Não é preciso ser bonzinho para ser uma boa pessoa

Não é preciso ser bonzinho para ser uma boa pessoa

É injusto rotular as pessoas pela impressão primeira que se tem delas, bem como não se deve tirar conclusões precipitadas somente a partir de seu temperamento. Nem sempre quem sorri pelos quatro cantos do mundo possui boa índole e as pessoas que pouco sorriem não precisam ser maldosas. Se prestarmos atenção além do superficial, toda e qualquer pessoa tem muito a oferecer, além do que simplesmente aparentam.

Não raro, costumamos definir os outros por conta do seu comportamento em meio a todos, atrelando caráter à imagem que eles transmitem superficialmente, mesmo que pouco tenhamos conversado com eles. Por isso é que muitas pessoas são tidas como más somente porque não são extrovertidas ou porque são bastante sérias, quase o tempo todo. Da mesma forma, consideramos, muitas vezes, boas algumas pessoas, somente porque são simpáticas e extrovertidas.

Na verdade, o que nos define, em tudo o que somos e temos dentro de nós – nosso caráter, nossos princípios, nosso coração -, não se refere ao que falamos ou na quantidade de sorrisos que lançamos por aí e sim à forma como nos comportamos diante da vida, diante das pessoas, diante do mundo. Somos o que fazemos, somos o tanto de coisa boa que espalhamos ao nosso redor, somos nossas atitudes com todas as pessoas, sejam próximas ou não.

Quem não conhece pessoas que são assíduas frequentadoras de cultos religiosos, de missas, mas que não param de criar fofocas sobre todos? Quem nunca foi surpreendido pela notícia de que alguém que era tão bonzinho, tão cândido, acabou cometendo algum delito ou atitude antiética? E quem de nós já não recebeu uma grande ajuda, um apoio primordial de quem menos esperava, de alguém que pensávamos ser incapaz de bondade?

Enquanto formos levados a julgar antecipadamente as pessoas, sem as conhecer de fato, baseando-nos tão somente no que aparentam, em seu temperamento, continuaremos errando, continuaremos confundindo equivocadamente os semblantes delas com o que carregam em seus corações. Quando pararmos e nos demorarmos nos encontros com as pessoas, então estaremos adentrando as suas verdades. Ninguém precisa posar de bonzinho para se tornar uma pessoa boa, porque falar qualquer um fala, difícil é viver o que se diz.

Imagem: Rawpixel.com/ Shutterstock

Descubra se você está viciado em celular em menos de 60 segundos

Descubra se você está viciado em celular em menos de 60 segundos

O problema da maioria dos vícios é que eles começam gerando uma grande fonte de prazer. São sempre decorrentes de substâncias que ingerimos e provocam entorpecimento ou euforia ou mesmo de atitudes que tomamos e que também nos estimulam de forma a incentivar em nossos cérebro as mesmas respostas de gratificação e prazer imediato.

De um objeto funcional, hoje os celulares tornaram-se parte integrante da vida da maioria da população. Eles possuem não só a função telefone (que está caindo em desuso), mas muitas outras funções lúdicas e interativas que mantém a atenção do usuário focada e condicionada a responder a estímulos durante praticamente todo o tempo que a pessoa passa acordada.

Abaixo, em poucos segundo, é possível detectar vários sinais de que o uso de celular pode estar tomando uma proporção exagerada em sua vida. Leia, esteja atento e fuja do vício.

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Fonte: Combos Net

Fico com você porque não preciso estar ao lado de alguém

Fico com você porque não preciso estar ao lado de alguém

Imagem de capa: Kar Tr, Shutterstock

Porque já não carrego carências de quem precisa de outros abraços. Pude, nesse tempo sozinho, amar a minha companhia. Desfrutei dos instantes que necessitava para ser alguém menos efêmero. Esbarrei em amores que não permaneceram, mas que ensinaram. E que bom que foi assim. Agora, sem nenhum atraso, posso ser inteiro com você.

Não busco egoísmos e disputas. Não trago agouros e amarras. Carrego apenas liberdades para nós. Venho com soma, cumplicidade e sólidos afetos. Caso fosse em alguns sorrisos atrás, certamente o amor seria desfalcado em querer. Mas não mais. Podemos ser tranquilos e serenos. Podemos, no nosso próprio abraço, encontrar todos os motivos que nos permitam ficarmos juntos. Porque é dessa paz e ternura que amor precisa. Ele não quer ser entregue para mãos aprisionadas e corações possessivos. É quando você entende as entrelinhas do amor sozinho que pode permitir um sonhar a dois. Antes disso, somos copos meio cheios.

