20 filmes sensíveis sobre o Autismo

20 filmes sensíveis sobre o Autismo

As relações que diariamente estabelecemos e vivemos nos convidam a pensar o outro e nós mesmos, especialmente quando o incomum nos toca. A seguir segue uma lista de 19 filmes que falam lindamente sobre personagens, reais ou não, diagnosticados com autismo. Discutindo preconceitos, aprendizados e ensinamentos, as histórias a seguir inspiram o respeito e a compreensão, pontuando de forma delicada como pessoas autistas vivem e enxergam o mundo. Alguns filmes estão disponíveis na Netflix e outros na internet.

1 – Rain Man (1988)

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Charlie Babbitt (Tom Cruise) espera receber uma grande herança após a morte de seu pai, mas Raymond (Dustin Hoffman), seu irmão mais velho, internado em uma instituição médica, alguém cuja existência Charlie ignorava até então, é quem recebe toda a fortuna. Raymond é um autista com habilidades mentais seriamente limitadas em algumas áreas, mas com capacidade de gênio em outras. Quando Charlie rapta Raymond, uma longa e maluca viagem atravessando o país, rumo a Los Angeles, ensina aos dois lições sobre a vida. O personagem de Dustin Hoffman foi inspirado em Kim Peek, um americano notável, diagnosticado com Síndrome de Savant.

2 – O enigma das cartas (1993)

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Quando o marido de Ruth Matthews (Kathleen Turner) morre, a caçula do casal, Sally (Asha Menina), reage à morte do pai de maneira muito estranha, pois ao voltar para sua casa não profere uma só palavra. Quando o comportamento de Sally piora, Ruth se vê obrigada a deixar que Jacob Beerlander (Tommy Lee Jones), um especialista em crianças autistas, examine sua filha. Jacob tenta tirar Sally da sua desordem mental por métodos tradicionais, mas Ruth tenta de outra maneira, ao reproduzir em grande escala um castelo de cartas que sua filha tinha construído. Por mais estranho que seja, Ruth crê que só assim terá Sally de volta.

3 – Gilbert Grape: aprendiz de um sonhador (1993)

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Gilbert Grape (Johnny Depp) é um jovem que, desde a morte do pai, é o responsável por sustentar a família. Sua mãe Bonnie (Darlene Cates) sofre de obesidade mórbida desde que entrou em depressão, após o suicídio do marido, e o seu irmão caçula, Arnie (Leonardo DiCaprio), é autista. A vida em família é repleta de carinho e proteção, apesar das dificuldades enfrentadas. Até que Grape se apaixona por Betty (Mary Steenburgen), uma dona de casa casada.

4 – Experimentando a vida (1999)

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Molly McKay (Elisabeth Shue) é uma mulher autista de 28 anos. Quando jovem ela foi internada, mas com o fechamento da instituição, Buck McKay (Aaron Eckhart), seu irmão, ficou com sua guarda. O irmão não a via desde quando ela era criança e isso faz com que sejam quase estranhos. Quando Buck fica sabendo de uma arriscada cirurgia experimental que pode ajudar Molly, ele dá seu consentimento. A operação é um sucesso e Molly revela desde então um genial intelecto. Mas a sua personalidade autista permanece e Buck constata que a nova Molly vai enfrentar grandes desafios.

5 – Meu nome é Radio (2003)

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Baseado numa história real, acontecida na Carolina do Sul (EUA), o filme conta a história de Radio (Cuba Gooding Jr.), um jovem autista, que depois de sofrer inúmeros preconceitos, acaba recebendo o apoio do treinador do time de futebol americano da cidade em que vive. (Ed Harris). A amizade e relação de confiança entre os dois modifica não só suas vidas, mas toda a dinâmica do colégio e da comunidade.

6 – Missão Especial ou Uma viagem inesperada (2004)

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Baseado em uma história real, Corinne (Mary-Louise Parker) é uma mãe solteira de gêmeos de 5 anos de idade, Steven e Phillip, que são autistas. Corinne fica transtornada ao descobrir que não existe cura ou tratamento efetivo para o autismo. Para não se tornar prisioneira das limitações provocadas pelo transtorno, ela está determinada a propor uma vida normal aos filhos e começa uma jornada em busca de uma nova forma de viver a vida. Ela terá que enfrentar muitos obstáculos para superar preconceitos e mostrar a capacidade de seus filhos ao mundo. Um filme tocante!

7 – Loucos de amor (2005)

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Donald Morton (Josh Hartnett) e Isabelle Sorenson (Radha Mitchell) sofrem da síndrome de Asperger. Donald trabalha como motorista de táxi, adora os pássaros e tem uma incomum habilidade em lidar com números. Ele gosta e precisa seguir um padrão em sua vida, para que possa levá-la de forma normal. Entretanto ao conhecer Isabelle, em seu grupo de ajuda, tudo muda em sua vida, pois ele se apaixona por ela. O filme foi inspirado na vida real do casal Jerry Newport e Mary Meinel (agora Mary Newport).

8 – Uma família especial (2005)

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Dos sete filhos de Maggi (Helena Bonham Carter), quatro são autistas em maior ou menor grau e os demais apresentam diferentes tipos de transtornos. Determinada, Maggi empreende então uma surpreendente luta, repleta de momentos mágicos, alegres e tristes, para ajudar seus filhos especiais a ter uma vida feliz. Drama baseado na história real de Jacqui Jackson. Hoje Jacqui escreve livros relacionados ao autismo.

9 – Um amigo inesperado (2006)

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Kyle Gram é um menino frágil que tem autismo. Seus pais fazem de tudo para tentar se comunicar com ele, até que um cachorro chamado Thomas, consegue criar uma relação com o menino que o ajudará a escapar do seu silêncio.

10 – Um certo olhar (2007)

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Alex (Alan Rickman) é um taciturno inglês que está no Canadá para se encontrar com a mãe de seu falecido filho. No caminho ele dá carona para Vivienne (Emily Hampshire), uma jovem carismática que vai visitar a mãe. Na viagem um caminhão atinge o carro, matando Vivienne. Alex sai então à procura da mãe da jovem. Ao encontrá-la, descobre que ela (Sigourney Weaver) é autista. Linda não tem qualquer reação ao saber da tragédia, mas Alex decide ficar com ela até o funeral. “Um Certo Olhar” foi produzido de forma independente e escrito por Angela Pell, cujo filho é autista. No fim das contas esse é um filme que, apesar de tudo, nos faz olhar a vida com otimismo. Destaque para as ótimas atuações.

11 – Sei que vou te amar (2008)

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Thomas Mollison é um jovem de 16 anos que quer apenas ter uma vida normal. Seu irmão mais velho, Charlie, tem autismo e o funcionamento de toda a família gira em torno dele. Ao se mudar para uma nova casa e escola, Thomas conhece Jackie Masters e se apaixona por ela. Quando sua mãe fica confinada à cama, devido a uma gravidez, Thomas então deve assumir a responsabilidade de cuidar do seu irmão, o que pode custar a sua relação com Jackie. Thomas embarca então em uma viagem emocional repleta de frustrações e angústias.

