Não faças da tua vida um rascunho. Poderás não ter tempo de passá-la a limpo

Não faças da tua vida um rascunho. Poderás não ter tempo de passá-la a limpo

Conforme o fim do ano se aproxima, um emaranhado de sentimentos se mistura dentro de nós, de modo que nos sentimentos angustiados diante da dualidade de sentimentos que acumulamos e que encontram, nessa época do ano, o seu principal florescimento. Diante disso, devemos, antes de tudo, considerar o que é essencial para que nos mantenhamos vivos, a felicidade.

Não existe meio de definir o que faz alguém feliz, assim sendo, as inúmeras fórmulas de felicidade que o mercado oferece constantemente através da publicidade não se aplicam ao que entendo como felicidade, uma vez que todo ser humano carrega uma subjetividade e, portanto, a sua felicidade estará condicionada a fatores intrínsecos a sua personalidade.

Posto isso, submeter-se a leis do mercado, apenas para enquadrar-se ao protocolo social, não é felicidade ou, pelo menos, não a toca no seu âmago. Ser feliz requer coragem para que se viva do modo que lhe apraz, isto é, do jeito que lhe faça verdadeiramente se sentir bem. Contemporaneamente, observamos que, ainda que se pregue ininterruptamente sobre liberdade, as pessoas estão cada vez mais automatizadas e padronizadas, de maneira que buscam atender ao protocolo social supracitado, mesmo que isso não lhes faça felizes.

Ao vivermos de acordo com o padrão, deixamos de ser nós mesmos e passamos a ser representações frágeis de algo que não faz o nosso coração mais forte. O grande problema é que, com o passar do tempo, vamos nos afastando mais e mais de nós mesmos, até que nos tornemos estranhos do eu que outrora existiu. Mais: o tempo não volta para que possamos preencher as lacunas que deixamos ou para consertar aquilo que devíamos ter feito com mais afinco.

Esse sentimento de impotência diante do tempo, que é natural a qualquer pessoa, piora em relação a pessoas que vivem como verdadeiros soldados adestrados, pois, na medida em que nos damos conta de que, a cada ano, as areias da ampulheta diminuem, percebemos que as nossas vidas não passam de um rascunho feito como outro qualquer.

Mas será que nossas vidas não são mais valiosas que um simples rascunho? Será que a subjetividade que nos forma, as nossas idiossincrasias, a nossa beleza, não merecem ser consideradas e mostradas nos traços do nosso existir? Parece-me que sim e, por isso, devemos aproveitar cada instante que possuímos, para que possamos deixar a nossa marca no mundo. Sim, cada instante, já que não sabemos quando esse instante será o último, além de o tempo, por mais que seja clichê, passar muito depressa.

De repente, a gente acorda, as marcas de expressão já são mais difíceis de serem escondidas, os cabelos brancos se misturam aos pretos e nós somos apenas o acúmulo de uma vida vazia. Vidas que não vibraram, porque preferiram se “adequar”. Vidas que sorriram pouco, porque só sorriam quando outros sorriam. Vidas secas, porque não foram molhadas por lágrimas de amor.

Para que seja mais do que um simples rascunho, não se mantenha em silencioso desespero. Grite a pessoa que há dentro de você. Não se preocupe tanto com as opiniões alheias, para que não se torne alheio a si próprio. Sê inteiro em tudo que faz, sem máscaras, para que seja terno tudo que toques. A brevidade da vida é o que a torna valiosa; assim, aproveite-a, sendo você e não o que querem que você seja.

Somente dessa forma terá colorido suficiente para fazer da tua vida um belo quadro, com traços que somente serão encontrados nele, pois um ano que se encerra é um ano que se vai, sobretudo quando voltamos e nada conseguimos enxergar. A felicidade está para aqueles que saem da vida, mas deixam sua história, contada em primeira pessoa, em alto e bom som. Sê corajoso para dar traços fortes a tua vida, porque, se fizeres da tua via apenas um rascunho, como disse um tal de Mario – “Poderás não ter tempo de passá-la a limpo”.

O que você gostaria de mudar no seu corpo?

O que você gostaria de mudar no seu corpo?

Por Psique em Equilíbrio

O que você gostaria de mudar no seu corpo? Quem nunca se deparou com essa pergunta e não enumerou partes de si mesmo que gostaria de transformar, retirar ou incorporar?

Este vídeo nos mostra esta questão pelas perspectivas de adultos e de crianças e o resultado é realmente surpreendente!

Assista:

A questão que fica é: Quando perdemos a capacidade de nos amarmos da forma como somos e de nos aceitar integralmente?

A cultura nos impõe padrões estéticos muitas vezes inatingíveis, porém não nascemos com eles, mas sim, os adquirimos ao longo dos anos. Eles são formados através das opiniões alheias, dos padrões de beleza exigidos pela sociedade, por aquilo que é tido como belo, atraente e aceitável numa determinada época.

Como disse C.G Jung: ” Todos nós nascemos originais e morremos cópias“.

Alguém que cresce se sentindo um peixe fora d’água não aceitará o próprio corpo e a própria natureza com facilidade. E como nos mostra o vídeo, isso acaba por limitar a visão e as possibilidades de existir no mundo.

A criança carrega a pureza de enxergar além da aparência, trazendo aquilo que nos liga ao fantástico e ao inimaginável. O que mais uma criança poderia querer do que superpoderes capazes de proporcionar a ela uma expansão da sua vivência no espaço e no tempo? E por que nós adultos perdemos essa capacidade criativa?

É hora de entendermos que a humanidade, assim como a natureza, encontra sua beleza e vitalidade justamente na diversidade! E isso não se faz através de corpos perfeitos e alterados, mas sim de pessoas adaptáveis, criativas e que estão em busca de sua plenitude!

18 características de um bom mentiroso

18 características de um bom mentiroso

POR Ana Carolina Prado

A revista Scientific American mencionou recentemente o trabalho de uma equipe de pesquisadores liderados pelo psicólogo  holandês Aldert Vrij, da Universidade de Portsmouth, que listou características típicas de mentirosos convicentes para ajudar a identificá-los:

1- São manipuladores. Segundo o artigo, manipuladores mentem frequentemente e não têm escrúpulos morais – por isso, sentem menos culpa. Eles também não têm medo de que as pessoas desconfiem e não precisam de muito esforço cognitivo para fazer isso. A coisa meio que acontece naturalmente.

