O amor na vida real é bem melhor do que os contos de fada.

O amor na vida real é bem melhor do que os contos de fada.

Já vi muitas pessoas suspirando de amores quando acabam de ver um filme de romance e dizerem: “Isso só acontece na ficção, na vida real não é bem assim” – em tom de desapontamento.

Realmente, a realidade é bem diferente dos filmes romanceados que vemos por aí. E, na maioria das vezes, esse é o nosso problema, porque idealizamos demais algo que foge do certo e errado, algo que não se enquadra em padrões e, como conseqüência, estamos sempre nos decepcionando quando o assunto é esse tal do amor. Idealizamos um amor que está longe de ser e de acontecer, porque ele não segue essa lógica idealizada. Na vida real, o amor enfrenta o medo, encontrando, como bloqueio, as diferenças e a insegurança.

Nem sempre o cara vai levá-la para um jantar à luz de velas e o primeiro encontro será perfeito, daqueles que você chega em casa suspirando e corre contar às amigas. Nem sempre ele vai ligar incansavelmente, até você atender, logo depois do primeiro encontro. Talvez, na realidade, as coisas sejam um pouco diferentes. Talvez vocês se conheçam comendo um “dogão”, lambuzando-se de sorvete e rindo de coisas bobas em uma noite qualquer. Talvez ele vá de bicicleta vê-la e não meça esforços para arrancar um riso seu.

Pode ser que o cara não seja o mais desejado pelas mulheres, não tenha tantas curtidas nas fotos, deteste academia e não abra mão de assistir a um jogo de futebol no domingo à tarde. Talvez ele seja aquele que a beija na testa enquanto esperam o elevador, que a leva ao cinema para ver aquele filme que você tanto quer e a deixa escolher o sorvete do Mc Donald’s.

Talvez ele seja aquele cara simples, com o coração gigante, que a encanta a cada dia, que a abraça quando você está triste e que sussurra em seu ouvido: “eu estou aqui com você”.

Pode ser que ele seja o homem que a olha como quem admira e, depois, diz o quanto você está linda, como quem espera o seu sorriso tímido disfarçado de amor. Aquele cara que olha nos olhos sem medo do silêncio, sem medo do que possa vir depois, e que encare as tempestades com você.

Talvez ele seja o cara que ame a sua paixão por comida e sabe que a levar para comer um lanche com muita batata palha é o certo para fazê-la feliz. Talvez ele não seja um príncipe, como nos contos de fadas, e tudo não aconteça tão rápido quanto nos romances, mas é que, na realidade, as coisas são diferentes.

Talvez ele seja o grande amor da sua vida, um amor que não se enquadra nos seus padrões. Pode ser que ele seja o cara que realmente a deixa à vontade para ser quem você é, aquele que dá a liberdade para soltar a sua risada escandalosa, e a deixa à vontade para contar aquela piada sem graça de que ninguém ri.

Pode ser que você esteja idealizando demais, vivendo de menos, esperando muito e se decepcionando em dobro, deixando de ser feliz com quem realmente faz você feliz. Saia dos padrões, liberte-se dos status e permita-se, afinal, o novo é bonito e não assustador como parece.

O amor, na vida real, é mais bonito do que o de conto de fadas; não nos garante finais felizes e nem um príncipe encantado, mas nos garante um coração disposto a amar, faz-nos amadurecer e melhorar tanta coisa em nós, que é bonito ver a evolução de nós mesmos com o tempo e com o outro.

O amor, na vida real, permite-nos pisar em terra firme e, ao mesmo tempo, alçar vôo, como quem deseja viajar no mundo do outro. O amor dos contos de fadas, dos filmes romanceados, tem a sua trilha sonora, mas como é bonito se reinventar e poder escolher a nossa própria melodia.

Quer saber? Ela vale a pena

Quer saber? Ela vale a pena

Pode ser que ela chegue numa sexta-feira ensolarada ou mesmo em um sábado de chuva. Pode ser que ela apareça daqui a alguns minutos, esbarrando com você naquela esquina da qual sempre passa. Ou pode ser que ela leve uma vida inteira para entrar na sua vida. De qualquer forma, não importa. Se ela sorrir com jeito, for sincera nos gestos e trouxer desejos puros no coração, não a perca de vista. Ela vale a pena. Ela é amor da cabeça aos pés, acredite.

Quando conhecê-la, dispa-se dos medos passados. Ela não precisa disso, pois já sofreu o suficiente nos desencontros de outrora. Seja honesto da primeira até a última conversa de cada dia. Ela quer saber que o seu coração almeja sentimentos sólidos e não euforias líquidas. Ela não liga para o seu signo e ascendente porque, nos verdadeiros cruzamentos da vida, quem traça os caminhos dos relacionamentos são as escolhas que fazemos. Ela quer reciprocidade em tempos de amores econômicos. Claro, ela também sente medo. Ela também ainda aprende a lidar, diariamente, com todas as decepções que nenhum emocional merecia suportar. Mas ela é forte. Logo, ela precisa que você também seja. É atitude não só nos encantos distribuídos, mas nos planos propostos. Ela quer carinhos e a excitação de noites inesquecíveis. Aprender novas artes, comer pratos diferentes e viajar para paisagens incomuns a maioria.