12 – Adam (2009)

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Adam (Hugh Dancy) é um jovem meigo e simpático, mas com dificuldade de se relacionar com as pessoas. Ele tem Síndrome de Asperger, vive num mundo solitário até que conhece sua nova vizinha Beth (Rose Byrne), uma linda moça simpática e muito atenciosa. O relacionamento dos dois demonstra, acima de tudo, que os dispostos se atraem. Muito delicado esse filme.

13 – Mary e Max: uma amizade diferente (2009)

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Essa animação narra a amizade entre Mary Daisy Dinkle, uma garota solitária de 8 anos, que vive em Melbourne, na Austrália; e Max Jerry Horovitz, 44 anos que vive em Nova York. Obeso e também solitário, ele tem a Síndrome de Asperger. Mesmo com tamanha distância e a diferença de idade existente entre eles, Mary e Max desenvolvem uma forte amizade, que transcorre mesmo com os altos e baixos da vida, numa relação que se sustenta através da troca de cartas por 20 anos.

14 – Temple Grandin (2010)

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Esse filme é uma cinebiografia da jovem autista Temple Grandin (Claire Danes). Ela tinha uma maneira particular de ver o mundo, o que a fez se distanciar das pessoas, mas isso não a impediu de conseguir, dentre outras coisas, seu doutorado. Com uma percepção de vida totalmente diferenciada, dedicou-se aos animais e revolucionou os métodos de manejo do gado com técnicas que surpreenderam experientes criadores. O filme é uma lição de vida e a atriz Claire Danes está sensacional nele.

15 – My Name is Khan (2010)

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O filme retrata a história de um homem com Síndrome de Asperger (Autismo) e sua luta para dizer ao presidente dos Estados Unidos e, consequentemente a todos, que ele não é um terrorista só porque nasceu muçulmano. A inocência de Khan, o personagem principal do filme, e sua determinação, servem de lição a todos nós.

16 – Um elo de amor (2015)

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Jimmy (Ian Colletti) é um jovem autista que, às vezes, não compreende tudo o que acontece ao seu redor. Porém, ele possui uma memória fantástica, que, junto de sua ingenuidade, acaba deixando-o comumente em apuros. Seu avô (Ted Levine) e sua madrasta (Kelly Carlson) incentivam o garoto a superar os traumas, entretanto, ele fica aflito ao se deparar com seus medos.

17 – Farol das Orcas (2016)

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Baseado em fatos reais o roteiro de “Farol das Orcas” fala de um biólogo marinho, Beto Bubas, que vive na Patagônia argentina, mais propriamente na península de Valdes, a estudar baleias orcas. Em um determinado dia Beto encontra na porta de sua casa uma mãe espanhola com seu filho pequeno, Tristan, um menino autista, que ao ver um documentário de Beto na Tv esboçou reações nunca antes esboçadas. A mãe do garoto viajou o mundo para encontrar o biólogo a fim de ajudar o filho a se comunicar através do contato com as orcas. Toda a história é verídica. Beto existe e realmente encontrou uma mãe corajosa e seu filho autista, Agustín. A história tocou tão profundamente Roberto (Beto) que o inspirou a escrever o livro “Agustín Corazon Abierto”. Filme lindo, lindo, lindo!

18 – Tão forte e tão perto (2011)

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Oskar Schell (Thomas Horn) é um garoto muito apegado ao pai, Thomas (Tom Hanks), que inventou que Nova York tinha um distrito hoje desaparecido para fazer com que o filho tivesse iniciativa e aprendesse a falar com todo tipo de pessoa. Thomas morre então no 11 de setembro e sua perda é um baque para Oskar e sua mãe, Linda (Sandra Bullock). Um dia, Oskar encontra um envelope onde aparece escrito Black e, dentro dele, uma misteriosa chave. Esse é o início de uma aventura vivida por ele em busca de um sentido para o inexplicável. Apesar de não ser dito abertamente no filme, Oskar provavelmente é portador da Síndrome de Asperger.

19 – Uma lição de amor (2002)

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Sam Dawson (Sean Penn) é um homem com autismo que cria sua filha Lucy (Dakota Fanning) com a ajuda de seus amigos. Porém, assim que faz 7 anos, Lucy começa a ultrapassar intelectualmente o pai, e essa situação chama a atenção de uma assistente social que quer internar Lucy em um orfanato. A partir de então Sam enfrenta um caso quase impossível de ser vencido, contando com a ajuda de uma advogada, Rita Harrison (Michelle Pfeiffer), que aceita o seu caso como um desafio.

20 – O menino e o cavalo, (2009)

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O jornalista britânico Rupert Isaacson se apaixonou pela americana Kristin Neff, professora de psicologia, quando viajava pela Índia. Sete anos depois, em 2001, nasceu seu filho Rowan. O mundo parecia perfeito até o menino ser diagnosticado com autismo. Tendo recorrido a todo tipo de terapia, sem sucesso, Rupert decide apostar numa jornada espiritual. Percebendo o amor do filho por cavalos, ele pesquisa como conciliar este fato com a busca por uma técnica de cura ancestral. A família parte assim para a Mongólia, onde, cavalgando por milhas, irão atrás do xamã mais poderoso da região. Esse é um documentário real e emocionante.

Acompanhe a autora no Facebook pela sua comunidade Vanelli Doratioto – Alcova Moderna.

A arte de não falar nada, só observar

A arte de não falar nada, só observar

Não é por nada, mas vem crescendo deveras a quantidade de opiniões descompassadas, agressivas e preconceituosas sobre os mais variados fatos que ocorrem. Tanto nas redes sociais, quanto na mídia em geral e nas rodas de conversa, ouvem-se verdadeiros absurdos, mensagens de ódio e destempero, carregados de retrocesso e violência, muitas vezes de forma não velada.

Ao mesmo tempo, aumentou o número de pessoas que se prontifica a cuidar da vida dos outros, palpitando sobre o que não lhes diz respeito, intrometendo-se em assuntos estritamente pessoais, incomodados com o que nem deveriam pensar sobre. Quantos fiscais da vida alheia abundam entre os recantos do país, quanta gente rota falando das rasgadas, quanta hipocrisia neste mundão.

Por isso é que se torna cada vez mais necessário nos calarmos diante daquilo que não tem a ver com nossas vidas, diante de quem fala barbaridades, de quem ataca o outro com ódio, sem razão nem por quê. Sim, o melhor a se fazer é apenas observar, calar-se e prestar atenção, como mero espectador, enquanto o outro se afunda na própria cova de maldades. O silêncio não ferra, não violenta, não nos deixará em maus lençóis.

Embora tenhamos que nos impor, em determinadas circunstâncias, dizendo o que sentimos, sem ressalvas, a fim de que nossos limites nos salvem, praticar o silêncio nos poupará de contendas inúteis, de discussões desgastantes, de assuntos desnecessários e de pessoas irritantes. Saber a hora de dizer algo e o momento de não falar nada é uma arte, pois é assim que resguardaremos nossas forças para o enfrentamento do que realmente importa.

