, ou subtrair-lhe o direito a vivências ricas do mundo real. No entanto, por estarem sobrecarregados ou ocupados demais em dar conta das inúmeras demandas da vida, acabam por recorrer a vídeos e jogos infantis, como recurso para distraí-los, acalmá-los ou estimulá-los. Tornou-se uma cena comum ver adultos encantados com o poder de determinados programas sobre o comportamento de bebês; a criança pode estar no meio de um choro convulsivo, basta ouvir uns acordes daquele “inocente programinha” para cessar o choro e voltar os olhinhos atentos para a tela. Tirando a curiosidade que a cena envolve, basta parar por um segundo e refletir brevemente, para concluir que isso não pode ser normal.

Essa semana, a OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou que o vício em games deverá ser incluído como distúrbio mental na próxima edição da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com Saúde (CID). Neste documento, a condição dos viciados em games entrará como “desordem relacionada a comportamentos viciantes”, cujo diagnóstico segue protocolos muito parecidos com aqueles utilizados para determinar a “dependência por jogos de azar”. Ter o distúrbio incluído na CID é um reconhecimento dos estudos realizados na busca por sintomas para a determinação dos critérios de diagnóstico e, o mais importante, propostas de tratamento — opina a psicóloga Luciana Nunes, fundadora do Instituto Psicoinfo. — E a inclusão no CID é pré-requisito para o atendimento em hospitais públicos e para a cobertura dos planos de saúde.

Não se trata de demonizar o uso de tecnologias. Até mesmo porque esta seria uma postura no mínimo ingênua. Os recursos tecnológicos são uma conquista da humanidade para democratizar o acesso a informação, facilitar pequenas tarefas do dia-a-dia como usar um transporte ou pedir uma refeição. É inegável a contribuição dos computadores, tablets e smartphones na comunicação com qualquer parte do mundo, em qualquer tempo ou lugar. Muitas escolas têm feito dos recursos digitais, aliados dos professores na tarefa de ensinar; há inúmeras plataformas e aplicativos que agregam valor à busca do conhecimento, partilha de informação e resolução de problemas.

Entretanto, não podemos perder de vista que as ferramentas digitais são exatamente o que são: ferramentas. Não podem substituir a interação e conexão sociais necessárias ao desenvolvimento de habilidades humanas; não excluem o papel fundamental dos educadores de promover vínculos com a aprendizagem; não eximem escolas e universidades de sua missão de desafiar, promover debates, construir pensamentos investigativos e reflexivos, e formar indivíduos conscientes de seu papel no mundo.

Máquinas são apenas máquinas. Assim como a lousa não se escreve sozinha, não há plataforma digital, por mais completa que seja, que possa substituir um mestre cônscio de sua intransferível missão. Da mesma forma, não há game, youtuber ou maratona de séries que possam tomar o lugar das experiências do mundo real.

O perigo mora no exagero, na falta de capacidade de traçar limites, na inexperiência diante do risco de ser tragado para um universo virtual e abdicar das vivências necessárias à inserção no mundo de verdade.

Há jovens e crianças que têm mais dificuldade para lidar com os desafios de uma vida em grupos, sejam eles a família ou os amigos. Esses indivíduos são aqueles mais suscetíveis a cair nas armadilhas de sentir-se poderoso e reconhecido por meio de suas habilidades nos jogos. Quando se joga online, por exemplo, cria-se uma falsa impressão de ter amigos, muitos amigos. No entanto, não há relação estabelecida por meio desse contato; há apenas um lugar de adversário momentâneo e parceiro virtual. O jovem pode sentir-se menos solitário num “relacionamento” estabelecido nessas bases: não há conflito, não há julgamento à aparência física, não há necessidade de sair da casca.

A longo prazo, pode-se perder completamente o interesse pelas tão intrincadas relações com o outro, que exigem movimentos emocionais, adaptações, aprender a lidar com o diferente, com o que desafia e com a frustração. Perde-se o desejo de interagir. Cria-se o desejo de se isolar.

Alguns sinais de que o uso dos games pode ser considerado um problema:

• não ter controle de frequência, intensidade e duração com que joga videogame;
• priorizar jogar videogame a outras atividades;
• continuar ou aumentar ainda mais a frequência com que joga videogame, mesmo após ter tido consequências negativas desse hábito;

É claro que não se trata de proibir, erradicar, jogar fora ou nunca permitir a aproximação com o videogame. Trata-se de assumir que esta é mais uma faceta da educação dos pequenos e médios que são da responsabilidade dos pais. Há que se acompanhar, observar e ajudar a encontrar o equilíbrio. E, em caso de se perceber que há prejuízos, tomar atitudes imediatas. É no acompanhamento de cada situação de vida que se educa uma criança, ou um jovem. É por meio do diálogo e da autoridade amorosa que se garante uma relação de afeto e um ambiente seguro para os filhos. Dá trabalho? Lógico que dá! Mas é um trabalho absolutamente digno e intransferível, cuja recompensa é não sofrer dores irreparáveis mais tarde.

