Não canso de repetir que Jesus Cristo foi e sempre será a minha maior referência na vida. Ele nos ensinou tudo que precisamos para ter uma vida plena, meus amigos! Basta ter olhos para ver.
Existe um conceito terrível propagado na nossa sociedade no qual Jesus foi um dos maiores combatentes e hoje, aprendendo com ele, também estou sendo: a MERITOCRACIA.
Esse é um conceito bastante perigoso, porque dentro dele está contido o pior de todos os pecados capitais, a VAIDADE.
A meritocracia diz que a pessoa que lutou para conquistar grandes coisas na vida é merecedora por todas as conquistas e não deve ajudar quem não conseguiu vencer na vida a fazer o mesmo.
Esse é o egoísmo lá na sua raiz. Você não olhar para a dor do seu vizinho, para a sua enfermidade, como se você não fizesse parte disso.
Como concordar com uma ideia tão perigosa como essa?
Para embasar essa reflexão, compartilho as sábias palavras do evangelho de Mateus.
“E os escribas e fariseus, vendo-o comer com os publicanos e pecadores, disseram aos seus discípulos: Por que come e bebe ele com os publicanos e pecadores?
Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento.” Marcos 2:16-17
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A profundidade destas palavras de Jesus é absurda. Inclusive ele utiliza uma das palavras mais terapêuticas que existe: ARREPENDIMENTO.
Quando você se arrepende de algo, significa que compreendeu no mais íntimo do coração que fez algo errado ou inadequado.
O arrependimento está atrelado ao PERDÃO, a maior e principal chave de cura das emoções nos seres humanos.
Jesus era um imenso terapeuta. Através da sua vida iluminada, reta, ética, serena, pacificada, tocava as pessoas só com a sua presença, e quando abria a boca para falar alguma coisa, tocava o mais profundo da alma dos seus ouvintes.
Ele era perfeito em sua humanidade, e tendo consciência disso, tudo o que fazia era levar amor para as pessoas. A partir desse amor profundo, ele não se importava se estava diante de publicanos, de fariseus, de mendigos, de prostitutas, ou dos grandes generais da sociedade. Ele tratava todas as pessoas com amor e dignidade, pois somos todos irmãos, somos feitos da mesma matéria prima divina.
No dia em que você internalizar isso, perceberá o quanto agimos de forma cruel muitas vezes, excluindo, julgando, humilhando, desqualificando, esnobando… atitudes que só revelam o quanto também somos fariseus.
Jesus dizia: “O maior dentre vós é aquele que serve”. Mt: 20. 26
É exatamente assim que eu penso. Eu sou um privilegiado. Nasci em uma família amorosa, que sempre me amou desde criança. Cresci no meio de pessoas espiritualizadas e sábias. Tive acesso a conhecimento, estudei em boas escolas. Pude me formar e receber uma formação primorosa etc.
Se tivesse nascido em uma família problemática, sem recursos, sem acesso a conhecimento, você certamente não estaria lendo esse texto agora e eu nem saberia como seria a minha vida nesse momento…
É meu dever levar um pouco de tudo que aprendi e continuo aprendendo para as pessoas. Não penso em meritocracia. Cresci na vida, fiz faculdade, aprendi muita coisa. Mas de que adiantaria isso se fosse para ficar só comigo? Não adiantaria de nada!
Gosto muito das palavras do grande Mario Sergio Cortella que dizem assim: “Amor e conhecimento são duas coisas que só crescem cada vez mais à medida que você oferece”.
São palavras de uma sabedoria incrível. Quanto mais a gente ama e quanto mais a gente estuda, cresce em nós o desejo do COMPARTILHAR.
A raiz dessa palavra é maravilhosa, ela significa “partilhar junto”.
Partilha vem de pessoas, de estar junto, nunca de solidão.
Você já viu uma pessoa solitária partilhar algo? Estranho não é mesmo? Exatamente porque isso é incoerente. Só é possível partilhar quando se tem pessoas para partilhar.
Jesus partilhava sua sabedoria com todos que dele se aproximavam, e o resultado disso é que ele era amado e respeitado em todos os lugares que ia.
O seu olhar de amor mexia profundamente nas pessoas consideradas “pecadoras”, e a sua presença fazia com que elas, por conta própria, buscassem mudar de vida e seguir outro caminho.
Enfim. Percebe como era bonita a postura de Jesus Cristo?
Portanto. Para eliminar de vez da sua mente essa ideia terrível de meritocracia. Aprenda e vivencie isso.
Não que a gente precise de alguma valorização das nossas qualidades individuais. Eu tenho a minha parcela de intensidade e você a sua. Nós apenas decidimos, após algumas maturidades e muitos desencontros, que somos fodas nisso de ficarmos juntos.
Do jeito que as coisas andam, na entrega em que a nossa parceria se encaixa, talvez o futuro realmente possa ser essa sinceridade que já é o presente que dividimos. Mas a gente se preocupa com isso mais tarde. Agora, a única coisa que importa é você aqui do meu lado. É da gente segurando as mãos um do outro e conversando sobre qualquer assunto.
Eu te alcanço e você me alcança. Combinamos desde o primeiro sorriso que o respeito e a reciprocidade são inegociáveis, e é por causa disso que somos fodas juntos. O mundo ainda não ouviu falar da gente, mas tudo bem. Somos tão fodas que criamos um mundo inteiro só nosso.
Ninguém vale a sua noite em claro, o seu desespero, a sua insistência, o seu emocional todo abalado e sem força alguma para levantar no dia seguinte.
Ninguém vale o seu amor perdido. O seu amor sem limites, sem respeito próprio, sem nada mais para oferecer além de entregas a todo momento, e esperando e torcendo por umas poucas migalhas em troca. Não, ninguém vale isso. E o quanto antes você perceber, o quanto antes você reparar no mundo que existe ao seu redor, mais cedo você entenderá: o amor supera tudo quando é amor a dois. Se o amor for servido apenas por um não tem jeito, é só mais um relacionamento tóxico e cheio de cicatrizes futuras.
É por isso que ninguém vale o seu esforço. Pelo menos não se ele não vier acompanhado do pacote completo. E o pacote completo não é com verdades, reciprocidades e cumplicidades pela metade. Assim não vale mesmo. Que seja tudo inteiro, porque o seu amor não merece mais ou menos.
Ninguém vale o seu desequilíbrio, o seu amor se maltratando dessa forma. As noites mal dormidas, as lágrimas, os desaforos, as decepções e as mentiras, ninguém vale nada parecido. O seu amor já ficou perdido tempo o suficiente. Está na hora de reencontrá-lo.
Algumas pessoas são verdadeiros “mestres” na arte da manipulação. Para conseguirem o que querem, falam e realizam atos sem pensar nas consequências ou, muito menos, se colocar no lugar dos outros. Pessoas assim geram grandes estragos, pois são verdadeiros predadores.
Você se lembra de alguém assim?
Infelizmente, todos nós conhecemos um manipulador. O que, entretanto, pode mudar tudo daqui a diante, é você aprender a permanecer confiante em seus valores e convicções.
Abaixo, seguem 6 frases que te ajudarão a colocar um manipulador em seu lugar. Lembre-se de ser firme.
1. “Não”
A maioria das pessoas sente grande dificuldade em negar qualquer pedido de ajuda- e os manipuladores sabem muito bem disso!
Você deve entender que não tem que fazer tudo o que alguém pede, e nem precisa se justificar quando não puder fazer o que pedem.
Dizer “não” não nem sempre vai ser fácil. Mas grande parte da batalha está na sua mente e na sua autoconfiança. Afinal, quem te ama e te respeita tem que entender seus limites também
2. “Afaste-se”.
