Pare de abraçar o mundo. Abrace quem está ao seu lado.

Pare de abraçar o mundo. Abrace quem está ao seu lado.

Parei, sabe? Parei com essa história de abraçar o mundo. Cansei de fazer tudo, de querer tudo, de correr contra o tempo. Para quê? Tentar abraçar o mundo não é boa coisa, não. Para mim, não foi.

O mundo é muito grande. Não cabe em um só abraço. Deixei de coisa. Não quero mais abraçá-lo de uma vez. Vou aos pouquinhos. Descobri que melhor do que abraçar o mundo é dar a mão a quem está por aqui, fazendo meu mundo seguir em frente.

Não troco um segundo que seja ao lado do meu filho por um trabalho extra. Não jogo fora uma só chance de estar com quem eu amo. Não dou nem um minuto a mais aos meus patrões. Não quero mais dinheiro do que eu já tenho. Não vou ficar rico, não pretendo agradar toda gente. Desisti de abraçar o mundo.

Abraço meu trabalho diário, minha labuta honesta, meus dois empregos. Porque o trabalho é sagrado e sem ele não há todo o resto. Abraço minhas obrigações e minhas responsabilidades. Mas não me peça mais do que isso. Eu abraço o rumo de casa e lhe dou as costas.

Hoje abraço mais do que ontem. Amanhã vou abraçar mais do que agora. Abraço minha gente, minha coisas, minha vida. E acho que você devia fazer assim também. Abraçar.

Abrace, abrace que o tempo vai passando tão rápido! Abrace quem está ao seu lado, em forma física ou não. Na sua presença ou na sua saudade. Abrace quem está com você. Em você. Por você. Para você.

Abrace o que está ao seu alcance. Seus planos, seus sonhos. Seu caminho. Não o mundo. Porque o mundo não precisa que o prendam entre os braços. Precisa é de mais gente que se abrace e o leve em frente.

Às vezes precisamos de colo, não de palpite

Às vezes precisamos de colo, não de palpite

Quase todo mundo sabe pedir colo, mas poucas pessoas sabem dar colo.

Dar colo é muito mais difícil do que parece e não implica em apenas estender a mão para quem está em sofrimento.

Dar colo, entre outras coisas, quer dizer saber ouvir. E saber ouvir é bem diferente de oferecer conselhos.

Para ouvir o que o outro está dizendo é preciso um bocado de desprendimento, especialmente se esse outro for uma pessoa próxima e íntima, porque tendemos a contaminar o que ouvimos com nossos preconceitos, ou seja, nossos conceitos pré-estabelecidos por sobre a pessoa que está discursando.

Acredito que tendemos a dar palpite sobre a conduta alheia quando nos pedem colo por dois motivos: 1) sentimento de impotência frente à dor do outro; 2) ressonância de emoções permeada pela nossa incapacidade de lidarmos com nossos próprios conflitos.

Acreditamos que temos que fazer alguma coisa para ajudar aquele que nos pede colo (pois se está nos contando um problema é porque espera uma solução), mas nem sempre isso é verdade – às vezes ouvir com atenção e carinho é o suficiente.

Quem nunca se sentiu irritado num momento de desabafo por ter sido interrompido por um namorado, pai, mãe, irmão, amigo, com perguntas como: Por que não tenta isso? Já tentou aquilo? E se fizer assim e assado?

Na realidade nos sentimos completamente impotentes, incomodados e despreparados ante a dor de quem amamos e em alguns casos nos sentimos na obrigação de arranjar uma solução, resolver o problema. Porém, esse sentimento de obrigação pode ter muito mais a ver com a nossa incapacidade de lidar com nossas impotências do que com o problema do outro.

Ninguém gosta de ver um amigo sofrendo, seja lá porque motivo for. Mas acolher a dor dos que amamos, muitas vezes, é mais eficaz que dar conselhos ou tentar resolver seus problemas.

O escritor Rubem Alves escreveu brilhantemente sobre a importância de saber ouvir em sua crônica Escutatória. Segue um trecho:

“Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular”.

E segue: “Escutar é complicado e sutil. (…) Parafraseio o Alberto Caeiro: ‘Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.’ Daí a dificuldade: a gente não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.”

É por essas e por outras que sempre digo: dar colo é saber ouvir em silêncio e com atenção, amparar a pessoa em sua angústia para que ela não se sinta tão sozinha, ouvir sem julgar seus motivos, suas dores. É estar apenas ali.

Você já se sentiu tendo que passar no vestibular do amor?

Você já se sentiu tendo que passar no vestibular do amor?

Você já se sentiu tento que passar no vestibular do amor?
Já se sentiu sendo avaliada para ver se cabia nos critérios amorosos de alguém, antes mesmo de olharem-se nos olhos, antes mesmo de chegarem mais perto?

Já sentiu tendo que mudar, tendo que se adequar ao que esperam de uma namorada (pessoa idealizada) ou ao que a sociedade considera como uma pessoa apaixonável ou, digamos assim, relacionável?