Imagem de capa: Dmitry Naumov/shutterstock 

A Forma da Água: uma história de empatia e amor profundo

A Forma da Água: uma história de empatia e amor profundo

A Forma da Água não conta uma história comum. Guillermo Del Toro teve a máxima liberdade para expressar todos os seus sentimentos pela sétima arte. Com uma mistura de saudosismo e romantismo, o mexicano descobriu a fórmula exata entre amor e empatia. Ingredientes mais do que necessários para os tempos em que vivemos.

Uma faxineira muda que se apaixona por uma criatura. Esse é apenas o início de uma fábula bem construída, apoiada em personagens interessantes e repletos de qualidades e falhas – assim como todos nós temos. Quando pensamos nos limites do ser humano, não é difícil identificar o quanto temos nos afastado das pequenas delicadezas. Do quanto estamos absorvendo mais ódio, preconceitos e distanciamento coletivo. Ao mesmo tempo, ainda existem pessoas na contramão. Pessoas que não sentem medo de demonstrar empatia e que enxergam no diferente mais um motivo para admiração e reconhecimento. Lições e vislumbres que não são passadas adiante por qualquer um ou em qualquer lugar.

Del Toro reafirma, poeticamente, que o amor está nos detalhes. Que o amor faz a diferença na nossa capacidade de abraçá-lo e reconhecê-lo como uma ponte que liga as coisas que sentimos e demonstramos. Para isso, maturidade. A Forma da Água passeia por essas questões sem barreiras. A narrativa é crua sem deixar de transbordar sensibilidade. O cineasta aborda de tudo um pouco e usa de um amor profundo para que ninguém se perca. É um estender de mãos para quem não anda enxergando belezas no mundo.

Uma fábula, um conto de fadas ou meramente uma jornada de autoconhecimento. Talvez não seja nada disso e talvez seja. Mas, acima de tudo, A Forma da Água é uma declaração visual da importância de repararmos no quanto estamos desapegando facilmente do amor. O filme, na verdade, grita para que nada disso ocorra. Ele apela para o apego, para o sincero e para chance que todos temos e merecemos de caber no universo de alguém.

A Forma da Água é uma das obras mais recíprocas dos últimos anos. São doses terapêuticas de encontros no meio de tantos desencontros.

Imagem de capa: reprodução

Ficar de mãos dadas sincroniza cérebros e reduz percepção da dor

Ficar de mãos dadas sincroniza cérebros e reduz percepção da dor

Por Ana Carolina Leonardi

Para tomar vacina. Durante o parto. Antes de um diagnóstico importante. O ser humano é um bicho esquisito: em situações de dor e medo, nós instintivamente procuramos a mão de uma pessoa para apertar.

Já na barriga desenvolvemos o reflexo de agarrar tudo que toca a palma da mão – por isso, gêmeos podem ser vistos de mãos dadas no útero – e, na vida adulta, dar as mãos permanece profundamente associado à sensação de segurança e conforto.

Mas, além de ser bonitinho, que efeito fisiológico o ato de dar as mãos pode produzir? Os pesquisadores do Instituto de Ciência Cognitiva da Universidade do Colorado em Boulder resolveram investigar o que acontece no cérebro.

Eles reuniram 22 casais heterossexuais jovens. Todos foram equipados com toucas de eletroencefalograma, cheias de sensores para monitorar a atividade cerebral. Cada casal foi exposto a alguns segundos de diferentes cenários: sentados juntos, mas sem encostar; sentados em salas separadas; e sentados juntos de mãos dadas.

Cada teste durou dois minutos. Aí, os cientistas incluíram um estímulo doloroso: uma barra de metal era aquecida a 43ºC, 45ºC e 47ºC graus e pressionada contra o braço das participantes mulheres por 7 segundos. Elas tinham que avaliar a intensidade da dor de 0 (sem dor) a 100 (a pior dor imaginável).

Os pesquisadores calcularam a temperatura que daria uma dor moderada, com “intensidade 60”, sem avisar as participantes. E aí pressionaram a barra por dois minutos seguidos, naquelas três mesmas configurações (juntos com o parceiro, separada do parceiro, dando as mãos para o parceiro). A cada rodada, elas tinham que dizer o quanto de dor estavam sentindo.

Ao final do experimento, os cientistas analisaram os dados do eletroencefalograma. A primeira coisa que perceberam é que quanto mais próximo o casal estava, mais similar era o padrão de ondas cerebrais detectado pelo exame, especialmente quando havia dor envolvida.

Esse fenômeno é chamado de “sincronização interpessoal”, e engloba não só ondas cerebrais, mas batimentos cardíacos e o ritmo da respiração – quando o organismo de uma pessoa começa a espelhar fisiologicamente as características de quem está por perto.

Essa sincronia atingia o ápice quando o casal estava de mãos dadas. Cruzando o eletroencefalograma com a percepção de dor, os pesquisadores perceberam que quanto mais similares as ondas cerebrais, menor era a dor relatada pelas participantes. Os menores níveis de dor foram relatados no estudo quando os casais estavam dando as mãos.

