Diga o que te incomoda quando te incomodar, não espere ser tarde demais

Diga o que te incomoda quando te incomodar, não espere ser tarde demais

Normalmente, quando algo nos incomoda, irrita ou dói, precisamos dizer imediatamente. Expressar esse desconforto permite libertar-se dele, pelo menos em parte. O contrário, se nos reprimirmos, acabamos nos sentindo mais irritados ainda.

Obviamente, todas as pessoas não reagem da mesma maneira. Existem aqueles que preferem permanecer calados. A verdade é que o melhor momento para indicar que algo incomoda é no agora. Se você esperar, talvez seja tarde demais e acabe se recriminando pelo que não disse ou não fez, prendendo-se em um círculo de pensamentos reprimidos.

Por que é importante expressar nosso desconforto imediatamente?

– Porque ninguém deveria nos fazer sentir mal. Se alguém ultrapassa os nossos limites e nos faz sentir mal, não devemos permitir que isso continue acontecendo. De fato, quanto mais cedo pudermos agir sobre o assunto, melhor, porque não iremos alimentar o fogo das emoções negativas. Lembre-se de que ninguém pode prejudicá-lo sem o seu consentimento.

– Porque é importante afirmar nossos direitos. Todos nós temos direitos elementares e outros não devem atropelá-los. Se uma pessoa nos ignora sem motivo, se comporta de forma agressiva ou nos humilha, temos o direito de interrompê-la.

– Porque é o caminho mais rápido para resolver um problema. Um velho ditado diz que “quando o burro cai, as varas são dadas”. Quando indicamos um comportamento que nos incomoda, o assunto geralmente não tem grande importância, é resolvido e pode terminar aí. Mas se permanecermos em silêncio, e continuarmos ofendidos, continuaremos a levar esse problema conosco.

Lembre-se que tudo o que nos incomoda e reprimios acaba acumulando dentro de nós. Se em um relacionamento engolimos um sapo após do outro, a raiva e a frustração acabarão explodindo no momento mais inadequados e nos farão dizer ou fazer coisas das quais nos arrependeremos.

A capacidade de se afirmar sem ferir os outros

Assertividade é uma capacidade que nos permite afirmar sem prejudicar os outros. Quando somos assertivos, somos capazes de defender nossos direitos e expressar o que sentimos sem ferir os sentimentos das pessoas ao nosso redor. Trata-se de defender nosso espaço, respeitando ao mesmo tempo o espaço dos outros.

O principal problema é que quando algo nos incomoda, ficamos imediatamente irritados, zangados ou frustrados. Então deixamos aquelas emoções que falarem por nós e, reivindicando nossos direitos, ao invés de auto-afirmação, acabamos atacando os outros. E esse não é o objetivo.

Portanto, quando algo nos incomoda, irrita ou nos prejudica, devemos tentar ser o mais assertivo possível. Dê um passo atrás, metaforicamente falando, e tente se distanciar de suas emoções tornando-se um observador externo. Só então você pode expressar o que você não gosta.

Por exemplo, você pode dizer: “Eu não gosto que você grite comigo, isso me deixa desconfortável.” Acho que nos entenderemos melhor se você abaixar sua voz “. Desta forma, você não apenas expressa seu desconforto, mas também fornece uma solução.

Quando você fala com assertividade, a outra pessoa percebe que ele cruzou certos limites. Na verdade, é provável que tenha feito isso sem perceber. Mas se você ficar irritado e gritar, só fará a situação se degenerar rapidamente.

5 regras para expressar o que incomoda

1. Use expressões que denotem sua maneira de sentir, como “eu quero”, “eu gosto” ou “eu sinto”. Desta forma, você pode estabelecer um vínculo emocional mais profundo com a outra pessoa. Por exemplo, em vez de dizer: “Estou cansado de você gritar comigo”, você pode dizer: “Eu não gosto que você grite comigo, quando você grita me sinto mal”.

2. Reconheça o positivo do seu interlocutor. Não se trata de elogiá-lo, mas você pode destacar alguma qualidade positiva, então ele será mais receptivo à sua mensagem. Por exemplo, você pode dizer: “Normalmente você é uma pessoa muito calma, mas agora está gritando comigo”.

3. Não use reprovações, ironias ou desprezo. Se você quer que os outros respeitem seus direitos, também deve respeitá-los. Isso significa que devemos tratar os outros como gostaríamos que eles nos tratassem. Não recorra à humilhação, recriminações e sarcasmo para ferir o seu interlocutor. Eles são golpes baixos que não fazem de você uma pessoa melhor e levam a lugar nenhum.

4. Seja conciso. Muitas pessoas têm medo de perder a aprovação dos outros, então acabam circulando sobre o assunto e, no final, não atingem seu objetivo. Se algo lhe incomodar, esclareça imediatamente. Não tenha medo de expressar sua opinião.É melhor que você seja direto para não causar mal-entendidos. Por exemplo, ao invés de dizer: “você sempre se comporta assim” você pode ser mais específico: “me incomoda que você grite comigo”. Lembre-se de que não se trata de atacar a pessoa, mas de apontar um comportamento ou atitude de que você não gosta.

5. Forneça uma solução. Em muitas ocasiões, expressamos como nos sentimos, mas não conseguimos enxergar uma rota de fuga, então o problema permanece sem solução. De fato, devemos ter em mente que nosso interlocutor provavelmente também se sentirá sobrecarregado ou frustrado. Portanto, sempre que indicarmos algo que nos incomoda, seria conveniente propor uma solução, indicar outra maneira de fazer as coisas. Por exemplo, você pode dizer: “Eu não gosto que você grite comigo. Eu sugiro que você dê um passeio e fale calmamente “.

Texto traduzido e adaptado de Rincon Psicologia. Tradução de nossa página parceira Psicologias do Brasil.

Daquilo que você ama, quanto tempo levaria para você citar o seu nome?

Daquilo que você ama, quanto tempo levaria para você citar o seu nome?

Quantas vezes você se escondeu, tapou suas questões emocionais em religião, pessoas, lugares e coisas?

Se fosse para listar tudo aquilo que você ama,quanto tempo você levaria para citar o seu nome?

Leve-se em consideração e permita compreender as motivações do seus sentimentos.
Afinal, eles são seus, frutos de seus pensamentos frutos do seus aspectos subjetivos.

Aquilo que aborrece uma pessoa, para outra pode não fazer a diferença. Para um, uma palavra pode virar gatilho emocional para a carência e rejeição, quanto para outro é possível passar despercebido.

Cada um tem uma forma de ver o mundo. Uma programação de alma. A sua é única, por isso, se auto analise e se entenda. A sua vida vale muito, dê atenção ao que se passa em você; Seus pensamentos podem estar como cavalos em fuga, e você sem total controle sobre eles.

Você fala o que sente ou repete padrões? Você se atende em situações de conflito ou joga para baixo do tapete e finge que nada disso é seu?

Não dá para fugir da própria sombra, mas é possível acender a lâmpada do entendimento, iluminar os aspectos obscuros e assim promover a cura.

Usar máscaras e fugir das responsabilidades parte do ego que tem necessidade de ser amado, aceito…Tem medo de julgamentos, de olhares. Mas sabe, vou te dizer uma coisa que pode aliviar sua tensão: estão todos lidando com seus egos! Todos estão em seus processos de entendimento, cura e ninguém está perfeito! As imperfeições são essenciais para nossa descoberta e experiência terrena e de expansão!

Não use máscaras, você não precisa mais delas! Você pode ser você de verdade, ser quem você é, sem medo! Apenas, seja! Está tudo bem!

Observe quando é seu ego que quer mandar, quando é dele as manifestações que não te permitem apenas ser!

A lei do mínimo esforço traz mais felicidade pois é baseada na aceitação, e essa é ação que vem do coração. O Silêncio interno é chave para o coração se manifestar.

Exigir algo que deveria ser espontâneo, por exemplo, é manipulação do ego. E se você precisa exigir é porque também não está sendo natural. E se não está vindo de forma solta e feliz é porque há algo errado…

Não há nada que possa aprisionar mais que seus próprios pensamentos, nada limita mais que os medos e nada controla mais que as crenças. Mude os padrões. Reveja, repense, sinta, e não se lamente.

Não há vítimas! Há vivência, experiência e entendimentos.

Conheça a ti mesmo com amor.

Pessoas ansiosas não têm culpa por sua ansiedade

Pessoas ansiosas não têm culpa por sua ansiedade
Teenage girl sitting alone on autumn cold day. Lonely sad young woman wearing warm sweater thinking and hesitating. Loneliness and solitude concept.

Sêneca, principal representante da escola filosófica do estoicismo, afirmou:

“Quem sofre antes do necessário sofre mais que o necessário.”

Esta frase diz muito sobre ansiedade. A palavra “necessário” demonstra não só que o sofrimento é uma realidade, como também sugere que ele deve ser administrado com inteligência, de forma que o sofrer não seja em vão, e sim transformado em conhecimento emocional produtivo.

Sofrer por antecipação é um hábito comum dos ansiosos, que parecem estar sempre carregando consigo um espectro de pessimismo. Diferente de prever o futuro, eles querem viver o futuro antes de ele chegar e, assim, custam em se entregar ao momento presente.

Todos sofrem de um grau de ansiedade, então por que alguns se dizem ansiosos e outros não? Isso depende da intensidade do problema em cada caso particular. Para alguns, a ansiedade é normal, situacional, tem curta duração e não provoca maiores complicações; para outros, é uma bola de demolição que arruína seus relacionamentos em várias esferas da vida. Chega a assustar a quantidade de pessoas que buscam ajuda médica e psicológica por causa da ansiedade, que chegou a proporções epidêmicas no século XXI. Os psicólogos têm especulado sobre as possíveis razões para o aumento da ansiedade nos últimos tempos, e suas opiniões parecem ter um fator comum: não só a ansiedade cresceu, como também as pessoas se tornaram mais sensíveis e predispostas a ela.

A enxurrada de informações, o vício em tecnologia e a necessidade de eficiência constante no trabalho fazem com que as pessoas vivam aceleradas, imensamente preocupadas com seus afazeres, talvez mais do que nunca. O frenesi regurgitante dos acontecimentos impede que se possa parar para refletir qualitativamente sequer por um instante. Na década de 1950, Martin Heidegger alertou para a “maré de revolução tecnológica” que viria com a perda do “pensamento meditativo”, algo essencial não só à humanidade, mas também para amenizar a ansiedade.