Um relacionamento saudável reconhece o encontro espontâneo. Reconhece e respeita as vivências vindas do outro lado. E mesmo depois dos lábios trocados e do colo compartilhado, existe uma gratidão pelo cuidado adquirido, pelo carinho cedido. É sobre esses momentos que se trata a sorte de residir ao seu lado.

Mas nada disso aconteceria se não tivesse reservado um bocado de mim para dias nublados. Foram neles que encontrei um pouco mais daquilo que realmente posso ser. Não só para o meu bem, mas também para essa evidente construção dos nossos laços. E que entrelace fizeram pernas e mãos.

Fico com você porque não preciso estar ao lado de alguém. Porque já não mais enxergo o amor como preenchimento de ausência. Pude, nesse nosso tempo, embarcar na sua companhia. E que bom que é assim. Agora, sem nenhum atraso, podemos ser inteiros entre nós. Os tempos de metades ficaram para trás.

Simples assim…

Simples assim…

Imagem: Bogdan Sonjachnyj/Shutterstock

A vida é muito curta para gastarmos tempo e energia com o que não vá nos acrescentar, nos fazer alegres, nos tornar leves, nos levar para a frente…

Muito mais vale a paz de espírito e a consciência de estar fazendo o melhor que se pode!

Viver bem é simples
Nós é que complicamos demais
Geralmente sob o pretexto de buscar a tão idealizada felicidade
Criamos necessidades inócuas
Pensamos demais, preocupamo-nos com coisas sem importância
E deixamos passar batido momentos preciosos…

Nessa vida, o que marca de verdade são os momentos de leveza
De sentimentos trocados, de alegrias compartilhadas
De simplicidade maravilhosamente descoberta…
Então, não vale a pena o perfeccionismo
Não vale a pena gastar energia tentando ter o controle de tudo, o tempo inteiro
Não vale a pena ser rude para tentar corrigir os outros (cada um só muda se e quando quiser)
Não faz sentido ficar de cara fechada, com mau humor, destilando azedume…

Pouco adianta os outros reconhecerem que temos razão (basta nós próprios sabermos que a temos!)
Não vale a pena nos esforçarmos para expormos nosso ponto de vista onde não o querem saber
Para nada serve nos desgastarmos sentindo raiva da corrupção, da miséria mundial, dos criminosos, etc. (nada, absolutamente, vai mudar pelo nosso íntimo sentimento)

Também não percamos sono tentando imaginar o que os outros pensam sobre nós (esse é um problema exclusivamente deles!)…
Falando nisso, pensar demais faz mal
Criamos fantasmas que não existem, situações complexas apenas imaginárias
Sendo que não precisamos ficar “matutando”, quando estamos certos dos nossos propósitos…

Os pequenos contratempos do dia a dia não são dignos da nossa atenção
Discussões, dificuldades, pessoas difíceis
Nada disso merece o investimento do nosso precioso tempo…
A vida é muito curta para gastarmos energia com nada que não vá nos acrescentar, nos fazer alegres, nos tornar leves, nos levar para a frente

Muito mais vale a paz de espírito e a consciência de estar fazendo o melhor que se pode!
Chega uma hora em que percebemos que certas posturas fazem mal, sobretudo, para nós mesmos
Sentimentos ruins intoxicam a nossa alma
E dá muito trabalho consertar isso depois…

Felizmente, temos o supremo controle sobre como vamos nos sentir
Mesmo que ainda não tenhamos nos dado conta, o modo como lidamos com o estresse, os problemas mundanos, as atitudes dos outros e os nossos próprios sentimentos pode ser por nós escolhido!
As pessoas só nos atingem até onde permitimos

Não que vá alterar os fatos em si, mas saber que, apesar de qualquer coisa, permaneceremos pra cima, já é razão mais do que suficiente para alterarmos nossa postura…
Vamos reassumir o comando sobre nós!
E sair da maré de gente descrente, reclamona, pessimista e revoltada
Nossa saúde (física e mental) agradece!