Os cientistas ainda não sabem explicar a conexão entre toque, ondas cerebrais e percepção da dor. Mas, focando só no toque, outras pesquisas dão uma boa ideia do que acontece no organismo.

O toque pele a pele entre seres humanos é um dos grandes gatilhos para a produção de oxitocina, o famoso “hormônio do amor”. Uma das características da oxitocina é reduzir sentimentos de ansiedade e dor, por diminuir os níveis de hormônios de estresse como o cortisol. É superútil para mães de recém-nascidos, que são invadidas por uma enxurrada de oxitocina durante o parto e depois, quando sentem o cheiro e encostam nos bebês.

Pode sair encostando em qualquer um, se quiser: até segurar a mão de estranhos tem efeito calmante em situações de estresse. Mas se quiser uma eficácia significativamente maior (e não tiver nenhum filho recém-nascido para segurar na altura do seu nariz), a melhor opção é agarrar a mão de alguém que você ama. Pelo menos até a dor passar.

Imagem de capa: A StockStudio/Shutterstock

TEXTO ORIGINAL DE SUPERINTERESSANTE

“Há um lugar no coração que nunca será preenchido”

“Há um lugar no coração que nunca será preenchido”

Essa semana me deparei com um livro incrível, que acaba de ser lançado pela “Companhia das Letrinhas” chamado “A parte que falta”, de Shel Silverstein. Apesar de ser direcionado a crianças, o livro é cheio de significados, e traduz o mistério que todos nós carregamos, o de ter um espaço vazio dentro do peito, independente da condição de amarmos e sermos amados, ou de estarmos ou não ligados a Deus. Essa “falta” existe em todos nós, e em algumas fases ela fica mais aguda; em outras fases, fica mais suave, quase imperceptível. Porém, ela sempre existirá.

Bukowski dizia: “Há um lugar no coração que nunca será preenchido”, e eu acredito nisso também. De vez em quando somos tentados a acreditar que ao encontrarmos o verdadeiro amor ou um relacionamento que nos baste, vamos nos sentir plenos, completos, livres de angústias e indagações. Porém, isso nunca ocorre completamente. O que acontece é que nos distraímos de nossas incompletudes e inadequações, mas de vez em quando voltamos a nos sentir desamparados e solitários novamente, e isso é perfeitamente normal.

A condição humana é incompleta, e encontrar sentido nas miudezas do dia a dia, observando os pequenos grandes milagres que ocorrem desde uma chave abrir uma porta até o beijo de boa noite em quem amamos, é o que torna tudo mágico, lindo, suportável. É preciso exercitar o encanto. A capacidade de nos contentarmos com nossa realidade, com aquilo que é possível, com o que temos para hoje, com o que precisamos aceitar e o que ainda dá para transformar.

Tem uma frase de Caio F. Abreu que gosto muito. Diz assim: “Tenho me sentido legal. Mas é um legal tão merecido, batalhado…” Gosto da frase porque acredito que de vez em quando a gente tem que batalhar para se sentir bem. Porque nem todo dia será encantado dentro da gente. Mesmo com a mesa farta e a saúde intacta, alguns dias despertam mais amargos que outros, e algo sempre nos falta. É tentador imaginar que aquilo que nos falta é o amor que não deu certo, ou o passado que não existe mais, ou aquela pessoa que desistiu de nos acompanhar, ou a grama do vizinho que sempre está mais verde que a nossa. É tentador imaginar que não depende de nós batalhar por algum bem estar.

Quando a gente entende que em um momento ou outro da vida irá sentir um vazio que nada preenche; e que esse vazio irá aparecer de vez em quando; e que de repente esse vazio irá embora e tudo irá fazer sentido novamente; e que depois o vazio irá voltar… e que mesmo orando muito, tendo uma autoestima elevada e fazendo exercícios físicos esse ciclo se repetirá por toda a vida… quando a gente entende isso e aceita que é assim mesmo, a gente para de se sentir estranho, de se sentir anormal, de se sentir inadequado. A gente aprende a dizer: “Ok, é você chegando de novo, sei que logo vai embora, mas agora vou me sentir um pouco incompleto novamente, senta aqui, tá tudo bem”. Então a gente acolhe o vazio, faz as pazes com ele, e para de tentar dar um motivo a ele. A gente simplesmente percebe que ele também é parte do que somos; faz parte do mistério de sermos humanos e, portanto, limitados. A gente simplesmente aceita; deita a cabeça no colo de Deus e espera o tempo do vazio passar. Porque ele sempre passa…

É isso que o livro de Shel Silverstein transmite. Através de suas ilustrações bem humoradas e cheias de significado, somos levados a refletir sobre a falta. Ao encerrar o livro, repousamos sua encadernação sobre a perna e respiramos fundo. Parece que dá um click, sabe? De repente percebemos que estivemos enganados, inventando álibis para justificar nossas angústias e sensações de vazio. Mas ao final descobrimos que não estivemos sozinhos quando sentimos que algo nos falta. Até os reis, as atrizes de cinema e aquele crush que te esnobou já sentiram isso pelo menos uma vez na vida. Até seu ex, seu terapeuta e o padre da paróquia já experimentaram isso. Até o monge budista e o autor daquele livro de autoajuda já passaram por isso também. Você então percebe que esteve agindo como o personagem do livro, cheio de expectativas, louco para se sentir completo. Mas ao final você se absolve. Deixa a borboleta repousar sobre o seu ombro e fica feliz com a presença dela ali. Entende que a vida é cheia de mistérios, e que a percepção da felicidade ocorre para aqueles que aprendem a lidar com os altos e baixos da existência, dançando quando houver música e deitando no colo de Deus quando tudo silencia.

