Invasão nociva do trabalho na vida pessoal afeta saúde do professor

Invasão nociva do trabalho na vida pessoal afeta saúde do professor

Na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, pesquisa investiga a repercussão do trabalho dos professores sobre sua vida cotidiana e as consequências nos processos de saúde e doença. A análise revela que os professores percebem uma invasão nociva do trabalho na própria vida pessoal, na forma de um vínculo contínuo com a profissão ou com algum abalo sofrido em sala de aula, como a perda de autoridade. Esses vínculos levam a um estado de sofrimento e indisponibilidade prolongada que prejudica a convivência familiar e social, além da própria recuperação para o trabalho, podendo causar adoecimento.

O estudo, descrito na tese de doutorado Quando o trabalho invade a vida: um estudo sobre a relação trabalho, vida pessoal cotidiana e saúde de professores do ensino regular e integral de São Paulo, é de autoria do cientista social Jefferson Peixoto da Silva, sob orientação da professora Frida Marina Fischer, do Departamento de Saúde Ambiental da FSP. Segundo o pesquisador, a revolução tecnológica e as mudanças no mundo do trabalho têm levado cada vez mais trabalhadores a realizarem parte das suas atividades em contextos que vão além dos seus domínios laborais tradicionais, chamando a atenção para os possíveis efeitos desta dinâmica sobre a saúde.

Jefferson observou que diversos estudos apontam para um cenário de precarização e recorrentes casos de adoecimento entre os professores, mas o modo como o trabalho repercute sobre sua vida pessoal cotidiana não tem recebido significativa atenção enquanto fator potencialmente patogênico. Isso acontece mesmo considerando que levar trabalho para casa seja algo comum entre eles e que isso se reflita de alguma forma na complexa relação entre trabalho e vida pessoal cotidiana.

Revisão e entrevistas

Para realizar sua pesquisa, o cientista social fez uma ampla revisão da literatura científica existente sobre o tema, além de entrevistar 29 professores de educação básica atuantes em quatro escolas públicas, além dos quatro diretores dessas referidas escolas. Duas delas se dedicavam ao ensino regular (uma municipal e outra estadual), enquanto as outras duas, ao ensino integral (ambas estaduais). A idade dos participantes variou entre 29 e 61 anos e o tempo de experiência na docência entre um e 37 anos, sendo o público predominantemente do sexo feminino. Esse material foi analisado sob a perspectiva das teorias da Saúde do Trabalhador e psicodinâmica do trabalho, recorrendo também a pressupostos da clínica da atividade, da ergonomia da atividade e da antropologia da saúde.

A revisão de literatura revelou um conjunto de 155 estudos sobre trabalho e saúde dos professores publicados nos últimos 20 anos, com aumento dessas obras nos últimos dez anos. A análise configurou o seguinte perfil: transtornos e problemas de saúde típicos; condições de trabalho e saúde; qualidade de vida; trabalho, carreira e fundamentos da ação docente. A codificação das entrevistas, por sua vez, conduziu a cinco categorias temáticas: tipologias da vida cotidiana; prazer e sofrimento no trabalho; estratégias de conciliação entre vida, trabalho e saúde; percepção, concepção e experiências de saúde e doença relatadas; invasão multiforme da vida pelo trabalho.

Os depoimentos revelaram diversas fontes de sofrimento na vida e no trabalho dos professores. Ao mesmo tempo, também mostram numerosos casos e experiências de presenteísmo (frequência do profissional no trabalho), bem como o emprego de estratégias visando a conciliar tais dimensões com a manutenção da saúde.

Vida invadida

Após essa análise do material coletado, o pesquisador detectou como resultado principal o fato de que a maioria dos entrevistados demonstrou que sente sua vida ser invadida pelo trabalho de modo nocivo e que essa invasão não acontece de forma única e linear. Basicamente, ela se manifesta por meio de um estado de vinculação contínua com o trabalho (ou com algum abalo sofrido durante sua realização) – do qual o indivíduo não consegue se desligar, por mais que ele tente. Isso gera um estado de sofrimento e indisponibilidade prolongada para si e para o outro que prejudica a convivência familiar e social, além da própria recuperação para o trabalho.

Com base nestes resultados, o pesquisador concluiu que as agressões à saúde vivenciadas pelos professores no trabalho têm se projetado sobre a sua própria vida pessoal e se combinado a fatores de agressão advindos do contexto social. Neste, o desprestígio dos professores é crescente e retorna à escola na forma de perda de autoridade e até rejeição, produzindo frustrações repetitivas que contribuem para instituir um cenário de sofrimento social que se associa à invasão da vida pelo trabalho. Dado o sofrimento de amplitude social e de tipo patogênico que essa invasão multiforme produz, tal fenômeno pode ser considerado como mais um dos elementos que podem ajudar a explicar os recorrentes quadros de adoecimento desses profissionais.

Fonte indicada  Jornal USP

Imagem de capa- Pixabay-CC

Turma do mal: narcisistas, maquiavélicos e psicopatas. Fique de olho neles!

Turma do mal: narcisistas, maquiavélicos e psicopatas. Fique de olho neles!

Essa turma do mal tem um conjunto de traços repulsivos, por serem personalidades tóxicas, que prendem mental e emocionalmente suas vítimas. Eles possuem como estratégia escolher posições de poder, que lhes permitirão aplicar “golpes” nos outros.

Aparentemente são pessoas “normais”, que encontramos em nosso cotidiano, e nos casos extremos se transformam em criminosos ou doentes mentais. É importante lembrar que a tríade do mal tem comportamentos que se mesclam entre si. Vamos, em síntese, destacar as suas principais características – que dissimulam – nos relacionamentos com os outros.

  1. Narcisistas

Para os narcisistas tudo é permitido, e os demais só existem para adorá-los, pois são egocêntricos focados na sua autoimagem. Eles procuram cargos de liderança, que lhes dêem altos níveis de competição e glamour.

Aliás, cercam-se de muitos seguidores, que sejam fáceis de ser convencidos. Apesar da teatralidade, eles não sentem remorsos e são insensíveis aos sentimentos e às necessidades das pessoas a sua volta.

Por isso, que eles buscam se relacionar com gente que julgam inferiores para mantê-las sob controle. Mas, na maioria das vezes, os narcisistas são sujeitos vulneráveis e de baixa autoestima.

  1. Maquiavélicos

O termo “maquiavélico” no dicionário é descrito como: ardiloso, astuto e indivíduo que não se importa com os meios usados para atingir seus fins, com o ímpeto de tirar proveito das pessoas, dos grupos e das instituições.

