15 filmes sobre a perda de um amor.

15 filmes sobre a perda de um amor.

O adeus que conversa com a cama vazia, cabides sobrando, prateleiras pedindo sapatos, xícaras e pratos adormecidos, supermercado solitário, viagens não compartilhadas, fotografias contando da vida que passa a residir na memória…

1-P.S.EU TE AMO: Holly Kennedy (Hilary Swank) é casada com Gerry (Gerard Butler), um irlandês engraçado por quem é completamente apaixonada. Porém quando Gerry morre devido a uma doença a vida de Holly também acaba, já que ela entra em profunda depressão. Mas o que ela não esperava era que, imaginando que isto poderia acontecer, Gerry deixou para ela diversas cartas antes de morrer. Cada uma delas busca guiar Holly no caminho de sua recuperação, não apenas da dor pela sua perda, mas também de sua própria redescoberta.

contioutra.com - 15 filmes sobre a perda de um amor.

2-MINHA VIDA: Bob Jones (Michael Keaton), proprietário de uma empresa de relações públicas, tem um casamento sólido e feliz. Gail Jones (Nicole Kidman), sua mulher, espera um filho, mas ele é portador de um câncer inoperável e tem os dias contados. Com isso, decide então gravar um vídeo para o filho, se apresentando e passando para ele toda sua experiência, desejando muito estar vivo no dia de seu nascimento.

contioutra.com - 15 filmes sobre a perda de um amor.

3-O AMOR PODE DAR CERTO: Quando Henry Griffin (DermotMulroney) descobre que está com câncer terminal, ele decide viver sua vida ao máximo. Ao assistir uma aula de psicologia na Universidade de Nova York ele conhece Sarah Phoenix (Amanda Peet), com quem logo se envolve.

contioutra.com - 15 filmes sobre a perda de um amor.

4-A DELICADEZA DO AMOR: Quando o marido de Nathalie morre em um acidente, seu mundo vira de cabeça para baixo. Para superar os momentos tristes, ela decide dedicar-se ao trabalho e deixa de lado seus sentimentos. Até o dia em que ela, sem mais nem menos, beija Markus, seu colega de trabalho. Os dois embarcam numa jornada emocional não programada, revelando uma série de questões até então despercebidas por ambos, o que os leva a fugir para redescobrir o prazer de viver e entender melhor esse amor récem-descoberto.

contioutra.com - 15 filmes sobre a perda de um amor.

5-AMOR ALÉM DA VIDA: Depois da morte de seus dois filhos, Chris Nielson (Robin Williams) e sua mulher Annie (Annabella Sciorra) passam por insuperáveis dificuldades emocionais. Anos depois, acontece outra tragédia: Chris também morre. Ele vai para o Paraíso, onde conhece Albert (Cuba Gooding Jr), um rapaz de bom coração que vai ajudá-lo a se adaptar à nova existência. Para Annie, a morte do marido é a última gota que a prendia à vida, e ela acaba se suicidando. Porém, diferente de Chris, ela não vai ao Paraíso, mas sim a um lugar diferente, uma espécie de purgatório onde ficam as almas perturbadas. Quando descobre o destino da mulher, Chris pede ajuda a Albert e os dois saem em uma jornada em busca da salvação da alma de Annie, provando que o amor desafia qualquer infortúnio.

contioutra.com - 15 filmes sobre a perda de um amor.

6-O PESCADOR DE ILUSÕES: Jack Lucas (Jeff Bridges) é um locutor de rádio egocêntrico, que fala o quer em seu programa sem pensar nas possíveis consequências. Um dia um ouvinte conversa com ele ao vivo, dizendo que conheceu uma mulher por quem se apaixonou em um bar yuppie. Jack de imediato descarta que ela tenha se interessado por ele, dizendo que todos os yuppies deveriam morrer. O ouvinte não pensa duas vezes: pega o rifle, vai até o bar e mata seis pessoas, antes de se suicidar. A tragédia provoca forte impacto em Jack, que desaba no alcoolismo e larga a carreira. Três anos depois, Jack conhece Parry (Robin Williams), um mendigo que o salva de ser espancado. Logo Jack descobre que Parry enlouqueceu após sua esposa ser assassinada, no bar yuppie onde seu ouvinte provocou uma tragédia.

contioutra.com - 15 filmes sobre a perda de um amor.

7-A CULPA É DAS ESTRELAS: Diagnosticada com câncer, Hazel Grace Lancaster (ShaileneWoodley) se mantém viva graças a uma droga experimental. Após passar anos lutando com a doença, a jovem é forçada pelos pais a participar de um grupo de apoio e logo conhece Augustus Waters (AnselElgort), um rapaz que vai mudar completamente a sua vida.

contioutra.com - 15 filmes sobre a perda de um amor.

8-UMA NOVA CHANCE PARA AMAR: Quando Nikki perde o marido, ela fica devastada. Os amigos e a filha encorajam-na a retomar a paixão pela pintura e pelos museus, mas Nikki ainda não consegue levar uma vida comum. Um dia, ela encontra um homem incrivelmente parecido com o seu falecido marido e se apaixona por ele, sem revelar o seu trauma ao novo namorado.

contioutra.com - 15 filmes sobre a perda de um amor.

9-À BEIRA DO CAMINHO: Para fugir dos traumas do passado, o caminhoneiro João (João Miguel) resolve deixar sua cidade natal para trás e cruzar o país. Ele dirige Brasil afora, sempre solitário, até que numa de suas viagens descobre que o menino Duda (Vinicius Nascimento) se escondeu em seu caminhão. Duda é órfão de mãe e está à procura do pai, que fugiu para São Paulo antes mesmo dele nascer. A contragosto, João aceita levá-lo até a cidade mais próxima. Entretanto, durante a viagem nascem elos entre os dois, que faz com que João tenha coragem para enfrentar seu passado.

contioutra.com - 15 filmes sobre a perda de um amor.

10-UM DIA: Dexter e Emma se conhecem durante a faculdade, em 1988, e passam a se encontrar uma vez por ano, durante 20 anos. A história acompanha suas vidas e amores durante o período, até que eles percebem que foram feitos um para o outro. Baseado no livro homônimo de David Nicholls.

contioutra.com - 15 filmes sobre a perda de um amor.

11-UP – ALTAS AVENTURAS: Um velhinho viúvo chamado Carl Fredricksen, com seus setenta e poucos anos de idade, passou a vida sonhando em explorar o planeta e viver plenamente a vida. Até que um plano mirabolante invade sua cabeça teimosa: fazer sua casa inteira levantar voo através de balões e transportá-la dos Estados Unidos a um lugar em meio às montanhas da Venezuela.

contioutra.com - 15 filmes sobre a perda de um amor.

12-A ÁRVORE: Um casal vive feliz com seus quatro filhos em um vilarejo da Austrália. Depois da morte repentina de seu pai, Simone, de oito anos, passa a dividir um segredo com sua mãe Dawn: ela acredita que seu pai pode conversar com ela através das folhas de sua árvore preferida e passa horas ali, sentindo a presença dele. O novo vínculo entre mãe e filha é ameaçado quando Dawn começa um relacionamento com George, o encanador contratado para remover as raízes incômodas da árvore. Quando os galhos da árvore começam a entrar pela casa, a família é forçada a tomar uma decisão.

contioutra.com - 15 filmes sobre a perda de um amor.

13-AGORA E PARA SEMPRE: Tessa, é uma adolescente de 17 anos apaixonada pela vida. Diagnosticada com uma doença terminal, ela decide fazer bom uso de cada momento fazendo uma lista de coisas que uma adolescente normal iria experimentar. Com a ajuda de uma amiga, ela começa a pôr em prática os itens da lista e, enquanto seus pais e seu irmão lidam com o medo de perdê-la de suas próprias maneiras, Tessa passa a explorar um mundo novo e viver cada dia o mais intensamente possível. No entremeio, a garota se apaixona por Adam, seu novo vizinho, item que não estava na lista mas que se prova a mais revigorante experiência de todas.

contioutra.com - 15 filmes sobre a perda de um amor.

14-O AMOR ACONTECE: O viúvo Burke Ryan (Eckhart) escreveu um livro sobre como lidar com perdas e como se tornou um Best-seller, ele se transformou num guru da autoajuda. Numa viagem de negócios a Seattle, ele conhece Eloise (Aniston) e se apaixona por ela. Eloise assiste ao seminário de Ryan e consegue compreender que na verdade ele não conseguiu ainda enfrentar a morte da esposa.

contioutra.com - 15 filmes sobre a perda de um amor.