 

Imagem de capa:Jan Faukner/Shutterstock

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Tudo passa…você vai esquecer essa pessoa.

Tudo passa…você vai esquecer essa pessoa.

Acalme-se mulher, esse dia ainda vai chegar, e você vai se lembrar desse texto. Preste bem atenção! Você ainda vai se deparar com esse homem que está fazendo o seu coração sangrar tanto. Confie em mim! E, quando esse encontro acontecer, você não vai entender nada. Você vai olhar nos olhos dele e não vai reconhecê-lo como sendo aquele que fez todo esse estrago nas suas emoções.

Nada vai acontecer. Nada de taquicardia, nada de tremores nas pernas, nada de respiração descompassada. Você vai estranhar tudo, sobretudo a sua tranquilidade. E então você pensará: nossa, foi por esse homem que chorei tantas noites? Foi por ele que eu achei que fosse morrer um dia?

Ele também vai estranhar tudo. Ele vai ficar perplexo com a naturalidade da sua postura. Ele vai procurar aquela agonia que você sempre tinha quando estava perto dele, e não vai encontrar. Ele estará diante de uma mulher serena, natural e inteira. Ele vai procurar em seu semblante algo que denuncie qualquer sentimento, um resquício que seja. E nada. Nem mesmo aquela pontinha de ressentimento pelas dores que ele causou em você.

Você o cumprimentará com naturalidade, talvez vocês conversem algumas amenidades e você se despedirá dele com a sensação de estar flutuando. Falo daquele flutuar que traduz o sentimento de libertação de alguém que teve, por anos a fio, as emoções no cativeiro. É sobre sentir-se inteira após um longo período com o coração triturado.

Pois é, moça, você vai perceber que aquele encanto acabou. Aquela admiração, que na verdade você nunca soube porque sentia, terá desaparecido. O sorriso dele não vai mais hipnotizá-la. E você vai agradecer muito por enxergá-lo dessa maneira. Aquele homem que abalava a sua estrutura física e emocional, será percebido como um alguém comum. E você vai se lembrar das vezes em que, aos prantos, implorou a Deus para que neutralizasse aquele sentimento tão perturbador que nutria por esse homem. Alguém que nunca a amou, mas que sempre fez questão de aproveitar do seu sentimento.

E o mais bacana de tudo será a plenitude de perceber que um ciclo terminou, de fato. Sem pendências, sem mágoas, sem ressentimentos. Perceberá que, embora tenha sido absurdamente machucada por esse homem, a cura aconteceu. Você vai se dar conta de que foi capaz de seguir a sua estrada, mesmo sangrando. Você sentirá um orgulho gigante de si por ter reagido e buscado outros interesses. Você vai perceber o quanto foi incrível por investido em si mesma, mesmo naqueles dias em que mal tinha vontade de sair da cama.

Deus e o Universo farão questão de agendar essa data, para você certificar-se de que suas preces foram ouvidas e atendidas. Escreve aí.

Imagem de capa: Kaponia Aliaksei/shutterstock

Ser famoso ou ser importante

Ser famoso ou ser importante

O sonho de uma boa parcela da população é ser famoso. Mas será que ser famoso é uma maravilha tão grande assim? Eu acredito que não! E para refletir sobre isso, trago um texto bem curto do brilhante filósofo brasileiro Mario Sergio Cortella.

SER FAMOSO E SER IMPORTANTE

“Você e eu sabemos que vamos morrer um dia. Desse ponto de vista, não é a morte que me importa, porque ela é um fato. O que me importa é o que eu faço da minha vida enquanto a minha morte não acontece para que essa vida não seja banal, superficial, fútil, pequena…

A esta hora preciso ser capaz de fazer falta. No dia que eu me for eu quero fazer falta. Fazer falta não significa ser famoso, significa ser importante.

Há uma diferença entre ser famoso e ser importante. Muita gente não é famosa e é absolutamente importante.

Importar significa levar para dentro. Alguém me importa para dentro, me carrega.

Eu quero ser importante. Por isso, para ser importante eu preciso não ter uma vida que seja pequena. E uma vida se torna pequena quando ela é uma vida que só se apoia e si mesmo, fechada em si. Eu preciso transbordar. Eu preciso me comunicar. Eu preciso me juntar. Eu preciso me repartir nessa hora… Minha vida, que, sem dúvida ela é curta, eu desejo que ela não seja pequena…”

Eu me identifiquei completamente com essas palavras, porque é exatamente assim que eu penso. Eu também tenho o desejo intenso de ser importante, mas não famoso. E já aprendi que para ser importante eu tenho que viver uma vida que valha a pena, que mude sem deixar a minha essência, que viva intensamente o momento presente, e evite fazer o que todo mundo faz, ou seja, seguir o caminho da mediocridade.