2- São bons atores. Quem sabe atuar tem mais facilidade em mentir e se sente confiante ao fazer isso, pois sabe que é capaz de fingir muito bem. (Antes que comece a polêmica, não estamos dizendo aqui que bons atores são necessariamente mentirosos. A lógica é oposta: bons mentirosos é que são, geralmente, bons atores)

3- Conseguem se expressar bem. “Pessoas expressivas geralmente são benquistas”, dizem os pesquisadores.  Elas dão uma impressão de honestidade porque seu comportamento sedutor desarma suspeitas logo de início, além de conseguirem distrair os outros facilmente.

4- Têm boa aparência. Pesquisas já mostraram que pessoas bonitas tendem a ser mais queridas e vistas como honestas, o que ajuda quem curte enganar os outros.

5- São espontâneos. Para acreditarmos num discurso, ele precisa parecer natural. Quem não tem a capacidade de ser espontâneo acaba parecendo artificial – e fica difícil convencer alguém desse jeito.

6- São confiantes enquanto mentem. Bons mentirosos geralmente sentem menos medo de serem desmascarados do que as outras pessoas. Então, mantêm uma atitude confiante em relação à sua habilidade de mentir.

7- Têm bastante experiência em mentir. Assim como nas outras coisas, o treino também leva à perfeição quando se trata de mentir. Quem está acostumado a isso já sabe bem o que é necessário para convencer as pessoas e conseguem lidar mais facilmente com suas próprias emoções.

8- Conseguem esconder facilmente as emoções. Em algumas situações mais arriscadas, mesmo um mentiroso veterano pode sentir medo e insegurança. Nesse caso, é fundamental conseguir camuflar bem essas emoções. Além disso, já dissemos que mentirosos geralmente são pessoas expressivas, né? Pois é: eles costumam ser bons em fingir sentimentos que não estão realmente sentindo, mas também tendem a manifestar seus verdadeiros sentimentos espontaneamente. Por isso, é necessário ter habilidade em mascará-los para que não venham à tona.

9- São eloquentes. Pessoas eloquentes conseguem confundir mais facilmente as pessoas com jogos de palavras e conseguem enrolar mais nas respostas caso lhe perguntem algo que exija outras mentiras.

10- São bem preparados. Mentirosos planejam com antecedência o que vão fazer ou dizer para evitar contradições.

11- Improvisam bem. Mesmo estando preparado, é preciso estar pronto a improvisar caso alguém comece a desconfiar da história que ele inventou ou as coisas não saiam como esperava.

12- Pensam rápido. Para improvisar bem, é preciso pensar rápido. Quando imprevistos acontecem, e fica fácil desconfiar quando a pessoa fica sem resposta ou tenta ganhar tempo dizendo “ahhn” ou “eee”. Bons mentirosos não têm esse problema e conseguem pensar em uma saída rapidamente.

13- São bons em interpretar sinais não verbais. Um bom mentiroso está sempre atento à linguagem corporal do seu ouvinte e consegue interpretar sinais não-verbais que possam indicar desconfiança. Caso identifique indícios de suspeitas, ele muda de atitude ou melhora a história.

14- Afirmam coisas que são impossíveis de se verificar. Por motivos óbvios, bons mentirosos costumam fazer afirmações sobre fatos que sejam impossíveis de se provar e evitam inventar histórias mirabolantes que poderiam ser facilmente desmascaradas.

15- Falam o mínimo possível. Quando é impossível falar algo que não pode ser verificado, o mentiroso simplesmente não diz nada. Se a peguete pergunta ao mentiroso onde estava naquela noite em que não atendeu ao telefone, ele vai preferir responder algo como “honestamente, eu não me lembro”. Melhor do que inventar que teve de levar a avó ao médico. Quanto menos informação fornecer, menos oportunidade ele terá de ser desmascarado.

16- Têm boa memória. Quem quer desmascarar um mentiroso procura por contradições no seu discurso, porque muitas vezes eles podem simplesmente se confundir ou esquecer detalhes que inventaram. Mas não se impressione se a pessoa conseguir se lembrar e repetir cada vírgula do que lhe contou anteriormente. Bons mentirosos geralmente têm ótima memória.

17- São criativos. Eles conseguem pensar em saídas e estratégias que você nunca imaginaria. Mas não se deixe levar pelo seu brilhantismo – afinal, é isso o que eles querem.

18- Imitam pessoas honestas. Mentirosos procuram imitar o comportamento que, no imaginário das pessoas em geral, são típicos de quem só diz a verdade – e evitam se parecer com a imagem que se tem dos mentirosos.

Apesar deste parecer um manual para ajudar as pessoas a mentir melhor, os pesquisadores têm certeza de que essa lista não é capaz de melhorar a capacidade mentirosa de ninguém. Isso porque a maioria dessas características são inerentes à pessoa e têm a ver com aspectos da sua personalidade. Para a ciência, o melhor mentiroso é aquele que nasceu assim.

Fonte indicada: Superinteressante

A Dança/ Soneto XVII- Pablo Neruda

A Dança/ Soneto XVII- Pablo Neruda

A Dança/ Soneto XVII

Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
amo-te como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

senão assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

Pablo Neruda

Uma boa faxina de final de ano!

Uma boa faxina de final de ano!

 

Mera formalidade, a vida e o tempo ignoram o calendário, mas gostamos de fechamentos e conclusões. Final do ano sempre sugere limpeza, descarte, reforma, mudança de ares e vibes.