Nesses traços se encaixam certos políticos e empresários, que seguem à risca o que diz Maquiavel: “Quando você tiver de fazer algum mal a alguém, faça-o todo de uma só vez. A dor será intensa, mas apenas uma. – Já o bem, faça-o em parcelas. O favorecido ficará alegre e grato a você várias vezes.”

  1. Psicopatas

Os psicopatas são os mais perigosos dessa turma, por serem descontrolados, que estão em permanente busca de emoções turbulentas.

Porém, apresentam certo charme e uma incapacidade de sentir arrependimentos, já que para eles os seres humanos são como objetos com os quais podem jogar e usar segundo a sua vontade. E ainda são sujeitos com uma elevada tolerância ao stress e nenhum sentimento de culpa.

Ademais, os psicopatas têm uma forte vocação para o conflito e de irem parar na cadeia por serem brigões, bem como em situações sui generis se transformarem em delinquentes ou homicidas.

Fique de olho neles

É necessário ficar de olho nas atitudes da turma do mal, que não ocorrem apenas nos crimes, mas que podem ser emuladas também no bullying nas escolas, nos trolls na internet e nas ações dos ditos “respeitáveis” membros da sociedade.

Portanto, ao mesmo tempo, temos que ficar distante dessa tríade e a melhor maneira é estarmos bem emocionalmente, e com essa postura vamos estabelecer as fronteiras para os nossos relacionamentos, não permitindo que ninguém, sobretudo, as personalidades tóxicas ultrapassem os limites.

Jackson César Buonocore é sociólogo e psicanalista

Sonho realizado: Mulher com câncer terminal se casa e ganha festa de voluntários

Sonho realizado: Mulher com câncer terminal se casa e ganha festa de voluntários

O último dia 09 de maio foi especial para Rosália Macedo da Silva, de 38 anos, diagnosticada com câncer terminal e desenganada por médicos. Foi nesta data que ela realizou um sonho antigo, casar-se com Adriano, com quem vive há 19 e tem um casal de filhos. Quem organizou a cerimônia foi um grupo de voluntários na Casa de Repouso Bom Pastor, em Campinas (SP). A troca de alianças entre o casal foi registrada em vídeo, e as imagens são emocionantes.

“Estou me sentindo muito feliz. Tem amor”, disse a noiva à EPTV, afiliada da Rede Globo, antes de entrar na capela.

contioutra.com - Sonho realizado: Mulher com câncer terminal se casa e ganha festa de voluntários

O enlace do casal foi precedida por uma festa, com salgadinhos, refrigerantes, músicas e fotografias. E quem tornou possível este momento tão feliz na vida de Rosália e Adriano foram os integrantes do projeto “Casamento de Rua” – criado para ajudar casais com baixa renda. Eles souberam da cerimônia de casamento e se sensibilizaram com a história, então resolveram oferecer a festa ao casal.

A doença rara atinge a coluna vertebral de Rosália e provocou perda dos movimentos das pernas. Vestida de branco, ela não poupou sorrisos em formalizar a união no local em que ela e outras pessoas recebem tratamento e precisam ficar durante alguns períodos. A família é de Hortolândia (SP).

Como presente de casamento, o casal ganhou uma máquina para fazer chinelos e, com isso, obter alguma renda, uma vez que Adriano precisou parar de trabalhar para dedicar-se aos cuidados da mulher. Além disso, voluntários decidiram doar duas cestas básicas para a família no período de um ano.

Após o momento do beijo entre os noivos, Rosália celebrou o amor da família em meio ao esforço para conseguir mais tempo para viver. “Muito feliz, obrigado a todo mundo que está aqui, participou dessa festa […] Meus filhos vão sempre se lembrar, mas eu ainda vou viver muito tempo”, contou emocionada.

A dona de casa Ana Paula Bittencourt valorizou o significado da união nesta tarde. “É um presente para a gente reavaliar a nossa ideia de vida, sabe, a gente tem muito mais a agradecer, tem muita gente boa nesse mundo para levar para frente”, destacou.

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Redação CONTI outra. Com informações de G1

Mãe canta e bebê fica emocionado- inacreditável!

Mãe canta e bebê fica emocionado- inacreditável!

Com certeza esse é um dos vídeos mais lindos que você já viu. Enquanto a mãe canta, seu bebê fica emocionado.

Sensibilidade, empatia, força do vínculo entre mãe e bebê.

O tipo de vídeo que nos deixa sem palavras.

Menino afegão de 5 anos ganha uma perna protética e dança em comemoração

Menino afegão de 5 anos ganha uma perna protética e dança em comemoração

A alegria é mesmo uma virtude daqueles que sabem celebrar suas vitórias. E quem parece saber bem disso, mesmo com pouca idade, é o menino afegão Ahmad Sayed Rahman, de 5 anos, que vem conquistando corações desde que as redes sociais foram tomadas por um vídeo no qual ele aparece celebrando sua nova perna protética em um quarto de hospital em Cabul. Avisamos desde já que vai ser quase impossível não abrir um sorriso ao ler esta história e ao ver este vídeo.

Rayessa, a mãe do menino, contou que Ahmad e sua irmã foram atingidos durante um tiroteio e ambos ficaram gravemente feridos. Ahmad teve a perna amputada abaixo do joelho quando tinha apenas oito meses de idade.

Desde que ganhou a prótese, Ahmed é só alegria. “Ele está sempre dançando e mostrando como está feliz por ter uma perna artificial.”, disse Rayessa a repórteres no centro ortopédico da Cruz Vermelha na capital afegã na terça-feira.

Ahmad é um paciente de longa data, disse seu fisioterapeuta Semeen Sarwari. “Estou muito feliz por ele ter recebido essa perna artificial e que agora ele pode ser independente”, acrescentou ela, enquanto Ahmad dançava ao som de um celular.

Ahmad e seus pais, que são trabalhadores rurais, vêm da província de Logar, ao sul de Cabul, onde as lutas entre o Talibã e o exército afegão apoiado pelos EUA são frequentes.

Mais de 500 mil pessoas já assistiram ao vídeo de Ahmad no Twitter, um dia depois de ter sido postado. O menino rapidamente se tornou um estrela, virou atração nos noticiários locais e até já mostrou suas habilidades na dança para os repórteres em Cabul.

O vídeo de Ahmad foi filmado por Mulkara Rahimi, outra fisioterapeuta no centro da Cruz Vermelha. Em seus 10 anos de atividade profissional, ela viu muitos pacientes como ele.

“Ele estava tão feliz com a nova prótese que eu só queria registrar sua felicidade. Eu amo meu trabalho.”, disse Mulkara.