Já sentiu tendo que ser boa o suficiente em tantas coisas, da beleza física à carreira bem sucedida, para finalmente poder ser aceita no currículo amoroso de um ser humano que te interessou?

Você já sentiu se preparando para um envolvimento muito antes de ele realmente acontecer, mostrando suas ótimas qualidades em conversas de whatsapp, cuidando para não descontrolar na fala, escolhendo a melhor foto para estampar os ‘currículos’ espalhados nas redes sociais?

Já sentiu na pele a competição do mercado, a sorte de ter tido a chance de uma noite de ‘entrevistas’, se sentiu tentando equilibrar a vontade apaixonada de mergulhar com o cuidado para não assustar e perder a oportunidade daquela posição desejada?

Já se sentiu depressiva por não ter sido escolhida, ou culpada por não ter tido esperteza e jogo de cintura para agarrar com unhas e dentes uma pessoa que chegou tão perto mas partiu antes de te conhecer bem?

Afinal ninguém quer perder tempo com quem de cara não passa no vestibular do amor. Com tantas possibilidades no mundo, uma característica fora do lugar é previsão de desilusão, melhor nem tentar…

E a gente parece que vai vivendo esses pré-vestibulares, esses pré-relacionamentos por tanto tempo, nessa busca de querer entrar por inteiro e não ser escolhida. A gente se adapta, corre atrás ou a gente desencana?

Acho que essa coisa de ter que ser bom o suficiente mata a gente.

Pode ser que a gente consiga passar no vestibular do amor, mas e a necessidade de expandir a alma, e a vontade íntima de espalhar-se por inteiro, de trazer defeitos e encantos, dores e alegrias desde o começo?

E a beleza de um ser humano encontrando o outro profundamente, com todos os riscos, cheios de coragem, pelo olhar, pelo sentir, pelo abraçar antes de analisar o currículo?

Ultimamente eu só quero deixar o meu currículo amoroso o mais honesto possível, sem medo do que eu vou (ou não) encontrar. Está tudo lá: as minhas manchas de traumas, as minhas demissões e desajustes, as minhas experiências curtas e intensas, os meus cursos de idiomas estranhos, o meu coração mole e a minha vontade intacta de amar e ser amada.

Sobre Alices e o abuso do qual somos todos culpados

Sobre Alices e o abuso do qual somos todos culpados

Conversávamos quando o som de notificação de seu celular nos interrompeu, e eu senti Alice estremecer. Era a sincronicidade trazendo a má notícia… Um inesperado desfecho para aquela mesma história que ela me contava. Após um longo silêncio, vi uma lágrima cair encontrando as palavras que brilhavam na tela.

A história triste de Alice era sobre seu envolvimento com uma colega do trabalho. O fato da colega ter um namorado de longa data, não impediu que as duas ficassem um dia em uma festa… E mais outra vez algumas semanas depois. Finalmente, no terceiro encontro, a colega foi clara e disse que não tinha nenhuma intenção de terminar seu relacionamento e propôs a Alice que continuassem se encontrando… “Quando eu puder”, disse ela. Apesar da ênfase na condição apresentada, Alice estava tão distraída pela ideia romantizada daquela mulher que desejava que nem se atentou para as implicações da proposta. (Até porque Alice é daquelas que cresceu ouvindo que homem não presta… Mas mulher, não, mulher é diferente…). E, assim, durante alguns meses, se fez refém nessa história onde seu querer nada ditava, e só se via a esperar. Refém de um desejo que já não sabia se era dela ou da outra. Refém nessa situação onde todas as saídas levavam a frustração. Até que, enfim, como aquele que atira no animal ferido agonizante, a colega com meia dúzia de palavras colocou um ponto final no caso; e sem direito a recurso! Pois o “não” ali quem falava era o desejo soberano, aquele que sempre esteve em questão, e o que sempre foi o eixo da relação.

Alice é uma personagem… Alice é real… Alice é toda aquela ou aquele que um dia teve sua identidade subjugada pelo desejo perverso de um outro que de tão cego em seu caminho para a satisfação não vê que naquela mesma reta segue um querer que não é o dele. Alice é aquela que procuramos quando estamos entediados, a escolha conveniente de quem prefere se sentir mal acompanhado a se sentir sozinho. Alice é aquela que liga demais, que se importa demais… E que, às vezes, evitamos. Alice é aquela que dispensamos tão logo aparece a “pessoa certa”. Alice é o alvo do abuso de que todos somos culpados, fomos ou seremos um dia.

Mas Alice também somos nós. Os que investem em relacionamentos fracassados, os que insistem em oferecer o seu amor a quem diz “Não, obrigado”, os que só conseguem se ver através do olhar indiferente do outro e encontram nesse reflexo nada além da menos valia. Os que andam pela vida procurando o amor, mas que dão menos valor a mensagem respondida do que a não lida. Os que esperam conquistar afeição demonstrando não se importar.

