É possível que você já tenha perdido a paciência hoje com alguma ligação do pessoal do telemarketing. Com mais azar, seu telefone está tocando agora, enquanto você lê este texto, através de um número que você nunca viu na vida. Sim, as famigeradas ligações com DDD desconhecido são insistentes e irritantes, e isso não chega a ser uma novidade. O fato novo, e que pode fazer muita gente ter um surto de alegria, é que já é possível bloquear estas ligações, e vamos te ensinar como fazer isso.
Antes de ensinar o caminho das pedras, é preciso dizer que a decisão de possibilitar o bloqueio destas ligações partiu da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A determinação prevê que empresas do setor lancem, até o dia 16, uma lista nacional e única de consumidores que não querem receber chamadas de telemarketing.
A medida vale para Algar, Claro, Net, Nextel, Oi, Sercomtel, Sky, TIM e Vivo. Elas precisam ainda criar um canal para que o consumidor possa manifestar seu desejo.
O ‘não perturbe’ está de olho no emprego de robôs. Preocupadas com o crescimento de reclamações, muitas companhias utilizam a prática para atingir o cliente a partir de diferentes números. Isso deve acabar.
A regra, vale salientar, só se aplica a chamadas realizadas por empresas de telecomunicação. Companhias de outros setores ficam de fora.
Entre 2016 e maio de 2019, mais de 83.829 reclamações foram registradas contra serviços. A Anatel assegura que irá fiscalizar a implementação da regra. E em caso de descumprimento, multa de R$ 50 milhões.
Se você não quer receber as ligações, precisa se inscrever em links específicos no site do Procon de cada estado. É preciso divulgar número de telefone (fixo e móveis). Ao final, o consumidor recebe uma senha enviada por e-mail.
Assim, é possível excluir e incluir números de telefone. Após 30 dias, as empresas ficam proibidas de ligar. Não é o máximo? Não sei vocês, mas eu já vou fazer valer o meu direito de não ser importunado.
Já faz duas semanas que a dona de casa Edileuza Pereira Barros, de 44 anos, vai quase que diariamente para semáforos de Goiânia com um cartaz pedindo por uma oportunidade de emprego no qual possa levar o filho dela, que tem autismo.
Edileuza morava com o menino e a outra filha até dezembro do ano passado. “Minha filha trabalhava, me ajudava em casa, nas contas. O pai dela também ajudava com dinheiro. Mas ela se casou e mudou para São Paulo. Agora, não tenho como trabalhar porque não tenho com quem deixar meu filho”, disse a dona de casa ao G1.
O filho de Edileuza, Marcos Vinícius Pereira Barros, tem 14 anos e foi diagnosticado com autismo em 2012, quando a família se mudou do Pará para Goiânia. Desde então, o adolescente tem acompanhamento médico.
Edileuza Pereira tenta conseguir um emprego no qual possa levar o filho autista, em Goiânia — Foto: Vitor Santana/G1
Sem condições financeiras, Edileuza conta que não consegue comprar os remédios necessários para o filho. Muitas vezes ela também não tem dinheiro para comprar roupas, calçados e óculos para o garoto.
“Foi quando eu tive essa ideia, pedi para as mulheres que cuidam dele no tratamento escreverem um cartaz para mim e eu comecei a ir para o semáforo. Desde então, tenho recebido mais ajudas. Seja algum dinheiro, alguma doação, então a situação está melhorando um pouco”, contou.
Ela costuma ficar na Avenida T-63, entre a Praça Nova Suiça e o viaduto no cruzamento com a Avenida 85. Edileuza diz que está em busca de trabalho como diarista ou auxiliar de limpeza, mas em locais onde ela possa levar o filho junto, já que não tem com quem deixá-lo durante esse tempo.
“Peço que Deus me ajude e agradeço toda ajuda que puderem me dar”, disse.
Uma jovem professora de 22 anos vem mostrando que é possível repensar algumas práticas do modelo de ensino vigente, sem com isso comprometer o aprendizado dos alunos, muito pelo contrário, trazendo para a sala de aula um ambiente onde se aprende de forma leve, sem pressões ou cobranças exageradas, e com o auxilio de palavras de incentivo e carinho.
Quando a professora Gabriella Freire chegou à Escola Municipal Vereador Paulo Barenco, em Magé, na Baixada Fluminense, não teve boas notícias sobre a turma para a qual lecionaria, o 1º ano do Ensino Fundamental. A turma era conhecida por não apresentar bons resultados. Dos 19 alunos, dez haviam repetido a série — e alguns até mais de uma vez.
Já depois primeiras provas, no fim de março, as especulações sobre o mal desempenho dos alunos daquela turma se confirmaram. Na prova de ciências, a nota mais alta da turma foi três — de um total de cinco — e, logo no início do ano, ela precisou aplicar um teste de recuperação. Mas, conforme foi conhecendo seus alunos, Gabriella percebeu que o motivo para o mau desempenho não era pela incapacidade de aprender e, sim, pelo nervosismo antes das provas, desencadeado pelas cobranças rígidas dos pais:
— Um aluno já ficou tão nervoso antes de uma avaliação que chegou a vomitar, argumentando que o pai bateria nele se não melhorasse as notas. O problema é que os responsáveis não aceitam mais um resultado negativo, então assustam os filhos prometendo punições.
