Não tenha medo de mudar os rumos da sua vida

Não tenha medo de mudar os rumos da sua vida

É muito bom o conforto que sentimos quando tudo caminha num ritmo constante, quando parece que as coisas estão andando nos trilhos, em seus devidos conformes. Quando nosso emprego está indo bem, quando filhos estão encaminhados, quando podemos tomar uma cerveja em paz no final de semana.

Pura ilusão. Quase nada podemos controlar o tempo todo, todo dia, toda hora, o tempo inteiro. Tudo pode mudar num segundo, num piscar de olhos e, quando percebermos, nada mais terá chance de ser como antes. Um acidente, um incidente, um problema financeiro, de saúde, a morte, o fim do amor – a gente cai e é obrigado a sair de onde estiver. Não há zona de conforto que seja intocável.

O mundo anda tão célere e imprevisível, que tentamos manter certa constância onde pudermos, para, ao menos, abrandar um pouco nossa ansiedade. Tudo bem manter a rotina em certos aspectos da vida, para que nossos sentidos possam se reorganizar aqui dentro, em meio aos imprevistos que chegam. O ruim é tentar controlar o mundo e resistir a todo e qualquer tipo de mudança.

Tem gente que não consegue mudar um abajur de lugar, não compra produto que não tenha determinada marca, não come se não for no restaurante X, nem bebe se não tiver a bebida Y. Não muda o tipo de blusa, de calça, de corte de cabelo. Passa as férias na mesma praia, na pousada de sempre, impreterivelmente na segunda quinzena. Fidelidade é admirável, no tocante a sentimentos, mas, no correr da vida, há que se ter variedade, mudança, avanços.

Ouse, de vez em quando. Faz tão bem. Mude a cor do cabelo, a altura do salto, o comprimento da saia. Mude o roteiro da estrada, as músicas da playlist, o livro de cabeceira. Mude por fora, mude por dentro. Prove novos sabores, assista a seriados mexicanos. Experimente novas praias, roteiros inusitados. Não tema mudar, não tenha medo do novo. Se nada é previsível, seja um pouco imprevisível também.

Acredite: surpresas libertadoras aguardam aqueles que ousam ultrapassar os limites ilusórios de sua zona de conforto.

“Não deixe eu me arrepender de um dia ter te amado”

“Não deixe eu me arrepender de um dia ter te amado”

Na música “Amuleto”, Tiê pedia para João cuidar de seu coração. Pedia para ele pendurá-la em seu pescoço feito um amuleto para que ela não se arrependesse de um dia tê-lo amado. A música é linda, uma das minhas preferidas, mas é claro que João não conseguiria sanar todas as dores e necessidades da mocinha. Porém, João poderia ser cuidadoso. João poderia ser gentil com o fim. João poderia levar em consideração o afeto que um dia sentiu, e não sair por aí expondo em praça pública a rapidez com que superou, e mais ainda, a pressa com que a fila andou.

A questão que se instala é como lidamos com a dor do outro quando uma relação termina e só a gente quis que ela terminasse. A gente não pode prever quanto tempo o outro ainda vai carregar a gente dentro dele, e se algum dia existiu amor, ou pelo menos consideração, os vínculos ainda existem, e não é porque vivemos tempos líquidos que podemos sair desprezando, torcendo o nariz, tratando como um incômodo alguém que já fez parte de nossas vidas e de alguma forma compartilhou nossa história.

Ana sabia que não devia, mas tinha acabado de sair do show do Gil, e pareceu tão certo depois de ouvir “Drão” ligar para João que não achou que pudesse se arrepender depois. Mesmo após Catarina adverti-la sobre os riscos de combinar night x bebida x celular = ressaca moral no dia seguinte, ainda assim achou que valeria a pena matar aquela saudade. Tinham sido namorados por dois anos, e mesmo tendo rompido há cerca de um mês, uma parte dela ainda acreditava que haveria consideração, principalmente quando ela contasse que tinha ouvido “Drão”. Num impulso, clicou no contato conhecido. Dois toques, Ana, coração na mão, arriscou um rápido: “Oi João!”. Ele, desperto, perguntou se era a “Fer”. Ana, um misto de curiosidade, surpresa e indignação (quem seria “Fer”?) se identificou: “Sou eu, a Ana!” e João, sem disfarçar a consternação, resmungou: “Ah… é você? Affffffffff” , claramente torcendo o nariz. Ana emudeceu, corou, desligou. E no ombro de Catarina confessou: Sentir o desprezo dele havia doído muito mais que ser confundida com “Fer”. Ela sabia, a fila andava, os ciclos se fechavam, a vida continuava. Mas aquele “Ah… é você? Affffffff” era claramente uma aversão, e por isso ecoaria em seu coração muito mais tempo, como uma lembrança ruim, “um arrependimento por um dia ter te amado, João”. Talvez faltasse a João a gentileza do fim. A capacidade de ser tolerante com a dor do outro quando esse outro já foi tão importante pra nós.

Vivemos uma época de vínculos frágeis, em que uma relação só é válida se tem algo bom a oferecer. O tempo urge, a fila anda, e o que passou, passou. Desapegar é a palavra da vez, e esquecer também. De repente olhar para trás ficou obsoleto, e seguir declamando “não espere gratidão nem perfeição” é vanguardista e contemporâneo.

Fechar ciclos é necessário, e esquecer algumas pessoas, também. Porém, é preciso respeito e cuidado quando desejamos afrouxar os laços com alguém. É preciso respeitar o tempo da dor, da assimilação do fim, e ser gentil com o coração do outro, principalmente quando esse outro já esteve firmemente atado a nós.

A gente se arrepende de um dia ter amado algumas pessoas. Não pelo que elas foram durante a relação, mas pelo que se tornaram depois que a relação acabou.