A faxina da casa é a parte mais fácil. Descartamos aquelas coisas de cozinha que compramos prometendo uma inovadora utilidade e jamais usamos; jogamos fora revistas, jornais, etiquetas e notinhas fiscais; doamos livros, roupas, bibelôs e outras tranqueiras que, por final concluímos que só serviram para acumular poeira. O ambiente se renova, a casa fica mais aliviada, parece que tudo vai andar bem no novo formato e pensaremos duas vezes antes de comprar tudo de novo…

Então, chega o momento do check list das pendências, promessas, compromissos e sentimentos empoeirados e acumulados na estante pesada. Por onde se começa uma limpeza como essa? De onde retirar coisas, de modo que a estante não se desequilibre e tombe com tudo por completo?

Abolir o mais pesado pode parecer um grande alívio, mas, se por um segundo isso escorrega, o estrago será grande!

Melhor começar pelas poeirinhas que voam, aquelas que pensamos que já foram, mas que, quando viramos as costas, pousam novamente nos móveis e em nossas consciências.  As poeirinhas teimosas das implicâncias, desejos de revanche, invejas e ciúmes descabidos, tantas vezes sutis, mas que causam grandes e sofridos estragos.

Feito isso, uma boa ideia seria aspirar todas as palavras que não foram ditas, as brigas internas, as discussões ensaiadas e jamais travadas, os insultos e difamações cogitados em momentos mais tensos. Aspirar e liberar, esvaziar o coletor.

Por fim, para clarear e perfumar novamente o que já andava cinzento e sem vida, distribuir, mesmo que em pensamento, todos os votos possíveis de saúde e paz aos desafetos,  compreensão aos mais difíceis, paciência, entusiasmo, criatividade e muita vontade de viver a nós mesmos e a todos os que pudermos afetar com o nosso convívio.

E, com a faxina em progresso, já seremos capazes de olhar através das vidraças o amanhecer do próximo ano, que promete ser exatamente do jeito que lidarmos com ele. Que comece limpo e claro!

O mundo não precisa de gente “melhor do que os outros”. Precisa de gente melhor

O mundo não precisa de gente “melhor do que os outros”. Precisa de gente melhor

Aos que se convenceram do quanto o trabalho honesto, o respeito, a tolerância e a gentileza vão melhorar este mundo aos poucos, a partir das ações de cada um.

A quem percebeu que ser “bom” é bem diferente de ser “bonzinho”. E que a segunda opção é só mais um disfarce das pessoas ruins.

Aos que aproveitam toda angústia para aprender sobre si mesmos e os outros. Aos que encaram a aflição com firmeza como quem diz “não, eu não quero você aqui e vou trabalhar para isso!”

A quem descobriu que amar liberta e jamais aprisiona. Que cada um tem seu jeito de oferecer e receber amor. E aos que, justamente por isso, não admitem dar o nome de “amor” a qualquer sentimento mesquinho, tacanho e egoísta cujos únicos fins são a posse e o sofrimento.

Aos seres de boa vontade que aprendem com seus erros e trabalham duro para melhorar tanto quanto possam. A quem compreendeu que ser melhor “para o outro” é melhor do que ser “melhor do que os outros”.

Aos que de repente se deram conta de que a vida é um instante precário e fugaz, como um passarinho diferente que aparece em sua janela, e que é preciso ter alguém com quem dividir a visão. Alguém além de você para atestar: “é verdade, um dia um passarinho engraçado parou na janela, mirou sorrateiro as coisas lá dentro e depois foi embora.”

Aos que desconfiam de que viver é uma “ação entre amigos”. E que não tomar parte na vida de alguém ou não deixar que alguém se torne parte da sua é mais ou menos como arrancar da vida sua fatia mais preciosa.

Aos que sofrem e choram, aos que perdem e ganham e compreendem o quanto isso tudo é relativo.

Àqueles que têm o sorriso manchado de amor e de dor, de esperança e saudade.

Aos que ainda acreditam que fazer uma coisa bela, qualquer coisa, um bolo de presente ao casal amigo, uma gentileza inesperada, um elogio sem pretensão, um telefonema de aniversário, qualquer coisa à toa dessas, é o mesmo que construir algo de útil entre tanta inutilidade e aspereza.

A quem valoriza os amigos, a gratidão, os bons modos, a inteligência e as perguntas mais do que qualquer resposta.

A todos esses e, sobretudo, aos que não se encaixarem em nenhuma das alternativas acima, desejo com honestidade um Ano Novo melhor, mas muito melhor do que este, em que sejamos melhores, mas muito melhores do que somos agora.

Muito prazer, eu sou o seu sintoma.

Muito prazer, eu sou o seu sintoma.

Já pensou se o seu sintoma tivesse a chance de te escrever um carta? Garanto que seria alguma coisa assim:

“Olá, tenho muitos nomes: dor de joelho, abscesso, dor de estômago, reumatismo, asma, mucosidade, gripe, dor nas costas, ciática, câncer, depressão, enxaqueca, tosse, dor de garganta, insuficiência renal, diabetes, hemorroidas e a lista continua. Ofereci-me como voluntário para o pior trabalho: ser o portador de notícias pouco agradáveis para você.

Você não entende, ninguém me compreende. Você acha que eu quero lhe incomodar, estragar os seus planos de vida, todo mundo pensa que desejo atrapalhar, fazer o mal, limitar vocês. E não é assim, isso seria um absurdo. Eu o sintoma, simplesmente estou tentando lhe falar numa linguagem que você entenda.

Vamos ver, me diga alguma coisa. Você negociaria com terroristas, batendo na porta com uma flor na mão e vestindo uma camiseta com o símbolo da “paz” impresso nas costas? Não, certo?

Então, por que você não entende que eu, o sintoma não posso ser “sutil” e “levinho” quando preciso lhe passar uma mensagem. Me bate, me odeia, reclama de mim para todas as pessoas, reclama de minha presença no seu corpo mas, não para um minuto para pensar e raciocinar e tentar compreender o motivo de minha presença no seu corpo.

Apenas escuto você dizer: “Cala-te”, “vá embora”, “te odeio”, “maldita a hora que apareces-te”, e muitas frases que me tornam impotente para lhe fazer entender mas, devo me manter firme e constante, porque devo lhe fazer entender a mensagem.

O que você faz? Manda-me dormir com remédios. Manda-me calar com sedativos, me suplica para desaparecer com anti-inflamatórios, quer me apagar com quimioterapia. Tenta dia após dia, me calar. E me surpreendo de ver que às vezes, até prefere consultar bruxas e adivinhos para de forma “mágica” me fazer sumir do seu corpo.

