Depois dos 40, é mais saudável ser gordinha (ou gordinho)

Depois dos 40, é mais saudável ser gordinha (ou gordinho)

Indo completamente contra a corrente que afirma que a magreza é mais saudável, um novo estudo afirma que pessoas com sobrepeso têm maior probabilidade de viver mais do que as pessoas magras. Pesquisadores da Universidade de Tohoku, no Japão descobriram que as pessoas que tinham sobrepeso aos 40 anos vivem até seis anos a mais do que as que tinham o peso normal nesta idade.

De acordo com o mesmo estudo, realizado durante dez anos com 44 mil pessoas, as pessoas mais magras também têm maiores riscos de ter doenças cardiovasculares.

Gordo e saudável: Estudo prova que é possível

Os pesquisadores analisaram a saúde, o peso e a expectativa de vida dos 44 mil participantes do estudo, entre 40 e 79 anos. As pessoas foram divididas em quatro categorias, com base no Índice de Massa Corporal (IMC) – baixo peso, peso normal, sobrepeso e obesas.

O estudo concluiu que, entre as pessoas na casa dos 40 anos, os indivíduos com sobrepeso tinham a maior expectativa de vida. Aquelas classificadas com o peso normal ficaram logo atrás, de acordo com a pesquisa. Já as pessoas mais magras ficaram na expectativa de vida mais baixa quando comparadas com as outras categorias.

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Via HypeScience

Mulheres de Zanzibar treinadas como engenheiras solares trazem luz para aldeias remotas

Mulheres de Zanzibar treinadas como engenheiras solares trazem luz para aldeias remotas

Um novo programa oferece empregos para mulheres em Zanzibar e eletricidade para famílias pobres.

KINYASINI, Tanzânia, 21 de maio (Thomson Reuters Foundation) – Como mãe solteira, Salama Husein Haja era baixa na hierarquia em sua aldeia na Tanzânia e lutava para ganhar a vida por sua família como agricultora.

Mas agora ela espera ganhar status e uma renda estável depois de ter sido treinada como engenheira solar comunitária para um projeto que traz luz a dezenas de aldeias rurais onde não há casas conectadas à eletricidade nas ilhas de Zanzibar.

Avós e mães solteiras – muitas das quais nunca aprenderam a ler ou escrever – estão entre as que estão sendo treinadas no programa, que, segundo eles, podem transformar vidas em suas comunidades pobres de pescadores e agricultores.

“Lutamos muito para obter iluminação”, disse Haja, 36 anos, uma horticultora e mãe de três crianças de uma aldeia em Unguja, a maior e mais populosa ilha do arquipélago de Zanzibar.

“Quando você não tem eletricidade, você não pode fazer muitas coisas como ensinar crianças. Isso força você a usar uma lamparina. A fumaça é prejudicial, os olhos e o peito são afetados.

“Quando a eletricidade está lá, é melhor.”

A vida é um desafio para as mulheres em Zanzibar, uma região semi-autônoma da Tanzânia composta por numerosas ilhas onde metade da população vive abaixo da linha da pobreza.

As mulheres são quase duas vezes mais propensas que os homens a não ter educação, e são menos propensas a possuir uma terra ou ter acesso a uma conta bancária, de acordo com uma pesquisa do governo em toda a Tanzânia em 2016.

Muitas famílias mais pobres e rurais também não têm acesso à eletricidade, agravando os desafios que enfrentam.

Toda a rede de energia da região da ilha depende de um cabo subterrâneo que a conecta ao continente que foi danificado em 2009, mergulhando-o na escuridão por três meses.

Além disso, apenas cerca de metade das casas em Zanzibar estão ligadas à energia da rede, com muitas das restantes sendo forçadas a depender de lâmpadas de combustível poluentes para a luz.

“Nós só usamos uma lâmpada no interior”, disse Aisha Ali Khatib, treinanda como engenheira solar ao lado de Haja no Barefoot College, na aldeia de Kinyasini, em Unguja.

“A lamparina usa parafina … Comprar uma colher de parafina custa 200 xelins (US $ 0,09), mas posso ficar dois dias sem fazer 200 xelins.”

A energia solar oferece soluções para conectar aldeias rurais com pouca perspectiva de obter energia elétrica e aumentar a resiliência e a sustentabilidade.

Milhões de pessoas em toda a África subsaariana estão obtendo acesso à eletricidade através de fontes renováveis fora da rede, disse a Agência Internacional de Energia no ano passado, que previa forte demanda para impulsionar o crescimento do setor até 2022.

O esquema de treinamento solar oferecido pelo Barefoot College, uma empresa social que começou na Índia e agora está trabalhando na África Oriental, também se concentra especificamente no treinamento de mulheres.

O projeto foi concebido para abordar o fato de as mulheres serem muito menos capazes de deixar as suas aldeias devido à pobreza e aos laços familiares, ao mesmo tempo que capacitam as mulheres na sociedade dominada pelos homens da Tanzânia, oferecendo-lhes um trabalho decentemente remunerado.

As comunidades nas aldeias participantes são convidadas a nomear duas mulheres com idade entre 35 e 55 anos para deixar suas famílias e viajar para a faculdade para treinar como engenheiras.

Muitos das escolhidas não têm educação formal, mas são reconhecidas como pessoas que podem comandar a autoridade e que estão profundamente enraizadas na vida de suas aldeias.

“Quando você educa uma mulher, você educa uma comunidade inteira”, disse Fatima Juma Haji, engenheira solar da faculdade Barefoot, em Zanzibar.

“Quando você educa um homem, ele não fica na aldeia, ele vai embora, mas quando você educa uma mulher, ela volta para sua aldeia e ajuda a melhorar.”

Via Pensar Contemporâneo

Créditos da fotografia de capa: Thomson Reuters Foundation/Nicky Milne

Você não precisa ficar convencendo as pessoas de que você merece ser amado

Você não precisa ficar convencendo as pessoas de que você merece ser amado

Inúmeros colegas com quem convivi, ao longo de minha vida, romperam com quem parecia ser o amor de suas vidas e sobreviveram. Todos, de início, sofreram horrores e pensaram que não iriam conseguir suportar, mas suportaram. E se reergueram e amaram de novo. Alguns estão juntos até hoje, outros ainda procuram pelo amor certo.

Eu não consigo entender direito por que razão muitas pessoas confundem sentimento amoroso com costume, com apego. A gente deveria ter certeza absoluta a respeito do que tem que ficar junto porque faz um bem danado e do que tem que ficar para trás. Os sentimentos deveriam receber o discernimento que possuímos em relação ao espaço de nossas casas, pois a maioria de nós consegue identificar quais objetos são apenas entulhos, mas não consegue fazer o mesmo em relação às pessoas.

Se uma poltrona, por exemplo, não combina mais com a nova disposição de móveis da casa, a gente se livra dela. Se há mofo nas paredes, a gente manda pintar. Se o médico nos alerta sobre nossa pressão alta, tiramos o sal da dieta. Mesmo que seja difícil, a gente acaba fazendo. No entanto, quando se trata de relacionamentos afetivos, parece uma complicação tremenda lidar com aquilo racionalmente, enxergando a porcaria afetiva que a pessoa está trazendo para nossas vidas.

Creio que isso se deva ao fato de que, quando há pessoas envolvidas, os sentimentos ficam mais fortes, tão fortes que se embaralham aqui dentro. E a gente mistura tudo, ficando difícil distinguir os excessos que devem ser acalmados, os vazios que devem ser preenchidos, o que ainda tem jeito e o que não tem mais. A gente percebe claramente o objeto que está atrapalhando o nosso caminho, porém, quando se trata de um obstáculo sentimental, tudo parece hesitante.

Uma coisa é certa: é preciso fluidez. Tudo precisa fluir naturalmente, sem entraves, sem embaço, sem dúvidas de quaisquer tipos. Os sentimentos precisam de ida e volta, de contrapartida, de reciprocidade. Não dá para ficar insistindo, lembrando o outro de que nós existimos, de que estamos ali. É humilhante demais alguém ter que ficar provando que merece ser amado. Se não há retorno afetivo, então o que restou, sem dúvida, foi somente apego. E apego ruim, apego sem razão, sem necessidade, sem autoestima envolvida. Liberte-se disso. Para ontem.