Alice somos todos nós, vítimas e algozes de nós mesmos… Alice são todos que padecem na tragédia do desencontro.

A rejeição, suas marcas indeléveis e a absoluta necessidade de superá-las

A rejeição, suas marcas indeléveis e a absoluta necessidade de superá-las

Conexões afetivas são tão raras e belas, quanto inesquecíveis. Aquela sensação de pertencimento e liberdade ao mesmo tempo; aquela certeza de ter um colo para dar e receber no final do dia; aquele conforto de saber que haverá quem nos ouça, por mais silenciosos que estejamos; aquela situação mágica na qual se conversa por meio de olhares, sem emitir uma única palavra… isso é tão extraordinariamente perfeito que eu me arriscaria a dizer que quase não passa de um sonho bom.

Os amores e as relações da vida real são indiscutivelmente imperfeitos, cheios de desafios e reviravoltas. Some-se a essa instabilidade a nossa teimosia em projetar no outro nossas mais íntimas e secretas necessidades, acrescente-se a isso a nossa falta de repertório afetivo que nos faz facilmente reféns de armadilhas sedutoras, tecidas de fantasias de amor ideal, romântico e cinematográfico.

O resultado desse descompasso entre realidade possível e idealização maravilhosa é o desencontro. Vivemos nos desencontrando… de nós mesmos, de nossas missões, de nossas possibilidades e formas bonitas de nos conectar com o outro. Vivemos nos esbarrando em expectativas que nos levam ao chão com a facilidade de um piso liso e ensaboado. Vivemos andando em ruas paralelas aos caminhos necessários às nossas vivências com potencial para serem transformadas em bem querer, intimidade e entrega consciente.

Mergulhados em tolas ilusões, entregamos nas mãos alheias o nosso destino. E ficamos assim, quietinhos, silenciosos e omissos, esperando que o outro nos desembrulhe e nos apresente a uma vida cheia de felicidade. Fechamos os olhos, apaziguados numa permissividade infantil e ingênua, crentes de que a nossa realização afetiva depende de sermos aceitos, afagados, incluídos e protegidos por outros braços, espaços e abraços que não os nossos próprios.

Encharcados de uma chuvinha intermitente de gotas de alienação emocional, abrimos mão de nos responsabilizarmos por nossa entrada, estada e retirada dos espaços afetivos daqueles que nos cercam. E, se não tomarmos consciência disso, em pouco tempo estaremos diluídos e aguados, incapazes de entender que a rejeição partiu de nós, em primeira instância. Em muitas situações, somos nós que determinamos se outro terá poder e permissão para nos rejeitar ou não.

A rejeição provoca marcas indeléveis na alma da gente. Por isso, precisamos emergir desse lugar de vitimização, para tomarmos posse de nossos corpos, mentes e sentimentos a fim de superar a dor de não termos sido escolhidos. Precisamos nos reencontrar com urgência, antes que sejamos tragados pela tentadora escolha de culpar os outros pela bagunça que nós mesmos causamos em nossas próprias vidas. Amar-se não é uma tarefa fácil, requer de nós coragem para nos concedermos os indispensáveis perdões e a leveza de alma que nos permita tirar das mãos alheias o direito de se desfazer de nós.

E eu morri…

E eu morri…

Estranho? Nem tanto. Se depois de ler esse texto você achar que ainda está vivo, ótimo!

Caso contrário, é bom repensar se ainda existe algum sopro de vida aí dentro. Vou contar como tudo aconteceu.

A minha primeira parcela de morte aconteceu quando acreditei que existiam vidas mais importantes e preciosas do que a minha. O mais estranho é que eu chamava isso de humildade. Nunca pensei na possibilidade do auto abandono.

Morri mais um pouquinho no dia em que acreditei em vida ideal, estável, segura e confortável.

Passei a não saber lidar com as mudanças. Elas me aterrorizavam.

Depois vieram outras mortes. Recordo-me que comecei a perder gotículas de vida diária, desde que passei a consultar os meus medos ao invés do meu coração. Daí em diante comecei a agonizar mais rápido e a ser possuída por uma sucessão de pequenas mortes.

Morri no dia em que meus lábios disseram, não. Enquanto o meu coração gritava, sim! Morri no dia em que abandonei um projeto pela metade por pura falta de disciplina. Morri no dia em que me entreguei à preguiça. No dia em que decidir ser ignorante, bulímica, cruel, egoísta e desumana comigo mesma. Você pensa que não decide essas coisas? Lamento. Decide sim! Sempre que você troca uma vida saudável por vícios, gulodice, sedentarismo, drogas e alienação intelectual, emocional, espiritual, cultural ou financeira, você está fazendo uma escolha entre viver e morrer.

Morri no dia em que decidi ficar em um relacionamento ruim, apenas para não ficar só. Mais tarde percebi que troquei afeto por comodismo e amor por amargura. Morri outra vez, no dia em que abri mão dos meus sonhos por um suposto amor. Confundi relacionamento com posse e ciúme com zelo.