Redação CONTI outra. Com informações de EXTRA

Capa: Reprodução Youtube

181 lotes de remédios para hipertensão são recolhidos pela Anvisa

181 lotes de remédios para hipertensão são recolhidos pela Anvisa

Teve início em fevereiro deste ano o recolhimento de 181 lotes de medicamentos usados para tratamento de hipertensão arterial. A ação, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), se fez necessária depois que a EMA (agência europeia de medicamentos) detectou nesses medicamentos a presença de impurezas associadas a um potencial risco de câncer.

O losartana, segundo remédio mais vendido do país, e o valsartan, também muito utilizado no Brasil, estão entre os medicamentos recolhidos pela Anvisa. Vale salientar que as medidas, que seguem práticas jás adotadas em outros países, envolvem lotes e empresas específicas e não abrangem todo o mercado. A lista completa pode ser consultada no site da agência.

Ao todo, 30 milhões de brasileiros têm diagnóstico de hipertensão arterial. A orientação é que quem fizer uso do remédio mantenha o tratamento até avaliação com um médico para possível troca do produto.

“A terapia da hipertensão é mais importante do que isso. Se uma pessoa para de usar o medicamento, ela pode ter consequências sérias à saúde, até no mesmo dia”, afirma o gerente-geral de inspeção e fiscalização sanitária, Ronaldo Gomes.

As impurezas detectadas são as nitrosaminas, substâncias encontradas em pequenas quantidades na água e em alguns alimentos, mas que, em altos níveis e com consumo prolongando, podem levar ao risco de câncer.

Nos medicamentos usados no Brasil não foram encontrados, até o momento, altos níveis de nitrosaminas, e por isso o risco aos pacientes é considerado baixo.

“O paciente que ingerir o medicamento vai ter câncer? Não. As chances são ínfimas”, afirma Gomes. “Essa impureza está presente em níveis muito baixos.”

O risco, de acordo com os cálculos da agência, se dá apenas em casos de ingestão, ao longo de cinco anos, de medicamentos com o nível máximo de nitrosamina já descoberto até o momento. Neste caso, o cálculo seria de um caso extra de câncer a cada 6.000 pacientes. Para comparação, no Brasil, a incidência atual de câncer é de 600 mil casos ao ano, ou um caso a cada 333 brasileiros.

“Temos que lembrar que nem todos os lotes tinham essas impurezas. Provavelmente essa exposição por cinco anos nunca aconteceu e não vamos ter casos de câncer relacionados a isso. Mas temos que prevenir que essa exposição que aconteça, daí as medidas”, afirma a gerente de fiscalização de medicamentos, Andrea Geyer. Ela reforça que o risco de problemas à saúde é maior pela interrupção brusca do uso dos medicamentos, cujo uso contínuo é fundamental para o controle da hipertensão, do que pela suspeita de contaminação dos produtos com as nitrosaminas.

E não há risco de tomar um medicamento com impurezas? “O risco de tomar o medicamento por duas semanas adicionais é passível de ser negligenciado. Até que consiga verificar com seu médico, o paciente pode continuar ingerindo o medicamento, que continua a ser eficaz”, completa Gomes.

Neste caso, a recomendação é que o paciente verifique se o lote do medicamento que utiliza está na lista dos que estão sendo recolhidos e informe seu médico para substituição.

A medida é válida a apenas alguns lotes, desta forma, um remédio que estiver na lista pode ter lotes alvo de recolhimento e outros que foram considerados adequados. Novas fiscalizações estão sendo executadas.

Diversas ações estão sendo realizadas para assegurar que novos lotes de medicamentos a serem produzidos não tenham essas impurezas. Entre elas, estão a suspensão da importação, comercialização e uso de insumos farmacêuticos ativos de fabricantes com indícios e evidências de presença dessas impurezas.

Ao todo, já foram suspensos três insumos (valsartana, losartana e irbesartana) de dez fabricantes internacionais. “Também fizemos uma medida que foi um programa de fiscalização específico de todas as empresas”, diz Gomes.

Ronaldo Gomes esclarece ainda que não houve falha das fabricantes dos remédios. “Foi algo imprevisto. O que se percebeu foi que, em determinadas situações, pelo uso de solvente recuperado pelas fabricantes de insumos, esses solventes poderiam ser contaminados por quantidade ínfima de uma substância que na reação desses compostos gerariam a nitrosamina”, explica Gomes.

CONSULTE OS LOTES PELA ANVISA AQUI

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Redação CONTI outra. Com informações de Yahoo.

Relatos de psicólogos mostram casos de racismo no cotidiano

Relatos de psicólogos mostram casos de racismo no cotidiano

Por 

Atuar como psicóloga no posto de saúde mas ser confundida, pelo médico, com uma faxineira; ouvir uma criança negra se lamentar por ter cabelos crespos e não lisos; presenciar um profissional de saúde ser racista e preconceituoso com uma paciente por ela ser negra e morar em um lugar muito pobre; ter a certeza de que não será punido ao ser pego portando drogas pelo fato de ser branco; ser um farmacêutico negro e sofrer ameaças por questionar a prescrição de medicamentos de médicos brancos.

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Ilustração: Caio Vinícius Bonifácio

Essas são algumas cenas relatadas por psicólogos brancos e negros que participaram de uma pesquisa sobre relações étnico-raciais em serviços públicos de saúde no município de Suzano, Região Metropolitana de São Paulo. “Essas experiências mostram o quanto o racismo ainda afeta a visão tanto dos profissionais de saúde quanto dos próprios pacientes”, conta a psicóloga Mônica Feitosa Santana, autora de dissertação de mestrado sobre o tema.

O estudo aponta ainda para a necessidade de a questão étnico-racial ser incluída na grade curricular dos cursos de graduação em psicologia. De acordo com Mônica, todos os psicólogos que participaram do estudo mencionaram que não tiveram formação sobre as relações étnico-raciais e que não aprenderam na faculdade que a raça, assim como o gênero e a classe social, também é um fator de análise de desigualdade.

“A psicologia é uma ciência que há anos tem se debruçado sobre as desigualdades. Gênero é um fator que pode gerar dificuldade de desenvolvimento, de pobreza, de construção de projeto de vida. E a classe social à qual uma pessoa pertence faz toda a diferença em seu desenvolvimento, do ponto de vista psicológico”, explica a pesquisadora.
O trabalho foi desenvolvido no Instituto de Psicologia (IP) da USP, sob a orientação do professor Alessandro de Oliveira dos Santos, do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho. O docente desenvolve uma linha de pesquisa que busca analisar a atuação de psicólogos em várias áreas da sociedade, como no campo jurídico, na saúde, na assistência social, etc., com o objetivo de entender como ocorrem as questões étnico-raciais nessas esferas.