Os alunos, com idades entre 7 e 9 anos, melhoraram o desempenho na escola Foto: Arquivo pessoal.
E este não foi o único desabafo duro que a estudante de Pedagogia ouviu das crianças, com idades de sete aos nove anos.
— Enquanto eu explicava a matéria para um estudante, ele disse: “não precisa ficar comigo aqui. A tia do ano passado me explicou e eu não entendi, então eu sei que sou burro” — conta com pesar.
E foi a partir daí que Gabriella começou a buscar inspirações na internet, no intuito de mudar a abordagem antes das provas. Na última sexta-feira (28), os pequenos foram recebidos com suco de maracujá, lápis e borrachas estilizados, uma sala decorada com balões coloridos e mensagens de incentivo coladas nas mesas e paredes antes de realizarem o teste de Ciências.
— Eles acharam que não teria mais prova e, sim, uma festa (risos). Depois, expliquei que a prova aconteceria, sim, mas antes teríamos uma longa conversa para eles se acalmarem. Eles pularam, riram e me abraçaram. São muito carinhosos. Eles saíram de lá pulando de alegria por terem ido bem na prova e contando aos pais os benefícios do maracujá (risos).
A docente ainda os presentou com lápis e borrachas decorados Foto: Arquivo pessoal.
Ao todo, Gabriela gastou quase R$ 20 nas bolas, no enfeite dos lápis, nos copos descartáveis e no suco. Inicialmente, o plano era oferecer balas de gelatina ou chocolate aos estudantes, porém o preço a obrigou a seguir outro caminho.
— Meu salário é de R$ 1.232, e eu ainda banco minha própria passagem, que sai por R$ 160 mensalmente. Eu queria dar algo melhor para eles, mas ficou apertado no fim do mês — lamenta.
Os pequenos, entretanto, não pareceram incomodados com a simplicidade. Ela conta que, na sexta-feira, quando entraram na sala de aula, eles ficaram chocados com a decoração e as palavras de apoio da professora.
— Eles acharam que teríamos uma festa ao invés da prova. Mas li as mensagens e mostrei o suco, explicando como o maracujá os deixaria calmos — conta a professora, que também trabalhou a confiança da turma com lápis decorados com estrelas douradas: — A história do lápis foi para eles acreditarem em mágica e se sentirem mais confiantes. Houve um aluno, até, que me confessou não estar acreditando muito na história, mas no fim da prova ele saiu tão satisfeito que passou a acreditar (risos).
O resultado positivo da ação de Gabriella foi imediato: seis alunos gabaritaram o teste, também de Ciências, enquanto os outros obtiveram notas acima da média. Na próxima segunda-feira, quando haverá a prova de Matemática, a educadora garante que já preparou outra surpresa:
— Acho que se eu aparecer de mãos vazias eles vão reclamar (risos).
Gabriella ofereceu suco de maracujá para acalmar as crianças Foto: Arquivo pessoal.
Desde que compartilhou a história das redes sociais, Gabriella vem recebendo elogios de várias partes do Brasil. Na página da Secretaria de Educação de Magé, a ação da educadora virou destaque.
A ação da professora, que viralizou nas redes sociais, inspirou outros profissionais. Desde sexta-feira, outros profissionais pediram os textos para usarem com seus próprios alunos:
— Eu ajudo, é claro. Só nós sabemos da luta diária que é educar. Se eu acordo todos os dias às 5h40 da madrugada, não é pelo salário e, sim, pelos meus alunos. Um professor engole salários baixos, escolas em condições precárias e outros problemas por amor — reforça a estudante, que faz ainda uma reflexão sobre o método de avaliação nas escolas: — Apesar de achar a prova um método válido, não acredito que ela seja o mais importante. Eu falo para meus alunos: “é só um papel.”
A paixão de Michael Platt por panificação só se iguala ao seu desejo de ajudar outras pessoas. Desde muito pequeno, o hoje adolescente de 13 anos se sente afetado por questões em torno da justiça social, particularmente a desigualdade de renda e a fome infantil.
“Eu realmente me sinto tocado pelo tema desde a primeira série,” disse o adolescente, que mora na cidade de Bowie, em Maryland (EUA). “Eu tentei fazer algo sobre isso… eu decidi assumir essa causa e combater a fome. Ao meu ver, a comida é um direito, não um privilégio. ”
O menino, que se inspira na mensagem de paz e igualdade do pastor protestante e ativista político Martin Luther King, cresceu acreditando que poderia sim fazer a diferença , especialmente depois que um diagnóstico forçou-o a se afastar da escola pública na sexta série. Michael tem epilepsia e, quando suas convulsões se tornaram severas e frequentes, ele não teve outra escolha a não ser sair da sala de aula.
Michael e sua família se sacrificaram muito por causa de sua saúde. Sua mãe, Danita, deixou o emprego para educar o filho em casa em tempo integral. Michael então não pôde mais participar das atividades físicas que ele tanto amava, incluindo ginástica, mergulho e escalada de árvores. Mas ele não se desesperou e não se deixou abater – ele só ficou mais criativo.
Michael começou a concentrar toda a sua energia em criar doces, especialmente cupcakes – o favorito dele. Com a prática, ele só melhorou na confecção dos doce, e foi aí que ele percebeu que poderia usar seu talento para ajudar – e alimentar – os menos afortunados.