Frequentemente, manipuladores usam de intimidação física ou emocional para conseguirem o que querem. A maioria das vezes, entretanto, a intimidação é emocional!
Uma vez que eles sabem que pode exercer algum controle sobre você, eles tentarão manter a maior proximidade possível para ganhar espaço e poder na relação.
Estabeleça limites.
3. “Volte quando se acalmar.”
Isto funciona se o manipulador está usando o “drama” ou tentando criar um estado emocional exacerbado para fazê-lo parar de pensar racionalmente. Eles podem tentar fazer com que você tome decisões rápidas a partir de sentimentos de culpa ou pena, por exemplo.
Não decida nada nesse momento! Peça um tempo para decidir, pensar com calma e até se aconselhar, se for o caso.
4. ”Meus sentimentos também importam.”
Alguns manipuladores colocam seus próprios sentimentos em um pedestal. O objetivo com isso é fazer você esquecer seus sentimentos até que esteja fazendo tudo em seu poder para se certificar de que eles sejam sua prioridade- você será anulado (a) em suas vontades e estima.
Ponha fim nisso! Deixe claro que você também tem sentimentos e necessidades. A vida não gira em torno de uma pessoa e nem deve ser assim em um relacionamento de casal ou amizade.
5. ”Isso é inaceitável.”
Manipuladores procuram alvos fáceis. Eles querem alguém com limites fracos. Se a pessoa não tem limites, você tem que ter.
6. “Vá embora.”
Guarde isso para a pior das situações.
Estou falando sobre as pessoas que fazem todos os tipos de coisas desagradáveis para você e, no dia seguinte, te chamam como se nada tivesse acontecido
Algumas pessoas simplesmente não têm lugar em sua vida. Se alguém tem um histórico comprovado de mentiras, engano e manipulação, retire-o da sua vida e não olhe para trás. Se for alguém que você não pode evitar, afaste-se emocionalmente e treine os limites, mas mantenha a maior distância possível.
Ser boa é uma coisa… ser boba é outra muito diferente.
No entanto, repare que a única diferença entre as duas palavras é uma simples letra “b”.
Da mesma forma, na vida, é muito comum as pessoas mais folgadas ou menos justas, confundirem bondade com disposição para ser feito de trouxa.
A boa notícia é que essas pessoas se revelam facilmente:
1 – O folgado tem uma dificuldade enorme em dizer “obrigado”, em falar “por favor” e em pedir “me desculpe”… é como se ao fazê-lo fosse cair um dedo da mão ou coisa parecida.
2 – Gente abusada não pede, manda… como se todos devessem estar prontos para atendê-lo IMEDIATAMENTE.
3 – Os “sem noção” são também incapazes de reconhecer o seu valor; se você tiver sucesso, eles vão encher a boca para dizer que foi sorte ou que alguém favoreceu você.
4 – É a especialidade dos que se acham melhor que os outros, fazerem cara de paisagem quando erram e agirem como juízes, acima do bem e do mal, quando é o outro que erra.
5 – Mas o maior perigo que você corre se tiver de lidar com esse tipo de “gente” é que ele vai se aproveitar de você, vai achar que tem o direito de te usar e depois descartar, como se você fosse um copinho de plástico.
E quer saber? Isso só vai acontecer se você deixar! Isso mesmo; quem põe limites é você, e mais ninguém!
Por isso, ao menor sinal de abuso, reaja! Cobre o “obrigado” o “por favor” e o “me desculpe”. Deixe claro que você não está à disposição. Faça valer o seu valor. Seja clara quando não gostar de alguma coisa, jeito de falar ou atitude.
E, sobretudo, desenhe se for preciso para que o folgado entenda que você não é descartável e que se ele insiste em agir de forma desrespeitosa que vá cantar sua música desafinada em outra freguesia!
Outro dia li uma frase extremamente profunda do teólogo, músico, filósofo e médico Albert Schweitzer que me fez refletir sobre o destino que damos à nossa vida, sobre as escolhas que fazemos e de que forma conseguimos ser relevantes. Abaixo está a frase…
“A tragédia não é quando um homem morre. A tragédia é aquilo que morre dentro de um homem enquanto ele ainda está vivo…”.
Albert Schweitzer
Ela pode nos levar a uma reflexão importante e que considero necessária, pois a morte atinge a todos nós, e o que muda entre alguém que se tornou relevante para alguém que não se tornou é a caminhada, as escolhas, as decisões tomadas ao longo da vida.
Morremos um pouco a cada dia, mas nossa essência mais profunda continua intacta, continuamos como uma criança em nosso interior. Porém, uma vida com sofrimentos em demasia e falta de esperança pode contribuir para destruir essa criança linda que vive em nós. É preciso cuidado e atenção constante para que isso não ocorra. A verdadeira e única morte é a do espírito, se o espírito morre, aí verdadeiramente podemos dizer que uma pessoa morreu.
É disso que o Albert Schweitzer está falando com sua frase. O que nos faz morrer por dentro gera essa tragédia sem precedentes, e esta tragédia prejudica a nós e a muitos outros que de alguma forma fazem parte da nossa vida.
As principais coisas que matam nosso espírito são: a ignorância, o medo, a raiva e os apegos. Todos são manifestações do nosso EGO. Aprendendo a transcender essas barreiras para a nossa felicidade e completude, podemos ser relevantes neste mundo.
Cada pessoa nasce com dons únicos e maravilhosos. A maior felicidade é quando utilizamos nossos dons para beneficiar o maior número de pessoas possível. Eu, por exemplo, me sinto imensamente feliz e grato por poder compartilhar meu conhecimento e experiências com você que me lê agora. Estou utilizando esse dom que tenho da escrita para beneficiar a muitos.
Mas existe algo a ser refletido. Eu só posso ser relevante e compartilhar meus conhecimentos se antes, dentro de mim, houver vida, amor, plenitude, alegria, verdade, otimismo etc. tudo isso são requisitos para realizar esse trabalho de uma forma bonita e impactante.
Desta forma, busco constantemente o AUTOCONHECIMENTO, a MEDITAÇÃO, busco nutrir relacionamentos significativos e ricos, busco a natureza, me alimentar corretamente, fazer atividades físicas prazerosas, ler bons livros, assistir a bons filmes, ouvir boas músicas etc. tudo isso me ajuda a manter minha mente clara e inspirada. Essa é uma conexão com as energias cósmicas que trazem harmonia e equilíbrio.
Agora, se eu deixasse isso morrer em mim. Já pensou? Seria uma tragédia, como diria o Albert Schweitzer. Tenho consciência de que o que faço é pouco. O que digo, também é dito por milhares de pessoas por aí. Mas por que seria uma tragédia? Porque não teria a minha energia, entende? E ela é única. A maneira como transmito o que tenho pra dizer é minha e de mais ninguém, e pode tocar o coração de uma pessoa de uma forma única e especial.
Tenho consciência disso, e tendo essa consciência, busco manter sempre viva essa chama dentro de mim, para que possa fazer o bem ao maior número de pessoas possível e assim, ser alguém importante. Como diria o Mario Sergio Cortella, alguém importante é aquele que é transportado para dentro do coração de alguém. Eu sou importante em momentos específicos na vida de diversos leitores, que leem o que estou transmitindo, internalizam e vão se transformando interiormente.
Nessa hora não há separação! É algo incrível. Eu estou dentro do coração de alguém que me lê. Pode haver apenas uma separação física, mas há uma conexão através do espírito, da minha energia emanada no texto que chega até o coração da pessoa. Percebe como isso é profundo?