Ela gosta das canções que você escuta. Ela acolhe histórias que você já leu e também aquelas que nunca ouviu falar. Ela admira essa sintonia naturalmente concebida entre vocês. Não se trata de um encanto passageiro, mas de instantes inteiros e dispostos à luz do mundo. Percorrer essa vivacidade é o que faz dela alguém especial. Nada de comparações e suposições sobre amores desgastantes. Ela não quer isso.

Pode ser que ela já tenha chego. Pode ser que, algum dia desses, ela tenha surgido diante do seu coração e acenado gentilmente. Pode ser até que ela tenha dito tudo o que você precisava saber para reconhecê-la. Ou pode ser que ela estivesse, durante uma vida inteira, procurando justamente você. De qualquer forma, não importa. Se ela te viu sorrir, ser sincero nos gestos e tendo trago desejos puros no coração, acredite, ela não o perderá de vista. Porque, para ela, você vale a pena. Você é amor da cabeça aos pés, ela acredita.

Você já parou para pensar se é mais luz ou escuridão?

Você já parou para pensar se é mais luz ou escuridão?

Há pessoas para as quais olhamos e desconfiamos que, em seu íntimo, estão circundadas por “trevas”. Há outras que, ao contrário, olhamos e vemos luz. Estas são uma inspiração à nossa evolução. O equilíbrio, pois, é sempre possuirmos em nosso interior a maior quantia possível de luminosidade, e isso pode ser conquistado se nos abrirmos verdadeiramente ao Amor.

Há pessoas para as quais olhamos e desconfiamos que, em seu íntimo, estão circundadas por “trevas”. Seu modo de agir nos dá pistas de que, diferentemente do que pode aparentar, dentro do seu coração rolam soltos o pessimismo, a desesperança, os conflitos. Muitas vezes, apenas confusão. Confusão por não se compreender. Confusão por não se ajustar. Confusão por não se encontrar.

Por não saber nem por aonde começar. É uma guerra interna. A pessoa, com ela mesma. E é uma briga perdida, pois não há como uma parte dela sair vencedora e a outra perdedora. Enquanto houver conflitos internos, sempre haverá perdas. Perdas que, em sua maior parte, são pessoais e intransferíveis.

Há outras pessoas que, ao contrário, olhamos e vemos luz. Elas iluminam onde passam. Sensibilizam corações, amolecem calosidades da vida, tornam nosso dia melhor, nossos problemas menores, o ambiente mais leve… São um convite ao autoconhecimento, ao auto=resgate e à iluminação, às vezes, sequer sem nada fazer diretamente. Pode ser um colega, um terapeuta, ou até mesmo um desconhecido.

Há pessoas que, assim que as vemos pela primeira vez, já constatamos que são pura iluminação. Muitas vezes, basta apenas a sua presença para nos levantar. Conviver periodicamente com elas, trocar ideias, ouvir suas lições, então, pode significar a mudança do rumo das nossas vidas. São sempre bem-vindas, a qualquer pessoa, a qualquer lugar.

Todavia, a maioria dos seres humanos não é nem tanto escuridão, nem tanto luz. Oscilam entre um e outro. Ora uma porcentagem maior deste, ora daquele. E o equilíbrio, diversamente do que possa parecer, não é a divisão perfeita entre ambos. Uma vida equilibrada virá quando formos mais luz. Nem que seja mais luz apenas para nós mesmos, o que já é uma conquista e tanto!

Como, então, deixar que a luminosidade prevaleça? Ele, como sempre: O AMOR. Simples e solenemente o Amor. Mas que tipo de amor, amor por quem? O Amor mais genuíno e puro possível, sem gênero, sem destinatário, sem medida, sem descrição. Aquele que vem da fonte divina e inesgotável, que está sempre à disposição de tudo e de todos. Aquele que é possível acessar sozinho, a qualquer hora, em qualquer lugar.

Aquele que basta fechar os olhos, colocar as mãos no peito e sentir. Aquele com o qual basta silenciar um pouco a mente (quase sempre tagarela demais) e se conectar. Conexão com aquilo que se acredita ser superior a tudo e a todos (o nome não importa). A força motriz. A energia vital universal. O grande espírito. A divindade.

É aquele sentimento que gera, de repente, uma alegria genuína simplesmente por se existir. Que ocasiona um desejo simples e profundo de bem querer a todos, indistintamente. O sentimento que não julga, não questiona, não busca comprovação científica e nem reconhecimento alheio. Ele apenas existe para ser sentido. Para conectar. Para iluminar…

Se pararmos para pensar, veremos que, no fundo, tudo se resolve com ele – o Amor -, sem maiores procuras e divagações: conflitos internos, externos, vazios existenciais, perdimentos, ansiedades, tristezas, angústias, desilusões…
Ele preenche espaços vagos, cura feridas, apaga a dor, acalenta o coração sofrido, une as pessoas, acaba com os conflitos, traz paz ao planeta.