Respirar fundo periodicamente
Praticar o desapego
Buscar constantemente se autoconhecer e se amar
Permitir que os pensamentos confusos vão embora com a mesma rapidez com que chegaram
Acreditar no comando divino, abandonando a ansiedade e a expectativa

Desistir de tentar moldar as pessoas à nossa maneira
Abrir mão do controle, do planejamento e da perfeição
Não sofrer por problemas que não podemos resolver…
Desarmar-se, simplesmente
De pré-conceitos, de certezas inúteis
Dos medos que nos impedem de tentar coisas novas
De sustentarmos um personagem…

Desistir de ser implacável, assertivo e controlador
De programar o futuro, de não ter dúvidas
De impor qualquer coisa, a qualquer pessoa ou a qualquer custo
O mundo não está contra nós, não há do que nos defendermos!
Podemos baixar a guarda
Entregar-nos, simplesmente, certos de que a nossa parte está sendo feita

Sem dúvida nos trará uma paz interior imensurável
Nos tirará dos ombros fardos que não temos que carregar
E permitirá o fluxo inteligente da vida…

A gente costuma ver amor onde não tem

A gente costuma ver amor onde não tem

Imagem: Sergey Kozienko/Shutterstock

A gente, às vezes, fala de amor como uma causa perdida. A gente fala de amor pensando no relacionamento anterior, que não era amor. Que só parecia amor. A gente quer se segurar em alguma coisa pra falar de amor, mas o amor não tem paredes. A gente cai e espera ser abraçado. Espera flutuar. Mas se machuca porque não tem fé no amor. Porque se doa com medo e confunde qualquer cafuné com amor, qualquer riso de canto de boca com amor. A gente tem mania de chegar no amor lotado de pesos, tralhas emocionais, bagulhos de desventuras, mas no amor não cabe passado nem excesso de expectativa.

A gente quer falar que é experiente no amor, só falar que já fez alguém feliz. No fundo, a gente nem sabe direito. Porque a gente é sempre só aprendiz. A gente tem essa mania de ter pressa no amor e atropela o sentir do outro, sem esperar os sinais, porque amar mesmo, de verdade, leva tempo. Conhecer é abdicar do orgulho, é dividir o que dói, é sentir queimar a própria pele enquanto o outro arde. O amor tem dessas coisas que silenciam, porque dentro dele também cabe o que ainda nem é palavra. A gente, às vezes, fala de amor com a boca cheia de medos e esquece de silenciar. A gente tem medo de ficar em silêncio perto do outro sem saber que esse é o maior diálogo entre duas almas que buscam aproximação. A gente tem medo de altura, do voo que é amar.

A gente acha que amor é causa perdida e morre sem voar. A gente cresce mutilando as asas, e fica sempre com os pés fixos no chão. A gente tem medo da vertigem. No fundo, a gente quer ancorar. A gente é um pouco covarde, por estar sempre pisando no freio pra se limitar e não sofrer. Mesmo assim, a gente sofre com o excesso da falta, com aquele ‘se’ que não virou possibilidade. A gente quer antecipar o amor, sem saber que é sempre estreia, acontece de formas diferentes pra cada um. A gente aproxima a coisa falando dela, mas o amor foge aos conceitos prévios e a gente tem pressa, tem fome e sede de saber que cara tem o amor. A gente idealiza e, às vezes, passa fome. A gente costuma ver amor onde não tem. Por achar que o amor é só dar as mãos e está feita a mágica, a combinação. A gente quer que o amor aconteça de um jeito planejado, mas o amor não faz compromisso com nosso calendário. O amor é reinvenção.

Custa “zero reais” dizer o quanto você gosta de uma pessoa.

Custa “zero reais” dizer o quanto você gosta de uma pessoa.

Imagem: hedgehog94/Shutterstock

Custa “zero reais” elogiar o corte de cabelo, dizer o quanto adorou aquela blusa nova, o quanto gosta daquele alguém e como a companhia é agradável.

Temos o prazer de conviver com pessoas incríveis, que partilham histórias fantásticas, as quais admiramos tanto, mas elas quase nunca tomam conhecimento dessas coisas boas que achamos delas.

Gostamos da garra e da coragem do outro e adoramos o jeito que nos faz sorrir com as suas piadas sem graça. Mas, por orgulho, ou por comodismo, não falamos, deixamos passar as falas de saudade e os “eu te amo” ficam enterrados em nossos corações.

Deixamos passar o riso sincero, o amor bonito e achamos desnecessário dizer o quanto aquele jeitinho único de ser do outro é importante e o quanto isso ou aquilo faz a diferença no nosso dia a dia.

Não elogiamos o bolo quentinho feito pela mãe, quando chegamos cansados do trabalho, e o bilhete escrito com palavras que acalentam o nosso coração. Não retribuímos, não falamos e acabamos por não dizer o quanto o outro ocupa uma proporção significativa em nossas vidas.

Ignoramos as mensagens, fazemos poses de durão e nos esquecemos de dizer o quanto aquele sorriso é bonito, o quanto admiramos a dedicação nos estudos, no trabalho e o quanto achamos uma gracinha quando aquele alguém fica sem graça.