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Imagem de capa meramente ilustrativa: cena do filme Megarromântico

O herói do dia! Cãozinho salva bebê que tinha sido abandonada na mata

O herói do dia! Cãozinho salva bebê que tinha sido abandonada na mata

Sim, nós adoramos histórias sobre heróis improváveis! E quem salvou o dia desta vez foi um nobre cãozinho chamado Macho, que ao que parece, consegue ter mais sentimentos e senso de dever do que muitas pessoas. Ele foi um dos principais responsáveis pelo resgate de uma bebê que tinha sido abandonada na mata.

Tudo começou quando Macho estava passeando com seu dono em um parque em São Petersburgo, na Rússia. Em determinado momento, como se tivesse farejado a situação, ele começou a puxar o dono para o meio do mato.

Contra a sua vontade, o dono foi até o mato com o pet e então se deparou com uma menininha abandonada no chão. “Eu fiquei chocado quando vi a recém-nascida. Ela estava mexendo as perninhas, mas estava em silêncio”, contou o dono, que é um idoso já aposentado, em entrevista para a imprensa local.

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Ele então pegou a pequena e a levou até o guarda do parque que havia visto minutos antes. Eles chamaram a ambulância e encaminharam a pequena até o hospital. De acordo com os médicos, a recém-nascida, que pesava apenas 2,2 quilos, chegou ao hospital lutando pela vida. E caso tivesse demorado mais para que fosse encontrada, ela não sobreviveria. “Ela estava com hipotermia e falta de oxigênio”, contou o representante da polícia russa.

Quando foi encontrada, ela não conseguia mais chorar, estava apenas emitindo um som bem fraquinho, por isso apenas o cãozinho Macho conseguiu ouvi-la.

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Após cinco dias internada no hospital, a equipe médica relatou que a pequena já está bem melhor. Os médicos contaram que ela: “está bem robusta e estamos confiantes que ela vai sobreviver e ficará saudável”. Uma das enfermeiras ainda afirmou: “Ela é uma guerreira!”.

A polícia iniciou uma busca pela mãe da recém-nascida, que é quem eles acreditam que abandonou a pequena. O cachorrinho irá receber um prêmio por seu ato heróico! E ele merece!

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Redação CONTI outra. Com informações de Bebê Mamãe

Imagens reprodução

Não se engane: amor só faz morada em coração limpo

Não se engane: amor só faz morada em coração limpo

O seu coração está limpo? Limpo para receber um novo amor ou para recomeçar um antigo? Limpo para se jogar em uma aventura de sábado à noite ou para jurar amor eterno em um altar? Limpo para viver sem mágoas, sem ressentimentos e sem medos? Então, sente aqui e vamos conversar.

Para começo de conversa deixemos claro que um coração limpo não é um coração sem marcas (até porque não conheço um ser humano na face da terra que não tenha lembranças ruins, amores mal resolvidos ou histórias dignas de filmes). Nosso coração é cheio de marcas e de cicatrizes mesmo. Algumas possuem até nome e endereço. A questão que discutiremos aqui é como somos capazes de amar em liberdade e não valorizamos isso.

Parece automático: mal saímos de um relacionamento e já queremos entrar em outro. Tudo para não sentir saudade, carência ou rejeição. O problema é que limpar um coração exige tempo e nem sempre ele é curto como gostaríamos.

Para que uma relação dê certo não podemos trazer bagagens traumáticas de relações anteriores. Até, porque, convenhamos: querer que um novo amor cure seus traumas ou faça a faxinal emocional que você se recusou a fazer é, no mínimo, um sentimento egoísta do seu ego.

É preciso entender que tudo o que acontece tem um motivo e que ninguém cai de paraquedas nas nossas vidas. Mesmo nos relacionamentos ruins tiramos aprendizagens que levaremos conosco para sempre. Através deles sabemos muito bem o que queremos e o que não queremos mais nas nossas vidas.

Já imagino que a essa altura do campeonato você esteja perguntando “tá, Pamela, e como faço para limpar o coração?”. Agora entra a parte boa da história: é mais simples do que você imagina!

Primeiramente, esteja disposto a isso. Purifique sua mente, busque equilíbrio emocional e pare de aceitar migalhas de atenção. Entenda que você é um ser único e, como tal, merece um relacionamento leve, intenso e duradouro. Acredite no amor, nas pessoas e nas novas possibilidades que surgem na sua vida.

Limpeza de coração exige constância. É um exercício diário de equilíbrio emocional, autocontrole e amor próprio. É acreditar que a vida acontece agora e que, embora o passado tenha sua importância, não é capaz de determinar seu futuro.

Um coração limpo é um coração preparado para receber um novo amor, com pessoas dispostas a fazerem dar certo. É um coração curado, forte e equilibrado e, acredite, isso fará de você uma nova pessoa. Como dizia Caio Fernando Abreu “bonito mesmo é essa coisa da vida: um dia, quando menos se espera, a gente se supera. E chega mais perto de ser quem – na verdade – a gente é”.

Imagem de rawpixel por Pixabay

Japão manteve linha de trem para que uma única passageira conseguisse ir à escola

Japão manteve linha de trem para que uma única passageira conseguisse ir à escola

Enquanto no Brasil, muitas crianças ainda tem que percorrer longas distâncias à pé ou em transportes coletivos precários para conseguir chegar à escola, no Japão uma empresa de trens parou em uma estação remota por três anos para pegar apenas uma passageira, a estudante Kana.

A estação de Kami-Shirataki, em Hokkaido, no Japão, era visitada por um trem duas vezes por dia, uma de manhã e outra à tarde, para que a estudante possa ir para a aula e chegar em casa a tempo.

A adolescente Kana pegava o serviço às 7h07 todos os dias e retornava pontualmente às 5h18, e ela era a única pessoa a usar a estação.

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O serviço da Hokkaido Railway Co foi elogiado por seu compromisso com seus clientes após a descoberta.

A empresa tinha inicialmente planejado fechar a estação de trem, que estava quase sem uso em 2012, devido à sua localização remota.

Depois de investigar, descobriu-se que a linha era usada todos os dias pela jovem – então a empresa anunciou que ficaria aberta até que ela se formasse no ensino médio em março de 2016.

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Em um vídeo que gravou para falar sobre o assunto, Kana disse: ‘Eu entrei e saí deste trem nos últimos três anos e a presença desta estação tornou-se algo com que eu sempre pude contar’.

‘Eu me sinto triste em pensar que vai desaparecer. Agora estou cheia de gratidão.’
Os trens param na estação com base no horário da escola e passam quando ela está de férias em suas aulas.

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A estação é servida pela pista única e fica a 50 milhas do ponto de partida oficial da linha em Shin-Asahikawa.

Agora que Kana está formada, e missão de transportá-la todos os dias de casa para a escola já foi cumprida, estação será extinta.

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Que belo exemplo de compromisso e solidariedade, não acha? Bem que poderia servir de exemplo!

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Redação CONTI outra. Com informações de dailymail

Imagens CCTV- reprodução

Aulas sobre “masculinidade” formam meninos que praticam o respeito com as mulheres

Aulas sobre “masculinidade” formam meninos que praticam o respeito com as mulheres

De acordo com uma análise feita nos Estados Unidos, submeter as crianças a aulas sobre os aspectos positivos da “masculinidade” pode ser uma medida eficaz para a diminuição nos índices de condutas não aceitáveisem em relação às mulheres. Os pesquisadores chegaram à conclusão após fazerem experimento com alunos do Ensino Fundamental.

Depois de uma série de atividades envolvendo a questão, os garotos mostraram entender melhor os problemas do uso de coerção e força bruta nas relações. Além disso, o programa mudou as crenças da turma sobre atitudes negativas nos relacionamentos com as mulheres.

“A maioria das pesquisas sobre más condutas contra as mulheres concentra-se em estudantes do Ensino Médio e Superior, mas pesquisas mostram que essas formas de má conduta também prevalecem entre estudantes do Ensino Funtamental”, disse Victoria Banyard, principal autora do estudo, em comunicado.

As aulas icluem quatro sessões de uma hora que exploram a normalização, a difusão e a natureza nociva dos pressupostos papeis de gênero. Os meninos envolvidos no programa aprenderam sobre empatia, relacionamentos saudáveis, agressividade baseada em gênero e receberam treinamento para saber como reagir ao presenciarem agressões físicas.