A minha única intenção é lhe passar uma mensagem, mesmo assim, você me ignora totalmente.

Imagine que sou a sirene do Titanic, aquela que tenta de mil maneiras avisar que tem um iceberg na frente e você vai bater com ele e afundar. Toco e toco durante horas, semanas, meses, durante anos, tentando salvar sua vida, e você reclama que não deixo você dormir, que não deixo você caminhar, que não deixo você trabalhar, ainda assim continua sem me ouvir…

Está compreendendo?

Para você, eu o sintoma, sou “A doença”.

Que absurdo! Não confunda as coisas.

Aí você vai ao médico e paga por tantas consultas.

Gasta um dinheiro que não tem em medicamentos e só para me calar.

Eu não sou a doença, sou o sintoma.

Por que me cala, quando sou o único alarme que está tentando lhe salvar?

contioutra.com - Muito prazer, eu sou o seu sintoma.A doença “é você”, é “o seu estilo de vida”, são “as suas emoções contidas”, isso que é a doença e nenhum médico aqui no planeta terra sabe como as combater, a única coisa que eles fazem é me atacar, ou seja, combater o sintoma, me calar, me silenciar, me fazer desaparecer. Tornar-me invisível para você não me enxergar.

É bom se você se sentir incomodado por estar lendo isso, deve ser algo assim como um “golpe na sua inteligência”. Está certo se estiver se sentindo frustrado, mas eu posso conduzir o teu processo muito bem e o entendo. De fato, isso faz parte do meu trabalho, não precisa se preocupar. A boa notícia é que depende de você não precisar mais de mim, depende totalmente de você analisar o que tento lhe dizer, o que tento prevenir.

Quando eu, “o sintoma” apareço na sua vida, não é para lhe cumprimentar, é para lhe avisar que uma emoção contida no seu corpo, deve ser analisada e resolvida para não ficar doente. Deveria se perguntar a si mesmo: “por que apareceu esse sintoma na minha vida”, “que pretende me alertar”? Por que está aparecendo esse sintoma agora?

Que devo mudar em mim?

Se você deixar essas perguntas apenas para sua mente, as respostas não vão levar você além do que já vem acontecendo há anos. Deve perguntar também ao seu inconsciente, ao seu coração, às suas emoções.

Por favor, quando eu aparecer no seu corpo, antes de procurar um médico para me adormecer, analise o que tento lhe dizer, verdadeiramente, por uma vez na vida, gostaria que o meu excelente trabalho fosse reconhecido e, quanto mais rápido tomar consciência do porquê do aparecimento no seu corpo, mais rápido irei embora.

Aos poucos descobrirá que quanto melhor analisar, menos lhe visitarei. Garanto a você que chegará o dia que não me verá nem me sentirá mais. Conforme atingir esse equilíbrio e perfeição como “analisador” de sua vida, de suas emoções, de suas reações, de sua coerência, não precisará mais consultar um médico ou comprar remédios.

 

Por favor, me deixe sem trabalho.

Ou você acha que eu gosto do que eu faço?

Convido você para refletir sobre o motivo de minha visita, cada vez que eu apareça.

Deixe de me mostrar para os seus amigos e sua família como se eu fosse um troféu.

Estou farto que você diga:

“Então, continuo com diabetes, sou diabético”.

“Não suporto mais a dor no joelho, não consigo caminhar”.

“Aqui estou eu, sempre com enxaqueca”.

Você acha que eu sou um tesouro do qual não pretende se desapegar jamais.

Meu trabalho é vergonhoso e você deveria sentir vergonha de tanto me elogiar na frente dos outros. Toda vez que isso acontece você na verdade, está dizendo: “Olhem que fraco sou, não consigo analisar, nem compreender o meu próprio corpo, as minhas emoções, não vivo coerentemente, reparem, reparem!”.

Por favor, tome consciência, reflita e aja.

Quanto antes o fizer, mais cedo partirei de sua vida!

Atenciosamente,

O sintoma.”

***

Autor desconhecido.

Se alguém conhecer a autoria por favor me informe para eu referenciá-lo devidamente.

Texto encontrado em: Diogo Guimaraes Psicoterapeuta 

Imagem de capa: Antony Gormley at Forte Belvedere, Florence

Publicado também em Psicologias do Brasil.

Para que ninguém a quisesse- Marina Colasanti

Para que ninguém a quisesse- Marina Colasanti

Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos. Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou todas as jóias. E vendo que, ainda assim, um ou outro olhar viril se acendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos.

Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum se interessava por ela. Esquiva como um gato, não mais atravessava praças. E evitava sair.
Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela, permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos, mimetizada com os móveis e as sombras.

Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela.

Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos.

Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido em uma gaveta, esqueceu o batom. E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda.

 

COLASANTI, Marina. “Para que ninguém a quisesse”.
In: Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. P. 111-2.

Você tem algum distúrbio de ansiedade? Drauzio Varella

Você tem algum distúrbio de ansiedade? Drauzio Varella

Em algum momento da vida, 20% das mulheres e 8% dos homens apresentarão distúrbios de ansiedade. Na maioria dos casos, as crises persistirão por seis meses ou mais.

A expressão distúrbio de ansiedade compreende várias condições clínicas que evoluem de forma diferente e exigem tratamento específico. Entre elas, destacam-se: síndrome do pânico, ansiedade generalizada, estresse pós-traumático, estresse agudo, fobias específicas, fobias sociais e distúrbio obsessivo-compulsivo.

W. Levinson e C. Engel elaboraram os quadros abaixo para orientar médicos clínicos no diagnóstico de cada um desses distúrbios. Veja se você se enquadra em alguma dessas situações:

Ansiedade generalizada:

* Você se descreve como uma pessoa nervosa?

* Anda o tempo todo preocupado?

* Vive tenso ou tem muita dificuldade para relaxar?

Distúrbio de pânico:

* Já teve ataque súbito de taquicardia ou de medo intenso, paralisante?