Morri no dia em que acreditei na crítica de pessoas cruéis. A pior delas? Eu mesma. Morri no dia em que me tornei escrava das minhas indecisões. No dia em que prestei mais atenção às minhas rugas do que aos meus sorrisos. Morri no dia que invejei , fofoquei e difamei. Sequer percebi o quanto havia me tornado uma vampira da felicidade alheia. Morri no dia que acreditei que preço era mais importante do que valor. Morri no dia em que me tornei competitiva e fiquei cega para a beleza da singularidade humana.

Morri no dia em que troquei o hoje pelo amanhã. Quer saber o mais estranho? O amanhã não chegou. Ficou vazio… Sem história, música ou cor. Não morri de causas naturais. Fui assassinada todos os dias. As razões desses abandonos foram uma sucessão de desculpas e equívocos. Mas ainda assim foram decisões.

O mais irônico de tudo isso?
As pessoas que vivem bem não tem medo da morte real.
As que vivem mal é que padecem desse sofrimento, embora já estejam mortas. É dessas que me despeço.

Assinado,

A Coragem

Escrito por Lígia Guerra, conheça mais do seu trabalho na sua Fan Page

O pior tipo de estranhos: aqueles que já se amaram- Fellipo Rocha

O pior tipo de estranhos: aqueles que já se amaram-  Fellipo Rocha

Por Fellipo Rocha

Nós, que dividimos durante anos as eternidades de uma vida inteira, hoje, mal nos cumprimentamos na fila do supermercado. Temos sido, portanto, o pior tipo de estranhos: aqueles que já se amaram.

Nos tornamos recém desconhecidos há pouco mais de um ano e, até a presente data, ainda costumam aparecer novos desconectados para me questionarem sobre nós. No começo eu costumava levar na esportiva, explicava com riqueza de detalhes cada um dos motivos da nossa separação. Depois, passado um certo tempo, já um pouco fatigado do assunto, passei a responder somente que não estávamos mais juntos e que não tínhamos mais contato. Hoje, respiro fundo e me silencio, não sou obrigado.

Não posso dizer que não valeu, nem tampouco posso te agradecer por tudo. Talvez acreditamos ter feito uma boa escolha ao resolvermos ficar juntos, todavia, certamente tomamos uma decisão ainda melhor ao decidirmos nos separar. Se tivemos bons momentos? É claro que sim! Mas estes não foram suficientemente bons para compensar cada uma das dores de cabeça.

Espero que tenha encontrado alguém que não deixe a toalha molhada sobre a cama, que não arrote após um copo de Coca-cola (o que acho difícil) e que dê valor para as músicas indecifráveis que você tanto aprecia. Pois eu ainda procuro alguém que goste de Los Hermanos, que não suporte sequer a ideia de frequentar uma academia, e que tenha como esporte favorito uma saudável e infinita maratona de seriados.

No mais, até o próximo aperto de mão na fila do pão.

Conheça o Facebook de Felippo Rocha: Corpoesia

Psicólogos explicam por que pessoas muito inteligentes têm poucos amigos

Psicólogos explicam por que pessoas muito inteligentes têm poucos amigos

É óbvio que ter amigos é algo necessário, e que a interação com outras pessoas tem muitas vantagens. Alguns cientistas resolveram responder à pergunta: é realmente preciso ter amigos para ser feliz e estar plenamente satisfeito com a vida? Para isso, foi realizada uma pesquisa, da qual participaram 15 mil pessoas com idades entre 18 e 28 anos, moradores de áreas com densidades populacionais distintas e acostumadas a se comunicar frequentemente com os amigos.

Três conclusões principais da pesquisa

Os psicólogos evolutivos Satoshi Kanazawa, da Escola de Economia e Ciência Política de Londres, e Norman Lee, da Universidade de Gerenciamento de Singapura (SMU), após a análise dos resultados do estudo chegaram às seguintes conclusões:

  • Em primeiro lugar, as pessoas que moram em locais de alta densidade populacional, de forma geral, se sentem menos felizes.
  • Em segundo lugar, para se sentir feliz, a maior parte das pessoas precisa se reunir frequentemente com seus amigos ou com pessoas que pensam de forma similar. Quanto mais comunicação próxima, maior é o nível de felicidade.
  • Em terceiro lugar, as pessoas com inteligência superior à média da população representam uma exceção a esta regra.

Quanto mais alto é o QI, menor é a necessidade do ser humano de se relacionar constantemente com amigos.

Geralmente, intelectuais não consideram muito atraente a vida com muita atividade social. Eles não se interessam em ser a «alma da festa».

Pessoas muito inteligentes costumam ter um círculo social reduzido

O cérebro de uma pessoa com habilidades intelectuais elevadas funciona de forma diferente. E a sociabilidade está incluída nestas diferenças.

Sim, ser inteligente pode não ser algo simples. Dentro de cada intelectual existe seu próprio universo particular.