“Ao se concentrar em expressões positivas de masculinidade, como a capacidade de ser respeitoso nos relacionamentos, este programa ajuda os meninos a encontrar maneiras positivas de prevenir a agressividade”, contou Banyard.

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Destaques Psicologias do Brasil. Com informações de: Revista Galileu.

A hipocrisia: um muro que insiste em nos rodear

A hipocrisia: um muro que insiste em nos rodear

O artista Lulu Santos no início da letra de sua música, com o título Tempos modernos, canta: “Eu vejo isso por cima de um muro/De hipocrisia que insiste em nos rodear.” Essa é uma palavra que deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis, ambas significam a encenação de um ator.

Os atores gregos usavam máscaras conforme o papel que interpretavam no teatro, pois o termo hipócrita designava alguém que ocultava à realidade atrás de uma máscara de aparência. Hoje, esse conceito refere-se às pessoas que simulam comportamentos.

Um exemplo emblemático de hipocrisia é reclamar de alguém por realizar algum ato deplorável enquanto faz o mesmo. Assim, os hipócritas constroem os “muros” da falsidade para simular atitudes corretas, contudo não têm valor moral nenhum para si e seu grupo.

A hipocrisia usa vários tipos de máscaras, e precisa de platéia para dar seu show. Mas temos que aprender a desmascarar seus personagens, porque os hipócritas são incoerentes, que condenam os outros pelos mesmos erros ou pecados que cometem, objetivando obter vantagem financeira, emocional e moral.

Nicolau Maquiavel descreveu os hipócritas: “Os homens em geral formam suas opiniões guiando-se mais pela vista do que pelo tato, pois a todos é dado ver, mas a poucos é dado sentir. Cada qual vê o que parecemos ser, mas poucos sentem o que realmente somos.”

O pensamento de Maquiavel segue atual, uma espécie de me engana que eu gosto: ganha as eleições quem mente mais e promete mais. O cenário religioso não foge disso, já que temos os que se dizem piedosos, mas no cotidiano são hipócritas. Essa era conduta dos judeus beatos, que foram advertidos por Jesus: “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Limpais por fora o copo e o prato e por dentro estais cheios de roubo e de intemperança.”

Além disso, Freud desnudou e rompeu com os ideais do homem civilizado, revelando seu lado repleto de absurdos e incertezas. Ele apontou as bases do mal-estar, como lastros da civilização, que marcam a origem do desejo de morte e os alicerces da hipocrisia.

É inegável que atual civilização favorece a produção da hipocrisia. É como disse Thomas Hobbes: “O homem é o lobo do homem”. Essa atitude de lobo se revela na máxima: “Os fins justificam os meios”, inclusive a hipocrisia, mesmo que os hipócritas sejam políticos, amigos e familiares do âmbito das nossas relações? Parece uma batalha perdida?

Isso não quer dizer que perdemos a esperança, com diz a bela canção de Lulu Santos: “(…) Eu vejo um novo começo de era/ De gente fina, elegante e sincera /Com habilidade/ Pra dizer mais sim do que não, não, não (…)”. Então, gente sincera enfrenta a hipocrisia, e com isso desativa a influência dela sobre nós.

Para tanto Buda afirmou: “Mantenha sempre um diálogo interno consigo mesmo para lembrar quem você é, quais são os seus valores e quais são as suas grandezas. O que o hipócrita diz, faz ou pensa não vale e nem conta nada para a sua vida. É apenas ar, apenas sopro de um fantoche covarde que transformou a falsidade em seu reino de cartas. Mais cedo ou mais tarde o castelo vai cair.”

Photo by Claudia Barbosa from Pexels

“O ambiente digital está alterando nosso cérebro de forma inédita”, diz neurologista britânica

“O ambiente digital está alterando nosso cérebro de forma inédita”, diz neurologista britânica

As facilidades e inovações trazidas pela era digital conquistaram adeptos de diversa gerações.

Mas, talvez haja numa proporção semelhante um grande número de críticos da internet, apontando os problemas da vida em rede.

Entre entusiastas e opositores da internet, no entanto, nem sempre há embasamento científico para o que é defendido.

Susan Greenfield, neurocientista britânica e pesquisadora sênior da Universidade de Oxford, estuda a psicologia do cérebro por um viés multidisciplinar.

Para ela, as tecnologias digitais afetaram nosso cérebro da mesma forma que qualquer elemento de interação que faça parte do nosso cotidiano.

O que a pesquisadora aponta de mais crítico é a forma como nossa vida em rede mudou a formação de nossa identidade, tornando-a dependente da visão das outras pessoas.

Segundo Greenfield, isso altera a forma como nos relacionamos com os outros e a distribuição do nosso tempo para determinadas atividades.

A internet afeta o cérebro?

Todos estão interessados em saber como as tecnologias digitais, especialmente a internet, afetam o cérebro. A primeira coisa a saber é que viver afeta o cérebro. O cérebro muda a todo instante de nossas vidas.

Tudo que é feito durante o dia vai afetar o cérebro. A razão disso é que o cérebro humano se desenvolveu para se adaptar ao ambiente, não importando qual fosse esse ambiente. É interessante notar que agora o ambiente é muito diferente, de maneira sem precedentes.

Como a imersão num ambiente virtual pode afetar o cérebro?

Há várias perguntas diferentes a serem respondidas. Eu acho que há três grupos abrangentes.

O primeiro é o impacto das redes sociais na identidade e nos relacionamentos.

O segundo é o impacto dos videogames na atenção, agressividade e dependência. E o terceiro é sobre o impacto dos programas de busca no modo como diferenciamos informação de conhecimento, como aprendemos de verdade. É claro que há muitos estudos que ainda precisam ser feitos, mas certamente há cada vez mais evidências sobre aspectos positivos e negativos.

Por exemplo, já foi demonstrado que jogar videogames pode ser similar a fazer um teste de QI. Pode ser que o aumento de QI visto em alguns testes aconteça graças à repetição de uma certa habilidade ao jogar videogames.

Agora, só porque vemos um aumento de QI em quem joga videogames não quer dizer que haja um aumento de criatividade ou capacidade de escrita. Também se sabe, por alguns estudos, e por exames de imagem, que os videogames aumentam áreas do cérebro que liberam dopamina. Também sabemos que, em casos extremos, nos quais as pessoas gastam até 10 horas por dia na frente da tela, existe uma forte correlação com anormalidades em exames cerebrais.

Como costumamos dizer, uma andorinha só não faz verão. Então é importante fazer mais estudos. Isto não é definitivo, em se tratando de ciência nada é definitivo, por isso é importante começar a fazer pesquisa básica porque, até agora, está claro que coisas boas e coisas ruins estão acontecendo de um modo que não haviam acontecido em gerações passadas.

Existe um limite de tempo seguro para navegar na internet?

É claro que muitos pais já me perguntaram: ‘com que frequência meus filhos devem usar a internet? Até quando é seguro?’

O que acontece na Inglaterra, acho que aqui também, é que alguns pais falam para os filhos ‘façam uma pausa a cada 10 minutos’. Mas eu não conheço ninguém que no meio do jogo pensa ‘está na hora da minha pausa de 10 minutos’.

Minha sugestão é agradar as crianças, em vez de dizer ‘você só vai jogar por uma ou duas horas, ou você simplesmente não pode jogar.’ Não seria melhor se a criança decidisse sozinha que não quer jogar? E por que eles fariam isso? Porque o que você vai oferecer a ele é muito mais excitante, muito mais agradável, muito mais interessante do que esse jogo.

É um desafio, mas o que temos que fazer é tentar pensar em maneiras, não tentar negar a tecnologia. Nós podemos, na nossa sociedade maravilhosa, com toda essa tecnologia, com todas as oportunidades que temos, dar aos nossos filhos um mundo tridimensional interessante para viver.

Há quem associe o aumento da incidência do transtorno de déficit de atenção e da hiperatividade (TDAH) ao uso da internet pelas crianças. Essa ligação faz sentido?

Está havendo um crescimento alarmante de TDAH. Sabemos que a prescrição de drogas como ritalina, usadas para TDAH, triplicaram, quadruplicaram nos últimos 10 anos.

É claro que isso é muito. A condição pode estar sendo mais diagnosticada ou pode ser que os médicos estejam prescrevendo mais os remédios. Há, porém, outro fator importante: a causa pode ser as tecnologias digitais.

Por que culpar a internet e não a TV, por exemplo?