Não sabemos o que esperar das relações, e muito menos dos términos. As pessoas se machucam, se destroem, causam feridas e mágoas profundas umas nas outras, simplesmente porque não conseguem se vincular e se desvincular com o mínimo de respeito e cuidado. Falta coragem e disposição para encarar o que é essencial e tem valor. Falta nobreza para suportar a dor do outro, ser tolerante com aquilo que não é perfeito, e tratar com humanidade as questões de quem precisa se desligar de nós contra a própria vontade.

A fila tem andado depressa e estamos impacientes. Consumimos e descartamos relações, visando apenas as satisfações que podemos obter das pessoas. Tenho visto isso acontecer em relações familiares, de amizade e amorosas. Sem o menor cuidado no “descarte”, objetificamos as pessoas e depois, sem a menor cerimônia ou respeito, rasgamos a folha e partimos para a próxima página. Falta memória e gratidão.

Mas João era jovem. Com a maturidade, aprendeu que uma relação pode acabar dignamente, com consideração e apreço pelo que foi vivido. Aprendeu que mesmo que as relações sejam passageiras, é importante dar um desfecho aceitável, com respeito e delicadeza. Ele compreendeu que é nobre ser gentil mesmo quando se almeja desvincular-se de alguém, e que a vida se encarregará de nos tratar da mesma forma que tratamos os outros. Que a importância de alguém muitas vezes não é sentida no momento em que nos desligamos dela, mas sim lá na frente, quando o tempo e a distância trouxerem entendimento. E, às vezes, arrependimento…

Corrija o ambiente e não a criança

Corrija o ambiente e não a criança

Texto de Gabriel Salomão, do blog Lar Montessori.

A criança tem uma relação com seu ambiente que é diferente da nossa… a criança o absorve. As coisas que ela vê não são só lembradas, elas formam parte de sua alma. Ela encarna, em si, tudo aquilo que seus olhos vêem e seus ouvidos escutam no ambiente. (Maria Montessori, Mente Absorvente)

Observo crianças e adultos há anos. Quase toda a comunicação entre adultos e crianças é baseada em ordens e negações. Falamos com as crianças mandando ou impedindo que façam alguma coisa. Montessori mostrou que existe uma forma de corrigir situações complicadas sem corrigir a criança, e de mudar comportamentos sem diminuir nossa comunicação inteira a uma constante tirania.

A criança se constrói a partir dos elementos disponíveis no seu ambiente. Por isso, modificando o ambiente, ajudamos a criança a se construir diferente e agir melhor.

O que significa, exatamente, modificar o ambiente? Quer dizer que observando a interação de nossos filhos com o ambiente, não corrigimos nossos filhos, mas o espaço onde eles estão, e a transformação ocorre por isso.

Pense, por exemplo, em uma criança que quebra copos de vidro o tempo todo. Você sabe que em Montessori sugerimos o uso do vidro com as crianças, e por isso não quer passar a usar plástico. Mas também não quer todos os seus copos quebrados. Observando o ambiente, percebe que os copos ficam numa prateleira um pouco baixa demais, e que por isso seu filho pega os copos por cima, e não pela lateral, como deveria. Então, segura os copos de forma frágil e por isso os quebra com frequência. Mudando a altura da prateleira, sem dizer nada à criança, você resolve o problema. Corrigiu o ambiente, não corrigiu a criança, e modificou a situação complicada.

O primeiro passo para corrigir o ambiente é ter um problema.

Isso parece fácil, porque achamos que temos muitos problemas. Mas nem sempre enxergamos os problemas com clareza, e isso nos impede de resolver. Se, em vez de pensar que seu filho quebra muitos copos, pensar que ele é desastrado, estará olhando para o problema errado, e aí é difícil resolver. Ele quebra copos. Isso pode ser resolvido. Encontre um problema que possa ser definido com clareza.

O segundo passo para corrigir o ambiente é saber o que há de bom na criança.

É frequente  que crianças mais velhas, de cinco ou seis anos, sigam menos rotinas rígidas – coisa que as de dois anos adoram – e prefiram criar novidades com frequência. Porque elas argumentam muito bem, é às vezes difícil direcioná-las para a rotina necessária. E é bem fácil perder a calma, e corrigir a criança. Em vez disso, nós podemos seguir um dos princípios de Montessori para o adulto, que diz:

Concentre-se em fortalecer e ajudar o desenvolvimento daquilo que é bom na criança, para que sua presença deixe cada vez menos espaço para o que é ruim.

Uma criança de cinco ou seis anos tem uma capacidade intelectual invejável. Elas gostam de pensar. Se puderem pensar e organizar seus pensamentos, tudo em sua vida fica mais fácil. Sabendo disso, você pode fazer uma tabela para a rotina do seu filho. Se ele puder participar dessa confecção, e a tabela ficar presa à parede em uma altura que ele possa enxergar, você não precisará disputar com argumentos a obediência à rotina. Bastará se referir à tabela e pedir que a criança mesma encontre o próximo passo do dia. Se nós soubermos em que a criança é boa fica muito mais fácil achar soluções sem correção.

Um passo permanente para corrigir o ambiente é observar a criança

O ambiente montessorianos nunca fica pronto. Montessori nos dizia para tomar cuidado constante e ser meticulosos com ele. O ambiente, como o adulto, segue a criança. Porque a criança é viva, e está em constante transformação, o ambiente é vivo e se transforma também. Para manter o ambiente adequado à criança, e para conseguir que, através do ambiente, os erros da criança se corrijam sozinhos, é indispensável observar a criança continuamente.

Observar a criança significa parar e olhar profundamente. Para isso, é necessário tirar um tempo exclusivo para a observação. Respirar duas, três vezes, ter um bloquinho e uma caneta, anotar o que parecer interessante. Perceber o que está dando certo e o que não parece bem. Enxergar em que nossas crianças têm sucesso e quais desafios ainda é necessário superar. A partir da observação, que deve acontecer com a maior frequência possível, é possível entender a criança, e da compreensão vem a transformação.