Para as pessoas com inteligência superior à maioria, a vida social é mais um supérfluo do que algo primordial. A maioria dos grandes gênios foram e costumam ser solitários. Na verdade, são poucas as pessoas que os entendem e os aceitam. Mas isso não é problema para eles. Pelo contrário, quanto mais precisam socializar, menos felizes eles se sentem.

Pessoas inteligentes gostam mais de tratar dos assuntos importantes para elas do que de socializar

A pesquisadora Carol Graham, da Brookings Institution, especialista na «economia da felicidade», acredita que as pessoas inteligentes usam a maior parte do tempo tentando atingir metas a longo prazo. Os intelectuais se sentem satisfeitos quando fazem aquilo que os leva a conquistar determinados resultados.

O pesquisador que trabalha na busca de vacinas contra o câncer ou o escritor que está criando um romance formidável não precisam interagir com outras pessoas. Até porque isso poderia distrai-los de sua meta principal, ou seja, influenciaria de forma negativa na sua felicidade e desequilibraria sua harmonia interna.

As razões estão no passado distante

Você já ouviu falar na teoria da savana? Segundo ela, há algo dos nossos ancestrais que carregamos não só nos genes, mas também em nossa memória subconsciente. O estilo de vida dos nossos antepassados, com que a história humana teve início, influencia até hoje em nossa vida e em nossa noção de felicidade.

Nos sentimos felizes exatamente nas mesmas situações e circunstâncias nas quais as pessoas que viveram há milhares de anos também se sentiam felizes.

Para sermos exatos, o círculo social dos antepassados se resumia aos 150 membros que seu grupo tinha, em média. Eles viviam em lugares isolados, com densidade populacional menor que uma pessoa por quilômetro quadrado. Precisavam estar sempre juntos para sobreviver num ambiente hostil.

Mas hoje vivemos na Era das tecnologias, com muita gente ao nosso redor. Porém, a maior parte das pessoas continua mostrando traços de comportamento dos nossos antepassados, que permaneceram em nossa memória genética. Parece até que nosso corpo vive numa realidade, e o cérebro, em outra. O corpo pode estar numa metrópole com milhares de habitantes, enquanto o cérebro permanece na savana praticamente deserta.

Isso serve para a maioria das pessoas. Mas não para todas.

Grande inteligência permite a adaptação às novas condições

Os intelectuais, diferentemente das pessoas com habilidades mentais medianas, conseguiram, em alguma etapa da evolução humana, superar a memória do passado, já que ela não se encaixa nos dias atuais.

Tais pessoas podem se adaptar com mais facilidade. Parece até que a natureza deu a eles a tarefa de resolver novos problemas evolutivos. Por isso, quem é inteligente pode viver facilmente de acordo com suas próprias leis, sem se apegar muito às nossas origens.

Uma inteligência alta permite que pessoa não fique dependente dos outros, e sim mantenha o foco em suas metas individuais. Pessoas inteligentes estão em harmonia com elas mesmas, e só de vez em quando precisam interagir mais intimamente com os demais.

Produzido com base em material de
The Washington Post

A construção

A construção

O primeiro dia de trabalho em um novo emprego se parece, com as devidas proporções, como o primeiro dia de escola. Nós chegamos todos animados, cheios de energia e disposição para começarmos logo, para nos enturmarmos, torcemos para que seja um ambiente agradável e que o tempo passe o mais rápido possível, se assim der. Não é verdade?

Buscamos ter uma boa convivência com os outros, ser o mais tolerante possível e respeitar as diferenças. Será que é tão pacífico assim? Bom, em tempos de crise, tudo isso mudou. No atual momento, onde vemos pessoas serem mandadas embora, serem dispensadas, descartadas depois de anos de trabalho na empresa, às vezes, prestes a se aposentar, o primeiro dia de trabalho muito se assemelha com a Katniss Everdeen lutando pela sua sobrevivência contra os doze distritos nos Jogos Vorazes.

E não, eu não estou exagerando. Vivi sim, como muitos de nós, ambientes de trabalho mais competitivos e também, mais amenos. Afinal, sempre existirão pessoas que vão ver o outro como uma possível ameaça, alguém que pode tomar seu emprego e não apenas um colega de trabalho, um colaborador. Mas na época anterior a crise, era um ou outro gato pintado que aparecia querendo aparecer mais do que todo mundo e que fosse mais competitivo mesmo.

Mas, agora a coisa mudou completamente de figura. As entrevistas de emprego, não são mais entrevistas onde o candidato conversava com o recrutador sobre seu currículo e suas experiências na vaga pleiteada com calma e tranquilidade.

A mão de obra hoje é tão grande, são tantas pessoas desempregadas e precisando de um trabalho que não podemos deixar de notar o desequilíbrio dessa balança. Onde a oferta diminuiu muito, havendo uma raridade de vagas, por outro lado, a procura por novas oportunidades de trabalho, aumentaram de forma surreal.