A vida nos coloca de frente com os mais variados tipos de pessoas, inclusive com quem colocará à prova nossa paciência, nosso equilíbrio interior. Caberá a nós o discernimento necessário, para que não nos afundemos na lama alheia, mantendo nossa integridade intacta. Para tanto, calar e observar em muito nos ajudará a prosseguir em paz com nós mesmos, em busca de lugares saudáveis e de gente que soma, sem que desistamos de nossa felicidade por conta da verborragia inútil de quem se intromete onde não é chamado.

Imagem de capa: Anastasiia Fedorova/shutterstock

Alquimia

Alquimia

Imagem de capa: Vera Petruk/shutterstock

A alquimia é uma arte antiquíssima que deu origem a conhecida Química clássica.

Não se tem uma data precisa de quando começaram os estudos alquímicos, contudo os alquimistas já eram conhecidos na Antigüidade, sendo o mais famoso, o egípcio Hermes Trismegisto (três vezes grande) e seus ensinamentos da Tábua de Esmeralda.

Mas também existe uma alquimia árabe, grega e uma chinesa, que apesar de apresentar diferenças sutis possuem a mesma essência, que é a de transformar chumbo em ouro para a obtenção do Elixir da Vida ou A Pedra Filosofal; um remédio que curaria todas as coisas e daria vida longa àqueles que o ingerissem.

Carl Jung consagrou muitos anos de estudo a este tema. E em seu livro Psicologia e Alquimia introduziu, a alquimia na psicologia, demonstrando a importância que possui esse tema, e quanto o que tem para dizer ao homem moderno. Ele começou a estudar alquimia devido a semelhança entre o material produzidos pelos sonhos de seus pacientes e a alquimia.

A alquimia é, em si mesmo, tremendamente obscura e complexa, e os textos muito difíceis de ler, mas seu conteúdo é de extremo valor para o autoconhecimento. Ela é uma palavra árabe alkhimiya, derivada do substantivo khemi que significa terra preta e assim a arte da alquimia consiste na transmutação da matéria original negra em ouro, depois de passar pelo branco e vermelho.

Ao estudar a alquimia, Jung percebeu que havia algo mais e que o alquimista projetava o seu inconsciente durante o processo alquímico. Além disso, a alquimia traz um material mais depurado de qualquer traição religiosa ou cultural e que por isso está muito mais próxima do inconsciente coletivo do que os mitos e as religiões.

A alquimia oferece uma base bastante objetiva para a análise de sonhos e de outros materiais do inconsciente que aparecem na terapia e na vida cotidiana.

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Mas no que consiste a alquimia?
A ideia central da alquimia é a ideia da Opus. Basicamente um trabalho sagrado que visa a busca do valor supremo e essencial. Essa busca do essencial e do que é mais sagrado e valoroso simboliza a nossa busca pelo autoconhecimento.

Essa Opus era uma arte laboriosa e exigia muita paciência e coragem. Mostrando que nossa busca por melhoria interna e pelo autoconhecimento exigem de nós muito empenho e perseverança. A Opus também nos leva a ter consciência de um nível transpessoal, além do nosso ego. Isso significa que temos que nos apoiar no Self (centro da totalidade transpessoal) e ser orientados por ele e não pelos desígnios do ego.

Os alquimistas desenvolviam esse trabalho de forma muito solitária, e o processo de autoconhecimento é bastante solitário. Ninguém pode fazer isso por nós e quem se encontra fora desse processo não entende pelo que se está passando. O processo de autoconhecimento gera uma alienação temporária em relação ao mundo exterior. É um nadar contra a maré do coletivo!

Resumindo: a ideia da Opus é criar uma substância miraculosa e transcendente, conhecida como Pedra Filosofal ou Elixir da Vida e para isso deve-se, em primeiro lugar, descobrir o material adequado, chamado de prima mater (matéria prima). Esse material será submetido a uma série de operações a fim de alcançar a Pedra Filosofla.
Nenhum alquimista realmente conseguiu alcançar a Pedra Filosofal. Todavia, o que importava para eles era o processo em sim e não a meta.

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Mas o que seria essa matéria prima?
A matéria prima remonta desde os filósofos pré – socráticos. Esses antigos filósofos diziam que o mundo é gerado de uma matéria única original, a qual chamaram de a primeira matéria. Eles divergiam no tocante a forma dessa primeira matéria: uns diziam que era a água (Tales); ou o ilimitado (Anaximandro); o ar (Anaxímenes) e também o fogo (Heráclito). No entanto, ambos concordavam que ela existia.
Simbolicamente essa matéria prima somos nós mesmos e todo o trabalho é feito em algo desconhecido, que é a personalidade humana e precisamos ser reduzidos a essa primeira matéria para encontrar o essencial.

Descoberta então essa prima mater, deve-se submetê-la a uma série de procedimentos químicos. E as principais operações alquímicas são: calcinatio, solutio, sublimatio, coagulatio, mortificatio, separatio e coniunctio.

E basicamente a matéria prima consistia na interação de dois metais: o enxofre e o mercúrio, unidos por um sal. O enxofre era considerado “macho”, fixo, ativo e que representa a combustão e corrosão dos metais; o mercúrio “fêmea”, passivo, volátil, inerte; e o sal é o solvente universal.

Os dois metais combinados constituíam o que os alquimistas chamavam de “coito do Rei e da Rainha”. Simbolizando que em nossa alma existem esses dois princípios: masculino e feminino.

Os dois metais também simbolizam o corpo e a alma e o sal seria o meio de ligação entre eles, ou seja, nossa energia vital. Portanto, corpo e alma caminham juntos e participam do processo de autoconhecimento em concomitância. Não podemos separar corpo e alma e não podemos cuidar apenas de um e deixar o outro no esquecimento.

Há muito que se falar ainda sobre alquimia, pois se trata de um assunto muito amplo e profundo. Mas a essência de todo esse conhecimento é que estamos em busca daquilo que transcende nossa vida egóica e que traz sentido para o sofrimento humano. Essa Pedra Filosofal é aquilo que nos traz energia, renovação e paz interior.

A arte de culpabilizar

A arte de culpabilizar

Imagem de capa: ChameleonsEye/shutterstock

Perversos são habilidosos na arte de culpabilizar. Quando o relacionamento chega na fase de desvalorização, aquela em que a ponta perversa da relação não precisa mais endeusar a outra e pode começar a mostrar suas verdadeiras cores, culpar o outro por absolutamente TUDO é uma constante.

Quando chega nessa fase, tudo o que tiver prometido a você não poderá se concretizar por que VOCÊ fez algo que impossibilitou a realização dos sonhos do casal. Da mesma forma, todas as suas “mancadas” deverão ser desculpadas ou toleradas com base naquela sua conduta que sempre põe tudo a perder.

Se você não tiver feito absolutamente NADA de errado, sossegue seu coração: a parte perversa vai encontrar algo, algum “podre” seu, e se não encontrar, vai inventar alguma coisa. Quando tiver na manga sua desculpa, a usará para torturar e inculcar culpa de forma tão insidiosa que, a um certo ponto, você se verá pedindo perdão por tudo o que nunca fez, mas que a você foi atribuído. É uma lavagem cerebral e a água de enxágue é a culpa. Há quem nunca, nem depois de anos de ruptura, se livre dela…

Faço uma pequena parentese para dividir com você um hiato da minha convivência com um perverso narcisista.