Algumas pessoas dizem que a TV é a mesma coisa que a internet. Mas já se mostrou que não é o caso. Há uma grande diferença para o que fazemos na internet, que é altamente interativa e também tende a ser mais estimulante.

Nós também sabemos que, quando se joga videogame, uma substância química no cérebro relacionada com o estímulo, chamada dopamina , é liberada. O que é interessante é que, quando se toma ritalina, a dopamina também é liberada.

Então, agora as pessoas estão pensando que talvez as crianças estejam viciadas em videogames. E estão medicando essas crianças porque elas teriam TDAH, e estão fazendo, embora não façam ideia, com que haja mais dopamina no cérebro.

Então, certamente há uma ligação entre TDAH e videogames, mas precisamos entender mais sobre os mecanismos cerebrais para entender como isso funciona.

Como a senhora acha que a geração atual será no futuro?

É interessante pensar no caráter, nas aptidões da próxima geração, os cidadãos da metade do século 21. Eu acho que haverá coisas boas e coisas ruins. Imagino que talvez eles tenham um QI maior e uma boa memória.

Acho também que eles correrão menos riscos que nossa geração – isso pode ser tanto bom quanto ruim. Por um lado, ninguém quer pessoas que nunca se arriscam, que são excessivamente precavidas, mas, por outro lado, também não queremos pessoas inconsequentes.

Infelizmente, também acho que essa geração terá um senso de identidade mais frágil, menos empatia, menos concentração, e podem ser mais dependentes ao viver o “aqui e agora” em vez de ter um passado, presente e futuro. Talvez eles fiquem mais presos ao presente.

Por que o senso de identidade seria menor?

Até recentemente, em muitas partes do mundo, os seres humanos tinham preocupações mais imediatas, como sobreviver, se manter aquecido, não ter dor, não viver com medo e ter onde se abrigar.

Essas questões eram as mais importantes quando se era um adulto. Mas agora a tecnologia, em sociedades mais privilegiadas, como o Brasil e a Grã-Bretanha, está permitindo que a população, pela primeira vez na história, viva muito mais e tenha uma vida saudável.

Uma criança tem, agora, uma em três chances de viver mais de 100 anos. Então o que fazer com esse tempo? Essa é uma pergunta que não se fazia no passado porque as pessoas morriam de doenças ou estavam preocupadas com outras coisas. Mas agora é factível presumir que as pessoas não saberão o que fazer com a segunda metade de suas vidas, após seus filhos estarem criados. Se elas estiverem saudáveis, em forma, mentalmente ágeis, não poderão simplesmente jogar golfe todo dia, ou sudoku.

Acho que uma das grandes questões para eles será fazer perguntas que tradicionalmente apenas adolescentes fazem: “Quem sou eu? Qual é o sentido da vida? Para onde estou indo? Qual o propósito disso tudo?” Na minha opinião, isto pode ajudar a explicar por que, de uma maneira engraçada, Facebook e Twitter são tão populares.

Por quê?

As pessoas têm um senso integral de identidade. De repente elas se sentem importantes porque gente ao redor do mundo está se comunicando com elas, comentando o que elas disseram.

Então, este tipo de pessoa, que no passado vivia em uma comunidade local, e tinha uma identidade dentro daquela cultura, dentro daquele país, agora tem uma presença global, mas que é construída externamente.

Não é real. É como em uma ocasião na qual estava em um café da manhã com Nick Clegg (vice-primeiro-ministro da Grã-Bretanha) e tinha uma mulher perto de mim tão ocupada contando a todo mundo que ela estava tendo um café da manhã com Nick Clegg que nem conseguiu prestar atenção ao que ele estava dizendo. Ela só ficava tuitando o tempo todo: “café da manhã com Nick Clegg”.

Eu vi um filme com duas meninas conversando dentro de um carro e uma pergunta para a outra: “Como você se sente dentro deste carro?” Ela não responde “estou triste” ou feliz ou animada, nada disso. Ela diz: “o carro é digno de um post no Facebook.”

Por que isso é preocupante?

A partir disso eu infiro que as pessoas estão construindo uma identidade no ciberespaço que em boa parte é formada pela visão das outras pessoas. Existe um site chamado KLOUT. Se você entrar nesse site, ele te diz o quão importante você é, te dá um número chamado Klout Score. Klout, em inglês, significa importante. As pessoas pagam para ver qual é a sua pontuação e para aumentá-la.

Eu acho interessante essa tendência de que mesmo que você sinta-se muito importante, muito conectada, você se sente insegura, tenha baixa autoestima, sinta-se constantemente inadequada.

Existe um livro muito bom escrito por Sherry Turkle chamado Alone Together – Why We Expect More From Technology and Less From Each Other (algo como “Juntos sozinhos – Por que esperamos mais da tecnologia e menos de cada um de nós”, lançado em janeiro, ainda sem editora no Brasil). Ela disse: “bizarramente, quanto mais conectado você está, mais você está isolado.”

Hoje, entretanto, a maior parte das pessoas continua levando suas vidas normalmente, fora do ciberespaço, e apenas uma pequena parte dentro dele. Isso se inverterá no futuro?

A maioria das pessoas dirá que, se tirarmos um instantâneo da sociedade hoje, um monte de pessoas está vivendo normalmente e feliz em três dimensões. Elas têm amizades saudáveis e gostam de estar no Facebook e no Twitter.

Com certeza, é apenas uma minoria de pessoas que gastam até 10 horas por dia em frente do computador. Porém eu acho esse tipo de argumento problemático porque é solipsista – você está argumentando a partir do seu ponto de vista. Já falei várias vezes com jornalistas, que geralmente são de meia-idade e de classe média, e dizem que usam isso e aquilo e é fantástico.

Às vezes, sou criticada porque não estou no Facebook, não estou no Twitter, e mesmo assim estou comentando a respeito. Eu respondo que, mesmo se eu estivesse me divertindo muito no Facebook, isso não quer dizer que todos sejam como eu ou que vão usar do mesmo modo que eu uso, ou que vão ter o mesmo tipo de amizades que eu tenho.

O uso então é exagerado?

Eu acho que precisamos olhar para as estatísticas em vez de apenas levar em conta as impressões pessoais ou os meios de comunicação.

De acordo com as estatísticas, os chamados nativos digitais, gente que nasceu após 1990, apresentam níveis de uso alarmantes.

Por exemplo, um estudo americano, de 2010, mostrou que mais da metade dos adolescentes entre 13 e 17 anos estavam gastando mais de 30 horas por semana na internet.

O que me chama atenção não são as 30 horas, mas o que vai além disso. Isso significa pelo menos quatro ou cinco horas por dia em frente ao computador.

O problema com isso é que, não importando o quão fantásticas ou benéficas sejam as redes sociais – vamos dizer que sejam 100% maravilhosas – ainda são quatro ou cinco horas por dia não andando na praia, não dando um abraço em alguém, não sentindo o sol no rosto, não subindo em uma árvore, não fazendo todas as coisas que as crianças costumavam fazer.

Acho que devemos prestar atenção a essa questão. Acho também que podemos comparar o que acontece hoje com o momento dos anos 50 quando as pessoas começaram a mostrar uma relação entre o câncer e o cigarro.

A indústria do tabaco foi hostil a essa descoberta, tentou negar e insistir que fumar não era viciante. E se você tem um grupo de pessoas se divertindo e outro grupo fazendo dinheiro com isso, esse é um círculo perfeito. A primeira coisa a fazer quando pensamos na relação entre os jovens e a internet é reconhecer que talvez aí exista um problema.

Não se trata de excesso de zelo?

Existem outras questões também. Há uma grande diferença entre os chamados “imigrantes digitais”, pessoas como eu e possivelmente pessoas como as que estão lendo essa entrevista e que tiveram uma educação convencional, cresceram lendo livros, tendo relações apropriadas, em três dimensões, e as crianças que estão crescendo agora, recebendo um comando evolucionário para se adaptar ao meio ambiente.

Se esse ambiente é incessantemente o ciberespaço, elas não vão aprender como olhar alguém nos olhos, elas não vão aprender a interpretar tons de voz ou a linguagem corporal.

Elas não vão aprender como é quando se toca alguém, se tem um contato físico. O que significa que, se alguém ficar cara a cara com alguém no mundo real será mais desagradável, mais agressivo, então as pessoas vão preferir se comunicar por meio das telas.