Erro, grande amigo

Nós partimos sempre do princípio de que o erro é ruim, e porque é ruim deve ser eliminado. Não é verdade. O erro é um companheiro de jornada, e deve ser superado porque nos tornamos mais perfeitos. Não é um inimigo, mas um inseparável colega daquele que busca melhorar a cada dia. A correção da criança transforma o erro em uma ameaça e uma humilhação. A correção do ambiente transforma o erro em uma etapa do aprendizado e do desenvolvimento. Sem o medo do erro, o aprendizado fica muito mais próximo, e pelo reconhecimento do erro como companheiro de jornada, caminhamos em paz.

Foto de Alexander Dummer em Unsplash

Não se demore nas tristezas. A vida pede mais que isso!

Não se demore nas tristezas. A vida pede mais que isso!

Perca pouco de seu tempo parado na tristeza. Fique somente o tempo necessário para que cicatrizar e poder avançar. Espere somente o tempo para assimilá-la. Mais nada. Assim, você poderá sair dela com amadurecimento e armadura bem-feita. Se ficar tempo demais, suas energias são consumidas. A tristeza deixa de te ensinar e  te faz refém. Ela te sequestrará se você não for capaz de largá-la no tempo certo.

Também não replique notícias tristes como quem perde um coração a cada uma delas. Isso não é prova de sensibilidade. Ao contrário, é uma demonstração de fraqueza, e isso não é bom. Sofra só o que for necessário. Nem mais nem menos. Dedique-se o suficiente para que você tenha forças para erguer uma prece. Ou para que sua mente seja capaz de canalizar esperança e seguir em frente.

A tristeza só te ensina se você tiver disponibilidade para aprender. Nem todos sabem sofrer. Noites em claro e jejum forçado são péssimas companhias. E o desespero não tem capacidade para apontar caminho algum. É de calma e mansidão que se precisa. Pra recobrar o ânimo e colar os cacos. O autocontrole precisa estar presente.

Tristeza não deve ser bagagem constante para essa longa viagem que é a vida. Deve ser, no máximo, uma companheira de viagem que encontramos pelo caminho mas que não fica conosco por todo o tempo. É esperado que ela desça no próximo ponto, quando o ânimo embarcar. Aceite esta separação e faça questão de que ela aconteça. Não se apegue. Aprenda as lições que o sofrimento veio ensinar e despeça-se! A vida segue seu curso, e na próxima curva, se descerrarão novidades capazes de te fazer recomeçar. Se não for impossível apagar as memórias dolorosas, crie um espaço e deixe-as ali, guardadas. Mas não precisa ficar revolvendo de tempos em tempos. O que aconteceu foi inevitável, mas precisa ser superado.

Levantar e sacudir a poeira deve ser um lema de vida. O que lhe causou sofrimento esteve em seu passado, mas não há necessidade alguma de arrastá-lo para o futuro. Para o amanhã, coisas boas devem surgir e elas servirão de esteio para o ânimo. A força para se levantar da queda está dentro de cada um. Mantenha a fé e a serenidade e transmita essa mensagem por onde passar. Não se deve deixar que a claridade do olhar seja substituída pela nebulosidade que a tristeza pode causar.

Coragem! É o incontestável segredo da superação. Confiar de novo, sorrir e recomeçar. Falar dos problemas apenas com quem se confia. Colocar sonhos em pauta, escrever novas linhas na página fantástica e imprevisível que é a vida. Ninguém vai sofrer eternamente. Nenhuma vida é feita só de coisas ruins. Nuvens escuras não duram para sempre.

E a vida é formada por gotas fecundas de alegrias, que renovam nosso chão. Não deixe que os infortúnios ressequem o solo do seu coração. Seja forte e acredite. Dias melhores virão!

Foto por Casper Nichols em Unsplash

Humilhar os outros não te faz forte, te “mostra” infeliz

Humilhar os outros não te faz forte, te “mostra” infeliz

Título original: Humilhar os outros não te faz forte, te faz infeliz

Como é de esperar, na vida nos deparamos com tudo, vivenciamos de tudo e aprendemos constantemente, isso é viver. Nas nossas relações durante a vida, nós iremos interagir com pessoas amáveis, generosas, que nos farão evoluir como seres humanos, mas, em contrapartida, nos depararemos também com pessoas amargas que, por se sentirem inseguras, ferem os outros.

Geralmente essas pessoas têm um complexo de inferioridade, consciente ou inconsciente, e por isso abusam de alguma posição entendida como privilegiada para descontar sua frustração em cima das outras, principalmente quando a vítima está em posição vulnerável.

Quando uma pessoa tenta humilhar outra de propósito, significa que:

1 – Ela tem um complexo de inferioridade em relação a quem ela tenta humilhar.

2 – Ela mesma é totalmente insegura sobre si mesma e em relação as realizações de quem ela tenta humilhar. Constranger e humilhar a outra pessoa é uma forma dela satisfazer seu complexo, criando uma falsa sensação de que seja superior.

3 – Sente-se ameaçada perante o potencial da suposta vítima e agir assim é uma forma de “botar o outro no seu devido lugar”.

Submeter outra pessoa a uma situação de humilhação não é um indicador de superioridade, mas o contrário é válido. A imagem que você vai conseguir passar de si mesmo é apenas a de uma pessoa fraca, frustrada e talvez com muito medo da outra pessoa a qual você esteja destratando.

Avalie-se e veja se o desdém, o descaso e o nojo que você coloca no seu tratamento em relação a uma pessoa de posição hierarquica inferior, não é apenas um modo de “marcar território”, um modo de mostrar quem manda, quando na verdade só está incoscientemente procurando se auto-afirmar perante si mesmo.

Humilhar outra pessoa não vai te blindar, não vai criar uma armadura impenetrável onde você possa se proteger de seus próprios demônios. Fazendo isso você apenas estará escancarando sua personalidade frágil, mostrando aos outros o quanto é infeliz e que precisa pisar em alguém para se sentir um pouco melhor.