Depois de muito vasculhar a minha vida, não encontrou uma desculpa a qual se apegar. Eu não tinha filhos, ex-marido, coisas das quais me envergonhava de ter feito e tinha tido apenas um relacionamento importante ao longo da vida. Então CRIOU uma história sobre um tórrido caso de amor que eu teria tido com um professor casado da faculdade. E ali se apegou. Foram anos de torturas psicológicas e muita explicação em vão.

A um certo ponto parecia que vivíamos em três: eu, ele e o professor. Todas as suas mazelas eram justificadas assim:
“Eu tenho crédito com você. Meu jardim estava tão lindo, mas você o destruiu com seu caso de amor. Você queria estar com ele, mas ele não te quis e eu fui a segunda opção. Você gosta de homem casado. Eu vou começar de novo, vou encontrar uma mulher sem passado e tudo o que fiz para você, vou fazer ela, porque eu mereço ser feliz…”

Era um desespero absurdo a ideia de ser abandona pelo melhor homem do mundo simplesmente porque era impossível provar que aquilo nunca aconteceu. Como provar o contrário de uma criação da cabeça de alguém? Quando se cria, tudo se molda para que pareça sempre verdade. Era uma batalha sem fim. Me lembro de sair, 4 anos mais tarde, extenuada e dizendo:

“Eu sinto muito se estraguei tudo quando fiz algum comentário inadequado que possa ter levado você a pensar isso de mim e de um professor que não deve sequer lembrar de minha existência.”
Sim, a um certo ponto eu realmente achei que a culpa era minha.
Para sua referência, dar uma lista de ALGUMAS desculpas utilizadas por pessoas perversas. Elas podem ser reais ou inventadas.

Conheça alguns exemplos:
– Você tem filho, essa criança nos impede de ser feliz. Se você me amasse, deixaria essa criança para me seguir. Tudo o que planejei com você jamais será concretizado com essa criança entre nós.
– Você tem passado. Sim, você já teve outros parceiros e provavelmente ainda nutre sentimentos por essas pessoas e só está comigo como segunda opção.
– Durante os meses que lhe abandonei, por culpa sua é claro, você saiu com outra pessoa e isso me envergonha e me machuca, não posso superar.
– Você olha para todo mundo. Você não tem o “pescoço duro”. Eu sei que mais cedo ou mais tarde vai me trair.
– Você prefere sua família a mim, seus amigos a mim. Eu abomino sua família ou seus amigos.
– Você tem amantes. Sim, fulano de tal é seu/sua amante.
– Quando você descobre uma mentira ou traição fuçando em suas coisas, a culpa é sua por mexer onde não devia. Você traiu a confiança mexendo em suas coisas escondido, logo, não é mais possível confiar em você.
– Você me pressiona demais, me cobra demais, me ama de menos, tem passado demais, por isso eu fui obrigado(a) a trair você, mesmo te amando.
– Você mente. Você traiu minha confiança e você sabe bem o por quê. (essa quase sempre vem desacompanhada de explicação lógica ou concreta e acompanhada de um olhar de “eu te peguei!”).
– Usa também traumas, abusos sofridos ou mau comportamento seu confidenciados durante a fase em que era ouvinte.

Portanto, caros leitores, vocês que me escrevem perguntando se será que não é mesmo culpa sua as coisas não terem dado certo, prestem bem atenção nesse texto e respondam:
Você já viu esse filme?

Cada pessoa é um teste, uma lição ou um presente

Cada pessoa é um teste, uma lição ou um presente

Tanta gente entra e sai de nossas vidas ao longo do tempo, tão variados encontros temos e ainda teremos pela frente. E nós vamos ficando cada vez mais cheios de lembranças, de experiências, engrandecendo nossa essência, trazendo-lhe sentimentos novos e intensos. Nem sempre será bom, nem sempre sairemos com coisas boas dos relacionamentos que tivermos, mas sempre poderemos sair mais fortes e seguros do que queremos ou não para nós.

Algumas pessoas são verdadeiros testes em nossas vidas. Testam a nossa paciência, a nossa capacidade de nos manter em harmonia, de nos manter equilibrados. Testam o nosso humor, a nossa disposição para ouvir, para nos condoer, para nos compadecer. Testam até mesmo a nossa fé e nossa crença em nós mesmos, em nossos princípios, em tudo aquilo que temos dentro de nós. Porque se trata de gente que não aprendeu a olhar para além de si mesma.

Certos indivíduos, por sua vez, por mais que seja difícil compreender de início, chegam a nossas vidas para nos transmitir lições que levaremos para sempre conosco. Algumas vezes lições tristes, outras vezes lições de amor. Quando nos decepcionamos com as pessoas, por terem nos usado da pior forma, desvirtuando nossas palavras, menosprezando nossos atos, ferindo nossa dignidade, aprendemos a nos distanciar de quem faz mal. Quando somos surpreendidos pela generosidade e pela bondade de gente verdadeira, aprendemos que o amor cura, salva e ilumina.

E são exatamente estes seres iluminados, que nos trazem lições de amor, os presentes com que a vida costuma nos presentear, para que não desistamos de continuar acreditando na força do bem, do que é bom, do que tem verdade. Os encontros mágicos que temos pelo caminho tornam tudo menos difícil, menos penoso, menos denso. Tornam tudo mais colorido, mais fácil de ultrapassar e de ser vivido em toda a sua intensidade. Nada menos do que a gratidão que nutrimos por estas pessoas é que nos alimentará o melhor que carregamos aqui dentro.

Como se vê, em vez de lamentarmos pelos desencontros que vêm nos desestabilizar os caminhos, é preciso retirar também destes momentos algo de bom, pois sempre podemos aprender, tanto com quem suga, quanto com quem soma. O que importa é aquilo que temos dentro de nós, aquilo de mais precioso e que nos resguarda de nos demorarmos na tristeza dolorida de nossa alma: o amor.

Amor verdadeiro, amor do tamanho dos nossos sonhos, amor sem fronteiras, sem máculas, amor que alivia e transforma. É dessa forma que o melhor de cada um permanece em nossos corações, tornando-nos mais fortes e felizes, haja o que houver.

Imagem de capa: Rawpixel.com/shutterstock

Amar por dois é demais para qualquer um

Amar por dois é demais para qualquer um

Não adianta forçar, pedir ou fazer chantagem. Quando amar se torna uma luta diária para apenas um dos lados, algo está errado. Isso de superar os obstáculos de uma relação funciona para amantes entregues. Amar por dois é demais para qualquer um. É injusto, cansativo e foge do amor próprio que todos merecemos.

