Se você quer viver uma vida feliz, amarre-se a uma meta, não às pessoas nem às coisas – Albert Einstein

Se você quer viver uma vida feliz, amarre-se a uma meta, não às pessoas nem às coisas – Albert Einstein

Imagem de capa: Uber Images/shutterstock

Vivemos em uma busca incansável pela tal da felicidade. Odiamos as segundas-feiras e torcemos para que a semana passe rápido. Os estudos, os trabalhos têm se tornado um fardo e contamos os dias para as férias chegarem. Vibramos com os feriados e aproveitamos o nosso tempo livre dormindo.

Trocamos conversas numa tarde qualquer pelo bate papo e pelas redes sociais. Deixamos as ligações de lado e mandamos um áudio no WhatsApp. Só nos lembramos dos aniversários porque o tal do Facebook nos avisa e já desconhecemos o que é uma biblioteca porque o mestre Google sempre responde aos nossos questionamentos. Vivemos à espera dos romances de filmes, mas dispensamos as pessoas porque não queremos compromissos.

Nós nos auto-intitulamos independentes, mas vivemos carentes de um colo e de um cafuné. Adoraríamos ter alguém para tomar um café e apenas conversar, mas vivemos reafirmando, aos quatro cantos do mundo, o quanto é bom estar sozinho e que tudo está bem. Defendemos a política do bom senso, do não ao preconceito, mas julgamos a tudo e a todos, o tempo todo. Falamos das relações superficiais, mas já nos esquecemos do que é um abraço.

Idealizamos o amor e deixamos escapar os gestos mais bonitos, o carinho, o afeto verdadeiro e o sentimento sincero. Felicidade e amor não devem estar alicerçados em coisas ou pessoas, fazer isso é chamar a decepção e convidá-la a fazer parte da sua vida. Pessoas decepcionam e coisas também. Aprenda a depositar menos expectativa e permita-se viver, entendendo que perdoar faz parte das regras de sobrevivência. Mude a cara da sua segunda e deixe a semana passar sem pressa, aproveite cada momento e se realize nas pequenas coisas. Seja a melhor versão de você mesmo em tudo, espere grandes coisas, você merece, mas aprecie também as pequenas coisas, afinal, elas também nos proporcionam grandes sentimentos, é só você buscar ver o mundo com outros olhos.

Permita-se viver, veja a oportunidade em cada dificuldade, aproveite as chances que a vida nos dá. Não desperdice o seu tempo com coisas vãs, não se deixe chatear por coisas sem valor, por pessoas que não se importam com você. Veja a vida com outros olhos, a tal da felicidade não tem nome, nem lugar, nem hora para chegar. Não há um caminho para a felicidade, ela é o caminho.

Quando se perde a confiança, nada volta a ser como antes

Quando se perde a confiança, nada volta a ser como antes

A confiança é algo que demora a ser firmado, pois depende da passagem do tempo e de como se desenvolvem os relacionamentos, sejam amorosos, trabalhistas ou de amizade. Confiar em alguém nos deixa mais seguros, uma vez que temos, então, ao menos uma pessoa com quem poderemos dividir o nosso melhor e o nosso pior, o que é muito importante em nossas vidas. Infelizmente, enquanto a confiança demora para ser adquirida, perdê-la pode ser muito rápido.

Para nós, a amizade pode ser uma das coisas mais importantes, mas muitos não pensam dessa forma. Existem pessoas que parecem resistir à proximidade, a uma cumplicidade forte, em que valores devem ser sustentados, como o respeito e a manutenção de confissões pessoais, por exemplo. Por isso é que, muitas vezes, somos surpreendidos com atitudes que jamais esperávamos, vindas de quem nos era por demais querido e estimado.

Outras vezes, recebemos o que jamais imaginávamos de um colega de trabalho em quem depositávamos uma confiança absurda. Quantos de nós já não fomos acusados de algo que se deixou de fazer, de algum prazo que não se cumpriu, de algum erro no serviço, por conta de uma fofoca mentirosa plantada justamente por quem se dizia amigo de fato? Para muitos, galgar degraus no trabalho é o que importa, mesmo às custas de pisar qualquer um.

E, quando perdemos a confiança no parceiro, a dor é avassaladora. Seja por conta de uma traição, de palavras cortantes ou de atitudes inesperadas, deparar-se com a decepção justo com a pessoa que abraçamos de corpo e alma, com quem nos abrimos em todos os sentidos, retira-nos o ar, o chão, o sonho de uma vida a dois, íntegra e ética. Tudo fica nebuloso e a hipótese de dar ou não outra chance mina as nossas emoções, quebra-nos por dentro.

É certo que muitos aprendem com os erros e não voltam a repeti-los, ou seja, pode valer a pena perdoar e tentar de novo, e isso só quem está ali dentro dos sentimentos é que sabem. Ainda assim, a perda da confiança é algo que jamais passará em vão, porque nenhum dos envolvidos voltará a ser igual e nada será como antes. Cada um é que terá de lidar com a própria escolha, tendo consciência de que demora muito voltar a confiar – e nem sempre voltamos.

Imagem de capa: franz12/shutterstock

O roubo dos tomates e a ideia de que vale tudo para vencer

O roubo dos tomates e a ideia de que vale tudo para vencer

“Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”. Coríntios 6:12

Todos que assistiram ao episódio passado de um importante programa culinário brasileiro – onde pessoas comuns, que cozinham bem, disputam uma vaga para serem um chef de cozinha profissional – se depararam com uma situação bastante incômoda e antiética.

No episódio em questão vinte pessoas foram divididas em dois grupos e cada grupo tinha que preparar um cardápio com entrada, prato principal e sobremesa para convidados.

Bom, resumidamente, uma das equipes ao buscar os ingredientes no mercadinho, montado pela produção, resolveu pegar para ela todos os tomates e farinha. E o fez não só para usar esses ingredientes em suas receitas, mas também para prejudicar a outra equipe.

Logo, ao ver a falta de produtos essenciais, do ponto de vista culinário, a equipe prejudicada acabou tendo que reordenar todo o cardápio, o que a levou, ironicamente, à vitória.

O roubo dos tomates e outros ingredientes ficou em minha cabeça desde então. Será que a ética nos dias atuais foi varrida para baixo do tapete? A equipe “ladra” não pareceu sentir vergonha pelo que fez. Justificou o fato pela ideia de que estava ali para vencer. Mas vale mesmo tudo pela vitória?

Antes de qualquer coisa preciso dizer que, diferente do que muitos pensam, a ocasião não faz o ladrão. O ladrão escolhe sê-lo antes que a oportunidade apareça. Dessa forma, a ideia de que dentro do jogo tudo vale, não é justificável.

Eu diria que a ética está diretamente atrelada aos nossos valores e a nossa capacidade de ter empatia. Quando empático, eu não faço com o outro o que não gostaria que ele fizesse comigo. Tanto a empatia quanto a ética apontam para questões universais que zelam pelo todo. A ética busca, acima de tudo, a melhoria da convivência entre as pessoas. Dessa forma é possível notar que não houve ética alguma no roubo dos ingredientes.

Imaginem o que aconteceria se todos os participantes começassem a fazer individualmente o mesmo que foi feito pela equipe antiética? Se, no próximo programa, cada um fosse até o mercadinho e pegasse para si todos os ingredientes que os outros participantes iriam precisar? Certamente o jogo acabaria amanhã. A falta de ética, empatia e valores provoca um colapso social e causa prejuízo a todos. Em um ambiente antiético a convivência torna-se inviável.