Vale a pena darmos uma chance a ele na nossa vida. Simples assim: parar, silenciar, conectar, sentir. Sem estudos ou técnicas complicadas. Só nós e a nossa disposição, a nossa vontade e a nossa predisposição à iluminação, que nos é inerente, não tenhamos dúvida! A escuridão, pois, vai ficando, pouco a pouco, para trás…

Abrir-se ao Amor, permitir-se, entregar-se: isso pode mudar o mundo! Começando com o nosso mundinho particular. Expandindo, depois, mesmo sem querer, para o entorno. Porque, sim: chega uma hora em que ele transborda. Não cabe mais apenas no nosso peito. E é automática a sua ligação com os todos os amores expandidos das outras pessoas. E assim surge a luz! Aquela que cada um nós e o planeta tanto precisam…

Você age sem pensar ou pensa demais e não age?

Você age sem pensar ou pensa demais e não age?

Por mais estranho que pareça, o que mais tem é gente nesses extremos. Ou faz e só depois pensa. E, em geral, se arrepende. Ou pensa tanto, que não faz. Não sai do lugar. Não tenta. Não arrisca.
Qual é o certo? É o seu certo! Isso mesmo! O que é correto para você?

Arrisco dizer que o que mais abre espaço para resultados satisfatórios é aprender a ouvir o coração. E, para ouvi-lo, é preciso silêncio por algum tempo. Talvez alguns minutos, horas ou dias. Porém, não muitos dias senão a história pode desandar…

Entrar em sintonia com a sua intuição, ou sabedoria interior, é o que te faz agir sentindo ao invés agir pensando, pois agir permite estar por inteiro na experiência. Presente no acontecimento. Acordado para o aqui e agora.

Porque quando você age sem pensar, pode até estar sentindo, mas muito provavelmente é um sentimento precipitado, agitado, distorcido, embaçado. Pode até acertar, mas será muito mais por estatística do que por consciência.

E quando você pensa tanto que não faz, desperdiça vida. Você se atola no seu medo e passa seus dias derrapando. Injeta uma energia absurda, mas não sai do lugar. E cansa. E se frustra. E desanima. E, muitas vezes, desiste da felicidade que estava muito mais perto do que você acreditou.

Não é a toa que os grandes mestres de todos os tempos recomendam, sobretudo, respirar. Menos a toa ainda é o dito popular que sempre nos lembra: Tá nervoso? Respira fundo e conta até 10! Esse conselho é de uma sabedoria tão simples e tão eficiente, tão óbvia e tão cientificamente comprovável, que muita gente ignora.

Porque o simples parece que descomplica. Mas o mundo está abarrotado de gente que só complica as coisas e não percebe isso! Afinal, o complicado parece mais dramático. Cabe mais o lugar de vítima ou de herói. Só que gente-vítima é chata demais. E gente-herói é fake demais.

Nesses extremos, falta autenticidade. Falta espontaneidade. Falta essência e coração!

Então, chega de gastar energia por nada! Seja desperdiçando energia agindo desgovernadamente ou pensando excessivamente. Isso não conecta você ao que você pode viver de melhor, de mais transformador, de mais verdadeiro.

Portanto, seja lá o que for que precise decidir agora ou depois, apenas pare e respire profundamente. Em seguida, aprenda a se fazer algumas perguntas e ficar em silêncio para ouvir a sua resposta, aquela que vem de dentro, da sua sabedoria:

“Qual é a melhor atitude a tomar? Qual é a escolha mais digna? Qual é a ação mais íntegra que posso ter? O que exatamente eu faria?”
Relaxa, porque as resposta virão! E se estiver demorando muito, pode apostar que é você quem não está ouvindo por causa da zoeira interna que tem feito! Fale ainda mais baixo. Sussurre. Silencie. Medite.

E o mais importante: ouça seu coração!

Eu só precisava de alguém que me fizesse acreditar de novo no amor.

Eu só precisava de alguém que me fizesse acreditar de novo no amor.

Eu achava que não precisava de ninguém. Depois de tantos tombos e feridas, fechei-me para esse tal do amor. Na verdade, eu não sabia que eu precisava, após tantas histórias e fracassos, de alguém que tivesse paciência comigo, que entendesse as minhas feridas e a parede que criara em meu coração. Alguém que visse os meus bloqueios como algo que pudesse ser destruído, que não entendesse as minhas grosserias e falta de romantismo como falta de sentimento, mas como medo. Medo de me machucar, de novo.
Eu só precisava de alguém que olhasse para mim por alguns segundos e que sussurrasse ao meu ouvido o quanto eu estava linda, que gostasse do meu pijama velho, do meu cabelo desarrumado, que adorasse a decoração nova que fiz no meu quarto.
Eu só precisava de alguém que se preocupasse com os meus problemas, não a ponto de resolvê-los, mas que se importasse com a minha dor. Que, ao olhar para o meu passado e minha história, entendesse o porquê de tantas barreiras.