* Já sentiu crises de forte ansiedade ou nervosismo insuportável que podem chegar ao medo de ficar louco ou à sensação de morte iminente? Algum acontecimento parece disparar essas crises?

Agorafobia:

* Você já faltou a atividades importantes por medo de permanecer em espaços abertos?

Fobia social:

* Você se inclui entre as pessoas que têm medo exagerado de serem observadas ou avaliadas por outras e fazem o que podem para não comer, falar ou escrever na frente dos outros temendo sentirem-se embaraçadas?

Fobia específica

* Algumas pessoas experimentam medo incontrolável de altura, de avião, de elevador, cobras, morcegos, aranhas, baratas, mariposas e outros insetos. Você tem algum tipo dessas fobias?

Obsessão

* Algumas pessoas são invadidas por pensamentos tolos, desagradáveis ou atemorizadores que se repetem sem cessar. Por exemplo: temem ferir sem intenção uma pessoa querida; sofrem desproporcionalmente por medo de que algo ruim possa acontecer a um ente amado; angustiam-se só em pensar que, um dia, possam gritar obscenidades em público, fazer gestos impróprios na presença dos outros ou contaminar-se com germes mortais. Algo assim já perturbou você?

Compulsão

* Algumas pessoas ficam muito perturbadas por não verificar, a todo instante, se o forno está desligado, a porta fechada, os documentos no bolso, as luzes apagadas. Outras lavam as mãos a cada dez minutos, ou contam números sem parar. Isso tem sido problema para você?

Estresse agudo e estresse pós-traumático

* Você viveu ou presenciou algum acontecimento traumático, no qual sentiu a vida em perigo? Ou viu alguma pessoa nessa situação? O que aconteceu?

Tratamento

Hoje, existem medicamentos específicos e tratamentos psicoterápicos que ajudam muito os portadores desses distúrbios.

Como regra, os casos de sintomas mais leves, recém instalados e com pequena interferência nas atividades diárias, podem receber tratamento psicoterápico exclusivo.
Nessa área, a técnica mais aplicada é a terapia comportamental cognitiva que se baseia na exposição do paciente a estímulos potencialmente criadores de estresse, garantindo situações de segurança que evitem respostas fóbicas.

Embora a psicoterapia também esteja indicada nos casos mais graves, não deve constituir tratamento exclusivo: existem medicamentos específicos para cada tipo de distúrbio de ansiedade.

O tratamento farmacológico costuma ser prolongado: geralmente é mantido por seis a doze meses, contados a partir do desaparecimento dos sintomas e, depois, descontinuado em doses decrescentes. Em casos especiais, a medicação pode ser mantida por muito mais tempo.

Os distúrbios de ansiedade são provocados por desordens do sistema nervoso simpático, que libera, na circulação, quantidades inadequadamente altas dos hormônios envolvidos na reação de estresse.

Seus portadores, abandonados à própria sorte, como ocorria no passado, podem sucumbir aos sintomas causados por essas descargas hormonais e passam a levar uma vida marcada pelo medo e o isolamento.

Para saber mais acompanhe o site oficial do autor.

Quando o pai esquece o filho do primeiro casamento

Quando o pai esquece o filho do primeiro casamento

Essa crônica do Carpinejar foi publicada pela nossa página parceira Fãs da Psicanálise. Lá vi que diversas pessoas o entenderam como uma generalização simplista e preconceituosa. Entretanto, antes da leitura, eu gostaria de deixar claro que a nossa visão não é essa. O texto do fala de um “Quando”, como dito no título, e descreve uma situação que acontece em algumas famílias e NÃO em todas.  Afinal, quando o que acontece é como o que é descrito no texto, seja o comportamento proveniente do homem ou da mulher, realmente é necessário refletir sobre a situação. Abaixo o texto para que pensemos.

Quando o pai esquece o filho do primeiro casamento

Por Fabricio Carpinejar

Um homem que se finge de burro é mais burro do que um burro honesto.

O que me dói é ver um pai casar de novo e esquecer o filho do primeiro casamento. Esquecer. Nenhum cartão de Natal ou presente debaixo da lareira.

É que ganhou um herdeiro do segundo casamento, está envolvido na escolha do enxoval, no anúncio do jornal, em fumar charuto com o sogro e com aquela vaidade suprema de ostentar para sua esposa que é experiente e sabe segurar a criança.

Ele apaga a casa anterior — com o que havia dentro dela — e se apega à casa recente. Entende que sua criança ou adolescente cresceu o suficiente para não depender mais dele. Nenhum filho cresce o suficiente para ser órfão de repente, não importa a idade.

Aquele filho a quem amava e criava com zelo, a quem aconselhava e trocava as fraldas passa a existir somente como uma pensão, uma linha do seu contracheque. Não pergunta. Não telefona. Não se encontra fora de hora. Está muito ocupado criando um bebê. O que dá para entender é que ele não ama o filho, mas a mulher com quem se encontra no momento. Faz qualquer coisa para agradá-la, inclusive negar a paternidade do primeiro casamento.

É do tipo ou tudo ou nada, ligado à figura masculina patriarcal, que oferece e tira conforme suas vantagens. Não é bem um pai, mas um latifundiário emocional, desconfiado, sob permanente ameaça de invasão de suas terras.

Mãe é diferente, sempre se elogia quando menciona seu filho. Mareja os olhos ao mexer na gaveta das camisas, coleciona bilhetes e desenhos, inventa uma porção de neologismos no abraço. Não se guarda para depois, para um melhor momento, está disposta a conversar pressentimentos e costurar recordações.

Pai costuma se omitir no momento do desabafo. É comedido demais para estar vivo. Troca de personalidade, de residência, de amor, o que precisar, no sentido de prevenir a sobrecarga de problemas. Para namorar, ele some por meses (exatamente o contrário da mãe, que administra o final de semana com o apoio da babá e da avó). Homem ainda não conseguiu conciliar sua vida profissional com a afetiva. Não é capaz de unir nem a vida afetiva pregressa com a vida afetiva atual. Cuida de um afeto por vez.