Encontrar a paz interior nunca foi tão desafiador em um mundo que parece crescer em agitação e reduzir em tranquilidade. Não há tempo a perder. A vida não espera por ninguém. O sucesso é, muitas vezes, resultado do sacrifício da própria saúde.

Apesar da vida não ter misericórdia com quem não sabe usufrui-la com parcimônia, manter a parcimônia através de um modelo de vida frenético é uma tarefa quase utópica, a ser realizada somente por aqueles que, de tanto sofrer, se sentem urgentemente obrigados a reavaliar sua conduta.

As pessoas precisam de cada vez mais estímulos para desenvolver suas atividades cotidianas. Com isso, aumenta-se o senso de urgência. A quantidade de estímulos a que se está submetida é tamanha que o espaço para o ócio, para um tempo livre, é quase inexistente. Essa vastidão de estímulos prejudica a produtividade no dia a dia, pois, com efeito, torna as pessoas mais distraídas e desconcentradas.

Certas situações exigem comportamentos urgentes, mas o fato é que comportamentos urgentes estão sendo preferencialmente escolhidos mesmo em situações que dão amplo espaço para o livre-arbítrio.

O mundo corre sem parar e as pessoas acham que, se não acompanharem o ritmo, definharão, enquanto estão definhando por adotarem um estilo de vida excessivamente ajustado a esse mundo.

A necessidade premente de reconhecimento e a vontade de estar sempre produzindo mais e melhor são fatores que apontam uma supervalorização do trabalho, que hoje é tanto agregadora de valor quanto causa de esgotamento. Em seu livro Elogio ao Ócio, o filósofo Bertrand Russell ilustrou o seguinte:

“Suponha-se que em um dado momento algumas pessoas estejam envolvidas na produção de alfinetes. Elas fazem tantos alfinetes quanto o mundo precisa, trabalhando, digamos, oito horas por dia. Alguém faz uma invenção através da qual o mesmo número de pessoas pode fazer duas vezes o número original de alfinetes. Mas o mundo não precisa de mais alfinetes, e dificilmente algum seria comprado por um preço menor. Em um mundo sensato, todos os envolvidos na fabricação de alfinetes passariam a trabalhar quatro horas ao invés de oito, e tudo continuaria como antes. Mas, no mundo real, isso seria considerado desmoralizante.”

Muito da ansiedade é consequência da sobrecarga de trabalho, do culto da eficiência profissional urgente. A falta de trabalho é vista como prejudicial e, de certa forma, vergonhosa, ao passo que se considera o excesso de trabalho algo enobrecedor. Esse ideal de nobreza, no entanto, produz mentes atabalhoadas para suprir uma carga de demanda que excede o suficiente, na maioria dos casos.

Quando alguns intrometidos – como Russell – sugerem que, para reduzir a ansiedade, deveria se trabalhar menos, em resposta ouvem que “Cabeça vazia é oficina do Diabo”, ou “O ócio é o pai de todos os vícios”, ou “Isso é argumento de vagabundos”. Não se quer dizer aqui que o trabalho gera ansiedade – muitas vezes, a ocupação profissional é um antídoto contra ela. O que não ajuda a ansiedade é o trabalho excessivo.

Quem não sabe manter-se calmo em um mundo globalizado que funciona na base da hipervelocidade é engolido pelo tempo e sente sua saúde psíquica sobrecarregada.

As pessoas sentem-se irritadas quando seus celulares travam, quando colegas de trabalho procrastinam em vez de terminarem logo uma tarefa importante, quando os garçons não as atendem prontamente no restaurante, quando seus amigos demoram demais para responder mensagens de texto, quando o filme não as agrada nos primeiros cinco minutos. Tudo é desejado o mais rápido possível. Vive-se dentro de um liquidificador em funcionamento.

A aceleração contínua do processo de existência é um fenômeno que acontece em metrópoles e também chega em pequenas cidades. Trata-se de um modelo de comportamento disseminado em todos os lugares. As pessoas se acostumaram tanto com isso que uma diminuição no ritmo de sua rotina chega a ser estranhada.

Uma crise de ansiedade provoca grande sofrimento. Normalmente súbita e incontrolável, surge como um vendaval de pensamentos atordoantes que deturpam a ordem e deixam o ansioso medroso. Medo e ansiedade andam lado a lado. O ansioso pensa que não conseguirá lidar com os acontecimentos que o competem. Torna-se difícil contornar essa situação por meios meramente racionais. Na verdade, quase toda crise de ansiedade é irracional, podendo inclusive desencadear pânico.

A grande maioria das coisas que deixam as pessoas ansiosas não são tão prejudiciais quanto a ansiedade diz que elas são. A autocrítica inflada, nas horas difíceis, costuma dar a impressão de que o caos subverterá todas as reivindicações por paz interior. Mas, quase sempre, essa autocrítica é apenas o medo se manifestando.

Quem sofre antes do necessário sofre mais que o necessário. Essa verdade está sob o entendimento de qualquer ansioso, embora não ajude tanto na resolução de uma crise ansiosa.

O ansioso antecipa eventos que estão fora de seu controle, imagina ocorrências catastróficas e, não raro, se sabota. Essa autossabotagem é uma consequência direta de querer viver algo que ainda não aconteceu. A influência do futuro na vida de um ansioso é tamanha que obscurece sua capacidade de focar no presente: essa é a maior sina que ele tem que aguentar.

A ansiedade, apesar de ser quase sempre negativa, também funciona como um mecanismo de defesa contra possíveis ameaças externas e, portanto, tem uma importante função evolutiva. O problema está em se sentir ansioso mesmo quando não há perigos à volta. Quando tudo parece bem e ainda assim o ansioso sente uma crise, esta é concatenada por um medo irracional, e então ele se sente acuado e sem motivos convincentes para explicar seu problema.

De acordo com Sêneca:

“Os animais selvagens fogem dos perigos que encontram em sua realidade e, depois de terem escapado, deixam de se preocupar. No entanto, somos atormentados pelo passado e pelo que está por vir. Nossa “benção” nos fere, porque a memória nos devolve a agonia do medo, enquanto a previsão a provoca prematuramente.”

A grande maioria dos pensamentos não pode ser controlada, mas o ansioso teima em aceitar isso. O desejo de governar todos os pensamentos em busca de metas específicas dificulta o atingimento dessas metas. Algumas coisas acontecem além da vontade humana, e querer controlar o imprevisível é o mesmo que decepcionar-se com o próprio poder. Uma vez que a força do livre-arbítrio é parcial, qualquer tentativa de ultrapassar os limites dessa liberdade está fadada ao fracasso.

Os ansiosos estão acostumados a tentar ludibriar o destino, inclusive quando este se encontra além de todos os esforços humanos possíveis. Nicolau Maquiavel sugeriu que as pessoas são capazes de controlar, no máximo, metade de seu destino, enquanto a outra metade é governada por forças misteriosas. Essas forças misteriosas – alguns dirão que é Deus – incomodam ansiosos crônicos, pois eles não suportam a ideia de que seu futuro possa estar em cheque e fora do domínio de suas escolhas. Se algumas decisões não produzirão os resultados esperados, independente da forma como sejam tomadas, insistir nelas acaba gerando uma decepção iminente.

O sofrimento por antecipação é, além de inútil, humilhante. A necessidade de predizer o futuro impede que se possa viver o presente em sua plenitude. Os ansiosos desperdiçam grande parte de sua energia com problemas que não existem, exceto em suas mentes.

De todas as complicações emocionais que afetam a qualidade de vida, a ansiedade é, talvez, a mais comum e frequente, hipótese que pode ser facilmente confirmada no mundo atual.

Quando as coisas acontecem contraditoriamente às expectativas, é normal pensar que houve azar. O azar nada mais que é ausência de sorte. Maquiavel dizia que, se um homem depende unicamente da sorte para a concretização de seus objetivos, ele se arruína logo que ela muda.

Os ansiosos se desgraçam antes da desgraça. De tanto projetarem o desastre, atraem-no para si, indo contra seus próprios desejos. Ao pensarem no pior cenário possível, materializam esse cenário, mesmo quando as circunstâncias apontam claramente a seu favor. Assim, os ansiosos travam uma incessante luta interna para superar os pensamentos pessimistas, mas frequentemente caem na armadilha da autossabotagem. Se por acaso as coisas dão certo, eles se surpreendem, para depois se lembrarem de como seu sofrimento anterior foi absurdo.

Quem tem ânimo para lidar com o destino sente-se apto a precaver-se contra ele, mas uma coisa é prever o previsível, outra é antecipar situações que estão fora do campo das possibilidades reais.

Sêneca, um homem que defendia a virtude da paciência como moderadora dos excessos, afirmava:

“Quando receamos algum mal, o próprio fato de o recearmos nos atormenta enquanto o aguardamos: teme-se vir a sofrer alguma coisa e sofre-se com o medo que se sente.”

Esse medo premonitório da desgraça é o mesmo que produz a desgraça. A pessoa se sente insegura. Superar esse medo é algo que exige uma mentalidade de esperança, além de autoconfiança, coragem e certo desprendimento da necessidade de controle.

Grande parte das coisas com as quais os ansiosos se preocupam nunca acontecerão de fato; não passam de imagens feéricas. Todavia, é complicado abdicar dos pensamentos sem sentido quando eles passam a fazer parte do processo comum de raciocínio. Os ansiosos são mestres na arte da preocupação irrelevante.

Predições pessimistas facilmente se tornam profecias autorrealizáveis. Sabendo disso, os ansiosos se desesperam, porque se percebem reféns de si mesmos. O sofrimento pela possibilidade de acontecer coisas ruins maximiza essa possibilidade, enquanto a vontade de acontecer coisas boas está sendo eclipsada. O otimismo é produto de uma habilidade psicológica, uma disposição mental para conceber realidades positivas, um desafio que os ansiosos precisam vencer todos os dias.

O volume de incertezas aumenta conforme as preocupações vão tomando forma. Existe uma diferença entre sofrer por algo catastrófico que ocorreu inevitavelmente, e sofrer por algo catastrófico que ainda não ocorreu, mas, de tanto ser evocado, possivelmente ocorrerá. Esse segundo tipo de sofrimento compreende a ansiedade.