Eu só precisava de alguém que se lembrasse do meu chocolate favorito quando fosse ao supermercado, que achasse graça no meu sono exagerado e nessa minha paixão por comida.
Eu só precisava de alguém que me abraçasse bem forte, como quem diz: “Eu te protejo”. Alguém que fizesse os meus domingos tediosos mais alegres e que tornasse um filme dublado engraçado e divertido. Alguém que me mandasse um verso bonito que leu num livro qualquer.
Alguém que entendesse que não sou esse coração de pedra que dizem e que, ao me conhecer, enxergasse o melhor de mim, sentindo saudade quando eu tivesse que partir.
A verdade é que eu almejava por alguém que entendesse o meu medo de me apaixonar novamente, mas que fizesse com que eu me apaixonasse num piscar de olhos, daqueles sentimentos que, quando a gente vê, já foi. Uma companhia boa daquelas que faz o tempo voar. Alguém que adorasse o fato de ficar deitado comigo, olhando paro céu, para as estrelas ou para a parede velha do meu quarto, planejando um futuro, mesmo que distante. Eu só precisava de alguém para compartilhar os meus segredos, contar como foi o meu dia e que não achasse os meus sonhos uma bobagem.

Como eu queria alguém que se orgulhasse de mim, que vibrasse com as minhas vitórias e que adorasse brincar com o meu cachorro. Eu só precisava, de alguma forma, saber que alguém não iria desistir de mim na primeira dificuldade e que, mesmo com todos os bloqueios que criei, não iria desistir de mim na primeira briga ou me abandonar no primeiro problema. Eu só precisava de alguém que tropeçasse nesse tal de amor, que esbarrasse em mim e me abraçasse, como quem diz: “esse foi o melhor tropeço da minha vida”.
Eu queria ter o meu tempo respeitado; na verdade, eu só precisava de alguém que me fizesse me arriscar e que me desse coragem para tentar o novo. Na realidade, eu só precisava de alguém que me fizesse entender o porquê de nunca ter dado certo com ninguém antes. Logo eu, que achava não precisar de ninguém, depois de tantas dores e de quase desacreditar do amor, hoje me vejo tão bem ao lado de um alguém que, ao invés de espinhos, trouxe flores.

As caixas de brinquedos das nossas vidas

As caixas de brinquedos das nossas vidas

Rubem Alves, após mastigar, ruminar e digerir Santo Agostinho, disse que possuímos duas caixas: a de ferramentas e a de brinquedos. Nossa caixa de ferramentas, segundo ele, seria aquela que abriga as coisas úteis, os instrumentos, tudo aquilo que é necessário para a sobrevivência; enquanto na caixa de brinquedos encontraríamos o empinar de uma pipa e o rodar de um peão, a leitura de um conto e uma dança de salão: inutilidades, coisas que pertencem à ordem do amor.

Ao me deparar com esta feliz metáfora, me pego refletindo sobre como temos administrado nossas caixas. Consigo pensar em várias pessoas do meu convívio que, por excesso de obrigações – que a sobrevivência impõe ou que elas mesmas criam -, devem estar com suas caixas de brinquedo empoeiradas pelo abandono.

Focados na concretização de objetivos diários, sejam eles maiores, como passar em uma prova, ou menores, como a garantia da limpeza corporal, recorremos, constantemente, a leituras técnicas e sabonetes, e negligenciamos – ou brincamos com eles acompanhados de culpa – os brinquedos que nos presenteiam com o prazer singular que reside nas coisas que não são meios, mas amadas por si só.

Tempos atrás, indiquei a um amigo um seriado do qual gostava muito e ele confessou que preferia não começar a assistir pois poderia se interessar e aquilo seria perda de tempo, não o levaria a lugar nenhum. Já eu, vez ou outra, faço questão de não ir a lugar nenhum: sento no chão e esparramo os brinquedos da minha caixa, afinal, como disse Rubem Alves, “quem está brincando já chegou”.

Ainda que a felicidade também more na caixa de ferramentas e, com um punhado de sorte e escolhas bem feitas, a inutilidade daquilo que fazemos apenas por prazer possa se transformar em instrumento, acredito que, em um mundo que gira em torno do “útil’, que supervaloriza agendas lotadas de afazeres, é importante que possamos preservar aquilo que não nos dá nada além de descanso

Não confunda meu bom humor com imaturidade

Não confunda meu bom humor com imaturidade

As pessoas confundem muita coisa, rotulando as pessoas de acordo com conceitos estanques, que não condizem com a realidade. Embora existam certos ambientes que requerem tranquilidade e seriedade, para que se possa fazer o que é preciso, silêncio demorado e cara fechada o tempo todo adoecem qualquer ser humano. Não dá para passar horas seguidas apenas com foco e concentração extrema, sem que a alma se inquiete. O sorriso precisa de ar.

Muitos acham que todo ambiente de trabalho deve ser um túmulo silencioso, que adultos não ficam achando graça nas coisas, que Facebook só é lugar de postagem séria, que Whatsapp tem que ser usado apenas para assuntos importantes, que adulto não faz palhaçada, como se a maturidade correspondesse à capacidade de não demonstrar felicidade. Isso mesmo, como se silêncio correspondesse a responsabilidade, como se incapacidade de rir fosse sinal de maturidade. E ainda se sentem no direito de querer impor aos outros o que pensam ser o mais adequado.