O objetivo da pesquisa, realizada entre 2014 e 2017, foi analisar como psicólogos de serviços públicos de saúde do município de Suzano lidam com as relações étnico-raciais no cotidiano de trabalho.

“Pensando no nosso papel como psicólogos, é preciso compreender por que as pessoas se configuram, nas suas práticas cotidianas, como pessoas que exercem o racismo. E, antes de o psicólogo fazer essa compreensão com os pacientes, ele precisa fazer com ele mesmo”, diz.

Dos 17 psicólogos convidados a participar, nove aceitaram. Eles foram entrevistados por outros pesquisadores que atuam no grupo do professor Alessandro dos Santos, dentro da chamada paridade: mulheres brancas entrevistaram psicólogas brancas; homens negros entrevistaram os psicólogos negros; e assim por diante. Essa paridade foi usada para não haver interferência nos resultados por posicionamentos opostos em relação ao tema central da pesquisa.

Vulnerabilidade, preconceito e desigualdade

A pesquisadora define o racismo como um conjunto de práticas institucionais e interpessoais que geram exclusão. São institucionais porque já estão inseridas na ideologia, mas elas se refletem no comportamento interpessoal das pessoas de forma automática, irracional e irrefletida. Então, por mais que as pessoas falem que não são racistas, existe toda uma ideologia por trás que sustenta esse racismo.

Ao analisar os relatos, Mônica observou que esses profissionais atendem muitas pessoas negras e pobres, e que esses pacientes narram situações de racismo, fato que produz muito sofrimento psíquico. Psicólogos negros também relataram racismo, seja vindo dos pacientes ou de outros membros da equipe de saúde.

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Ilustração: Caio Vinícius Bonifácio

“O racismo também apareceu na observação de uma psicóloga branca. Ela relatou que percebeu que o sofrimento de um paciente negro era decorrente de racismo. Mas essa psicóloga não se sentiu autorizada a nomear dessa forma para o paciente. Ela achou que, por ser branca, se ela falasse que era uma situação de racismo, sentiu medo que ele achasse que era ela quem estava sendo racista com ele”, diz Mônica. “Essa psicóloga deveria sim nomear a situação como racismo, mas é neste ponto que entra a questão do racismo como ideologia, interferindo nas relações”, aponta.

Para exemplificar: se fosse uma mulher falando para um psicólogo homem sobre uma determinada experiência, esse psicólogo, ao perceber que se trata de uma situação de machismo, ele, com certeza, se sentiria autorizado a nomear a experiência como tal pois recebeu, em sua formação, a ideia de gênero como fator que gera discriminação social. “E essa paciente não acharia que o psicólogo estava sendo machista com ela. E o psicólogo, também pela formação, compreenderia que fez uma ação de elucidar os sentimentos da paciente, que é algo que faz parte do nosso trabalho como profissional”, explica.

No caso das relações étnico-raciais e do racismo, diz a pesquisadora, muitos psicólogos não se sentem apropriados para fazer isso porque a raça não é estudada na faculdade de psicologia como um fator que gera vulnerabilidade, desigualdade e preconceito.

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Ilustração: Caio Vinícius Bonifácio

Os relatos também mostraram um desconhecimento sobre o que é racismo. Uma das entrevistadas disse que muitas coisas vão além da cor da pele. No caso dela, descendente de árabes, tinha um nariz muito grande e sempre foi alvo de piadas, preconceito. “Isso mostra um desconhecimento do que é racismo e mostra também o quanto as pessoas ainda não entendem o que ocorreu com o final da escravidão e a inserção social deturpada do negro no Brasil no pós-escravatura, sem direito à terra ou ao trabalho remunerado.”

Mônica lembra também que o fato de uma pessoa negra ter status social ou dinheiro não a deixa invulnerável ao racismo. “Mas os psicólogos não costumam fazer essa conexão. Eles acham que se a pessoa está passando por esse sofrimento psíquico é porque ela é pobre e negra e que, se fosse rica, ela não apresentaria esse problema. Mas isso é uma ilusão”, diz. E cita alguns casos recentes: o cantor e compositor Carlinhos Brown e sua esposa tiveram de abandonar o condomínio onde moravam, no Rio de Janeiro, devido aos ataques racistas proferidos contra os filhos do casal. Outros casos semelhantes envolvem a jornalista Maria Júlia Coutinho; os atores Lázaro Ramos e Taís Araujo; e Titi, filha dos também atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank.

Fortalecimento nas trocas: ações de sucesso

A pesquisadora comenta o caso de uma psicóloga branca que atende crianças e que relatou a seguinte experiência: ouviu de uma menina negra “nossa, que cabelo lindo, queria ter um cabelo igual ao seu”. Na mesma hora, essa psicóloga respondeu “ah, mas eu queria mesmo é ter um cabelo enrolado igual ao seu… porque, olha: o cabelo da tia não enrola”.

No caso citado, houve a valorização de uma característica genotípica que a menina estava trazendo como algo feio, pois a estética negra não é vista como bonita. Por isso, a pesquisadora considera importante a criação de espaços coletivos de fortalecimento para discussão de ações de sucesso.

“É possível usar as ferramentas que a psicologia já tem, pois já existem instrumentais no arcabouço teórico conceitual que combatem o preconceito. Já há estudos e técnicas de intervenção, basta aplicar nas relações étnicos-raciais.”

 

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Ilustração: Caio Vinícius Bonifácio

Mônica lembra ainda que as relações étnico-raciais não dizem respeito exclusivamente ao racismo contra as pessoas de pele negra. Elas falam principalmente de relacionamentos entre pessoas, afinal, somos todos humanos. Por isso, também incluem indígenas e até orientais (que sofrem uma discriminação positiva, mas que gera sofrimento). “A linha de pesquisa do meu orientador tem um direcionamento com base na ideia de que a opressão não é boa para ninguém. O homem que exerce violência também está em sofrimento. A pessoa que exerce dominação, que subjuga o outro, também precisa ser tratada. É para isso que a psicologia existe.”
Para ela, a psicologia tem um papel importante nas relações étnico-raciais, que inclui não apenas o combate ao racismo: é o de fazer o letramento étnico-racial das pessoas brancas para que elas saibam a necessidade do debate sobre cotas, sobre discriminação e até para falar sobre o privilégio que elas têm pelo simples fato de serem brancas – a pessoa nunca vai passar por determinadas situações… exatamente por ser branca.