Esse sou eu em meu trabalho com a escrita, mas isso se estende para todas as pessoas em seus ofícios e suas vidas. Uma cozinheira de escola, por exemplo, sem ela, muitas crianças e adolescentes deixariam de ter uma comida gostosa e nutritiva, geradora de vida e alegria. Sem um professor em uma sala de aula, os alunos ficariam jogados ao léu, sem uma referência, sem alguém para lhes ensinar valores humanos e conhecimento. Sem alguém que trabalhe com manutenção de automóveis, ninguém conseguiria se locomover em seus carros quando eles dessem problemas. Sem um médico num pronto socorro para atender os pacientes doentes e debilitados, haveria muitas mortes e muito mais sofrimento etc.
São tantos exemplos, tantos ofícios, tantas profissões, que seria absolutamente impossível enumerar todas. É preciso entender que em todas elas há VIDA, há ENERGIA sendo desprendida. Há AMOR, há VÍNCULOS. Se alguma coisa no meio disso tudo perde vida, perde energia, ou seja, morre, muita gente sai perdendo, porque estamos todos vinculados de alguma forma.
Que essa reflexão seja encarada por você com alegria e entusiasmo. Acredite! Você é importante na vida de diversas pessoas. Eu não lhe conheço, não sei como é o seu rosto, sua altura, sua cor de pele, não sei se é casado(a), solteiro(a), se tem filhos etc. Não sei nada disso, mas sei de uma coisa. Há vida dentro de você! Há uma energia linda pulsando e esperando para ser liberada e utilizada em algo grandioso para você e para muitas outras pessoas. A vida é passageira, não a desperdice com bobeiras, com bobagens. Transcenda isso! Seja amor, busque conhecimento, busque crescer espiritualmente, e assim, tudo em sua vida ganhará uma dimensão mais iluminada pelo amor de Deus. Acredite! É assim!
Desejo muito amor e paz em sua vida. Sigamos juntos, crescendo em amor e consciência…
A famosa quarentena são os 40 dias, aproximadamente, imediatamente após o nascimento do bebê. Muitas vezes é confundido com o puerpério, o período que precisamos para nos recuperar após o parto.
O puerpério se estende além das 6 semanas de quarentena. É um processo de recuperação física e emocional que a mulher precisa após 9 meses de gestação e de ter dado à luz. De acordo com diferentes estudos e teorias, pode durar de um ano a dois anos, chegando até três.
Um ano para se recuperar após o parto
Uma pesquisa do ano de 2015, desenvolvida pela Dra. Julie Wray, da Universidade de Salkford, Reino Unido, constatou que “as mulheres precisam de pelo menos um ano para se recuperar após o parto”. As alterações hormonais e físicas que o corpo da mulher vive durante a gravidez não terminam com o parto”.
O puerpério também implica mudanças físicas e emocionais para se adaptar à nova realidade de ser mãe. A pesquisadora entrevistou mulheres de vários países que deram à luz e passaram entre duas a três semanas, três meses e entre seis a sete meses após o nascimento de seus filhos.
Fazer atividades com nosso filho é necessário para se recuperar após o parto
Wray descobriu que, para a maioria das mães, o ideal seria ter pelo menos 12 meses de recuperação pós-natal, o que inclui tanto fisicamente quanto emocionalmente. “As mulheres sentem que demoram mais de seis semanas para se recuperar e devem receber apoio para além de seis a oito semanas após o nascimento”, disse a pesquisadora.
O puerpério
A pesquisa mencionada faz referência ao tempo estimado que as novas mães consideraram necessário para se recuperar após o parto. Mas para a psicóloga argentina Laura Gutman, autora do famoso livro ” Maternidade e o encontro com a própria sombra”, o puerpério dura até os 2 ou 3 anos de vida do bebê.
A mãe e o bebê são a mesma unidade emocional. O parto “rompe” a unidade física que foram a mãe e o bebê durante os 9 meses de gestação. Embora eles não sejam mais uma unidade, eles permanecem emocionalmente unidos e esta separação leva tempo.
Para a terapeuta familiar, o puerpério é um período em que há situações que não são inteiramente físicas, nem tão concretas, mas nem por isso menos reais, que afetam a estabilidade da mulher. O parto foi uma forte “desestruturação emocional”, onde passamos de um só ser para dois.
A própria sombra
O puerpério nos confronta com o que está fora de nosso controle, com o que está dentro de nós mesmos, com nossas próprias sombras e conflitos. Para emergir reconstituída e renovada a partir deste reencontro, precisamos estar cientes do processo que estamos vivendo e nos recuperarmos após o parto.
Abraçar nosso filho é necessário para se recuperar após o parto
Enquanto estamos neste campo que se move entre o místico, o energético e o emocional, temos um recém-nascido em nossos braços que devemos cuidar. Mas o bebê chora, exatamente, porque expressa a dor e os medos da mulher que foram desencadeados após o nascimento.
Talvez nossas avós tivessem mais facilidade porque sua única ocupação eram a casa e os filhos. Mas a mulher de hoje, ativa, ocupada, empreendedora, bem-sucedida, é outra coisa.
As mães precisam passar da imensidão de seu mundo emocional para o mundo concreto, que envolve o trabalho, dinheiro, preocupações cotidianas, para então retornar ao ritmo do bebê. Nem nós e nem o nosso entorno estão preparados para fazer essa transição com segurança sem cair no desespero ou sem possibilidades de pedir ajuda.
Quando não há tempo para o reencontro
Dada a complexidade da situação emocional que Gutman descreve, é evidente que esperar que a mulher recupere a normalidade que tinha antes da gravidez, sua sexualidade e sua vida profissional, é uma fantasia impossível de ser realizada em seis semanas.
A verdade é que nem todas as mães têm a sorte de se dedicar inteiramente ao cuidado do bebê enquanto se recuperam física e emocionalmente. Muitas, milhões, têm outros filhos, não têm ajuda do pai, têm que ir trabalhar. Parece não haver tempo para o encontro consigo mesma.
O contato físico com nossos filhos é necessário para se recuperar após o parto
A realidade enfrentada por milhões de mulheres e mães trabalhadoras é que em seus países não há licença maternidade que lhes permita se recuperarem após o parto. A mulher precisa ir trabalhar, precisa encontrar alguém para cuidar do bebê e perde a oportunidade de tomar consciência das opções emocionais que o puerpério lhe oferece.
A realidade das mães que trabalham
Apenas 34 países cumprem a recomendação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de conceder pelo menos 14 semanas de licença maternidade, com uma remuneração não inferior a dois terços da renda anterior.
A maior parte das licenças maternidade não está adaptada às necessidades da mãe e do bebê. Com poucas exceções: a Croácia concede 410 dias de licença pós-natal; países como Montenegro, Bósnia e Albânia também oferecem 365 dias de licença pós-natal; Reino Unido (315 dias), Noruega (315) e Suécia (240).
No extremo oposto estão a maioria dos países da África e da Ásia, onde não se ultrapassa 8 semanas. Além do apego ao bebê, é uma questão de saúde física e emocional que a mulher possa se recuperar após o parto. A estrada que ainda temos que percorrer para reconhecer as necessidades da mulher recém-parida e do bebê é muito longa.
que comecem a se preparar para educá-lo assim que se confirme a gravidez!
Não! Não é exagero!
Todo mundo quer que seus filhos sejam felizes. No entanto, alguns esquecem que essa felicidade depende,
e muito, de uma boa educação: limites com amorosidade!