Na atual conjuntura, o que observamos é uma triagem, um bate-papo rápido, não mais que cinco minutos onde o recrutador apenas checa os dados do seu currículo. Sim, só isso. Você fez unha, sobrancelha, o cabelo, acordou cedo pra pegar umas três conduções, esperar metade do dia para ter apenas poucos minutos para convencer o entrevistador que você é à pessoa ideal para o cargo? E não pode perder tempo, porque do lado de fora há um processo seletivo para a mesma vaga com muitas das vezes centenas de candidatos de todas as idades e diferentes áreas de atuação.

As coisas estão cada vez mais acirradas, mais extremadas dentro do mercado de trabalho. Mesmo que você consiga o emprego que deseja, vive em total tensão com medo de ser descartado ou desagradar alguém a qualquer momento. Afinal, ninguém é insubstituível e sempre existe a real possibilidade de aparecer alguém mais no perfil da empresa do que você para a vaga. Isso é uma realidade na qual não podemos discutir, é a roda que move o capitalismo.

Mas não é por isso que começaremos a viver em completo estado de pânico e com medo de uma possível demissão. Não é possível que iremos digladiar uns aos outros, competindo o tempo todo, querendo ser melhor ou pegando o emprego do outro. As pessoas só porque precisam, se veem no direito de manipular, fazer joguinhos, ser leviano às vezes, se isso garantir a vaga do outro, um emprego melhor ou uma nova posição dentro da empresa.

As pessoas se enganam e falam pra si mesmas que os fins justificam os meios. Que a gente pode jogar sujo, manipular e até ser desleal para alcançar o que galgamos, o que sonhamos pra nós. Não justificam não, de forma alguma.

Não podemos torcer os nossos valores até aonde é conveniente pra nós, quando aperta o sapato. Quer uma posição melhor, um novo cargo, uma promoção? Trabalhe por isso honestamente. Dependa unicamente de você, se dedique, se empenhe, dê o seu máximo para poder melhorar, poder crescer, poder evoluir dentro do mercado profissional.

Mas não seja mesquinho, não deseje, não inveje aquilo que não é seu. Não faça fofocas, não dê rasteiras ou queira mostrar serviço em cima do outro. Não atropele quem tiver na frente só pra você poder seguir, poder continuar avançando em cima da derrota, em cima do fracasso do outro.

Tem pessoas que seguem a vida em piloto-automático, com a marcha engrenada, com um checklist em mãos, com metas, com objetivos, com sonhos a serem realizados e para isso eles se veem no direito de mover mundos e fundos, fazerem o que for e o que tiver que ser feito para eles chegarem aonde desejam.

Não importando quem esteja no caminho, eles passam por cima como um trator, um rolo compressor, derrubando, humilhando, diminuindo as pessoas por onde quer que eles passem. Não há limite, não há linha imaginária, não há nada que os impeçam de seguir, nem mesmo você, nem mesmo a gente.

A nossa queda aparentemente, é apenas um efeito colateral, nada de valor, nada muito mais do que isso. E o que podemos fazer para sobrevivermos a esse tufão, para não sermos atropelados nesse processo? Sinceramente, nada. Devemos dar passagem, devemos dar licença a esses alpinistas sociais e oportunistas.

Saímos da rota de colisão e mandamos boas energias, mandamos tudo de melhor no caminho deles. Apesar de tudo, que eles sigam seu próprio caminho e que não interdite, nem engarrafe o nosso.

Aprenda a jogar no seu time, não no do adversário

Aprenda a jogar no seu time, não no do adversário

“A vida é como um time de futebol: você não deixa de torcer pelo seu time quando ele perde ou cai na divisão, certo? Com a vida é do mesmo jeito, não podemos abandoná-la quando as coisas vão mal”. Assim ensina Domingos Oliveira em sua peça Clímax.

O problema é que temos a estranha mania de jogar contra nós.

Queremos emagrecer, porém não deixamos de comer besteiras ou beber uma tacinha de vinho todo santo dia.

Queremos novas oportunidades de trabalho, mas não vamos ao encontro delas; reclamar dá menos trabalho do que arregaçar as mangas e ir à luta.

Queremos viver um grande amor, mas nos comportamos como se quiséssemos, apenas, sexo casual.

Estamos endividados, todavia continuamos gastando dinheiro com coisas supérfluas.

Reclamamos de solidão, porém quando um amigo nos convida para tomar um chopinho ficamos com preguiça de sair de casa.

Reclamamos da rotina, mas se o telefone toca no meio da tarde de um domingo com algum convite inusitado tendemos a não aceitar.

Invejamos as viagens dos amigos no Facebook, no entanto não guardamos dinheiro para fazer nossas próprias viagens.

Tratamos com indiferença e silêncio glacial pessoas que nos são caras, mas pisaram na bola; queimamos por dentro de raiva ou saudade, quando na verdade o melhor seria chamar essas pessoas para uma conversa franca.

Queremos nos tornar mais cultos, todavia não desligamos a televisão, não trocamos Glória Perez por um Dostoiévski.

Queremos tempo livre para arrumar o armário ou a estante de livros, mas não saímos da Internet.