Já é o caso da Grã-Bretanha, não sei como é aqui no Brasil. Escritórios se tornaram locais bastante silenciosos, porque, em vez de conversarem entre si, as pessoas preferem enviar mensagens.

Outro problema que, acho eu, mostra uma tendência, é um fantástico aplicativo – é fantástico que as pessoas paguem por isso. São dois, na verdade. Um deles se chama Self Control (Auto controle). O outro se chama Freedom (Liberdade). Você paga para que eles não o deixem usar a internet obsessivamente. Eles desligam seu computador a cada 50 minutos ou a cada hora.

Por que as pessoas deveriam pagar por algo que elas mesmas poderiam fazer facilmente, a menos que estejam obcecadas ou tenham se tornado dependentes?

Eu posso chegar para você e dizer que tenho uma maneira brilhante de ganhar dinheiro: você me paga para eu desligar seu computador para você. Você vai me dizer que estou louca.

(de Veja via Pensar Contemporâneo)

Descoberta da ciência oferece esperança de que a progressão do Parkinson possa ser interrompida

Descoberta da ciência oferece esperança de que a progressão do Parkinson possa ser interrompida

Um sinal de alerta precoce para Parkinson, que aparece anos antes de qualquer sintoma, foi descoberto pelos cientistas. Pesquisadores do King’s College London descobriram que os danos ao sistema de serotonina do cérebro eram um “excelente marcador” para a cruel doença. Especialistas elogiaram as descobertas, classificando-as de “fascinantes” e dizendo que elas ajudam a preencher uma “lacuna crucial” no conhecimento da condição.

O Parkinson toma conta do cérebro anos antes de os pacientes notarem sintomas, que incluem tremores e movimentos lentos. Identificar o distúrbio incurável mais cedo poderia melhorar os resultados para milhões de pacientes e interromper a progressão.

O mal de Parkinson é o segundo distúrbio neurodegenerativo mais comum, ficando atrás apenas do mal de Alzheimer, de acordo com o NHS. Ele causa rigidez muscular, lentidão de movimentos, tremores, distúrbios do sono, fadiga crônica, comprometimento da qualidade de vida e pode levar à incapacidade grave.

É uma condição neurológica progressiva que destrói as células na parte do cérebro que controla o movimento. Os sofredores são conhecidos por terem diminuído o suprimento de dopamina porque as células nervosas que o fazem morreram.

Atualmente não há cura e não há como impedir a progressão da doença, mas centenas de testes científicos estão em andamento para tentar mudar isso.

Espera-se que as recentes descobertas científicas levem a novas ferramentas de rastreamento para identificar pessoas com maior risco, de forma que elas possam interromper a progressão da doença.

***

Redação Conti outra. Com informações de dailymail

Imagem de Tumisu por Pixabay

Eu não perdi nada ao ser mãe: eu me tornei mais forte

Eu não perdi nada ao ser mãe: eu me tornei mais forte

Ser mãe responde – quase sempre é uma escolha pessoal. É verdade que ninguém pode prever tudo o que isso implicará: os esforços, desafios e sacrifícios que essa decisão pode implicar. No entanto, quando uma mulher é mãe, ela assume tudo isso com certeza, porque é o que ela quer, porque é sua escolha e ela acha que é a melhor que já fez.

Essa ideia que, sem dúvida, a maioria de nós compartilha, não é algo assumido por toda e qualquer mulher. A maternidade impõe muitas demandas, requer tomar 25 horas por dia, acumular sono, engolir algumas frustrações, relegar muitos dos nossos hobbies e multiplicar por 4 para alcançar tudo. É ou não é um sacrifício? É, sem dúvida, mas é um sacrifício maravilhoso.

Agora, a maioria das mães que se sentem realmente “dominadas” deve-se a várias razões muito específicas que explicamos agora. Se você teve essa mesma ideia em algum momento, você também não deve se sentir mal. Ocasionalmente, é comum ter alguns altos e baixos emocionais. Mais tarde, quando a mente clareia, o corpo descansa e você olha para o seu filho, percebe que não mudaria absolutamente nada.

Vamos encarar isso, ser mãe pode ser desgastante em certos momentos

Paternidade pode ser especialmente intensa, exigente e estressante durante os dois primeiros anos de vida de nossos filhos. É uma época em que os bebês precisam de um alto nível de atenção constante e, por sua vez, é um período em que o cérebro da mãe fica constantemente “alarmado”.

A necessidade de proteção, de prevenir riscos, de comparecer e supervisionar é tão alta que é comum experimentar gotas de humor onde, de fato, o pensamento pode parecer que “ter um filho tira mais do que você oferece”.

. No entanto, esse sentimento geralmente está ligado a certas dinâmicas pessoais muito específicas. Em um estudo publicado na revista “Today Moms”, foi revelado que os casais que não compartilhavam as responsabilidades da paternidade sentiam maior estresse e o sentimento de que ter um filho era um desafio, um desafio que eles não haviam previsto. .

. Quando o casal não assume responsabilidade e deixa cada tarefa nos ombros da outra pessoa, o nível de estresse e ansiedade aumenta. No entanto, devemos ter cuidado ao analisar esses dados. Porque a sobrecarga não se refere exclusivamente ao fato da criação de um bebê. É o sofrimento emocional causado por uma relação afetiva de baixa qualidade que determina esses pensamentos negativos.

Quando você sabe o que é importante, nenhum esforço pesa em você

Ter algum tipo de ajuda é essencial para gerenciar melhor o desafio de ser mãe. Não delegar em outros que você quer menos a um filho, não deixá-lo com os avós, por exemplo, significa que você é “mãe má”. Nem muito menos. Trata-se apenas de saber o que é importante, como organizar e como ser um bom gestor de todas as necessidades que envolvem a difícil mas maravilhosa tarefa de criar um filho.

Às vezes você sai correndo, mas todo dia você se sente mais cheia e mais forte

Tudo bem se às vezes você reclamar. Não tenha medo de dizer que “você não pode fazer mais”, que hoje foi um dia horrível e que você sente vontade de chorar. É normal. Criar uma criança é como a própria vida, às vezes há dias e dias perfeitos que são menos.

. No entanto, admita: você está aprendendo muitas coisas, está se forjando em tantas forças, em tantas sensações e desafios que se sente orgulhoso de si mesmo, de seu filho e de tudo que conquistou.

Você pode estar exausta no final do dia, mas se sente realizada.

Você não perdeu nada, e se algo foi deixado para trás, é porque foi necessário

Algo que você sabe como mãe, é que é verdade que há algumas coisas que foram deixadas para trás desde que você teve seu primeiro filho.

. É possível que você não tenha mais relacionamentos com alguns amigos.

. Você pode ter parado de fazer algumas coisas que gostou antes.

. Você também pode ter decidido mudar de emprego, encontrar uma nova profissão que lhe permita combinar melhor a educação do seu filho.

. Por sua vez, é comum que agora você tenha novos interesses, e que as coisas que até pouco tempo atrás você dava prioridade, tornaram-se algo secundário.

Estes são aspectos que, de fato, foram deixados para trás. No entanto, não devemos ver essas coisas como “perdas”, porque na realidade elas não são, já que o que temos feito é avançar, é crescer, é dar prioridade ao que mais queremos: nossos filhos.

A vida é diferente agora, não há dúvida, mas essa diferença lhe agrada, enriquece e faz você se sentir feliz e satisfeito. Você não mudaria nada!

Tradução por A Soma de Todos os Afetos. Fonte indicada: Eresmamá

8 frases incríveis de Bob Dylan para explodir seu cérebro

8 frases incríveis de Bob Dylan para explodir seu cérebro

A única pessoa do mundo que foi premiada com um Oscar, um Grammy, o Globo
de Ouro, o pulitzer e o Nobel, Bob Dylan é considerado por muitos, e por mim, o
compositor mais importante dos tempos modernos. E por mais que receber
alguns desses prêmios não queira dizer muita coisa, ser a única pessoa do
mundo a receber todos eles tem lá sua importância.

Mas, independentemente disso, muito antes de receber essa coleção de prêmios,
Bob Dylan já impactava a vida de milhões de pessoas com as suas músicas e a
mensagem que ele passava pelas suas letras.

Quase nada que Bob Dylan diz é preto no branco ou tem uma interpretação
exatamente definida. Ele sempre fez questão de não explicar o significado das
letras para a imprensa e, quando possível, confundir ainda mais.