Pai não forma sindicato, não cria associação. Continua defendendo que ninguém tem o direito de se meter na vida dele e converte em inimigos os amigos que insinuam sua indisposição filial.

Ele se separou de uma mulher, não do seu filho, mas culpa o filho porque não consegue completar uma frase com a ex. Parte do princípio de que ajudando o filho está ajudando a ex. Gostaria de matá-la, mas então se mata para o filho.

Ou entende que seu filho deve procurá-lo, cria paranoias e neuroses para aliviar sua culpa. Age como um ressentido, fala mal do filho do primeiro casamento para a mulher do segundo casamento, alegando ingratidão. E a mulher do segundo casamento concorda com o absurdo porque está preocupada com o nenê e deseja a exclusividade do marido. E não entende que um irmão depende do outro irmão, que uma família não cresce por empréstimos.

Homem tem que aprender a sofrer em público, sofrer por um filho o que sofre por uma dor de cotovelo, apanhar das cólicas e da coriza, desabar numa mesa de bar, beber interurbanos, fechar a rua e o sobrenome para encurtar distâncias, chorar nas apresentações escolares, fingir abandono a cada despedida, para só assim mostrar que pai, pai mesmo, nunca será dispensável.

Fabricio Carpinejar é poeta, cronista e jornalista

Não adianta ser uma boa pessoa, se você faz escolhas erradas- Alan Ribeiro

Não adianta ser uma boa pessoa, se você faz escolhas erradas- Alan Ribeiro

Por Alan Ribeiro

Muitos são os e-mails e comentários que eu recebo de pessoas que dizem que são excelentes pessoas, se entregam em um relacionamento, se doam, se dão, se esforçam pela outra pessoa, fazem o melhor para completar o outro, etc.

Elas me dizem:

“Eu já sou uma boa pessoa, eu já sou a pessoa certa, mesmo assim meus relacionamentos nunca deram certo”.

E eu realmente acredito que muitas destas pessoas que me mandam e-mails assim realmente são gente maravilhosa, que fazem o melhor de si quando estão em um relacionamento. O problema não é esse. O problema é que a maioria dessas pessoas não sabem escolher.

Ser a pessoa certa não significa apenas ser uma pessoa ótima, legal, que faz de tudo para agradar e que procura cometer o mínimo de falhas possível. Ser a pessoa certa também significa saber fazer escolhas certas.

A vida é feita de escolhas. Uma escolha hoje pode definir todo o seu futuro amanhã. Quem não sabe fazer escolhas não pode se considerar a pessoa certa, pois parte de ser a pessoa certa significa também saber escolher a pessoa certa. Mas como você vai escolher direito se não souber como fazer tais escolhas?

O grande vilão de todas as más escolhas é o coração.

As pessoas querem escolher com ele ao invés de escolher com a mente. O coração não foi feito para pensar, ele foi feito para bombear sangue no corpo. A cabeça sim foi feita para pensar, de modo que uma escolha é feita com a cabeça e não com o coração. Mas quando a pessoa resolve inverter isso, ela acaba colocando suas emoções à frente da racionalidade, o que faz ela simplesmente escolher errado.

A emoção faz a pessoa agir por impulso, ela não julga a situação conforme as consequências da mesma, ela julga a situação pensando apenas no sentimento e em como aquela escolha faz ela se sentir.

Se eu escolher pela emoção e por como eu quero me sentir, eu vou me ferrar.

Exemplo:

Tem pessoas que fazem você se sentir muito bem ao lado delas, você parece que está vivendo um sonho. Esse tipo de pessoa faz você se apaixonar muito rapidamente, pois você escolhe pelo sentimento. Ao fazer uma escolha baseada no que você sente, você não raciocina. Não é só porque uma pessoa faz você se sentir bem num primeiro momento, que ela vai fazer você se sentir bem pro resto da vida. Dessa forma muita gente escolhe pessoas erradas, pois escolhem por um impulso emocional e não por uma escolha racional.

Para escolher corretamente alguém com quem se relacionar, você deve pautar essa escolha na razão. Não importa o quanto essa pessoa é legal ou o quanto ela demonstra gostar de você, se você não escolher racionalmente, é certo que vai quebrar a cara lá na frente.

Não dá para seguir em frente com alguém se você não conhece bem este alguém. Você tem que aprender a escolher, tem que aprender a se informar mais sobre a pessoa:

  • Será que ela compartilha dos mesmo sonhos que eu?
  • Será que ela tem as mesmas crenças que eu?
  • Será que ela tem os mesmos objetivos que eu?
  • Como foram os relacionamentos passados dela?
  • Será que em tais relacionamentos ela era muito ciumenta ou possessiva e ainda continua assim?
  • Por que o relacionamento passado dela terminou? Será que foi traição? Será que foi por falta de caráter dela?
  • Por que eu gosto dessa pessoa? Será que é só porque ela me faz sentir bem e parece legal? Se for só por isso, não é o suficiente.
Existem uma série de perguntas que você deve se fazer antes de escolher deixar alguém entrar na sua vida. Enquanto você não souber fazer estas perguntas para si mesmo(a) e analisar toda a situação, você pode ser a pessoa mais legal do mundo, mas vai continuar fazendo escolhas erradas e sofrendo na sua vida sentimental.
Para saber mais sobre o autor e seu trabalho visite o blog Sobre Relacionamento.

Como pessoas altamente sensíveis interagem de forma diferente com o mundo

Como pessoas altamente sensíveis interagem de forma diferente com o mundo

Por Lindsay Holmes

As pessoas altamente sensíveis já receberam muitos rótulos no passado – foram descritas como frágeis, excessivamente emotivas ou intensas. Mas a pessoa altamente sensível é muito mais que lágrimas e sentimentos em abundância.

As pessoas de personalidade empática são biologicamente condicionadas a ter o comportamento que têm. Por isso sua abordagem ao ambiente físico em volta é totalmente diferente, e isso não é necessariamente algo negativo.

Veja a seguir algumas maneiras em que as pessoas altamente sensíveis interagem com o mundo em volta diferentemente de suas contrapartes mais “casca grossa”.

O ambiente que a cerca pode facilmente ser estímulo excessivo para uma pessoa altamente sensível.