O certo é que você jamais terá o respeito daqueles a quem você constrange; talvez, no máximo, consiga despertar medo e, com certeza, muito ódio e desprezo daqueles a quem você humilha. Mas, se causar esse tipo de sentimento dos outros em relação a você é o que te apraz, deve ser porque, com certeza, você é uma pessoa com sérios problemas e deveria procurar ajuda.

Quem já esteve em situação de ser humilhado sabe que a “vítima” nunca enxerga aquele a quem lhe humilha como superior, portanto, tentar se impor por essas vias com o propósito de se afirmar sobre a outra, é apenas uma forma de mostrar sua fraqueza diante dela, que não reage por outros motivos que implicam em perdas e prejuízos a si ou a outrem a quem queira preservar e proteger, jamais pelo respeito que, evidentemente, não tem mesmo pelo humilhador.

Fonte indicada: Pensar Contemporâneo.

Arte de capa: kellyvivanco

Gosto de gente genuína, que elogia de verdade, pergunta com motivo e ouve com interesse

Gosto de gente genuína, que elogia de verdade, pergunta com motivo e ouve com interesse

Em tempos de aparências regendo as relações humanas, a verdade parece cada vez mais relegada a segundos e terceiros planos, adormecida e assustada. O interesse se sobrepõe ao convívio natural, ao encontro casual, às surpresas gostosas e descomprometidas com o outro. Ser de verdade, nesse contexto, pode doer muito.

Quanto mais autênticos formos, menos compreendidos seremos. Muitas pessoas estão acostumadas com a mentira, pois ela é cômoda, não pede enfrentamento, nem luta. A verdade não é para qualquer um. Ser verdadeiro, em meio ao rebanho, requer uma coragem absurda. Quem foge à verdade irá diminuir qualquer um que a contenha dentro de si.

Por isso, gosto de gente que elogia com verdade, que vê o que temos de melhor, que enxerga o que temos de bom e de ruim e, mesmo assim, fica junto. Gente que não inveja, porque se sente bem o suficiente para conseguir ficar feliz quando o outro conquista algo, quando o outro avança e ganha na vida.

Gosto de gente que pergunta com motivo, que se interessa sem interesse próprio, sem maldade, sem ser movida por pura curiosidade mórbida. Gente que consegue olhar para o mundo à sua volta, saindo de si, para além do próprio umbigo, enxergando o mundo com os olhos do outro, enxergando a si mesma com os olhos alheios. Gente que pratica a empatia naturalmente.

Gosto de gente ouve com interesse, que se dispõe, que acolhe e se compromete afetivamente. Gente que não julga, porque entende que a dor do outro somente foi sentida por quem vivenciou o fato de dentro. Gente que olha nos olhos e escuta, demora-se na vida que não é sua, pois sabe que ninguém é uma ilha isolada do todo. Gente que consegue perceber quando o outro somente necessita de um bom ouvinte.

Abençoadas aquelas pessoas que nos salvam sem nem perceber, retirando-nos de nossas escuridões, salvando-nos, enfim, da vida. O mundo precisa de pessoas assim e nós também sempre precisaremos, porque são elas a luz que nos guia e nos motiva a prosseguir, cada vez mais verdadeiros e felizes. Desse jeitinho.

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Photo by Helena Lopes on Unsplash

13 frases sobre falsidade que você deveria ler

13 frases sobre falsidade que você deveria ler

Por Alan Miranda

Falsidade é a característica do que não é verdadeiro. De fato, o ser humano muitas vezes se sente, na nossa sociedade, quase obrigada a ser falso. A mentira, o engodo, o engano, a falsa aparência, a esnobação e a desfaçatez são gêneros de primeira necessidade nos relacionamentos entre as pessoas. O orgulho e a busca de reconhecimento trazem consigo a necessidade quase inadiável de aparentar algo que não se é.

A falsidade em sua concepção traz à pessoa certos proveitos, como, por exemplo, omitir sua condição, mostrar-se de maneira diferente para levar vantagens, obter lucros, ascensão social, desmoralizar outras pessoas, entre outros.

Essa parece ser a ética do mundo. Rui Barbosa, o grande jurista brasileiro, afirmou certa vez, dentre outras coisas, que de tanto ver triunfar a mentira e a falsidade, tinha até vergonha de ser honesto.

É fácil tornar um relato mais interessante acrescentando a ele alguns detalhes, como também é fácil fraudar uma história quando lhe dispensamos uma omissão ou ação. É simples deduzir que não existe o que se pode chamar de “falsidade particular”, ou seja, uma informação fora do verdadeiro não prejudica somente a pessoa que a pratica.

Assim, já que sabemos que fatalmente você já tinha sido ou está sendo vitima de falsidade, bem como talvez já tenha agido com falsidade, elencamos neste texto 13 frases para você refletir sobre a falsidade. Boa leitura!

1. Antes levar um tapa da verdade do que um abraço da falsidade. – Alan Miranda

2. De vez em quando precisamos sacudir a árvore das amizades para caírem as podres. – Mário Silva Brito

3. Ideal seria que todas as pessoas soubessem amar, o tanto que sabem fingir. – Bob Marley

4. Um amigo falso e maldoso é mais temível que um animal selvagem; o animal pode ferir seu corpo, mas um falso amigo irá ferir sua alma. – Buda

5. O diabo pode citar as Escrituras quando isso lhe convém. – William Shakespeare

6. Oh! Que formosa aparência tem a falsidade! – William Shakespeare

7. Tem muito falso reclamando de falsidade. – Tati Bernardi

8. A cautela é a melhor defesa contra a falsidade. Antes de se abrir a porta para um possível amigo, use esta defesa, e a verdadeira face se mostrará. – Ivan Teorilang

9. O falso amigo e a sombra só nos acompanham quando o sol brilha. – Benjamin Franklin

10. Falsidade não é inteligência ou astúcia, é desvio de caráter. – Izzo Rocha

11. Falsidade é igual a barata, não tenha medo, tenha nojo. – Alan Miranda

12. A mentira e a falsidade já nascem com seu prazo de validade vencido. – Paulo Cuba

13. Falsidade não é defeito, é falta de caráter. – Izzo Rocha

Agora é com você!

