Pisque uma vez se entendeu, duas vezes se quer se compreendido

Pisque uma vez se entendeu, duas vezes se quer se compreendido

Ontem eu fui assistir a um show de um artista que gosto muito, daqueles que você realmente não hesita em sair de casa numa noite fria e chuvosa, porque o prazer de ouvi-lo é uma certeza.

Enquanto ele cantava e tocava lindamente o seu violão – e só ele e o violão bastam para encher um local de alegria e melodias – eu me percebi dando longas e demoradas piscadas. Piscadas sem pressa nem pressão, sorridentes, felizes. E, nessa hora, entendi como algumas expressões corporais são tão sutis e tão significativas ao mesmo tempo. Ninguém reparou, somente eu, e confesso, depois de algumas boas repetições. E, quando me dei conta, entendi o prazer de concordar com a minha alegria piscando os olhos, como se eles suspirassem.

Penso que fazemos isso um milhão de vezes na vida, mas não nos damos conta. É tão importante quando dizer para o outro que você entendeu a mensagem dele, é notar que isso é reafirmado por um gesto mínimo, mas delicioso. Melhor do que falar sem parar, repetir até a exaustão, retomar um assunto findo, é demonstrar com o brilho do olhar o que as palavras nem são capazes de expressar. Uma piscada lava os olhos e eles abrem mais brilhantes do que antes.

Mas, e quando o assunto é ser entendido? E quando chegamos naquele dilema de querermos muito ser compreendidos, mas o outro lado insiste em nos dizer “Não te entendo, não te compreendo, não consigo interpretar o que vem de você.”

Demoraria tempo demais inventar um novo vocabulário com palavras próprias para as nossas comunicações particulares, para as questões específicas de um diálogo.

Penso que, nessas encruzilhadas linguísticas, a solução é: Olhar nos olhos e piscar, não uma, mas duas vezes. A primeira para constatar que existe uma real atenção, e a segunda, para uma reflexão humilde, sem exasperação, sem aborrecimento. A segunda piscada mais longa, dá tempo para uma reflexão sobre como estamos nos comunicando e que estamos realmente querendo. E se acompanhada de uma respiração profunda, evita terríveis mal entendidos e azedumes. Nesse ínfimo tempo, ambos pensam e analisam se a conversa segue ou finaliza. E, por fim, após a segunda piscada, certamente virá uma inspiração para desatravancar a conversa, sem gritos, sem “esquece”, sem deixa para lá”.

Para mim, a partir de agora, serão regras:
Pisque uma vez para mostrar que entendeu, que aceitou, que bem recebeu.
Pisque duas vezes para ser entendido, para fazer a parada técnica que os diálogos às vezes pedem, para melhorar os argumentos.
E se as dicas derem certo, dê aquela piscadinha de um olho só para confirmar.

“Resgate do Jack”

“Resgate do Jack”

Vou dizer: minha percepção da delicadeza que a vida é, e o que ela representa, muda o tempo todo.

Hoje, há pouco, em mais um dia de caminhada com os cachorros até a cachoeira, Jack resolveu pular uma distância, hoje, maior por causa das chuvas constantes, entre duas pedras, que não davam conta de suas perninhas curtas. Lá se foi o Jack rio abaixo e eu atrás dele.

A correnteza era muito mais rápida do que eu poderia acompanhar, saltando as rochas rio abaixo.

Felizmente, ele conseguiu subir em uma grande e ficou ali. Eu, continuava descendo pra resgatá-lo, enquanto gritava pra que ele não saísse dali.

Não funcionou. Muito inteligente, ou apaixonado, vai saber, resolveu pular para outra pra vir até mim.

Lá se foi ele de novo. Mas, onde estava a correnteza, estava bem pior. Parei por segundos pra ver aonde ele ia e me orientar, até que ele sumiu embaixo de uma grande rocha.

Joguei-me pra procurá-lo até que o vi subir novamente. Fui descendo pela água e o vi subir em uma nova pedra. Alcancei-o, mas, um pequeno trecho de água ainda nos separava. Ele tremia sem parar. Vi, lá em cima da ponte, um senhor que acenava. Acho que ele me ouviu gritando por ele e veio ver o que estava acontecendo. Só rezava pra que nenhum dos outros cachorros que estavam conosco resolvesse me seguir.

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Comigo só tinha o Tobias, que ficou lá no início aguardando meio inquieto e observando tudo.

Sr Paulino veio descendo as pedras ao nosso encontro, enquanto eu o mantinha onde estava.

Nesse meio tempo, Alex e Miranda, que estavam na estrada me esperando, desceram com os outros até lá pra ver por que eu estava demorando tanto, e se depararam com a cena.

Nós estávamos totalmente molhados em cima da pedra e S. Paulino se aproximando. Alex deu a ele uma enxada, e com ela seguramos o Jack e o puxamos. Ele estava de volta ! Meio atordoado, mas estava ali.

Tivemos que subir pelo meio da mata mas, a essa altura, isso era o de menos.