15-OUTONO EM NOVA IORQUE: Will Keane (Richard Gere) é um playboy cinquentão que tem como promessa nunca ter um compromisso sério com uma mulher. Quando ele conhece Charlotte Fielding (Winona Ryder), uma jovem que tem a metade da sua idade, imagina que terá com ela outro rápido e fácil romance. Mas nada no relacionamento de ambos é fácil ou rápido. Apesar da diferença de idade, eles terminam se apaixonando perdidamente e fazendo com que Will resolva abandonar sua decisão de nunca assumir um compromisso amoroso. Mas Charlotte tem um sério motivo para recusar a proposta de ter uma relação com Will que dure para sempre: ela está morrendo.

contioutra.com - 15 filmes sobre a perda de um amor.

Doutor Estranho

Doutor Estranho

Doutor Estranho é um filme de norte americano, baseado no personagem homônimo da Marvel Comics. Stephen Strange, é um bem-sucedido neurocirurgião, com um ego inflado. O filme retrata um homem, que vive para a profissão e para o umbigo. Sua arrogância o leva a desprezar as relações, inclusive com sua colega de trabalho e ex – namorada, Christine.

A forma como Strange lida com o mundo, de forma prática e racional, nos mostra que parece se tratar de alguém com função principal sensação e auxiliar pensamento. Seu gosto apurado, sua relação apenas com o que é tangível e sua predileção pelo intelecto em detrimento do sentimento e das relações, mostram esses aspectos. O filme então ilustra o que ocorre, quando uma função principal se desgasta e é necessário desenvolver as demais, principalmente a inferior.

De um ponto de vista coletivo, podemos observar muito daquilo que é admirado no mundo ocidental: o homem com poder e prestígio externos, a realização profissional, a eficiência, o ter e os processos racionais e cognitivos. O irracional, a sensibilidade, o ser, a intuição e a alma, são desprezados pela cultura ocidental. O filme então, mostra uma crítica e uma mudança de paradigma.

Strange perde o uso de suas mãos em um acidente de carro e isso me faz lembrar do conto de fadas A Donzela sem mãos, quando a mocinha tem suas mãos cortadas pelo pai que fez um pacto com o diabo.

De certa forma, Strange também vende sua alma ao diabo e faz um pacto infeliz com os valores externos em prol de sua alma. Ao perder o uso das mãos, ele perde sua capacidade de fazer algo no mundo externo. Ele perde sua capacidade de atuação e seus dons criativos. Ele precisou perder sua capacidade extrovertida de atuar para olhar de forma introvertida para aquilo que falta nele.

Muitas figuras mitológicas de deuses e heróis apresentam algum tipo de aleijamento. O aleijado na mitologia, costuma ser alguém criativo – vide Hefesto, deus da forja –e também simboliza o curador ferido – vide Quirón.

No processo de individuação, o confronto com o inconsciente, com os complexos materno e paterno sempre traz uma lesão ao frágil ego. O herói, nos contos de fadas e mitos, também apresenta essa ferida como uma marca, não só como ponto fraco. Édipo tinha os pés inchados, por exemplo, como forma de apontar para um destino especial do herói.

Em termos psicológicos é como se o trauma original impulsionasse o herói para a individuação, carregando não somente seus complexos, mas também sua ancestralidade, ou seja, os problemas e questões não resolvidos por eles.

Strange é o herói, aquele que restabelece a situação saudável da consciência coletiva. Ele tem uma marca, um destino especial. Sobre o fato da lesão ter sido na mão do Dr Estranho. As mãos se ligam ao agarrar, segurar. A criança quando começa a se relacionar com o mundo, faz isso tocando, pegando os objetos. Isso significa que ele perdeu a capacidade de apreender as questões e também a capacidade de fantasiar criativamente e a vitalidade da infância.

Strange precisa ser preciso, executivo e por isso reprimiu a capacidade criativa, a de ir além dos sentidos. Em termos coletivos vemos muito em nossa sociedade que valoriza a eficiência – as mãos –mas que ironicamente, acaba sendo ferida justamente nelas. E a mão dele nunca mais voltará ao normal, mas ao mesmo tempo a ferida na mão é que é a sua redenção, seu verdadeiro dom. O dom é a ferida!

contioutra.com - Doutor Estranho
Cena do filme: Doutor Estranho, Disney/ Buena Vista

O então médico ferido segue para o Kamar-Taj, no Nepal, local onde ouviu falar de um ex paraplégico. Ele então conhece a Anciã, que lhe mostra o plano astral e outras dimensões. As outras dimensões fazem um paralelo ao plano do inconsciente, diferente do plano cartesiano da consciência. Lá não há tempo e espaço e lá existe o mundo das possibilidades, onde tudo é possível e irracional.

Strange começa o seu aprendizado com a Anciã e com Mordo – que se torna seu amigo – e aprende também (devido a sua inteligência) dos livros antigos da biblioteca. Strange é tomado e começa a aprender vários feitiços. Ele então se torna um mago. E aqui vemos então, além do arquétipo do herói, o do mago. Ou seja, aquele que é capaz de alterar a sua realidade. O Mago é aquele que está em sintonia com o Cosmos e com o Self.

Projetamos esse arquétipo no xamã, ou seja, aquele que transita entre os dois mundos e traz a cura e as repostas para o sofrimento.
O Mago é então aquele que sabe transitar, que conhece a influência mutua entre o mundo exterior e o interior. Conhece e compreende a sincronicidade. O Mago em nós permite que tenhamos a experiência do todo, e assim passamos a experimentar na prática que o que está em nós contém o que está fora de nós. O Mago então se liga profundamente à função intuição. Sonhos, fantasias, momentos de percepção intuitiva, são realidades para ele.

Strange representa esse arquétipo, mas também alguém que agora sabe alterar sua realidade e aceitou sua intuição. A mudança de personalidade se mostra na dor e na luta do herói com sua função inferior.

Após o seu desenvolvimento como mago, Strange irá então se deparar com um elemento bem importante na jornada do herói, a sombra, através do feiticeiro Kaecilius. Ele e seus seguidores roubaram o ritual de um livro proibido pela Anciã. Kaecilius e seus seguidores usam as páginas roubadas para começar a convocar o poderoso Dormammu, guardiã oda Dimensão Negra, onde o tempo não existe e todos podem viver para sempre.

A forma negativa do Mago, busca seu próprio proveito. Usamos o Mago negro, quando rotulamos algo ou alguém e assim fazendo com que a realidade assuma aquele nome. Ao dizer a alguém: “Você é esquizofrênico!”, definimos a identidade de alguém em relação a doença, e assim definimos dessa forma toda a sua identidade. Somos gordos, brancos, negros, altos ou baixos, e não seres humanos em uma amplitude de camadas que ainda podem ser desconhecidas. Os rótulos estão cada vez mais presentes na nossa cultura, temos um verdadeiro desespero quando não nos encaixamos em um estereótipo ou não conseguimos nomear algo, ou alguém.

O Mago saudável sabe navegar no desconhecido, sabe que em relação a alma existem diversas facetas e uma amplitude inesgotáveis. Sabemos também que não podemos viver para sempre. Os magos atuais, buscam a juventude eterna, e esse é o lado negativo do arquétipo. O Mago positivo, conhece e respeita os ciclos da natureza, ele sabe que a morte é necessária e que a morte é a pura transformação.

Ao confrontar sua sombra Strange entra em um dilema, ele terá que decidir entre recuperar o uso de suas mãos ou defender o mundo. Ele agora é o curador ferido, o homem criativo, o mago e o transformador. Seu dom está na dor e na impotência que o faz lembrar que o poder não é dele, mas do Self.

Muitas vezes arrogamos de possuir nossas ideias, no entanto, a ideia não é nossa, mas de uma instância maior que o ego. Podemos entrar na hubrys, ou seja, na inflação psíquica, assim como Kaecilius.

A impotência em sua mão ainda o faz lembrar que é humano! Ele também entra em conflito com a Anciã, que drena energia da Dimensão Negra para ter mais poder e longevidade. Ao confrontar Kaecilius, ela cai de um prédio de 20 metros e morre. Mas antes se comunica com Strange no plano astral dizendo que uma hora ele vai ter que quebrar certas regras como ela.

A Anciã tem uma caracterização bastante andrógina, apontando para uma representação simbólica do Self. Uma representação de alguém individuado, que integrou masculino e feminino. Ela também possui a integração com seu lado sombrio, e isso é uma surpresa para o herói. Temos a ideia de que o Self, e a imagem da divindade como masculina e iluminada, mas há na totalidade todos os aspectos.
Além disso, há o fato da Anciã morrer. Como que um símbolo do Self morre?

O Self, é o centro do sistema autorregulado da psique, do qual depende o bem-estar do indivíduo. Isso se mostra nos sistemas religiosos vigentes e nos sistemas políticos, reis e governantes também carregam essa projeção.

A história comparada das religiões mostra a tendência dos rituais ou dogmas religiosos a tornarem-se superados depois de um tempo, a perderem seu impacto emotivo original, tornando-se fórmulas mortas. Isso é verdadeiro não somente para as doutrinas religiosas e sistemas políticos, mas para quase tudo na vida, pois quando algo se torna consciente por muito tempo, é como o vinho que se esvai da garrafa; torna-se um mundo morto (Von Franz, 2005). Por isso esse símbolo precisa de renovação constante, pois se não a vida se petrifica.