Em uma de suas correspondências para seu amigo Lucílio, Sêneca observou:

“Há mais coisas que podem nos assustar do que nos esmagar; nós sofremos mais frequentemente na imaginação do que na realidade.”

Um conselho dado aos ansiosos é que evitem a infelicidade antes dos maus momentos, porque pode ser que os perigos imaginados nunca se tornem fatídicos. É mais fácil falar do que fazer, mas não deixa de ser verdade que a maior parte dos sofrimentos humanos são fantasiosos, isto é, não encontram respaldo na realidade concreta e, portanto, não devem ser levados a sério.

Viver em função de algo ruim que ainda não aconteceu acaba gerando não só desgaste mental, mas também uma depreciação da própria existência. O ansioso crônico sabe que deveria investir mais de sua energia em projetos de vida saudáveis e construtores de significado, mas, inadequadamente, gasta seu tempo útil com futilidades. Não é fácil se desprender das amarras do tempo, principalmente quando a ansiedade sobrepuja o bom senso.

Se acontecimentos negativos e imaginários se tornam reais, os ansiosos pensam que se trata de uma confirmação daquilo que mais temiam, mas, quase sempre, é uma consequência direta de suas ações.

Descobrir que o mundo raramente funciona da forma como se deseja é um choque de infância com o qual poucos adultos estão dispostos a lidar. Esse choque percorre a espinha dos ansiosos e faz deles prisioneiros de um destino incerto: a alta intolerância à incerteza é uma característica deles.

As pessoas que sofrem de ansiedade podem cair no erro de pensar que, com suas preocupações intermitentes, estão mais perto de chegar a uma solução viável para seus problemas. Mas, efetivamente, ocorre o oposto: os problemas se aproximam mais de sua realidade à medida que suas preocupações vêm à tona. Ao se preocuparem tanto com tudo, acabam não resolvendo nada. E, quando suas crises enfim passam, elas são acometidas por uma sensação de indignação.

Por causa da ansiedade, pessoas recusam convites para sair, desistem de seus sonhos mais audaciosos, sofrem de insônia, perdem a fome, ficam preocupadas que as coisas fujam do espectro de suas decisões conscientes, eventualmente acabam sentindo-se deprimidas. Saber lidar com esse problema é de substancial importância.

A ansiedade também está associada a boas expectativas. Uma pessoa pode se sentir ansiosa antes de viajar para um lugar que sempre quis ir, antes da uma transa, antes que seu time jogue a final do campeonato, antes de fazer uma apresentação de trabalho na faculdade, antes de uma festa de aniversário, antes de pedir ao chefe um aumento salarial. Nesses casos, a ansiedade surge como uma resposta normal ao se esperar por experiências relevantes.

O que pode parecer irracional para alguém que não sofre de ansiedade crônica, é bem real para quem lida com esse problema.

É muito comum que pessoas ansiosas adotem uma personalidade defensiva, em resposta ao medo de prejudicar os outros (e a si mesmos) com suas paranoias e inseguranças. A ansiedade transforma as pessoas em algo que elas não querem ser, mas com o qual são obrigadas a lidar. O grande perigo da preocupação extraviada é que, devido a ela, não é possível satisfazer-se plenamente com a vida.

Na visão do filósofo dinamarquês e existencialista Søren Kierkegaard:

“Porque é possível criar – criar um eu interior, estar disposto a ser você mesmo –, a pessoa sente ansiedade. Ninguém teria ansiedade se não houvesse possibilidade alguma.”

O existencialismo é uma corrente filosófica que estuda o conceito de liberdade enquanto pressuposto de uma vida autêntica. Essa vida, apesar de proporcionar certa autonomia e empoderar a pessoa, coloca-a num estado de permanente vigilância sobre seu futuro. A ansiedade que Kierkegaard se refere é aquela causada pela liberdade que o indivíduo tem para tomar quaisquer decisões, inclusive as mais terríveis: a possibilidade de criar a própria ruína e de aprofundar-se no vazio estabelece um quadro ansioso. O existencialismo é uma boa razão para haver tantas pessoas perturbadas em departamentos de filosofia.

Embora seja fomentada pela liberdade, a ansiedade pode causar inação, privando a liberdade de alguém.

A ansiedade é uma grande máquina de destruição interna, ela incapacita a pessoa. O ansioso preludia a infelicidade, que é o mesmo que sentir-se infeliz atualmente. A dificuldade de se dedicar ao presente sem sentir ansiedade pelo futuro está expressa no que o imperador romano Marco Aurélio disse:

“Mesmo se você vivesse três mil anos, ou até trinta mil, lembre-se de que a única vida que um homem pode perder é aquela que ele está vivendo no momento. Ele não pode ter outra vida além daquela que ele perde. Pois cada minuto que passa é de igual posse de todos os homens, mas o que uma vez passou não é mais nosso.”

Um segundo gasto em preocupações com o futuro será um segundo de arrependimento por não tê-lo aproveitado bem.

A ansiedade é muito recorrente em pessoas que sofrem de estresse pós-traumático. Esse estresse não se limita ao de veteranos de guerra, como mostram muitos filmes, mas tem enumeráveis outras causas. Mesmo um trauma aparentemente pequeno e insignificante pode esconder uma faceta de terror.

No interior da ansiedade, residem vários medos: do fracasso, da solidão, do abandono, da perda. Para lidar com todos esses medos, em determinados casos, os ansiosos procuram ajuda na terapia psicológica, e fazem bem. A terapia não é capaz de eliminar completamente essas fobias, mas é capaz de mudar a pessoa que as carrega, e essa mudança é decisiva, porque, quando a pessoa medrosa enfrenta seus medos, os medos é que se tornam medrosos – e menos eficientes.

A pessoa ansiosa provavelmente já notou como sua percepção do mundo se altera enquanto ela está em crise. Essa alteração é consequência de se sentir alterada. Como dizia Schopenhauer, “todas as pessoas tomam os limites de seu próprio campo de visão como os limites do mundo”.

Na ansiedade patológica, o mundo exterior entra em declínio na medida em que o ansioso sente que seu mundo interno está prestes a desmoronar. Em 99% dos casos, não há esse perigo, mas é justamente no 1% que focam os ansiosos mais preocupados. Suas ameaças são supervalorizadas.

Todas as preocupações internalizadas em ansiosos remexem-se entre seus pensamentos, são percebidas de maneira inconveniente, operam como sombras ameaçadoras do bem-estar e da pacificidade.

Muitos tratamentos que foram desenvolvidos para a ansiedade têm um déficit em comum: focam nos efeitos e não nas causas. A supressão dos sintomas (abordagem superficial) é o objetivo comum desses tratamentos, enquanto todo problema psicológico precisa ser combatido em suas raízes. Ao se concentrarem nas manifestações da ansiedade, e não em seus princípios, esses tratamentos acabam sendo paliativos e incompetentes para propiciar a segurança duradoura que os pacientes procuram ao solicitar ajuda.

Uma coisa que atrapalha o bem-estar dos ansiosos é o senso de perfeccionismo, que não passa de uma ilusão de grandeza falida. A busca da perfeição é diferente da busca pelo melhor: a primeira é fonte de frustração e desapontamento; a segunda, de evolução e desenvolvimento. Em geral, os perfeccionistas sabem que vão sofrer pelos seus esforços obsessivos que destoam da realidade vigente, mas eles acham que esses esforços são necessários para se alcançar o sucesso. Quando os ansiosos se prendem a padrões de conquista irreais, tornam-se ainda mais propensos a se sabotar, porque a vontade de que as coisas sejam perfeitas no fundo revela as suas próprias imperfeições.

Os ansiosos querem que tudo aconteça da forma como desejam, mas alguns de seus pensamentos acusam o contrário. Esse choque entre a vontade objetiva de positividade e a manifestação desordenada de sensações negativas cria nessas pessoas uma ideia de ambiguidade mental.

Em seu livro A Sabedoria da Insegurança: Como Sobreviver na Era da Ansiedade, o filósofo Alan Watts argumenta:

“O futuro ainda não está aqui e não pode se tornar uma parte da realidade até que esteja presente. Uma vez que o que sabemos do futuro é constituído de elementos puramente abstratos e lógicos – inferências, suposições, deduções –, não pode ser comido, sentido, cheirado, visto, ouvido ou de outra forma desfrutado. Perseguir isso é perseguir um fantasma em constante recuo e, quanto mais rápido você o persegue, mais rápido ele corre à frente. É por isso que todos os assuntos da civilização são apressados, porque dificilmente alguém gosta do que tem, e está sempre buscando cada vez mais. A felicidade, então, consistirá não em realidades sólidas e substanciais, mas em coisas tão abstratas e superficiais como promessas, esperanças e garantias.”

Se para desfrutar o presente as pessoas precisam ter garantia de um futuro feliz, o máximo que elas têm é uma expectativa otimista, pois se trata de uma questão de probabilidade e não de certeza. Embora certos sofrimentos sejam necessários para a construção de uma felicidade futura, a ansiedade exagerada agride a esperança.

Pessoas cronicamente ansiosas podem cair no erro de achar que a ruminação – repetir os mesmos padrões de pensamento – é uma boa técnica para resolver suas demandas. Mas isso só agrava a ansiedade. Em geral, a interrupção de pensamentos ruminantes acontece quando a pessoa não está focada em fugir deles, e sim distraída com outras atividades.

Ansiedade tem uma forte ligação com a depressão. É bem conhecido que os transtornos ansiosos e depressivos têm uma alta comorbidade. A ansiedade não necessariamente faz com que uma pessoa fique deprimida, nem a depressão ocasiona sempre um estado ansioso, mas uma coisa pode levar à outra, o que na realidade é muitíssimo comum. Em certo sentido, a ansiedade é uma depressão esperando para acontecer, e a depressão é uma anulação da vitalidade existencial. Porque o ser ansioso cria possibilidades de que a vida seja pobre em significado, e a visão pobre da vida caracteriza um ser depressivo, o casamento entre ansiedade e depressão é bastante prolífico.