Pense nisso e viva melhor!

Alan Miranda
Sou autor do site Motivação e Foco, consultor comportamental, apaixonado por gente e pela vida. Quero trocar experiências e conhecimento com você, deixe seu comentário, envie um e-mail e me siga nas redes sociais.

Via Revista Pazes

Como Montessori ajuda seu filho a se acalmar (de verdade)

Como Montessori ajuda seu filho a se acalmar (de verdade)

Texto de Gabriel Salomão, do blog Lar Montessori.

Ninguém se acalma porque nós pedimos “calma!”. Não é assim que funciona. As pessoas ficam calmas quando suas necessidades são atendidas. Três das principais necessidades das crianças são comunicação, ordem e trabalho. Essas três necessidades foram chamadas, por Montessori, de Tendências Humanas.

Quando terminar este texto, você conseguirá ajudar seu filho a se acalmar, porque as necessidades dele estarão satisfeitas e ele se sentirá melhor. Considere este texto inclusive se você já enfrenta dificuldades. Observe seus filhos depois de ler, e você provavelmente verá o que dizemos aqui acontecendo na realidade.

Por que uma criança se sente agitada?

Quando uma necessidade importante da vida da criança não pode ser satisfeita, ela não tem certeza de que está tudo bem. Ela coloca sua vida em dúvida. Quando os adultos não se comunicam, ela se sente insegura e sem vínculos. Quando falta ordem, não tem certeza de como as coisas serão amanhã, e isso traz medo e angústia. Quando não pode trabalhar, usar seu corpo com propósito e foco, falta sentido para sua vida e ela se sente perdida e sem valor. A criança expressa isso com ansiedade, raiva, gritos, movimentos desastrados, choro, dificuldade para dormir e de muitas outras formas.

Como ajudar uma criança a se acalmar

Montessori insistia para que nós não tentássemos resolver cada comportamento difícil da criança como se ele fosse um problema separado. Temos que encontrar as causas por trás dos comportamentos. Se resolvermos as causas, os comportamentos se resolverão sozinhos. Muitas, muitas vezes as causas estão em tendências humanas desrespeitadas.

Como respeitar as Tendências Humanas

Primeira Tendência Humana – Comunicação

A primeira tendência humana que vamos analisar aqui é a da comunicação. A falta de comunicação pode levar pessoas ao completo desespero, e a boa comunicação pode ajudar a resolver quase qualquer situação e trazer paz para nossos corações.

Em minhas observações em escolas e lares, constatei que até 70-80% da comunicação entre adultos e crianças consiste em comandos e negações.

Isso é muito grave. Um comando é quando dizemos para a criança: “Faça isso, traga aquilo, vá até ali, fique aqui”. Uma negação é quando pedimos: “Pare de fazer isso, não toque aí, não suba lá, você não pode pegar isso”. Imagine que quase toda a sua comunicação do dia fosse assim. Com pessoas dizendo a você o que fazer e o que não fazer. Você se desesperaria. A vida da criança é quase completamente assim.

Para reverter isso, devemos nos comunicar com ela de verdade. Podemos perguntar o que está fazendo, e ouvir com interesse. Esses dias li um relato de uma garota que falava da adulta mais importante da vida dela, e ela dizia: “Quando a gente fala, ela nem mexe os dedos”. Ouvir com interesse. Além disso, falar coisas interessantes. Você pode, por exemplo:

  • Contar o que está fazendo (o que está cozinhando, ou como está cuidando da planta);
  • Contar histórias da sua infância, do passado da criança, ou do dia a dia;
  • Conversar sobre a saúde de um bicho de estimação ou de uma planta;
  • Sempre conversar sobre as emoções que você ou seu filho sentem, e nunca tornar uma emoção vergonhosa na vida de vocês.

Isso dará à criança sossego, paz mesmo, porque há quem converse com ela com dignidade, dê importância ao que ela diz, e conte a ela sobre o mundo de uma forma que é relevante. Ela se sente envolvida na comunidade da casa, e isso traz segurança. Há mais uma coisa que traz segurança para a criança…

Segunda Tendência Humana – Ordem

A criança acabou de chegar ao mundo. Principalmente as mais novas, realmente não conhecem isso aqui. Não sabem como as coisas funcionam e não se sentem nem um pouco seguras. Especialmente se tudo muda o tempo todo.

Ter uma casa organizada e previsível, uma rotina com rituais que se repetem e adultos coerentes no seu comportamento ajuda a criança a sentir que existe um chão firme sob seus pés.

Para manter a ordem no ambiente físico tenha em mente dois parâmetros: é importante que a casa seja organizada e previsível. Organizada quer dizer que cada coisa tem seu lugar. Previsível, que esse lugar é sempre o mesmo. Tudo bem se a sua mesa de trabalho não for perfeitamente alinhada e sua pia não for brilhante. Mas é muito importante que o prato do almoço não esteja na mesa de centro e seu guarda-chuva em cima da mesa de jantar. Especialmente para a criança de 2 a 4 anos, a previsibilidade é fundamental. Ela precisa saber que vai encontrar o mundo sempre do mesmo jeito para ter coragem de se esforçar e se transformar. Se o mundo se transforma, ela se desespera.

Manter a ordem na rotina não quer dizer ter horários muito rígidos, mas sim fazer as coisas sempre na mesma sequência e do mesmo jeito. Isso ajuda a criança a prever o que virá depois, e dá a ela segurança para aproveitar o tempo da maneira que for melhor para o seu desenvolvimento. Viagens, mudanças na rotina e exceções devem ser comunicadas, se for possível, e especialmente as pontas do dia – ao acordar e antes de dormir – devem ser mantidas estruturadas sempre que você conseguir.