O símbolo do SELF tem necessidade de renovação constante, de compreensão e contato, pois, de outro modo, corre o perigo de se tornar uma fórmula morta — um sistema e uma doutrina esvaziados de seu significado e tornar-se uma fórmula puramente exterior.

Por isso, a Anciã, como esse símbolo, morre. Ela então deixa o espaço vazio para que um novo símbolo se manifeste.

Strange usa o Olho de Agamotto para voltar no tempo, enfrentar a Dimensão Negra e impedir a destruição do mundo. Ele usa de estratégia para enfrentar o ser da outra dimensão. Ao assimilar o Mago e sua sombra, ele consegue entrar nesse outro mundo e “negociar” e com muita paciência.

Em termos psicológicos representa por exemplo, a imaginação ativa. Onde o ego entra em uma relação e uma dialética com o inconsciente. No filme Strange, negocia com aspectos sombrios do seu inconsciente para que fiquem menos destrutivos. Algo que só um ato de heroísmo e abnegação.

Strange então aceita seu papel de herói, mesmo perdendo os movimentos da mão. Além disso, ele precisa aceitar o fato de que alterar a realidade e fazer magia traz muitas responsabilidades e consequências que um ego maduro precisa aceitar.

Longe de finalizar o assunto do filme, que possui muitos aspectos e facetas, a jornada de Strange, mostra a transformação de alguém, que vivia para a realização externa, a busca de status e reconhecimento, arrogante e sem vínculos amorosos, em alguém que foi humilhado por seu inconsciente e teve de se voltar para ele, em um encontro com sua função inferior, transformando sua personalidade.

Uma jornada de individuação, que retrata as dificuldades no caminho, muitas vezes dolorosas, mas que serve de espelho para que nossa jornada rumo a busca de nós mesmos tenha sentido e para que nossos conflitos e sofrimentos possam ser compreendidos e transformados.

Mais do que nunca precisamos do contato com nosso Mago interior, ou seja, aquele que fará a ponte entre nossa consciência e o mundo interior.

O amor é para os corajosos – é preciso estar pronto pra amar

O amor é para os corajosos – é preciso estar pronto pra amar
Imagem de capa: oneinchpunch/Shutterstock

Algum lugar do mundo, 19 de novembro de 2016

Meu bem,

Pule fora de amores mal dados, afetos de má vontade, conflito e confusão. Caia fora. Encare de vez essa carência e solidão.

Sei que tem muito amor para dar. Que seu coração sofre por não encontrar alguém que mereça recebê-lo e, mais ainda, retribui-lo. Mas, corra, quantas vezes forem necessárias, dos que te fizerem duvidar se ainda vale a pena amar.

Rejeite, enjeite, rechace tudo que for forçado, empurrado, engolido. Normalmente, regado à ansiedade e descaso. Não tema dizer adeus, quantas vezes forem necessárias. Mesmo que seu medo de ficar só seja insuportável. Não existe solidão maior do que estar sozinho acompanhado. Do que não se sentir retribuído. Mendigar afeto e não ser amado.

As situações talvez estejam se repetindo para que aprenda alguma lição. Amor verdadeiro requer preparo e maturidade. O que falta ser entendido? A cada adeus, o que fica, então? Melhor ainda, o que você deixa que levem? E sinto muito. Não é roubado. É dado de bom grado. Conscientemente ou não. A quem você dá permissão de tirar seu rumo, seu sono, seu sossego sem que seja para amar?

Talvez a lição mais dura seja aquela que nos ensina que o amor próprio precisa vir primeiro. De que não devemos buscar nossa metade: devemos ser inteiros! Inteiros o suficiente para não deixarmos que qualquer um entre e bagunce nossa casa. Deixe que os indecisos se resolvam, que os machucados se curem, que os sem esperança decidam arriscar. Amor é para os corajosos e antes que ele chegue, é preciso estar pronto pra amar.

Moça, moço, agradeça a tentativa, diga não, dê adeus. Chore talvez, por um dia ou dois, mas com a certeza que não era seu. Se não for seu caminho, não adianta malabarismo, reza, superstição. Não vai pra frente. O amor chega pra quem está preparado, aparece de repente, naquele momento em que nos sentimos completos com o que somos. Flui naturalmente.

Pare agora de dar murro em ponta de faca. Acredite que o amor existe da boca pra dentro, pra dentro da alma. E aja de acordo com isso. Não existe nada de errado em ser intenso, ir com tudo, dar seu melhor. Não jogue! Seja você mesmo. Esse nunca foi o problema, pode acreditar. Aquele que vier pra somar gostará do lado bom e do pior. Portanto, ao primeiro sinal de falta de reciprocidade, diga adeus, mude a direção: escolha a si mesmo! E faça com que não exista amor maior.

Estamos combinados?

A corajosa geração que tem medo de amar

A corajosa geração que tem medo de amar

Você sabe, não é tarefa fácil amar alguém. É preciso ter uma energia, uma generosidade, uma cegueira. Há até um momento, bem no início, em que é preciso saltar por cima de um precipício: se refletirmos, não o fazemos.

Jean-Paul Sartre

Cuidado para não guardar esse potencial para amar por toda uma vida e privar-se dos seus sonhos mais clichês pensando ter agido por coragem, quando na verdade deixou que seus medos o dominassem. Neste momento, não diga que está sozinho por ter sido nobre quando decidiu não magoar, e quem sabe até mesmo não destruir, pessoas especiais que encontrou pelo caminho.

E matou lindos amores antes de terem nascido. Por um tempo a mais para viver livremente. Por um tempo extra pra se autodescobrir, criar coragem, ter certeza. Esperando a hora exata. Só não sabia que quanto mais se descobrisse, mais se daria conta de seus vazios, mais medo teria e mais incertezas te assombrariam a cada decisão. Só não entendia que amar – de verdade – não implica em parar todo esse processo. Onde aprendeu que amor é sinônimo de estar algemado, trancado, impedido de mudança e crescimento?

E quem disse que tem obrigação de só fazer escolhas certas? De que não pode simplesmente encarar uma decisão errada e mudar de direção conscientemente? Agora, encontrar um caminho cheio daquilo que gostaria e abandoná-lo não é prudência – é covardia.

Não me entenda mal. Respeito seu momento e suas angústias. Elas não são sem sentido. Existe sim nobreza em assumir suas fraquezas e não querer que elas destruam a quem você viu um brilho. Deve sentir-se orgulhoso em não estar mais naquele ponto em que se arrisca e, se não der certo, dane-se o outro. Mas quem é você para saber o que a cada um é fatal? Deixe disso. Tem medo é de perder-se novamente e de não saber quem você é no meio de dois. Tem medo de não conseguir enxergar onde estará a vírgula, as reticências e o ponto final.

Preciso te contar uma coisa. Sabe aquele seu relacionamento fodido? Que te deixou com tanto receio de amar novamente? Doeu demais, não é? Como é triste ver transformar-se em estranheza algo que fora um dia tão lindo. Quanto sofrimento. Quanto dano foi causado em vocês. Você não quer isso novamente. É prudente, entendo. Você sofre por algo que quebrou. Não tinha mais jeito. O apego te deixou naquela situação até que os sentimentos apodrecessem. Não se sinta culpado, talvez não haja um só ser que não tenha passado por um desses.

Acontece que o problema nunca foi amar e ser amado. O problema nunca foi estar em um relacionamento. E agora acredita que este é o perigo. O perigo é a falta de sinceridade e respeito. É continuar pisando em terra onde o amor já morreu faz tempo. E ao tentar evitar sofrimento igual fugindo de planícies férteis, talvez encontre um novo tipo de dor mais a frente: a dúvida do que poderia ter sido, mas não foi por receio do mesmo (ou do pior). E tenho dito, medo é algo que cresce rapidamente mesmo em ambientes inóspitos. Imagine nesse seu coração?

Se me ouviu até aqui, deixe-me prolongar mais um pouco… Não existe tempo certo além do agora. Cuidado com as decisões que toma e que são baseadas em pensamentos sobre o futuro, pois quem fala por ele é o medo ou a ansiedade, os quais não são lá muito conhecidos pela criação de roteiros bonitos. O amor só fala no presente, em breves momentos. Na vontade de ter mais um abraço daqueles que aquecem a alma. De sentir aquela sintonia em uma conversa que vai muito além de papos Leblon. Ok, talvez seja bom somente por um final de semana, um mês, um ano… Vai saber? Mas, por que privar-se desse presente da vida ao preferir o pretérito imperfeito? Meu bem, viver não pede que sejamos perfeitos. Às vezes vale a pena pagar pra ver.