Seguem seis dicas de ouro para ter filhos bem educados:
1 – Não ceda a todas as vontades e pedidos
Por exemplo, você põe o almoço na mesa e a criança sempre quer outra coisa. Se você ceder, e sair correndo para fritar um ovinho, um nuggetinho, um macarrãozinho… Já era! O pequeno é capaz de nem saber o que tem sobre a mesa. E sem saber, porque está acostumado a ser atendido, vai pedir outra coisa. A refeição foi preparada para todos, não foi? A criança precisa se acostumar a comer de tudo!
2 – Deixe chorar um pouquinho
A criança aprende muito rapidamente o que tem que fazer para mobilizar os pais e conseguir o que quer. Se cada vez que seu filho botar a boca no mundo, você parar tudo o que está fazendo e sair correndo para acudir, ele rapidamente vai entender que o choro dele manda em você.
3 – Não faça tudo por ele
Criança que é ensinada desde cedo a ajudar nas tarefas e a fazer as coisas por conta própria, crescerá mais tranquila, alegre e independente. Dê peque nas atribuições, como pegar o pregador de roupas e ir te ajudando a pendurá-las no varal, dobrar suas próprias roupinhas, passar um paninho nos móveis, guardar os brinquedos, arrumar a cama. Dessa forma, você criará um parceiro e não um reizinho acostumado a ser servido.
4 – Não se ofenda se outra pessoa com papel de autoridade repreender seu filho
Se a criança mexe em objetos que podem ser danificados em uma loja e o funcionário chamar a atenção dela, peça desculpas ao funcionário e explique para a criança que naquele ambiente não se pode tocar nas coisas. Se a professora repreendeu seu filho por não atender uma ordem, procure entender o que aconteceu, você pode até esclarecer a situação com a professora, mas faça isso longe da criança; para a criança reforce a importância de respeitar os mais velhos.
5 – Não aceite comportamentos esquisitos e anti sociais
Criança tem sim que cumprimentar as visitas, o porteiro, os professores, o pediatra, os familiares… Essa história de ficar justificando que “ele é tímido”, “tem vergonha”, “não gosta de contato físico”, só vai contribuir para formar uma pessoa que não considera os outros. A criança não precisa sair abraçando e beijando todo mundo. Mas PRECISA cumprimentar, pedir por favor, agradecer, se despedir e se desculpar, caso faça algo errado.
6 – Não use os eletrônicos para domesticar seu filho
Essa história de levar tablet ou dar o celular na mão da criança só para que ela fique quieta num ambiente público, como a sala de espera do médico, o restaurante, a fila de algum estabelecimento… é abrir mão da responsabilidade de educar para a vida. Você pode sim distrair a criança – e deve! -, conte uma história, mostre o ambiente, explique onde estão, converse, brinque com ela. É na convivência que a educação acontece, NUNCA NA AUSÊNCIA!
Levou quatro anos para que eu assimilasse o estupro que eu sofri. Para que eu deixasse de jogar terra por cima desse episódio a cada vez que ele ameaçava emergir na minha memória, e para que eu enfim olhasse diretamente para ele e conseguisse dizer, sem medo, culpa e vergonha: foi estupro.
Aconteceu dentro de um relacionamento abusivo que vivi por alguns meses e nem sei como consegui colocar um ponto final. Quando entrei pela última vez na casa dele para dizer que ia embora, eu estava morrendo de medo.
Fingi estar triste, como se ainda gostasse dele, deixei que encostasse em mim, apesar do nojo, e abri mão de algumas roupas e livros porque temia que, se começasse a juntar minhas coisas, ele assimilaria que a despedida era definitiva, se sentiria confrontado e tentaria me impedir. Do jeito dele.
Àquela altura eu já havia enxergado que estava presa em um relacionamento abusivo. Ele já havia me dado um tapa na porta de um bar, por eu ter saído na frente dele. Já havia gritado comigo e me humilhado inúmeras vezes, por qualquer motivo que para ele parecesse plausível, como eu ter citado um amigo homem em uma conversa sobre trabalho, ou eu ter pintado as unhas, ou ter saído da aula no horário que deveria sair, mas que ele julgou ser muito tarde. Ele já havia me impedido de encontrar minhas amigas, de dormir na minha casa, de estudar. É claro que ele não me proibia de nada, mas jogava com a culpa: eu dava toda a minha atenção ao trabalho, aos estudos, a qualquer coisa, menos a ele, pobre coitado que estava cansado de ser preterido. Era sempre um misto de mágoa e raiva que apertava meus botões de culpa e, embora esses eu tenha demorado mais a admitir, os de medo também.
Eu passei a planejar minhas ações para agradá-lo, porque, a princípio, queria que a gente ficasse bem. Mas, lá no fundo, o que eu queria mesmo era evitar que ele explodisse em outro surto desmedido de raiva, porque eu tinha medo de todas aquelas acusações que eu nem sabia de onde vinham, tampouco aonde iam levar.
Assim os meses se passaram e eu fui me atolando mais e mais nesse jogo, até o dia em que ele já estava em cima de mim quando eu pedi para parar, e ele ignorou. Eu disse que estava passando mal, ele respondeu “azar o seu”, e continuou. Até o fim.
Na mesma semana, eu precisava sair porque tinha aula, e ele não queria que eu fosse. Reclamou, me acusou de ser má para ele. Eu peguei a bolsa e ele ficou na frente da porta. Segurou meu braço e me empurrou. Puxou a minha roupa. Eu falei não. Eu tenho certeza que falei não. E ele deu risada. Continuou. E doeu. Eu lembro da dor e de ele dizer algo como “isso é para você aprender”. Depois, falou que foi só uma brincadeira, nada de mais. Por que eu estava reclamando?
Eu não consegui gritar, nem chorar, nem bater ou sair correndo. Eu queria fazer tudo isso, mas me sentia tão fraca, impotente e sem valor, que fiquei inerte.
Eu não sei como achei coragem para terminar. Quando lembro que entrei na casa dele para fazer isso, nem acredito. Seria muito mais seguro terminar por mensagem, mas ainda havia em mim um resquício de vontade de enxergá-lo como um namorado normal e de agir “corretamente”. Afinal de contas, eu não me permitia, e nem me era permitido, errar.
Eu lembrava de notícias de feminicídios e de como algumas vítimas pareciam ter despertado a ira do agressor ao bater de frente com ele. Era a única informação que eu tinha para lidar com essa situação e eu acho que foi isso que me salvou.
Eu saí pela porta devagar, sem fazer alarde. Acho que eu dei a sorte de pegá-lo em um dia bom, daqueles em que ele tentava me agradar. Ele me pediu para deitar na cama e eu fiquei por longos minutos imóvel, torcendo para aquilo acabar logo, a angústia me revirando o estômago.
Ele só me abraçou, dessa vez. Eu já sentia muito nojo dele e aqueles braços em mim pareciam doer. Mas eu engoli a vontade de gritar para tirar aquele corpo imundo de perto de mim e me deixar em paz para sempre porque a minha paz nunca havia estado tão perto, mas eu sentia que a qualquer mínimo deslize eu poderia perdê-la. Então eu me despedi devagar, disfarçando meu ódio. E saí.
Pelo corredor sentia as pernas bambearem e um medo sufocante de a mão dele puxar meu braço e me impedir de ir. Medo do portão não abrir. Medo de ser seguida na rua. Eu não me lembro até quando eu senti medo, mas tempos depois um amigo em comum me disse para ter cuidado porque havia conversado com meu ex-namorado e ele parecia obcecado pela ideia de “me ter de volta”.
Fiz anos de terapia. Falei sobre meu relacionamento ruim, meu padrão de abusos psicológicos, meu medo, minha impotência, minha culpa. Minha necessidade de agradar, de ser uma boa menina, e por isso deixar que tripudiassem em cima da minha cabeça, e que me punissem quando eu não atendia às expectativas. Mas não falei uma palavra sobre os estupros. Eu sequer os nomeei estupros, até aqui.