Apesar das coisas ruins no mundo, isso não significa que o mundo seja propriamente ruim. Uma pessoa segura de sua ansiedade compreende que a ausência de certezas pode ser benéfica: uma vida sem riscos impossibilitaria a existência de virtudes. As oportunidades de cultivar o caráter só são possíveis mediante desafios que testem esse caráter. Uma pessoa não pode ser boa sem conhecer a maldade, nem humilde sem lidar com a arrogância, nem generosa sem evitar a avareza, e por aí vai. Uma pessoa segura de sua ansiedade consegue – não sem algum esforço – transformar fatos e crenças ruins sobre a vida em oportunidades de aperfeiçoamento de caráter e mudança construtiva. Afinal, sem uma perspectiva de imperfeição pessoal, não haveria incentivos para se contribuir com o mundo e ser uma pessoa melhor. Quem acredita já ser bom o bastante não é capaz de evoluir.

Os pensamentos que causam a ansiedade podem não ser tão perigosos quanto os ansiosos julgam. A primeira coisa a se fazer é não inflamar a gravidade dos eventos e, quando a ansiedade vier, apenas deixá-la fluir até que se dissipe, sem dar espaço para ações impensadas. Se há uma justificativa racional para esses pensamentos angustiantes, cabe lembrar que, se nenhum comportamento impulsivo for tomado, uma crise ansiosa tenderá a ser resolvida sem maiores danos. A pessoa pode se sentir cansada de batalhar tanto contra sua ansiedade, mas esse cansaço tem sua recompensa: uma melhor compreensão das causas dos sintomas, o que aumenta as chances de superá-los sempre que ocorrem.

Não há nada que estimule mais a ansiedade do que o desejo de controle absoluto sobre ela. Embora seja complicado e quase impossível não tentar controlá-la, é de fato aceitando-a como parte de si que se começa a sentir uma força positivamente transformadora. Esse problema limita o potencial individual e para conviver socialmente, mas não interfere na liberdade que todos têm para aprender com ele e prosseguir em seu rumo da melhor maneira possível.

Muitos são capazes de lidar com o desconforto da ansiedade por conta própria, e outros acabam pedindo ajuda a amigos, familiares, médicos, psicólogos, etc. Sozinha ou sob orientação externa, é fundamental que a pessoa tenha discernimento de suas habilidades de enfrentamento do problema.

O ansioso não tem culpa por se sentir assim, apesar de muitos se comportarem como se esse problema fosse causado por uma escolha consciente. Frases como “Não seja ansioso”, ou “Você é muito negativo”, ou “Pare de perder seu tempo com besteiras”, ou “Esqueça essas paranoias” são muito ouvidas por ansiosos. Ninguém, em sã consciência, escolhe ter ansiedade; ela tem vida própria, se manifesta por si mesma.

Se a eliminação da ansiedade estivesse dentro do âmbito de poder das pessoas, ela obviamente não existiria. Como existe, e faz parte da natureza humana, é preciso se adaptar a ela de um modo construtivo, utilizando-se de inteligência emocional e resiliência.

Você não precisa sacrificar nada de si para ter o amor de alguém.

Você não precisa sacrificar nada de si para ter o amor de alguém.

Essa ideia de que um relacionamento só dá certo se uma das partes apagar certos sentimentos e comportamentos, tudo com o intuito de conseguir o carinho da outra pessoa entenda, não funciona. Não é assim que o amor cabe. Não é saudável que ele precise ser manipulado ou forçado a entrar nos eixos para agradar a experiência de amar de quem quer que seja.

Nunca troque a sua índole por alguém. Você pode e deve amadurecer a sua personalidade, é importante que cresça. Mas que seja no seu tempo, no seu carinho e, principalmente, porque você acredita ser necessário. Ninguém muda por causa de alguém. Um amor que é levado no sentido contrário disso, mais cedo ou mais tarde perde o rumo.

Banque a sua paz de espírito em qualquer relação. Que você permita o amor apenas para quem vier somar sorrisos e sinceridades. Que você nunca mais tenha de sacrificar nada porque só assim alguém irá te aceitar.

O amor é genuíno quando livre e construído através de escolhas que não maltratam a sua intensidade.

Antes de entrar na vida de alguém, verifique se ali terá espaço para você.

Antes de entrar na vida de alguém, verifique se ali terá espaço para você.

Ninguém consegue mandar no coração, principalmente quando se trata de paixão, de amor. De repente, sem mais nem por quê, a gente é arrebatada por um sentimento que invade e toma conta de nossos pensamentos dia e noite, noite e dia. E então aquela pessoa se torna nosso objeto de desejo, nossa razão primeira na vida.

Infelizmente, todos sabemos, nem sempre o amor será correspondido, nem sempre teremos retorno na mesma medida, seja de amizades, seja de amores. E como dói quando não há reciprocidade, quando não há correspondência afetiva, quando nada do que plantamos floresce, quando não há espaço para nós no coração que queremos adentrar.

Não será fácil, mas teremos que tentar ponderar e pensar com sobriedade, mesmo em meio à carga afetiva que parece nos tirar qualquer resquício de razão. Será preciso colocar a nós mesmos em primeiro lugar, entendendo quais as possíveis consequências danosas que poderemos ter de encarar, caso nos lancemos fundo àquele desejo feroz.

Algumas precauções sempre serão prudentes, como perceber se o coração que queremos ainda possui pendências com outra pessoa, se há realmente disponibilidade nos terrenos afetivos do nosso pretendente, se as intenções são as mesmas que as nossas. Ir ao encontro de corações ainda machucados, ou de interesses contrários aos de nossos sentimentos, possivelmente trará decepção e dor. Tem gente que ainda não está preparada para amar, ou para amar de novo.

Seremos mais felizes quando soubermos a hora de entrar e de sair da vida de alguém. Alguns amores não valerão a pena serem regados, algumas pessoas não terão lugar para tudo o que queremos ser ali juntinho, certos espaços não comportarão o que somos e temos. Será doloroso desistir, mas é assim que ficamos cada vez mais aptos a preencher com reciprocidade a vida de quem nos amará de igual para igual, nada menos do que isso.

Se alguém tem sede, venha a mim e beba

Se alguém tem sede, venha a mim e beba

Sempre gosto de brincar com os meus amigos que teoricamente existe mais de 1 bilhão de cristãos no mundo, mas destes, talvez menos de 1% segue o ser humano Jesus Cristo e a maioria segue uma máscara que foi criada para ele a partir das religiões.

Passei muitos anos da minha vida estudando a personalidade deste imenso avatar da humanidade, talvez o maior que já encarnou nesse planeta e sua mensagem é bem mais profunda do que se pode imaginar. Enfim, sem mais delongas! A passagem que vou me aprofundar é essa aqui:

“Se alguém tem sede, venha a mim e beba” – Jo. 7 – 37.

As religiões cristãs de um modo geral dizem que nessa passagem Jesus está se autoproclamando o Messias, o nosso “salvador”, a “água da vida”. E não é não Isaias?

NÃO. ABSOLUTAMENTE NÃO.

Ficou chocado? Vai fechar essa aba agora? Não tenha medo! Leia mais um pouquinho!

Jesus nunca, em hipótese alguma, se autoproclamou salvador do mundo! Se ele tivesse realmente sido o salvador, todos no seu tempo teriam se salvado, concorda comigo?

E outra coisa interessante é que Jesus era tão simples, mas tão simples, que milhares, milhares e milhares de pessoas passavam do lado dele e não percebiam que se tratava do mestre dos mestres!

Sim! Eram pessoas completamente ignorantes e distraídas!

O que ele realmente quis dizer ao pronunciar essas palavras é sobre como ser um verdadeiro mestre.

Ele disse: Se alguém tem sede, venha a mim e beba.

O que é essa sede? Beber o quê? Será que é água?

Essa frase é simbólica meus amigos! Essa sede é a SEDE PELA PLENITUDE DO SER, SEDE POR FELICIDADE GENUÍNA.

Jesus era um homem tão pleno de si mesmo, tão sábio, tão sereno, tão iluminado, que todos que dele se aproximavam queriam saber: “Mas como esse homem consegue ser assim? Como? Ele deve ter algo a nos ensinar…”.

Sim! Era dessa maneira que ele atraia para si multidões de seguidores.

Ele fazia alguma coisa? Você acha que ele fazia? Não! Ele não fazia absolutamente nada. A única coisa que ele fazia era viver a vida dele, em paz, em consciência, com um amor infinito que acredito, com toda sinceridade, que precisarei ainda viver muitas vidas para conseguir.

Eu me olho no espelho e vejo o quanto ainda tenho uma série de defeitos, de julgamentos, de desconfianças, de preguiças, de preconceitos e por aí vai!

Ele não! Ele era perfeito como ser humano, e por causa dessa perfeição, depois que ele morreu, ou mesmo antes de sua partida, as pessoas o chamavam de “Deus”. Já pensou?

Sempre que ele ouvia isso, posso estar julgando, mas acho que ele se estremecia por dentro e corria dessas pessoas! Rsrsrs

Você acha que Jesus se achava mesmo um “Deus”? Talvez você já tenha lido essa passagem na qual ele disse assim: “Vós fareis as obras que eu faço e as farão ainda maiores”.

Ele era tão humilde, mas tão humilde, que queria levar todas as pessoas a descobrirem e revelarem o “Deus” existente dentro delas. Ele veio nos ensinar a AUTOSALVAÇÃO

Sim! Existe um Deus dentro de você! O problema é que você não acredita nisso! Na realidade não se trata de acreditar. Você não tem fé suficiente para isso.

“A tua fé te curou”. “A tua fé te salvou”…

Lembra? “A fé remove montanhas”. Que montanhas? As montanhas de medo, de raivas, de mágoas, de ciúmes, de condicionamentos, de ignorância, de prepotência… todas essas armadilhas do EGO.

Acredite! Quando você conseguir retirar de dentro de você todas essas camadas e couraças que formam sua montanha de sombras. O seu ser verdadeiro vai começar a despertar! Você começará a ser você mesmo!

Jesus sabia quem ele era, e você também pode descobrir. Isso leva uma vida inteira, mas quanto mais cedo você começar, melhor, não acha?

E ele diz nesta frase. VENHA ATÉ MIM.

Essas palavras são riquíssimas e mostram o seu infinito poder.

Diferente de muitas igrejas que aparecem nas esquinas das cidades, que dizem: “Venha até nossa igreja! Aqui você vai se curar! Aqui você vai encontrar a salvação…”.

Ele dizia: VENHA ATÉ MIM.