Relacionamentos sempre possuem diferenças e outras peculiaridades. Nenhum casal é igual. Ainda que o respeito e a reciprocidade devam ser pré-requisitos no amor, ainda há quem discorde. Quem tente camuflar esses carinhos preciosos, com o objetivo de fazer valer apenas a própria vontade. Não existe jogo mais sujo do que esse. E ainda acrescentam a desculpa do “se você realmente me ama”. Corações desiguais tendem a permanecer em ausências. Por que um precisa demonstrar tudo de si enquanto o outro espera, no conforto, por provas? O amor é suspeito quando composto por regras.

Quer o meu melhor pra você? Sejamos. O nós é o sentimento que acompanha a gente. Às vezes, amar requer altruísmo, percepção e transferência. Não pense que se trata de estabelecer medidas. Pense que é mais sobre compartilhar aquilo que você gostaria de receber, sem jogos. Sem uma exaustiva explicação de como pode e quando pode.

Amar por dois é demais para qualquer um. Benditos os que amam, em sintonia, os poucos e muitos que o amor provém. Para dois, por favor. Se for para disputar um lugar no afeto do outro, melhor pedir a conta.

Imagem de capa: Domicílio Conjugal (1970) – Dir. François Truffaut

Não ligue o “foda-se”, ative o botão do esquecimento!

Não ligue o “foda-se”, ative o botão do esquecimento!

Imagem de capa:  Rawpixel.com/shutterstock

Até pouco tempo, o fim dos relacionamentos amorosos limitava-se a um adeus de portão. Sem troca de farpas. Sem escândalos. Um silêncio contemplativo acompanhava a silhueta do ex-amor que desaparecia lentamente na esquina da rua. Não havia brigas nem alardes. Compreendia-se que o término sinalizava o início de outras experiências e cada um seguia o seu rumo sem olhar para trás. Comportamentos que foram, desastrosamente, substituídos por uma série de atitudes vergonhosas.

Hoje é comum que o fim do amor e da convivência não signifique o esperado desfecho cordial ─ algumas relações continuam se proliferando nas redes sociais num infinito circo vexatório. Uma das partes ou as duas, insistem na troca de insultos. Botões explosivos e indiretas ofensivas impedem que a relação se desligue automaticamente.

Perder o interesse na relação e demonstrar que não há como ressuscitar o vigor dos sentimentos não é errado. A conversa sobre o fim deve ser clara, objetiva e sem meias verdades. Haverá ressentimentos se o outro não se convencer de que não há como sustentar o que já desabou. A liberdade de partir deixando os fatos esclarecidos é uma atitude de respeito mútuo, onde se decide preservar o apreço que havia antes. Mas em alguns casos, é só estopim para a baixaria, a ativação do código de inimizade eterna.

Não há diálogo que dê jeito quando a situação sai do controle, ou melhor, quando a conversa não rende e a grosseria toma as rédeas se espalhando além dos limites da privacidade. Nesse caso, recomenda-se não insistir nem tentar conservar qualquer tipo de aproximação. A solução é esquecer!

Se o outro persiste em bradar que vai ligar o “foda-se” ou recomendar o acesso à lugares degradantes, ative o “botão do esquecimento”. Deixe que fale sozinho e despeje a ira no vácuo. A blindagem mais saudável contra esse tipo de comportamento é a anulação, o afastamento definitivo.

Refazendo as contas. Por que doar-se tanto em troca de tão pouco?

Refazendo as contas. Por que doar-se tanto em troca de tão pouco?

Imagem de capa: Anatoli Styf/shutterstock

A disposição nos conduz, a vontade mostra o caminho, o objetivo é sempre o êxito.

Nas relações, a troca é aguardada, todo mundo espera ter um relacionamento do tipo: ganha-ganha. Ninguém jamais entrará disposto a doar-se por menos do que investe.

É possível que a generosidade bagunce um pouco essa conta, mas até o altruísmo tem limites. Não há sentido em esvaziar um pote para encher outro, da mesma forma que não há cabimento consumir uma vida para lotar de atenções e cuidados a outra. A troca precisa ser equilibrada.

As relações familiares arrastam muitas balanças pendentes, que, em algum momento, arrebentam e espalham todo o conteúdo pelo chão e pelas afeições, trazendo cobranças inesperadas, mágoas, ressentimentos e rompimentos doloridos.

A balança dos amores é delicada e sensível. O que é de comum acordo repousa no prato do equilíbrio, até que alguém se pergunta, se questiona, se compara, e começa a refazer as contas. Geralmente a gente se doa pelo que ainda não recebeu em troca. Promessas, combinados, futuros desenhados. A gente se oferece ao sonho prometido. E tudo bem se a troca for feita lá na frente. É um investimento.

Mas é preciso saber que os investimentos são apostas de risco. A confiança faz a mediação, mas o dia-a-dia vai mostrando os indicadores do sucesso ou fracasso. Não é preciso ser calculista, mas é essencial não ser indiferente. Se a gente está seguidamente se doando muito em troca de pouco, pode ser que esse cenário nunca se modifique e a dívida fique alta demais para ser cobrada. Ou dolorosa demais para ser perdoada.

Vez por outra é um bom exercício refazer as contas. As amizades, os afetos, as disponibilidades, a tolerância, todas as trocas possíveis entram na avaliação.

Mas, cuidado! Nem sempre palavras de gratidão quitam as expectativas. Em muitos e muitos casos, a troca é muito mais do que reconhecimento. É a doação recíproca, solidária e confiante que faz uma relação equilibrar e manter alinhada a balança.

Os sonhos que sonhamos – um recado aos sonhadores.

Os sonhos que sonhamos – um recado aos sonhadores.

Imagem de capa:  natalia_maroz/shutterstock

Os sonhos que sonhamos se apresentam em nossa cabeça com a majestade das coisas belas, das coisas que quebram a linearidade da dura rotina e enfeitam o imaginário com novas possibilidades: gastar a vida da maneira mais prazerosa que cada um elegeu para si.

Normalmente, as pessoas escolhem gastar férias e finais de semana com os seus sonhos. Quem sonhou com uma casa na praia, e conseguiu realizar o sonho, vai para a praia. Quem ainda sonha com uma casa na praia, mas não conseguiu comprar o sonho, compra a temporada numa casa alugada, e continua sonhando o sonho de ter a sua, um dia. Quem sabe, o ano que vem.

Ontem, voltando de uma viagem curta, eu me deparei com um condomínio de chácaras nos arredores da minha cidade, cuja sede me pareceu suntuosa, com altas grades no entorno, segurança, e portaria 24 horas. Em outros tempos ficaria fissurada pela ideia. Agora não me faz nem cócegas.

É o tipo de empreendimento que atrai jovens casais, com filhos pequenos para gastar energia, e com sonhos intactos pedindo realização.

Sonhos intactos são sonhos virgens, sonhos jovens, sonhos não contaminados pela realização. Porque depois que um sonho se realiza, ele se contamina de tal maneira com a realidade, que facilmente vira um pesadelo.

É por isso que as imobiliárias prosperam tanto.

Porque quem realizou o sonho e viveu a metamorfose, quer se livrar do sonho realizado e das responsabilidades que ele acarreta. E quem ainda não realizou o sonho, deseja muito comprar o sonho daquele que quer vender.