As pessoas insistem em agradar com presentes caros, caindo na cilada de acreditar que coisas valiosas podem ser substituídas por preços abusivos que nos saltam os olhos, mas não o coração.

Custa zero reais dizer o quanto aquele vestido a deixa mais bonita e como ela fica linda quando faz aquele coque no cabelo. Custa zero reais dizermos o quanto aquela comida preparada com tanto carinho ficou deliciosa e o quanto gostamos de ver um filme, no Netflix, na companhia desse alguém.

Desperdiçamos o nosso tempo falando asneira, grosserias e oferecendo ao outro cada vez menos o nosso tempo e cada vez mais as nossas desculpas falidas.

Custa zero reais dizermos o quanto gostamos do abraço, do beijo, do cheiro que fica na roupa, da risada, do sorriso, da covinha. Não custa nada dizer o quanto você admira e o quanto sente falta, quando esse alguém não está com você. Dizer como o outro fica lindo quando usa óculos e como você adora a forma como ele fala sobre a vida, sobre as coisas, sobre o amor.

Não se limite a dizer o quanto gosta de alguém, o quanto sua companhia, seu jeito, seu toque lhe fazem bem. Não se furte de elogiar o bolo quentinho, a comida diária e aquele beijo de bom dia antes de sair para o trabalho. Não custa nada dizer coisas bonitas, o que custa caro é o arrependimento daquilo que não dizemos por orgulho, por comodismo, por medo ou pela falta de coragem.

Um pé na bunda pode te levar mais longe do que um tapinha nas costas

Um pé na bunda pode te levar mais longe do que um tapinha nas costas

É muito interessante como entenderemos algumas coisas que acontecem conosco somente lá na frente, passado o tempo, quando pudermos analisar tudo a uma distância segura. Outras coisas não entenderemos nunca, pois a dor provocada e o vazio deixado jamais poderemos superar. Mesmo assim, nada como a sensação de entendimento e de sossego que sentimos ao percebermos que tudo ocorreu exatamente como deveria.

Uma das mais desagradáveis experiências por que passaremos será levarmos um fora de quem amamos, vermos partir alguém que acreditamos ser o amor das nossas vidas, alguém sem cuja presença achamos não sobreviver. Num primeiro momento, iremos nos desesperar, remoendo o que em nós fez com que expulsássemos aquela pessoa de nossa vida.

A culpa recairá com um peso tão grande sobre nossa alma alquebrada, que seremos incapazes de refletir sobre o que o outro também deixou de fazer, o quanto o outro apenas ficava por perto sem se doar, sem partilha, sem reciprocidade. Pois bem, muitas vezes, a culpa pelo término de um relacionamento é dos dois, pois ambos navegavam por mares revoltos, há tempos, e se faziam de cegos. E outra, o amor pode acabar, sim, simplesmente acaba, após acúmulo de vazios. Vida que segue.

Outra experiência bastante desesperadora vem a ser o desemprego, quando somos demitidos de um trabalho que já fazia parte de nosso cotidiano. De início, pensamos que o mundo acabou, que jamais seremos reempregados, que aquele era o melhor emprego do mundo. Esqueceremos o quanto aquele trabalho nos desgastava, o quanto nos tornava infelizes, o tanto de colegas de trabalho traíras que nos rodeavam.

Na verdade, a maioria das pessoas se torna melhor após sentir na pele dores intensas, após passar por experiências desesperadoras e doloridas. É como se o sofrimento nos esvaziasse os sentidos, para que, aos poucos, fôssemos nos preenchendo de esperança e de força para lutar. Após sofrer toda a devastação emocional que nos atropela, nós nos reerguemos, porque temos que continuar, que sobreviver, que voltar a trabalhar, voltar a amar, voltar a viver.

Por essa razão, embora não consigamos ficar inertes frente ao que de ruim nos acontece, termos a convicção de que o melhor ainda estará por vir nos ajudará a passar pelas noites escuras com uma ponta de esperança que fará muita diferença. Acreditar que merecemos o melhor não é ingenuidade, mas necessidade, para que os nãos nos esbofeteiem com menos força e não nos retirem o foco de luz que carregamos dentro de nós.

Imagem: Srijaroen, Shutterstock

***

Que ler um livro sobre o assunto: “Quando um pé na bunda nos empurra para frente”, de Josie Conti. Adquira a versão impressa pela Sultana Produções ou a versão online pela Amazon

Descobrindo quem eu não sou

Descobrindo quem eu não sou

Imagem: taramara78/Shutterstock

Quem nós somos? Quem eu sou? Como me descobrir? Como perceber o que sou? Como estar consciente? É possível controlar meus pensamentos? Posso dominar as minhas emoções?