E dizia mais: “Pegue a sua cruz e me siga”. Está com vontade de levar a cruz do esposo, da esposa, do filho, do sobrinho, da tia. Sinto dizer, mas desse jeito vai ser difícil você se tornar seguidor de Jesus. Já pensou nisso também?

Sua cruz já é bem pesada! Para que querer levar a cruz das outras pessoas? Sabe qual é no nome disso? EGOÍSMO e VAIDADE. Você vai querer ser egoísta e vaidoso o resto da sua vida? Vai esperar pela próxima encarnação para seguir Jesus? Eu não! Procurei ser mais inteligente! Estou seguindo Jesus agora mesmo! Vamos? Estou contigo Jesus! Para sempre e sempre…

Quer entender melhor o que é o egoísmo? Compartilho abaixo um vídeo maravilhoso do terapeuta Marcello Cotrim que explica isso com uma simplicidade imensa. Além de dois textos que escrevi inspirados no grande Raul Seixas. Vale a pena conferir!

Quando alguém começa a entender de fato quem foi Jesus, é impossível continuar sendo a mesma pessoa. Passa a si amar mais, passa a perceber que possui uma luz própria, que possui dentro de si a mesma potencialidade do Cristo, a única e crucial diferença é que essa luz está obscurecida pelos milhares, milhões de medos artificiais.

Ele já disso tudo que precisávamos meus amigos!

“O amor venceu todo medo”.

Quem vence seus medos, inevitavelmente se torna um ser amoroso, passa a exalar amor em cada gesto, em cada palavra, em cada sorriso!

E para concluir essa reflexão. Uma frase que você já está cansado de ouvir e apenas com ela, não precisaria ter escrito nenhuma das palavras anteriores.

“Amai ao próximo como a ti mesmo”.

Se você aprender a amar ao próximo como a si mesmo, aí você também terá o potencial de ser uma luz e matar a sede de muitas pessoas que se aproximarem de você…

Paz e luz…

Por que devemos respeitar a religião alheia?

Por que devemos respeitar a religião alheia?

Tinha um centro de macumba perto de casa. Havia sessões às sextas-feiras, e aquela batucada dos ritos naturalmente chamava a atenção de uma criançada que ficava solta e desocupada na rua. Eu estava nesse meio. Cheios de energia (e de ruindade, obviamente, Kkk), estávamos nós, eu e meus amigos, toda semana indo lá atrapalhar o ritual dos pobres praticantes. Ficávamos longos minutos olhando no buraco da fechadura. Quando os pais e as mães de santo começavam a cantar ou a rezar, nós começávamos a gritar ensandecidos, até que vinha alguém enfurecido nos enxotar. Era a hora de esticar as canelas e correr, mas tínhamos muita energia e voltávamos. Repetíamos tudo, de novo, e de novo. Essa fase durou um considerável tempo. Imaginem como aqueles ritualistas nos amavam?

A repressão pura não faz verão. Era advertida a não importunar os pais de santo, mas não era educada conscientemente em casa a respeitar a individualidade alheia, quiçá de um grupo ou de uma cultura, quiçá de um rito religioso em um país legalmente laico. Essa é uma realidade presente em muitas famílias brasileiras, infelizmente. No meu caso, compreendo que meus pais deram-me seguramente aquilo que puderam em suas condições. Eles simplesmente não podiam mais. Com baixa escolaridade e sobreviventes de uma vida precária, não havia muito o que fazer.

Quando a educação formal de um lugar falha – e falo dos sistemas educacionais governamentais regulares, geralmente organizados em escolas e faculdades, há as outras “educações” que podem agregar e transmitir os valores que faltam. Exemplos disso são a família e a igreja. Até mesmo as educações mais informais contam, como o que assimilamos pelo contato com os amigos, pelas leituras que fazemos ou pelo que assistimos na televisão.

Hoje compreendo que durante a infância eu era um ser para dentro. Religiosa. Rezava terços. Adorava uma procissão e quis ser noviça, entretanto não sabia como lidar com o diferente. É fácil e triste perceber que tudo que não emula o Deus cristão, as imagens dos santos ou a “Pietà” de Michelangelo – com o cristo morto e nu nos braços, é renegado sumariamente por parte considerável dos cristãos. Vira ocultismo.

Estava longe de saber que aquilo que vivia e sentia quando criança era, na verdade, uma semente de intolerância religiosa. E mais profundo ainda, que levado a outras consequências indignas isso é crime de ódio, fere a liberdade e a dignidade humanas. Como as explicações sobre o diferente não me vieram a tempo, eu perturbei, e muito! Minha mãe hoje é amiga da dona do tal centro e, mesmo quase trinta anos depois, sinto vergonha de abordar aquela boa senhora e dizer que sou uma das tais maritacas do passado. Felizmente isso mudou e ficou no passado. O conhecimento pode ser libertador. A educação estreita a ignorância.

É necessário no mínimo saber que a liberdade de culto no Brasil é assegurada pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal, no seu Art. 5, inc. VI – “ É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. Além disso, por força desse dispositivo constitucional, diz-se que o Brasil é um Estado laico, ou seja, o país é legalmente obrigado a permitir a liberdade religiosa.

A pergunta que intitula o presente texto encontra resposta nisso. Intolerância religiosa é crime. Não devemos desrespeitar ao ponto de discriminar alguém por sua religião, caso contrário isso é configurado crime. A Lei 9.459, de 1997, considera crime a discriminação ou o preconceito contra religiões. Ninguém pode ser discriminado por seu credo religioso. O crime de discriminação religiosa é inafiançável, ou seja, não é possível pagar fiança para responder em liberdade. Além disso, é um crime imprescritível, ou seja, o crime não deixa de sê-lo com o decorrer do tempo, podendo o acusado ser punido a qualquer momento que a culpa for provada. A pena prevista para este crime é de reclusão por um a três anos e multa.

Respeitar o credo religioso alheio significa preservar a dignidade da pessoa humana. É saudável a existência dos diversos credos, bem como a falta deles também. Contudo, há pessoas de personalidades autoritárias, que parecem querer “obrigar” os outros a seguirem suas doutrinas de forma impositiva e inconveniente. Certamente não compreendem que religião não mede ninguém, absolutamente. No julgamento delas, querem convencer de que sua religião é a “certa” – seja lá o que isso for. Ocorre que escolher a fé como elemento de vida é uma decisão estritamente pessoal. O sentido da fé é interpretado por cada um de maneira diferente. Há até quem não sinta essa necessidade. O que não pode é ignorar a individualidade das pessoas e considerar-se superior pela própria escolha. Também não pode se achar no “direito” de desmoralizar alguém ou símbolos religiosos de outras denominações, de agredir física e moralmente, de perseguir e apelar para outros fanatismos. Sobretudo em uma sociedade que busca a igualdade de direitos e a evolução isso não pode ser aceito.

Em nosso caso, entretanto, é cotidianamente difícil fazer valer a lei nesse aspecto. Percebe-se que parcela da população tem sofrido drasticamente com a intolerância, principalmente seguidores das religiões oriundas da África, como candomblé e umbanda. Infelizmente algumas instituições religiosas protestantes aqui no Brasil elegeram os credos africanos para demonizar. Denominam os cultuados deuses africanos de demônios, fermentando cada vez mais discórdias e preconceitos desnecessários.

Queremos uma sociedade mais pacífica ou bélica? A palavra religião veio do latim religare ( atar ou ligar com firmeza ). Quando desrespeitamos, discriminamos ou matamos alguém por ele não estar em concórdia conosco, não é religião o que estamos praticando – e isso serve em qualquer contexto do mundo. Não era apenas de mim, quando criança, que religiões e ritos como a macumba sofriam rejeição, o que leva a pensar que o Estado precisa agir educativamente para reforçar desde cedo esses valores de respeito.

Ministério da Educação e governos estaduais e municipais podem e devem investir numa educação religiosa transversal, que abranja o ensino de diferentes religiões e práticas espirituais, bem como a livre opção pela não crença, a fim de formar crianças e adolescentes mais respeitosos e conscientes. Estudar religião e espiritualidade não é secundário. A partir do conhecimento das possibilidades de fés transcendentais é possível criar uma cultura de respeito mútuo. Uma sociedade com mais respeito e civilidade, por sua vez, tende a desenvolver-se melhor humana e economicamente.

“Somente aquilo que é experimentado passa realmente a ser incorporado como conhecimento.”

“Somente aquilo que é experimentado passa realmente a ser incorporado como conhecimento.”

Diálogo entre o escritor Flávio Paiva e a Peo.

Diálogo. Em uma sociedade na qual pais e mães normalmente trabalham, há uma tendência de burocratização do cotidiano infantil por meio da montagem de agendas de atividades que preenchem todos os horários da criança. Como conciliar essa situação de terceirização da infância com a abertura de mais espaço e tempo para a brincadeira espontânea?

Peo. Essa infância, a meu ver, está hoje exposta a uma ruptura entre o seu espaço natural, onde o tempo e espaço do seu mundo têm conotações profundamente diferentes do tempo e espaço do mundo adulto. Esta burocratização e terceirização, como você coloca, são palavras do universo do mundo adulto que retratam um sistema sócio-econômico que vem corrompendo uma cultura que possui seu modo próprio de ser e de estar no mundo, que é a cultura da criança. Ao longo do processo de urbanização das grandes cidades, a infância veio perdendo seu espaço, onde acontecia o encontro de crianças com outras crianças de diferentes idades para brincar. Nesses espaços, acontecia a vida vivida. A supressão da vivência comunitária das crianças nos parques, nos quintais, na rua, nos espaços de natureza presentes dentro do recreio das escolas, juntamente com a saída da mulher para o trabalho fora de casa, vêm criando uma alteração substancial na vida das crianças, cujos resultados estamos todos assistindo, nos diferentes diagnósticos que vão sendo apontados. Isso compromete a saúde física, emocional e mental das crianças. Por outro lado, pais e mães sentem-se sobrecarregados, reduzindo assustadoramente os momentos em que a família pode relacionar-se de uma forma tranquila. Os vínculos afetivos que se estabelecem, em geral, nesse estado da brincadeira são substituídos por formas afetivas compensatórias, que buscam equilibrar as relações, mas estão na maioria das vezes revestidos do sentimento de culpa pela ausência. Na verdade, o que a criança solicita do adulto é apenas um olhar e uma escuta sensível, onde ela possa ser afirmada em sua essência, que não é outra, senão a sua natureza de brincante, que quer relacionar-se consigo própria, com o outro e com o mundo através do aqui e agora de suas brincadeiras.