Mas já vamos entender isso melhor com oito frase geniais que vão: ou mudar a
sua vida, ou explodir a sua cabeça ou… se você tiver sorte, os dois.

1. Não existe sucesso como fracasso e o fracasso não é sucesso de forma
alguma.

Hoje em dia uma das dicas mais propagadas , seja por escritores,
empreendedores ou qualquer um que tenha alcançado o sucesso é que ninguém
chega lá sem fracassar várias e várias vezes, mas nessa frase Bob Dylan nos
lembra do que a maioria se esquece de dizer: fracassar em si não é sucesso de
forma alguma. Só quando aprendemos com o fracasso é que seguimos em
direção ao sucesso.

A definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar
resultados diferentes , mas tem mais: essa frase do Bob Dylan vai alem, vivemos
numa sociedade que valoriza o fracasso, onde ter sucesso é condenável.
Independentemente da forma como esse sucesso se manifesta, as pessoas têm
vergonha de mostrar o que alcançaram, se orgulham de ter pouco dinheiro,
poucas conquistas, etc, e a população no geral apoia esse comportamento.
Vamos pensar naquele caso clássico de um cara que adora uma banda
desconhecida e, quando ela estoura e fica famosa, ele para de ouvir porque a
banda virou “modinha”. A banda só era boa enquanto era fracassada, assim
que alcançou o sucesso, perdeu o seu valor. Então fracassando você é
considerado bom, mas sabemos que o fracasso não é sucesso, é simplesmente
fracasso, por mais glamourizado que seja.

2. Aquele que não está se ocupando em nascer, está se ocupando em morrer

Essa é sem dúvida uma das frases mais famosas de Bob Dylan. Ao primeiro
olhar muitos interpretam o que parece óbvio, mas que mesmo assim surpreende
que a partir do momento em que nascemos estamos começando a morrer, o que
não parece muito bom, principalmente considerando o medo de morte que isso
traz à tona e que muita gente compartilha. Mas, e se na verdade ela tiver um
significado muito mais engrandecedor?

No momento em que paramos de nos reinventar, ou seja, renascer, começamos a
morrer. Não é da morte que devemos ter medo, é do comodismo, da
estagnação. Não podemos ficar parados, devemos estar sempre nos ocupando
em nascer de novo, mudar, evoluir, crescer ou então estaremos nos ocupando
em morrer.

3. Você não precisa de um meteorologista para saber para que lado o vento sopra

Você não precisa de ninguém para te dizer o óbvio ou o que você pode
descobrir por si mesmo. Ainda assim muitas pessoas buscam nos outros uma
forma de aprovação e esperam que os outros os apontem as direções e
decidam os caminhos que elas podem e devem decidir sozinhas.

E essa frase tem uma relação direta com uma das músicas mais famosas de
Bob Dylan, Blowin in the Wind, que foi o primeiro grande sucesso logo no
começo da sua carreira, trazendo uma explosão repentina de fama quando
começaram a vê-lo como um novo profeta, um porta-voz da sua geração.

Em Blowin in the Wind ele faz vários questionamentos sobre a condição humana
e diz que as respostas estão soprando no vento, mas ele sempre recusou os
títulos de profeta, d e porta-voz da suia geração. Então, quando ele diz que você
não precisa de um meteorologista para saber para que lado o vento sopra, ele
diz que você tem que achar as respostas soprando no vento por conta própria e
não esperar que ele ou qualquer outro grupo místico, como vemos muito hoje em
dia, tragam as respostas para você.

4. Roube um pouco e eles te jogam na cadeia, roube muito e eles te fazem rei

Não é exatamente isso que temos vividos agora, ou melhor, que temos vividos
desde sempre? essa frase atemporal de Bob Dylan é simples e crua: ou você
rouba o suficiente para mandar em quem vai te julgar, ou você paga pelos seus
crimes.

Temos quase um réu julgado em segunda instância da Lava Jato sendo solto por
semana, pelo simples fato que eles reinam sobre quem determina as suas
próprias sentenças. É a forma como a sociedade opera e ainda que a palavra
rei seja usada no sentido figurado, podemos transferir essa mesma máxima
para o poder do estado e para cada vez que temos que pagar impostos.

5. Eu era tão mais velho antes, eu sou mais jovem agora

A frase é de cara totalmente contraditória e a ideia é justamente essa. Bob Dylan
se deu conta que não envelheceu com o tempo, mas sim, rejuvenesceu,
deixando para trás velhas ideias e absorvendo, cultivando e desenvolvendo
ideias novas.

Podemos quebrar o feitiço do tempo vivendo assim, sem ficarmos presos no
passado, sem nos apegarmos a ideias que já são ultrapassadas por orgulho,
aceitando que as derrotas não são nada além de aprendizados.

Vivemos uma constante mudança, não somos o que éramos ontem e muito
menos o que éramos ano passado, mas não somos necessariamente mais
velhos. Se simplesmente levarmos em conta que com o tempo deixamos o que
era antigo para trás e nos abrimos para o novo, podemos ficar cada vez mais
jovens.

6. Para viver fora da lei você deve ser honesto

Aqui podemos entender que Bob Dylan fez um trocadilho com viver fora da lei no
sentido jurídico e no sentido social. Quando tantas coisas que discordamos são
impostas como leis pela sociedade, só alguém muito desonesto, com seus
próprios princípios consegue viver bem com isso. Só alguém muito hipócrita
engole todas as convenções e age de acordo com que os outros esperam, e
mesmo assim isso representa a grande maioria das pessoas. São
extremamente raras as que têm coragem de ser honestas o suficiente para viver
fora da lei e desafiar o meio em que vive, ir além das fronteiras do que é
aceitável e quebrar barreiras que até então impedem o crescimento. São esses
foras da lei honestos que impulsionam o mundo para frente

7. Atrás de qualquer coisa bonita existe algum tipo de dor

Eu me lembro da primeira vez em que ouvi essa frase, eu pensei que ela não
podia estar certa, que era pessimista demais, mas aí eu comecei a pensar, e
quanto mais eu pensava, mais verdadeira a frase parecia. Eu não conseguia
encontrar nenhuma exceção, então eu entendi que o pessimismo de Bob Dylan
tava certo, realmente atrás de qualquer coisa bonita existe algum tipo de dor.

Mas foi só depois de rever essa frase mil vezes que eu me dei conta que sim, ela
é a mais pura verdade, mas não é necessariamente pessimista. É só a verdade
sobre de onde nascem as coisas mais bonitas do mundo, sobre o fato de que o
sofrimento, mesmo que inevitável, não determina o resultado. Do sofrimento
mais horrível pode nascer a vitória mais deliciosa, a arte mais maravilhosa e,
como exemplo, temos a própria música de onde essa frase foi retirada: Not Dark
Yet.

8. Não critique o que você não consegue entender

A definição perfeita de um hater, aquele que critica o que não consegue
entender, todo mundo lida com gente assim. Só que mesmo que o termo seja
novo, esse tipo de pessoas sempre existiu e Bob Dylan lidou com eles a vida
inteira. Sempre foi questionado pelo seu sucesso, pelas suas letras, pelas suas
habilidade vocais, pela sua constante mudança de estilo musical , mas deixou
essa resposta simples e direta: Não critique aquilo que você não consegue
entender.

Isso é uma coisa que devemos levar para a vida toda. Sempre que somos
confrontados com algo desconhecido, novo, que desafia os nossos
conhecimentos, nos vemos cara a cara com a nossa própria ignorância e isso
pode ser doloroso, então a nossa tendência é atacar, mas podemos ser
maiores do que isso, principalmente nos tempos de extremismos que vivemos
hoje. Se não entendemos o discurso que vem do outro lado, tudo bem, não
precisamos conhecer tudo, podemos assumir a própria ignorância ao invés de
criticar o desconhecido, essa é a única forma de aprender.

E por mais que tenhamos chegados ao fim, nada começa nem termina quando
se trata de Bob Dylan, então eu vou finalizar com uma frase do próprio, que nos
mostra que provavelmente não ouvimos e nunca ouviremos nem metade do que
ele realmente teria a nos dizer:

“E se meus sonhos e pensamentos pudessem ser vistos, eles provavelmente
colocariam a minha cabeça em uma guilhotina”

Mas, sorte a nossa que o que ele pode nos mostrar sem perder a cabeça, nós já
temos o suficiente para uma vida de aprendizado.