Em 2012 o mundo conheceu um competidor ético, o espanhol Ivan Fernandes Anaya. Em uma corrida Fernandes empurrou o primeiro colocado até a linha de chegada ao perceber que o adversário tinha se confundido no final do percurso. Ao ser indagado sobre a razão de ter feito aquilo, quando poderia vencer, ele respondeu: “Qual seria o mérito da minha vitória se eu ganhasse dessa forma?”

O jogo só continua porque existem aqueles que entenderam a dinâmica da vida antes de sacarem a dinâmica do jogo. É arrogância querer prejudicar o outro para vencer. No fim das contas vence mesmo aqueles que dão o seu melhor sem causar o pior ao outro. Vence aqueles que de noite colocam a cabeça no travesseiro e dormem em paz sabendo que aquilo que queriam era o que deviam e podiam.

Acompanhe a autora no Facebook pela sua comunidade Vanelli Doratioto – Alcova Moderna.

Atribuição da imagem: pixabay.com – CC0 Public Domain

Ser introvertido não é lá de todo ruim e vou te explicar o porquê

Ser introvertido não é lá de todo ruim e vou te explicar o porquê

Ser introvertido não é um defeito. Também não é como se andasse por aí com um sensor no peito, apontando pro coração o que pode e o que não pode ser sentido. E também não tem nada a ver com timidez, aviso aos desconhecidos. Ser introvertido é um estado em que você sente demais e abraça isso.

Hoje em dia, e posso até compreender, busca-se querer definir todos os comportamentos emocionais das pessoas. Com a introversão não é diferente. E nem deveria. Mas calma aí, quem sabe do que sinto, sou eu. Vou explicar o porquê em pensamentos únicos e em desejos raros. Não se assuste. Não guarde mágoas. Mas o mais importante, tenha empatia. Porque ser introvertido não foi algo que descobri há pouco. Na verdade, tenho quase certeza que sempre esteve aqui dentro. Apenas não sabia como colocar em palavras.

Ser introvertido não é acordar introvertido, que fique claro. Sinto tanto quanto qualquer um. Tenho variações de humor comuns a todos. Fico chateado, feliz, preocupado, relaxado e o que mais você queira dar nomes. A diferença – e não quer dizer que sou melhor ou pior, é que o meu modo não se encaixa na maioria. Tenho preguiça da maioria, confesso. Não é uma crítica, apenas não me cabe. O que todo mundo gosta? Que bom para eles. O que todo mundo conversa na mesa do bar? Que bom para eles. O que todo mundo faz para ser alguém na vida? Que bom para eles.
É mais ou menos assim, sinto e vivo numa frequência que não dá para ser pirateada. É uma condição exclusiva e de diferentes consequências para cada um que se encontra no próprio mundo. Mas posso ser ainda mais explícito num exemplo, ser introvertido me faz amar inteiro. Não preciso ficar dizendo “eu te amo” para que, de fato, ame. Não preciso da convivência constante daqueles que estimo para que, de fato, admire-os. Presença não quer dizer nada quando você é bem-vindo (a) na minha vida. Tenho espaço aos montes, só não fico anunciando no balcão do viver.

Ser introvertido não é lá de todo ruim, ainda que muita gente insista que é. Ou pior, que não entendam.

Não é sempre que ser assim, sentimental de dentro pra dentro, ajuda.

Entretanto, não troco nenhuma das minhas vivências inteiras.

Imagem de capa: Diários de Motocicleta (2004) – Dir. Walter Salles

13 Reasons Why: uma série também para pais e educadores

13 Reasons Why: uma série também para pais e educadores
13 REASONS WHY

Por Talita Rosetti Souza Mendes*

Em 2011, conheci o livro “Os 13 porquês” , de Jay Asher, por meio de uma grande rede escolar carioca – onde trabalhava na época como professora de Redação. O professor com quem eu dividia a série havia feito essa escolha e, imediatamente, me adiantou suas razões para desenvolvermos um trabalho com os alunos. Na época, houve questionamentos, visto que o livro apontava certos tabus, apresentava temas sensíveis e, claro, mexia com o imaginário dos discentes. O livro foi mantido e muitas propostas bacanas com os adolescentes nasceram dessa experiência – esse é um dos motivos pelos quais escrevo esse texto.

Seis anos depois desse episódio na escola e dez anos após o primeiro lançamento da obra escrita, a série 13 REASONS WHY, baseada no livro, foi lançada pela rede Netflix, uma das mais visitadas por adolescentes brasileiros, o que significa que – longe dos muros das escolas – eles terão (ou já tiveram) acesso ao conteúdo, muitas vezes, de forma independente e, infelizmente, solitária.

Diante disso, pais, amigos e professores têm me perguntado o que eu – como educadora e profissional da linguagem – considero sobre o acesso de jovens ao com livro (cuja indicação etária é de 13 anos) + série (estrategicamente, creio eu, sem indicação etária pelo distribuidor). Muitos têm me feito, abertamente, a pergunta:

Você permitiria que seus filhos adolescentes assistissem a essa série?

De forma franca, eu respondo: não só permitiria, como também faria um acompanhamento de como foram interpretadas as questões assistidas. De verdade, considero que jovens precisam entrar em contato com temas importantes para eles e para a sociedade, dialogando com seus pais, com seus amigos, com seus professores, com seus terapeutas e com quem mais se sintam à vontade para isso.

contioutra.com - 13 Reasons Why: uma série também para pais e educadoresEm século XXI, proibir é tão ultrapassado quanto não assumir que precisamos conversar sobre violência sexual, alcoolismo, exclusão, depressão e bullying. É preciso acompanhar, conversar, ensinar e, sobretudo, dar espaço para que eles falem o que enxergam em seus meios sociais. Acreditem: eles contam seus segredos quando não têm medo e têm certeza de que podem contar conosco.

Muitos vão afirmar, categoricamente, que já viram aquelas cenas nos corredores das próprias escolas – que negligenciam, por diversas razões, o estado emocional de seus constituintes – uma das principais justificativas pelas quais educadores deveriam também se interessar pelo conteúdo.

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13 REASONS WHY

Ter essas informações e fazer com que elas adquiram viés crítico é importante para todos nós, certo? Novamente, reitero que pais também precisam acompanhar o ritmo dos filhos. Isso não significa que tenham que estar ao lado do adolescente como fiscal no sofá da sala. Cada um pode ver a seu modo, em seu espaço, em seu tempo – com suas emoções preservadas. Podem, depois, conversar sobre a série durante uma atividade em família (almoço, jantar, caminhada). Diálogos comuns estreitam laços. Adolescentes precisam ouvir e se expressar: essa é a máxima de uma boa relação. Mais do que nunca, é disso que precisamos em um mundo com excesso de estímulos e com problemas emocionais à flor da pele.

Eu não tenho filhos ainda, mas trabalho com 450 adolescentes por ano. Jovens com histórias diferentes – que erram-e-acertam, que se descobrem, que desvendam o outro e a sociedade de maneiras, às vezes, incríveis ­– às vezes, tristes demais. Quase todos eles se identificarão com algum personagem da série. Isso é suficiente para que façamos um acompanhamento lúcido e nada careta sobre perdas e ganhos durante essa fase tão conturbada e lotada de conflitos que é a adolescência. Se é uma série para eles, certamente, é uma série para nós também.

“Você precisa aprimorar a forma como adolescentes cuidam uns dos outros” – diz um dos personagens a um adulto em um dos capítulos mais emblemáticos da temporada. Essa é a grande lição/missão que fica para nós: os adultos da relação. Assistam e tirem suas conclusões. O diálogo aqui também é aberto: deixem seus comentários sobre a experiência.