Eu me impressiono com o fato de as pessoas da nossa sociedade atual estarem perdendo a noção do que é ser importante. A maior parte associa à fama, o que é um grande engano. A fama é algo extremamente passageiro, mas a importância fica para sempre. Ela vai tão mais além que leva ao encontro das almas. Quando alguém é verdadeiramente importante para outra, o convívio e encontro pessoal é tão profundo, que falta palavras para descrever, pode-se apenas vivenciar.

Ele fala que existem pessoas que são absolutamente importantes e não são famosas. Vou citar um exemplo mais que concreto, a minha mãe. Ela não é famosa, não quer ser, e muito provavelmente nunca será, mas posso afirmar que ela é muito importante, porque aonde ela vai, leva a sua energia pacificadora e espiritual. Ela tem um dom incrível de ouvir os outros e , quando necessário, dar bons conselhos. Frequentemente ela recebe seus amigos em casa, que vão para desabafar suas tristezas, mágoas ou frustrações. Essa sua atitude generosa faz com que ela receba um lugar especial no coração de todos os seus verdadeiros amigos. Minha mãe é uma pessoa que certamente fará falta quando se for. No seu enterro ela receberá dezenas, talvez centenas de homenagens.

Muitos podem até ficar aflitos por eu estar falando isso, mas não me incomodo nem um pouco. As pessoas tem medo de falar da morte, mas eu não, eu a tenho como uma grande amiga. Posso morrer hoje ou amanhã, ou mesmo daqui a 80 anos, que a minha alegria, satisfação com a vida e sentimento de que fiz a minha parte sempre estarão presentes. O senhor Mario Sergio Cortella também me ensinou muito a observar e entender a morte sob um ponto de vista muito mais profundo.

Quando você morrer, terá sido uma pessoa famosa ou importante? Adoro o questionamento que o Mario sempre faz às pessoas. Qual é a tua obra? Faça-se essa pergunta hoje! Quando você se for, qual legado você terá deixado? Você terá vivido uma vida de se orgulhar? Para que isso aconteça, sua vida não pode ser pequena.

Para continuar filosofando sobre esse tema tão instigante, deixo o link de um dos textos do Mário que tive a honra de compartilhar, que se chama “A vida é muito curta para ser pequena”

Imagem de capa: Reprodução

A confiança só requer tempo quando ela foi perdida.

A confiança só requer tempo quando ela foi perdida.

A confiança só requer tempo quando ela foi perdida. No mais, temos sempre a motivação de confiar naqueles que dividem suas vidas conosco, caso contrário, viveríamos na paranóia da desconfiança, não teríamos paz, não conseguiríamos jamais contar com as pessoas.

Seria um mundo triste viver na desconfiança.

Confiança é algo natural, já existe em nós e damos ela requerendo-a também num gesto tácito. Eu te dou minha confiança assim como te ofereço meu respeito e amor.

Entregamos doses de confiança diariamente na certeza de que seremos respeitados, e que o outro ser humanos também carrega consigo a importância deste vínculo sagrado.

Nascemos com ela. A relação mãe e filho é de uma entrega de total confiança, absoluta. O bebê tem fé de que será amado e nutrido por sua genitora. Crescemos nas bases da confiança. A entregamos aos amigos, vizinhos, porteiro, família, parceiros, ao mecânico, piloto, motorista, ao médico… Confiamos no ser humano!

Eu confio em você até que você me prove o contrário.

Perder a confiança é trágico .
É perder a paz, a tranquilidade a fé em alguém. Restabelecer isso leva tempo. Nascemos para confiar e quase não ensinam como agir diante de uma confiança perdida.

Tenha confiança, seja confiável!
Reconquistar confiança de alguém requer dedicação, amor, perdão, desejo de resgate e provas de que a confiança pode voltar a existir quando existe amor.

Confiança é tesouro. Ela vale Ouro!

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Imagem de capa: g-stockstudio/shutterstock

O amor está nos pequenos gestos!

O amor está nos pequenos gestos!

Dizem que o amor está nos pequenos gestos. Sou suspeita ao concordar. Nunca fui de falar, apenas demonstrar. Não preciso dizer que amo alguém a cada 5 minutos. Posso demonstrar meu amor através de pequenas atitudes.

Hoje, ao acordar, fui à cozinha tomar café. Quando abri o recipiente onde guardo pães, havia um saquinho branco de padaria. Ao abrir o saquinho, me deparei com uma bisnaga de açúcar. Minha mãe não havia só comprado o pão francês, ela havia comprado a bisnaga que eu tanto amo.

Minha mãe nunca foi de falar “eu te amo”, entretanto, demonstra seu amor através de pequenos gestos. Mesmo não dizendo, me sinto amada quando ela faz um pequeno agrado.

Me sinto amada, quando ela me liga para saber se estou bem. Me sinto amada, quando ela trás chocolates. Me sinto amada, quando ela faz questão de ir à igreja comigo. Me sinto amada, quando me dá um beijo na testa antes de dormir. Me sinto amada, com seus pequenos gestos.