Com apenas 11 anos, Michael abriu uma padaria chamada Michaels Desserts, em que é executado um modelo de um-para-um, o que significa que para cada sobremesa que Michael vende, ele dá outra para pessoas desabrigadas ou marginalizadas de alguma maneira. Através de seu trabalho, Michael também ajuda a levantar dinheiro para organizações sem fins lucrativos.
A maioria das encomendas feitas através do site da empresa ou página do Facebook vem de moradores locais, mas ele também faz remessas fora do estado. E uma ou duas vezes por mês, Michael viaja para Washington, DC, armado com dezenas de doces para entregar às famílias em abrigos para pessoas vítimas de violência doméstica.
“Sempre quis ter um propósito para o que faço”, explicou o jovem filantropo . “(Meu trabalho) é sobre ajudar as pessoas – não apenas ter um propósito para mim mesmo, mas pensar em ‘Como isso afeta outras pessoas?’”
Apesar da pouca idade, Michael já vêm plantando inúmeras boas sementes neste mundo, assim como seu ídolo, Martin Luther King. E o mais incrível é que tudo começou a partir de uma notícia não tão feliz. Ou seja, é possível ver luz onde a maioria das pessoas só vê sombra. Que este menino de coração de ouro e coragem imensurável continue ajudando e inspirando muita gente!
Não podemos falar tudo o que pensamos, da forma que quisermos, para quem quer que seja, a não ser que vivamos numa bolha egoísta e não nos importemos com ninguém. É necessário ponderar sobre o tanto que nós podemos ferir e magoar as pessoas por conta do que fizermos ou dissermos, afinal, vivemos em sociedade, onde não deveriam caber atitudes desumanas e insensíveis.
Pessoas caminham conosco. Pessoas nos amam e torcem por nós. Precisaremos do outro em vários momentos de nossas vidas. Procuraremos consolo, conforto, conselhos, respostas, carinho, junto a outras pessoas, as quais só estarão prontas a nos receber de acordo com o que tivermos ofertado também. A vida nos devolve na mesma medida e na mesma vibração com que enviamos a ela.
Ainda assim, não poderemos deixar de nos expressar e de nos impor nos momentos necessários, ou seremos atropelados e engolidos pela falta de noção de algumas pessoas que precisam que os limites sejam bem claros. Não se trata de ser grosseiro e violento, mas de usar a assertividade como forma de nos preservarmos de problemas futuros. Muitas pessoas não têm a menor consideração pelo outro, portanto, faça valer os seus direitos como pessoa.
Além disso, quanto mais guardamos, dentro de nós, o que faz mal, mais acumulamos descontentamento e tristeza aqui dentro. E tudo isso inevitavelmente acaba tendo que sair, uma ou outra hora, e, pior ainda, muitas vezes adoecemos fisicamente, de tanta mágoa acumulada. O que não dizemos durante o dia se torna a insônia nas noites sem fim, a tristeza que pesa, os arrependimentos que cutucam.
Da mesma forma, engolir demais o que precisa ser dito pode levar a pessoa a explodir na hora errada, falando o que não deveria, muitas vezes para quem não tem nada a ver com a história. Aquilo que nos incomoda deve ser dito para a pessoa certa e na hora certa, porque assim a gente tem mais chances de colocar tudo em ordem, sem ferir ou magoar o outro.
Como dizem, é preciso dizer o que está incomodando quando estiver incomodando e não quando a situação ficar insuportável. Os relacionamentos precisam de ajustes e de arestas aparadas, para que sobrevivam a desentendimentos que podem – e devem – ser evitados com diálogo e maturidade de ambas as partes. Afinal, tem tanta coisa boa para engolir e tem gente que engole mágoa? Ninguém merece.
A Disney anunciou na noite de quarta-feira, 03, a atriz que irá interpretar Ariel, no filme live action de “A Pequena Sereia”, clássico em animação lançado em 1989. Logo que o anúncio foi feito, uma discussão tomou conta da internet. Isso porque a escolhida para o papel é a cantora Halle Bailey, que é negra.
Os que criticam a escolha, na sua grande maioria, alegam falta de fidelidade às características físicas da personagem, que é ruiva. Muitos baseiam sua opinião no fato de que o filme da Disney é livremente inspirado na fábula homônima escrita em 1836 por Hans Christian Andersen, de origem dinamarquesa.
Muitos dos que defendem a escolha do estúdio, justificam sua opinião ressaltando as qualidades artísticas de Halle Bailey, e apontam preconceito nos que atacam a cantora e atriz norte-americana.
No comunicado que oficializou a escolha, o diretor Rob Marshall disse: Depois de uma extensa pesquisa, ficou muito claro que Halle possui aquela combinação rara de espírito, coração, juventude, inocência e substância. Além de uma voz maravilhosa. Todas as qualidades intrínsecas necessárias para desempenhar esse papel icônico”.
E, entre críticos e apoiadores, uma declaração a favor da escolha ganhou destaque. A Turma da Mônica, por meio de Twitter, publicou uma imagem da personagem Milena – a primeira garota negra da turma – como uma versão de Ariel com um texto que diz apenas “nossa pequena sereia”.