“SE QUEREMOS CONSTRUIR UMA HUMANIDADE CONSCIENTE E SENSÍVEL, TEMOS QUE COMEÇAR A OBSERVAR A NÓS MESMOS, ADULTOS.”

Diálogo. Ao brincar, a criança processa pela imaginação a criação do seu elo interno com o mundo externo. O que acontece quando isso não é possível?

Peo. Acontece o comprometimento do ser humano adulto que ela vai se tornar. Acho que o aumento da violência, assim como o aumento do uso de drogas, são substratos de uma infância reprimida, uma infância que vem sendo privada de estar no mundo dentro de um tempo e de um espaço que seja seu. A criança, quando brinca, transcende o que chamamos de realidade para, assim, recriar o cotidiano. É nessa outra esfera que ela prepara a fonte da criatividade do adulto. Mas uma sociedade adoecida adoece o homem e pressiona a infância. Há um grande número de crianças, hoje, apresentando sintomas de doenças que eram registradas apenas em adultos. Muitas crianças estão sendo medicadas com tranquilizantes. Muitas delas estão sendo diagnosticadas como hiperativas ou com distúrbio de atenção e isso não faz parte do universo da criança, porque criança é movimento e, ao brincar, ela desenvolve um processo de concentração que está ligado à necessidade de seu próprio desenvolvimento. Brincar é um ato de vontade e de liberdade.

Diálogo. Os brinquedos-produto e os jogos eletrônicos trazem em si uma descrição prévia da brincadeira, o que aumenta a comodidade do brincar e reduz o espaço potencial da criatividade. Diante dessa realidade contemporânea, que tem ainda a atração das telas dos celulares, dos computadores e da televisão, o que é possível fazer para motivar as crianças a se interessarem pelo brincar criativo?

Peo. A tecnologia está aí, as crianças são bombardeadas pelas mídias e pela sociedade de consumo. Não vejo como reverter esse tipo de influência sem o desenvolvimento, no adulto, de uma consciência que entenda a cultura da infância como uma etapa particular do processo de iniciação do humano. Não há dúvida de que os meios de comunicação de massa são instrumentos importantes do nosso tempo, criados pela inteligência humana, mas é preciso que eles sejam usados de uma forma inteligente a serviço do homem, e não como armas manipuladoras, que tornam o homem seu objeto e não sujeito. Há uma ilusão de que a criança apreenda o conhecimento através de equipamentos dotados de informações lineares e discursivas. Por exemplo, se queremos realmente que a criança venha a ser um adulto consciente sobre a questão ambiental do nosso tempo, ela tem que ter experimentado corporalmente o contato com a terra, com a água, com o fogo, com a natureza. A criança não prescinde da experiência. Ela processa o conhecimento através da exploração concreta dos elementos que chegam até ela. A apreensão efetiva da educação ambiental precisa ir além do discurso. Assim como os demais tipos de conhecimento. Penso que está na hora de reprogramarmos também o anacronismo educacional, que segrega as crianças por idade. Isso destrói a riqueza do processo de troca de experiências vivas e de aprendizagens reais, porque elas são significativas enquanto contato humano. A brincadeira envolvendo diferentes idades realiza aprendizagens que compõem um acervo significativo de conhecimentos, que ultrapassam muitas vezes em qualidade o currículo desenvolvido por nossas escolas de educação infantil. A linguagem da infância é a experiência e isto exige um tempo próprio.

Diálogo. De que maneira a desconsideração desse tempo repercute na educação?

Peo. Estamos assistindo ao equívoco de pais e educadores no entendimento de que informação é conhecimento. Esta falsa impressão tem levado muitas famílias e escolas a pensarem que botando um computador na mão de uma criança, garantem seu desenvolvimento intelectual. Isso não é bem assim, porque o excesso dessas vivências diante da tela, além de aprisionar o corpo da criança, que essencialmente prima pelo movimento para ter saúde física, priva-a do contato com parceiros em brincadeiras que dinamizam vivências com conteúdos a serem incorporados de forma pertinente à sua fase de desenvolvimento. Além do que, há programas que lidam com questões que ultrapassam a capacidade da criança de elaborá-las com equilíbrio, produzindo, assim, intoxicações tanto emocionais como mentais, que alteram comportamentos em seu processo de aprendizagem. Uma tela de televisão atrai bastante qualquer criança. Ela emite a luz e o movimento, que são dois aspectos que geram fascínio. Agora, o que está por trás daquela luz é uma outra questão. Na minha experiência de quase 25 anos com crianças entre 2 a 7 anos que têm contato com esses equipamentos, mas têm também a oportunidade de frequentar um espaço de educação onde a natureza está muito presente, é um fato a preferência pela natureza e pelos companheiros para brincar, em detrimento do uso de televisão ou computador. Então, devolver à criança a natureza, que é sua casa, é fundamental. Inclusive porque ela precisa utilizar um corpo no qual estão presentes todos os verbos a serem experimentados: braços e pernas precisam se articular enquanto sobem e descem das árvores, fortalecendo a musculatura em tempo de crescimento dos ossos. Além disso, nas vivências significativas de vínculos afetivos, que vão sendo construídos através das brincadeiras, a oralidade prima pela sua presença importante para o posterior processo de aprendizagem da leitura e da escrita em seu devido tempo. A criança que não tem espaço nem tempo para brincar está sendo privada da criação de vínculos significativos em relação à vida, porque somente aquilo que é experimentado passa realmente a ser incorporado como conhecimento.

Diálogo. E o que nós adultos temos a aprender com isso?

Peo. A criança traz para nós adultos o sentido da essencialidade do ato, sem qualquer complicador intelectual. Uma criança vê e escuta literalmente aquilo que está vendo e ouvindo. Por isso, o cuidado sensível e atento que o adulto deve ter em relação ao que expõe para a criança ver e ouvir. Se queremos construir uma humanidade consciente e sensível, temos que começar a observar a nós mesmos, adultos, porque as crianças seguem o exemplo com o qual estão em contato. Esta é a nossa responsabilidade como adultos em relação às crianças. Sejamos, antes de tudo, nós mesmos. É isso que elas esperam de nós. A nossa verdade, seja ela qual for. Porque a dualidade do discurso e da vida emite uma mensagem que desequilibra a criança. Certa vez, uma criança, observando um adulto andando sobre uma esteira de ginástica, perguntou: “por que você está andando sem andar?” A criança é assim, ela vê a cena e conclui em palavras o movimento que ela percebe. Acho fantástica a capacidade que a criança tem de expressar corretamente aquilo que ela vê, que transcende muitas vezes o que nós adultos estamos vendo. A criança pensa por analogia, ela reconhece pelas semelhanças, que é o primeiro passo para um conhecimento científico. Por isso, dizia Albert Einstein, “brincar é a mais elevada forma de pesquisa”. Pois bem, é esta a leitura que nós adultos estamos convidados a fazer neste século XXI, sobre a cultura da infância. A criança aponta para um repensar de nossa humanidade. É um embrião humano que nela se expressa. Daí sua importância vital.

Fonte indicada: A Casa Redonda

Sense 8: a empatia dói, mas salva

Sense 8: a empatia dói, mas salva

“Sense8” (trocadilho com a apalavra inglesa “sensate”) é uma série de televisão produzida e lançada pelo canal Netflix. Trata de um grupo de 8 pessoas (“sensates”) que se conectam telepaticamente, ao redor do mundo, vivendo cada uma das personagens em determinado país. Dividem suas histórias, suas paixões, medos, alegrias e dúvidas. Como em toda trama que se preze, há quem os persiga.

A série arregimentou vários fãs em todo o mundo. Quando se anunciou o seu cancelamento, ao final da segunda temporada, uma comoção mundial acabou quase que forçando a Netflix a, recentemente, lançar um episódio final. Recheado de cenas eróticas e fortes referências à identidade de gênero, acompanhar os capítulos dessa história rende momentos extasiantes, em que a ordem das coisas entra continuamente em xeque.

Ali, a sexualidade extrapola toda e qualquer convenção normativa, as personagens não se limitam a ser somente boas ou somente más, nada é o que parece, mas tudo é o que se sente. Podemos dizer que os “sensates” são empatas natos, pois acabam sendo obrigados a enxergar os outros, a entender o mundo além do seu, uma vez que sentem na própria pele, literalmente, tanto as alegrias quanto as dores do grupo.

Somos, assim, levados, também, a refletir sobre o que é considerado normal, ou não, sobre desejo e atração, para muito além do físico, sobre a necessidade de termos alguém em quem confiar. Os episódios da série nos mostram que atravessar as nossas escuridões, podendo dar as mãos a alguém, é menos penoso, menos dolorido. Da mesma forma, tentar entender a dor alheia, sem julgar, torna as pessoas mais humanas e solidárias.

Ao final de cada episódio, fica, ao menos, a certeza de que se colocar no lugar do outro é uma necessidade urgente, desde sempre. A empatia traz entendimento, acolhimento, verdade e sabedoria. Empatia é amor, mas também dói, porque nos faz enfrentar a nós mesmos, nossas ações, tudo o que fizemos ou deixamos de fazer, por nós e pelo outro. Mas é assim que a empatia salva, liberta e nos encoraja a nunca desistirmos de nós mesmos.

21 imagens de gatos mais escuros do que a noite que vão derreter seu coração

21 imagens de gatos mais escuros do que a noite que vão derreter seu coração

“Os gatos são os seres mais lindos, inteligentes e independentes do mundo. Essa é a razão por que os homens tem tanta dificuldade de se relacionar com eles e os perseguem indiscriminadamente desde o início dos tempos.”- Nise da Silveira

A seleção de imagens apresentada abaixo foi feita por Bright Side.

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© Marta Borreguero
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© David Charouz

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Coisas que mais irritam cada signo: saiba o que tira cada um do sério

Coisas que mais irritam cada signo: saiba o que tira cada um do sério

As características dos signos podem ser muito particulares, incluindo aquilo que tira do sério cada um dos nativos do zodíaco. Frieza, avareza, mau-humor, injustiça… Será que você vai se identificar com o seu? A astróloga Camila Colaneri listou as coisas que mais irritam cada signo.