Mujer saliendo del psicoanalista, Remedios Varo
A culpa por eu ter escolhido aquela pessoa para namorar, somada à vergonha por eu ter ficado ao lado de alguém tão escroto, mesmo depois que os abusos começaram, me motivaram a deixar esse pedaço da minha história intocado por um bom tempo. Eu achava que a culpa era minha, e esse pensamento era tão forte quanto irracional. Racionalmente, eu tenho plena consciência de que uma vítima nunca é culpada pelos abusos que sofre, e que abusadores têm o poder de confundir e manipular as vítimas para que elas acreditem que causaram sozinhas aquela dor.
Mas eu vivi anos imaginando que as minhas experiências horríveis de abuso eram alguma outra coisa menor, menos grave. Um exagero meu. Porque ele nunca me deixou hematomas. Porque a gente namorava. Porque eu escolhi frequentar a casa dele. Porque ele dizia que me amava. E porque ele simplesmente não se encaixava no meu estereótipo de estuprador. Eu conhecia a mãe dele, ela era um amor de pessoa, e os amigos dele, que não eram poucos, o achavam um cara tão legal.
Eu ainda acreditava, preconceituosamente, que o estuprador é o outro, um cara à parte a todos nós — o que quer que seja isso. Ou, pelo menos, um desconhecido. Ou um namorado que faz da sua vida um inferno 24 horas por dia, e não alguém que te leva pro inferno e depois fica tudo bem, como se o horror acontecido fosse só um pesadelo que jamais se encaixaria naquela realidade bonitinha.
Enquanto eu estava ali, vivendo aquela relação doentia, eu custei a enxergar que ele esmagava a minha auto estima, das maneiras que descobria serem eficazes, para me controlar. E que o meu comportamento, o tanto que eu me encolhia e me submetia para evitar novos ataques, só intensificava esse ciclo, já que dava a ele o direcionamento necessário para me manter mais e mais fechada numa caixinha de posse dele, como o objeto que ele achava que eu era.
Foi só depois de desenterrar a cabeça dessa lama que eu consegui ver que não há irritação ou frustração que justifiquem humilhações, violência verbal, ou a pessoa me tratar como se eu fosse uma imbecil, e ela, uma salvadora da minha pobre alma limitada.
E só então eu assimilei também que violência não é só ir parar no hospital, com sangue e osso quebrado. Também não é só estupro. As agressões de um relacionamento abusivo começam lá atrás, nas primeiras demonstrações da ideia de que um é dono, salvador e guia do outro, que geralmente aparecem quando a gente tá cheia de esperanças e expectativas e acha engraçadinho o cara se portar como um príncipe que veio a galope te tirar dessa torre que é a sua vida. Mas aqui vale uma dica: se um cara dá a entender que sua vida antes dele chegar era uma coisa medíocre, já botou o crachazinho de embuste. Pode correr desse aí.
Desde que tudo acabou, eu só quis esquecer, enterrar a merda no passado e seguir em frente. E eu segui. Namorei outras pessoas. Namorei ninguém, o que também é ótimo. Fiz viagens incríveis. Criei projetos de que tenho orgulho, no trabalho e fora dele. Fui a festas, saí com amigas, vi filmes engrandecedores, li livros geniais, me diverti, me conheci, me melhorei. Casei com um cara maravilhoso. Mudei de casa, de cidade, de estado. Engravidei. Pari. Passei por um puerpério, me reinventei. Vivo rodeada de pessoas cheias de amor. Amo a vida que tenho e me sinto feliz.
E agora, justamente agora, essa lembrança ressurgiu. Foi lendo um conto, uma ficção sobre uma garota que conhece um cara e decide transar com ele, que me veio a epifania. Consentimento não é um cargo público concursado. Ele não é vitalício. Consentimento tem que ser explícito e pode ser revogado a qualquer momento. E qualquer coisa feita sem consentimento da outra parte é uma violação.
Aí eu finalmente entendi por que passei quatro anos correndo dessa lembrança ruim, e essa lembrança ruim correndo atrás de mim. Porque ela não é mera lembrança ruim de um relacionamento que não deu certo e que foi permeado por mal entendidos. Essa lembrança é de estupros que sofri quando fui violentada de diversas formas por um abusador.
Agora tudo faz sentido. Eu não sou fraca, nem burra, nem mereço ser tratada de um jeito que me faça sentir um lixo. Eu só fui espelho e vítima de uma pessoa cheia de problemas, alguém potencialmente perigoso que só sabe se relacionar com outros de maneira abusiva. Com alguns colegas de trabalho e com a própria mãe, inclusive. E a culpa não é, nem nunca foi, minha.
Na verdade, eu sou uma mulher foda. Eu saí dessa relação horrorosa e tive forças para não deixar que as marcas dela me derrubassem. Eu ressignifiquei o meu amor, o meu corpo, a minha existência.
Eu não sou grata ao meu ex-namorado. Eu sou grata às pessoas que me amam e me dão o apoio que eu preciso, eu sou grata a todas as mulheres que tiveram a coragem de compartilhar as próprias dores e, indiretamente, me ensinaram o que é um relacionamento abusivo. E eu sou grata a mim, porque a minha felicidade é mérito meu.
Apesar de tudo, eu pude fazer desse período da minha vida uma porta para aprender sobre mim e quem eu sou, e para enxergar a força e a coragem que eu nem sabia que tinha. E que quem vive hoje o que eu já vivi, certamente também tem, só não consegue perceber, ainda.
Às vezes eu acho que a força e a coragem que nós temos para sobreviver a tudo isso são uma só para todas nós. Como um inconsciente coletivo só das mulheres, que todas temos a chave para acessar e o poder de compartilhar. Nenhuma de nós, por mais que acredite ser, é realmente fraca. Tentam nos calar e nos apagar, mas nós voltamos. Porque somos entranhadamente fortes, e feitas umas das outras.
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Imagem de capa: Mujer saliendo del psicoanalista, Remedios Varo
A detail of the newly discovered portrait of William Shakespeare, presented by the Shakespeare Birthplace trust, is seen in central London, Monday March 9, 2009. The portrait, believed to be almost the only authentic image of the writer made from life, has belonged to one family for centuries but was not recognized as a portrait of Shakespeare until recently. There are very few likenesses of Shakespeare, who died in 1616. (AP Photo/Lefteris Pitarakis)
Nos últimos dias, assisti a um trecho de uma palestra do filósofo e escritor Leandro Karnal falando sobre o livro Hamlet de Shakespeare e nesse trecho ele fez um comentário sobre 8 sábios conselhos preferidos por Polônio a Laertes, personagens dessa peça. Farei uma breve reflexão a partir desses 8 conselhos, que foram transcritos logo abaixo. Confira…
1) Não expressar tudo o que se pensa.
2) Ouvir a todos, mas falar com poucos.
3) Ser amistoso, mas nunca ser vulgar.
4) Valorizar amigos testados, mas não oferecer amizade a cada um que aparecer a sua frente.
5) Evitar qualquer briga, mas se for obrigado a entrar numa, que seus inimigos o temam.
6) Usar roupas de acordo com sua renda, sem nunca ser extravagante.
7) Não emprestar dinheiro a amigos, para não perder amigos e dinheiro.
8) Ser fiel a ti mesmo, e jamais serás falso com ninguém.