Sobre a autora:

contioutra.com - 13 Reasons Why: uma série também para pais e educadoresTalita Rosetti nascida  em Niterói, cidade do Rio de Janeiro. Atua como professora de Redação e é Mestre em Estudos de Linguagem pela PUC-Rio. Atualmente, pesquisa sobre linguística aplicada à ciências da educação. Acredita que o processo de ensino-aprendizado pode e deve ser refletido e aprimorado, de forma contínua, não só pelos profissionais da educação, mas pelos demais membros da sociedade.

 

10 Filmes OBRIGATÓRIOS para quem AMA HISTÓRIA

10 Filmes OBRIGATÓRIOS para quem AMA HISTÓRIA

Dizem que a arte imita a vida. Sendo assim, o cinema pode ser uma ótima forma de compreender a história, sobretudo, em nuances e sutilezas que por vezes escapam da nossa apreensão. Procurei criar uma lista heterogênea, buscando filmes que retratassem momentos históricos distintos. Como só são 10, alguns ficaram de fora, então, deixem nos comentários o filme (ou filmes) que para vocês não poderia(m) ter ficado de fora da lista. Sem mais delongas, vamos lá:

O PODEROSO CHEFÃO (TRILOGIA) (1972-1990)

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Um dos maiores clássicos da história do cinema, o filme que possui como recorte principal a família Corleone, na qual estão inclusos Don VitoCorleone (Marlon Brando) e Michael Corleone (Al Pacino), mostra todas as nuances da máfia italiana e ítalo-americana. Ao longo da série, conhecemos a rede complexa que forma a máfia, as disputas familiares, o jogo pelo poder, a corrupção envolvendo diversos setores, como a polícia, o sistema judicial e até mesmo a Igreja. É um filme que vai historicamente além do mundo da máfia, percorrendo a própria estrutura de formação do Sul da Itália, onde as “famílias” se desenvolveram em função do processo tardio de unificação italiana e da falta de intervenção do Estado; o processo de imigração europeu, no famoso discurso de que iriam “Fazer a América”; os anos dourados americanos, marcados pelo otimismo consumista; e até a eclosão da revolução nacionalista em Cuba no ano de 1959, demonstrando como a ilha era economicamente explorada pelos estadunidenses, inclusive, pela máfia. Enfim, a trilogia é um clássico imperdível para quem gosta de cinema e história.

APOCALYPSE NOW (1979)

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Também dirigido por um dos maiores gênios da história do cinema, Francis Ford Coppola, o filme é narrado através dos olhos do capitão Benjamin Willard (Martin Sheen), que após voltar do Vietnã é convocado pelas Forças Especiais do Exército para uma secreta missão que tem como objetivo encontrar e matar o coronel Walter Kurtz (Marlon Brando) que, segundo as autoridades do exército, enlouqueceu e passou a agir de maneira absolutamente incompreensível na selva do Camboja. O percurso traçado pelo capitão Willard faz com que ele entre em contato com todos os horrores da guerra, fazendo-o refletir sobre a racionalidade teoricamente apresentada pela alta cúpula militar e a irracionalidade existente no campo de guerra. Discutindo o sentido daquela guerra e o modo como os americanos se portam nela, o filme aprofunda-se na discussão sobre a racionalidade, já que diante de tanta miséria produzida sem causa, como naquela guerra, consequentemente, coloca-se em xeque a nossa capacidade de raciocinar e a bondade presente no homem que contrasta com a irracionalidade, a sede pelo poder e a loucura que muitas vezes triunfa na natureza humana.

GANDHI (1982)

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O drama histórico de Richard Attenborough, reconta a história de Mohandas Karamchand Gandhi (Ben Kingsley), um jovem advogado idealista que passa a questionar as condições de vida do seu povo na Índia, que era colônia britânica na época, e também toda miséria social, desigualdades e destruição produzidas pela imposição política, econômica e militar das grandes potências em relação às suas colônias no terceiro mundo, bem como a luta pela independência e pelo direito de autodeterminação desses povos. Com um enredo extremamente realista, o filme mostra todas as atrocidades e desumanidades promovidas pelo império britânico, ao mesmo tempo em que demonstra a força espiritual e comunicativa de um homem que derrotou um império apenas com a sua humanidade.

PLATOON (1986)

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Escrito e dirigido por Oliver Stone, o filme mostra a chegada ao Vietnã do jovem e idealista Chris Taylor (Charlie Sheen), que abandona a faculdade para servir voluntariamente na guerra a fim de cumprir com a sua função patriótica e ajudar o país. No entanto, essa visão romântica pouco a pouco vai sendo desmoronada, para em seu lugar se estabelecer o realismo de uma guerra sem sentido travada na maioria por jovens que têm a sua juventude completamente destruída pelo horror da guerra. A obra é extremamente realista ao retratar os conflitos psicológicos que se estabelecem entre os personagens e de que modo a situação degradante da guerra pode trazer consequências irreparáveis para o que há de humano no ser.

O NOME DA ROSA (1986)

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Baseado no Clássico de Umberto Eco, o filme de Jean-Jacques Annaud se passa em um remoto mosteiro no norte da Itália, no ano de 1327. No mosteiro chegam William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano, e Adso von Melk (Christian Slater), um noviço que acompanha o monge. Com a intenção de participar de um conclave para decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, William, sujeito extremamente erudito e racional, tem a sua atenção desviada pelos vários assassinatos que passam a ocorrer no mosteiro. Movido pela sua intelectualidade, William não acredita, como os outros monges, que os assassinatos sejam obra do Demônio, e, assim, começa uma investigação com a intenção de descobrir o real motivo das mortes. Totalmente instigante pelo seu mistério, a trama demonstra detalhes do período medievo, como a hipocrisia dos clérigos, pregando uma coisa e vivendo outra ou como está escrito em uma das capas do filme: acreditando em Deus e negociando com o Diabo; a demonização da mulher, caçadas como bruxas e jogadas na fogueira sem direito a defesa pela Inquisição, já que na visão medieval a mulher representava o pecado, pois alimentava os desejos do corpo; e o cerceamento do saber, em que restringia-se o acesso a muitos livros considerados subversivos, uma vez que instigavam o pensamento e levavam ao prazer, como o riso, por exemplo, considerado um pecado, porque deformava o rosto dos homens e os transformavam em uma caricatura do demônio, evidenciado toda a cultura da dor e do sofrimento difundida pela Igreja. Um filmaço e uma super aula sobre o período medieval.

A LISTA DE SCHINDLER (1993)

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A obra-prima de Steven Spielberg é um retrato perfeito de um dos momentos mais tristes da história humana, o holocausto judeu. A trama gira em torno de Oskar Schindler (Liam Neeson), um empresário com prestígios dentro do partido nazista que vê a oportunidade de enriquecer utilizando a “quase” escrava mão de obra judia na segunda guerra mundial. Esse projeto ganancioso, no entanto, gradativamente se transforma em um “empreendimento” que visa salvar judeus da morte. Mesclando momentos de maior tensão e violência com momentos mais “leves” em que os membros do partido nazista se divertiam, o filme demonstra-se balanceado e mostra ainda mais a crueldade daquelas pessoas, que durante o dia matavam pessoas como se fossem insetos e à noite se divertiam como se nada tivesse acontecido. Tenso e ao mesmo tempo sensível, o longa consegue transmitir todas as emoções que permearam o momento retratado, além de contar com ótimas atuações e uma fotografia belíssima que ajuda a compor o ritmo e a sensibilidade da obra.