Talvez pense que estou a tentar convencê-lo. Negativo. É que vi em você algo especial, um potencial para o profundo e fiz questão de deixar a reflexão. Pode não ser pra agora, mas que seja feita a cada vez que a vida te trouxer uma boa razão. Se minhas palavras pareceram praga, não é a intenção tão pouco. Nada do que falo é livre de erros. Aqui não existe verdade absoluta, somente o que sinto – o que vai muito além do que vejo. Além disso, não há problema algum em querer estar sozinho. Até mesmo em passar a vida em breves paixões. Só tenha certeza de que estará agindo pelos motivos certos e fique atento, pois o medo, apesar de pessimista, é esperto e se disfarça de nobre intenção.

Imagem de capa: Alexander Milov, Burning-Man

Medo de “julgar” o outro é desculpa de quem não assume que também erra.

Medo de “julgar” o outro é desculpa de quem não assume que também erra.
Imagem de capa: Viktoriya Pavlyuk/Shutterstock

Deixemos de hipocrisia, vai! Todo mundo aqui já julgou, acusou e condenou o outro a torto e a direito. Não é certo, mas é humano. E negá-lo é o jeito mais fácil de perpetuar o erro. Melhor é assumir e corrigir.

Mas não. Enfiamos em nossa própria cabeça a minhoca de que somos “os mocinhos” e nos dispensamos de qualquer autocrítica. Seguimos errando na prática e tagarelando a teoria de que somos perfeitos e bem resolvidos, discursando o quanto não julgamos ninguém, convencidos de que somos tolerantes e bacanas. Balela! Cegos feito morcegos, penduramos de ponta-cabeça no galho do autoengano e dormimos acreditando na própria mentira.

Não, eu não estou defendendo o “julgamento” geral do outro. Eu só acho patético que toda tentativa de reflexão a respeito de qualquer comportamento duvidoso seja generalizada como “julgamento”.

Você diz “aquele canalha espancou a esposa” e alguém responde “cuidado! Você está julgando o outro”.

Você pondera “o sujeito passa o réveillon no retiro espiritual e volta no Ano Novo pior do que antes, enganando, insultando, maltratando seus funcionários” e um santo contrapõe: “pelo menos ele está tentando, cuidado, seja tolerante, você está julgando o outro…”.

Olha aqui, prezado humano perfeito e irrepreensível: ser paciente e compreensivo com o outro não quer dizer passar a mão na cabeça dele enquanto assistimos a seu comportamento tacanho, não. E discutir o que acreditamos ser uma má ação não é necessariamente um “julgamento”. Antes, é uma tentativa de aceitar e compreender o outro no que pensamos ser a sua imperfeição. E isso não se faz sem discussão, sem reflexão, sem pensamento, isso tudo que os perfeitos adoram interromper repetindo que não se pode “julgar o outro”.

É só tocar em determinado assunto, a grosseria, a hipocrisia, o mau caratismo, a sacanagem, e vem uma entidade perfeita, a materialização das virtudes do mundo, acusá-lo da prática maldita de “julgar o outro”, numa espécie bizarra de “julgamento do julgamento”.

Se seguirmos assim, nos autoincapacitando de pensar e de tocar certas feridas, em breve seremos nada além de mulas estrábicas, antas estúpidas, papagaios adestrados repetindo asneiras e se achando “autênticos”, mas incapazes de formular um raciocínio, de resolver nossas questões e de seguir em frente. Isso se chama paralisia!

Aí vem outro bastião da moral e dos bons costumes e repete em tom professoral: “ahh… se cada um cuidasse da própria vida e deixasse a do outro isso não aconteceria…”.

Não mesmo? Será tão simples assim? Será que ninguém percebe o quanto esse tipo de receita pronta é superficial, simplista, insuficiente e cínica?

Já que não estamos sós, que vivemos em sociedade e que há convenções coletivas regulando o comportamento e as ações de cada um, em certas instâncias é preciso, sim, olhar “o outro” como a nós mesmos. Em seus acertos e em suas mancadas. O que não me interessa é a sua vida pessoal, o que você faz no recanto de sua individualidade. Já o seu comportamento em sociedade, aquilo que me afeta direta ou indiretamente, me interessa muito!

Esse medinho de “julgar” o outro é a desculpa perfeita de quem tem preguiça de pensar. Preguiça de questionar os próprios erros. Quem sabe um dia os perfeitos desconfiem. Mas eu acho difícil. Gente perfeita é tão perfeita e evoluída que dispensa trabalho pesado. E pensar, cá entre nós, é esforço braçal.

Nunca se culpe por ter sido traído

Nunca se culpe por ter sido traído

Imagem capa: Copyright Legenda, Shutterstock

Temos todo o tempo do mundo para terminar o namoro ou o casamento, antes de embarcar em aventuras, antes de nos entregarmos a um novo alguém. Covardia mentir, brincar com sentimentos, deixar alguém à espera do que você já está oferecendo a outra pessoa.

Ano passado, a explosão na mídia acerca da suposta traição sofrida pela modelo Gisele Bündchen causou mais espanto do que revolta ou indignação. A maioria dos comentários girou em torno da surpresa causada não pelo ato em si, mas por quem o sofreu.

Espantar-se com o fato de parecer não haver justificativa para que a modelo mais famosa do mundo fosse traída pelo marido equivale a dizer que a traição é justificável, ou seja, que quem é traído também tem sua parcela de culpa no sofrimento causado pelo outro. Mas qual parcela caberia a uma das mulheres mais lindas e desejadas do planeta? Daí o espanto, decorrente não mais do que de uma visão distorcida da infidelidade.

É muito comum as pessoas dizerem que fulano pediu para ser traído, que cicrano deve ser um chato para ter sido enganado, ou que beltrano traiu a esposa que era fria e distante. De uma forma inversa, portanto, tentam culpabilizar a vítima pelo que lhe fizeram, como se sua humilhação já não fosse o bastante, como se a sua dor tivesse alguma razão de ser.

Ainda que a pessoa seja chata, feia, quieta, explosiva, intriguenta, fofoqueira, como costumam ser qualificados os traídos da vida, nem ela nem ninguém merece ser enganado, pois entregar o seu melhor em troca de decepção e dor é por demais aviltante – a traição avassala os sentidos e deixa feridas cuja cicatrização é dolorosamente demorada e, muitas vezes, irrecuperável.

Ao trair uma pessoa, estamos lhe retirando qualquer traço de dignidade, isentando-a de qualquer resquício de humanidade, desconsiderando-a como alguém por quem valha a pena ter um mínimo de consideração, um ser desprezível. Trair quem nos ama é egoísmo, é ausência de caráter, é ingratidão para com a entrega alheia.

Ser traído é humilhação, decepção, é impotência. A lógica distorcida que permeia a infidelidade é tão desumana, que retira da pessoa traída sua lucidez e senso de percepção dos fatos, uma vez que ela é levada a procurar em si mesma os motivos causadores de sua dor, chegando ao absurdo de se perguntar onde errou, o que poderia ter feito para evitar ser traída, o que fez para que o companheiro procurasse outra pessoa.

Esquece-se, nesse redemoinho de indagações, de que nada é cabível, tampouco justificável, em se tratando de traição, pois a infidelidade é pessoal e intransferível; trata-se de uma atitude que depende apenas de cada um – ninguém pede para ser traído nem age deliberadamente para tal, como muitos costumam apregoar.

Temos todo o tempo do mundo para terminar o namoro ou o casamento, antes de embarcar em aventuras, antes de beijarmos outras bocas, antes de nos entregarmos a um novo alguém. Covardia desmedida mentir, brincar com sentimentos, deixar alguém à espera do que você já está oferecendo a outra pessoa, tolher do outro a busca por alguém que o ame, iludindo-o e encenando hipocritamente uma vida de fantasia.

Ainda que a infidelidade masculina seja incoerentemente julgada com mais condescendência do que a feminina em nossa sociedade e, por essa razão, talvez o homem, quando traído, atribua integralmente à mulher a culpa com mais facilidade, tanto um quanto o outro sofrem e amargam o desmoronar abrupto de expectativas, sonhos e esperanças que a infidelidade provoca.

Ademais, temos um dever moral com a pessoa com quem já construímos uma vida, o dever da verdade, de dizer que o amor acabou, que o desejo se foi, que a paciência esgotou, por mais doloroso que isso seja, pois nada pode doer mais do que ser enganado.

A vida a dois não é nem nunca foi fácil, pois requer paciência, troca, renúncia e persistência. Infelizmente, esse dia-a-dia atribulado e célere a que nos entregamos tende a nos esgotar as forças, impedindo-nos de investir na renovação de nossa cumplicidade com o companheiro, ao fim do dia – e o amor, não encontrando mais conforto onde repousar, deixa então de sê-lo.

É fato que o para sempre pode, sim, acabar, que nossa felicidade talvez não se encontre junto às primeiras paixões, que as expectativas que criamos nem sempre se realizam e que temos o direito de correr atrás de nossos sonhos com ética e distantes de quem nos dificulta esse viver.