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1) Esse ponto me faz lembrar até algo que aprendi com o grande filósofo Mario Sergio Cortella. Existe uma grande diferença entre SINCERIDADE e FRANQUEZA. Ser sincero é não ter uma máscara de cera em seu rosto, aliás, esse é o significado etimológico dessa palavra. Você fala a verdade, mas tem cautela na forma de falar. Já a franqueza é dizer toda a verdade. É mais ou menos como o personagem “Super sincero” que passava no Fantástico. Quem é sempre franco acaba sendo grosseiro em muitas vezes.
Portanto: Não expresse tudo o que se pensa, porque isso pode custar muito caro…
2) Aqui está a maravilhosa SABEDORIA DO SILÊNCIO, que não aprofundarei porque tenho um texto no blog “Para além do agora” que fala sobre essa sabedoria de forma magnífica, um texto que não se sabe a data ao certo, mas é de uma beleza e profundidade imensa. Esse texto pertence à sabedoria do TAO, que prega exatamente que caminhemos pelo caminho do meio, sem excessos de nenhuma natureza. Segui [aqui] o link para lê-lo, e recomendo fortemente a sua leitura como um complemento para esse texto!
3) Ser amistoso é tratar as pessoas com amizade, com respeito e com atenção. Porém, ser vulgar é não ter critério nenhum na vida. Inclusive essa palavra vem de vulgus, que significa multidão. Percebe que interessante? A pessoa vulgar é aquela que não faz distinção em nada, e isso é tremendamente perigoso. Também escrevi um texto interessante falando sobre a importância de termos CRITÉRIO na vida, também inspirado no grande Mario Sergio Cortella. Segue o link [aqui].
4) Esse conselho está super atrelado ao 3º, porque a amizade é algo que vai se construindo com o tempo e com as experiências. Não é algo automático, muito menos algo que seja universal. Costumo dizer que amigo mesmo, com todas as letras: A-M-I-G-O. Temos bem poucos na vida, quase sempre é possível contar nos dedos das mãos. Novamente insisto: tenha mais critério na sua vida…
5) Esse ponto, de todos, é o que considero mais complexo, porque tenho quase certeza que o Shakespeare retirou essa sabedoria do livro “A arte da guerra” de Sun Tzu. Uma das celebres frases desse livro diz o seguinte: “Os que ganham todas as batalhas não são realmente profissionais; os que conseguem que se rendam impotentes os exércitos alheios sem lutar, são os melhores mestres do Arte da Guerra” – Sun Tzu.
Isso é maravilhosamente lindo. Esse mesmo princípio provavelmente inspirou o querido Mahatma Gandhi com o seu Satyagraha, que é a não violência como forma de rebelião. E nesse mesmo princípio grandes seres humanos construíram suas vidas como Martin Luther King, Madre Teresa de Calcutá, Nelson Mandela.
Esses grandes mártires eram temidos pelos seus inimigos. Muitos se renderam à força extraordinária que eles tinham e que deixaram como legado para a humanidade.
Esse conselho de Shakespeare é carregado de extrema sabedoria…
6) Esse conselho é engraçado, porque ele fala sobre a pessoa ter controle sobre as suas finanças. Eu conheço muita gente que ganha bem pouco, mas sai por aí desfilando com roupas caras e chiques. Por quê? Só mesmo para ter uma aparência que seja mais vistosa! Mas a que custo? Ao custo de viver com os cartões de crédito estourados.
É possível se vestir bem com roupas bem baratas. Inclusive aproveito até pra brincar um pouco. Se alguém que esteja lendo esse texto for de Fortaleza, vou confessar uma coisa que nunca disse antes: Eu compro roupas na famosíssima José Avelino, ou pra os íntimos, na feira da Sé! hehehe. Economizo um montão e uso roupas muito boas!
Então sobra dinheiro para comprar livros, por exemplo, que é uma das minhas maiores paixões.
7) Esse ponto é muito delicado. Eu sempre digo para amigos, e essa dica aprendi com grandes empreendedores como Flavio Augusto, Seiiti Arata, Conrado Navarro, Gustavo Cerbasi… Se alguém lhe pedi dinheiro diga o seguinte: “Olha! Vou lhe dar tanto dinheiro, mas será só dessa vez OK? Procure ser bastante cauteloso e organizado, porque não terei a mesma disposição se você voltar a me pedir dinheiro…”. E você fala isso com serenidade e firmeza. Infelizmente, são poucos os que conseguem fazer isso, porque são acometidos pelo terrível sentimento de PENA, que a meu ver é um dos piores sentimentos que existe. Quem sente pena tem um egão gigantesco, como gosto de brincar quando falo sobre isso.
Siga essa dica desses caras que entendem de finanças como ninguém! Eles são as maiores referências brasileiras.
8) O último é o mais importante de todos. Ele está falando sobre a AUTENTICIDADE. Seja você mesmo e você estará cumprindo a sua missão de vida. Também não aprofundarei nesse ponto porque é sobre isso o que mais falo por aqui. Dê uma passadinha nos textos anteriores que eles vão lhe trazer grandes reflexões sobre esse autoconhecimento profundo!
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Se você observar, o resumo dos ensinamentos do Shakespeare pode ser dito em três palavras: CAMINHO DO MEIO. Esse é o caminho perfeito, como já coloquei em diversos textos do blog. Se você aprender a ter esse equilíbrio, o que só é possível com muita pratica e busca pelo autoconhecimento, sua vida alcançará um grau de plenitude absurdamente maior e consequentemente essa plenitude será espalhada para as outras pessoas.
Esse é um texto no qual lanço um grande desafio, principalmente para as pessoas mais ansiosas. Espero que não perca a sua paciência e leia até o final, OK? Não queira ler “na correria”! Rsrsrsrs
Como já falei outras vezes, eu gosto muito de observar as pessoas e seus modos de se comportarem. E é bem interessante perceber o comportamento das pessoas que “vivem na correria”.
Elas normalmente são ansiosas, tem uma respiração descompassada, ficam o tempo todo olhando o relógio, são tensas, e em muitos casos são um pouco agressivas.
A vida e as minhas experiências têm me levado a compreender que um estilo de vida como esse não leva você a desenvolver uma felicidade que independa de coisas externas, sabe? Estou falando aqui sobre FELICIDADE GENUÍNA.
A felicidade é algo que brota do nosso ser, ela nunca vem de fora, jamais. O que pode vir de fora é a euforia e a excitação de um momento feliz proporcionado por alguma coisa bacana e interessante como uma viagem, um passeio, ou uma comida deliciosa preparada no capricho! Essas são as conhecidas “felicidades episódicas”…
Uma pergunta bem simples que deixa quase todas as pessoas ansiosas “sem chão” é essa aqui:
“Se você fosse impossibilitado de fazer tudo o que você faz? O que você faria? Como reagiria?”.
A resposta mais sincera e provável será um sonoro, NÃO SEI!
E sabe por que elas respondem “não sei”? Por que elas não sabem mesmo! Rsrsrsrs
Elas ainda não se conhecem suficientemente bem para dar uma boa resposta, uma resposta que venha do coração…
Estou brincando com as palavras para que você não fique tenso lendo esse texto, beleza?
As pessoas que trabalham bastante, que são bem dedicadas no trabalho e nas responsabilidades são vistas perante a sociedade como “pessoas responsáveis”, “pessoas competentes”.
Isso é o máximo não acha? Ser responsável! Ser competente! Eu não acho e vou lhe explicar o porquê…
Veja só as raízes destas palavras!
RESPONSABILIDADE => Capacidade de gerar respostas
COMPETÊNCIA => Aquele que compete
Como diria a querida terapeuta Gisela Vallin, a gente vive em um mundo bélico, uma verdadeira guerrilha, onde cada um quer ter o seu lugar ao sol, onde cada um quer se sobressair, como se nesse planetão imenso não tivesse lugar para todo mundo, recursos para todo mundo!