Sobre a ausência de disciplinas sobre o tema racismo nos cursos de graduação em psicologia, Mônica recorda que vários autores da área já pesquisaram isso, como Dante Moreira Leite, Aniela Meyer Ginsberg e Virgínia Bicudo (primeira psicanalista do Brasil e negra). E mesmo com esse arcabouço teórico e técnico, as pesquisas não se desdobram em disciplinas práticas oferecidas nos cursos de graduação.

A pesquisa Muito além da cor da pele: psicologia, saúde mental e relações étnico-raciais em serviços públicos de saúde do município de Suzano, São Paulo está disponível para consulta na íntegra neste link.

Veja abaixo outros relatos dos psicólogos entrevistados para a pesquisa:

 

 

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Ilustração: Caio Vinícius Bonifácio
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Ilustração: Caio Vinícius Bonifácio

Fonte Indicada: Jornal USP

O cérebro do bebê amadurece de dentro para fora e a chave é AMOR

O cérebro do bebê amadurece de dentro para fora e a chave é AMOR

O período mais importante no desenvolvimento do cérebro de uma criança é o estágio entre 0 e 6 anos. Não só porque muitas mudanças químicas ocorrem e novas conexões são ativadas, mas porque o cérebro começa a aumentar seu tamanho e a estabelecer associações.

Lembre-se que no cérebro humano, ao longo dos primeiros anos de vida, é quando eles começam a estabelecer os pilares para o desenvolvimento da inteligência emocional.

A maneira como interagimos com o recém-nascido e o estilo parental são os principais componentes para o desenvolvimento do bebê. Se ambos forem dados de maneira adequada e saudável, a boa saúde emocional da criança pode ser promovida. Em outras palavras, dando-lhe afeto e ajudando-o a amadurecer, pouco a pouco, garantiremos a formação de um ser humano adulto em condições.

Sem dúvida, o gerenciamento das necessidades humanas desde a primeira infância é um desafio. De fato, para conseguir isso, é necessário entender como ocorre a maturação do cérebro de nossos filhos.

Quanto mais e melhor informados somos, mais útil a informação pode ser quando a aplicamos e acima de tudo: saber quando e como aplicá-la.

Vamos ver abaixo algumas noções básicas que nos permitirão ser o apoio que nossos filhos precisam.

Como o cérebro humano amadurece?
O cérebro amadurece de dentro para fora e de trás para frente

Parece estranho, mas é assim que é. O cérebro de um recém-nascido, como sabemos, ainda é muito imaturo quando se trata do mundo. Como uma flor, trata-se de ajudá-la a florescer para que possa gradualmente atingir a maturidade e desenvolver todo o potencial de que é capaz.

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O cérebro humano, no estágio pós-natal, precisa terminar de estabelecer estruturas, estabelecendo conexões e moldando as áreas do cérebro onde os processos básicos, como todo o processo de informação e o seguinte, serão regidos:

.A comunicação.
.O movimento.
.A coordenação
.A resolução de problemas.

Até os 3 anos de idade, o cérebro terá duas vezes mais sinapses do que na idade adulta. É por isso que é tão importante estimular os bebês corretamente nos primeiros anos de vida.

Desde a concepção até os três anos de idade, o cérebro de uma criança passa por uma quantidade incrível de mudanças. O processo cerebral que conhecemos pelo nome de sinapses (isto é, a conectividade entre os neurônios) se desenvolve progressivamente. Algo que não vai acontecer novamente depois de 3 anos de vida.

E para que esse processo ocorra de forma eficiente, é necessário que a criança experimente o máximo de interações afetivas com as pessoas ao seu redor, com todos os meios.

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De dentro para fora e de trás para a frente

O cérebro humano consiste em várias partes, incluindo aquela na qual a medula espinhal está conectada ao cérebro superior. Graças a isso, o ser humano controla reflexões e processos involuntários, como respiração e frequência cardíaca. O recém-nascido tem apenas essa estrutura em um estado imaturo.

. Atrás do tronco cerebral e abaixo da parte superior do cérebro está o cerebelo, envolvido no equilíbrio e coordenação. Uma parte que se estabelecerá lenta mas firmemente.

. O bebê amadurecerá todos os dias até alcançar as áreas frontais estabelecidas no córtex ou no neocórtex, envolvidas em processos mais elevados, como memória, aprendizado, tomada de decisões, resolução de problemas, planejamento.

Agora, é dentro do cérebro humano onde a verdadeira magia é encontrada. É aí que você encontra aquela bússola excepcional que governa nosso mundo emocional. Estruturas como o sistema límbico, a amígdala ou o hipocampo são áreas muito primitivas que regulam TODO o comportamento do bebê.

Se pudermos favorecer um amor constante, seguro e pleno no bebê, garantiremos um desenvolvimento adequado do cérebro. Não podemos esquecer que a organização do cérebro é baseada, acima de tudo, em nossas primeiras experiências.

Estimular a sinapse

Nossos genes são o que permitem que o cérebro se reorganize com base nas experiências que recebe do ambiente. Se estas são positivas, a atividade neuronal estimulante e afetiva torna-se mais forte contra os possíveis inimigos mais conhecidos como: estresse e medo.

. Por outro lado, o uso repetido e a interação constante com o ambiente são canais externos que dão força interna, que geram as sinapses.

. Portanto, é importante lembrar que, para favorecer essa conectividade positiva, é necessário que sejamos constantes e que nosso estilo de parentalidade seja sempre o mesmo.

. É inútil, por exemplo, prestar atenção ao choro do bebê durante os primeiros 6 meses de vida e depois parar de fazê-lo porque achamos que é hora de “amadurecer”, envelhecer e entender que você precisa aprender a ficar sozinho.

Até 3 anos, a criança não irá resolver o padrão de sono, nem terá amadurecido nele muitos dos processos neurológicos com os quais se sentir completamente seguro à noite. Ele precisa de nossa proximidade.

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Momentos-chave no desenvolvimento do cérebro de um bebê

3-6 meses: A mielina começa a aparecer nos axônios de alguns neurônios durante o segundo trimestre. Esse processo – chamado de mielinização – continua até a adolescência e permitirá que a criança processe as informações mais rapidamente.

6-9 meses: o córtex cerebral do bebê começa a se desenvolver e adquirir potencialidade: ele vai interagir muito mais conosco.

Primeiro ano: o cerebelo triplica seu tamanho, os lobos frontal e temporal já adquirem predominância e as crianças começam a se mover mais seguramente, iniciando já um interesse mais intenso pela comunicação.

Os dois anos: as mudanças mais intensas ocorrem nas áreas cerebrais relacionadas à linguagem.

Os três anos: é a idade mágica em todas as crianças. A densidade sináptica no córtex pré-frontal alcança seu máximo esplendor, na verdade três vezes a de um adulto. Seu único interesse é aprender, relacionar e descobrir o mundo à sua disposição.