GLADIADOR (2000)

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Um dos grandes filmes do bom Ridley Scott, a trama narra a história do general Maximus (Russell Crowe), que após ser escolhido pelo imperador Marcus Aurelius (Richard Harris) para assumir a coroa, é alvo da inveja, ira e ganância de Commodus (Joaquin Phoenix), filho do imperador que almeja se tornar o novo senhor de Roma. Desse modo, Maximus foge e se esconde sob a identidade de um escravo e gladiador do Império Romano. Além de possuir um grande valor de entretenimento, o filme mostra toda a loucura, obsessão, corrupção e crueldade que cerca o poder, além, obviamente, de expor brilhantemente a maneira como os espetáculos dos gladiadores eram utilizados como forma de controle social, a fim de diminuir as tensões políticas e manter a plebe controlada, fruto, portanto, das “panis et circenses” ou política do pão e circo, manobras paternalistas que permeiam a prática política até os dias de hoje.

ADEUS, LÊNIN! (2003)

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A mãe de Alexander (Daniel Brühl), fiel devota do socialismo na antiga Alemanha Oriental, tem um ataque cardíaco ao ver o filho em uma passeata contra o sistema vigente. Quando ela acorda do coma, após a queda do muro de Berlim, o médico aconselha a Alexander que ela evite emoções fortes, pois outro ataque tão cedo seria fatal. Com o peso na consciência pelo estado atual de sua mãe, Alex faz de tudo para que ela continue vivendo em uma ilusória Alemanha socialista, mudando embalagens de produtos industrializados e até mesmo inventando documentários televisivos para preencher as brechas do dia-a-dia do recente capitalismo no país. O filme do diretor Wolfgang Becker é extremamente inventivo ao criar uma realidade dentro da realidade, demonstrando as modificações decorrentes da queda do muro de Berlim, do fim do Socialismo e, consequentemente, do encontro de mundos ideologicamente distintos, marcando a nova ordem mundial e a supremacia do estilo de vida capitalista no mundo que se estabelecia.

A LUTA PELA ESPERANÇA (2005)

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Ambientado durante a crise de 1929 e baseado em uma história real, o filme nos apresenta a Jim Braddock (Russell Crowe), um sujeito considerado uma promessa, mas que se aposentou prematuramente em função de algumas derrotas consecutivas. Para sustentar a família, Jim vive de bicos esporádicos, até que repentinamente consegue retornar aos ringues e em uma escalada surpreendente chega a disputa pelo cinturão da categoria. Mesmo sendo uma história clichê de boxe, o filme possui originalidade e se sustenta na boa atuação de Crowe. No entanto, o grande diferencial resulta na historicidade do longa, que consegue retratar de forma muito precisa todas as problemáticas do período, em que era dificultoso manter até mesmo as necessidades básicas, explicando o motivo da ascensão de Jim reacender a esperança que se apagara durante o período escuro.

BÔNUS TRACK:

EU, DANIEL BLAKE (2016)

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A obra conta a história de Daniel Blake (Dave Johns), um jovem senhor, que após sofrer um ataque cardíaco é proibido pelo seu médico de voltar a trabalhar. A partir de então, Dan passa a percorrer um caminho longo, confuso, extremamente burocrático e desumano que o levará até o seguro desemprego. Nesse percurso, ele conhece Katie (HayleySquires), mãe solteira de duas crianças, que recém-chegada na cidade, não possui condições financeiras para se manter. Os dois passam a desenvolver uma amizade sincera ao mesmo tempo em que buscam junto ao Estado o reconhecimento dos seus direitos. Dirigido pelo grande Ken Loach, o filme traz o panorama do que não é ser um consumidor na sociedade contemporânea. Isto é, de não ser visto e tratado com humanidade por todos os setores, inclusive, o Estado, que deveria garantir os seus direitos e não tornar quase impossível esse acesso em função da vulnerabilidade social do indivíduo. Forte e necessário, o filme é imprescindível para entender o que é um sujeito pobre no que eu chamo de Estado Democrático do Dinheiro.

Os prazeres da comida em 12 filmes MA-RA-VI-LHO-SOS!

Os prazeres da comida em 12 filmes MA-RA-VI-LHO-SOS!

Cozinhar é uma alquimia. No fogão misturam-se ingredientes, sentimentos e sonhos. Cada pessoa cozinha de uma forma única. Cada um coloca na comida muito do que sente e é. Dizem que ao provarmos um prato, estamos provando também a essência daquele que o faz.

Cozinhar é amor, arte, entrega e anseio, tudo junto. Muitos dos filmes selecionados para essa lista falam do amor que há no ato de cozinhar. Personagens fortes, marcantes e sensíveis estão aqui listados para nos lembrar que a cozinha pode ser a porta de entrada para um mundo repleto de sabores e possibilidades.

Alguns dos filmes estão disponíveis na internet, outros na Netflix, mas todos são deliciosamente inspiradores.

1- Como água para chocolate (1992)

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Baseado em um romance de mesmo nome de Laura Esquivel, esse filme conta a história de Tita (Lumi Cavazos), uma jovem de uma família tradicional, que se apaixona por um camponês, Pedro (Marco Leonardi), em 1910, durante a Revolução Mexicana. Por questões ligadas à tradição familiar, Tita é impedida de casar-se com Pedro, contudo sua irmã o faz em seu lugar. Tita vive então sob o mesmo teto do homem que ama, mas seu espaço fica restrito à cozinha e aos cuidados com a mãe. Nacha, a cozinheira da família, ensina tudo que sabe à moça, e, estranhamente, todos que provam os pratos de Tita são tomados pelos sentimentos dela ao prepará-los. “Como água para chocolate” podia ser apenas uma história de amor, mas trata-se de um dos mais belos filmes do cinema latino-americano de todos os tempos.

2 – Chocolate (2001)

contioutra.com - Os prazeres da comida em 12 filmes MA-RA-VI-LHO-SOS!Vianne Rocher (Juliette Binoche) juntamente com sua filha de seis anos (Victorie Thivisol) se muda para uma cidade rural da França. Lá decide abrir uma loja de chocolates bem em frente à igreja local, no entanto a população duvida que o negócio durará muito tempo por ali. O filme “Chocolate” nos apresenta duas realidades distintas. De um lado fala de uma sociedade fechada em si e de outro mostra como o novo pode transformar positivamente pessoas e lugares, sem distinção. Nesse caso Vianne é o novo e sua forma animada de viver, assim como suas ações, contagiam a cidade na qual ela vende não só chocolates, mas também a realização de desejos. Se você estiver indeciso sobre esse filme, talvez a presença do talentoso Johnny Depp o convença a se jogar de cabeça nele.

3 – O tempero da vida (2005)

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Nesse filme, o diretor turco Tassos Boulmetis utiliza a culinária para falar de relações políticas entre gregos e turcos, na década de 50. Mas fala também da vida, de relações humanas e até mesmo de ligações cósmicas entre planetas e estrelas. O próprio protagonista lembra que a palavra astrônomo está na palavra gastrônomo. Desde o início, a direção demonstra que o tema central do filme é mesmo o céu e a comida. Resumidamente, o enredo gira em torno do turco Vasilis (Tassos Bandis), dono de uma loja de temperos, em Istambul, e patriarca de uma família, que transmite ao neto Fanis (Markos Osse) seu saber ancestral sobre os mistérios dos condimentos. Um filme belo, sensível, com visual apuradíssimo e música maravilhosa. Absurdamente emotivo e agradável, como uma boa comida tem que ser!