Jack não é nosso, é de um amigo, e quando nos mudamos, ele estava aí. Tomava conta da rua e todos cuidavam dele. Aos poucos o fomos agregando a nossa família de adotados. É um cãozinho bem mal-humorado e ciumento, que muitos não o teriam salvo.

Quando tudo terminou, e voltava pra casa caminhando com ele e o Toby, os outros voltaram de carro, foi que senti medo, pensei em como o mundo ficaria mais triste sem ele.

Lembrei-me de uma matéria do Leonardo Sakamoto, em que ele fala sobre como o mundo seleciona a quem salvar.

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Minha filha tirou essas fotos depois que passou seu susto.

Chega a ser chocante saber que outros refugiados se autodenominam sírios, só para ganharem alguma simpatia e o direito a completarem seus propósitos de vida, com direito à dignidade e à paz, até que o fim chegue naturalmente, como deve chegar, porque, cedo ou tarde, um dia o tempo acaba mesmo, pelo menos esse.

Com quatro patas ou duas pernas, mal-humorado ou bom astral, de “raça”, vira lata, Jack, Rex, Mohamed, Isaac ou Kunta, quem somos nós afinal, para decidir quem deve ou não ter direito à vida ?

Não sabemos o dia de amanhã. Só espero, que um dia, não seja mais uma entre milhares de brasileiros em fuga, rejeitada por ser parda e tupiniquim.

Flavio Klein, graças a Deus e ao diclofenaco de potássio, que ando tomando nos últimos dias pra conter a dor na minha perna, tá aqui teu “filho”. Dormindo em paz, ao meu lado, enquanto escrevo isso.

Peço licença, e faço minhas as palavras de Leonardo:

“Que mundo é esse em que alguém miserável se passa por outra pessoa em situação deplorável no intuito de garantir a sua sobrevivência?

Ou, por outra: o que são favelas e bolsões de miséria, senão campos de refugiados econômicos, expulsos do quinhão de direitos que deveriam ser garantidos a todos desde que nasceram simplesmente por pertencerem à humanidade?”

Agora vou tomar um banho.

Oração a Ave Maria da Tardinha.

Oração a Ave Maria da Tardinha.

Santa Mãe que sopra esse vento manso sobre nós, que vive em lugar seguro entre o dia e a noite, desliza teu riso franco na brisa e dá a teus filhos um pouquinho de teu calor amoroso.

Vem, Tardinha, aquece e ilumina com teu sol alaranjado os cantos frios e acinzentados desta alma de paredes brancas encardidas de aflição. Venta tua brisa mansinha em minhas feridas ardendo.

Inunda com teu azul infinito minha escuridão solitária. Silencia e acalma com o canto de teus anjos o barulho que me mantém em sobressalto. Traz teu horizonte largo e faz festa em minha visão estreita e pobre.

Entrega o recado honesto do poente àqueles que encerram, iniciam ou prosseguem suas horas de trabalho. Como um carinho à toa, diz a teus filhos aqui embaixo que isso há de valer a pena, que a lida será bem-vinda e a vida estenderá de tudo um pouco às mãos afeiçoadas ao ofício honesto e produtivo.

E que nossa noite mais escura, Tardinha, venha sempre com o carinho por ti recomendado. E nos prepare com alegria para a manhã seguinte de coração em festa, certos de que em breve seremos de novo teus filhos de sempre, tocados por teu sol poente, beijados por tua brisa fresca, amados por tua presença, Tardinha. Amém!

As velhinhas felizes da artista finlandesa Inge Löök

As velhinhas felizes da artista finlandesa Inge Löök

“Tudo na vida é uma questão de equilíbrio . É uma grande alegria e felicidade fazermos o que realmente gostamos.” Inge Löök

Inge Löök é uma artista gráfica finlandesa que, desde meados de 1970, intercala seus trabalhos artísticos com a jardinagem. No equilíbio desses afazeres encontrou inspiração para suas doces e hilárias criações.

Conheci e me interessei por essa artista quando, navegando por redes sociais de imagens, deparei-me com ilustrações coloridas e lúdicas de velhinhas: todas sempre gargalhando e aprontando alguma coisa.

Abaixo, uma seleção dessas imagens. No site da artista, as charmosas velhinhas são disponibilizadas em forma de cartões postais.

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O mito e o impossível do amor

O mito e o impossível do amor

“Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil”.

– Clarice Lispector

O amor apresentado enquanto condição sine qua non da felicidade há séculos nos faz caminhar pela vida como os andróginos amputados da mitologia grega – aqueles seres primordiais que após causarem a ira dos deuses foram divididos em dois e condenados a passar o resto da existência em busca de sua outra metade.

Acreditamos no amor como promessa de completude. Acreditamos que existe alguém, em algum lugar, que tem/ é aquilo que nos falta; o encaixe perfeito. E nos lançamos incessantemente nessa busca até encontrarmos aquele que se apresenta como tal. Não invariavelmente, porém, o encontro logo vira desencontro, pois a promessa não se cumpre. E, assim, seguimos procurando, enquanto colecionamos dores e frustrações de relacionamentos que “não deram certo”… Uma sucessão de pessoas “erradas”… Será?