Feitas as devidas apresentações o ex-sonhador entrega as chaves do sonho para o atual, e lá se vão, ambos a caminho do seu destino, enquanto a imobiliária fica no mesmo lugar, na nobre missão de livrar sonhadores antigos do seu pesadelo, entregando,em papel de seda cor de rosa, o sonho que pode ser roxo ou cinza chumbo, mas quem compra, não quer nem saber.

Assim caminha a humanidade. Tem gente que sonha sonhos sonhados no capricho.

Tenho uma amiga que mora em São Paulo. Um dia, amanheceu sonhando uma casa de veraneio no Canto da Lagoa, em Florianópolis. Para realizar o sonho, posto que a casa já existisse, ela teria que se deslocar 750 km, em direção ao sul do Brasil. Mas quem se importa com a distância, quando o sonho dorme e acorda com o sonhador? Ninguém, nem ela.

Dois anos depois, a casa foi inaugurada. Tudo imaculadamente novo, do alicerce ao telhado. Até a varanda mereceu cortinas de voil porque a minha amiga é decoradora e o sonho dela, muito caprichado, foi decorado com cortinas de voil na varanda, balançando ao vento. E ninguém tem nada com isso. Nem eu. Diga-se de passagem, acompanhei calada o parto da casa, e até fui convidada para a inauguração.

Aprendi uma coisa: não se pode abortar o sonho do outro por mais maluco que seja. Pega mal, parece azaração de gente impertinente que mete o bedelho onde não é chamada.

Mas eu já sabia o básico:

A característica da transformação do sonho em pesadelo é que o pesadelo percorre o mesmo caminho do sonho. Começa com um pensamento, que puxa o outro, que puxa o outro, uma incomodação de alma que não deveria estar presente, mas comparece sem ser convidada.

Com um agravante: no sonho, a realidade não interfere, porque a realidade não tem participação no sonho. Já o pesadelo se alimenta da realidade. O pesadelo se alimenta de cansaço, inadequação, rotina, despesas, e enfado. Sem falar no trabalhão que dá para administrar o dito cujo.

Em pouco tempo, as cortinas ficaram pretas de pó, chuva, frio, e vento. Em pouco tempo, a maresia começou a corroer os metais da casa. Em pouco tempo, as flores do jardim murcharam porque uma casa cuja dona mora a 750 km de distância, é uma casa sem dona.

Casa sem dona, se ressente. Casa sem dona é casa com vocação para a desintegração precoce. Alguns anos depois de muitas viagens e muitas dores de cabeça, minha amiga livrou-se do pesadelo: vendeu a casa para uma sobrinha.

Detalhe curioso: o caminho do sonho sempre passa do mais velho para o mais novo em idade cronológica. Macaco velho não mete a mão em cumbuca. Macaco novo se delicia e nem pensa nessa possibilidade.

Eu já tive inúmeros sonhos que viraram pesadelos. Desde sonhos recreativos, até sonhos comerciais. Mas nada me desiludiu tanto quanto o sonho de ter domicílio em outros lugares.

Nessa empreitada, eu descobri o que o Pequeno Príncipe já havia ensinado, e eu não aprendera: “Tu és eternamente responsável por aquilo que cativas.”

Tu és eternamente responsável por aquilo pelo qual se deixou cativar.
-Comprou?
-É seu!

Cada posse adquirida representa um compromisso assumido. Ter assumido compromissos simultâneo com três domicílios, me fez ver que eu não poderia estar nem mesmo em dois deles, ao mesmo tempo. Quanto mais em três. Eu sempre tinha que estar em um único lugar.

Enquanto estivesse num lugar eu não poderia estar no outro, porque uma lei da física anunciou, antes que eu existisse, que um corpo não pode ocupar dois lugares simultaneamente. Mas eu me esqueci.
Todo mundo que deseja o segundo domicílio se esquece desse detalhe gravíssimo.

E quando lembramos, surgem os conflitos: o que eu estou fazendo aqui, se o meu lugar parece ser lá? Então, vamos para lá. E ao chegarmos lá, descobrimos uma outra lei instalada: a lei do caos que tomou posse do imóvel enquanto estávamos no outro lá.

Você sabe o que é a lei do caos?

A lei do caos prevê que, se uma casa perfeitamente limpa e decorada, for fechada por um determinado tempo, sem que ninguém a use ou retire nada do lugar, o caos se instala e faz dela a sua residência.

O resultado é catastrófico: teia de aranha, pó, sujeira, bolor, deterioração generalizada. E se a casa for à beira mar, conte com mais um agravante a favor da destruição: a maresia.

Assim sendo, fiquei profundamente aliviada quando uma transação imobiliária conseguiu me livrar do pesadelo, e alugou ou vendeu os meus destruídos sonhos para pessoas que o reconstruíram como seus novos sonhos.

Na vida, tudo tem o seu tempo. Quanto mais jovem, mais sonhos fúteis, vazios, megalomaníacos, desprovidos de realidade. Faz parte.

Hoje prefiro sonhar poucos sonhos. Talvez, um único sonho. E embora realiza-lo seja quase impossível, já sei que a não realização preserva o sonho. A tragédia do sonho começa quando ele se realiza.

A morte do sonho começa no dia em que ele nasce e se materializa. Sonhos não realizados têm o benefício da eternidade. Mas a gente não gosta de ter um sonho adiado com essa justificativa. A gente quer para ontem, o que só chega devagar e com o tempo.

Então, que venham os sonhos e que eles desabrochem na medida dos nossos desejos. Depois não diga que eu não me avisei e te avisei.

Parem de banalizar o “eu te amo”

Parem de banalizar o “eu te amo”

A banalização de qualquer coisa, infelizmente, acaba por tornar aquilo invisível, descaracterizando-lhe a força, a importância, tornando lugar comum o que deveria ser especial. É assim com fatos, com objetos, é assim com sentimentos. E é o que vem ocorrendo em relação ao amor, que parece estar perdendo a grandiosidade de seus domínios, de sua dimensão mágica e especial, uma vez que, hoje, diz-se “eu te amo” para qualquer um, em contextos banais e cotidianos.

Tempos atrás, a gente guardava a explicitação do amor para o momento em que ele não cabia mais aqui dentro do peito, quando já tínhamos tateado os terrenos incertos que adentrávamos ao nos relacionarmos com alguém. Dávamos tempo ao tempo, conhecendo o outro e nos reconhecendo junto dele, sentindo e refletindo cada momento, cada dia, sentindo o gradativo intensificar-se das batidas de nosso coração ao lado de nosso parceiro.

O amor era tão especial, que não ousávamos expressá-lo para qualquer um, em qualquer situação, muito menos para alguém que conhecíamos há pouco tempo. Entendíamos que o amor vai sendo construído ao longo da jornada, aos poucos, enquanto o que a gente doava se ia retornando, enquanto sentíamos que ali havia reciprocidade e verdade. Escrevíamos “eu te amo” às escondidas, nos cadernos e diários, como um tesouro afetivo que só seria dividido com a pessoa certa, aquela que ficou e se demorou perto da gente.