Manter a ordem no comportamento do adulto talvez seja o mais difícil. Nós criamos muitas regras e impomos nossas vontades. Para nos ajudar, Montessori sugeriu só três limites:

  • A criança não pode fazer nada que a coloque em risco, ou que coloque em risco seu desenvolvimento.
  • A crianã não pode fazer nada que coloque em risco a vida, o bem-estar ou o desenvolvimento de outros seres vivos.
  • A criança não pode fazer nada que danifique o seu ambiente, ou o de outros seres vivos.

Mas à parte disso, a criança pode fazer tudo. E especialmente, não deve ser interrompida, o que nos leva à próxima Tendência Humana.

Terceira Tendência Humana – Trabalho

Nós chamamos de trabalho todo tipo de atividade que a criança faz com força de vontade, foco e propósito. Algumas coisas que em geral se chama de brincadeirapoderiam ser chamadas de trabalho, outras não. O trabalho é o que traz sentido para a vida da criança. E uma vida sem trabalho é uma vida sem sentido.

A criança precisa encontrar desafios, para seu corpo, suas mãos e seu pensamento. Podem ser coisas aparentemente muito simples, como subir um degrau, rasgar papel, ou usar uma espátula para cortar uma banana e servir. Ou pode ser algo bem mais complexo, como colocar a roupa para lavar, amarrar os próprios sapatos, dobrar panos de prato ou plantar e regar plantas.

Para descobrir qual o trabalho que nossos filhos pedem, podemos ficar atentos a:

  • Perguntas – às vezes uma pergunta sobre o que estamos fazendo sinaliza que a criança quer fazer também.
  • Tentativas desastradas – em vez de ficarmos bravos porque a criança derramou alguma coisa, podemos entender que ela está interessada em usar aquilo ou algo próximo e usar a comunicação para entender melhor.
  • Gestos silenciosos – a criança pode fazer coisas com as mãos que nos mostram que tipo de esforço ela está buscando, quando tenta ou finge fazer alguma coisa, por exemplo.

Quando desconfiamos de que a criança está atrás de trabalho, devemos preparar o cenário para que ela encontre poucas dificuldades e só tenha de superar um desafio de cada vez, e aí nós demonstramos como se faz, bem devagar, b-e-m devagar, e oferecemos à criança para ela tentar.

Quando a criança já está tentando, nunca interrompa. Nunca interrompa uma criança em alguma coisa que ela acredita que consegua fazer sozinha. A frase é de Montessori, que também disse: Nunca interrompa uma criança que progride, não importa quão lentamente.

Resumo

Se você leu esse texto pensando “É isso! Ah, se eu soubesse disso antes!” você não está sozinha(o). Eu já passei por inúmeras situações em que, ao lembrar das Tendências Humanas, descobri que havia uma solução possível. Aqui neste texto, só trabalhamos com três. Mais virão em breve. Mas você verá que essas já vão melhorar a vida de suas crianças, e a sua, muito rapidamente.

Lembre-se:

  • comunicação verdadeira;
  • ordem no ambiente, na rotina e na conduta do adulto;
  • trabalho significativo para o corpo, as mãos e a inteligência.

Se a criança puder se comunicar, puder viver uma vida previsível e puder ter propósito em suas ações, a tranquilidade é um resultado natural.

Conte como é na sua casa, eu quero saber, isso me ajuda a ajudar você e seus filhos.

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Photo by Brandon Morgan on Unsplash

Quem assistir esse trailer entenderá porque todo educador precisa assistir “Como estrelas na terra”

Quem assistir esse trailer entenderá porque todo educador precisa assistir “Como estrelas na terra”

O filme indiano “Taare Zameen Par”, traduzido para o português como “Como estrelas na terra” foi lançado em 2007.

Com direção de Aamir Khan, o longa conta a história de Ishaan, um jovem que possui  sérias dificuldades para se concentrar nos estudos, e mal consegue escrever o alfabeto. Depois de diversas reclamações da escola, o pai, que acredita que Ishaan não faz as tarefas por falta de compromisso, decide colocá-lo em um internato, o que leva o menino a entrar em ficar bastante deprimido. Mas, um professor substituto de artes, Nikumbh, logo percebe o problema de Ishaan, e entra em ação com seu plano para devolver a ele a vontade de aprender e, sobretudo, viver.

A história, que poderia parecer cliché, supera as expectativas ao mostrar as pessoas que o assistem, principalmente educadores, como profissionais precisam se recriar para adequar-se às necessidades das crianças.

Segundo o site Só escola:

“Como Estrelas na Terra é um filme excelente tanto para crianças ou jovens com dislexia, como para os seus pais e educadores. Explica de forma simples o que é dislexia, quais as suas principais características e indica algumas dicas para pais e professores de disléxicos, assim como demonstra o amor incondicional que é fundamental para que estas crianças e jovens sejam bem sucedidos.

Demonstra também o quanto pode ser eficaz o ensino de forma multissensorial, ou seja utilizando todos os sentidos, assim como a utilização da arte como fator motivacional e de crescimento.

Poderá ser utilizado como terapia motivacional para disléxicos ou como forma de explicação a pais e professores.”

Aprendizagem, emoção e entretenimento garantidos!

Informações de sinopse adaptadas do site Adoro Cinema

PS: no momento dessa publicação, o filme pode ser encontrado na íntegra no youtube, basta pesquisar pelo título.

A beleza aumenta com a transitoriedade da vida

A beleza aumenta com a transitoriedade da vida

Esses dias li um belíssimo ensaio escrito pelo pai da Psicanálise Sigmund Freud intitulado “Sobre a transitoriedade”e refleti bastante sobre o quanto a beleza está relacionada com o tempo.

Nesse ensaio, Freud argumenta que o fato de o tempo ser algo limitado aumenta a beleza das coisas. Leia com bastante atenção esse pequeno recorte do ensaio citado.

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“Não deixei, porém, de discutir o ponto de vista pessimista do poeta de que a transitoriedade do que é belo implica uma perda de seu valor.