Se o guiarmos através do amor e do respeito, estaremos garantindo que nosso bebê possa se tornar uma criança emocionalmente mais forte.

***

Tradução por A Soma de Todos os Afetos do artigo publicado no site Eresmamá

Sempre tem alguma coisa pra nos salvar

Sempre tem alguma coisa pra nos salvar

A gente acumula muita coisa aqui dentro do peito, inclusive o que não deveria. Palavras não ditas, momentos doloridos, sofrimento afetivo, lembranças que ferem. Nem tudo a gente consegue por pra fora no momento certo e, por isso, os pesos emocionais se avolumam com o tempo.

Não existem dias perfeitos do início ao fim, não existem pessoas perfeitas da cabeça aos pés, nem empregos totalmente sadios. Não existem filhos que andem no caminho exato que os pais escolhem, não existem planejamentos que aconteçam sem percalços. Não existe caminhar sem tropeço, amar sem descompasso, porque nem haveria luz se não houvesse a escuridão.

Ninguém sorri o tempo todo com sinceridade, a vida não acontece ao som de violinos ou sob pétalas de rosas. A vida costuma desafinar e lotar as passagens de espinhos. Porque não há felicidade perene, completa, absoluta, uma vez que, se alcançássemos a plenitude total, qual graça haveria em continuarmos a partir de então?

A gente vai sendo feliz e colhendo lembranças acalentadoras enquanto buscamos a felicidade que completa os nossos sonhos. A felicidade se baseia em momentos de alegria que pontuam fases de nossas vidas. Sem mais nada a se alcançar, a vida chegaria, então, ao fim. A gente segue porque há incompletude, porque há vazios a serem preenchidos, porque ainda há muito pela frente. Porque a gente tem uma fé absurda.

E, nessa caminhada, não deixaremos de atravessar escuridões, dores e perdas. Nem tudo dá certo, nem todo mundo fica junto, nem todo amor tem final feliz. Além disso, a felicidade não depende somente de nós: somos seres gregários e o que acontece com quem está ao nosso lado também afeta as nossas vidas. Como ser feliz, por exemplo, quando alguém que amamos sofre?

Por essa razão, uma das formas de sobreviver é termos uma válvula de escape, alguma coisa que emocione os nossos sentidos, que nos ajude a digerir o que dói, algo que filtre a nossa carga afetiva, ajudando-nos a manter a esperança aqui dentro. Tem gente que pratica esporte, tem gente que toca música, tem gente que vai à igreja, tem gente que pratica caridade, tem gente que canta, pinta, dança. Tem gente que tem uma pessoa que escuta. E tem gente que, assim como eu, escreve. Eu dedilho meu piano, mas a escrita me salva. Minha escrita é afetiva, é terapêutica.

Minha escrita é meu grito, meu silêncio, minha dor, minha solidão. Minha escrita é catarse, é purgação. Minha escrita é ida e volta, medo e escuridão. Escrevo para não me perder, mas nas palavras me perco e me encontro, e me desfaço e me componho. Escrevendo, eu oro, eu morro, eu renasço. Somente a escrita me salva do cansaço, do viver parado, do vazio afetivo, do peso errado. Dos socos da vida.

Todo mundo merece ter algo a que se agarrar, em meio às tempestades emocionais. Por mais que tudo pareça perdido, eu creio que sempre haverá alguma coisa para nos salvar. Eu tenho a escrita. Minha escrita tem fé, tem afeto e tem amor. Tem Deus. Minha escrita sou eu, sangrando e cicatrizando. Bendito aquilo que te emociona. Bendita a escrita, que me salva da vida, em vida.

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Ser da família não é um passe livre para a pessoa ferrar com o emocional da gente

Ser da família não é um passe livre para a pessoa ferrar com o emocional da gente

A família é nosso porto seguro, são pessoas com quem convivemos grande parte de nossas vidas e é onde fica mais fácil encontrar amor verdadeiro. Na maioria das vezes, os laços de sangue nos tornam ligados às pessoas por toda uma vida. No entanto, como em tudo, há exceções, há casos e casos, uma vez que nem todo mundo sabe amar e/ou ser amado.

Há inúmeros relatos de familiares que se tornam praticamente inimigos, de pais e de mães que negligenciam quaisquer cuidados com seus filhos, de filhos que maltratam os progenitores, até mesmo envolvendo assassinatos, entre outros crimes, nessas relações. Ou seja, às vezes, laços sanguíneos não significam nada para algumas pessoas, que não são capazes de se responsabilizar por ninguém, tanto materialmente, quanto emocionalmente.

Não se pode negar que a culpa parece ser ainda maior, dentro da gente e aos olhos dos outros, quando envolve atitudes tomadas para com alguém da família. É como se a dimensão do que se faz com um parente se alargasse, porque, via de regra, é natural o amor entre pessoas que fazem parte de uma mesma família. É como se fosse obrigatório amar quem tem o mesmo sangue, incondicionalmente, haja o que houver.

Embora quando brigamos com irmãos ou parentes bem próximos, por exemplo, o perdão pareça ser mais fácil, isso não significa que a pessoa possua um passe livre para agir como quiser, apenas por ser da nossa família. Isso não significa que nossos olhares devem ser condescendentes e pacientes, toda vez que um familiar erra, mesmo que erre sempre, deliberadamente, ferindo a gente.

Às vezes, será preciso que nos distanciemos de um familiar, para colocar os sentimentos em ordem e ponderar sobre a real importância ou não daquela pessoa em nossa vida. A gente tem que se libertar de tudo e de todos que nos fazem mal, seja essa pessoa quem for. Sem culpa, inclusive, porque ninguém merece uma pessoa que ferra com o emocional e com a vida da gente, seja ela de casa, seja ela da vida. Sigamos.

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Ter conversas profundas aumenta nossa felicidade

Ter conversas profundas aumenta nossa felicidade

O ato de se envolver em uma conversa com uma pessoa pode ter outras conotações que vão além do simples fato da comunicação. Uma boa conversa, profunda e íntima, pode nos ajudar a sentir o conteúdo, o que promove nossa felicidade.

No ser humano, a conversa se tornou um símbolo representativo de sua evolução; desde que é possível baixar nossos pensamentos e expressar nossas ideias.

Em geral, uma boa conversa é capaz de construir espaços seguros, onde nossas emoções podem ser expressas sem medo e trocar diferentes tipos de informação; que permitem consolidar o sentimento de confiança e assim constituir uma válvula de alívio, para drenar o estresse por meio de reforços positivos.

A conversa também pode servir para expressar algum desejo ou dar uma informação a uma terceira pessoa, sem que isso envolva algo além de uma simples trivialidade.