Freud, no início de sua obra, já evocava o Mito do Andrógino para expressar a ideia de que para os humanos o amor se configurava como a via privilegiada para se chegar à felicidade plena. Mas adiante, contudo, vai afirmar o caráter de desassossego que o amor pode produzir, algo da ordem do impossível inerente às relações amorosas. A matemática que não se resolve… Pois há algo no amor de dois que não pode fazer um. E, assim, entre um amor e outro, o que se encontra é a repetição de um fracasso, pois a realização amorosa nunca é definitiva.

O que compromete o laço amoroso, porém, está para além dessa impossibilidade. O fracasso das relações está na nossa própria dificuldade de assumir sua falha. Na tentativa de renegá-la, amamos a partir de um ideal, estabelecemos relações imaginárias, onde imagens do eu e do outro se confundem. Exigimos provas de amor, mas não nos damos por satisfeitos, “porque não se trata de ser amado, mas, sim, de querer ser amado do modo pelo qual se imagina que se deva ser amado.” Qualquer particularidade do outro tem de ser apagada para que se mantenha a fantasia de unidade.

A dificuldade está em viver um amor que se dirige ao ser do outro em sua singularidade. Um amor que se dá na diferença, onde dois não fazem um, mas dois. Um amor como campo onde se entra não com algo a mais para dar ou receber, mas com algo a menos. Dizia Lacan, “Amar é dar o que não se tem” e, portanto, reconhecer a própria falta. Aquela falta que o outro não preenche, que nada preenche. A dificuldade está em viver o amor apesar dessa falha, onde a possibilidade de se sentir completo, de viver a relação perfeita, não existe. De aceitar que a plenitude do encontro é fugaz e que, mesmo que tudo seja flores, ainda temos que lidar com os espinhos.

No navegar impreciso da vida, mais bem sucedidos seríamos se embarcássemos em nossas histórias – cada um com sua bagagem – aceitando que em alto-mar há os dias de sol, chuva, tempestades e calmaria, e que nesse caminho do encontro o horizonte não nos reserva a felicidade definitiva, mas algumas verdades sobre nós mesmos que, ao longo da viagem, vamos revelando com a ajuda do outro.

A volta dos tribalistas

A volta dos tribalistas

Em artigo para a Folha de S.Paulo, Walter Porto (com colaboração de Bruno Fávero), fala sobre como as redes sociais tendem a potencializar certos comportamentos humanos quando imersos em contextos coletivos – comportamentos “que o sociólogo americano Richard Sennett chama de tribalização: o impulso natural, animalesco, de solidariedade com os parecidos e agressão aos diferentes.” Leia abaixo:

“Tomara que leve um tiro na cara, vagabunda”. Até hoje, mensagens assim são publicadas na página do Facebook criada para infernizar a vida de Mayara Petruso, a estudante que, quatro anos atrás, tuitou ofensas a nordestinos. Por causa dos comentários que a tornaram conhecida e odiada, ela perdeu o emprego, saiu da faculdade, mudou de São Paulo, foi condenada pela Justiça a prestar serviços comunitários e excluiu todas as suas contas em redes sociais. Nem assim foi esquecida na internet.

É um exemplo típico de linchamento virtual: em vez do apedrejamento e da violência física dos tempos medievais, a massa agride o suposto transgressor com avalanches de mensagens hostis na internet até obter seu assassinato social.

Para o mal e para o bem, “a internet colocou o poder de volta nas mãos das multidões”, resume Jennifer Jacquet, professora do departamento de estudos ambientais da New York University especializada em dilemas de cooperação em larga escala.

Segundo essa especialista, o linchamento virtual de indivíduos comuns é problemático não só pela exposição pública da pessoa mas pela desproporção entre o delito e a punição, “a falta do devido processo legal e a indestrutibilidade das informações”.

VERGONHA

A agonia do linchado pode durar muito, como atesta a ex-estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky, que, em palestra no mês passado, se definiu como a primeira vítima da perda de reputação em escala global — seu envolvimento sexual com o então presidente dos EUA, Bill Clinton, eclodiu em 1998, junto com a popularização da internet no país.

Dezessete anos depois, Lewinsky diz ainda sofrer com a repercussão do episódio. Ela se emocionou ao lembrar que houve um período em que seus pais temiam que ela se suicidasse pela incapacidade de lidar com a vergonha. Eles chegavam a exigir que tomasse banho de porta aberta para que pudessem vigiá-la.

Por aqui, um sujeito que as redes sociais amaram odiar foi o mineiro Idelber Avelar, aquele professor de literatura da Universidade de Tulane (EUA) que acabou acusado de assédio sexual por duas mulheres na praça pública da internet. Segundo uma delas, ele a abordou em chats privados e subiu o tom das conversas ao enviar, sem autorização, mensagens e fotos de forte teor sexual.