Hoje, por outro lado, vemos jovens escrevendo e dizendo “eu te amo” para amigos que acabaram de conhecer, para os recentes paqueras, muitas vezes para gente com quem não possuem nem um mínimo de intimidade. Parece que o amor vem se tornando um sentimento qualquer, que surge assim do nada, sem necessidade de que seja trabalhado, suado, vivido e revivido continuamente, sedimentado com o passar do tempo. Banaliza-se o amor, diminuindo-lhe toda a carga afetiva, toda a magnitude de que se reveste.

É preciso atribuir ao amor sua verdadeira intensidade, sua devida importância, entendendo que ele é um sentimento único, especial, que se alimenta de transparência e de retorno sincero, de permanência e de cumplicidade íntegra, de luta, de maturidade, de mãos dadas e firmes, que não se soltam por qualquer coisa. Parem de banalizar o “eu te amo”, parem de esvaziar o preenchimento emocional de que o amor se vale, ele não pode cair no marasmo da nulidade, ele não merece ser relegado ao lugar comum do que passa sem ser visto, sorvido, regado.

Quanto mais valorizarmos o amor, mais forte ele se tornará e mais capaz de resistir e de sobreviver a essa futilidade que permeia a sociedade atual, que torna tudo obsoleto em pouco tempo. Amor não envelhece. Amor não cai em desuso. Amor é vida.

Imagem de capa: Milles Studio/shutterstock

Aceita que a vida ajeita.

Aceita que a vida ajeita.

Imagem de capa: Irina Kozorog

Que venha. Seja lá o que for, venha. A gente aceita. Encara, luta, cai, levanta, vai em frente. Aceita o que foi, o que é e o que vem. Não, nós não somos conformistas, permissivos, acomodados, medrosos, trouxas. Nós somos gente. E a gente aceita.

Aceita até mesmo quando rejeita, recusa, esperneia, grita. A gente aceita o inaceitável em conclusão íntima. O teto desaba, o assoalho rompe, as paredes apertam. E a gente aceita.

Aceita pagar por serviços odiosos, aceita esperar de pé em filas enormes por um atendimento de cara feia. Aceita circular de bandeja em mãos por praças de alimentação lotadas até encontrar uma mesa vazia, engordurada, ao lado da lixeira entupida, transbordando sujeira dos outros. A gente aceita o que tem.

Amores capengas e amantes ausentes a gente também aceita. Aceita pela mera ilusão de não estarmos sós.

A gente aceita passar a semana inteira esperando a “sexta-feira, sua linda”, analgésico e antídoto para os venenos de todo dia. A gente aceita. Aceita tudo que não traz nada. Aceita as críticas e pouco reflete sobre elas, senão para nos convencer de que “errado” é quem as fez e não nós mesmos, nós e nossa perfeição religiosa e autoenganada, fundamentada em versículos bíblicos descaradamente adulterados.

Para amansar antigas feras, a gente aceita raciocínios impostos por terapeutas e analistas desinteressados, iludidos de que chegaremos à nossa subjetividade por discernimento próprio.

A gente aceita pagar mais caro por aquilo a que naturalmente tem direito pela simples lógica da civilidade e do princípio da vida em sociedade. Um espaço dois centímetros maior na poltrona do avião, médicos que nos examinem com o mínimo de cuidado, um bairro calmo para dormir à noite sem esperar que alguém invada nossa casa na madrugada, um atendimento decente em qualquer canto.

Que nos culpem pelo que não cometemos, só para fugir de discussões cansativas, a gente aceita de bom grado. E daí? Que mal há em não querer gastar tempo discutindo balela? A gente aceita, aceita que é mais fácil.

Aceita porque, afinal, por mais que nos defendamos, aqueles que nos culpam de qualquer coisa não vão mesmo acreditar. Se o fizessem, assinariam para si mesmos um vergonhoso atestado de covardia. Então aceitam o cargo autoimposto de suprassumos das ciências, reis da cocada preta, generais da banda.

A gente aceita e se acostuma a viver com medo, aceita a morte lenta e o tempo breve, aceita sentimentos burocráticos e cobranças descabidas. Aceita meia hora de amor e duas paçoquinhas.

A gente aceita tudo. Aceita o que deu pra fazer, aceita o mínimo e acha o máximo. Aceita o mais provável e o menos pior. A gente aceita. A gente aceita que a vida ajeita.

Haja humildade para descer dos altares e subir dos buracos a que nos submetemos espontaneamente

Haja humildade para descer dos altares e subir dos buracos a que nos submetemos espontaneamente

Quem nunca tomou um caldo na praia, não pode entender o que é a sensação de se ver embolado numa massa de água e areia que roda em volta da gente, parecendo zombar de nossa insignificância em relação à imensidão do mar. Pode até imaginar… mas entender?! Não. Definitivamente, não!

Naquele instante de impotência momentânea não há nada que se possa fazer. A gente se entrega. Espera passar. E, quando sobrevive para contar a história, volta com uma boa experiência para compartilhar… além dos inúmeros ralados nos joelhos, cotovelos e onde mais a areia do fundo tiver podido alcançar.

Quem nunca levou um pé na bunda, não pode compreender que o chute dói por toda parte, não apenas na bunda. Pode até imaginar… mas compreender?! Não. De jeito nenhum! Dói no coração, porque tinha certeza de que aquilo era amor. Dói na vaidade, porque a gente nunca acha que vai ser “o que sobra”. Dói na cabeça, porque cansa demais ficar pensando num jeito de parar de sentir. Dói na esperança, porque é difícil demais aprender a lidar com os “nãos” da vida. Dói por toda parte, até aquelas partes que a gente só descobre que tem depois que leva um pé na bunda.

Naquele momento em que o outro parece estar errando o texto, mudando o roteiro da nossa vida, sem pedir licença… também não há nada que se possa fazer. Mas nesse caso, ainda que não haja nenhuma lógica nisso, a gente não se entrega. Não quer esperar passar. A gente quer achar um jeito de fazer o tempo correr para o futuro, num lugar mais seguro onde o outro não exista mais, onde essa pessoa seja apenas uma figura desbotada na nossa história. Ou, então… a gente quer subjugar o destino e fazer com que o outro nos ame para sempre, por decreto. E quando sobrevive para contar a história, também volta com uma riquíssima experiência; só que dessa vez, não se faz muita questão de compartilhar. O melhor mesmo é esquecer. Além do que, não haverá ralados físicos evidentes. Neste caso, os ralados ficam do lado de dentro, onde a cicatrização demora um bocadinho mais.

Quem nunca vendeu a alma para uma entidade qualquer – que pode ser tanto dinheiro quanto afeto e aceitação -, para ter aplacada sua carência afetiva quilométrica, não é capaz de imaginar o quanto pode ser fundo o buraco da alma; ou, o quanto pode ser exaustivo sustentar a personagem de um ser perfeito imóvel num altar. Pode até fingir que imagina… mas, imaginar mesmo?! Ahhhh… não! Nem que a vaca tussa! Essa é uma loucura muito, muito particular.