O amor não precisa ser necessariamente dito. Posso amar e não dizer que amo. Mas isso não quer dizer que não amo. Quer dizer que tenho meu jeito de amar.

Da mesma forma que minha mãe não é de dizer “eu te amo”, prefiro demonstrar meu amor quando ligo para saber se está tudo bem. Ou, quando vejo um doce que ela gosta e faço questão de comprá-lo. Ou então, quando deito em seu colo e peço afago.

Não importa a forma que você demonstra amor. Verbalmente ou através de pequenos gestos, não deixe de demostrar o quão amado (a) é aquela pessoa.

A vida é um sopro, e enquanto estivermos aqui, espalhemos amor. É de graça, e faz um bem danado quando reciproco.

Imagem de capa:Martin Novak/shutterstock

Sim, temos personalidade forte.

Sim, temos personalidade forte.

Sim, temos personalidade forte. Sabemos de onde viemos e para onde iremos, e nos lembramos de cada minuto do nosso caminho percorrido. Cada erro, cada acerto, cada palavra de consolo ou de crítica estão aqui, guardados a sete chaves na caixinha de aprendizados.

Sim, temos personalidade forte. Somos julgados como agressivos, ignorantes, rudes e arrogantes. Já ouvimos muita ladainha e não perdemos mais tempo com conversa fiada. Somos objetivos, práticos, otimizamos nosso tempo e detestamos quando alguém nos faz perder o foco, o caminho ou a direção. Quer? Então vamos em frente! Não quer? Ótimo também.

Sim, temos personalidade forte, e isso não quer dizer que não sabemos nos relacionar. Queremos nos relacionar, mas não com qualquer um. Ou soma ou some, seja no amor, na amizade ou na baia do lado da nossa na empresa.

Nosso “gênio forte” nos protege de muita coisa. Pessoas com mentes fracas não se aproximam de nós porque provavelmente as assustamos. Pessoas com má índole não se aproximam de nós porque sabem que não vamos deixar barato. Pessoas falsas não se aproximam porque sabem que máscara sempre cai, e somos especialistas nisso.

Se temos um problema, resolvemos. Se algo nos incomoda em alguém, falamos com a pessoa cara a cara. Não mandamos recados, não criamos hashtag em redes sociais, não somos de indiretas. O jogo conosco é com todas as cartas na mesa, sem segredos, sem atalhos, sem disse-me-disse.

Nos alcançam os empáticos, os insistentes, os que sabem que nosso conhecimento e conduta podem ajudar – e muito – a sua caminhada. Ficam um pouco mais em nossas vidas aqueles que sabem que às vezes é preciso remover muitas camadas até chegar ao coração.

Um caráter forte não significa necessariamente uma pessoa difícil de lidar, aliás, nunca vi afirmação mais errônea. Forte significa alguém que também cai facilmente, que também se abala, mas que sabe que a vida não é só sobre a chegada. É a caminhada que difere cada um. Afinal, nosso destino é o mesmo, não importa cor, classe social, religião.

Forte é alguém que já viu de tudo, aprendeu muito, sofreu mais do que achou que poderia e concluiu sabiamente que tudo passa. Agora, dono desse entendimento, sabe dar valor ao tempo, sabe quando vale a pena dar opinião e quando vale a pena deixar os cachorros se morderem sozinhos.

A personalidade forte esconde uma sabedoria de vida. Ela mascara através de frases diretas uma experiência profunda naquilo que se fala. Ela impede relacionamentos fadados ao fracasso porque já sabe o que é tolerável e o que não é. Ela sabe também a hora de tirar o time de campo, porque já compreende que desistir nem sempre é dar um passo pra trás. Uma renúncia hoje pode se tornar uma vitória amanhã.

As lições da vida estão aí para todos nós e não irão poupar ninguém. Nós, donos de um caráter assertivo e poderoso, já estivemos por ai dando a cara pra bater e sabemos que algumas porradas não precisam ser tomadas duas vezes. Somos inteligentes, seletivos e pontuais. Nem todo mundo enxerga o nosso temperamento como uma característica positiva, e tá tudo bem. Afinal, pessoas rasas não combinam com personalidades profundas.

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Nada acontece sem um propósito e ninguém passa pela nossa vida por acaso

Nada acontece sem um propósito e ninguém passa pela nossa vida por acaso

Toda a praticidade tecnológica que nos rodeia em nosso cotidiano cada vez mais apressado e célere acaba por nos tornar impacientes, como se não tivéssemos mais tempo para esperar por nada além de alguns segundos. Queremos a comida pronta, a internet mais potente, o carro mais veloz, a dieta mais rápida. Nessa toada, tudo tem que ser agora, todas as resoluções têm que vir instantaneamente. Infelizmente, há coisas que levam tempo. Muito tempo.