O caso ainda corre na Justiça, mas ninguém esperou que a culpa ficasse provada ou que se estabelecesse a diferença entre sedução e assédio sexual para fazer o julgamento moral de Avelar, tachado de misógino e predador.

O professor disse à Folha que o episódio fez com que ele desenvolvesse um quadro de depressão, além de prejudicar sua reputação e sua carreira.

“Quebrou-se boa parte dos meus laços sociais, porque mesmo quem percebeu a injustiça passou a ter medo de se associar ao linchado”, queixa-se.

ÓDIO DE GRUPO

O ambiente virtual favorece também a formação de aglomerações espontâneas que se dedicam tanto a fustigar pessoas específicas quanto a atacar grupos sociais.

Diretor do laboratório da natureza humana da Universidade Yale, o sociólogo e médico Nicholas Christakis explica o fenômeno com base no chamado “viés de grupo”, tendência que temos a temer ou a odiar aqueles que não enxergamos como semelhantes.

É um conceito similar ao que o sociólogo americano Richard Sennett chama de tribalização: o impulso natural, animalesco, de solidariedade com os parecidos e agressão aos diferentes.

Um exemplo do modo como se manifesta essa emoção tribal foi visto logo depois da queda do avião da Germanwings nos Alpes franceses, em março. Nacionalistas espanhóis não demoraram a espalhar tuítes comemorando a tragédia que matou 150 pessoas –incluindo um grande número de catalães.

Nem por isso se pode demonizar a web, como alerta Christakis. “A internet não muda nossa humanidade, não nos está tornando mais rancorosos, mas permite que expressemos nosso ódio em maior escala”, completa.

Em seu livro Is Shame Necessary? (A Vergonha É Necessária?, ainda sem tradução no Brasil), a professora Jennifer Jacquet enxerga o lado positivo do fenômeno. Segundo ela, o constrangimento público facilitado pela tecnologia pode ser útil para que a sociedade civil exponha autoridades e empresas, reprovando ações que considere nocivas.

“A punição pela exposição pública age não apenas para desestimular um indivíduo a repetir comportamentos, mas para sinalizar à sociedade que um comportamento não é apropriado”, reforça.

Seja como for, é melhor evitar exposição do que virar alvo de propaganda negativa na internet. É isso que aconselha Juliana Abrusio, professora do Mackenzie especializada em direito digital. Ela lembra que há mecanismos legais para pedir indenização na maioria dos casos, mas pondera a efetividade dessas medidas.

“A internet sufoca a dignidade da pessoa e não existe processo judicial que vá compensar isso”, afirma. “Mesmo quem erra tem direito à dignidade.”

Fonte indicada: Fronteiras do Pensamento

A incrível máquina de abraços

A incrível máquina de abraços

Recentemente fui a uma exposição no centro da cidade e uma das instalações, a de um artista oriental, perguntava aos visitantes “Se você pudesse inventar uma máquina que resolvesse um problema da sua vida, que máquina seria?”, entre os milhares de papeizinhos coloridos, um chamou minha atenção. Nele dizia: uma máquina de abraços. A genialidade daquela pessoa que eu jamais conheceria na vida me tocou profundamente. Uma máquina de abraços.

E eu queria enviá-la programada com um abraço meu para minha mãe em seus dias tristes ou em todas as manhãs em que sinto sua falta, conversando pela casa. Mandaria outra para meu amigo de coração partido que liga chorando de madrugada. A vontade mesmo era atravessar a linha e agarrá-lo forte, acalmando o medo do seu coração, ao ritmo do meu. Como não posso, abraçaria minha máquina de abraços daqui e ele receberia de lá, bem apertado e demorado, do jeito que é só nosso de abraçar.

Enviaria algumas tantas de presente para as pessoas que já amei na vida, e o abraço, seria cheio de saudade e gratidão. E haveria uma máquina de abraços num cantinho da casa da minha melhor amiga para abraçá-la só pelo tempo de eu pegar um avião e ir me preencher da existência linda dela.

Haveria uma máquina dessas em cada estação de metrô ou de ônibus para garotas que choram sozinhas no meio da rua. Eu nunca sei se posso me aproximar ou se aquele choro é um pedido para permanecer calada, em sua dor. Então, eu só entregaria uma fichinha, um vale-abraço na máquina de abraços mais próxima. Faria isso na esperança de que ela ignorasse a ficha e me abraçasse, em carne, osso e dor. Abraçasse um estranho que sentiu a solidão dela dentro daquele vagão.

E a incrível máquina de abraços iria aonde eu não posso ir, estaria onde eu não posso estar em corpo, mas estou sempre por perto em afeto, saudade e amor, medidas que a distância desconhece. A saudade foi algo que alguém um dia inventou pra que a gente se lembre sempre daqueles abraços que nos levam de volta pra casa.