Alguns pais brincam com seus bebês levantando-os nos braços e jogando-os para o ar, e não há dúvida de que as crianças realmente se divertem. No entanto, este jogo que parece inofensivo pode ser muito perigoso para as crianças e pode até pôr em perigo as suas vidas. Na verdade, é uma das causas da síndrome do bebê sacudido, um problema frequente com 20 a 25 casos para cada 100.000 crianças menores de 2 anos em todo o mundo.
A síndrome do bebê sacudido: uma conseqüência perigosa de jogar as crianças no ar
A maioria dos pais associa a síndrome do bebê sacudido a maus-tratos infantis. No entanto, a verdade é que, em muitos casos, essa síndrome pode ter outras causas: o simples ato de brincar com as crianças para jogá-las no ar pode ser uma delas. Em geral, o risco é muito maior durante o primeiro ano de vida da criança.
O que acontece é que os cérebros dos bebês são imaturos e frágeis, o que faz com que eles sejam lesionados com muita facilidade. Dessa forma, quando os pequenos são lançados ao ar, a cabeça oscila, o pescoço, que ainda é muito instável, se move com maior brusquidão e o cérebro atinge as paredes do crânio, um fenômeno que na medicina é conhecido como concussão cerebral.
Obviamente, o fato de o cérebro atingir as paredes do crânio é muito perigoso. No caso menor, lesões focais podem aparecer devido a danos a uma certa área do cérebro, mas danos mais generalizados ou até um derrame podem ocorrer como resultado da ruptura dos vasos sanguíneos que suprem o cérebro.
O pescoço e a coluna também podem sofrer alterações em consequência do movimento abrupto da cabeça enquanto “voa” pelo ar. O problema é que os ossos dos bebês ainda não estão fortes o suficiente e sua espinha ainda é muito instável para resistir a tais violentos puxões.
Como identificar que uma criança sofreu uma desordem cerebral depois de ser jogada no ar?
Às vezes é difícil reconhecer os sinais de uma desordem cerebral como resultado de ter jogado as crianças para o ar. Na maioria dos casos, as crianças tendem a ser mais irritáveis do que o normal e choram de forma inconsolável, o que indica que algo não está certo. No entanto, outras vezes, os sintomas podem ser mais graves e podem aparecer:
• Mudanças no comportamento
• Letargia e mais sono do que o habitual, sem ser devido a outra causa
• Diminuição do estado de alerta
• Falta de apetite
• Perda de consciência
• Rigidez e tremores
• Perda de visão ou audição
• Pele pálida ou azulada
• Vômito
• Convulsões
• Parada respiratória
As complicações mais comuns
Vale ressaltar que, na maioria dos casos, brincar de jogar crianças ao alto não tem grandes complicações, mas há momentos em que há um alto risco de desenvolver um distúrbio cerebral. Por exemplo, danos na retina podem causar cegueira permanente em bebês, enquanto um envolvimento na área motora cerebral pode causar lesões na medula espinhal ou distúrbios motores específicos ou generalizados.
Em alguns casos, as crianças também podem desenvolver epilepsia e algumas vezes apresentam algum tipo de deficiência neurológica ou cognitiva, como retardo mental, distúrbios de linguagem ou paralisia cerebral. No pior dos casos, essa brincadeira pode causar a morte.
Célebre escritor, poeta e ensaísta argentino, Borges é um dos escritores mais famosos da literatura mundial. Publicou poemas e contos que ficaram famosos no mundo todo. Suas obras possuem pistas de duplo sentido, jogos persuasivos entre personagens, ideias trabalhadas com ironia e sarcasmo, imaginário aliado à realidade e doses de inteligência exageradas.
Borges é raro! Assim como seus leitores. Defendia a leitura como libertadora e acreditava que sem ela o homem não poderia ser feliz (e, caro leitor, ele tem razão!).
Em “Cinco visões pessoais”, Borges enfatiza que: “Dos diversos instrumentos utilizados pelo homem, o mais espetacular é sem dúvida, o livro. Os demais são extensões de seu corpo. O microscópio, o telescópio são extensões de sua visão; o telefone é a extensão de sua voz; em seguida, temos o arado a espada, extensões de seu braço. O livro, porém, é outra coisa: o livro é uma extensão da memória e da imaginação.Dediquei parte de minha vida às letras, e creio que uma forma de felicidade é a leitura. Outra forma de felicidade − menor − é a criação poética, ou o que chamamos de criação, mistura de esquecimento e lembrança do que lemos.Devemos tanto às letras. Sempre reli mais do que li. Creio que reler é mais importante do que ler, embora para se reler seja necessário já haver lido. (…). Penso que o livro é uma felicidade de que dispomos, nós, os homens.”
Borges era tão transparente em suas paixões pelos livros que seus leitores sentem isso quando se deparam com suas obras. O escritor faz um jogo com o tempo e com os personagens em suas obras (podemos citar os livros “O Aleph” ou “O Livro de Areia”) que o leitor tem que ser muito sensível para entender sua intenção. Em “A Rosa Profunda”, isso fica explícito:
“Os meus livros (que não sabem que existo)/ São uma parte de mim, como este rosto/ De têmporas e olhos já cinzentos/ Que em vão vou procurando nos espelhos/ E que percorro com a minha mão côncava./ Não sem alguma lógica amargura/ Entendo que as palavras essenciais,/ As que me exprimem, estarão nessas folhas/ Que não sabem quem sou, não nas que escrevo./ Mais vale assim. As vozes desses mortos/ Dir-me-ão para sempre”.