Assista ao vídeo e se inscreva no canal Epifania Experiência

 

Via Pensar Contemporâneo

Inveja: tendência a perceber com desprazer o bem dos outros

Inveja: tendência a perceber com desprazer o bem dos outros

Voltando ao tempo dos gregos antigos, inúmeros filósofos têm contemplado a natureza da inveja, ou o que Immanuel Kant descreveu como a “tendência a perceber com desprazer o bem dos outros”. (Immanuel Kant)

Aqueles que escreveram sobre a inveja, seja Aristóteles, Tomás de Aquino, Adam Smith, Schopenhauer ou Nietzsche, chegaram a uma conclusão semelhante – a inveja é um estado de espírito destrutivo e doente que prejudica não apenas o invejoso, mas aqueles a quem inveja. direcionado para a sociedade como um todo.

Mas hoje o vício pessoal da inveja foi transformado em virtude pelos políticos. Ao manipular a tendência humana à inveja, os políticos tropeçaram em um meio muito eficaz de ganhar poder e controle sobre populações desprevenidas. Neste artigo, examinaremos esse fenômeno enquanto analisamos a natureza da inveja em geral, como as tentativas de impor a uniformidade só exacerbam ironicamente a inveja e como os aflitos de inveja devem, para seu próprio bem-estar, se livrar dela .

A inveja é uma emoção dirigida, em outras palavras, pressupõe a coexistência de duas ou mais pessoas – o invejoso que experimenta a emoção e o invejado que é o alvo da emoção. Uma boa definição de inveja é encontrado no dicionário alemão do século de Grimm:

“A inveja expressa aquele estado de espírito vingativo e interiormente atormentador, o desprazer com que se percebe a prosperidade e as vantagens dos outros, inveja-os dessas coisas e, além disso, deseja que alguém seja capaz de destruir ou possuir a si mesmo.” (Grimm’s German Dictionary )

Um equívoco comum é confundir inveja com indignação. Na obra Retórica de Aristóteles, ele enfatiza a diferença entre os dois conceitos que escrevem:

“A pessoa indignada sente raiva da prosperidade daqueles que não a merecem e da inveja de todos.” (Retórica, Aristóteles)

Ou como ele coloca de maneira mais simples:

“A indignação é sentida no bem-estar das pessoas más, enquanto a inveja é da felicidade das boas.” (Retórica, Aristóteles)

Em contraste com a inveja, a indignação não é vice-versa, pois está enraizada em um desejo de justiça. A inveja, por outro lado, como observou Schopenhauer, está enraizada na

“A inevitável comparação entre a nossa própria situação e a dos outros” (Ensaios e Aforismos, Arthur Schopenhauer)

Quando comparado a outros desperta a consciência de nossas inferioridades – seja em termos de riqueza, posses, características mentais ou físicas – isso pode gerar inveja se acreditarmos que o que nos falta em comparação a outros explica nossa relativa infelicidade.

Indivíduos tomados pela inveja vêem aqueles superiores a eles como inimigos. Em vez de se concentrar em melhorar a si mesmos, os invejosos acreditam que seu caminho para a felicidade está ligado ao destino daqueles que invejam. Em outras palavras, eles acreditam que de alguma forma a felicidade deles será aumentada se eles puderem puxar os outros para baixo.

O desejo de ver outros derrubados não alimenta uma sociedade próspera, mas impede o progresso social. Aqueles que são devorados pela inveja provavelmente não se tornarão os grandes inventores, artistas, escritores, empreendedores ou cientistas que ajudam a promover uma sociedade. Pelo contrário, eles desprezam indivíduos de grande talento, pois sua existência apenas torna mais óbvias as inferioridades da inveja.

A natureza destrutiva da inveja tem feito o uso de instituições e práticas para inibir seu impacto extremamente comum ao longo da história. Como Helmut Schoeck afirma em seu livro Envy: A Theory of Social Behavior

“… nenhuma sociedade pode existir na qual a inveja é elevada ao status de uma virtude normativa … Mesmo a superstição de sociedades simples, vê a inveja como uma doença, o homem invejoso como perigosamente doente – um câncer do qual o indivíduo e o grupo deve ser protegido – mas nunca como um caso normal de comportamento e empreendimento humano. Em nenhum lugar, com pouquíssimas exceções, encontramos a crença de que a sociedade deve se adaptar ao homem invejoso, mas sempre deve procurar proteger-se contra ele. ”(Inveja: Uma Teoria do Comportamento Social, Helmut Schoeck)

Mas, desconcertantemente, uma perversão perigosa parece estar ocorrendo no mundo moderno. Em vez de confiar em práticas e instituições para inibir os efeitos da inveja, Gonzalo Fernández de la Mora, em seu livro Igualitarian Envy, adverte que as sociedades ocidentais estão sendo moldadas por políticos que estão alimentando as chamas da inveja com o propósito de ganhar poder e controle. .

Este é um fenômeno relativamente recente, que remonta ao final do século 19 e ao surgimento das tecnologias de comunicação de massa. Antes do surgimento dessas tecnologias, a inveja era direcionada, quase exclusivamente, para os membros da própria comunidade. Alguém que vive na Europa no século 17, por exemplo, dificilmente invejaria as riquezas de um imperador de uma terra distante, como condição para o surgimento da inveja a observação da felicidade de outra. No entanto, a ascensão da mídia de massa mudou essa situação. Agora podemos observar intimamente a vida de pessoas com quem não temos contato pessoal e, assim, fazer julgamentos sobre sua felicidade. de La Mora explica o significado desta situação, afirmando:

“As pessoas contemporâneas estão sujeitas a um fornecimento maciço de informações através da mídia de massa; consequentemente, as pessoas podem ter opiniões sobre a felicidade daqueles que nunca conheceram ou grupos de pessoas às quais não pertencem; e, como resultado desses sentimentos, eles podem invejar. Essa possibilidade torna-se uma probabilidade se, como é habitual nos meios de comunicação, a informação é distribuída já “focalizada” por uma seleção parcial, uma edição intencional, mistificadora ou simplesmente um preconceito que, no nosso caso, é direcionado para ressaltar as diferenças. entre os indivíduos. . . Ninguém inveja esta ou aquela pessoa, mas uma abstração, como “os ricos” ou “os elitistas”. ”(Gonzalo Fernández de la Mora, Inveja Igualitária)

Ao promover e apelar para essa inveja, os demagogos podem desencadear conflitos e tornar potenciais vítimas fora de todos nós – pois quem não se achará inferior a um grupo idealizado de pessoas. Mas aqueles que invejam dessa forma coletiva, e especialmente aqueles que a promovem, nunca admitirão seus verdadeiros motivos, ao contrário do que afirma La Mora em uma passagem extremamente relevante para os dias modernos:

“Um disfarce contemporâneo da inveja coletiva é o que é chamado de“ justiça social ”. Como essa argumentação ideológica… é executada? Estabelece-se um postulado fundamental de que, quanto mais justa a sociedade, mais iguais seus membros são em oportunidades, posição e riqueza; e imediatamente fica estabelecido que o partido lutará sem descanso para alcançar tal “justiça”. ”(Gonzalo Fernández de la Mora, Egalitarian Envy)

Mas a justiça social, ou a tentativa de nos tornar mais iguais usando a força do Estado, não trará uma sociedade menos propensa à inveja. De fato, à medida que essa uniformidade antinatural é imposta a uma sociedade, novas fontes de inveja surgirão e serão muito mais perniciosas. Por exemplo, se de alguma forma todos fossem feitos iguais em termos de riqueza material, isso não livraria o mundo da inveja. Pelo contrário, isso só significaria que aqueles propensos à inveja iriam direcionar sua atenção para outras formas de desigualdade, como as desigualdades nas características físicas e mentais. Schopenhauer alertou sobre esse tipo de inveja, escrevendo que a inveja

“Dirigido contra as qualidades pessoais é o mais insaciável e venenoso, porque o invejoso fica sem esperança; é também o tipo mais baixo de inveja, pois odeia o que deveria amar e respeitar. ”(Arthur Schopenhauer)

Além de trazer à tona formas mais perigosas de inveja, as sociedades que são vítimas do apelo demagógico por mais igualdade, ironicamente, vêem o crescimento da forma mais insidiosa de desigualdade possível – uma vasta desigualdade de poder entre a elite dominante e o resto da população. Para cumprir sua promessa de trazer cada vez mais justiça ao mundo e cada vez mais igualdade, os governos devem ter poderes imensos para refazer a sociedade.