Naquele momento em que você se dispõe a cavar túneis, sem ferramentas ou lanternas… só contando com o tato, a coragem e os punhos… é com você e você mesmo. Não há testemunhas, nem cúmplices que visitem nossos buracos profundos. É a mais pura solidão. Apenas e tão somente equipara-se essa experiência à tolice que é aceitar o lugar num relicário qualquer. Assumir uma santidade e perfeição tão impossíveis que só servem para nos perpetuar num lugar de mendicância afetiva. Migalhas. Sinceramente, não sei o que é pior.

Pelo sim, pelo não… melhor é nunca permitir que alguém nos faça querer posar de santa num altar. Na melhor das hipóteses, viraremos estátuas… imóveis, secas, frias. Na pior das hipóteses, acabaremos despedaçadas em milhares de pedaços. Porque ao colocarmos em mãos alheias as rédeas de nossas vidas, mais cedo ou mais tarde tomaremos um caldo ou um pé na bunda. E então… haja humildade para nos ajudar a subir dos buracos e descer dos altares aos quais nos submetemos espontaneamente.

Imagem de capa meramente ilustrativa: cena da série “Game Of Thrones”

Não é só a tristeza, a felicidade também nos ensina e nos fortalece

Não é só a tristeza, a felicidade também nos ensina e nos fortalece

Que a gente sai mais forte das tempestades, das dores e dos tombos, é ponto pacífico. Ainda assim, também se faz necessário ressaltar que não é somente sofrendo que aprendemos a ser mais gente, uma vez que, da mesma forma, os momentos de alegria e de contentamento nos ensinam muito sobre a vida, sobre nós mesmos e sobre os outros. Felicidade é uma ótima escola, acredite.

A felicidade nos torna melhores exatamente porque quem é feliz não encontra tempo para maldades, para arquitetar fofocas, para prestar atenção na vida alheia, a não ser para ajudar a quem necessite. Quem é feliz foca sua atenção no que realmente importa, em tudo o que vai além das meras aparências, da materialidade, da futilidade.

Quando estamos contentes, somos gratos à vida, a Deus, ao próximo, a quem quer que tenha feito parte de nossa jornada com contribuições positivas, porque então percebemos o quanto somos abençoados, o quanto nossa existência é como um milagre. Estarmos vivos já nos motiva a seguir lutando pelo melhor, sem pisar ninguém, sem patifaria.

Se estivermos felizes, não invejaremos o próximo, mas sim admiraremos as pessoas por terem conquistado aquilo por que tanto lutaram, com suor e dedicação. E tomaremos, como exemplos, essas pessoas que são luz, que se doam, pois enxergam o mundo além de si mesmas, com sinceridade e generosidade verdadeiras.

Gente feliz se ama, aceita-se, vive o que sente, pratica o que discursa, não cobra de ninguém pensamentos e atitudes iguais, uma vez que a diversidade de ideias, credos, estilos e comportamentos enchem seus olhos de magia. Gente feliz foge da mesmice, da servidão, desviando-se dos becos escuros da maledicência e do mau humor.

Nunca veremos pessoas felizes se colocando como vítimas de alguma situação, queixando-se passivamente, enquanto a vida passa lá fora. Elas caminham na direção da roda da vida, assumindo os erros, arcando com as consequências do que fizeram ou deixaram de fazer, afastando-se cordialmente de gente amarga e perigosa.

Não há como negar que, após passarmos por períodos difíceis e dolorosos, tornamo-nos pessoas mais fortes e seguras quanto ao que realmente importa na vida. No entanto, isso não quer dizer que aqueles momentos de felicidade leve e regozijante sejam infecundos, pois o contentamento e o prazer também são capazes de nos ensinar, de nos tornar pessoas melhores, uma vez que o horizonte sem nuvens torna tudo mais claro na nossa frente. Tudo, exatamente tudo mesmo, é aprendizado, para quem quer aprender.

Imagem de capa: eakkaluktemwanich/shutterstock

Há uma grande diferença entre um final feliz e um final necessário

Há uma grande diferença entre um final feliz e um final necessário

Terminar um relacionamento é tarefa de gigantes. A saudade aperta, os dias ficam maiores e acreditamos que a solidão será nossa companheira de caminhada.

Porém, tudo passa, e quando conseguimos diferenciar um final feliz de um final necessário, melhoramos nossa percepção do mundo e voltamos a confiar nas pessoas.

Terminar um relacionamento bom é difícil, mas terminar um relacionamento abusivo é uma necessidade! E isso deveria ser tão óbvio quanto dois mais dois. Mas, humanos que somos, demoramos para entender que relacionamentos também tem direito de acabar de “morte natural”. Insistimos, lutamos, sofremos apenas para adiar, em vias de fato, o que já acabou há anos dentro de nós.

Encontramos mais desculpas para permanecer em uma história tóxica do que coragem para seguir em frente e encontrar alguém bacana. Somos habituados a enxergar o relacionamento como uma luta, onde quem cair primeiro é o culpado. E isso nos faz carregar fardos de culpas desnecessários e adiarmos nossa felicidade por tempo indeterminado.

Temos medo do novo. Essa é a verdade. Preferimos torturar nossos pensamentos com questionamentos ilusórios do que arriscar em um caminho desconhecido. Acreditamos que permanecer na dor é mais seguro do que fugir dela. Grande ilusão! Se soubéssemos o tempo que perdemos com relacionamentos tóxicos, estaríamos mais preocupados em sermos felizes, o mais rápido possível.

Hermann Hesse defendia a ideia de que devemos sempre seguir em frente, mesmo diante do medo: “devemos caminhar na direção do nosso maior temor, ali está nossa única esperança”.

Aprenda a abandonar a dor. Relacionamentos acabam com a mesma naturalidade que começam. Não é preciso motivos, traições ou discussões homéricas para que o fim aconteça. Muitas vezes, chegou ao fim sem motivos aparentes. Apenas acabou. Sem culpados, sem mentiras, sem ofensas.

As relações afetivas seguem o ciclo natural da vida e, se não houver amor suficiente para manter os dois unidos, não há frase de Machado de Assis que fará. Precisamos da reciprocidade, do respeito mútuo, da cumplicidade para continuar uma história. Se não há, o sonho do “amor eterno” fica comprometido.

Essa lógica de que recomeços são difíceis é uma tática para paralisar os sonhos através do medo. Se recomeçar é considerado difícil, imagine aguentar relacionamentos abusivos, traumatizantes e tóxicos, que te fazem refém de situações degradantes. É preciso saber a diferença entre um final feliz e um final necessário. Alguns relacionamentos não deveriam nem ter começado, quanto mais terem continuidade.

Dizer adeus a um amor não é sinônimo de solidão eterna. Reconheça a hora de fechar a porta e tenha inteligência suficiente para não deixá-la aberta.

Terminar uma história não é o fim do mundo. Daqui a pouco essa história será apenas mais uma e você será feliz novamente. Logo, logo, aparecerá alguém que te arrancará outros sorrisos, outros planos, outras vontades. E você irá amá-lo como nunca antes, porque teu coração é grande, mas o sonho em ser feliz maior ainda.

Como dizia o poeta Guimarães Rosa: “é preciso sofrer depois de ter sofrido, e amar, e mais amar, depois de ter amado”.

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