A verdade é que Borges é um escritor para leitores selecionados. Para lê-lo é preciso entregar-se aos seus desvaneios, a seus sonhos e a seus labirintos. Em outras palavras: ler Borges é um desafio de paciência e acaba sendo, também, um exercício de inteligência.
A leitura das obras de Borges exige entrega, envolvimento e intensidade. É como sonhar acordado, viver o inatingível e ter a sensação de que o essencial, como cultura e leitura, sempre são insuficientes. É fechar um livro e querer mais. É, acreditar na leitura como construtora de história e, como diz o próprio Borges, entender que “o livro é a grande memória dos séculos. Se os livros desaparecessem, desapareceria a história e, seguramente, o homem.”
Relatório inédito alerta sobre as principais ameaças aos polinizadores pelo uso desordenado de agrotóxicos e desmatamento e aponta o grau de dependência da agricultura alimentícia desses insetos, sobretudo as abelhas. O diagnóstico foi feito por pesquisadores que produziram o “Relatório Temático sobre Polinização, Polinizadores e Produção de Alimentos no Brasil”, que foi lançado dia 6 de fevereiro na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
A polinização na agricultura contribui para a variabilidade genética das plantas, aumento da produção e a qualidade dos frutos. A redução das florestas e alguns pesticidas mais tóxicos são as principais causas de extinção dos insetos. Segundo a bióloga Vera Imperatriz, revisora do relatório de polinização brasileiro e professora aposentada do Instituto de Biociências (IB) da USP, existem outras causas importantes que constituem perigo aos polinizadores, entre elas cita as mudanças climáticas, a perda de hábitat, poluição ambiental, espécies invasoras e patógenos.
Dentre os poluentes ambientais, os agrotóxicos são os mais preocupantes, aponta o estudo. Na contramão deste diagnóstico, em janeiro, o Ministério da Agricultura brasileiro liberou o registro de 28 agrotóxicos e princípios ativos, entre eles o Sulfoxaflor, inseticida que está ligado ao extermínio das abelhas. O estudo propõe que se fique atento às regulamentações do uso de agrotóxicos.
“O documento, além de trazer um amplo diagnóstico sobre as ameaças aos polinizadores nativos de nossa região”… Foto: Reprodução / Relatório Temático sobre Polinização, Polinizadores e Produção de Alimentos no Brasil…
A lista de insetos que sobrevoam culturas agrícolas supera o número de 600, dos quais no mínimo 250 com potencial de polinizador, revela o relatório. As abelhas predominam, representando 66% das espécies, porém, os besouros, as borboletas, as mariposas, as aves, as vespas, as moscas, os morcegos e os percevejos também fazem parte da lista.
Em termos econômicos, a polinização representou R$ 43 bilhões em 2018 para o País. Para chegar a este valor, os pesquisadores calcularam o produto da taxa de dependência de polinização pela produção anual considerando 67 cultivos. A soja responde por 60% deste valor, seguida pelo café (12%), laranja (5%) e maçã (4%). Das 191 culturas agrícolas utilizadas para a produção de alimentos no País, 114 (60%) são visitadas por polinizadores. A polinização das plantações em algumas regiões da China é feita de forma manual, mas o custo financeiro é alto e a produção e a qualidade dos frutos diminuem, explica a bióloga Vera.
Além das abelhas, as aves, os besouros, as borboletas, as mariposas, as vespas, as moscas, os morcegos e os percevejos também são polinizadores… Foto: Reprodução / Relatório Temático sobre Polinização, Polinizadores e Produção de Alimentos no Brasil…
Relatório.
O “Relatório Temático sobre Polinização, Polinizadores e Produção de Alimentos no Brasil” foi produzido pela Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES) e pela Rede Brasileira de Interações Planta-Polinizador (REBIPP), com a participação de pesquisadores de várias instituições de ensino e pesquisa. O professor Antônio Saraiva, da Escola Politécnica (Poli) da USP, que escreveu um dos capítulos – “Respostas aos riscos, governança e oportunidades associados aos polinizadores, à polinização e à produção de alimentos” -, diz que o documento traz informações baseadas na realidade brasileira, nos moldes do diagnóstico global de polinização, lançado em 2016, pela Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES) da ONU.
A área de atuação do professor Saraiva são bases de dados sobre polinizadores e desenvolvimento de modelos computacionais, relacionados a efeitos de mudanças climáticas na distribuição de polinizadores e seus efeitos na produção agrícola. “O documento, além de trazer um amplo diagnóstico sobre as ameaças aos polinizadores nativos de nossa região, sugere propostas de proteção aos insetos, dados importantes para tomada de decisões governamentais.” Cita como medidas o controle na regulamentação de uso de agrotóxicos; preservação de áreas naturais que promovam o serviço ecossistêmico de polinização; e regulamentação da meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão para uso em atividade agrícola).
Ali, entre uma dispersão de móveis domésticos despejados ilegalmente, havia um pequeno coração esperançoso tentando tanto não ser partido. Era um filhote que não sabia que também fora descartado.
Na manhã de segunda-feira, a agente de controle de animais, Sharon Norton, foi alertada para essa cena triste ao longo de uma rua tranquila no condado de Lincoln, no Mississippi (EUA).