Porém, é necessário sair de uma vida com dignidade, transparência e sinceridade, antes de entrar em outra, porque não estamos sozinhos, nem solteiros, até que o outro saiba disso. Uma coisa é certa: jamais seremos felizes enquanto não houver verdade, seja ao lado da Maria, seja ao lado da Gisele.

Dezembro, o mês das catarses

Dezembro, o mês das catarses

Imagem: Dancing In the Rain by Nicki Varkevisser – Flickr Creative Commons

Dezembro é o mês que enche de compaixão os nossos corações, esvazia nossas carteiras e nos faz refletir novamente sobre o sentido da vida. Temos certa dificuldade com fechamentos, finalizações, conclusões.

Quando falamos de algo que gostamos, não sabemos como parar.
Quando comemos, não queremos que acabe.
Quando amamos, não gostamos de nos despedir.

E assim seguimos, com aquele medo velado dos finais, dos términos e rompimentos, da morte. O ciclo natural vai ficando tanto mais assustador quanto mais próximo do final. Somos assim, seres que brigam e magoam com os pontos finais.

E os dezembros são sempre prenúncios de pontos finais. O ano acaba, as reflexões e conclusões transbordam, para uns, que se vá logo! Para outros, como passou rápido…

Dezembro traz em si a imposição da compaixão, as emoções mais delicadas, o sentido de família, o olhar solidário a todos os povos da terra. Dezembro tem esse apelo.

Dezembro é mês de promessas, de votos, de planos, aquisições, ligações e contatos com gente que há muito não frequenta nossos corações. É mês de confraternizações e reencontros. Também de arrependimentos e perdões.

Em dezembro passam os caminhões da Coca-Cola, iluminados e musicais, e ainda que seja um merchandising batido, os corações estão tão amolecidos em dezembro, que a maioria de nós corre para a janela e realmente tentar captar a tal magia prometida.

Dezembro entorpece, hipnotiza. Faz a gente procurar desafetos, desculpar mal feitos, declarar-se exageradamente ao amigo secreto. Dezembro coloca para fora muito sentimentos retidos, faz a gente chorar fácil, rir escandalosamente, olhar os muros e ver poesia em tudo…

…e escassez! Em dezembro é preciso comprar tudo. Para ter, para dar, para guardar, para esperar, para trocar, para o fim do mundo chegar. O desespero de dezembro é impressionante, mas é a expressão de como lidamos com os finais. Finais que são uma fração de segundo e logo tudo já é novo.

E que dezembro seja paciente com toda a catarse que precisamos fazer para sobreviver aos finais. Logo janeiro fará tudo voltar ao normal!

8 filmes sobre momentos da vida em que precisamos renascer

8 filmes sobre momentos da vida em que precisamos renascer

Buscar sentidos na dor é um jeito de seguir e lidar com as diversas vezes em que morremos e renascemos nessa travessia que chamamos vida, modos que arrumamos para a existência de outras esperas, outros sonhos e outras estações. Amanhecer na alma ainda é o melhor caminho para a continuidade…

1 O JARDIM SECRETO

A órfã Mary Lennox vai morar com seu tio, Lorde Craven, na Inglaterra; A mansão é administrada pela Sra. Medlock, uma rigorosa e fria governanta. Lorde Craven perdeu a mulher há dez anos e nunca mais conseguiu superar a tragédia. Para piorar Colin Craven, seu filho, também sofre de extrema apatia, sempre recolhido no seu quarto. Mais uma vez negligenciada, Mary passa a explorar a propriedade e descobre um jardim abandonado. Entusiasmada com a descoberta, Mary decide restaurar o lugar com a ajuda do filho de um dos serviçais da casa, conquistando assim a atenção do primo doente. Juntos eles desafiam as regras da casa e o velho jardim se transforma em um lugar mágico, cheio de flores, surpresas e alegria. O jardim secreto é um lugar fantástico onde não existe tristeza e arrependimento, um lugar onde a força da amizade pode trazer de volta a beleza da vida.

contioutra.com - 8 filmes sobre momentos da vida em que precisamos renascer

2 GLORIA

Gloria é uma divorciada de 58 anos. Seus filhos saí¬ram de casa, mas ela não tem vontade de passar seus dias e noites sozinha. Determinada a desafiar a velhice e a solidão, ela entra de cabeça em um turbilhão de festas para solteiros em busca de gratificação instantânea – que só leva repetidamente para decepções e vazio. Mas então ela conhece Rodolfo, um ex-oficial naval sete anos mais velho que ela, a quem se sente romanticamente inclinada. Glora até começa a imaginar uma relação permanente entre os dois. No entanto, o encontro apresenta desafios inesperados e Gloria gradualmente se encontra sendo forçada a confrontar seus próprios segredos obscuros.

contioutra.com - 8 filmes sobre momentos da vida em que precisamos renascer

3 SETE VIDAS

Ben Thomas (Will Smith) é um agente do imposto de renda que possui um segredo trágico. Devido a ele Ben tem um grande sentimento de culpa, o que faz com que salve as vidas de completos desconhecidos. Porém quando conhece Emily Posa (Rosario Dawnson) é Ben quem tem a chance de ser salvo.

contioutra.com - 8 filmes sobre momentos da vida em que precisamos renascer

4 O DOADOR DE MEMÓRIAS

Os habitantes de uma pequena comunidade, satisfeitos com a vida ordenada, pacata e estável que levam, conhecem apenas o presente – o passado e todas as lembranças do antigo mundo lhes foram apagados da mente. Um único indivíduo é encarregado de ser o guardião dessas memórias, com o objetivo de proteger o povo do sofrimento e, ao mesmo tempo, ter a sabedoria necessária para orientar os dirigentes da sociedade em momentos difíceis. Aos 12 anos, idade em que toda criança é designada à profissão que irá seguir, Jonas recebe a honra de se tornar o próximo guardião. Ele é avisado de que precisará passar por um treinamento difícil, que exigirá coragem, disciplina e muita força, mas não faz ideia de que seu mundo nunca mais será o mesmo. Orientado pelo velho Doador, Jonas descobre pouco a pouco o universo extraordinário que lhe fora roubado. Como uma névoa que vai se dissipando, a terrível realidade por trás daquela utopia começa a se revelar.

contioutra.com - 8 filmes sobre momentos da vida em que precisamos renascer

5 O ÚLTIMO ELVIS

Carlos Gutierrez é um cantor que sempre viveu como se fosse a reencarnação de Elvis Presley. Mas ele está prestes a alcançar a idade que o ídolo tinha quando morreu e seu futuro parece vazio. Porém, uma situação inesperada vai forçá-lo a tomar conta de sua filha, fazendo com que ele se descubra como um pai. Agora, o destino o confrontará com uma decisão difícil – Em uma jornada de música e loucura, ele terá que escolher entre o sonho de ser Elvis e a sua família.

contioutra.com - 8 filmes sobre momentos da vida em que precisamos renascer

6 SR. NINGUÉM

Em um futuro não muito distante, Nemo Nobody tem 118 anos de idade e é o último mortal a conviver com as pessoas imortais. Durante esse período, ele relembra os seus anos reais e imaginários de casamento.

contioutra.com - 8 filmes sobre momentos da vida em que precisamos renascer

7 COLCHA DE RETALHOS

Enquanto elabora sua tese e se prepara para se casar Finn Dodd (Winona Ryder), uma jovem mulher, vai morar na casa da sua avó (Ellen Burstyn). Lá estão várias amigas da família, que preparam uma elaborada colcha de retalhos como presente de casamento. Enquanto o trabalho é feito ela ouve o relato de paixões e envolvimentos, nem sempre moralmente aprováveis mas repletos de sentimentos, que estas mulheres tiveram. Neste meio tempo ela se sente atraída por um desconhecido, criando dúvidas no seu coração que precisam ser esclarecidas.

contioutra.com - 8 filmes sobre momentos da vida em que precisamos renascer

8 TRUMAN

Dois amigos de infância, separados por um oceano, se encontram depois de muitos anos. Eles passam uns dias juntos, lembrando os velhos tempos e grande amizade que se manteve com os anos, tornando-os inesquecíveis, devido o seu reencontro ser também o último adeus.

contioutra.com - 8 filmes sobre momentos da vida em que precisamos renascer

Ninguém pode sofrer por nós. Mas pode segurar a nossa mão enquanto sofremos.

Ninguém pode sofrer por nós. Mas pode segurar a nossa mão enquanto sofremos.

Fotografia de Rock and Wasp, Shutterstock

A dor nos iguala. A dor remove, aos poucos ou abruptamente, as nossas camadas de proteção. Às vezes, ela é passageira. Às vezes é cíclica. E, às vezes – e isso é o pior que pode acontecer -, a dor é crônica.