Inadequado é achar que risada é infantilidade, que adulto é sempre sério, que trabalho não combina com nenhum tipo de diversão, que silêncio e cara fechada são sinônimos de responsabilidade. Inadequado é a pessoa achar tudo isso e ainda querer que todo mundo aja dessa forma, para que não caia nas garras de seus julgamentos e de suas acusações. Responsabilidade e maturidade podem muito bem condizer com alto astral e alegria de viver, com risadas, com bom humor.

Da mesma forma que ficar rindo o tempo todo, com tudo, pode denotar algum tipo de insegurança, não se permitir, de forma alguma, um momento de descontração, seja no trabalho, seja na vida, pode significar qualquer coisa que não seja maturidade digna de um adulto. Nada em excesso faz bem, avida pede equilíbrio, inconstância, alternância. E mais, quem se sente bem como é não tem que impor a quem quer que seja o seu modo de vida como o mais correto, como exemplo a ser seguido. Isso é tirania.

Felizmente, quem possui bom humor e alegria de vida, quem é feliz e bem resolvido, não cuida da vida de ninguém, pois se importa mesmo é com os momentos que valem a pena, junto a pessoas alegres e bem amadas. Por isso mesmo, enquanto os infelizes perdem tempo fazendo cara feia e maldizendo quem é feliz, os bem humorados ganham tempo sendo felizes e amados por gente sincera. Vida que segue.

Paparazzi de nós mesmos

Paparazzi de nós mesmos

Tem gente que cisma em fazer biquinho ou franzir a testa para todas as fotos que tira.

Tem gente que pisca um olho, abre a boca para sorrir; tem gente que não sorri nunca, que sorri sempre, que está sempre de óculos escuros ou de perfil. Mas nem sempre foi assim!

Dia desses revisitei alguns álbuns antigos de fotografias impressas, da época da minha adolescência, quando não havia ainda rede social e as máquinas não eram digitais.

Bateu uma saudade daquele tempo em que eu chegava de uma viagem e ficava louca para ver as fotos! Buscar as fotos na Kodak e sentar num café para organizar o álbum era quase como que viajar de novo.

Adorava selecionar as mais bonitas para serem as primeiras do álbum e depois marcar encontrinhos com as amigas para partilhar os cliques das férias. Todas nós levávamos nossos álbuns nesses encontrinhos e de fato só via nossas fotos quem a gente convidava.

Não sou nostálgica de carteirinha, não! Não tenho como mantra de vida a frase “antigamente as coisas eram melhores”. Pelo contrário, adoro as novas tecnologias e as redes sociais apesar dos seus defeitos colaterais.

Ocorre que, olhando as fotos dos álbuns antiguinhos, por exemplo, percebi que ninguém, absolutamente ninguém, estava preocupado em estar bonito na foto – nem eu, ó céus!

As pessoas se abraçavam de verdade, se jogavam na situação. Se estavam bêbadas pareciam bêbadas, se estavam dançando pareciam que estavam dançando, se estavam rolando no chão de rir estavam rolando no chão de rir. O nome disso seria espontaneidade? Não sei…

Garrafas de coca-cola, restos de comida em pratos, copos feiosos, guardanapos amassados, toalhas manchadas de molho: ninguém se ocupava em preparar o cenário mais bonito depois de um almoço entre amigos antes de disparar o flash.

Ok, hoje estamos mais bonitos nas fotos e nossos cenários mais caprichados, porém fico pensando: será que as fotos não deixaram de cumprir sua função: registrar, eternizar momentos? Afinal, todo mundo se sente (e se comporta como!) meio diretor de arte, fotógrafo, modelo ou artista e altera “o momento” para que ele fique melhor e “mais apresentável”.

A ironia disso tudo é que acabamos nos tornando paparazzi de nós mesmos e de certa forma nos obrigamos a estar bonitos, finos, criativos, descolados, elegantes (com a pele e o cabelo OK!) até quando vamos à padaria! – vai que lá tem um doce diferente, maravilhoso e colorido, e a gente invente de fazer uma foto dando uma mordida para o Instagram!!?? Nham…

Certa vez a poeta portuguesa Sofia de Mello Breyner, do alto dos seus 80 anos, ao olhar uma foto de sua juventude, comentou: “como o tempo nos muda”.

Se fosse da minha geração, talvez ela dissesse: “como as novas tecnologias nos mudam”.

Sobre nossa necessidade de postar tudo o que vivemos, falei no texto Posto, logo existo.

Tenho medo de quem fala mal dos outros e pavor de quem elogia demais a si mesmo.

Tenho medo de quem fala mal dos outros e pavor de quem elogia demais a si mesmo.

Deus nos livre de gente autorreferente. Eu, hein! Não gosto, não. Assumo. Desconfio de quem começa uma frase com a máxima “eu costumo dizer que…”, como quem tenta atribuir um valor enciclopédico a ideias repetidas, banais, verdades prontas e cansativas tungadas de todo canto. Não dá! Tal como os alérgicos a camarão e lactose, eu tenho alergia a pessoas afeitas a falar bem de si mesmas.