Tem sim meus amigos! A grande questão é que ensinaram essas coisas malucas a você. Mas você pode mudar isso, basta querer!
E sabe quem melhor nos ensinou isso. Ele mesmo! O mestre Jesus Cristo.
Esse reino dos céus é a felicidade genuína, que não depende de nada externo para se revelar.
Essa foi uma das coisas mais preciosas que aprendi na vida. Vou deixar até em negrito para que você procure fixar na memória.
A FELICIDADE NÃO SE BUSCA, ELA APENAS SE REVELA, ELA JÁ É.
Você já é feliz e nem sabe! Talvez você ainda não se sinta feliz de verdade porque seu comportamento ainda é bélico, ainda é responsável, ainda é competitivo (competência).
Veja só! As pessoas que perante a sociedade são as mais competentes são também as mais competitivas.
Mas se você for até a casa delas quando vão dormir, estão pensando nas inúmeras respostas que terão que dar aos outros no dia seguinte. E isso gera mais ansiedade, e a ansiedade, o que faz? Lhes deixam tensos, elevam seus batimentos cardíacos, fazem ter sudorese excessiva e não conseguem dormir direito.
Agora você já sabe por que o LEXOTAN é um dos remédios mais vendidos no Brasil e no mundo?
O LEXOTAN é o remédio dos mega responsáveis, dos competentes de plantão!
Mas o que fazer Isaias? Simples! Basta ficar um pouco mais relaxado.
Por que você não procura fazer uma meditação, uma ioga, um Thai Chi Chuan, uma terapia, um Reiki? Ah! Já sei! É porque você não tem tempo não é?
Bem! Mas como diria o meu grande amigo Mario Sergio Cortella: “Tempo é uma questão de prioridade”.
As pessoas que vivem na correria, dependendo do caso, acabam pegando uma gastrite, ou uma estafa muscular, bruxismo (ranger de dentes ao dormir), fibromialgia, síndrome do pânico, ficam obesas, atraem acidentes de carro ou moto, acidentes que ferem o próprio corpo, e nos casos mais extremos, chegam até a desenvolver bem precocemente o famoso Mal de Alzheimer.
Se você não tem tempo para ter uma vida mais simples, uma vida com menos estresse, talvez precise de alguma dessas “chamadas de atenção da vida” para acordar! Que tal acordar agora, hein? Ao ler esse texto você está tendo essa oportunidade preciosa.
Já disse o Mario Sergio Cortella um zilhão de vezes: “A vida é muito curta para ser pequena”.
Leia esse texto especial dele e você vai entender melhor o que estou transmitindo nesse texto. Precisamos buscar o ESSENCIAL na vida! O que não for essencial, basta deixar que se vá! Basta soltar! Você acha difícil fazer isso?…
Para concluir. Replico mais uma vez uma das frases mais perfeitas para levar os ansiosos e velocistas de plantão a reverem seus conceitos. Uma mais que genial frase do mestre Dalai Lama…
“Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer… e morrem como se nunca tivessem vivido”.
Existem realidades que doem. E é por isso que preferimos olhar para o outro lado. Fingir que elas não existem, com a secreta esperança de que elas desapareçam enquanto preenchemos nossa mente com outras coisas, menos importantes, mas também menos desconfortáveis.
No entanto, quando “não pensar” se torna a palavra de ordem, temos um problema. Tanto pessoal como social. Sócrates havia dito séculos atrás: “Só existe um bem: o conhecimento. Existe apenas um mal: a ignorância “.
Pawel Kuczynski, um ilustrador de origem polonesa que ganhou 92 prêmios nacionais e internacionais por seu trabalho, é uma daquelas pessoas que não olham para o outro lado. Suas ilustrações não deixam indiferentes aqueles que têm um mínimo de sensibilidade e um olho afiado o suficiente para capturar o que acontece na sociedade.
Seus traços são extremamente reveladores, eles trazem os mesmos demônios internos dos quais não queremos tomar nota de que as relações líquidas que não contribuem para nada, a dependência da tecnologia e as formas sutis, mas terríveis de manipulação social a que estamos sujeitos, às vezes sem perceber, às vezes com um consentimento sutil.
Talvez o que mais nos impressiona em seu trabalho seja que suas imagens são tão reais quanto a própria vida, são aquelas outras faces que normalmente não vemos ou que não queremos ver. De fato, o próprio artista disse: “Eu me considero um observador de tudo que acontece ao meu redor”.
1. Pense sozinho. Pesquise, investigue, leia … Se você não o fizer, alguém o fará em seu lugar, ensinando o que pensar, dizer e até mesmo sentir. Lembre-se de que educar não é encher a mente, mas libertá-la de seus vínculos e que, muitas vezes, o aprendizado mais duradouro e profundo são aqueles que fazemos sozinhos.
2. Mais e mais conectados, mas também mais sozinhos. As redes sociais “satisfazem” nossa imperiosa necessidade de escapar da solidão, mas, contraditoriamente, fazem de nós uma ilha trancada em nós mesmos. Enquanto elas nos encorajam a nos conectar, elas tiram nossas habilidades sociais. Enquanto espantam o fantasma da marginalização, isolam-nos dos que nos rodeiam.
3. “A televisão pode nos dar muitas coisas, exceto o tempo para pensar”, disse Bernice Buresh e Fellini, dando mais um passo afirmando que “a televisão é o espelho que reflete a derrota de todo o nosso sistema cultural”.
4. Existem relacionamentos tóxicos que nos prejudicam muito, mas mesmo assim, continuamos a mantê-los. Talvez por hábito, por medo de não encontrar mais ninguém, por simples dependência …
5. “Quem detém o celular como símbolo de poder está declarando ao mundo inteiro sua condição desesperada como subordinado”, disse Zygmunt Bauman. Temos certeza de que usamos o celular ou a tecnologia que nos usa? Às vezes a linha é tão sutil que desaparece.
6. Há um novo Deus e uma nova verdade, que é compartilhada na Internet e impõe tecnologia, em torno da qual acabou transformando nossas vidas. Essa nova realidade alternativa acaba suplantando as relações no mundo real, servindo como alimento, muitas vezes de pouco valor, para satisfazer nossa fome de conhecimento e intimidade.
7. Ser a ovelha negra não é ruim, apenas implica pensar ou agir de forma diferente. De fato, Marc Twain nos alertou: “Toda vez que você se encontra do lado da maioria, é hora de parar e refletir.” E Albert Einstein disse: “A pessoa que acompanha a multidão normalmente não vai além da multidão, a pessoa que anda sozinha provavelmente chegará a lugares onde ninguém esteve antes.” Você decide.
8. A falsa sensação de liberdade alimentada pela sociedade que o escritor Étienne de La Boétie já havia nos alertado no século XVI, explicando que o princípio supremo dos novos tempos era que as pessoas tinham a “liberdade” de fazer o que eles devem. Pouco mudou nos últimos séculos.
9. “A Internet é projetada para nos dar mais do mesmo, qualquer que seja o mesmo, não importa o que é mais importante, e também para ficar preso ao que é diferente, tudo o que é diferente”, disse Bauman. Em uma época em que todos olham para baixo, quem olha além de tentar ver o horizonte pode se tornar um problema a ser erradicado.
10. A sensação de falsa segurança alimentada pela sociedade que Bauman já havia nos alertado quando disse: “A incerteza, a principal causa da insegurança, é o instrumento mais decisivo de poder”. Eles nos vendem segurança como um remédio, enquanto nos roubam nosso verdadeiro valor, deixando-nos a enfrentar riscos sem estarmos preparados.