Barulho alto, muita gente em volta, decisões importantes a tomar – tudo isso é difícil de ser suportado por uma PAS, especialmente se ela tem pouco tempo de calma e solidão para se recuperar. Isso é porque a resposta emocional da PAS é muito ativa, diz Elaine Aron, autora de Use a Sensibilidade a Seu Favor – Pessoas Altamente Sensíveis e uma das primeiras pesquisadoras científicas a debruçar-se sobre esse traço de personalidade.

“Isso acontece porque a PAS processa tudo em volta com muita profundidade”, disse Aron ao Huffington Post. As PSAs processam o ambiente que as cerca e os acontecimentos da vida com base em suas emoções. Assim, quanto mais intensas e avassaladoras as circunstâncias, mais profundamente elas sentem.

A PSA capta as sutilezas presentes no ambiente onde estão.

Você mudou as coisas de lugar em sua sala? Sua mulher disse algo que o magoou no jantar? As pessoas sensíveis captam muitas nuances sutis, diz Aron, quer sejam coisas concretas ou estados de ânimo emocionais. “Há uma intuição em relação ao que as cerca, em relação a coisas das quais outras pessoas geralmente não têm consciência”, ela explicou.

Essa intuição também as guia em seus próprios relacionamentos. As PSAs captam atitudes diferentes que podem passar despercebidas de outras pessoas. Se você mudar o tom de voz ou mandar uma mensagem de texto em tom mais curto e grosso que o normal (por exemplo, usando pontos finais em vez de pontos de exclamação), é provável que a pessoa altamente sensível perceba.

As PSAs são mais emocionais em seus relacionamentos.

As pessoas altamente sensíveis querem e precisam de relacionamentos profundos. As pesquisas de Aron mostraram que as pessoas sensíveis tendem a ficar mais entediadas no casamento, principalmente porque, com o tempo, a interação profunda entre o casal pode ir se rendendo à rotina. Mas isso não é necessariamente negativo. Aron diz que a falta de interações significativas não quer necessariamente dizer que uma PAS vai abandonar o barco – vai apenas motivá-la a buscar conversas mais estimulantes.

Para uma pessoa altamente sensível, a chave para um relacionamento bem-sucedido está em transmitir ao outro o que ela deseja do relacionamento e encontrar um parceiro que entenda que suas emoções fazem parte de sua natureza. “As pessoas sensíveis não podem deixar de expressar o que sentem”, diz Aron. “Elas mostram sua raiva, mostram sua felicidade. É fundamental que seu parceiro aprecie isso.”

Às vezes a pessoa altamente sensível prefere voar solo.

As PASs funcionam melhor em ambientes mais calmos, especialmente no local de trabalho, diz Aron. “Os escritórios de plano aberto muitas vezes não são ambientes produtivos para elas”, explica a psicóloga. Essa preferência por operar a sós pode aplicar-se também às atividades de lazer, fora do escritório. Ted Zeff, pesquisador e autor de vários livros sobre as características da personalidade altamente sensível, disse anteriormente ao HuffPost que as PSAs muitas vezes também evitam os esportes ou atividades físicas em grupo, porque têm a impressão de que cada gesto seu está sendo observado.

As PSAs podem ser mais sensíveis a cafeína e álcool.

Esse não é o caso sempre, com certeza, mas Aron diz que os autotestes que ela aplicou em sua pesquisa indicam que, na média, as PASs podem ter mais sensibilidade a estimulantes, como cafeína, e substâncias como o álcool. E a fome também as incomoda mais.
Conflitos ou desavenças as deixam ansiosas.

As PASs têm dificuldade em lidar com conflitos e desentendimentos, diz Aron. Elas têm duas abordagens diante dessas situações, e uma está em guerra com a outra. “As pessoas sensíveis se sentem divididas entre defender o que consideram justo ou se abster de intervir, porque não querem provocar uma reação violenta de outras pessoas”, disse Aron. “Elas são muito sensíveis aos ambientes em que são julgadas por sua sensibilidade ou por qualquer outra coisa.”

Por outro lado, as pessoas altamente sensíveis possuem o dom de lidar de modo racional com os desentendimentos. Graças a seus altos níveis de empatia, elas conseguem colocar-se na posição da outra pessoa e enxergar seu lado da discussão, explicou Aron.

Em última análise, o que a pessoa sensível precisa fazer é abraçar essa característica de sua personalidade e não combatê-la. “As pessoas altamente sensíveis dão ótimas líderes, amigas e parceiras”, diz Aron. Em outras palavras: continue a ter esses sentimentos, PAS, mesmo que a façam chorar.

Fonte indicada: Brasil Post

Muitos têm a ferramenta, mas poucos sabem usá-la.

Muitos têm a ferramenta, mas poucos sabem usá-la.

Conta-se que um caldeireiro foi contratado para consertar um enorme sistema de caldeiras de um navio a vapor que não funcionava bem.

Após ouvir do engenheiro a descrição do problema e ter feito algumas poucas perguntas, o caldeireiro dirigiu-se à sala de máquinas. Durante alguns minutos, ficou olhando para o labirinto de tubos retorcidos, escutou o ruído surdo das caldeiras e o silvo do vapor que escapava. Com as mãos, apalpou alguns dos tubos. Depois, controlando distraidamente, procurou no avental alguma coisa, até tirar de lá um pequeno martelo, com o qual bateu apenas uma vez numa brilhante válvula vermelha. Imediatamente, o sistema inteiro começou a trabalhar com perfeição, e o caldeireiro voltou para casa.

Quando o dono do navio recebeu a conta de 10 mil reais pelo serviço, queixou-se ao caldeireiro. Argumentou que ele só havia ficado na sala de máquinas por 15 minutos e pediu-lhe, então, uma conta pormenorizada.

Eis a descrição da conta de prestação de serviços:

Conserto com o martelo: R$ 5,00

Saber onde martelar: R$ 9.995,00

Total: R$ 10.000,00contioutra.com - Muitos têm a ferramenta, mas poucos sabem usá-la.