4 – Garçonete (2007)

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Jenna (Keri Russell) trabalha como garçonete de uma lanchonete pequena em uma cidade minúscula e sonha em juntar dinheiro para se separar de seu marido controlador. Mas a vida parece não sorrir para Jenna, pois quando ela decide deixar o marido, descobre que está grávida. Em grande desespero sua única saída é criar tortas inusitadas e saborosas. E Jenna sempre tem ótimas ideias para novas receitas. Da fossa mais profunda ao contentamento total ela cria maravilhas através da culinária. E as criações de Jenna estão sempre em perfeita sintonia com seus sentimentos. Aí está um dos charmes desse filme. Garçonete é um filme delicado, simpático, saboroso e autoral. Um belíssimo trabalho da diretora Adrienne Shelley.

5 – Sem reservas (2007)

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“Sem Reservas” é um filme do diretor Scott Hicks. A obra é uma adaptação do longa-metragem europeu de 2001 “Simplesmente Martha”. Nele, Kate (Catherine Zeta-Jones), é uma problemática chef perfeccionista. Sua vida pessoal não tem nada dos maravilhosos sabores que ela costuma mostrar na cozinha de um restaurante em Manhattan. Sua natureza perfeccionista é colocada à prova quando o subchef Nick (Aaron Eckhart) é contratado. Ao mesmo tempo Kate precisa lidar com a súbita chegada de Zoe (Abigail Breslin), sua sobrinha de 9 anos. Para a realização do longa, os atores Aaron Eckhart e Catherine Zeta-Jones tiveram duas semanas de aulas de culinária com o chef Michael White.

6 – Julie & Julia (2009)

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Esse filme belíssimo é uma cinebiografia de duas mulheres fantásticas. Uma delas é a famosa cozinheira Julia Child (Meryl Streep) e a outra é uma funcionária pública frustrada com quase trinta anos, Julie Powell (Amy Adams). A vida dessas duas mulheres se entrelaçam através da culinária. Julie em um momento de desespero, buscando encontrar algum sentido na vida, resolve cozinhar, em um ano, as 524 receitas do livro de Julia Child “Mastering the Art of French Cooking”. O filme mostra acima de tudo a capacidade das protagonistas de superarem suas dificuldades e de ascenderem, mesmo diante da descrença de muitos. Um filme espetacular!

7 – The Ramen Girl – O Sabor de uma paixão (2009)

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Nesse filme vemos a culinária como caminho para o autoconhecimento. Uma jovem se vê inicialmente sozinha (Abby – Brittany Murphy) em um país de cultura bastante diversa como o Japão. Ela pensa estar perdida depois de ter sido deixada pelo namorado, mas logo transforma a vida das pessoas – que acabaram de aparecer em sua vida – e também se vê transformada por elas. Tudo isso você já viu em vários filmes, mas verá de uma forma totalmente especial em “The Ramen Girl”.  Brittany Murphy está fantástica nesse filme e o empenho de sua personagem em aprender a fazer o tradicional Ramen, nos mostra que bons ingredientes fazem um ótimo prato, mas que o sentimento ao prepará-los sempre será o ingrediente principal.

8 – Comer, Rezar, Amar (2010)

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Impossível falar de mulheres fortes e maduras, sem se lembrar desse filme. Julia Roberts está espetacular interpretando a escritora norte-americana Elisabeth Gilbert que resolve se divorciar e largar tudo, seguindo para a Itália, Índia e Bali. Em sua última parada conhece um brasileiro que faz seu coração bater mais forte. O filme é uma biografia encantadora da escritora que descobre, na Itália, os prazeres proporcionados por uma ótima comida.

9 – A 100 passos de um sonho (2014)

contioutra.com - Os prazeres da comida em 12 filmes MA-RA-VI-LHO-SOS!Esse longa é uma adaptação do livro de Richard C. Morais, aqui traduzido como “A Viagem de Cem Passos”. Desconsidere os passos, o título original faz referência a cem pés, que é a distância entre o restaurante da francesa Mallory e seu concorrente indiano. Rivais, eles simbolizam sutileza versus ousadia, simplicidade versus exagero, razão versus emoção e forma versus tempero. O filme se passa no sul da França. Lá, Madame Mallory (Helen Mirren) é uma respeitada dona de um restaurante que demonstra estar muito aborrecida graças a um concorrente indiano, no entanto, ela conhece o filho do seu concorrente e os dois tornam-se bons amigos. Logo, a senhora francesa ensina ao jovem preciosos segredos de gastronomia. Se o que você procura é uma escapada saudável e prazerosa do mundo real, então esse é o seu filme.

10 – A festa de Babette (1987)

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Na Dinamarca do século XIX, Filippa (Bodil Kjer) e Martine (Birgitte Federspiel) são filhas de um rigoroso pastor luterano. Após a morte do religioso surge no vilarejo, Babette, (Stéphane Audran), uma parisiense que se oferece para ser a cozinheira e faxineira da família. Muitos anos depois, ainda trabalhando na casa, ela recebe a notícia de que ganhou um grande prêmio na loteria e se oferece para preparar um jantar francês em comemoração ao centésimo aniversário do pastor. Os paroquianos, a princípio temerosos, acabam rendendo-se ao banquete de Babette. Um filme maravilhoso, com atuações sutis e autênticas.

11 – Chef (2014)

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Delicioso em todos os sentidos. Chef é uma comédia que conquista o público com sua divertida história sobre um talentoso chef que recomeça do zero após sair do emprego que tinha há vários anos. O sexto filme de Jon Favreau vale seu tempo e dinheiro por diversos motivos: protagonistas sinceros e carismáticos, culinária de primeira e um enredo cativante. Chef é imperdível, seja para crianças, adolescentes, adultos ou idosos. Se bobear, você vai querer montar o seu próprio food truck e sair por aí conquistando o paladar de muita gente.

12 – Um Sonho de Amor (2015)

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Emma Recchi (Tilda Swinton) deixou a Rússia para se casar com Tancredi (Pippo Delbono). Com o passar dos anos ela se torna mãe de três filhos e se acostuma à vida repleta de luxo, mas com pouca paixão. Um dia, em meio a uma festa, ela conhece Antônio, um chef de cozinha amigo de seu filho. Antonio traz à tona as lembranças de Emma acerca da sua vida na Rússia e reaviva nela as memórias gastronômicas ligadas ao seu país de origem. Logo ela e Antonio iniciam uma paixão. “Um Sonho de Amor” trata, dentre outras coisas, da libertação feminina e da culinária como meio sinestésico capaz de conquistar e tocar corações adormecidos. Lindo!

Acompanhe a autora no Facebook pela sua comunidade Vanelli Doratioto – Alcova Moderna.

Foto de capa: Filme “A 100 passos de um sonho”.

Quando a solidão e eu viramos amigas

Quando a solidão e eu viramos amigas

Imagem de capa:  Antonio Guillem/shutterstock

Algum lugar do mundo, 29 de março de 2017

Era somente mais um dia daqueles em que a solidão batia forte, rasgava por dentro. Novamente, um dia em que o meu vazio ficava proeminente, escancarado. Tão escancarado que jurava que poderiam vê-lo, até mesmo tocá-lo. Aquele buraco enorme no meio do peito. Quisera eu, talvez, que o notassem e me trouxessem o material necessário para tampá-lo.

Um dia em que, por milagre ou coincidência, não havia a correria massacrante do dia-a-dia para me distrair. Não havia compromisso, nem meta, nem nada a entregar. Pelo menos não naquele dia. Por algum motivo, o tempo caminhava mais lentamente, o ar parecia menos oxigenado e o peito mais apertado. A previsão dizia que o sol estava lá, mas só conseguia ver tudo nublado.