Na verdade, aprender requer demora, paciência e aceitação. Tanto na escola, quanto na vida, as lições não são automáticas, pois envolvem mudanças significativas de pensamento, quebra de paradigmas, desconforto e enfrentamento de si mesmo. Trata-se de um processo longo, muitas vezes doloroso e decepcionante. Por essa razão é que, sem a paciência para que o curso dos dias clarifique as nossas ideias, ninguém consegue entender as tempestades que costumam cair sobre nossa jornada, tampouco superá-las.

Uma coisa é certa: tudo o que nos acontece tem um propósito e nenhuma pessoa passa pelo nosso caminho por acaso, ainda que se trate de situações incômodas, desgastantes, dolorosas. De repente, por exemplo, temos que lidar com um público grosseiro em nosso trabalho exatamente para aprendermos a ser mais tolerantes e menos arrogantes. Assim como nos relacionamos com alguém que requer muita atenção, para termos que sair de nosso mundinho e enxergar o outro.

Isso não quer dizer que teremos que aceitar resignadamente tudo o que acontece e todos que encontramos pelo caminho. Pelo contrário, será necessário digerir os acontecimentos incômodos e tomar atitudes que nos afastem de situações que nos desgastam. Da mesma forma, deveremos refletir sobre o tipo de companhia que queremos e merecemos, para que consigamos manter junto somente quem nos entende e nos torna mais felizes. Mas lembremos, sempre, que isso tudo demanda mais do que alguns dias.

Não tem outro jeito, será necessário aguardarmos a passagem do tempo, enquanto analisamos as situações que nos exasperam e as pessoas que nos diminuem, mudando nossas formas de pensar e de agir, em favor de nossos sonhos de felicidade. O tempo trará as respostas e será maravilhoso podermos ter a certeza de que conseguimos superar o que foi dor, aprendendo com cada tombo, cada lágrima, cada insônia. É assim que a gente levanta de novo.

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Por mais que você faça, nunca terá feito o bastante para algumas pessoas

Por mais que você faça, nunca terá feito o bastante para algumas pessoas

Viver sempre será uma jornada cheia de surpresas, algumas boas, outras nem um pouco. Dentre tantas coisas imprevisíveis e inesperadas que teremos pela frente, lidar com a ingratidão será uma constante em nossa caminhada. Seremos, muitas vezes, reconhecidos pelo bem que fizermos e pelas ajudas que oferecermos, porém, também colheremos muita ingratidão de pessoas que se esquecerão de tudo o que já tivermos feito por elas.

Talvez seja apenas um senso comum, mas parece que, quanto mais fácil as coisas chegam às pessoas, menos elas se tornam capazes de agradecer e de reconhecer o quanto são felizes. Infelizmente, muitas pessoas se acostumam a ter seus desejos atendidos, a ver os outros agindo em seu favor e, quando isso não acontece, acabam se desesperando. Habituam-se a serem atendidas, a receberem ajuda prontamente, sem esperar. Recusam-se a ouvir “não”, pois não aprenderam a lidar com isso.

Mal sabem o quanto a gratidão é benéfica, o quanto agradecer ilumina, renova, cura e salva, tornando-nos melhores e mais esperançosos. A ingratidão, por seu turno, equivale a uma ausência de fé, de sonhos, de esperanças, porque quem só espera do outro é incapaz de se amar, de perceber o quanto é capaz de evoluir e de conquistar o que se quer por seus próprios méritos. É como se a pessoa não se reconhecesse merecedora de nada, capaz de nada, sempre necessitando que alguém faça a parte dela.

É necessário ter a consciência de uma coisa que ninguém poderá fazer por nós: a nossa parte. Sempre que uma pessoa estiver deixando de cumprir com o que lhe cabe, estará sobrecarregando alguém que, além das próprias atribulações, ainda terá que cobrir a falta do outro. A vida funciona assim como em uma equipe: cada um é encarregado de certos afazeres que, se negligenciados, serão feitos por outra pessoa, que acumulará o que não é seu.

Como se vê, uma das melhores atitudes que poderemos tomar será não esperarmos gratidão por tudo o que fizermos. Embora nos faça bem ter nossas ações reconhecidas, ajudar é o que realmente importa, uma vez que nos sentimos muito mais gente enquanto oferecemos o nosso melhor às pessoas. Sempre estaremos felizes ao ajudar nossos semelhantes, sejamos ou não reconhecidos, afinal, o que importa é se sentir bem consigo mesmo – o que vier lá de fora é lucro.

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A sua vida só vai pra frente depois que você se desapega das pessoas que te levam pra trás

A sua vida só vai pra frente depois que você se desapega das pessoas que te levam pra trás

Mais importante do que estarmos dispostos para novas oportunidades, também precisamos estar atentos com quem está ao nosso redor e tenta colocar a gente pra baixo. Às vezes são corações invejosos, confusos ou que ainda não perceberam os seus lugares no mundo. Mas uma coisa é certa, se deixarmos, essas pessoas farão de tudo para que não encontremos a paz que merecemos.