Ela se dirigiu para o local imediatamente – encontrando o filhote pequeno agarrado à vida em cima de uma cadeira, perto de onde uma TV tinha sido despejada também.
Sharon Norton.
Sharon Norton.
O cão estava morrendo de fome, mas evidentemente se recusou a ceder, provavelmente acreditando que a pessoa que o colocou lá certamente retornaria para ele.
“Parece que ele está lá há cerca de uma semana”, disse Sharon ao site The Dodo. “Ele é só pele e ossos.”
Sharon se aproximou do pobre filhote e assegurou-lhe que ela estava lá para ajudar. Ela deu a ele sua primeira refeição em dias.
Sharon Norton.
Apesar da longa vigília do filhote, mantendo a esperança de que seu dono
retornasse, a presença de alguém que realmente se importava com ele, imediatamente o deixou à vontade.
“Ele ficou muito feliz quando eu o peguei e o levei para o caminhão de controle de animais”, disse Sharon. “Eu podia seu rabinho batendo nas minhas costas, abanando de alegria. Ele sabe que está seguro agora.”
Sharon, desde então, vacinou e vermifugou o cão, e colocou-o na segurança da Brookhaven Animal Rescue League, no Mississippi. Depois disso, ele estará disponível para adoção.
Sharon Norton.
Infelizmente, disseSharon, este caso de abandono não é o pior que ela já viu – mas, ao divulgar isso, ela está otimista de que a justiça será cumprida.
“Espero que alguém que reconheça o filhote e a poltrona junte dois ou dois e me envie uma mensagem para me ajudar a encontrar a pessoa que fez isso”, disse ela.
Netflix compra os direitos de ‘Cem Anos de Solidão’ para fazer série. Os filhos de García Márquez, que até agora haviam se negado a autorizar a adaptação da obra-prima, serão produtores executivos
A Netflix conseguiu o que dezenas de produtores de cinema ansiavam havia meio século: os direitos de Cem Anos de Solidão, o romance de referência na obra de Gabriel García Márquez, que durante décadas duvidou que o livro pudesse funcionar na tela grande. Agora, no entanto, a lógica que rege as telas é outra, e os filhos do autor, Rodrigo e Gonzalo García, aceitaram que a Netflix transforme o clássico de seu pai em uma série. Será em espanhol, devido a uma exigência deixada pelo Nobel —mas também refletindo o interesse da plataforma por esse idioma, depois do sucesso de Narcos e Roma.
A Netflix diz que contratará apenas talentos latino-americanos para a produção, que será rodada na Colômbia. “Sabemos que será mágica e importante para a Colômbia e a América Latina, mas o romance é universal”, disse Francisco Ramos, vice-presidente de produções em espanhol da Netflix, ao The New York Times.
Rodrigo e Gonzalo García serão produtores-executivos, uma área familiar para o primeiro. Dirigiu quase uma dúzia de filmes, entre elas Coisas Que Você Pode Dizer Só de Olhar Para Ela (1999), o drama bíblico Últimos Dias no Deserto (2015) e Albert Nobbs (2012), adaptando a obra de John Banville. Cem Anos de Solidão será seu décimo projeto televisivo, depois de dirigir capítulos de Os Sopranos, Six Feet Under, The Affair, Carnivàle e Blue, uma websérie que também produziu entre 2012 e 2014.
Esta compra por si só já prolonga a enorme trajetória da obra. Publicado em 1967, Cem Anos de Solidão é um desses títulos cujo legado —50 milhões de exemplares vendidos, traduções em 46 idiomas— dificilmente pode ser exagerado. Seu sucesso, fundamental no reconhecimento internacional de García Márquez e um fator crucial para a concessão do Nobel de Literatura a ele, em 1982, foi um dos pilares do boom literário latino-americana dos anos sessenta e setenta. Hoje, considera-se um dos trabalhos mais reconhecíveis do século XX. A história que conta, a da família Buendía, descendentes do fundador do povoado de Macondo, é até hoje uma saga imortal, vigente como leitura obrigatória no mundo inteiro, seja no mais remoto colégio do Meio-Oeste norte-americano ou em altos círculos acadêmicos europeus.
Todo esse prestígio estava incluído no preço que a Netflix pagou pelos direitos. Mas veio junto também a longa e pesada tradição de adaptações fracassadas de García Márquez para o cinema. Frente ao relativo sucesso de Ninguém Escreve ao Coronel, que Arturo Ripstein lançou em 1999, e que também transcorre em Macondo, há uma meia dúzia de títulos que só deixaram má lembrança: Crônica de Uma Morte Anunciada, protagonizada por Rupert Everett e Lucía Bosé em 1987, Amor nos Tempos do Cólera, de Mike Newell em 2007, com Javier Bardem como Florentino Ariza, e Memória de Minhas Putas Tristes, em 2011. Nenhum conseguiu convencer de que García Márquez e seu particular estilo de magia cotidiana, que é sugerido, mas não descrito, tinham um lugar no cinema.