Queremos comer melhor, de maneira mais saudável, no entanto temos preguiça de lavar um pé de alface e cozinhar alguns legumes para bater uma sopa.

Queremos não tratar como primeira opção quem nos coloca sempre em segundo plano, porém quando nos damos conta estamos ofertando afeto a quem não merece.

Queremos uma pele de pêssego e não vamos ao dermatologista e, quando vamos, não temos paciência para usar os creminhos indicados todas as noites.

Em que time, afinal, estamos jogando?

Estamos jogando a nosso favor ou no time adversário (leia: frustração)?

Ninguém perde por dar amor, perde quem não sabe receber.

Ninguém perde por dar amor, perde quem não sabe receber.

A gente se culpa por muita coisa, o tempo todo, apesar de muitas vezes estarmos ilesos de qualquer participação no que acontece ou de termos agido corretamente. É o caso daqueles momentos em que nos arrependemos de ter amado, de termos dado o nosso melhor, de termos nos doado com inteireza, sem retorno algum.  Porém, não podemos achar que saímos perdendo ao amar, pois quem não recebe amor é que sempre perde.

Pessoas que acreditam no ser humano, acima de tudo, que chegam inteiras, sem rodeios, sem senões, pois acredita que a verdade é o melhor a se compartilhar, acabam amando mais, com maior intensidade e transparência. Infelizmente, muitos andam na contramão da entrega, resguardando-se de tudo e de todos, o tempo todo, tendo a desconfiança como a tônica de seu viver. Esses o amor jamais alcança de fato.

Seja após repetitivas decepções, após uma traição doída, seja por conta de um lar em ruínas e estéril, fato é que muitas pessoas não parecem prontas para amar, para se doar por completo, tampouco para receber tudo o que merecem. Machucaram-se demais, carregando o peso das escuridões que traz o amor incompleto – que nem amor é -, negando-se a recomeçar, haja vista o gosto amargo da desilusão que teima em persistir.

Por essa razão é que iremos sempre nos deparar com aqueles que pouco ou nada nos retornarão, em termos de gratidão, sorrisos, carinho e admiração. E então nos decepcionaremos, acharemos que perdemos muito tempo onde nada floresceu, com quem nada ofereceu. Ficaremos abalados e frustrados, alquebrados, sentindo-nos impotentes, sentindo-nos menos, menores. Na verdade, existem pessoas e lugares onde nada há para semear, a não ser vazio.

Mesmo que nos decepcionemos, que nos machuquemos, que nos sintamos incapazes de despertar algo de bom, será preciso nos lembrarmos de que não estaremos agindo errado quando existe amor sincero. A verdade nunca erra, apenas é incapaz de ser vista por quem nega amor em si e no outro. Ninguém perde por ser verdadeiro, por sentir e expressar inteireza, não nos preocupemos. Quem perdeu foi quem ficou lá atrás, longe de nós. Logo ali, haverá alguém que sabe lidar com amor verdadeiro. E será onde então faremos morada.

Felicidade alheia é o inferno de todo idiota

Felicidade alheia é o inferno de todo idiota

Olha só uma coisa. Todo mundo já sentiu infelicidade. Acontece. Ser infeliz é condição essencial para ter felicidade. Senão como é possível saber o que é uma coisa e o que é outra? Só é feliz quem já foi triste e vice-versa.

Agora, esse negócio de achar que o prazer de toda gente infeliz é fazer os outros também infelizes não é verdade, não. No mínimo, é injusto. Quem tem satisfação na infelicidade alheia não é necessariamente infeliz. É sádico e mau caráter. Pura e simplesmente tonto.

Você sabe. Para ser sádico, tonto e mau caráter não é preciso ser infeliz. Tem gente, aliás, que encontra a felicidade, esse estado relativo de realização e bem-estar, explorando o trabalho alheio. É! Tem gente por aí muito feliz por ganhar dinheiro nas costas dos outros, pagando uma miséria a escravos que fingem não viver na escravidão. Agora mesmo, uma multidão se refestela no papel do boboca ranzinza que distribui patadas a todo canto, em casa, no trabalho, na escola. É gente que acha engraçado ser escroto, faz disso seu “charme” e, no fundo, tem é um descarado tesão nesse tipo de maldade.

Com todo respeito, eu discordo de quem acredita que a alegria do infeliz é estragar a felicidade alheia ou atrair as outras pessoas para o seu estado de infelicidade. Isso quem faz é o patife, o cretino. O pervertido. Aquela gente que responde a um simples “bom dia” com um desnecessário “bom dia por quê?” e se acha original, verdadeira e inteligente, quando na verdade é só um papagaio adestrado repetindo asneira, uma mula raivosa escoiceando o mundo à sua volta e querendo aparecer.

Gente infeliz é diferente. Quer mais é ficar na dela. Curar suas feridas, entender suas dores, parar de sofrer. Ou acabar com essa amargura e esse pesar de uma vez por todas, em sua mais funda solidão. Não quer, de jeito nenhum, espalhar sua dor por aí. Isso é próprio dos babacas, não dos infelizes.