10 filmes para viajar pela Itália

10 filmes para viajar pela Itália

Por Ana Claudia Crispim, Viaje aqui

1. Sob o Sol da Toscana (Audrey Wells, 2003)

contioutra.com - 10 filmes para viajar pela ItáliaEste é o mais manjado de todos os filmes manjados da Toscana romântica. Baseado na biografia da americana Frances Mayes, Under the Tuscan Sun (Sob o Sol da Toscana), a história é semelhante ao livro: uma mulher que resolve comprar e reformar uma velha casa em Cortona, uma piccola cidade com todos os estereótipos que um vilarejo da Toscana poderia ter. Fofa, muito fofa. Seria um exagero dizer que é um filme ruim. É bonitinho e romântico. E ainda tem umas paisagens da Costa Amalfitana de brinde.

Uma confissão: eu procurei a casa da Frances Mayers. Parei o carro em frente e fiquei lá uns 15 minutos. No fim, deixei um bilhetinho e um maço de flores que peguei na estrada. Queria que ela me convidasse para comer uma torta de pêssegos frescos. Sim, eu deixei meu e-mail… e nunca recebi uma resposta.

2. De Encontro com o Amor (Brad Mirman, 2005)

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A história se passa na Toscana rural, numa vila muito, muito linda! (Eu ainda não descobri onde fica, mas juro que um dia descubro. Alguém sabe?).
Um escritor jovem e travado – gatinho, lógico – vai em busca de um consagrado escritor para convencê-lo a voltar a escrever. É claro que chegando lá ele encontra o velho e sua filha bonitona…daí nem preciso contar mais. Mas o filme não é só isso, vai por mim. História e cenas lindas pela Toscana roots.

3. Para Roma, com Amor (Woody Allen, 2012)

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Este filme do Woody Allen (com ele no elenco) é tão nonsense que eu nem vou tentar explicar as quatro histórias que não se cruzam. Muitos amam, muitos odeiam.
Eu amei.
Até porque Roma é a minha cidade preferida no mundo e todas as cenas externas, que levam a Cidade Eterna como pano de fundo, são lindas.
Para mim, Alec Baldwin, mesmo velhão e fora do peso, ainda é um Alec Baldwin. As cenas mais especiais dele estão no Trastevere, bairro moderninho na margem ocidental do Rio Tibre.

4. Elza e Fred (Marcos Carnevale, 2005)

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Filme argentino que se passa em Roma e exprime a história de amor de um casal de velhinhos divertidíssimos que vivem em Madri. Ela sonha conhecer a capital italiana e repetir a cena do filme La Dolce Vita, quando a linda Anita Ekberg entra de roupa e tudo na Fontana de Trevi (prática proibidíssima e sujeita a multa e prisão).
É uma abordagem sensível e muito realista do amor. Chorei, lógico.

5. Comer, Rezar e Amar (Ryan Murphy, 2010)

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É um filme tão… tão… Julia Roberts! Leia-se: “mulher separada que tira uns meses sabáticos para se recompor depois de um divórcio estressante”. 87,6% dos homens odeiam o filme e 98,5% odeiam ainda mais o best-seller da Elizabeth Gilbert – e certamente pararam de ler na parte do “Comer” em Roma. Bom, eu sou menina e comilona. E, claro, adorei as cenas italianas recheadas de macarrão, pizza marguerita e sorvete. E, infelizmente, me identifiquei muito com a cena em que ela tenta colocar uma calça e não consegue.
Em geral, as imagens são bonitas, bem feitas, coloridas. Os lugares são lindos. Mas não, não precisava ter o Javier Bardem falando inglês com sotaque espanhol no papel de um brasileiro. Afinal, para que temos o Rodrigo Santoro, minha gente?

6. Cartas para Julieta (Gary Winick, 2010)

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O diretor Gary Winick conversa com Amanda Seyfried durante as filmagens de Cartas Para Julieta

Uma mocinha loirinha resolve procurar a autora de uma carta de amor escrita em 1957. Gosta de filminhos água com açúcar e cheios de clichê? Esse é para você. Vale pelas cenas lindíssimas de Verona.

7. Cassino Royale (Martin Campbell, 2006)

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É a estreia de Daniel Craig no papel do infalível agente 007 em sua primeira missão. Tem uma cena ótima do Bond, James Bond, saindo da água de sunga. Ops…o post não é sobre isso.
É sobre I-tá-lia, certo? Nesse caso, Veneza. O filme mostra a cidade real e, ao mesmo tempo, uma Veneza de mentirinha, com cenas muito impressionantes de destruição. Filmão.

8. Meus Caros Amigos (Mario Monicelli, 1975)

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Este é para quem adora o lado B das viagens. Faz parte de uma trilogia que mostra Florença e arredores sob o cotidiano de um grupo de velhos amigos que vivem para pregar trotes nas pessoas.
O forte dessa comédia hilária é justamente a irreverência do grupo – e as cenas de uma Florença-não-turística.

9. A Princesa e o Plebeu (William Wyler, 1953)

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Tem tudo a ver com a capa da VT deste mês: Roma e uma scooter azul. Tudo bem que é um filme preto e branco de 1953, mas use a imaginação.
Ingredientes: casal romântico interpretado por Gregory Peck e Audrey Hepburn, beijos ardentes e chapados dignos de filme antigo e cenas de movimento recortadas sobre imagens de Roma.

10. Bem-Vindo ao Sul (Luca Miniero, 2010)

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Pense na rixa entre o italiano do norte e do sul. Agora, imagine um sujeito querendo ser transferido para Milão e por conta de um monte de enrascadas vai “de castigo” para Nápoles, por dois anos. É um desespero só, um mar de preconceitos quebrados e muitas surpresas.
Uma viagem muito visual pela Itália.

***Eu poderia fazer uma lista enorme de produções com cenas italianas, mas preferi indicar os que priorizam as paisagens e a fotografia. Mas, de brinde, não podemos esquecer dos clássicos dos clássicos, como O Poderoso Chefão, O Talentoso Ripley, Cinema Paradiso, O Carteiro e o Poeta, Cópia Fiel, A Vida é Bela, Só Você… e por aí vai. Artigo original aqui.

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