Segundo a tradição védica (Indiana), para descobrir quem somos, primeiro é necessário descobrir quem ou o que não somos. É necessário descobrir que não somos isso ou aquilo, que não somos o corpo, que não somos os pensamentos, que não somos a emoção, que não somos uma identidade, que não somos um nome, que não somos um número.

Ao se desfazer de todo esse véu de identidades, é possível ter um vislumbre de quem realmente somos: a consciência, o observador, a testemunha.

  • Você não é o seu corpo. O seu corpo é feito de mais de milhões de células e essas células estão morrendo e se reformulando a todo tempo. As células são feitas de átomos, que são iguais a qualquer átomo no universo ao redor de nós. Nesse exato momento, vários processos estão ocorrendo no seu corpo: digestão, crescimento de pelos, ativação do sistema imunológico. Tudo acontece sem o seu esforço.
  • Você não é os seus pensamentos. Pensamentos continuam indo e vindo, não importa o quanto você foca ou medita. Aos estar consciente dos seus pensamentos, você se percebe algo antes (além) dos seus pensamentos. Se você fosse os seus pensamentos, não seria capaz de percebê-los. Perceber é separá-los de você e se manter distante desse processo. É criar um espaço entre você e seus pensamentos. Na meditação, ficamos um passo atrás desses pensamentos, mas não os controlamos. Não podemos saber o que vamos pensar nos próximos segundos, mas podemos, no momento presente, estar consciente deles. Quanto mais resistimos aos pensamentos, mais eles persistem - reconheça-os. É natural à mente pensar, não há nada de errado nisso. Pensamentos são como trens que param na nossa estação – apenas os perceba: se você se pegar dentro de um, apenas desça e retorne à estação. Não resista, não julgue e não critique.
  • Você não é as suas emoções. O que vale para os pensamentos também vale para as emoções. Não somos o que podemos observar, ou seja, você apenas observa, mas não pode ser aquilo que observa. Se tivesse o controle total sobre as emoções, você escolheria nunca ficar mal, não é verdade? Se você fosse as suas emoções, elas não lhe trariam nenhum tipo de problema.

Você é a consciência, a presença, o ser, a vivência. A sua natureza é a presença, todo o resto é distração. Pensamentos e ideias, emoções e imagens, desejos, medos e ações chegam, mas não são você –  você está consciente deles, você os testemunha.

Você está consciente de tudo, tudo chega a você na consciência, pois isso não existe de fato: iluminação, despertar, inconsciência ou separação. Tudo se torna uma ilusão sobre o plano de fundo da consciência.

TUDO ESTÁ ACONTECENDO NO MOMENTO PRESENTE, VOCÊ NÃO PODE FUGIR DISSO.

Você não é só o pensamento “eu sou fulano”, “eu sou meu nome”, “eu sou profissão”, “eu sou pai/mãe”. Você é o senso de presença abaixo de toda essa experiência. Deram-lhe um nome de ________, você possui um ofício de_____, você possui o papel de ______, e por aí vai.

Você apenas observa tudo o que acontece à sua volta, mas não é a identidade que faz tudo.

Para praticar:

1 - Na próxima vez em que perceber uma emoção, ao invés de dizer que você é ou está assim, diga: Eu observo a minha mente _______ (emoção).

Ex. De “eu estou triste” para “eu observo a minha mente triste”; de “eu estou com raiva” para “eu observo a minha mente com raiva”.

2 - Na próxima vez em que perceber uma dor ou desconforto, ao invés de dizer que você é ou está assim, diga: Eu observo o meu corpo _______ (desconforto).

Ex. De “eu estou com dor de cabeça” para “eu observo o meu corpo com dor de cabeça”; de “eu estou dolorido” para “eu observo o meu corpo dolorido”.

3 - Na próxima vez em que perceber um pensamento limitante, ao invés de dizer que você é ou está assim, diga: Eu observo a minha mente _______ (qualidade).

Ex. De “eu sou tímido” para “eu observo a minha mente tímida”; de “eu estou com medo” para “eu observo a minha mente medrosa” ou “meus pensamentos medrosos”.