Pelo contrário, implica um aumento! O valor da transitoriedade é o valor da escassez no tempo. A limitação da possibilidade de uma fruição eleva o valor dessa fruição. Era incompreensível, declarei, que o pensamento sobre a transitoriedade da beleza interferisse na alegria que dela derivamos. Quanto à beleza da Natureza, cada vez que é destruída pelo inverno, retorna no ano seguinte, do modo que, em relação à duração de nossas vidas, ela pode de fato ser considerada eterna. A beleza da forma e da face humana desaparece para sempre no decorrer de nossas próprias vidas; sua evanescência, porém, apenas lhes empresta renovado encanto. Uma flor que dura apenas uma noite nem por isso nos parece menos bela.”

Sigmund Freud

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É muito verdadeiro tudo o que ele coloca nesse ensaio. A beleza não apenas da nossa vida, mas da natureza e de tudo que nos cerca, está ligada diretamente com o fato de que nada dura para sempre, e tendo essa consciência de finitude, podemos aproveitar melhor o tempo e fruir melhor cada uma de nossas experiências.

Ele cita as estações do ano. Há a primavera, verão, outono e inverno. E todos os anos se repete o mesmo ciclo de morte e renovação da natureza.

Há beleza em todas as estações, não existe uma estação melhor do que outra, o máximo que pode haver é uma preferência pessoal entre uma estação em relação à outra.

Assim como a natureza tem seus ciclos, nós também temos um ciclo de vida. Somos os únicos animais com a consciência da morte. Nascemos, crescemos, formamos uma família, envelhecemos e morremos.

Também há beleza em todas as fases da nossa vida, e como coloquei antes, não existe uma fase melhor do que outra. Em todas existem vantagens e desvantagens.

Infelizmente, vivemos numa sociedade que enalteceu tanto a juventude, que as crianças vivem pensando em quando serão adultas e os mais velhos vivem querendo esticar a juventude em todos os sentidos (inclusive através do esticamento da pele nas cirurgias plásticas). Já notou como isso é maluco?

Uma criança de 8 anos não pode ser igual a um jovem de 25. Uma senhora de 70 anos jamais será igual a uma de 30. Parece que não estamos conseguindo enxergar a beleza que existe em cada fase e sua transitoriedade.

A beleza da juventude é como essa flor que é exuberante num primeiro momento, mas que vai murchando e ganhando uma beleza diferente. Preste atenção nisso! A pessoa não deixa de ser bela, o que muda é a forma da beleza…

“As flores de plástico não morrem”, já dizia o Arnaldo Antunes em sua belíssima música da época da banda Titãs.

Muitos querem transformar a vida em uma flor de plástico, que não tem uma beleza real. É impossível perceber a passagem do tempo com elas. Do jeito que a flor é hoje, será daqui a 20 ou 30 anos, se não for destruída por ninguém.

Nessa hora eu lembro de um vídeo bem bonito do Flavio Siqueira que já assisti dezenas de vezes e mostra a vida de uma pessoa em pouco mais de 30 segundos.

É lindo perceber que vamos morrendo um pouquinho a cada dia e que nesse processo vamos nos transformando tanto externamente como internamente também. Deixo abaixo o link do vídeo caso queira assistir. São segundos de preciosa reflexão…

Se tudo fosse para sempre do mesmo jeito, seríamos acometidos por um tédio infinito, e como podemos ver beleza numa vida entediante? Não dá, concorda comigo?

Outro exemplo que acho fascinante são as lindas luzes de natal. Já pensou o quanto seria sem graça se essas luzes continuassem durante os 365 dias do ano? Não ficaríamos deslumbrados com a beleza que a iluminação diferente proporciona.

Inclusive eu sempre fico meio nostálgico com as luzes de natal. Elas me fazem lembrar meu tempo de criança, no qual eu brincava com meus primos e assistia as missas campais no interior da cidade de Aracati no Ceará.

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São essas belezas que fazem nossa vida ganhar um sentido muito mais profundo, e nos fazem aproveitar melhor o nosso tempo que é muito limitado.

Concluo esse texto com outro lindo vídeo que traz a cena final do filme “Jack”, com o ator Robin Williams. Ele faz um belíssimo discurso na sua formação quando já está bem próximo de morrer e nos faz refletir sobre uma imensa verdade: A VIDA VOA

Que aprendamos a enxergar as inúmeras belezas que nos cercam na transitoriedade da vida…

“Eu não tenho muito tempo, então eu serei breve, como a minha vida.

Ao chegarmos ao fim desta fase da nossa vida, nós tentamos lembrar dos bons momentos e esquecer os momentos ruins. E pensamos no futuro. E nos preocupamos, pensando: “O que eu vou fazer? Onde eu estarei em 10 anos?”

Mas eu digo: “Olhem para mim! Por favor! Não se preocupem tanto! Porque no fim, nenhum de nós tem muito tempo nesta terra!”

E a vida voa! E se estiverem aflitos, levantem os olhos pro céu e verão, quando as estrelas se espalham pelo céu de veludo e quando uma estrela cadente riscar a escuridão, transformando a noite em dia, façam um pedido! E pensem!

Tornem suas vidas espetaculares! Eu sei que consegui! Eu consegui mãe! Já sou adulto! Obrigado!…

“Não Digas Nada!” por Fernando Pessoa

“Não Digas Nada!” por Fernando Pessoa

Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender —
Tudo metade
De sentir e de ver…
Não digas nada
Deixa esquecer

Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada…
Mas ali fui feliz
Não digas nada.

Fernando Pessoa, in “Cancioneiro”

Teste de atenção: NINGUÉM acertou quantas letras B estão escondidas na imagem! Seja o primeiro

Teste de atenção: NINGUÉM acertou quantas letras B estão escondidas na imagem! Seja o primeiro

Pequenos exercícios cerebrais podem nos auxiliar, e muito, a manter o “treino da memória” em dia.