Gente que não perde uma oportunidade de anunciar o quanto se preocupa com o outro, o quanto paga seus impostos corretamente, o quanto defende a liberdade, a igualdade e a fraternidade me dá coceira e me dá medo. Quem faz o que acha certo não precisa dizer o que faz. É só fazer e pronto! Quem diz maravilhas demais sobre si próprio me dá mais pavor do que quem fala horrores sobre os outros. Fujo de um tanto quanto do outro.

Não, eu não estou defendendo a autoesculhambação sem medida. Não acho que todos os seres capazes de falar mal de si mesmos sejam poços de virtudes. Eu só tenho a impressão de que o autoelogio é um péssimo hábito. Puro e simples cabotinismo, jeito rasteiro de chamar a atenção: puxando o próprio saco. Quem se presta a elogiar os próprios feitos tenta provar a seus interlocutores que eles estão diante de um dos melhores exemplares da espécie humana. E isso, cá entre nós, é masturbação com plateia. Patético!

Não é por nada, não. A liberdade de expressão garante a qualquer um o direito de exaltar suas próprias maravilhas. Mas eu acho que gente boa de verdade prefere investir o seu tempo em coisas boas de verdade. Não em tagarelar por aí o quanto é especial. Amor próprio é bonito. Autopropaganda é exagero.

Ninguém devia falar bem de si mesmo para provar isso ou aquilo. Se o sujeito é pessoa boa, basta ser o que é, uma pessoa boa, e deixar os outros concluírem o que quiserem. O que há de difícil nisso?

E como cansa essa ladainha do “ó, eu acredito num mundo melhor… ó, eu choro quando vejo uma injustiça… ó, eu divido tudo o que tenho… ó, eu distribuo cestas básicas…”. Tudo isso para nada presta se não vier acompanhado de gestos práticos, atitudes e ações que dispensam o discurso.

Quem é bom mesmo não precisa dizer, repetir, alardear. A gente sabe. O mundo se dá conta e agradece de seu jeito. Mesmo que ninguém vá lhe oferecer a chave da cidade, um título de cidadão honorário e outros gestos tão úteis quanto distribuir capas de chuva na seca nordestina. Quem faz uma coisa boa não o faz porque espera que alguém reconheça e lhe dedique uma estátua em praça pública. Faz porque acha que deve fazer. Ou não?

Do mesmo jeito que ninguém precisa falar mal dos outros para dizer bem de si mesmo, ninguém carece mergulhar no autoelogio para provar o seu valor. Isso é chato, enfadonho, serve apenas para fazer a vida passar mais rápido.

Você não me leve a mal. Mas eu acho que quem precisa tanto falar bem de si mesmo tem das duas uma: ou uma imensa ignorância ou uma tremenda culpa no cartório. Deus nos livre de um e de outro.

Tornou-se pedra, a menina que um dia foi flor

Tornou-se pedra, a menina que um dia foi flor

Os dias mais marcantes são aqueles em que a gente sai deles um pouco modificados. São os dias que nos lembraremos para sempre, não importa quanto tempo passe. São os dias em que, sem anestesia alguma, somos confrontados com as verdades que nos fazem crescer, e de alguma maneira, enrijecer.

É preciso cuidado para não se blindar demais. Cuidado para não tornar pedra o que um dia foi flor. Cuidado para não deixar de acreditar na poesia, na delicadeza, no amor.

Todos nós passamos por sustos. Por momentos em que a vida nos dá uma rasteira e não sabemos mais em que solo pisamos. A gente se fere, se fecha, se ressente. Mas é preciso força para ser novamente semente. Para transformar pequenas gotas de orvalho em banho de chuva corrente. Para chorar mágoa e renascer flor. Para enxugar o pranto e cicatrizar a dor.

Não é de uma hora para outra que a gente endurece. A dor é cumulativa, e de tanto sentir o chão ruir, vamos nos fechando também.

Aos poucos fui tecida concreto, cimento e rocha. Aos poucos tornou-se pedra a menina que um dia foi flor.

Porém… Ninguém é feliz por inteiro quando perde a fé. Quando perde a esperança por dias risonhos e noites dançarinas. Quando não há transpiração nem emoção. Quando falta amor e sobra rancor.

Por isso e para isso existe o tempo. O tempo que sopra as feridas e afofa o solo árido de nossas crenças e emoções. O tempo que restaura a dor e seca o pranto. O tempo que possibilita que volte a ser flor o que um dia foi pedra.

Contrariando o que se esperava dela, a flor rasgou o chão. A flor rompeu a muralha de cimento e buscou a luz. A flor encontrou uma sutura mal feita na rocha e brotou inteira, forte e verdadeira, sob os raios de sol. A flor desafiou as intempéries da jornada e resistiu como alicerce de delicadeza e fortaleza.

Que haja mais motivos para ser flor do que pedra. Que minha alma não endureça a ponto de murchar diante do primeiro obstáculo, nem de perder o viço diante da aridez do terreno. Que não falte brisas de esperança, chuvas torrenciais de harmonia e luz abundante de calmaria.