11. Relações líquidas, um amor que conectamos e desconectamos com extrema velocidade e com a mesma facilidade com que trocamos camisas. É sobre esse amor líquido que procuramos não sentir a solidão e a insegurança, mas em que não estamos dispostos a investir mais do que o mínimo esforço e o menor sacrifício possível.
12. O cerco de tecnologia, chamadas, mensagens recebidas, notificações e e-mails se tornam perigos que nos assediam, colocando nossa atenção sob controle, impedindo-nos de relaxar.
13. Carlos Catañeda disse: “Enquanto você se sente a coisa mais importante do mundo, você não pode verdadeiramente apreciar o mundo ao seu redor, você é como um cavalo com vendas: você só se vê, alheio a todo o resto”. Internet, e especialmente redes sociais, geram esse efeito aterrorizante, impedindo-nos de apreciar as coisas e as pessoas ao nosso redor.
14. O confessionário das redes sociais, onde a ruptura entre o privado e o público é clara. Para dizer de Bauman: “o espaço público é onde ocorre a confissão de segredos e intimidades particulares”. A linha divisória entre os dois mundos foi obscurecida, esvaziando o sentido público de significado e subtraindo o poder de unir as pessoas ao privado.
15. “A vocação do político de carreira é tornar cada solução um problema”, disse Woody Allen, mas não podemos esperar mais nada em uma sociedade que confia seu governo nas mãos de pessoas que se prepararam em uma cadeia para não ter voz ou ideias próprias.
A nossa sociedade líquida exerce pressão sobre o corpo humano, onde surgem os sintomas do corpo que se expressa em uma fala “velada”. A psicanálise entra na cena para analisar o processo de esgotamento da subjetividade dos indivíduos, no tocante às doenças do corpo e da alma.
Nessa fala oculta, o inconsciente mostra que habita no corpo: o discurso hipocondríaco, a linguagem histérica e o distúrbio psicossomático, que se revelam em anorexia, bulimia, vigorexia e outras patologias. Todas oriundas de cobranças absurdas sobre o corpo, que em alguns casos têm levado a morte ou o suicídio de mulheres e garotas.
Há poucos dias, em Dublin, Irlanda, uma menina de 11 anos, foi encontrada em estado crítico no quarto depois de tentar suicídio. Ao ser levada para o hospital, ela não resistiu e morreu. Antes se cortou e escreveu com o sangue: “Garotas bonitas não comem”. Outro caso é o da bancária, de 46 anos, que morreu após sofrer uma cirurgia estética na casa de um médico, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Hoje as estratégias de manipulação sobre o corpo que fala, mas que também “grita,” está na mira de uma força mediática e narcísica que produz um quadro psicopatológico, que debilita os sujeitos em relação ao seu corpo.
As pessoas que se orientam pelo culto ao corpo buscam nas “ofertas” da medicina estética e da indústria de cosméticos uma incessante repaginação corporal. Essa concepção do corpo escultural é recriada a todo o momento pela mídia, como ideal de uma vida feliz.
Isso cria no imaginário coletivo de homens e mulheres, sobretudo, de jovens, que um corpo “sarado” será mais aceitável em novos relacionamentos, uma vez que pessoas obsessivas pelo corpo perfeito exigem do outro também um corpo perfeito.
Essas relações terão problemas para estabelecer uma conexão saudável, porque tudo gira ao redor do corpo, colocando os princípios morais, espirituais e psicológicos em último plano.
Trata-se de um corpo habitado por elementos simbólicos, que diz muito sobre o sofrimento inconsciente dos sujeitos. As angústias e ansiedades da era vitoriana de Freud e de hoje têm a mesma narrativa burguesa do corpo, encobrindo o vazio existencial, que separou o corpo do indivíduo.
Porém, é só através do corpo, mente e espírito livres de disfunções de qualquer natureza, emancipados pela inteligência emocional, que não aceita que o corpo se curve diante das bizarras dietas, das invasivas cirurgias estéticas, da erotização perversa, do martírio religioso, da opressão econômica e dos apelos para o consumo de drogas e álcool.
A resposta para isso é cuidar do corpo com gentileza por meio da higiene adequada, da alimentação saudável, do uso certo dos medicamentos, da prática orientada de exercícios físicos, como o caminho para evolução da nossa saúde psíquica e espiritual. O que nos permitirá interagir com o mundo material e sensorial de modo equilibrado.
Assim, a nossa maior tarefa psicoespiritual é dizer não a “coisificação” do corpo, cuidando dele com respeito, para que possamos vencer os desafios do cotidiano, sem entrar na neurose do corpo perfeito, mas esgotado na sua subjetividade e alienado pelas doenças da alma.
Trechos de música costumam casar bem com o que sentimos, pensamos, desejamos ou queremos esquecer. A música é uma espécie de linguagem universal que une as pessoas, não importa onde ela tenha nascido, qual a cor da sua pele, seus ideais políticos, sociais ou religiosos.
Eu, por exemplo, posso afirmar que são raros os dias em que não acordo com uma música na cabeça e passo o tempo todo cantarolando baixinho, ou mesmo, mentalmente. Às vezes, inclusive, pode acontecer de eu ser assaltada e rendida por canções das quais nem gosto, mas por terem aquela característica de chiclete, grudam na mente e são difíceis de remover.
Existem as “músicas chiclete”, e existem as “lembranças chiclete”. E, curiosamente, essas tais lembranças grudentas são, em 90% dos casos, coisas que nos fizeram sofrer, ou que nos constrangeram de alguma forma.
São as perdas que nos fazem companhia voluntária e espontânea, sobretudo em noites insones. Basta alguém nos perguntar de alguma situação que nos tenha ferido ou magoado que, imediatamente, forma-se uma fila indiana e organizada – se bobear as danadinhas exibirão até senhas numéricas em suas malvadas mãozinhas -, de lembranças ruins.
A gente lembra e recebe com café coado na hora, acompanhado de uma generosa fatia de bolo de fubá, os tombos, os enganos, os pés na b….., os deslizes, os foras, as gafes, os fracassos.
Tudo isso parece ter direito a uma tribuna de honra em nossas memórias. E acredite, essas lembranças, além de serem danadinhas, são também muito bem-educadas. Recebem com alegria nossas honrarias, aceitam de bom grado nossa tola receptividade. Sentam-se, acomodam-se e ficam.
Podem se transformar de visitas em hóspedes, num piscar de olhos.
E, assim, quando menos estivermos esperando, elas estarão confortavelmente deitadas ao nosso lado na cama, nos fazendo cafuné.
E, nós, ingênuos que somos em relação às peças que a nossa mente pode nos pregar, acharemos que aquele cafuné é bendito, que nos pertence, que fizemos por merecê-lo.
Em poucas noites, estaremos viciados nesse falso conforto, nesse canto de sereia. Estaremos atados à nossa mania torta de nos apaixonar pela dorzinha da picada que não sara, e por isso, coça, coça, coça.
É bom que sejamos um tiquinho mais espertos em relação às nossas auto armadilhas. É bom que aprendamos a reconhecer o falso sorriso das perdas, e seu jeitinho doce de nos convencer de que elas eram perfeitas e que sem elas não somos capazes de viver.
É necessário sepultar as perdas, conceder-lhes um justo funeral, chorar por elas algum tempo, e entender que são os vivos que merecem as flores e que quem se apega ao que perdeu não tem olhos para enxergar o que está deixando de ganhar.
Às nossas perdas… nossa mais profunda gratidão pelos ensinamentos ofertados… E um definitivo e sincero adeus. Para sempre!