Áries: impaciência com lentidão e falta de iniciativa

Não é tão difícil assim irritar o signo mais impaciente do Zodíaco, mas existem algumas atitudes que são capazes de fazer um ariano arrancar os cabelos. Lentidão encabeça a lista, e não importa onde e como seja: ao falar, ao agir, ao tomar decisões, ao se locomover, no trânsito, no trabalho, em casa. Naturalmente, esperar (principalmente se for em longas filas) também o irrita muito. Pertencente ao signo do impulso inicial, o ariano fica louco com quem não tem iniciativa e é passivo – ou obediente demais – além de não suportar ficar sem fazer nada. Hipocrisias e injustiças em geral também podem provocar os típicos ataques de nervos dos arianos. Meio rebeldes e inconsequentes, as pessoas de Áries também adotam essa postura com as finanças e, tendo dificuldade para entender o que é diferente de si, se irritam com quem é pão-duro.

Touro: não suporta dificuldades financeiras

O charmoso taurino é um dos que tem mais fama de avarento, mas a verdade é que sua ambição, garra e valorização do trabalho o levam a tomar excessivo cuidado com o dinheiro. Por isso, as pessoas desse signo costumam se irritar com desperdícios ou qualquer tipo de dificuldade financeira. Mas é difícil decidir se é isso ou a fome que mais deixam o taurino mau-humorado. Ligado aos prazeres do lar e do prato, amante da boa comida e do conforto material, o taurino de estômago roncando é sinônimo de cara fechada. Eles são muito leais e apegados às pessoas de quem gostam e amam a estabilidade, vendo mudanças constantes com maus olhos. Ingratidão, então, nem pensar. Esse signo também tem um apurado senso estético e pode até não falar, mas mau gosto e coisas bregas e cafonas também o incomodam muito.

Gêmeos: solidão e assuntos ‘baixo astral’

Esse é o signo da mobilidade e da comunicação. Falar sobre a mesma coisa por horas e horas ou prendê-los em um lugar ou situação são algumas coisas que irritam o geminiano. Ele também é adaptável, versátil e divertido, e vai detestar discursos muito conservadores, que tentem controlar seu ímpeto natural de falar e fazer. Ama estar rodeado de pessoas, e a solidão não lhe cai bem: além de irritar, pode deixa-lo triste e deprimido. O geminiano não é nem um pouco introspectivo e costuma falar pelos cotovelos, então, experimente não deixa-lo expor sua opinião para ver o que acontece. Apesar de falar muito, ele não gosta de papos sobre assuntos “baixo astral”.

Câncer: frieza e brigas na família irritam este signo

Os cancerianos são comumente sentimentais, emotivos e sensíveis, e por isso detestam pessoas frias, rudes ou rígidas. É o signo mais ligado ao lar, seu verdadeiro refúgio, à família e à figura materna. Quase tudo que irrita o nativo desse signo está relacionado a brigas familiares, ficar por muito tempo longe de casa e distância de quem ele ama. Por serem tão maternais e apegados aos sentimentos, são especialmente avessos a despedidas. Desbravar o desconhecido também não é a praia desse caranguejo, que se agarra a tudo que lhe é familiar e se sente desprotegido e irritado em um lugar novo.

Leão: não gostam de ser ignorados ou criticados

Os leoninos costumam amar estar no centro das atenções, sendo cortejados e venerados. Para irritá-los, é só não prestar atenção no que eles fazem ou dizem, ou mesmo ignorá-los por completo. Normalmente orgulhosas e com elevada autoestima, as pessoas de Leão sentem dificuldade em aceitar críticas e ficam extremamente irritadas quando não são reconhecidas em seus esforços, sejam sentimentais ou profissionais. Assim como os leões na savana, que são livres e adoram descansar por longos períodos, os leoninos também prezam pela liberdade, pelo tempo de repouso e pelo sono e, se não podem ou não conseguem dormir, ficam mal-humorados. Como o senso de autoridade dos nativos desse signo é muito apurado, eles não gostam de receber ordens. Do elemento Fogo, o signo de leão costuma produzir indivíduos intensos e entusiasmados, que não aceitam sentimentos de apatia ou de desânimo perante a vida.

Virgem: sujeira e desorganização atormentam

Praticidade, racionalidade, trabalho, organização e limpeza são alguns dos mantras desse signo de Terra. Quer irritar um virginiano? Leve-o para ambientes sujos e bagunçados, mexa em suas coisas (e, de preferência, não coloque elas de volta no lugar), demonstre falta de compromisso e tire-o de sua rotina. Perfeccionistas ao extremo, as pessoas do signo de Virgem se incomodam com imperfeições, assimetrias e qualquer coisa que não esteja arrumada e organizada – inclusive pensamentos. Por isso, eles costumam se irritar com devaneios ou coisas que não tenham critério ou lógica, que para eles explicam e regem o mundo. Os virginianos são bastante centrados em sua inteligência e capacidade mental e, quando são incapazes de compreender alguma coisa que tenham lido ou ouvido, sentem-se muito incomodados. Também não toleram preguiça e, normalmente hipocondríacos, não gostam de ficar doentes.

Libra: o que irrita é a pressão por decisões

O signo da balança é diplomático, justo e está sempre pesando todas as opções e tentando ver os lados de todo mundo, mesmo que pareça ter uma atitude superficial e “em cima do muro”. Pressionar um libriano para que ele se decida é quase sinônimo de incomodá-lo, assim como agir com autoridade, agressividade ou cometer alguma injustiça. Como adoram a alegria e a leveza da vida e estão sempre tentando evitar uma briga, se sentem frustrados com discussões de qualquer tipo. Os nativos de Libra são grandes apreciadores da beleza e das artes e se sentem fora de contexto se estão em um lugar feio ou de senso estético prejudicado. É um signo bastante social, que não gosta de ficar sem companhia por longos períodos de tempo.

Escorpião: nativos não gostam de superficialidade

Signo mais misterioso do Zodíaco, o escorpião abomina o meio termo e, consequentemente, não gosta de nada que é superficial: pessoas, situações ou relações. Para ele, as expressões de sentimento têm que ser verdadeiras, e bajulações o irritam. Intenso, ele costuma se entregar ao que vive, e não admite frieza – apesar de ele, fechado em seus segredos e tormentos, aparentar essa característica, quando, na verdade, está sofrendo. O escorpiano odeia relacionamentos em que não pode se entregar completamente, ou não enxerga essa entrega da outra pessoa. Possessivo, normalmente temperamental e ciumento, experimente tirar o controle do escorpiano e você verá esse nativo bravo. Uma traição, para este signo, além de irritá-lo e tirá-lo dos eixos, pode ser eternamente imperdoável. E, de brinde, você pode ganhar também uma vingança cuidadosamente arquitetada por ele, perito nesse quesito. Os escorpianos são também reservados e detestam que sua intimidade seja exposta.

Sagitário: mau humor e rotina tiram do sério

Sagitarianos prezam pela liberdade e pelo prazer de curtir a vida, e qualquer atitude que lhes tire sua independência nata é muito irritante para eles. Amantes das viagens, do risco e da aventura, às vezes beiram a inconsequência e têm sua paz mental perturbada se forem inseridos em uma rotina muito certinha ou uma vida sem movimentação. Como é um signo muito otimista, Sagitário costuma ter pouquíssima tolerância com mau humor ou baixo astral. Valoriza muito a sabedoria e a inteligência, e a paciência com pessoas intelectualmente limitadas é zero. Gostam de se sentir “donos da verdade” e se incomodam quando veem que estão lidando com gente mais competente ou que sabe mais que ele sobre um determinado assunto.

Capricórnio: ficar sem trabalhar e irresponsabilidade

Signo da disciplina e da ambição, Capricórnio tem nativos que detestam, acima de tudo, ficar sem trabalho. Não só pela falta de dinheiro, que os irrita profundamente, mas também pelo sentimento de inutilidade, que também lhes tira a paz. Cautelosos e responsáveis, os capricornianos julgam negativamente atitudes que demonstrem irresponsabilidade ou imaturidade, como atrasos, nervosismo ou pessoas histéricas, por exemplo. Apegados à estabilidade, têm muita dificuldade em lidar com mudanças. Como é muito exigente consigo mesmo, este nativo costuma ser assim com os outros também. Não gosta de quem se lamenta sobre a vida sem agir para melhorar e tem pouca paciência para qualquer tipo de coisa sem aplicação prática. Reservados e “pé no chão”, capricornianos se sentem bastante desconfortáveis em contextos que lhes exijam jogo de cintura, já que para eles tudo é muito “preto no branco”.

Aquário: regras e imposições incomodam

Proibir o aquariano de fazer alguma coisa, ou obriga-lo a agir de determinada maneira. Eis aqui a chave para a irritação deste signo. Ele não gosta de sentir que está submetido a regras ou padrões, porque ama a liberdade e a originalidade, e por isso acaba se afastando de pessoas muito emotivas, que também o deixam incomodado, assim como cobranças afetivas. Detestam tudo que é monótono ou carece de clareza e lógica. Tradições e dogmas também exasperam esse nativo, que tem um gosto peculiar por tudo aquilo que é mais excêntrico. Outra coisa que deixa os aquarianos extremamente incomodados é privar-lhes de ficar com seus amigos.

Peixes: egoísmo e menosprezo dos sentimentos

O pisciano é muito emotivo e sensível, ficando bastante magoado com pessoas frias que os menosprezam ou não dão atenção aos seus sentimentos, ou mesmo que se fecham e não demonstram o que sentem. Os nativos do último signo do Zodíaco costumam ser altruístas, muitas vezes a ponto de se anularem pensando muito nos outros. Eles não gostam, portanto, de pessoas que só falam de si ou que são egoístas e não abrem a mente para as necessidades alheias. São extremamente adaptáveis, verdadeiras “esponjas” emocionais, que sentem muito o ambiente, mas não gostam de ser cobrados ou de ter alguém que fique os acelerando o tempo todo. Místicos, idealistas e ligados à imaginação, detestam que alguém, munido de ceticismo, questione suas crenças. São normalmente descontraído e pouco ligados às coisas materiais. Por isso, conviver com “coxinhas” e gente muito arrumada também incomoda os piscianos.

Fonte indicada: Vix

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Nota da página: conteúdo publicado com objetivo único de entretenimento

A gente se atropela

A gente se atropela

…atropela o corpo, atropela a alma, atropela o tempo de maturação de um experiência, de uma sensação.