“Observa os teus pensamentos assim como observas o movimento na rua, como observas as nuvens flutuando no céu. As pessoas vêm e vão; registra isso sem resposta (sem qualquer reação). Pode não ser fácil no início, mas, com alguma prática, irás descobrir que a tua mente pode funcionar em vários níveis ao mesmo tempo e que podes estar ciente de todos eles. Apenas quando tens um forte interesse num nível específico é que a tua atenção é aprisionada nele e os outros níveis te são ocultos. Quando você está interessado na verdade, na realidade, você deve questionar todas as coisas, mesmo sua própria vida. Ao crer na necessidade de uma experiência sensorial e intelectual emocionante, você limita sua investigação à busca de satisfação e de conforto. (E não vai à busca da Verdade). Enquanto houver um corpo e uma mente para proteger o corpo, existirão atrações e repulsões (devidos às limitações da mente individual em face de suas ilusões, suposições, crenças, cultura etc.). Existirão no campo dos fatos, mas não devem trazer preocupação para aquele que está compreendendo. O foco de sua atenção estará em outro lugar (além da mente). Não estará distraído. Este que vê o tudo isto e também vê o nada, é o mestre interior (aquilo a que damos o nome de Deus). Só ele é; todo o restante parece ser. Ele é seu próprio ser, sua esperança e segurança de liberdade: encontre-o e una-se a ele (isto é, perceba-o), e estará a salvo e seguro” (‘… a Verdade vos libertará’). A Libertação não é uma aquisição, mas uma questão de coragem; coragem de aceitar que você já é livre e de agir com base nisso”. (Do livro “Eu sou aquilo”, de Shri Nisargadatta Maharaj).

Desidentifique-se, seja livre.

Om

Virgilio

Escrito e dirigido por você

Escrito e dirigido por você

Você pode até achar que não, mas a vida não é muito diferente de um roteiro feito em Hollywood. Mas ao contrário das narrativas de grandes produções, a sua história talvez esteja mais para uma produção independente e de baixo orçamento. Ainda assim, não é motivo de desespero para interromper o que já foi escrito até aqui. Existe sempre a possibilidade de reescrevermos o nosso filme e a nossa felicidade. Para isso, escolhas.

Dizem que um bom script precisa mostrar a que veio nos quinze primeiros minutos. Claro que na bagagem real, não funciona assim. Coloquemos aí, um tempo em relação aos quinze primeiros anos da sua vida. A infância é inocente, cheia de belezas e cores que podem destrinchar sob inúmeros caminhos. É tudo um sonho abstrato. Já na puberdade, as primeiras tramas. Romances, intrigas, responsabilidades e mais uma penca de subtramas que levam o espectador a roer unhas. Para muitos, uma fase difícil. Um intervalo que intercala sobriedade com momentos de loucura. Eu sei, é quase um cinema anos 80. Você tem razão de pensar nisso.

O instante divisor é quando chegamos no recheio, no conteúdo da história. A partir daí, a idade deixa de ser uma experiência tão confusa e toma o lugar para novas direções, novos voos. Assim como na película, você conhece os questionamentos reais que devem conduzir o restante da sua vida. Trabalho, amor, religião, família e trivialidades. Tudo é possível no tempo concedido. Para onde você vai? Com quem você vai ficar? O que você pretende fazer para ser independente? Qual o sorvete que você mais gosta?

Das perguntas mais complexas até as mais bobas, um mar infinito de respostas e tantos outros pontos de interrogação. Mas a vida é isso, um roteiro de início, meio e fim. Todavia, só passamos pelo início e, no presente, estamos no meio. O final não foi fechado ou imposto. Nenhum executivo engravatado decidiu qual será o desfecho do seu filme. Apenas você, em qualquer dia e qualquer hora, sabe e pode almejar o próprio futuro. Novamente, escolhas.

O “the end” depende das virtudes que você carrega no coração. Depende das cores que você enxerga nas adversidades que a vida coloca e que taxamos de vilanesca. Depende dos sentimentos que você deposita, a cada instante, nos gestos e nas outras personagens que lhe cercam. Depende, principalmente, da sua disposição para abraçar o novo. Depende de você reconhecer que, não importam os cenários, trilhas e tempos situados, o filme da sua vida é nada mais nada menos que escrito e dirigido por você. Sempre.

Compreensivo mesmo é quem compreende o outro e aceita se não for compreendido.

Compreensivo mesmo é quem compreende o outro e aceita se não for compreendido.

Imagem de capa: BlueRingMedia/shutterstock

Outro dia ouvi alguém dizer assim: “eu compreendo você e exijo que você me compreenda também”, o dedo em riste, a jugular saltada, um olhar de fogo fulminando seu interlocutor.

Era uma dessas discussões improdutivas, sem pé nem cabeça, sem começo nem fim, provocadas por um sujeito aparentemente sem mais o que fazer. Deu vontade de entrar na briga e argumentar: “moço, não seja bobo! Toque sua vida em frente e deixe o outro compreender o que quiser”!

Mas eu tenho a impressão de que ele não ia entender nada.