Um dia que me convidava a olhar pra dentro, a respirar e refletir. Uma intimação à saída do piloto automático com direito à revisão do veículo. Um dia de solidão. Costumava eu pensar, antigamente, que era falta de gente. Pensava em ter mais amigos, talvez encontrar a família, entrar numa aula de forró. Pensava em todos que naquele momento estavam acompanhados, contemplando um sorriso ou mergulhados em um abraço. Ou mesmo naqueles que exalavam amor próprio.

Tentava lembrar-me de alguém que pudesse entender aquela crise, aliviá-la. Quem sabe se recebesse um telefonema, uma mensagem, uma carta… Porém, mais do que nunca, nestes dias, todos pareciam desaparecer. Como se pressentissem a necessidade daquele encontro e fossem instigados a não perturbá-lo. Aquele encontro inevitável que devemos ter conosco de quando em quando.

Hoje sei que a solidão vem independentemente da ausência de pessoas em volta. Sei que solidão não é saudade do outro. Não é carência tampouco. Não se cura com companhia. Já senti solidão muitas vezes estando com minha família. Em festas, churrascos, aniversários. Já senti solidão na rua, na faculdade, no cinema, na cama. Solteira ou compromissada. Vira e mexe ela vem com tudo. Não pede licença, não avisa e não adianta mandá-la embora.

A solidão, por vezes, é tão forte que chega a doer na pele, sente-se nos poros. E quanto mais fugimos desse necessário encontro com o vazio, mais ela dói. Não é por mal… É preciso recolher-se para descobrir-se. Algo nem sempre tão prazeroso no início. Na verdade, quase nunca, pois descobrir-se normalmente é sinônimo de desapegar-se de ilusões. E de ilusões somos cheios. Desapegar-se é sinônimo de deixar ir. E de resistência, somos lotados.

A solidão, invisível companheira, não faz questão de ser querida. Vem e ensina com firmeza. Só nos deixa quando cumpre seu propósito. Não tem dó. Sabe que é para nosso bem, doa o que doer. Algo que só amigos verdadeiros fazem. Daqueles inoportunos que te dizem verdades inconvenientes que relutamos em ouvir, mas que no fim provam sua importância.

A solidão parece gostar de mim. Visita-me com frequência desde criança. Costumava lutar, pedir que seguisse seu rumo. Tentei desfazer-me de sua amizade. Um dia, exausta pela sua insistência, mesmo que silenciosa, encarei-a de frente. Quando mirei em seus olhos profundamente, vi a mim mesma. Nunca me sentira tão frágil e tão forte. Ela se despediu naquele momento. Algo mudou. A necessidade de outras pessoas havia diminuído.

Resolvi, então, deixar a casa aberta para quando quisesse voltar. Passei a recebê-la com carinho. Hoje em dia, deixo até mesmo guardado alguns doces, um par de meias confortáveis e um café com canela especial que só faço quando ela aparece. Passamos, por vezes, o dia juntas, mas ela sempre vai. Ela sempre volta.

Como estamos nos relacionando?

Como estamos nos relacionando?

Imagem de capa: Rawpixel.com/shutterstock

No mundo cada vez mais utilitário que vivemos, às vezes o que parece como genuíno afeto, pode se mostrar apenas interesse se olharmos com mais atenção.

Tem pessoas que só se aproximam das outras ou fazem um favor, agindo de forma gentil, quando isso se torna conveniente, quando vão lucrar de alguma forma com isso.

São pessoas que, infelizmente, não sabem ter uma relação de amizade baseada no carinho, afinidade e interesses em comuns. Veem o outro como uma forma de obter alguma coisa, não como amigo, mas como um contato a ser acessado se for preciso, um networking, uma conexão que poderá ser valiosa a longo prazo.

Não dão ponto sem nó, tem sempre um motivo, uma agenda para fazer as coisas. São pessoas que só veem o outro como uma moeda de troca, como uma forma de capitalizar, de ganhar influência, status ou o que essa pessoa tenha para oferecer.

Às vezes, algumas pessoas agem assim não por serem más, mas porque sempre agiram assim, de forma egoísta e interesseira, mas nunca viram problema nisso. Pode ser por viverem com a marcha engatada, ou no piloto automático e nunca pararam para refletir como elas são autocentradas e narcisistas.

Pessoas que ouvem, mas não escutam o que o outro tem a dizer, pessoas que falam, mas não se comunicam, não se conectam com as pessoas. Se relacionam, mas não criam laços duradouros, tem muitos conhecidos, mas não amigos de verdade. Porque pra isso é preciso intimidade, aprofundamento, entrega para poder florescer uma ligação de verdade.

Dizem que existem dois tipos de pessoas no mundo: aquelas que se dão, que se doam aos outros e a comunidade ao seu redor. E aquelas que tomam as coisas, que vivem pedindo coisas, favores, ajuda ou qualquer coisa que elas possam precisar. Se relacionam dessa forma, se aproximando de pessoas que irão ser úteis em algum momento.

Acredito que invariavelmente, todos nós já fomos em algum momento ou circunstância uma pessoa que se prontificou a ajudar o outro e em outra situação alguém que precisou de ajuda e pediu um favor a alguém. E não há nenhum problema nisso, afinal, a vida é assim mesmo, às vezes aperta, às vezes afrouxa e acredito que todo mundo precisa de ajuda em alguma coisa, em algum momento.

Isso é saber ser humilde e exercitar a auto-análise para conseguir medir até onde podemos ir sozinhos e quando precisamos de ajuda. Acho que o importante é buscar um equilíbrio, ser o tipo de pessoa que está disposta a ajudar quando for preciso e também saber pedir ajuda quando for necessário.

É não fazer as coisas de caso pensado, usando os outros como peças de tabuleiro, calculando à frente, agindo de forma interesseira e querer sempre ganhar alguma coisa ou tirar vantagem da situação de alguma forma.

E como a gente faz isso?

Sendo nós mesmos, agindo de forma autêntica, se relacionando com as pessoas e o mundo ao nosso redor de uma forma franca, genuína, sem subterfúgios. Não tendo nada debaixo do tapete para esconder, jogando limpo e agindo de peito aberto. Sem nenhum interesse a não ser criar laços de amizade e relações afetivas baseadas no carinho, no afeto e no prazer de estar na companhia do outro.

Pimenta nos olhos dos outros é colírio!

Pimenta nos olhos dos outros é colírio!

O limiar da dor varia muito de pessoa para pessoa. O que é tolerável para um, pode ser insuportável para o outro. Enquanto há quem sente numa cadeira de dentista, determinado a concluir o tratamento dentário sem usar anestesia… há, também, quem não se submeta a tirar a sobrancelha sem o milagre de uma pomadinha anestésica.

E tudo bem! Merece o nosso respeito, tanto um quanto o outro. Porque na hora do “Penha-Lapa”, como dizia minha mãe, é que a gente descobre até onde aguenta. É preciso ter em mente que existe uma boa dose de coragem, tanto na atitude de quem bate no peito e diz “Vem que eu dou conta!”, quanto na sabedoria de ser capaz de assumir que não se suporta mais um fardo, ou uma dificuldade.

A dor nos iguala em um aspecto mais profundo, entretanto: diante de uma situação dolorosa, todos nós – tanto os mais resistentes, quanto os mais sensíveis -, revelam facetas de personalidade que ficam adormecidas em períodos de conforto.