A gente atropela os dias, com todas as tarefas que temos, com os deveres mais importantes, com as coisas mais relevantes, a gente não guarda 10 minutos para sentar, respirar e pensar nos passos dados, na direção dos voos. Não dá tempo de parar o atropelo para meditar sobre nós mesmos.

A gente atropela os sinais do corpo, coloca mais um antiácido no estômago, deixa o xixi pra depois, melhor responder a emergência dos e-mails primeiro. A gente atropela a mastigação do almoço com digitações no celular. A gente atropela o momento de conversa com o parceiro por coisas que temos que postar. A gente atropela um olhar, uma flor, um filosofar mais profundo com um vomitar nossas dores e falar sobre a vida dos outros.

A gente atropela nossos aprendizados diários com pensamentos que não vêm ao caso, a gente atropela a possibilidade de outros entendimentos, de outras interpretações com a nossa raiva instaurada, com a nossa dor pré-concebida, com os nossos vícios de ser o que já sabemos ser.

A gente se atropela dando ouvido demais para o que, no fim das contas, não interessa nada na nossa estrada. A gente atropela um olhar bonito, um cheiro bom, um momento único com a vontade de que as coisas cresçam e vinguem no momento seguinte.

A gente atropela um momento de chegada, uma fase de alívio, uma veia rasgada, um coração rompido. A gente atropela o luto e o sentimenro recém-nascido.

A gente atropela um abraço de uma criança, a gente atropela tantas árvores todos os dias, a gente atropela as boas ideias, a poesia falando mal do vizinho. A gente atropela as soluções com um excesso de problemas, a gente atropela a maré mansa de dentro com imposições e expectativas. A gente atropela quem não se atropela e senta um pouco todos os dias teimosamente no meio da estrada dos atropelados.

A gente atropela os dias, a geografia, a nossa história de vida. A gente atropela o te amo da mãe no telefone, a gente atropela as presenças com a nosso constante foco na falta, a gente atropela os pequenos significados com expressões gigantes que vivemos esperando aterrissar na nossa janela.

A gente atropela o silêncio, o nosso e o dos outros, atropela o futuro com nossos medos bobos, atropela o passado, manchando com nossos apegos e desgostos, atropela o presente com a acidez do desconforto de não saber mais estar na própria pele.

… a gente se atropela

Sinta orgulho de suas cicatrizes, elas traduzem a sua resiliência

Sinta orgulho de suas cicatrizes, elas traduzem a sua resiliência

Tenha orgulho das suas cicatrizes, tanto as físicas quanto as emocionais. Elas serão os seus eternos lembretes do quão guerreiro(a) você foi naquelas circunstâncias em que você achou que não fosse capaz de suportar aquela dor ou aquela dificuldade que assolou a sua alma. Escolha ver essas marcas como troféus, elas merecem esse título. Essa marca na sua pele é para lembrá-lo que você resistiu àquela doença, àquele acidente ou àquela cirurgia tão delicada.

Sobre as suas cicatrizes emocionais, perceba-as, também, como tatuagens de resiliência. Aquela humilhação que você sofreu na infância, aquela injustiça que assolou a sua vida ou aquela perseguição no trabalho que acabou levando-o à depressão não prevaleceram sobre você. Você conseguiu superá-los, você soube enfrentá-los e, certamente, saiu mais fortalecido daquelas experiências. Eu citei essas experiências, mas, é possível que você tenha enfrentado muitas outras, como por exemplo, uma grande calúnia envolvendo a sua família, um grande prejuízo financeiro por ter confiado em alguém ou um intenso sofrimento em decorrência de uma ruptura amorosa. Enfim, eu poderia continuar a lista de dissabores, contudo, paro por aqui.

As marcas ficam, elas são inevitáveis. Jamais sairemos de uma situação estressora da mesma forma que entramos. Contudo, vale lembrar que são as adversidades que trazem à tona a força que temos. É muito comum pensarmos num sofrimento passado e nos surpreendermos com a nossa capacidade de superação. É comum nos perguntarmos: “Nossa, como pude superar aquele sofrimento?” Daí, cada um vai achar a sua própria resposta. Haverá aqueles que atribuirão a sua capacidade de superação à fé, como haverá, também, aqueles que atribuirão aquela capacidade de superação à própria força interior.

Tenho um irmão que teve uma perna amputada num acidente de trânsito em junho de 2015. Ele, para a surpresa de todos, sente-se um afortunado pela amputação, afinal, nunca se teve notícias de que um motociclista sobrevivesse colidindo com uma carreta. Ele sobreviveu e diz cheio de gratidão: “Só perdi uma perna, tá bom demais, era para eu estar morto”. Sem dúvida, ele é o meu maior referencial de gratidão. Ele nunca reclama de nada, ainda no leito de hospital, quando saiu da UTI, ele me recebeu com um sorriso dizendo: “O Doutor me disse que eu nasci de novo e que vou aprender a viver sem a perna. Então, eu vou ter que aprender, minha irmã. Se Deus não me levou, é porque Ele sabe o que tá fazendo”. Ele tem apenas o ensino fundamental, mas é o meu Doutor em termos de gratidão e resiliência. Ele não vê aquela amputação como um azar, ele prefere ver como uma grande bênção, pois, para ele, simboliza a sobrevivência a uma grande tragédia.

Então, tudo depende da forma como escolhemos olhar. Sempre haverá um lado bonito nos sofrimentos pois extraímos grandes ensinamentos deles. Contudo, existem aquelas pessoas que focam apenas na dor. Elas optam por alimentar o rancor, o ressentimento, o vitimismo e etc. Dessa forma, elas ficam estagnadas, o tempo passa e elas permanecem ancoradas lá naquele evento doloroso remoendo as piores lembranças. A escolha do que vamos alimentar é nossa.

Os últimos serão os primeiros

Os últimos serão os primeiros

Nesse texto, vou aprofundar a mensagem de uma das suas mais célebres frases…

“Os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos”

Essa frase é de uma profundidade estupenda. Nessa mesma passagem ele ainda completa dizendo que “muitos serão os chamados, mas poucos os escolhidos”.

Enfim! Vamos à interpretação…

De uma maneira mais superficial, é bem clara a questão da HUMILDADE. Se você se mostra uma pessoa humilde de verdade, tem todos os recursos e condições de se tornam o primeiro. Lembrando que “humildade” significa “terra fértil”, ou seja, quem é humilde sabe que é incompleto e que sempre tem algo a mais para aprender, desta forma não humilha ninguém, não se torna autoritário, dogmático, exigente demais etc.

Estou procurando seguir os passos do mestre e ser pelo menos um pouco mais humilde a cada dia. Não é nada fácil, porque a nossa mente e o nosso ego ficam o tempo todo “dando pitaco”!

Mas essa passagem, sendo interpretada mais profundamente, nos leva a refletir sobre o EGO HUMANO, que está cada vez mais exacerbado na nossa sociedade.

Estamos dominados pelo CAPITALISMO e o lema é o lucro, o poder, a fama, o status, o prazer fácil, a comodidade, a felicidade sem fim etc. etc.

Tudo isso não passa de pura ilusão, mas as pessoas estão tão afastadas de seus centros que acham que essas coisas são a realidade. Definitivamente não são!

A felicidade e a plenitude vêm de dentro do nosso ser. Brota e cresce a partir do coração, que se conecta com o nosso eu divino.

Jesus, com suas sábias palavras, está fazendo uma dura crítica à COMPETIÇÃO que existe entre as pessoas.

Tudo na sociedade é colocado desta maneira, o primeiro, o segundo, o terceiro, até chegar ao último.

Com essa classificação, somente quem for o primeiro vai receber o seu prêmio, que recebe diversos nomes, como medalha esportiva, cargo em um concurso público, melhor voz em shows de talentos, melhor banda em concurso musical, melhor quadro da exposição, melhor música do evento, melhor pesquisa universitária…

Pensar desta maneira retira toda a beleza e mais que isso, toda a ESPONTANEIDADE da vida.

Pense comigo? Como você desenvolveria os seus dons se soubesse que não vai haver nenhuma competição? Que não vai haver primeiros nem últimos?

Aqui tem uma perspectiva bem interessante!

Os materialistas vão se FRUSTRAR. Vão pensar mais ou menos assim: “Que chato! Que graça tem eu fazer uma coisa e não receber nenhum reconhecimento dos outros? Não receber minha medalha de ouro para esfregar na cara do fulano? Não colocar no meu currículo que tenho formação no nível supremo?…”.

Eu sinto vontade de rir dos que pensam assim!…

Os mais voltados para a espiritualidade e o amor, para a essência do ser vão pensar assim: “Que bom não ter competidores, desta forma eu vou fazer tudo do jeito que eu achar melhor, independente do que vão pensar. Se só uma pessoa gostar está ótimo, se até mesmo ninguém gostar, ótimo do mesmo jeito, porque eu estou feliz, estou fazendo isso com toda a minha alma…”.

Você consegue perceber a diferença? Os materialistas pensam PARA FORA, quem está na sua essência pensa PARA DENTRO, para ser ainda mais profundo, na realidade quem está na essência nem pensa muito, SENTE, vibra nesse amor e nessa certeza.

Com esses exemplos ou posso voltar ao que Jesus quis dizer, os últimos são aqueles que estão vivendo pelo coração, que aos olhos do mundo são considerados “loucos”, “perdidos”, “fracassados”, “lunáticos” etc. E os primeiros são aqueles que estão competindo, que estão ansiando pelas medalhas, por reconhecimento externo.

Pois é! Sabe de uma coisa? Eu estou cada vez mais procurando fazer parte dos últimos! E a recompensa que estou tendo é a FELICIDADE GENUÍNA.

Muitos dizem que estamos neste mundo para sermos felizes, essa frase virou até clichê, mas quem a vive de verdade, hein?

Você é feliz? Se faça esse questionamento? Se não é, que tal pensar com carinho nessas palavras de Jesus e no que estou colocando aqui! Se você caiu nesse texto é porque de alguma forma está buscando isso!

Sejamos felizes, e a melhor maneira de sermos felizes de verdade é sendo os últimos, longe das competições, pois assim seremos os primeiros no nosso coração, e ao optar pelo coração, acredite! Nem mesmo precisaremos dizer que estamos em primeiro…

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