Compreendi então que era melhor ficar quieto e pensar no assunto. E me dei conta do quanto a compreensão é um negócio difícil.

Fosse o ser humano mais simples, a gente não complicava tanto e chegava logo à conclusão mais evidente do mundo: compreender o outro é aceitar que talvez ele nunca nos compreenda. Não há mais o que fazer a respeito. Compreender é uma opção de cada um. Ser compreendido é uma eventualidade. Mas não. Somos uma espécie complexa e delicada, incapaz de aceitar o óbvio.

Sejamos razoáveis. Você e eu não somos donos da compreensão de ninguém. Logo, só nos cabe compreender que nem sempre seremos compreendidos, aceitar que nem sempre seremos aceitos, tolerar que há sempre alguém disposto a não nos tolerar por perto.

Não se manda na compreensão do outro, não. Ele compreende o que quiser e o que puder, se quiser e se puder.

O máximo que nos resta é tentar fazer com que o outro nos ouça, nos escute. É nos fazer entender. Agora, se ele vai nos compreender ou não, já não é de nossa alçada.

Gente compreensiva de verdade não bate o pé exigindo reciprocidade. Isso não é ser compreensivo. É ser birrento e infantilóide.

Se não somos aceitos no lugar onde estamos, mudemos de lugar. Não é fácil. Mas é ofício de todo ser racional assimilar quando nosso canto no mundo não é aquele, quando nossa turma é outra e quando seguir adiante é questão de sobrevivência.

Tanta gente por aí cobrando a compreensão alheia me dá vontade de entrar na briga e replicar: “hellow-ow!”. Quem tanto cobra a compreensão do vizinho esquece de tornar compreensivo a si mesmo. Compreender é uma escolha e uma postura de cada um! Eu tento compreender o outro e não exijo que a recíproca seja verdadeira. Se cada um fizer a sua parte, quem sabe um dia sejamos capazes de compreender uns aos outros.

Mas eu tenho a impressão de que eles não iam entender nada.

Esta construção enganará seus olhos e fará você repensar suas percepções

Esta construção enganará seus olhos e fará você repensar suas percepções

Gijs Van Vaerenbergh é o nome da empresa de arquitetura responsável pela construção do projeto ‘Lendo nas Entrelinhas’:  uma igreja localizada em Borgloon, Bélgica.

O objetivo do projeto é surpreender as percepções de quem olha a igreja por diferentes ângulos e perspectivas.

A obra, construída em 2011, utilizou 30 toneladas de aço divididos em 100 camadas de empilhamento minuciosamente estudado para promover o efeito ilusório e transparente almejado

Confiram os resultados:

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Fotografia Filip Dujardin
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Fotografia Filip Dujardin
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Fotografia Filip Dujardin
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Fotografia Filip Dujardin
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Fotografia Filip Dujardin

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Fotografia Filip Dujardin

A vida só cresce se você abrir espaço

A vida só cresce se você abrir espaço

Imagem: Nadiia Kalameiets/Shutterstock

Quantas vezes achamos a vida chata, tediosa, arrastada, atrasada… E provavelmente, é assim mesmo que a vida está.

Não é tarefa fácil oxigenar a vida. A gente tende a observar mais do que agitar, e, às vezes, sequer reparar.

A vida precisa de espaço, de terreno livre, de boa luz e grandes planos! Ela só cresce se você retirar as barreiras, mover os entraves, afastar as sombras e limpar a bagunça.

Uma vida em expansão clareia as ideias, traz consigo muitas inspirações, organiza o tempo para haver tempo para tudo. A vida em crescimento fica leve, flutua, inspira mudanças e novos objetivos.

Mas, sem espaço, ela murcha, encolhe, entristece e até morre.
A vida sem vida é depressão. A depressão é a vida consciente de que foi vida, mas que não sabe voltar a ser.

Luta-se para conquistar muitas coisas. Antigamente, territórios. Nos dias de hoje, bens e sonhos de consumo. Mas, sem espaço para vida, terão seus valores reduzidos até o ponto de nada valerem se a vida estiver sem graça.

E quantas vezes a vida se manisfesta, sábia, de graça! Naquele momento em que ela encontra um espaço, no meio do caos diário, respire fundo e cresce!

A vida é semente, terra, fertilizante e regador. De nós, ela só pede o vaso, a jardineira, um cantinho ou o jardim. O que vai determinar o seu crescimento é o que vamos oferecer de espaço.

Escolher entre ter para somente si ou ceder para a vida multiplicar. E ainda ter vida para enfeitar o jardim de quem não consegue enxergar além das pedras.