Sofrer é inevitável. Tão inevitável quanto ser feliz. Tem épocas que tudo parece funcionar: o relacionamento vai bem; ninguém anda querendo puxar o nosso tapete no trabalho; conseguimos chegar ao fim do mês com algum dinheiro; não estamos doentes; amigos novos acabaram de aportar em nossa vida; até o cabelo anda colaborando. Tudo certo!

Mas tem épocas que viram a vida da gente pelo avesso. Tem épocas que os desafios exigem da gente uma combinação insana de persistência, serenidade e paciência. Ahhhh… a paciência! Como ter paciência quando se descobriu que foi traído; quando o liquidificador, a máquina de lavar roupas e a caixa de câmbio do carro resolvem “dar pau” todos de uma vez? Como ter paciência naqueles momentos em que a nossa paciência já foi esgotada, surrada e derrubada ao chão?

Curiosamente, esses ciclos de “bruxa solta” parecem coincidir com uma fase de sumiço dos amigos, dos familiares e até dos admiradores! Parece que infortúnios são contagiosos. Desaparece todo mundo.

A gente descobre quem é amigo mesmo não é nem quando estamos no auge do sucesso, nem quando somos atingidos por uma grande e meteórica fatalidade. Tem gente que é ótima companhia para festejar conosco, ou servir de testemunhas para nossas catástrofes.

O duro é encontrar parceiros quando a gente está numa situação que persiste em dar errado. Se você sofre um acidente e vai parar no hospital, nos primeiros dias falta até crachá na recepção, de tanta visita que aparece. Agora, experimente ficar internado por dois meses… ou pior, experimente ter algum tipo de problema de saúde que vai e vem. Até o seu celular vai ficar silencioso.

Ninguém gosta de sofrer. Pelo menos, não de forma consciente. Tirando aqueles que sofrem algum tipo de patologia correlata ao prazer no sofrimento, todos nós vivemos atrás de jeitos de não doer, não entrar pelo cano, ter um mínimo de garantia de não estar embarcando numa canoa furada.

Acontece que, muitas vezes, o furo na canoa é imperceptível. E esse mínimo buraquinho – que a gente não viu porque não dava para ver mesmo -, permite que o casco do nosso sonho seja violado.

A coisa começa a dar errado quando sentimos sob os pés a invasão da água de fora querendo vir para dentro. A água, cujo papel era de nos conduzir, vira uma ameaça real. O pior é que, seja por distração, excesso de confiança ou leviandade, não costumamos colocar os perigos na conta do planejamento.

Perigos, assim como a dor e a felicidade, estão ao alcance das mãos para todo mundo. E é bem verdade que ninguém pode sofrer por nós. Mas pode segurar a nossa mão enquanto sofremos. Em incontáveis situações isso é tudo do que mais precisamos: uma mão para segurar e que seja capaz de segurar a nossa.

Às vezes o fim de uma história é apenas o começo de algo melhor

Às vezes o fim de uma história é apenas o começo de algo melhor

Imagem de capa: @bigstock

Depois do fim, é difícil recomeçar. Alguns adeuses nos deixam sem chão. Eu não esperava que você fosse embora, achei mesmo que terminaria o dia ao seu lado, fazendo massagem nos seus pés, enquanto ouvia você me falar de como foi o seu dia.

Quando você se foi, eu senti uma dor imensa na alma, a angústia insistia em apertar o peito, parecia me sufocar. Confesso que, por vezes, eu me desesperei; quantas vezes eu peguei o telefone como quem queria escutar a sua voz e saber se você estava bem, quantas vezes digitei uma mensagem com falas de saudade e as apaguei.

Ah, como eu queria saber onde você estava, se estava feliz ou se havia encontrado um outro alguém. O meu coração inquieto precisava de respostas e eu, de alguma forma, não estava conformada com o fim.

Tanta coisa dominou os meus pensamentos. No começo, eu queria mendigar o seu amor, mesmo que ele fosse pouco. Eu queria tê-lo de volta, mesmo que fosse metade. Até me arrisquei em me aventurar em outros risos, mas logo pensava no seu. Eu até tentei esquecê-lo, apagar da memória os nossos momentos, mas tudo me lembrava você, desde o cheiro de café pela manhã até o suco de laranja no jantar.

Como era difícil encontrar algum amigo seu na rua e, por mais que eu desviasse e fingisse não ver, não conseguia desviar as lembranças. Como foi difícil, por um tempo, ver alguma foto sua e quantas vezes eu chorei quando vi você seguindo a sua vida sem segurar a minha mão.

Quantas noites em claro buscando entender onde falhei. Não me esqueço do travesseiro encharcado de lágrimas na madrugada, enquanto escutava aquela música de que você tanto gostava e de quebrar a cabeça tentando encontrar respostas. Quantas e quantas vezes eu não me achei problema.

Como foram dolorosos os finais de semana sem as nossas séries, sem os seus comentários, sem as suas manias, sem você me explicando a história. Como doeu não o ver no final da semana e não receber o seu abraço. É difícil olhar para trás e pensar que tudo ficou apenas na história e que não iremos mais tecer planos. A saudade veio me visitar todos os dias, de um jeito avassalador. Às vezes, eu a driblava, em outras, ela me controlava. Foi difícil, confesso.

Dói recomeçar, porque alguns adeuses nós nunca esperamos chegar. Tecemos planos que fizeram com que eu acreditasse que a nossa história não teria um fim. Mas, hoje, depois de tantos tombos, de tantas noites em claro, de achar que eu não suportaria a dor da saudade de quem decidiu pousar em outro lugar, estou mais forte.
Decidi recomeçar. É preciso se reinventar, entender que um fim de relacionamento não significa o fim dos nossos anseios, dos nossos sonhos, da nossa vida. Às vezes, o fim de algo é apenas o começo de algo melhor em nossas vidas.

Eu, sinceramente, achei que você se importaria e que fizesse de tudo para ficar, mas as tuas despedidas foram claras e logo fizeram com que eu pensasse que talvez eu não fosse quem você gostaria de ter. Depois de tanto tempo convivendo com um amor morno, com a sua indiferença diária, entendi que a sua partida era necessária, antes que você partisse ainda mais o meu coração.

Olhando para trás, guardo apenas o que há de bom e hoje sigo em frente como quem deseja escrever uma nova história, fazer outros planos, mudar os rumos, sair da mesmice e não aceitar migalhas. A sua despedida me deixou em pedaços, mas, quando esse coração teimoso encontrou o tal do amor próprio, foi logo se recompondo.

Eu quero ser feliz e ter depositado a minha felicidade nas mãos de alguém certamente foi erro, mas me recompus e cá estou, trilhando outros caminhos, vivendo outros sonhos e entendendo que o verdadeiro amor começa por si mesmo.

Não sou palhaço porque amei, palhaço é quem não se entrega

Não sou palhaço porque amei, palhaço é quem não se entrega

Você morre ou renasce quando descobre que não passa de um palhaço?

Palhaços, como os anjos, não tem sex0. São essência. Podem ser essencialmente sábios ou essencialmente tolos.

As crianças têm medo dos palhaços porque sabem que no fundo eles não são seres desse mundo. Ou é coisa desse mundo ofertar sorriso para quem não está disposto a sorrir?

Que nossa existência é um circo, estamos carecas de saber, mais carecas que o palhaço Carequinha, mas só por isso devemos entrar em jaulas de leões? Devemos nos atirar de canhões como o homem-bala, rumo ao nada? Devemos nos expor ao incrível atirador de facas chamado “ilusão”?

É da condição humana, dizem, se expor ao perigo, mas é da condição humana se expor ao ridículo mais do que um palhaço que mostra a bunda numa arena? Ou isso é privilégio dos poetas, que, como os palhaços, fingem a dor que deveras sentem?

Você é um palhaço quando se despede de alguém que nunca esteve ali. Você é um palhaço quando acredita em algo além das possibilidades. É um palhaço quando vê o cabo de aço prestes a estourar e mesmo assim se joga. É um palhaço quando não vê a porta fechada e mete a testa na madeira. É um palhaço quando não sabe o seu devido lugar no picadeiro de certas histórias.

Você é um palhaço quando subestima alguém. Quando ignora seus próprios limites. Você é um palhaço quando não percebe que é uma questão de tempo até que a noite se instale. Você é um palhaço quando, como um curinga, não demonstra nenhuma reação; quando não sabe se vai ou se fica, se se despedaça ou edifica.

Você é um palhaço quando lê sua poesia para quem não tem ouvido de poeta. É um palhaço quando não consegue ler o neon piscando na avenida do sonho: “não”

Você é um palhaço quando dá mais do que tem. Quando gosta de alguém que não gosta de você só por acreditar que nada se perde quando o que se ganhou foi a possibilidade de gostar de alguém.

Você é um palhaço quando, em tempos modernos, mistura sexo com emoção — homens modernos não estão aqui para isso.