Agora, há um tipo de conversa que tem um significado especial para todos nós: é a conversa com o conteúdo.

A conversa com o conteúdo, ou também chamada de “conversa profunda”, é aquela em que o ser humano se conecta com o mais profundo de seu pensamento; permitindo que ela flua de maneira ordenada e proporcionando uma sensação de prazer e bem-estar.

Estudos que promovem a relação entre conversa profunda e felicidade

O psicólogo da Universidade do Arizona, Matthias Mehl, recentemente conduziu um estudo que o levou a concluir que; uma alta porcentagem de pessoas que têm o hábito de manter conversas de alto nível intelectual tem uma maior propensão a ser feliz do que aquelas que têm conversas triviais.

Descrição da dinâmica do estudo

No estudo acima mencionado, um universo de 80 pessoas participaram, que concordou em levar um gravador em todos os momentos durante um período de 4 dias; com o objetivo de fazer um registro de todas as conversas que eles manteriam.

Uma vez atingido o tempo acordado, realizou-se a análise dessas gravações e, em seguida, foi feita uma classificação que as agrupou em duas categorias: “conversas profundas” e “conversas triviais”.

Já na fase final do estudo, os participantes receberam questionários destinados a avaliar o grau de felicidade ou satisfação que sentiam em relação a sua vida.

Resultados obtidos do experimento

Uma vez avaliado o conteúdo dos formulários, foi encontrada uma estreita relação entre o maior grau de felicidade registrado pelos resultados dos questionários; e o número de conversas profundas realizadas pela pessoa.

Em resumo, aqueles que obtiveram a pontuação mais alta foram pessoas que tiveram um número maior de conversas em um nível mais profundo.

Em termos percentuais, a pessoa que refletiu um maior grau de felicidade alcançou 46% das conversas profundas nos quatro dias; em comparação com 21% das conversas profundas que a pessoa menos feliz tem.

Por outro lado, as conversas classificadas como triviais ocupavam apenas 10% do tempo da pessoa mais feliz, em comparação com 30% do tempo da pessoa que se mostrou menos feliz.

Inferências obtidas no estudo

Dependendo de como as coisas parecem, esses resultados podem parecer um pouco contraditórios se nos mantivermos com a ideia de que “em menor grau de preocupação, um maior grau de felicidade”.

À primeira vista, isso parece ter algum grau de verdade e está em harmonia com o sentimento que temos quando alcançamos resultados; tornando as coisas mais simples

Mas os resultados nos guiam em outra direção, no sentido de que as coisas geram um pensamento mais profundo no nível intelectual; eles também podem se tornar, mesmo em uma escala maior, uma boa fonte de felicidade.

Como os resultados de uma conversa profunda se manifestam em nós?

Certamente, muitos de nós passaram a experimentar em várias ocasiões uma espécie de injeção de energia vital; depois de ter tido uma conversa agradável e interessante com alguém, sobre algum assunto transcendental.

Isso acontece porque uma conversa interessante é dinâmica, estimulante e com muito valor agregado; Ele age em nossos cérebros como uma verdadeira bomba de hormônios como a dopamina ou a serotonina.

Esses hormônios são aqueles que proporcionam aquela agradável sensação de bem-estar e felicidade que sentimos depois de termos tido uma conversa profunda.

Via A Soma de Todos os Afetos

Fonte indicada: menteasombrosa
Imagem de capa: Pexels

Juiz americano dá como sentença a jovens infratores leituras de livros sobre racismo – e funciona

Juiz americano dá como sentença a jovens infratores leituras de livros sobre racismo – e funciona

Em vez de punir um grupo de jovens por um ato racista de vandalismo, esse juiz queria que eles entendessem o erro de seus hábitos e os obrigou a ler livros – e aparentemente funcionou. Em setembro de 2016, cinco adolescentes foram acusados ​​de fazer pichações em uma escola antiga e histórica em Ashburn, Virgínia.

A escola, que havia sido usada para ensinar crianças negras durante a segregação, havia sido coberta de suásticas, declarações racistas e rabiscos que pareciam típicos de jovens enganados.

De fato, um dos adolescentes acabara de ser expulso de sua escola antes do vandalismo, e é por isso que a Procuradora Alejandra Rueda acreditava que os adolescentes estavam atacando – e ela sentiu que tinha uma chance de transformar o incidente em uma oportunidade educacional.

“A comunidade explodiu [diante do vandalismo]. Compreensível. Mas você sabe, algumas adolescentes nem sabiam o que significava uma suástica ”, disse Rueda à BBC . “Então eu vi uma oportunidade de aprendizado.

“Com os alunos, você pode punir ou reabilitar – e esses eram adolescentes sem registro prévio – e pensei no que me ensinou quando tinha a idade delas, o que abriu meus olhos para outras culturas e religiões… E foi a leitura. ”

Então, ao invés de simplesmente colocar as crianças em liberdade condicional, Rueda elaborou uma lista de leitura de 35 livros diferentes que lidam com a dor e as tragédias da injustiça racial. Khaled Hosseini, Elie Wiesel, Harper Lee, Solomon Northup, Maya Angelou e Alice Walker foram apenas alguns dos autores icônicos que ela incluiu na lista.

Os adolescentes foram então convidados a ler um dos livros a cada mês durante um ano. Para cada livro que leram, eles foram solicitados a escrever um ensaio de 3.500 palavras sobre as consequências do racismo, intolerância e preconceito. Além disso, os adolescentes foram convidados a visitar o Museu do Holocausto e uma exposição de museu de história nos campos de internação nipo-americanos seguindo Pearl Harbor.

Dois anos após o incidente, a condenação de Rueda fez exatamente o que esperava. As crianças estão aderindo à sua educação; eles não reincidiram; e com base em seus ensaios, bem como nas declarações dos pais e advogados dos adolescentes, todos ficaram “envergonhados” e lamentaram o crime.

Em um dos ensaios, um dos rapazes concluiu sua triste análise literária dizendo: “Todos devem ser tratados com igualdade, não importa sua raça, religião ou orientação sexual. Eu farei o meu melhor para fazer com que eu nunca seja tão ignorante. ”

Ao ler o ensaio para os repórteres da BBC , Rueda disse em lágrimas: “Isso me faz chorar, mas me faz sentir bem porque funcionou!” “Temos que educar as crianças”, acrescentou ela. “E com as crianças, nosso foco deve ser a reabilitação e não a revanche, se quisermos resultados.”