Um em cada três casos de Alzheimer pode ser evitado

Um em cada três casos de Alzheimer pode ser evitado

Um em três casos de Alzheimer no mundo pode ser evitado segundo um novo estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

Num artigo publicado na revista especializada “The Lancet Neurology”, a equipa de cientistas britânicos relata que analisou dados baseados em censos populacionais para descobrir os sete principais fatores de risco no desenvolvimento da doença.

Esses fatores são a diabetes, hipertensão na meia-idade, obesidade na meia-idade, sedentarismo, depressão, fumo e baixo nível de escolaridade.

Segundo os investigadores, um terço dos casos de Alzheimer podem estar ligados a fatores relacionados com o estilo de vida dos pacientes e que podem ser modificados, como a falta de exercício e o tabagismo.

Com base nesta premissa, os investigadores analisaram como a redução destes fatores pode afetar o número dos casos da doença no futuro. Partindo desta proposta de análise, descobriram que, ao reduzir cada fator de risco em 10%, quase nove milhões de casos de Alzheimer poderiam ser evitados até 2050.

As atuais estimativas sugerem que mais de 106 milhões de pessoas no mundo viverão com a doença em 2050, mais de três vezes o número de afetados em 2010.

Fonte indicada: Move Notícias

Segundas e infinitas intenções

Segundas e infinitas intenções

Desprender de certas coisas é minha maior necessidade. Começo pelo espiritual, com o que me comove dentro de mim, sempre. É lá que estão todas as minhas malas secretas guardadas, algumas, sequer abri para olhar o que há dentro delas. Gosto mesmo é de me esvaziar e sentir como se não existisse nada dentro de mim, como se estivesse pronta para uma nova construção, não interessa o tamanho, contanto que me dê ritmo, respiração, musicalidade. Adiar essa construção é um ato de egoísmo.

Existem ruídos também que me incomodam como sinos intercalados em sincronismos estridentes. Às vezes nem nos damos conta que esses barulhos tiram muito da nossa capacidade de observar as coisas mais silenciosas e fascinantes que estão tão próximas como o vento que roça devagar nossa face. É como um ato despercebido que pode vir de qualquer pessoa, como um milagre, algo que jamais poderia acontecer diante da nossa racionalidade.

Não, acho que não necessito dela – dessa racionalidade que impede de viver qualquer experiência que vá a fundo em nossa percepção, como uma experimentação particular do cálice sagrado. Preciso muito mais da loucura perto de mim. É ela que me traz cores e alegrias fora do comum! Não me importo com julgamentos, eles estão aí, por toda parte nos iludindo com falsas acusações.

Um livro aberto, mas cheio de segundas e infinitas intenções, é como me dispo para os olhares que fingem entender os atos humanos nas suas mais sublimes transformações. É minha metamorfose necessária, por assim dizer. Mas nem sempre me vejo como gostaria que fosse, é como algo que permanece mudo, mas ecoa por quarteirões inteiros. É muito mais como gostaria de me ver em todos os detalhes, perfeitamente e completamente. E que espécie de perfeição é essa? Não teria como saber, pois é mutável e violenta, só experimentando seus momentos provocativos para me convencer de como ela realmente é.

Muito mais que ser e sentir, é sobretudo se abandonar e se entregar para a vida, é voltar a ser a novidade inquieta que necessita olhar ao redor e tecer romances e fantasias, ainda que nunca aconteçam na realidade, mas estão ali fervilhando como uma pessoa prestes a sair de uma prisão. E a maior prisão só pode existir dentro da gente.

O melhor disso tudo é que tantas vezes ainda temos tempo para tomar nossa liberdade nas mãos, pegá-la como num roubo, furtivamente, com todo o desejo de possessão que aguça o mais excêntrico dos mortais, como a beleza narcísica que se instala numa pessoa e não cansa um momento sequer de cobiçar a si mesma. A isso chamo de minha forma de me pertencer.

Pauliceia Literária – de 24 a 26 de setembro

Pauliceia Literária – de 24 a 26 de setembro

O “Pauliceia Literária”, é o Festival Internacional de Literatura organizado pela Associação dos Advogados do Estado de São Paulo. Seu objetivo é promover o debate sobre a literatura e os temas que se relacionam com ela, bem como fomentá-la por meio de mesas literárias e grupos de leitura.

O evento torna-se um espaço importante para debates e troca de ideias. Em 2015, por três dias, transformará o centro da cidade de São Paulo e arredores em ponto de encontro do público com autores e profissionais das áreas de literatura e artes, representando o Brasil e países da Europa e das Américas.

As mesas de debate, deste ano, serão compostas de:

contioutra.com - Pauliceia Literária - de 24 a 26 de setembro

Quando: de 24 a 26 de setembro de 2015.

Onde: Associação dos Advogados do Estado de São Paulo

Endereço: Rua Álvares Penteado, 151 – Centro. São Paulo.

Telefones: Capital e região metropolitana de São Paulo: (11) 3291 9200

Outras localidades: 0800 777 5656

Horário de atendimento: das 8h30 às 18 h.