Você é um palhaço quando tenta se tornar aquilo que é e quando vê beleza até mesmo em paisagens mortas como a indiferença dos que fingem estar vivos em suas rotinas gordas.

Quando escreve cartas de amor. Quando escreve cartas de despedida. Quando fecha os olhos e se toca pensando em quem não devia. Quando quer mais do que pode ter.

Você morre ou renasce quando descobre que não passa de um palhaço?

Não sei, mas desconfio seriamente que os verdadeiros palhaços talvez sejam aqueles que não se entregam.

10 Filmes indispensáveis para entender o mundo contemporâneo

10 Filmes indispensáveis para entender o mundo contemporâneo

O cinema, como qualquer arte, é capaz de nos fazer imergir em questões que passam despercebidas na vida cotidiana. Dessa forma, muitos filmes trazem à tona problemáticas sociais, as quais, embora imprescindíveis de discussão, acabam sendo deixadas de lado por ignorância e/ou preguiça. Esta lista conta com filmes que nos remetem a problemas da nossa sociedade e, portanto, indispensáveis para quem quer entender a confusão do mundo contemporâneo.

TAXI DRIVER (1976)

Taxi Driver, talvez a maior obra-prima do gênio Martin Scorsese, nos apresenta TravisBickle (em uma atuação espetacular de Robert De Niro) um jovem que aparentemente serviu no Vietnã e não consegue se enquadrar na sociedade. Sofrendo de insônia, ele decide arrumar um emprego de motorista de táxi, a fim de que possa, ao menos, lidar de maneira menos desgastante com o seu problema. O filme proporciona uma abordagem pós-moderna acerca da solidão e da degradação da vida na sociedade contemporânea, apresentando problemas como a depressão, a paranoia, a insônia, a exclusão social, o preconceito e a fragilidade existencial. Fazendo um mergulho profundo na degradação da mente de um homem perturbado com o mundo, o que é acentuado pela trilha sonora de Bernard Herrmann, Taxi Driver é um filme imprescindível para se analisar a vida urbana pós-moderna, o que pode ser complementado por uma boa leitura de Bauman.

contioutra.com - 10 Filmes indispensáveis para entender o mundo contemporâneo

 

TRAINSPOTTING (1996)

Baseado na obra homônima do escritor escocês Irvine Welsh, o filme aborda de maneira inteligente e bem-humorada uma das questões mais importantes da filosofia e da sociedade contemporânea, qual seja, o vazio existencial e o mal-estar que este provoca. Essa discussão é transmitida por meio da vida de jovens que vivem no subúrbio de Edimburgo, na Escócia. Esses jovens vivem vidas banais em que a única preocupação que possuem é se drogar, sobretudo, com heroína. Desse modo, eles procuram se anestesiar diante da angústia que viver traz. Buscam através do gozo permitido pelo uso perene das drogas dar sentido às suas existências, ainda que não haja uma resposta propriamente dita. Com um roteiro muito inteligente e uma direção inventiva que vai do trágico ao cômico, passando muito bem as emoções das situações e dos personagens, o longa de Danny Boyle traz reflexões importantes à luz da sociologia, fazendo críticas ao consumismo, à ditadura da felicidade e à alienação medicamentosa.

contioutra.com - 10 Filmes indispensáveis para entender o mundo contemporâneo

O SHOW DE TRUMAN (1998)

Dialogando com os pensamentos filosóficos de Michel de Certeau, Guy Debord e Jean Baudrillard, o filme de Peter Weir apresenta e crítica a sociedade do espetáculo que nos configura atualmente. Por meio da trama Weir demonstra a forma como a mídia tenta nos controlar e padronizar, a fim de que sejamos apenas reprodutores da realidade construída por eles. A obra cinematográfica expõe com brilhantismo o conceito de hiper-realidade de Baudrillard (tendo, inclusive, agradado mais ao filósofo do que Matrix) e a sociedade do espetáculo de Debord, em que as pessoas não passam de meras representações, em geral, seguindo os ditames da mídia. É um filme imprescindível para entender a sociedade vigiada que vivemos, além de contar com uma ótima atuação de Jim Carrey.

contioutra.com - 10 Filmes indispensáveis para entender o mundo contemporâneo

A OUTRA HISTÓRIA AMERICANA (1998)

A cegueira através do ódio é transmitida na obra do diretor Tony Kaye. A trama gira em torno da vida dos irmãos Derek (Edward Norton) e Danny (Edward Furlong) que influenciados pelas ideias racistas do pai se envolvem com uma gangue de skinheads após a morte deste. Construído por meio de flashbacks não lineares, o filme nos mostra como ideias podem ganhar vida e a consequência de dar vazão a ideias destrutivas marcadas pelo ódio. Com ótimas atuações, sobretudo de Norton, é um filme imprescindível para avaliarmos a sociedade contemporânea e as formas de preconceito velado que se escondem nela, as quais vêm à tona, sobretudo, em momentos de crise.

contioutra.com - 10 Filmes indispensáveis para entender o mundo contemporâneo

MATRIX (1999)

Criado pelas irmãs Wachowski, o filme cheio de efeitos especiais, revolucionou o cinema na virada dos anos 2000. A trama gira em torno de Thomas Anderson (Keanu Reeves), um programador de computadores solitário que vive atormentado por constantes pesadelos, nos quais se encontra conectado por cabos a uma imensa rede de computadores contra a sua vontade. Com a ciclicidade dos seus pesadelos, Anderson começa a duvidar da sua realidade, até que encontra Morpheus (Laurence Fishburne) e Trinity (Carrie-Anne Moss), tomando conhecimento de que vive na Matrix, uma realidade construída pelo sistema de computadores que domina o mundo e de que é Neo, o messias capaz de salvá-los do domínio da Matrix. Bebendo de fontes filosóficas como Platão e Jean Baudrillard, o filme das Wachowski questiona o estado de dominação em que vivemos e como estamos submetidos a realidades construídas pela perspectiva do status quo, sobretudo, em relação aos valores que atribuímos por meio da publicidade e do consumo. É uma obra que requer atenção e vai muito além das cenas de ação, proporcionando reflexões pontuais sob o estado de dominação e condicionamento que nos encontramos.

contioutra.com - 10 Filmes indispensáveis para entender o mundo contemporâneo

BELEZA AMERICANA (1999)

O filme de Sam Mendes derruba todas as cortinas e escancara a realidade da classe média americana, demonstrando a vida de aparências que levam. Através da vida de Lester Burnham (Kevin Spacey), um homem de meia idade frustrado e infeliz, conhecemos a realidade de uma sociedade que esconde a infelicidade de vidas vazias atrás de máscaras de felicidade e sucesso. A obra demonstra a decadência de uma sociedade (não apenas a americana) que não valoriza o real e busca se organizar a partir do status, agarrando-se aos padrões sem qualquer senso crítico. É um filme denso e profundo, com ótimas atuações, sobretudo, de Spacey e Annette Bening que vive a esposa de Lester, Carolyn Burnham, o qual traz à tona a prisão de aparências que vivemos.

contioutra.com - 10 Filmes indispensáveis para entender o mundo contemporâneo

CLUBE DA LUTA (1999)

Crítica ácida ao hedonismo da sociedade de consumo, o filme do talentoso e surpreendente David Fincher, através de uma trama bem construída demonstra a vida mesquinha, fútil e vazia determinada pela sociedade de consumo, a maneira como nós voluntariamente a aceitamos e as consequências que essa prisão produz na vida de um indivíduo (Edward Norton), que de tão despersonalizado e robotizado, sequer tem um nome. Além desses fatores, que por si só seriam suficientes para um grande filme, a obra traz grandes atuações (talvez a melhor de Pitt) e um dos finais mais surpreendentes do cinema.

contioutra.com - 10 Filmes indispensáveis para entender o mundo contemporâneo

FILHOS DAS ESPERANÇA (2006)

O futuro distópico criado pelo diretor mexicano Alfonso Cuarón é apontado por muitos como a melhor ficção científica do século XXI. A obra é adaptada do livro da escritora britânica P.D. James e se passa no ano 2027 em um mundo marcado por poluição, super urbanização, terrorismo, guerras civis, isto é, extremo caos. Além disso, há 18 anos as mulheres inexplicavelmente se tornaram inférteis, aumentando o medo e a falta de perspectiva. Diante do caos instalado, o único governo que se mantém de pé é o britânico, que governa de forma autoritária, sobretudo, em relação aos estrangeiros que fogem dos seus locais de origem e tentam entrar no país. Com esse contexto, o filme aproxima-se muito da realidade, principalmente, no que tange à crise dos refugiados que atravessamos, mostrando de forma crua e dura essa realidade. No meio desse turbilhão, encontramos Theo, um burocrata sem qualquer fé na humanidade que, após ser contactado por Julian (Julianne Moore), líder de um movimento contrário ao governo, tem a missão de proteger uma mulher “fúgi” (refugiada) grávida, levando-a para um local seguro onde possa ter seu bebê sem a interferência de entidades que possam se aproveitar da situação. Com ótimas atuações, um roteiro muito bem construído e uma fotografia (EmannuelLubezki) que reforça o estado caótico daquela sociedade, Filhos da Esperança é um filme triste, mas ao mesmo tempo assustadoramente profético e, portanto, imperdível.