Tem amor que chega para tudo em nossas vidas, menos para somar. Ele finge se importar com as coisas que sentimos e com as coisas que queremos, mas, no fundo, cada conquista nossa é motivo para que ele se sinta ameaçado ou injustiçado. E tudo por quê? Porque conseguimos seguir em frente sem pisarmos ou desconsiderarmos os sentimentos de alguém. Pode ser alguém próximo de você ou alguém que acabou de conhecer, não importa. O amor de certas pessoas é medido pelo quanto dependemos delas e não do quanto somos capazes de caminharmos com as nossas próprias pernas. Essas pessoas não estão interessadas que você viva, que você se solte, que você alcance todo o seu potencial. Elas querem ver você mendigar companhia e suplicar por ajuda.

Algumas nem se dão conta da mal que fazem conosco. Algumas possuem um ego tão inflado que, no pior dos casos, sabotam a confiança que depositamos nelas, transformando tudo o que fazemos e entregamos em níveis absurdos de manipulações e humilhações. É um jogo cruel onde vence quem tira o céu do outro. Gente assim não vale a pena mantermos em nossos dias. São relacionamentos altamente contagiosos, com sintomas que variam da falta de empatia para a falta de vergonha na cara.

Antes que você pense, o desapego a ser praticado sobre essas pessoas não significa que todas sejam assim e muito menos que isso seja a resolução de todos os seus problemas. O desapego é um exercício diário, mas que deve ser acompanhado de uma boa dose de apego. Apego por você e pelas pessoas que facilmente em nada se parecem com esses corações levianos.

Esteja disposta (o) para abraçar quem participa, quem entende e quem respeita os seus caminhos. Distribua sorrisos para quem torcer, caminhar junto e vibrar com as suas felicidades. Isso sim é ter a vida pra frente. É dessa gente que precisamos para não nos perdermos daquilo que realmente faz a diferença no viver, a paz de espírito. Benditos os que chegam para somarem liberdades.

Imagem de capa: Serhii Yurkiv, Shutterstock

O título do texto é uma citação atribuída ao escritor Caio Fernando Abreu.

A ansiedade da espera e a recompensa do encontro.

A ansiedade da espera e a recompensa do encontro.

“Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca há hora de preparar o coração…” (Exupéry)

Acredito que muitos conheçam essa citação do livro “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry. E que muitos já tenham passado, em algum momento, por uma situação de impaciência na qual tenha de identificado com esse trecho, principalmente no que diz respeito aos sentimentos como amor e paixão. Creio que muitas pessoas tenham se emocionado bastante ao ler a história do pequeno príncipe, que com profundidade tocou o coração de adultos e crianças. Talvez eu tenha um motivo especial para falar sobre um príncipe apaixonado pela sua Rosa, principalmente porque acredito que muitos tenham uma Rosa que mereça um carinho especial.

É engraçado que, ao criarmos laços com alguém, se torna extremamente importante que haja uma perspectiva diferenciada daquilo que vivemos num determinado momento. Porque tudo passa a ter um toque especial. Um encontro marcado, por exemplo, passa a ser um espera cruel, porque o tempo ideal para o amor seria o “agora”. Como um café recém-preparado, para que possamos degustar o seu sabor. Há uma experiência muito interessante, quando se trata de paciência. Há um compromisso, um ato de respeito ao próximo, que passa certa credibilidade àqueles aos quais amamos, pois alguns valores transcendem aquilo que esperamos. Isso é o que faz com que o tempo seja diferente em alguns aspectos. Depois de tantas buscas, talvez encontremos a razão para o que podemos chamar de “impaciência amorosa”. Talvez os encontros e desencontros possam, com o tempo, revelar a mais sincera intenção dessas almas inquietas, o que fará com que se sintam mais confortáveis. Embora não seja possível prever algo que venha de corações ansiosos, pois o máximo que podemos dizer é que um dia, já sentimos isso na própria pele. E quem nunca se sentiu desconfortável, ao se deparar com um tempo de espera para ir a algum encontro? Bem, o que quero dizer é que, mesmo acessando, vez ou outra, lugares da memória que nós desprezamos, ainda estaremos ligados de alguma forma, àquilo que esperamos para nos trazer logo a esperada alegria, ou pelo menos continuaremos empenhados em prosseguir nessa busca, e isso é que nos traz a ansiedade. Tenho por certo que todos nós gostaríamos de ter o poder de controlar o tempo. Entretanto a dinâmica da vida carrega consigo a beleza da espera. Isso é o que nos dá a força exata que necessitamos para recomeçar, e nada tem o poder de mudar o nosso desejo de descobrir o que o tempo tem reservado para nós, mesmo diante da possibilidade de que tenhamos as nossas expectativas frustradas, porque o tempo se encarrega de consertar aquilo que resta na estação favorita da nossa alma. Seja lá qual for.

Quando enfim, a ansiedade que torna tão amarga a espera, e tão doce a esperança, se portar como uma virgem que compartilha sonhos virá então, com certeza, a esperada recompensa… Quando surgir, de todos os lados, o brilho da felicidade, seguida de cores que ninguém jamais poderá apagar. Ademais, nada há de se fazer contra a ansiedade, pois sabe-se que na vida, toda resposta vem no momento certo, mesmo que não tenhamos preparado o nosso coração.

Imagem de capa: Mirelle/shutterstock

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