Se ao menos fôssemos capazes de sentir também quando é o outro que dói… quem sabe não descobriríamos que às vezes é a nossa luz que anda fazendo falta para iluminar onde o outro não pode, não consegue ou não está pronto para enxergar.

Situações dolorosas têm o efeito mágico de nos tirar do piloto automático. Muitas vezes, só nos apercebemos da força que possuímos, quando somos confrontados com uma situação-limite: a perda de uma pessoa querida, a privação de um bem que se conquistou, o desemprego, o fim de uma história de amor, a traição de um amigo…

O que não falta nessa vida são lições prontas para nos fazer descobrir que havia uma porção de outros jeitos para se dar. Jeitos que ficavam escondidos sob o véu da normalidade de uma vida protegida dos sobressaltos. Enquanto a gente olhava pela janelinha, no entanto, havia gente sem condições de viajar… mas vivemos ocupados demais com nossas próprias bagagens.

E é bem verdade que na hora do perrengue, bem naquela hora que falta o chão, que se chegou em queda livre ao fundo do poço, ou que se está morrendo de sede a quilômetros de uma fonte possível… nessa hora exata, nenhuma lição é aprendida… essa é a hora de doer mesmo, de reconhecer a natureza daquela dor, de entender se é uma dor que arde, aperta, queima ou apenas cutuca.

É só depois, quando passa o choque da ruptura, da perda ou da queda, é que a gente é capaz de ver alguma mensagem didática na tragédia que nos solapou de uma vida que “Puxa vida! Era tão boa e eu nem percebia!”.

É nessa hora que a gente entende que todos nós temos nossas limitações, que tudo nessa vida tem 50% de chance de dar certo ou errado, que apertar o cinto pode tanto nos aproximar de pessoas distantes, quanto nos afastar das pessoas mais próximas! Aprendizado!

A vida é uma escola que vive mudando de métodos, que vive revendo conceitos, que não se cansa de nos testar, mesmo antes de nos ensinar alguma coisa. E nessa escola, a gente fica muitas vezes “de recuperação”, repete de ano, consegue resultados medíocres ou tira notas máximas.

A questão é que tudo isso é difícil demais, justamente porque a gente é emocionalmente burro demais e NUNCA tira nenhuma lição do sofrimento, quando o sofrimento não bate diretamente na NOSSA porta! Pimenta nos olhos dos outros é colírio! Mas há pimenta de sobra nessa vida para todos nós! E é muito bom que a gente não se esqueça disso!

 

Imagem de capa meramente ilustrativa: cena do filme “A menina que roubava livros”

Mulheres com cabelos brancos

Mulheres com cabelos brancos

Imagem de capa: T-Design/shutterstock

Minha mãe nasceu em 1933. O Brasil tinha menos de 40 milhões de habitantes. O presidente da República era Getúlio Vargas. Alguns anos depois estouraria a Segunda Guerra – que deixou mais de 50 milhões de mortos. Os bondes ainda trilhavam e os automóveis eram para os ricos.

Antes de completar 30 anos, mamãe tingiu seus cabelos. Na década de 1960, brasileiras com fios de cabelo branco era indicador de mau gosto e desleixo. Então ela – que sempre foi muito inteligente – fez a pintura preventiva. Pois melhor extirpar o mal antes que apareça. O fato é que lembro da mãe loira, caju, ruiva. Também recordo de suas melenas pintadas de preto.

Eu nasci em 1955. O Brasil tinha mais de 60 milhões de habitantes. Juscelino Kubitschek – o JK – seria eleito presidente da República. A Segunda Guerra havia acabado 10 anos antes. Os bondes começavam a disputar espaço com lotações e táxis.

Aos 40 e poucos surgiram meus primeiros fios brancos. Eu não os pintei. Não os despistei. O tema, antes tabu, virou polêmico. Gravei algumas reações. Eu no restaurante Mercado, em Pinheiros, aproxima-se da mesa um homem da minha idade exclamando: Parabéns! Finalmente uma mulher que não quer ser loira. Achei engraçado.

Logo no dia seguinte, teve uma senhora, com idade da minha mãe e cabelos tingidos, disparou enfática: Pelo amor de Deus, pinta esses cabelos. Já já você vai parecer uma velha coroca! Não fiz cara feia. Apenas pensei: Quem manda no meu cabelo sou eu. Assim como mando no meu nariz, na minha bunda, na minha escrita.

Também no salão que frequento na Vila Madalena, onde corto os cabelos com a ótima Laís, cansei de ouvir mandamentos da militância da tinta: Além de feio, o fio branco é mais grosso e ressecado. Se não quer tingir, passa henna. Pra que ficar com cara de velha?

É claro que fiz algumas teorias. A sociedade é mais complacente com o envelhecimento masculino do que com o feminino. Fugir dos cabelos brancos é camuflar a própria idade. Esconder as décadas é fingir-se longe da morte etc.

Agora não tenho mais fios nem mechas brancas. O branco virou maioria. E se tiver a ventura de seguir vivendo ficarei com os cabelos completamente brancos. Pois é assim que acontece. Estou na idade dos atenuantes da melanina, do brilho nos olhos, do vigor dos joelhos.

O fato é que gosto da minha cabeleira grisalha. Acho que tem seu charme e um tantinho de provocação à tradição. Mas de forma alguma faço da minha cabeça bandeira. Não advogo pelo cabelo branco. Saúdo o livre-arbítrio.

Resumo o samba: cada uma faça o que quiser da sua cabeça. Fique loira, ruiva, caju, azul, retinta, marrom, bege, rosa. Liberdade é sinônimo de infinitas possibilidades. Ruim é ouvir: Você não pode! Quando é claro que devemos poder. Tudo. Inclusive exibir a cabeleira branca.

Cada vez que eu insisto em você, eu desisto um pouco de mim

Cada vez que eu insisto em você, eu desisto um pouco de mim

Um dos maiores perigos que nossos sentimentos correm, quando nos relacionamos com alguém, vem a ser a possibilidade de os fragilizarmos, por conta de nossas próprias fraquezas e inseguranças. Não é difícil lidarmos com o que sentimos quando amamos alguém, ainda mais quando o outro não se entrega, não se mostra inteiro, nem pronto para estar ali junto.

Quando somos intensos e verdadeiros, quando apostamos todas as fichas e nos entregamos de corpo e alma a alguém, esperamos nada menos do que retorno na mesma medida. Embora cada pessoa aja conforme o que tiver para dar, a gente sempre acaba desejando que ajam como nós, porque parece que não conseguimos nos conscientizar de que nem todo mundo tem o mesmo coração que o nosso.

Criamos expectativas em relação a tudo e a todos, o que não é de todo ruim, uma vez que são as esperanças que nos motivam a não desistir daquilo que faz o nosso íntimo vibrar. Porém, quando esperamos demais, além da conta, achando que o outro mudará, que seremos valorizados e receberemos gratidão por tudo o que somos e fazemos, mesmo quando a realidade à nossa frente nos grite que ali nada florescerá, a gente acaba desistindo aos poucos da felicidade.

Depositar todos os nossos anseios e sonhos no outro, fazendo com que nossa felicidade se encontre fora de nós, tornando o que somos dependente do que o outro é, insistindo no que já acabou – ou nem começou direito -, acabará por nos distanciar de nossas próprias vidas. Quanto mais se insiste em pessoas e em coisas vazias de retorno, menos a gente se ama, menos a gente rega o amor-próprio, mais e mais desistimos de nós mesmos.