Apesar de ser um cinéfilo convicto – foi colunista de cinema no El Espectador de Bogotá, aliás o primeiro da Colômbia – García Márquez não conseguia nem sequer imaginar uma versão de Cem Anos de Solidão que fizesse sentido. “Seria uma produção muito custosa, da qual precisariam participar grandes estrelas, como por exemplo Robert DeNiro no papel do coronel Aureliano Buendía, e Sophia Loren no de Úrsula, e isso a transformaria em outra coisa”, comentou o escritor em 1989 ao The New York Times, numa das muitas vezes em que se posicionou sobre o assunto. Acha que, se os leitores do romance imaginam os personagens como querem, uma adaptação destruiria essa margem de criatividade.
Seu filho Rodrigo herdou do pai não só o interesse pelo cinema como também a convicção de deixar suas obras em paz. “Não dirigirei um romance do meu pai porque seria um fenômeno de imprensa, não seria visto com objetividade”, refletia ao EL PAÍS em 2008 (não informou se dirigirá Cem Anos de Solidão). Naquela entrevista, comentava que Hollywood começava a agrupá-lo entre Alfonso Cuarón e Guillermo del Toro como os artífices da revolução hispânica de Hollywood. Agora, em tempos de Roma, Narcos e do Pinóquio que Del Toro está prestes a lançar pela plataforma, a revolução hispânica segue em frente. Mas será preciso mudar o seu nome. Já não é de Hollywood, e sim da Netflix.
“Durante décadas, nosso pai relutou em vender os direitos de filmagem de Cem Anos de Solidão porque acreditava que isso não poderia ser feito sob as limitações de tempo de um longa-metragem, ou que produzi-lo em um idioma diferente do espanhol não seria bom. Justo. Mas na atual era de ouro da séries, com o nível de escrita e direção talentosa, a qualidade cinematográfica do conteúdo e a aceitação pelo público mundial de programas em línguas estrangeiras, a hora não poderia ser mais ideal para trazer uma adaptação extraordinária com a audiência global que a Netflix oferece. Estamos empolgados em apoiar a Netflix e os cineastas neste empreendimento e ansiosos para ver o produto final.”
Cães e gatos são inimigos? Pelo menos não para a cadelinha Rhadija, de 7 anos, que resolveu nos dar uma aula de sensibilidade e amor ao acolher três gatinhos que precisavam de amor materno.
Desde que foi adotada, em dezembro de 2011, Rhadija é o animal de estimação da bióloga Alzira Cristhina Bandeira Setúbal, de São Félix do Araguaia (MT). Mas, em abril deste ano, a família aumentou. Isso porque a bióloga resolveu trazer para casa e cuidar de três gatinhos filhotes que tinham sido rejeitados pela mãe.
À princípio, Alzira alimentava os filhotes com uma seringa, até que Rhadija entrou na jogada. A cadelinha começou a ficar inquieta ao ver os gatinhos, demonstrando que se preocupava com eles. Logo ela começou a dar atenção aos filhotes, e daí foi um pulo para que Rhadija deixasse aflorar seu instinto materno e passasse a amamentá-los.
Ao se deparar com a cena, Alzira ficou ao mesmo tempo surpresa e encantada, afinal, Rhadija nunca tinha ficado grávida. Ou seja, a cachorrinha descobriu um jeito de ser mãe, mesmo que a natureza não tivesse permitido isso. Não é lindo?
Além de Rhadija e os gatinhos recém-adotados, a bióloga tem o cachorro Ozzy e quatro gatos: Zayron, Morgana, Zatara e Cérebro.E essa é ou não a família mais linda e “diferentona” que você já viu? Viva a diferença! Viva o amor sem preconceitos!
Um ousado trabalho de geografia que mapeou o nível de envenenamento dos alimentos produzidos no Brasil foi lançado em maio, em Berlim, na Alemanha, país que contraditoriamente sedia as maiores empresas agroquímicas do mundo. Quem estava presente no lançamento do atlas Geografia do uso de agrotóxicos no Brasil e conexões com a União Europeia ficou perplexo com a informação sobre o elevado índice de resíduos agrotóxicos permitidos em alimentos, na água potável, e que, potencialmente, contamina o solo, provoca doenças e mata pessoas. A obra, que já foi publicada no Brasil, é de autoria da geógrafa Larissa Mies Bombardi, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
O Brasil é campeão mundial no uso de pesticidas na agricultura, alternando a posição dependendo da ocasião apenas com os Estados Unidos. O feijão, a base da alimentação brasileira, tem um nível permitido de resíduo de malationa (inseticida) que é 400 vezes maior do que aquele permitido pela União Europeia; na água potável brasileira permite-se 5 mil vezes mais resíduo de glifosato (herbicida); na soja, 200 vezes mais resíduos de glifosato, de acordo com o estudo, que é rico em imagens, gráficos e infográficos. “E como se não bastasse o Brasil liderar este perverso ranking, tramita no Congresso nacional leis que flexibilizam as atuais regras para registro, produção, comercialização e utilização de agrotóxicos”, relata Larissa.
Geógrafa Larissa Bombardi, autora da pesquisa que deu origem ao atlas da Geografia do uso de agrotóxicos no Brasil – Foto: Cecília Bastos / USP Imagens
A pesquisadora explica que o lançamento do atlas na Europa se deu pelo fato de a Alemanha sediar a Bayer/Monsanto e a Basf, indústrias agroquímicas que respondem por cerca de 34% do mercado mundial de agrotóxicos. A Monsanto, recentemente incorporada ao grupo Bayer, é a líder mundial de vendas do glifosato, cujos subprodutos têm sido associados a inúmeras doenças, incluindo o câncer e o Alzheimer. “Queríamos promover discussão sobre a contradição de sediarem indústrias que controlam toda a cadeia alimentar agrícola – das sementes, agrotóxicos e fertilizantes – e serem rigorosos quanto ao uso de mais de um terço dos pesticidas que são permitidos no Brasil. Eles são corresponsáveis pelos problemas gerados à população porque vendem e exportam substâncias sabidamente perigosas, porém, proibidas em seu território”, diz.