TEXTO TRADUZIDO POR PSICOLOGIAS DO BRASIL, DE GOOD NEWS NETWORK

Com turmas vagas por falta de alunos, escola na Coreia do Sul matricula vovós analfabetas

Com turmas vagas por falta de alunos, escola na Coreia do Sul matricula vovós analfabetas

A taxa de natalidade na Coreia do Sul vem caindo consideravelmente e, como consequência disso, as escolas da república asiática tem se esvaziado. Mas, no condado de Gangjin, uma escola rural teve a melhor ideia para preencher os lugares vazios, matricular mulheres idosas que há anos sonham aprender a ler e escrever.

Uma das novas alunas da escola rural é Hwang Wol-geum, de 70 anos, que agora cursa a primeira série. Todas as manhãs ela pega o mesmo ônibus escolar amarelo, juntamente com mais três membros da sua família, seus netos, que agora são seus colegas de escola.

Analfabeta por toda a sua vida, ela se lembra de, quando criança, há seis décadas atrás, chorar escondida atrás de uma árvore ao observar suas amigas indo para a escola. Enquanto outras crianças da aldeia aprendiam a ler e escrever, ela ficava em casa, cuidando de porcos, coletando lenha e cuidando de irmãos mais novos. Mais tarde ela criou seis filhos, e enviou todos para o ensino médio ou pára a faculdade.

No entanto, sempre lhe doeu pensar que ela não conseguia fazer coisas simples que as outras mães faziam. “Escrever cartas para meus filhos sempre foi o que eu mais sonhei”, disse Hwang.

A ajuda surgiu inesperadamente neste ano, vinda da escola local, que estava ficando sem crianças em idade escolar e estava desesperada para preencher suas salas de aula com alunos.

A taxa de natalidade da Coréia do Sul vem caindo nas últimas décadas. No ano passado, o registro foi de menos de um filho por mulher, um dos índices mais baixos do mundo.

As áreas mais atingidas são os condados rurais, onde os bebês se tornam cada vez mais raros à medida que os jovens casais migram em massa para as grandes cidades em busca de melhores empregos.

Como outras escolas rurais , o Daegu Elementary, no distrito de Hwang, viu seus estudantes diminuírem . Quando o filho mais novo de Hwang, Chae Kyong-deok, de 42 anos, frequentou a escola nos anos 80, havia cerca de 90 alunos em cada série. Agora, a escola tem apenas 22 alunos no total, incluindo um aluno em cada uma das turmas de quarta e quinta séries.

Este ano, a pior calamidade de todos atingiu o distrito. “Nós percorremos aldeias procurando apenas um garoto precioso para se inscrever como aluno da primeira série”, disse o diretor, Lee Ju-young. “Não havia nenhum.”

Então, Lee e os moradores locais, desesperados para salvar a escola de 96 anos, tiveram uma idéia: matricular aldeões mais velhos que queriam aprender a ler e a escrever.

Hwang e outras sete mulheres, com idades entre 56 e 80 anos, deram um passo à frente, com pelo menos quatro outras pedindo para serem matriculadas no próximo ano.

Para os jovens que querem continuar morando na região, o futuro de sua cidade dependia de manter a escola viva.

“Quem começaria uma família aqui se não houvesse escola?”, Perguntou Noh Soon-ah, 40 anos, cujo marido – um dos filhos da Sra. Hwang – deixou o emprego em uma fábrica de autopeças em uma cidade grande e trouxe sua família de volta para a aldeia, no intuito de assumir o negócio agrícola de seus pais. “As crianças trazem alegria e vitalidade para uma cidade”.

O escritório de educação local se acostumou com a ideia, e Hwang começou a frequentar as aulas no mês passado. Como muitos alunos da primeira série em seu primeiro dia, a Sra. Hwang chorou. Mas, ao contrário de outras épocas, estas foram lágrimas de alegria.

“Eu não podia acreditar que isso estava realmente acontecendo comigo”, disse ela. “Carregar uma mochila escolar sempre foi meu sonho.”
Hwang e seus colegas estão determinados a compensar o tempo perdido.

“Eles estão ansiosos para aprender”, disse Jo, a professora, sobre os alunos da turma de Hwang. “Eles são provavelmente os únicos estudantes aqui pedindo mais trabalhos de casa.”

Ao contrário de outras salas de aula, a sala de aula da primeira série tem um sofá e um colchão aquecido. Durante os intervalos, as mulheres mais velhas sentam-se no colchão quente e enterram os pés sob os cobertores.

Mas Hwang, que é agricultora, se sentiu mal por estar na escola durante uma movimentada temporada de colheita de morangos. Para compensar, ela passou a se levantar da cama às 4 da manhã para ajudar o marido, o filho e a nora a apanhar morangos antes de ir para a escola.

Hoje aluna dedicada, Hwang já tem novas ambições. “Vou concorrer à presidência da sociedade das mulheres da aldeia”, disse ela. “As pessoas costumavam me pedir para concorrer ao posto, mas eu sempre recusei. É um trabalho para alguém que sabe ler e escrever.

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Redação CONTI outra. Com informações de The New York Times

Imagem de capa: Reprodução -Chang W. Lee/The New York Times

Não era só coincidência: Vizinhas de bairro com incrível semelhança descobrem que são irmãs

Não era só coincidência: Vizinhas de bairro com incrível semelhança descobrem que são irmãs

Elas são muito parecidas, moram no mesmo bairro, e só agora descobriram que são irmãs. Não, caro leitor, esta não é uma novela mexicana.

A descoberta ocorreu quando Debbie Brzozinski, que cresceu como filha única, fez o popular teste de DNA para descobrir mais sobre sua herança genética. Mas o resultado a pegou completamente de surpresa. “Eu acabei descobrindo que tenho três irmãos de sangue”, ela disse à Inside Edition.

Dentre os três irmãos recém descobertos por Debbie está Catherine, que se parece tanto com ela que poderia ser sua irmã gêmea. “Foi uma experiência alucinante, especialmente olhando para a página do Facebook da minha irmã”, acrescentou Brzozinski.

Os pais biológicos de Debbie a tiveram com apenas 18 anos e decidiram entregá-la para adoção. Alguns anos depois, eles acabaram se casando e tendo mais três filhos, dois meninos e uma menina. Eles cresceram em Long Island, a apenas 5 quilômetros de distância de Debbie e Catherine.

As irmãs já notaram diversas semelhanças e coincidências. Elas têm a mesma risada e, quando crianças, frequentavam o mesmo estúdio de dança. E o mais surpreendente é que elas até um vídeo em que aparecem no mesmo ambiente.

Além da irmã, Debbie agora está conhecendo também o restante da sua extensa família biológica, incluindo sua mãe e seu pai.

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Redação CONTI outra. Com informações de MSN

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