Jamais concorde somente para agradar!

Jamais concorde somente para agradar!

Imagem Ollyy/Shutterstock

Não vale a pena, não compensa, nem recompensa.
Nem mesmo para impressionar, garantir um lugar, um placar, uma esperança.

Concordar para agradar é perder todo e qualquer poder de decisão, é entregar-se ao que favorece ao outro, evitar a contrariedade alheia, ainda que passando por cima de si mesmo.

Quem merece afinal essa concordância absolutas? Companheiros, filhos, amigos, chefes, ídolos, mitos, deuses e forças sobrenaturais?

A quem se dedica a morte de uma escolha própria?
De quem se cobra o preço de uma obediência cega?
Concordar é consentir. Consentimento carrega enorme responsabilidade.

Se alguém te chantageia para obter concordância, saiba que, ao concordar pela primeira vez, se iniciará um processo sem fim, dominador, tirano.

Se alguém te suplica concordância e sinaliza que talvez o afeto diminua em caso de negativa, esteja ciente de que a moeda de troca já está há muito desvalorizada.

Se alguém faz manha e manobras para arrancar a sua concordância, enxergue nessa atitude todo o egoísmo que ela carrega, e não espere um retorno na mesma medida, porque não acontecerá. Eduque, se possível, discordando.

Quem não aceita uma opinião contrária, uma negativa legítima e argumentada, um outro ponto de vista, jamais libertará quem, um dia, concordou somente para não decepcionar.

Pratique o posicionamento natural, o enquadramento de suas preferências em qualquer contexto que seja. Desde a negativa necessária à criança pequena que faz birra para conseguir o que quer, até mesmo às relações de amizade e intimidade.

Citando a velha e verdadeira frase: Um negócio só é bom quando é para ambas as partes. Esse é o caso em que todos concordam e todos ganham. Fora disso, só resta a tirania e a covardia.

A verdade tem muita força, ela vaza por todas as frestas

A verdade tem muita força, ela vaza por todas as frestas

Quem conta uma mentira raramente se dá conta do pesado fardo que toma sobre si. Para manter uma mentira, muitas vezes é preciso inventar outras vinte.

Mentir requer uma concentração absurda. A história precisa convencer o outro, precisa fazer algum sentido, ainda que minimamente. E, para que o enredo não fique sem pé nem cabeça, aquele que mentiu vai colecionando argumentos.

O problema desses argumentos é que eles carecem de solidez. Uma vez que foram criados para alicerçar tardiamente, uma inverdade que se disse por impulso ou premeditação, são frágeis e artificiais.

A mentira pode vir a se tornar um hábito. Há pessoas que as usam como acessórios; enfeitam fatos ou vivências reais com alegorias falsas, na tentativa de dar às suas histórias ou memórias pessoais uma aparência mais interessante.

E de tanto “florear” a realidade, a vida da pessoa vai sendo transformada num jardim de flores de plástico. As experiências reais, relegadas a pano de fundo, perdem o viço e a importância.

Aos poucos, a pessoa que “aumenta”, mesmo sem perceber, vai deixando de investir em vivências ricas de significados, porque se habitou a enriquecê-las depois, com detalhes que variam de acordo com a intenção ou necessidade.

Há ainda aqueles que mentem com tanta convicção que as memórias acabam virando uma mistura caótica de coisas que realmente aconteceram, outras que aconteceram, mas não exatamente daquela forma e outras, que são uma completa ficção.

A perda do contato com as experiências reais produz indivíduos rasos e pouco confiáveis. O comportamento daqueles que se habituam a inventar, sai facilmente dos trilhos e acaba descambando para a falta de noção. E há poucas coisas tão constrangedoras quanto ficar desacreditado.

Todo mundo mente? Ahhhh.. sim. Circunstancialmente todo mundo vai acabar contando uma mentirinha aqui, outra ali. Até porque, tem verdades que é melhor a gente guardar numa gavetinha secreta qualquer. Aquelas gavetinhas da mente sem comunicação com a língua, sabe?!

A verdade a verdade mesmo. Não a minha verdade, a sua verdade, a do padre, do terapeuta, ou de qualquer outro tipo de guru autoproclamado. A verdade, que existe a despeito do quanto a gente acredita ou questiona; essa daí tem muita força. É um curso d’água em queda livre. Invade tudo e acaba vazando por todas as frestas. E as mentiras que se preparem junto com seus idealizadores; mais dia, menos dia, acabarão afogadas ou carregadas para bem longe das maravilhosas realidades que foram impedidas de brotar.

Imagem de capa -meramente ilustrativa- personagens da série “Pretty little liars”

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