Todo babaca é assim. Gozando da maior felicidade ou mergulhado na mais funda treva, sua vida é infernizar alguém. É espalhar infelicidade em algum grau, de alguma forma, a quem puder. Não porque ele é um infeliz. Mas porque sua alegria consiste em se saber melhor do que os outros, superior a ponto de estragar-lhes qualquer instante do dia, encerrar o jogo, furar a bola, espalhar a roda. Repare. É assim que é!

Gente boa, quando abatida de alguma sorte pela tristeza, não deseja esse mal a ninguém mais. Isso é vício de gente ruim, imbecil e perversa a ponto de ser feliz por azedar a felicidade alheia.

Tristeza, não. Infelicidade, muito menos. Esses são outros sentimentos, determinados por outros estados de coisas, vividos por outro tipo de gente. Uma gente que agradece quando sente um cadinho de alegria, seja nela mesma, seja nos outros. E que só por isso já merece toda a felicidade que há no mundo.

Por que as pessoas inteligentes não se apaixonam facilmente

Por que as pessoas inteligentes não se apaixonam facilmente

Se há algo difícil de ser explicado, é o amor. O Incrível.club propõe a você uma reflexão muito interessante que pode fazer com que as coisas sejam vistas a partir de uma perspectiva diferente.
Afinal, por que as pessoas com inteligência acima da média muitas vezes têm dificuldade para encontrar a pessoa certa?

1. Analisam os sentimentos, tanto os seus quanto os do outro

Pessoas inteligentes sabem juntar informações e tirar conclusões. E esta habilidade traz algo que não é tão positivo, pois gente assim é mais propensa a ’fugir’ dos relacionamentos assim que surgem os primeiros sinais de problemas. Mal-entendidos e discussões? Não somos feitos um para o outro. E adeus.

2. Precisam de mais tempo para se abrir

O cérebro está sempre trabalhando a todo vapor, trazendo à tona todos os detalhes e motivos possíveis que poderiam colocar tudo a perder. O resultado disso é que as pessoas inteligentes têm dificuldade para se abrir com os outros, pois têm a consciência de que todo relacionamento é um risco. Por isso, frequentemente são vistas como frias e reservadas, ainda que não o sejam na realidade.

3. Confiam nas experiências anteriores

Outra armadilha que prende as pessoas inteligentes. Nem tudo que destruiu relacionamentos anteriores vai necessariamente acabar com sua relação atual. Porém, tal verdade pode ser difícil de ser enxergada. Elas sempre lembram das experiências de separações dolorosas do passado e as projetam para quem está ao seu lado no momento.

4. A solidão é uma escolha consciente

Sim, é verdade. As pessoas inteligentes percebem que é melhor estar só do que ’mal acompanhado’. É uma escolha bem pensada e totalmente consciente. Na maioria dos casos, essas pessoas não ficam sozinhas por conta das circunstâncias, mas porque gostam de si mesmas e se sentem muito bem sozinhas.

Fonte iheartintelligence
Foto de abertura Working Title Films

Me desculpa por não sentir culpa

Me desculpa por não sentir culpa

Me desculpe se eu não pude ser mais vontade do que desconfiança,
mais fantasia do que desconstrução.

Me desculpe se não pude ser mais mergulho no encantamento do que medo de me perder de mim mesma de novo.

Me desculpe se não pude te querer acima de mim, se não pude querer o amor acima da vida, se não pude me envenenar de sonhos, me entorpecer com ideias frescas.

Me desculpe por ser imatura, louca, instável, apaixonada, fria, bruxa. Chegar intensa e quando ver que não cabia inteira, virar as costas e sair sem olhar para trás.

Me desculpe, de verdade, por não me sentir mal.
Me desculpe, de verdade, por não sentir vontade de me explicar e pedir desculpas.

Me desculpe, de verdade, pelas verdades pulsantes e pelas mentiras ditas como tentativa de ser sua.

Me desculpe por não acreditar que você poderia me entender e me aceitar ao invés de me colocar para baixo e eu também não pude fazer o mesmo com você.

Desculpe por não ver maldade onde você vê, por não ver terror, por não querer ser melhor do que sou, por não me enquadrar, mesmo sabendo que eu poderia. Por não ter tido o cuidado sobre humano que você esperava.

Me desculpe por rir e achar que sim, tudo valeu muito a pena.
Me desculpe por não sentir culpa, por não me redimir, por não me arrepender e por não ter medo da solidão e da perda.

Me desculpe por não querer mudar.
Desculpe por errar e escolher o erro.
Por não entender bem o seu lado, e escolher ficar no meu.
Por não ter parâmetros morais e me perdoar e viver assim mesmo.

Por não querer tratar minha loucura para caber no seu abraço.
Por não acreditar numa vida mais bonita e comedida.
Desculpe as minhas vísceras expostas e o meu comodismo nelas.

INDICADOS