contioutra.com - 10 Filmes indispensáveis para entender o mundo contemporâneo

EXPRESSO DO AMANHÃ (2013)

Baseado em uma HQ francesa, o filme do diretor sul-coreano BongJoon-Ho, se passa em um futuro não tão distante em que, após uma tentativa malsucedida de impedir o aquecimento global, o mundo é tomado por uma nova era do gelo. Os únicos sobreviventes desse novo ambiente estão a bordo de um grande trem em movimento. Essa nova sociedade é marcada por uma forte estratificação social, em que os pobres ficam na parte de trás vivendo em condições sub-humanas, e os mais ricos se localizam no resto do trem vivendo de modo confortável. Cansado dessa situação, Curtis (Chris Evans) decide liderar uma revolução que pretende derrubar a ordem estabelecida, no entanto, terão que enfrentar todo o poder de fogo de que dispõe a elite do trem. Trabalhando temáticas como a luta de classes (o motor da história), desigualdade social, exploração das classes dominantes, autoritarismo e discussões sobre a aplicação do positivismo na manutenção do status quo, Expresso do Amanhã é um filme que demonstra a crueldade e o egoísmo do ser humano. O roteiro bem elaborado garante uma trama bem desenvolvida e reflexões sociais que não devem passar despercebidas.

contioutra.com - 10 Filmes indispensáveis para entender o mundo contemporâneo

ELA (2013)

O filme se passa em um futuro próximo na cidade de Los Angeles e acompanha a vida de Theodore Twombly (Joaquin Phoenix), um indivíduo meio tímido e emotivo que trabalha escrevendo cartas pessoais para outras pessoas. Se sentido solitário após o seu divórcio, Theodore passa a desenvolver uma relação com Samantha (Scarlett Johansson), um sistema operacional. O longa do talentoso Spike Jonze trabalha de forma profunda as relações humanas contemporâneas em um prisma que se aproxima muito da ideia de “Amor Líquido” de Bauman, em que se busca apenas o prazer por meio de relações superficiais, sem os problemas que qualquer relacionamento com mais profundidade produz. Com uma bela fotografia e uma grande atuação de Phoenix, Ela é um filme imprescindível para analisar as relações líquidas e as ilhas afetivas que nos formam contemporaneamente.

contioutra.com - 10 Filmes indispensáveis para entender o mundo contemporâneo

Sejamos francos. Se ninguém se interessa por você é porque você não é interessante mesmo.

Sejamos francos. Se ninguém se interessa por você é porque você não é interessante mesmo.

Tem coisas que a gente precisa ouvir sem filtro, na lata. Com todo o jeito, claro, porque grosseria é atributo dos idiotas e ninguém precisa ser idiota para dizer o que pensa. Mas com a maior franqueza a gente devia ouvir de vez em quando: “olhe aqui, criatura, se o mundo não se interessa por você, a culpa quase sempre não é do mundo. É sua mesmo. Assuma: você não é alguém interessante!”.

Tudo seria muito mais simples. Porque acontece, ué! Acontece de toda pessoa em algum momento se tornar desinteressante para as outras. Do mesmo jeito que você pode estar nem aí com o mundo, o mundo também pode ver em você nada além de um inútil zero à esquerda. E tudo bem!

É assim que é. Eu, você e todo mundo seremos desinteressantes, enfadonhos e insuportáveis para alguém em algum momento. Estejamos atentos, vigilantes, autocríticos e sejamos honestos. Quando acontecer, o jeito é assumir e tirar o time de campo. Sumir, desaparecer, escafeder-se. E ter tempo para pensar no assunto. Mentir, suavizar, dourar a pílula, nada disso adianta. É preciso encarar um fato muito simples: nós deixamos de ser interessantes.

Nessa hora acontece de tudo. Tem gente que senta e chora, gente que se revolta e fica ainda mais chata, gente que adoece. E tem gente que pensa no assunto como gente grande: afinal, a quem eu desejo interessar e por que não consigo?

Pode ser que a resposta seja mais simples ainda: aquele por quem você se interessa tem outros interesses e você não está entre eles. Aí você segue em frente e esquece essa coisa toda. Pronto!

Agora, pior do que ser desinteressante para o outro é não ter interesse por si mesmo. Aí é o fim. Qual foi a última vez que você se interessou por alguma coisa de sua própria responsabilidade? Qualquer coisa. No corpo, na alma, na vida profissional. Quando foi que decidiu: “eu preciso melhorar isso aqui e vai ser agora”? Foi hoje, ontem, anteontem ou já nem sem lembra?

Se faz tempo ou você já nem se lembra, talvez esteja aí uma pista importante. Quase sempre nos tornamos desinteressantes para o outro quando deixamos de interessar a nós mesmos.

Dia desses alguém me disse choramingando: “ninguém se interessa por mim. Acho que o problema sou eu”.

E eu respondi: “também acho”.

Resumindo, a pessoa não fala mais comigo. Sumiu sem me dar tempo de justificar o meu sincericídio: o afeto que a gente tem por uma pessoa devia ser proporcional à nossa liberdade de dizer a ela o que pensa. Se ninguém se interessa por você é porque você se interessa muito menos por si mesmo.

Acho que perdi o amigo. Para ele, não foi interessante ouvir o que eu tinha a dizer. Não quis saber do resto, que o interesse é uma coisa que vai e volta, aumenta e diminui de acordo com outras instâncias, incluindo o nosso empenho pessoal, que um sujeito desinteressante hoje pode ser interessantíssimo amanhã, que alguém irrelevante para mim pode ser incrível para o outro e essas coisas. Ele nem quis saber. Mas tudo bem. Isso também já não me interessa.

Ano novo. Vida nova! 3 passos para um novo amor!

Ano novo. Vida nova! 3 passos para um novo amor!

Ainda que o primeiro dia de um novo ano seja, na prática, apenas mais um dia como qualquer outro de qualquer ano, ele carrega uma magia. É a magia do recomeço. Um novo ciclo. Uma nova chance.

É quase como se pudéssemos abrir mão de tudo o que já não queremos para ganhar espaço, fôlego e disponibilidade para tudo aquilo que queremos muito! Uma nova energia, desejo renovado, esperança redobrada.

E quando se trata de amor, um novo ano sugere novos comportamentos, novas escolhas. Uma postura mais segura, encontros mais criativos e relacionamentos que, enfim, façam sentido e sejam coerentes com o que você realmente deseja viver e com quem você realmente é!

Mas como? Do nada? Não! Isso tem que partir de algumas medidas simples, mas altamente eficientes que você pode tomar para fazer do seu novo ano uma porta que se abre. E ao se permitir passar por esta porta, você visualizará um mapa. O mapa do seu destino. Siga os 3 passos para compreender seu mapa:

1- Escreva já os seus planos, detalhadamente. Conte como é o relacionamento que você deseja viver, seja com uma nova pessoa, seja com essa pessoa com quem você já está. Seja generoso consigo mesmo. Fale de como você se comporta positivamente e de como o outro responde, criando uma conexão criativa com você. Use as palavras que fazem sentido para você. Ouse, permita-se, vá além de tudo o que já viveu. Busque para si, apenas o melhor.

2- Faça a sua promessa! Em geral, quando você quer muito que algo aconteça, você se predispõe a mudar, fazer diferente. Você sabe o que precisa melhorar em si mesmo. Sabe onde está deixando a desejar. O que é? Mais paciência? Mais presença? Mais entrega, menos cobranças? Investir na sua segurança e autoestima? Investir no seu próprio bem-estar? Focar em outras áreas para que a o amor seja uma agradável consequência e não esse desespero que tem sido?

3- Crie uma aliança com o Universo. Chame de Deus, Anjo da Guarda, Mestre Interior, Natureza, Destino, Coincidência ou qualquer outro nome. Mas entre em sintonia com uma força maior que você. Com uma dimensão onde aquilo que você não consegue ver, nem medir ou entender está o tempo todo acontecendo. E faça o seu pedido. Deixe claro o que você quer. Conte que está disposto a fazer a sua parte, conforme o que escreveu e prometeu nos passos anteriores. E declare que confia na congruência entre o que você fará e o que Universo fará. Confie e faça a sua parte!

E assim, lançando mão de suas crenças mais edificantes e dos seus recursos mais nobres, desenhe a sua profecia. Porque é muito provável que você venha dando mais atenção e crédito ao que ouve de outras pessoas do que aos seus mais genuínos e intensos desejos. E não há nada mais poderoso do que uma nova chance para se reinventar e ficar pronto para um novo amor.

INDICADOS