O teste é bem simples, cronometre no relógio o tempo de 1 minuto e visualize, com muita atenção, a imagem. Findado o minuto, diga quantas letras B estão ali inseridas.

Até o momento, não há notícia de que tenham conseguido localizar, no tempo indicado, todas as letras B ali presentes.

No final da página você encontrará os resultados

Vamos lá?

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Terminou? Vamos aos resultados!!!

 

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A resposta certa é que existem 9 Bs na imagem!

Nota da página: conteúdo com objetivo exclusivo de entretenimento.

Via Revista Pazes

 

 

 

“Humildade não te faz menor que ninguém, mas te faz melhor que muitos.”

“Humildade não te faz menor que ninguém, mas te faz melhor que muitos.”

O conceito de humildade fala sobre o reconhecimento de fraquezas e limitações e a ação baseada nessa aceitação. Mas nos tempos de vaidade declarada esse não é um comportamento para todas as pessoas, infelizmente. Admitir que não se sabe algo, pedir ajuda para executar uma tarefa, contar com a experiência de outra pessoa… são atitudes para pessoas fortes, que têm a personalidade bem formada e não têm medo de deixar transparecer suas deficiências ou vulnerabilidades.

O ensinamento cristão é claro ao orientar que a humildade deve ser cultivada e mantida intacta, mesmo que a vaidade tente afanar seu lugar. A frase “quem se exalta será humilhado” é um dos pontos altos da filosofia cristã, embora esse conceito possa ser aplicado em todas as filosofias de vida. Ela mostra o caminho duvidoso que é optar pela vaidade e pelo orgulho. Mesmo que isso renda um status de bem-visto e benquisto por alguns, isso nem sempre se mantém. É mais construtivo assumir uma postura de humildade do que assumir-se superior e, em um momento de necessidade, não conseguir manter isso. Além disso, é incômodo conviver com alguém que se acha demais, que acha que sabe tudo, que está sempre certo, senhor de si e indisposto a abrir mão disso.

Mahatma Gandhi disse que “o dinheiro faz homens ricos, o conhecimento faz homens sábios e a humildade faz grandes homens.” Dentro do conceito de humildade há a consciência de que a vida termina para todas as pessoas, de que todos merecem um lugar sob o sol e de que o sucesso pessoal é relativo e feito apenas de momentos. Uma pessoa humilde de fato tem sempre em mente que a vida é roda-gigante e prepara-se para todas as subidas e descidas, tratando todos de igual para igual e aproveitando todas as oportunidades para absorver algum aprendizado. Além disso, não se vale de títulos, de prestígio social nem de privilégios quaisquer que por ventura tenha alcançado.

A humildade não sofre com crises de identidade, não lança mão da superioridade nem da arrogância. Mantém-se distante dos aplausos e reconhece todas as suas limitações. Feliz é quem se alia a ela, pois terá a oportunidade de viver uma vida mais feliz e mais liberta, sem se sentir na obrigação de provar nada a ninguém.

Um indivíduo que entende os benefícios de se viver com humildade, aceita mais facilmente que em algum momento da vida virá a necessitar de ajuda e não sofre tanto por isso. Essa aceitação gera paz e uma vida mais tranquila. Não há a necessidade de se sentir super–herói e nem fugir das fragilidades que toda pessoa tem. Ao contrário do que possa parecer essa aceitação é sinal de força e pode evitar abalos na estrutura emocional de quem se reconhece como ser limitado.

Segundo Mario Sergio Cortella, “gente grande de verdade sabe que é pequeno e, por isso, cresce. Gente muito pequena acha que já é grande e o único modo de ela crescer é rebaixando os outros.” É por certo, um comportamento lamentável de quem acha que já sabe tudo da vida, mas que no fundo ainda tem ainda muito o que aprender dela.

Sabedoria é reconhecer que humildade não faz ninguém menor, mas pode tornar uma pessoa melhor que muitas, mesmo que ser humilde seja dela o maior intuito.

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Photo by Gil Alves on Unsplash

Estudo determina que viajar produz mais felicidade do que se casar e ter filhos

Estudo determina que viajar produz mais felicidade do que se casar e ter filhos

Quantas vezes você foi tentado a deixar tudo, pegar sua mala e ir embora? Certamente você já foi tão sobrecarregado que só conseguia se acalmar imaginando-se ao lado da praia ou em uma floresta em frente a uma fogueira. Viajar é fugir da rotina e se encontrar na estrada.

Para muitos, o sonho da vida é viajar pelo mundo; para os outros, encontrar o amor da sua vida e ter filhos. Mas temos que informá-lo que um estudo no portal Booking garante que viajar produz mais felicidade do que se casar e formar uma família.

O que você prefere: casar, ter um filho ou viajar?

A reserva realizou um levantamento rápido de 18 mil habitantes de diferentes países. A maioria dos participantes concordou que as lembranças de suas aventuras e o planejamento da próxima fuga trazem mais felicidade do que qualquer outra coisa.


Uma porcentagem maior do que a média prefere viajar

55% dos participantes preferem ir de viagem do que se casar; no dia, 27 % prefere encontrar seu parceiro sentimental e ter um emprego estável; finalmente, 18 prefere que ele tenha um filho.

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Viajar significa viver novas experiências e belos momentos

Esta pesquisa também descobriu que as pessoas preferem investir seu dinheiro em experiências em vez de itens materiais, de jóias, carros, gadgets a uma casa. Talvez a ideia de se instalar possa esperar, o jovem quer viver o momento.

Então, para planejar o próximo destino!

A felicidade é fomentada pela sede de conhecer e explorar novos lugares; Além disso, você sempre pode fazer isso com amigos, com um parceiro e até com crianças. Você realmente não tem que escolher entre um e outro. Mas se você está procurando por alegria e emoções, escolha um destino e imagine-se aproveitando suas próximas férias.

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FONTE Despierta Cultura, via Revista Pazes

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