É muito penoso lidar com a rejeição, com a ausência, com o vazio de quem permanece ao nosso lado por comodismo, por conveniência, desviando o olhar a todo momento. E a gente acaba, muitas vezes, tentando lutar por algo que já nem existe mais, inutilmente, esgotando forças que deveriam ser canalizadas ao fortalecimento do nosso amor próprio. Portanto, há que se ter sabedoria suficiente para largar mão de tudo o que não mais procura pelas nossas mãos. Afinal, desistir, nesses casos, equivalerá à nossa própria salvação.

Imagem de capa: Nasgul/shutterstock

Cinema ímpar: 10 filmes importantes que disseram muito sobre a vida

Cinema ímpar: 10 filmes importantes que disseram muito sobre a vida

Você pode até achar que os filmes abaixo não tiveram muito o que dizer. Ou que não trouxeram nada em especial. Pode até achar que foram perda de tempo. Talvez você esteja certo. Mas talvez não esteja. Na dúvida, tente de novo. Ou comece essa lista pela primeira vez…

1. Meu Jantar com André (1981) – Dir. Louis Malle

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Wallace Shawn, fazendo o papel dele mesmo, sai para jantar com um amigo que não via há muito tempo, André Gregory (também fazendo o papel dele mesmo) e os dois travam um diálogo existencial durante a refeição.

2. O Homem que Incomoda (2006) – Dir. Jens Lien

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Andreas desembarca numa cidade estranha sem lembrar como chegou ali. É recebido de forma cordial e inicia uma vida regrada, com trabalho, casa e até uma mulher encantadora. Mas rapidamente percebe que tem alguma coisa errada neste mundo perfeito. As pessoas não parecem sentir emoções genuínas e só falam de trivialidades. Ele tenta escapar da cidade mas descobre que não tem saída. Isso até conhecer Hugo, que achou uma fissura no porão de casa, através da qual se ouve uma bela música. Seria esta uma comunicação com o “outro lado”?

3. No Topo do Poder (2016) – Dir. Ben Wheatley

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O longa adaptará o livro futurista de J.G. Ballard publicado em 1975, sobre uma sociedade estruturada numa torre de condomínio gigantesca, projetada para isolar seus moradores do mundo exterior. Porém, o que era para ser o local perfeito para viver, uma guerra entre classes acontece, recriando um novo mundo governado pelas leis da selva.

4. Ensina-me a Viver (1971) – Dir. Hal Ashby

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O relacionamento entre um rapaz de 20 anos com obsessão pela morte, que passa seu tempo indo a funerais ou simulando suicídios, e uma senhora de 79 anos encantada com a vida. Eles passam muito tempo juntos e, durante esta convivência, ela expõe a beleza da vida.

5. Garotos Incríveis (2000) – Dir. Curtis Hanson

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Grady Tripp (Michael Douglas) é um professor universitário que escreve em suas horas vagas. Atormentado por um bloqueio de escritor, ele descobre que sua amante, Sara Gaskell (Frances McDormand), que é casada, está grávida de um filho dele. Além disto, tem que lidar com uma de suas alunas, Hannah (Katie Holmes), que está apaixonada por ele e ajudar um de seus alunos, James (Tobey Maguire), a encontrar uma rara jaqueta que teria sido usada por Marilyn Monroe.

6. Um Mundo Perfeito (1993) – Dir. Clint Eastwood

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Texas, 1963.

Butch Haynes (Kevin Costner), um presidiário, foge da prisão, sendo perseguido por Red Garnett (Clint Eastwood), um policial implacável.

Ao entrar na casa de uma família leva consigo Phillip Perry (T.J. Lowther), um garoto de sete anos, como refém.

Mas contrariando suas expectativas eles se tornam amigos, sendo que este relacionamento transforma a vida do menino.

7. Aquele Que Sabe Viver (1962) – Dir. Dino Risi

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No verão de 1962, Bruno, um playboy quarentão, leva Roberto, um tímido estudante de direito, para uma viagem de dois dias pelas estradas de Roma e da Toscana. Neste período, vivem uma série de aventuras e desventuras, com um desfecho surpreendente.

8. Paterson (2016) – Dir. Jim Jarmusch

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Paterson é um motorista de ônibus que mora na cidade de Paterson, New Jersey – ele e a cidade dividem o mesmo nome. Diariamente, Paterson vive uma simples rotina: dirige pela rota diária, observa a cidade, ouve fragmentos de conversas, escreve poesias num caderno, passeia com o cachorro, bebe uma cerveja no bar de sempre e, finalmente, volta para casa, para a esposa Laura. Ela, em contraste, vive num mundo que sempre muda, com novos sonhos diários. Eles se amam. Ele a apoia no alcance das novas ambições, ela festeja nele o dom da poesia. “Paterson”, o filme, observa os triunfos e derrotas da vida diária com poesia evidente nos menores detalhes.

9. Sonhando Acordado (2006) – Dir. Michel Gondry

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Stephane Miroux (Gael García Bernal) vê seus sonhos invadirem constantemente a vida real. Quando dorme, se transforma no carismático apresentador do programa ?Stephane TV?, explicando sua ?ciência dos sonhos? na frente das câmeras de papelão. Na vida real, tem um trabalho chato numa editora de calendários em Paris. Ele flerta com a vizinha Stephanie (Charlotte Gainsbourg), mas a moça não está disposta a encarar alguém como ele. Guy (Alain Chabat), colega de trabalho de Stephane, até tenta ajudá-lo na conquista, mas nada funciona. Incapaz de chegar ao coração de Stephanie na vida real, Stephane procurará as respostas em seus sonhos.

10. O Fim da Turnê (2015) – Dir. James Ponsoldt

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O filme mostra a entrevista de cinco dias do jornalista David Lipsky com o aclamado escritor David Foster Wallace, que aconteceu em 1996, durante a turnê de lançamento do novo livro de Wallace, “Infinite Jest”.

Moça, não duvide da sua capacidade de amar novamente

Moça, não duvide da sua capacidade de amar novamente

Você já tentou muitas vezes, sei bem. Entregou tudo o que tinha de melhor para tantos amores, que até se esqueceu como começar de novo. Mas você não tem culpa das histórias que terminaram. É tempo de seguir em frente e de acreditar no que você merece. Moça, não duvide da sua capacidade de amar novamente.

A gente só sabe se vai ser amor – mais uma vez, quando entendemos mais de nós. Quando, depois de um tempo, permitimos que o coração não fique seco, ranzinza e descrente. Dá um trabalhão, verdade. O que é quebrado hoje não ficará novinho em folha no dia seguinte. Leva uns desencontros reencontrar uma estabilidade, uma paz para ser vivida a dois. Mas tudo bem. Tudo bem mesmo. Você precisa aceitar que não adianta se cobrar tanto. Primeiro porque amor forçado é carência e posse. E segundo, porque você é muito mais do que todos os outros abraços que não ficaram. Acalma essa alma. Não tenha pressa para morrer de amor. Mas seja urgente para vivê-lo dentro de você.

Cuide dos seus sentimentos com calma e paciência. Existem amores para todos, inclusive para você. Os que já vieram, permaneceram o quanto puderam. Deixaram pedaços e espaços para que aprendesse mais sobre si. Nada disso foi em vão. Nada disso foi por acaso.

Moça, não duvide da sua capacidade de amar novamente. Não desista de provar sorrisos e beijos intensos. Não fique sentada esperando qualquer amor aparecer. Inclua, na sua rotina diária, novos verbos e adjetivos. Moça, você é capaz de tudo – mas que seja amar no seu presente, para depois chegar no futuro do outro.

Imagem de capa: Amar não Tem Preço (2006) – Dir. Pierre Salvadori

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