Os dias mais marcantes são aqueles em que a vida contraria o óbvio. Em que os começos difíceis são massacrados pela força de um final feliz. Em que a brisa suave do pensamento leva embora um furacão de sentimentos. Dias em que a urgência de ser feliz aprende a ser calmaria do encantamento. E tempo em que toda a poesia grita em detrimento de todo barulho que há em mim…

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Que a leveza que liberta nos encontre desarmados

Que a leveza que liberta nos encontre desarmados

Vivemos a projetar a nossa felicidade em grandes feitos no tempo futuro. Quando eu tiver dinheiro suficiente para uma vida mais confortável serei feliz. Quando eu encontrar o amor perfeito da minha vida serei feliz. Quando eu tiver mais tempo disponível serei feliz. Quando eu conquistar o emprego dos sonhos serei feliz. Quando tudo estiver estabilizado eu finalmente serei feliz.

A rigor, o que estamos fazendo é de uma burrice sem tamanho, percebe? Projetamos a idealizada felicidade, segundo o roteiro de um filme desses de ficção científica. O problema desses filmes é que eles mostram terras áridas, construções monumentais em ruínas, cenários acinzentados para personagens acinzentados. O futuro é absolutamente incerto, essa é a nossa única certeza.

E não passa de utopias tolas essas condições limitantes a que nos submetemos por nossa própria conta e risco. O dinheiro nunca será o suficiente, posto que a nossa relação com os bens materiais é de total submissão: queremos sempre mais do que temos.

O amor da vida é tão subjetivo quanto uma bolha de sabão. Que vida? Em qual momento dela? Amor não é “da vida”, amor é construção de afeto. Perfeito? Como assim, perfeito?

O emprego dos sonhos só existe até a página quatro; a partir da página cinco você já estará às voltas com desafios de relacionamento entre hierarquias e achando que ninguém te dá o devido valor.

E essa história de estabilidade? Ah, fala sério… É da nossa natureza arranjar alguma coisa para se coçar, ainda que seja sarna. Basta algum setor da nossa existência ficar “estável” que a gente começa a pinicar por toda parte. Aliás, “estável” é uma palavra padrão para boletins médicos que se referem a pacientes em longos períodos de internação – “O paciente está estável.” –, desejo com todas as minhas forças, que os deuses (todos eles, antigos e novos) me defendam disso!

E toda essa expectativa em relação aos dias que estão por vir, sobre os quais não temos controle e a respeito dos quais pouco sabemos, só serve para nos colocar um peso insuportável nos ombros. Acabamos como vítimas de nossa própria eterna necessidade de adiar a felicidade, simplesmente porque não sabemos identificar as pequenas e inefáveis alegrias presentes.

Baixemos a guarda, as armas, as mãos. Paremos de nos assaltar em emboscadas, cujo único propósito é nos colocar contra uma parede que parece encolher a cada dia. Tenhamos a gentileza de nos estender a própria mão, num auto amor que já passou da hora de acontecer.

Marquemos um encontro com nosso riso fácil, nossos ombros relaxados, nossas pernas bambas do prazer dos afetos simples. Sejamos adoráveis a ponto de nos convidarmos, a nós mesmos para uma dança libertadora, sem passos demarcados, ritmos acertados, nenhuma coreografia. Corpo solto namorando a melodia.

Encontremos tempo para nos redescobrir enquanto é tempo. Enquanto ainda não nos corrompemos o suficiente para servir às coisas que nos matamos de trabalhar para conquistar. Enquanto ainda somos capazes de rir sem querer e chorar quando tiver vontade.

E que a leveza que liberta nos encontre desarmados, para que não nos reste nenhuma outra alternativa, a não ser nos entregarmos a ela. Brisa, sol de fim de tarde, noites de temperatura amena. Que seja leve tudo o que não for breve; e o que for breve que seja ainda mais leve!

Todo filho é pai da morte de seu pai.

Todo filho é pai da morte de seu pai.

” Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.

É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.

É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e intransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.

É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela – tudo é corredor, tudo é longe.

É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.

E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.

Todo filho é pai da morte de seu pai.

Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.

E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.

Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.

Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.

A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.

Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.

A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.

Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.

Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?

Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.

E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.

Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.

No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira: e

— Deixa que eu ajudo.

Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.

Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.

Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.

Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.

Embalou o pai de um lado para o outro.

Aninhou o pai.

Acalmou o pai.

E apenas dizia, sussurrado:

— Estou aqui, estou aqui, pai!

O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali. ”

-Autor desconhecido

Lembra-se da última vez que respondeu com amor?

Lembra-se da última vez que respondeu com amor?

Responder com amor sim, não necessariamente com o coração porque nem sempre responder com o coração é responder com amor.

Uma vez escrevi um texto sobre esta questão sublinhando que o melhor desarme é o amor: ‘Responde com amor sobretudo quando não esperam que o faças. Não porque é o “correto”, não porque és fiel a determinada religião, mas porque só pode ser esse o caminho (…)’. O certo é que, revisitando esse texto, posso dizer que a estrada da vida tem continuado a mostrar-me isso mesmo.