Intoxicação e suicídios
Segundo a geógrafa, as perdas não se limitam à contaminação de alimentos e dos cursos d’água. O atlas traz informações de que, depois de extensa exposição aos agrotóxicos, ocorrem também casos de mortes e suicídios associados ao contato ou à ingestão dessas substâncias.
Entre 2007 e 2014, o Ministério da Saúde teve cerca de 25 mil ocorrências de intoxicações por agrotóxicos. O atlas mapeia as regiões mais afetadas: dos Estados brasileiros, durante o período da pesquisa, o Paraná ficou em primeiro lugar, com mais de 3.700 casos de intoxicação. São Paulo e Minas Gerais ficaram na segunda colocação, com 2 mil. Das 3.723 intoxicações registradas no Paraná, 1.631 casos eram de tentativas de suicídio, ou seja, 40% do total. Em São Paulo e Minas gerais o porcentual foi o mesmo. No Ceará, houve 1.086 casos notificados, dos quais 861 correspondiam a tentativas de suicídio, cerca de 79,2%. Os mapas de faixa etária mostram que 20% da população afetada era composta de crianças e jovens com idade até 19 anos. Segundo Larissa, no Brasil, há relação direta entre o uso de agrotóxicos e o agronegócio. Em 2015, soja, milho e cana de açúcar consumiram 72% dos pesticidas comercializados no País.
O atlas Geografia do uso de agrotóxicos no Brasil e conexões com a União Europeia, em português, foi lançado no Brasil em 2017 e traz um conjunto de mais de 150 imagens entre mapas, gráficos e infográficos que abordam a realidade do uso de agrotóxicos no Brasil e os impactos diretos deste uso no País. A pesquisa que deu origem à publicação teve o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Em Berlim, o lançamento aconteceu na sede do ENSSER (European Network of Scientists for Social and Environmental Responsability), rede europeia sem fins lucrativos que reúne cientistas ativistas responsáveis ambiental e socialmente, em Glasgow, Escócia. O suporte financeiro para o lançamento do atlas na Europa foi da FFLCH e da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP.
Entre 2000 e 2010, o Brasil aumentou em 200% o consumo de agrotóxicos. A soja foi a cultura que mais consumiu pesticidasMapa de intoxicação por agrotóxicos de uso agrícola (2007-2014)Uso de malationa (inseticida) na cultura do feijão – Limite máximo de resíduos permitido no Brasil e nos países da comunidade europeia
Antes de qualquer coisa, vamos partir de uma verdade: o amor não oferece migalhas. Fato! Então, se é isso que alguém está te oferecendo ou insistindo para que você aceite, esse alguém não te ama, não se importa e não está nem aí para os seus sentimentos. Entendido? Agora vamos aos fatos que comprovem isso.
Não é fácil desconstruir a ideia de que amor não é romance. Amor é sentimento puro, forte e constante. Romance não. Romance é passageiro, intenso e não possui a obrigação de virar amor. O grande problema é que as pessoas confundem os sentimentos e acreditam que “se aceitarem tudo na relação” irão convencer os parceiros a amá-las.
A situação é tão grave que, esse tipo de confusão sobre o amor gera, de um lado, um ser dominante que acredita ser dono do parceiro, fazendo dele refém das próprias vontades e do próprio ego. Do outro, alguém submisso, carente e infeliz que, embora tenha o desejo de se libertar, tem medo de ficar sozinho para sempre.
As pessoas não aceitam migalhas de forma consciente. Na verdade, até chegarem ao ponto de aceitarem “qualquer relacionamento” para não ficarem sozinhas, já foram muito machucadas, traumatizas e humilhadas em relacionamentos anteriores e isso fez delas reféns de relações tóxicas.
A boa notícia é que isso pode mudar e que, o fato de um relacionamento anterior não ter dado certo, não quer dizer que um futuro não dará. Mas, para que isso aconteça, antes, você precisa ordenar as próprias ideias e desenvolver a famosa inteligência emocional.
É preciso entender que estar acompanhado (de forma sadia) é maravilhoso, mas estar só também é. São nos momentos a sós que nos (re) descobrimos como seres independentes e completos, que conhecemos nossa essência e que somos capazes de analisar o que queremos para as nossas vidas. (Atitudes aliás, que não conseguimos ter quando estamos envolvidos em relacionamentos abusivos e tóxicos).
A verdade é que todos nós deveríamos ficar sozinhos de vez em quando para estabelecer um autocontrole e descobrir nossa força pessoal. Na solidão, o indivíduo é capaz de desenvolver uma paz de espírito que, acompanhado, nem sempre é possível, visto os problemas rotineiros que uma relação acarreta.
Por tudo isso, aceite um conselho: aproveite sua solidão para desenvolver o amor próprio. Aprenda a se amar, a se respeitar e a entender que migalhas de atenção não interessam a ninguém