Faça sua incrição pelo site: http://www.pauliceialiteraria.com.br/programacao

São todos iguais! Mas, diferentes…

São todos iguais! Mas, diferentes…

Depois de algum tempo levando pancadas seguidas dos acontecimentos da vida, tendemos a estabelecer generalizações muito nocivas à expansão das nossas experiências. Corações partidos vivem cantarolando amargamente por aí que homens, ou mulheres “são todos iguais”. Um, dois, três, muitos relacionamentos que não deram certo. Muitos que nem começaram. Uma noite por semanas de desilusão. Anos de investimento e esperança minados por um acontecimento, por um escorregão, por um fora ou um tempo que nunca retornou.

A repetição da percepção de que o comportamento das pessoas é sempre o mesmo, de que suas ações são previsíveis, de que o que elas querem é a mesma coisa, acaba por nos fechar para todo o resto, como se não houvesse no mundo uma multiplicidade de possibilidades para novos acontecimentos. O que não se percebe nestes casos, é que ao nos colocarmos nessa posição, há apenas duas possibilidades de interpretação. Uma é narcísica: “todos são iguais, mas eu sou diferente”; a outra é constrangedora: “todos são iguais, inclusive eu”.

Fica latente outra possibilidade: a de voltar atrás, engolir a amargura dos “maus amores” e admitir que “não, não são todos iguais”. É verdade que somos muito condicionados, mesmo quando não percebemos, e acabamos por ter formas padronizadas de agir em determinadas situações. Temos muito oráculos para nos ensinar a “prever” o futuro e as pessoas: signos, conceitos pseudopsicológicos, testes de personalidade, e por aí vai. Há muito tentam nos ensinar a prever as atitudes alheias, e até as nossas, mas muito pouco nos alertam sobre como lidar com o imprevisto.

Dessa forma, não seria uma possibilidade para essa impressão de que todos são iguais, apenas um sintoma que desenvolvemos ao começarmos a olhar para os outros, buscando neles essas “coisas” previsíveis que aprendemos a enxergar? E então, naquele momento em que tudo dá errado e ficamos mais sensíveis à montanha-russa da vida, buscamos a fácil resposta e o mau consolo de colocar todos no mesmo saco, e nos fecharmos em nossa redoma de perfeição auto piedosa?

Há certos momentos da vida que nos fazem pensar que existe uma conspiração do universo contra nós (como se fôssemos tão preciosos, que o universo se ocupasse em conspirar contra nós, ou a nosso favor, sem o nosso consentimento e trabalho em cima disso), que realmente tudo parece acontecer de forma igual. As pessoas realmente parecem agir de forma igual. A impressão é empírica. O outro lado da moeda, é que em todas essas situações nós também agimos de forma igual, todavia, essa é a parte da história que preferimos ignorar.

Mas, ao nos depararmos com essa consciência, não adianta forçar a barra e nos caricaturarmos achando que tudo vai mudar da noite para o dia ou em qualquer situação. Este aparente infortúnio, por sinal, pode ser uma espécie de salvação – a que nos salva de nos agarrarmos, no desespero, à uma solução vazia, enquanto poderíamos estar a um passo de um acontecimento legítimo. Essa insustentável impaciência de ser no tempo da vida.

Creio que o amor nasça da diferença: quando duas pessoas se tocam de fato, acessam o íntimo uma da outra. Elas se tornam diferentes. Diferentes uma para o outra. Para todas as outras, que nunca se tocam, todos continuam iguais.

Eu envelheci

Eu envelheci

Um dia desses, uma jovem me perguntou como eu me sentia sobre ser velha. Levei um susto, porque eu não me vejo como uma velha. Ao notar minha reação, a garota ficou embaraçada, mas eu expliquei que era uma pergunta interessante, que pensaria a respeito e depois voltaria a falar com ela. Pensei e concluí: a velhice é um presente. Eu sou agora, provavelmente pela primeira vez na vida, a pessoa que sempre quis ser.

Oh, não meu corpo! Fico incrédula muitas vezes ao me examinar, ver as rugas, a flacidez da pele, os pneus rodeando o meu abdome, através das grossas lentes dos meus óculos, o traseiro rotundo e os seios já caídos. E constantemente examino essa pessoa velha que vive em meu espelho (e que se parece demais com minha mãe), mas não sofro muito com isso.

Não trocaria meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa, e o carinho de minha família por menos cabelo branco , uma barriga mais lisa ou um bumbum mais durinho.

Enquanto fui envelhecendo tornei-me mais condescendente comigo mesma, menos crítica das minhas atitudes. Tornei-me amiga de mim mesma. Não fico me censurando se quero comer um bolinho-de-chuva a mais, ou se tenho preguiça de arrumar minha cama, ou se compro um anãozinho de cimento que não necessito, mas que ficou tão lindo no meu jardim. Conquistei o direito de matar minhas vontades, de ser bagunceira, de ser extravagante.

Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento. Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo ou jogar paciência no computador até às 4 da manhã e depois só acordar ao meio-dia?

Dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos das décadas de 50, 60, 70 e se, de repente, chorar lembrando de alguma paixão daquela época, posso chorar mesmo!
Andarei pela praia em um maiô excessivamente esticado sobre um corpo decadente, e mergulharei nas ondas e darei pulinhos se quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros. Eles também, se conseguirem, envelhecerão.

Sei que ando esquecendo muita coisa, o que é bom para se poder perdoar. Mas, pensando bem, há muitos fatos na vida que merecem ser esquecidos. E das coisas importantes, eu me recordo frequentemente. Ao longo dos anos meu coração sofreu muito.

Como não sofrer se você perde um grande amor, ou quando uma criança sofre, ou quando um animal de estimação é atropelado por um carro? Mas corações partidos são os que nos dão a força, a compreensão e nos ensinam a compaixão. Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser forte, apesar de imperfeito.

Sou abençoada por ter vivido o suficiente para ver meu cabelo embranquecer e ainda querer tingi-los a meu bel prazer, e por ter os risos da juventude e da maturidade gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto. Muitos nunca riram, muitos morreram antes que seus cabelos pudessem ficar prateados.

Conforme envelhecemos fica mais fácil ser positivo. E ligar menos para o que os outros pensam. Eu não me questiono mais. Conquistei o direito de estar errada e não ter que dar explicações. Assim, respondendo à pergunta daquela jovem graciosa, posso afirmar: “Eu gosto de ser velha”. Libertei-me!

Texto de autoria desconhecida

Fonte indicada: 50 e mais

10 livros essenciais para a biblioteca do seu filho

10 livros essenciais para a biblioteca do seu filho

É através do exemplo e do estímulo que desenvolvemos nas crianças um dos melhores hábitos que elas podem ter: o da leitura.

Seja através de momentos compartilhados como a leitura antes de domir, de visitas à bibliotecas, do “ler” perto da criança ou mesmo da disponibilização de conteúdos de qualidade com fácil acesso dentro de cada. Gradativamente a criança perceberá que nas folhas de papel escondem-se outros mundos para explorar e que o universo de um leitor pode ser infinitamente mais encantado.

Abaixo, uma seleção que a Livraria Cultura disponibilizou. Nela, encontramos 10 dos livros mais indicados para uma biblioteca infantil.

O Pequeno Príncipe para Crianças

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Nesta edição especial, um dos clássicos juvenis mais lidos de todos os tempos ganha uma versão voltada para os leitores mais novos, em um formato mais apropriado para essa faixa etária e com menos páginas. Preservando as aquarelas do autor e os aspectos mais importantes da narrativa original, ‘O Pequeno Príncipe para crianças’ é a forma ideal de apresentar esta história inesquecível às novas gerações. Encontre aqui.

Menina bonita do laço de fita

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O coelhinho branco quer ter uma filha pretinha como aquela menina do laço de fita. Mas ele não sabe como a menina herdou aquela cor. Encontre aqui.

Chapeuzinho amarelo

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Chapeuzinho é uma bela menina que sofre de um mal terrível – sente medo do medo. Enfrentando o desconhecido, ‘o lobo’, ela supera medos, inseguranças e descobre a alegria de viver. Com sensibilidade, Chico Buarque, compositor e escritor, constrói um texto em que a linguagem é um grande jogo. Encontre aqui.

Até as princesas soltam pum

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Esta obra conta a história do dia em que o pai de Laura pegou o livro secreto das princesas e contou para a filha algo que ninguém sabia. O livro convida os pequenos leitores a descobrirem que segredo é este. Encontre aqui.

A primavera da lagarta

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Bem no meio da clareira, debaixo da bananeira, os bichos da floresta resolveram fazer uma festa. Mas, na verdade, a festa era um comício do sr. camaleão. Todos protestavam contra a feiura da lagarta. Só não contavam com a sabedoria da mãe-natureza que na primavera espalha sua beleza. Encontre aqui.

Festa no céu

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O assunto em alta era a festa no céu, na qual só entrariam os animais que voassem. Os outros bichos ficaram revoltados, especialmente o jabuti. Ele não desistiu – foi de carona com a garça. Não tendo como voltar, entrou escondido na viola do urubu que, em pleno vôo, se livrou do peso do intruso. O jabuti se esborrachou nas pedras. Cada pedaço do casco foi colado pelos anjos. E não houve mais festa no céu. Encontre aqui.

A colcha de retalhos

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Felipe gostava muito de ir à casa da vovó. Além dos bolos e doces deliciosos que preparava, ela era uma ótima contadora de histórias. Um belo dia, enquanto o neto a ajudava a fazer uma nova colcha, em meio a retalhos coloridos, desenhados e cheios de história, os dois foram reunindo e costurando lembranças juntos. A partir desse dia, Felipe passou a compreender algo até então desconhecido para ele- o sentido da saudade. Encontre aqui. 