Mas com tudo isso dito, podemos escolher não sermos vítimas desse estratagema político. Em vez de ver nossas inadequações como razões para derrubar os outros, podemos escolher reações mais construtivas, como emulação e auto-aperfeiçoamento. A emulação ocorre quando o reconhecimento de suas inferioridades os leva a ver o superior não como inimigos, mas exemplos para aprender e figuras de motivação. Em vez do desejo de nivelar tudo, a emulação leva a pessoa a elevar-se ao nível dos melhores, ou mesmo a superar aqueles que uma vez procuraram. Kierkegaard observou que “a inveja é uma admiração oculta” e, portanto, a emulação pode ser vista como a reação positiva ao que leva os indivíduos mais fracos à inveja.

Reagir às inferioridades da pessoa com o desejo de melhorar a si mesmo não é apenas bom para o indivíduo, mas para a sociedade como um todo. Isso significa que mais pessoas se concentrarão na criação do novo e do melhor, em vez de na destruição de outros. Mas, por outro lado, se a nossa sociedade continua a percorrer um caminho conduzido pela inveja que alimenta a retórica dos demagogos, chegaremos a um ponto, segundo Nietzsche, em que as pessoas ficarão tão ressentidas com outras que até mesmo o feliz entre nós começará a questionar se tem direito a sua felicidade:

Todas essas pessoas ressentidas são fisiologicamente distorcidas e alimentam o verme da inveja em seu intimo, em muitos casos não se contentando apenas em deturpar a imagem do seu invejado, mas planejando derrubá-lo e destitui-lo da posição vista e entendida como superior. Como disse Nietzsche: “É uma pena ser feliz! Há muita miséria!” (Sobre a Genealogia da Moralidade, Nietzsche)

Esse artigo foi transcrito e traduzido por Pensar Contemporâneo, a partir do vídeo (Em Inglês) The Psychology of Envy and Social Justice.

Vivemos uma epidemia da solidão fruto do narcisismo – Luiz Felipe Pondé

Vivemos uma epidemia da solidão fruto do narcisismo – Luiz Felipe Pondé

A era tecnológica tornou ainda mais complexas as discussões sobre a forma de se relacionar do ser humano. Com a internet, ter contato dá menos trabalho, a distância não parece intransponível, e é possível até mesmo o cultivo de laços com pessoas que nem sequer conhecemos pessoalmente. Mas até que ponto o contato propiciado pela tecnologia supre, de fato, as necessidades afetivas do homem? Qual é a medida para não se deixar adoecer pelas relações estabelecidas on-line?

O questionamento – comum, considerando o aprofundamento de contradições nas relações sociais da atualidade – é um dos pontos tocados pelo filósofo Luiz Felipe Pondé em entrevista à Deutsche Welle Brasil. Sem fazer ataques ferrenhos à interação das pessoas nas redes sociais, Pondé reflete sobre o sentimento generalizado de solidão da sociedade contemporânea, e critica a dificuldade encontrada pelos jovens em desenvolver a generosidade e realizar concessões ao se relacionar.

Luiz Felipe Pondé e psicanalista, filósofo, Ph.D em Epistemologia pela Universidade de Tel Aviv, e trabalha hoje como professor na Pontifícia Universidade de São Paulo e na Fundação Armando Álvares Penteado. O pensador brasileiro escreve semanalmente para a Folha de S.Paulo e já publicou diversas obras, como O homem insuficiente, Crítica e profecia, Conhecimento na Desgraça e Ensaios de filosofia da religião.

Ser solteiro ou, como diz o termo vigente, ser single está na moda? Por quê?

Toda hora inventam uma modinha para dar um nome a um comportamento. Por exemplo, à dificuldade de partilhar a vida com uma pessoa, agora se dá o nome de single; não é mais solteiro ou sozinho, é single. E tem tanta gente single no mundo hoje porque as pessoas estão exigentes demais, insatisfeitas, e porque a vida sozinho é mais possível, mais barata. Para viver com uma pessoa, você tem de fazer concessões, precisa ser corajoso, tem de investir na pessoa com todos os riscos que o “investimento” traz. A vida single está na moda porque há um ônus enorme na vida partilhada.

Quem é sozinho acaba cada vez mais solitário?

Quanto mais sozinha, mais viciada na solidão a pessoa fica. E aí é mais difícil fazer concessões. Não estou falando só de amor romântico, mas de amizade, de vínculos. Hoje se tem todo um equipamento urbano pra viver sozinho. A pessoa pode falar com amigos que estão longe – ou mesmo que não existem – pode comprar comida sozinha, pode ter um cachorro, para brincar de parceria com ele. O cachorro tem sempre amor incondicional, por isso é mais fácil do que gente.

Então viver sozinho é um caminho sem volta?

Quando alguém fica sozinho, não precisa se submeter às vontades, taras, desejos e dificuldades do outro. À medida que você vai ficando sozinho porque está bom, uma hora tenta ficar com alguém e não consegue. Está acostumado.

Mas há quem queira encontrar alguém e não consegue.

Não consegue porque ninguém quer mais saber de ninguém. Os jovens estão cada vez mais narcisistas. Quando uma pessoa fala que quer alguém, ela quer alguém pra preencher o vazio que sente. Mas esse alguém não é real, que vem com os problemas de alguém real.

E mais: as pessoas estão cansadas do cotidiano. Elas têm de trabalhar muito, têm que investir muito na carreira. Às vezes, é mais seguro investir na carreira e na grana do que numa parceria. Os mais jovens têm cada vez mais medo da vida, e ficam cada vez mais cansados. Porque viver com medo cansa.

Você sente uma inquietação na sociedade para mudar isso?

Existe, sim, a inquietação. Mas acho que isso é fruto da estrutura capitalista. O capitalismo – e não sou marxista -, mas, analisando o contexto histórico, o capitalismo produz pessoas sozinhas e produtivas. Claro que eles continuam fazendo propaganda para família porque família consome. É uma contradição. Porque ao mesmo tempo que o capitalismo gera como efeito colateral o narcisismo, a solidão, o egoísmo, essa autonomia do ser single produz sofrimento.

As mídias sociais têm alguma responsabilidade nesse cenário?

Elas não criaram isso, mas têm responsabilidade no sentido de que são uma mensagem de solidão. Como o conceito da Teoria da Comunicação, de que o meio é a mensagem. As mídias sociais são uma mensagem no seguinte sentido: você pode ter vínculos com as pessoas desde que não sejam “sujos”. “Sujos” no sentido de que sejam reais. É mais ou menos como você ter uma vida mergulhada no álcool-gel. As mídias sociais são uma ferramenta da solidão. Claro que ela também faz você encontrar pessoas, fazer networking, mas observo que as pessoas mais jovens – dou aula e trabalho com jovens – têm cada vez mais uma alienação da vida real.

Nós estaríamos mais felizes hoje se vivêssemos mais o afeto em relações duradouras?

A vida afetiva faz parte da experiência humana ancestral. Na hora em que você não tem vida afetiva, isso causa sofrimento. Mas quando uma pessoa opta por ter uma vida afetiva porque está infeliz não dá certo. Não vai adiantar fazer uma fórmula: você está infeliz porque está sozinho. Procura um parceiro que você vai ser feliz. Não vai funcionar. Você vai procurar um parceiro porque quer que ele te faça feliz.

O que falta para revertermos esse cenário?

Não é só uma coisa que falta, mas uma seguramente é a generosidade. Ninguém é mais generoso, todo mundo só quer ser feliz. Uma vida afetiva pode deixar a pessoa mais equilibrada, com capacidade melhor de convívio, menos egoísta, mais tolerante.

Mas então você defende que as pessoas são mais felizes com alguém?

Eu acredito que tem pessoas que vivem bem sozinhas. E são mais felizes assim. Assim como acho que tem pessoas que são mais felizes não tendo filhos. A questão é outra. A questão é que existe hoje uma epidemia de solidão por fruto de narcisismo, egoísmo, falta de generosidade, entropia afetiva. Sempre existiram pessoas que viviam melhor sozinhas, mas é a minoria.

Via Pensar Contemporâneo

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