O amor contagia. A bondade tem vontade própria, vontade de se multiplicar e crescer exponencialmente quando alimentada por pessoas do bem; não boas pessoas, pessoas do bem, porque todos nós temos as nossas imperfeições. O que distingue as pessoas é que quem é do bem disciplina o seu coração para não ceder ao ódio, à raiva ou ao rancor e para lembrar o melhor que cada um tem e traz à nossa vida.

O amor cura. Uma vez vendo um programa da Oprah (Winfrey) há alguns anos lembro-me de ouvir uma frase que me marcou: “Basta um pouco de amor para acabar com a loucura”…. Eu acredito nisso, no poder do amor para ajudar a Humanidade a encontrar o seu caminho.

Deparo-me por vezes com a situação incômoda de ver a importância do amor ser menosprezada e talvez para mim própria no passado essa relevância não fosse tão evidente como me é hoje.

É também para mim evidente que é tão mais difícil mantermo-nos “do bem” quando se olha em redor e não deixar corromper a nossa essência continuando a lutar pelos valores que nos fazem dormir com a consciência tranquila no final do dia. Admiro todos aqueles que se mantêm fiéis a si mesmos por mais que se sintam por vezes esmagados. E mais: ser do bem não é querer agradar a todos mas tratar com amabilidade todos aqueles que conhecemos ou desconhecemos a sua dor. É isso que faz de nós humanos, apenas.

Como terminei o texto que referi acima continua a fazer sentido dizer que ‘talvez escreva como vivo, no mundo da lua, mas ainda quero acreditar nos meus sonhos de criança, que este mundo pode ser melhor se assim o quisermos, que tu podes realmente melhorar se o desejares e que, juntos, podemos preservar o que de melhor este planeta tem…o amor”.

15 frases inspiradoras de “Comer, rezar, amar”

15 frases inspiradoras de “Comer, rezar, amar”

“Comer, Rezar, Amar” é um livro da escritora Elizabeth Gilbert e um filme de 2010, que narra a história da jornalista que troca a segurança de um casamento não muito feliz por uma viagem de redescobrimento. Muita gente se encantou com o livro e filme, e muitas frases foram eternizadas. Nós, da Soma de todos os Afetos, nos identificamos em diversos momentos, e percebemos que as situações vividas pela protagonista contam a história de todos nós. Por isso, selecionamos 15 frases que nos inspiram. Espero que gostem!

“A gente precisa ter o coração partido algumas vezes. Isso é um bom sinal, ter o coração partido. Quer dizer que a gente tentou alguma coisa.”

“Há momentos que temos de procurar o tipo de cura e paz que só podem vir da solidão.”

“Todo mundo fica assim no começo de uma história de amor: quer felicidade demais, prazer demais, até adoecer.”

“- Sinto sua falta.
– Então sinta minha falta. E me mande amor e luz toda vez que pensar em mim. Depois esqueça. Não vai durar pra sempre, nada dura.”

“Aprenda a lidar com a solidão. Aprenda a conhecer a solidão. Acostume-se a ela, pela primeira vez na sua vida. Bem-vinda à experiência humana. Mas nunca mais use o corpo ou as emoções de outra pessoa como um modo de satisfazer seus próprios anseios não realizados.”

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Julia Roberts as “Elizabeth Gilbert” in Columbia Pictures’ EAT, PRAY, LOVE.

“Para chegar ao castelo, você precisa nadar pelo fosso.”

“Se houve sofrimento é porque você tentou.”

“Olhe o mundo através do seu coração, assim encontrará Deus.”

“Esses dois têm muitos problemas, problemas sérios que precisam resolver; mas juntos, são perfeitos um para o outro, existe sentimento, vai entender…”

“Há momentos que temos que procurar o tipo de cura e paz que só podem vir da solidão.”

“Melhor viver o seu próprio destino de forma imperfeita do que viver a imitação da vida de outra pessoa com perfeição. Então agora comecei a viver a minha própria vida. Por mais imperfeita e atabalhoada que ela possa parecer, ela combina comigo, de alto a abaixo.”

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“Tem que aprender a escolher seus pensamentos da mesma forma que escolhe suas roupas todos os dia, trabalhe sua mente é a única coisa que deve controlar porque se não dominar seus pensamentos terá problemas sempre.”

“E se a gente simplesmente reconhecesse que nosso relacionamento é ruim, e mesmo assim ficasse junto? […] Dai a gente poderia passar a vida inteira junto… infelizes, mas felizes por não estarmos separados.”

“Sabe o que senti quando acordei hoje de manhã? Nada. Nem paixão, nem entusiasmo, nem fé, nem emoção. absolutamente nada. Eu acho que eu passei do ponto onde se poder chamar isso de um mal momento e isso me apavora. Meu Deus, essa ideia é pior do que a ideia da morte. É essa pessoa que eu vou ser de agora em diante?”

“Quanta gente já ouvi dizer que os filhos são a maior realização e o maior reconforto de suas vidas? São aqueles com quem eles sempre podem contar durante uma crise metafísica, ou em um momento de dúvida quanto a sua relevância – Se eu não tiver feito mais nada nesta vida, então pelo menos terei criado bem os meus filhos.”

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