Onde vivem os monstros

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O garoto Max, vestido com sua fantasia de lobo, faz tamanha malcriação que é mandado para o quarto sem jantar. Lá, ele se transporta para uma floresta, embarca em um miniveleiro, navega pelo oceano, por dias, semanas, meses, até chegar na ilha onde vivem os monstros. Max, então, fica livre para mandar e desmandar, longe de regras ou restrições. Mas, quando a saudade de casa e daqueles que realmente o amam começa a apertar o peito, Max fica em dúvida sobre suas escolhas. No livro de Sendak, os conflitos entre obediência e rebeldia são personificados em monstros enormes e cativantes. Trata-se de uma bela obra sobre a infância e a eterna luta entre a liberdade almejada pelas crianças e a autoridade dos pais. O autor reconstruiu, de forma imaginativa e sensível, os sentimentos e as emoções silenciados na infância. Em ‘Onde vivem os monstros’ podemos observar a relação que estabelece entre a realidade e o mundo imaginário dos monstros ao ver que as ilustrações aumentam e diminuem à medida em que Max – e o leitor – vão se embrenhando no lugar onde vivem os monstros. Encontre aqui.


Reinações de Narizinho

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‘Reinações de Narizinho’ reúne histórias escritas por Monteiro Lobato em 1920.  O livro narra as aventuras que acontecem no Sítio do Picapau Amarelo e apresenta Emília, Tia Nastácia, Dona Benta e sua neta Lúcia. Lúcia, mais conhecida como Narizinho, é quem deve transportar o leitor a viagens pelo mundo da fantasia. Tudo começa com uma inesperada visita da neta de Dona Benta ao Reino das Águas Claras e com a chegada de seu primo, Pedrinho, ao Sítio do Picapau Amarelo para mais uma temporada de férias. Depois do passeio pelo Reino das Águas Claras, as reinações de Narizinho ficam ainda melhores. As crianças se divertem fazendo o Visconde com um sabugo de milho e planejando o casamento de Emília com o leitão Rabicó. Emília, Narizinho e Pedrinho recebem a visita de personagens como Cinderela, Branca de Neve e Pequeno Polegar. Também chega ao Sítio o Peninha, garoto invisível que trouxe no bolso algo que mudou a rotina dos netos de Dona Benta, o incrível pó de pirlimpimpim. Com esse pó mágico a turma do Sítio viaja para o Mundo das Maravilhas. Lá eles podem conhecer os fabulistas Esopo e La Fontaine e resgatar o Burro Falante, que vai morar no Sítio. Encontre aqui.

A bolsa amarela

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A Bolsa Amarela já se tornou um ‘clássico’ da literatura infantojuvenil. É o romance de uma menina que entra em conflito consigo mesma e com a família ao reprimir três grandes vontades (que ela esconde numa bolsa amarela)- a vontade de crescer, a de ser garoto e a de se tornar escritora. A partir dessa revelação- po si mesma uma contestação à estrutura familiar tradicional em cujo meio ‘criança não tem vontade’- essa menina sensível e imaginativa nos conta o seu dia-a-dia, juntando o mundo real da família ao mundo criado por sua imaginação fértil e povoado de amigos secretos e fantasias. Encontre aqui.

Dica de livro: O Diário de Helga

Dica de livro: O Diário de Helga

Informações técnicas:

Título: O Diário de Helga – O relato de uma menina sobre a vida em um capo de concentração.

Título Original: Helga’s diary – A Young Girl’s Account of Life in a Concentration Camp

Autor(a): Helga Weiss

Editora: Intrínseca

Ano: 2013

Edição: 1

Páginas: 256

“Das 15.000 crianças que foram para o campo de concentração de Terezin, calcula-se que apenas 100 estavam vivas no final da guerra. Helga Heiss foi uma delas. Seu diário inédito, escrito entre 1938 e 1945, revela como uma menina conseguiu sobreviver ao Holocausto”.

contioutra.com - Dica de livro: O Diário de HelgaA respeitada artista plástica Helga Weiss é autora de um dos mais comoventes testemunhos do Holocausto. Aos 83 anos, ela vive em Praga, no mesmo apartamento em que morou com os pais antes da deportação. Em 1938, por ocasião da ocupação nazista em seu país, a menina de 8 anos, filha de um bancário e uma costureira, começou a escrever e a desenhar suas impressões sobre tudo que aconteceu com sua família. Em um caderno, Helga narra a segregação dos judeus ainda em Praga, a desumana rotina de privações e doenças de Terezín e sua peregrinação ao lado da mãe por campos de extermínio como Auschwitz, onde escapou por pouco da câmara de gás.

Um livro sobre a capacidade humana de superação e resiliência diante de uma condição humana extrema e do poder avassalador do mal.

Uma história comovente de uma menina que sobreviveu aos horrores dos campos de concentração na Segunda Guerra.

A indicação de leitura é de nossa página parceira Psique em Equilíbrio

Encontro no livro pelas links abaixo:

Saraiva

Submarino

Cultura

Americanas

INDICADOS