Seja alguém bem-vindo na vida dela

Seja alguém bem-vindo na vida dela

Parceria. Ela não está interessada em nada além disso. Esqueça os presentes caros e as mais românticas declarações. Seja sincero com ela. Aproveite cada instante ao seu lado. Tenha ternura. Tenha respeito. Tenha vontade de ficar com ela.

Faça valer a pena esse sentimento que você diz só crescer por ela. Escute-a. Preste atenção nas suas palavras e gestos. Importe-se com os inteiros dela. Não planeje felicidades. Assuma que vocês estão juntos para construir uma relação leve. Deixe no passado os falecidos amores. O seu presente é o agora. Simples, intenso e real. Aproveite cada sorriso com ela. Tenha inteligência. Tenha desejo. Tenha gratidão por fazer parte da vida dela.

Entenda que, como você, ela também precisou desviar de algumas solidões. Ela também teve de superar fins e outras lombadas do coração. Aproveite cada ensinamento dela. Tenha paciência. Tenha serenidade. Tenha disponibilidade para inícios e meios com ela.

Acima de tudo, não minta. Mentiras não combinam com ela. Ficam desconfortáveis nos carinhos que ela vestiu para você. Tenha coragem. Tenha responsabilidade. Tenha certeza das entregas que você enviar para ela.

Seja alguém bem-vindo na vida dela. Chegue para somar felicidades. Ame-a. Abrace-a. Beije-a. Proporcione tudo o que estiver ao seu alcance para fazê-la feliz e sem cobrar nada em troca por isso. Segure a sua mão. Não deixe-a ir por ausências. Seja completo, mas não complicado. Tenha tesão. Tenha repertório. Tenha sorte, mas muita sorte de permanecer assim, simplesmente apaixonado por ela.

Imagem de capa: Jurij Krupiak, Shutterstock

Um passo a frente e você não está mais no mesmo lugar

Um passo a frente e você não está mais no mesmo lugar

Entre um riso e outro, nos vemos parados no meio de tudo. No meio dos nossos sonhos, das nossas conquistas, de tudo aquilo queríamos ser. Os sentimentos não vividos insistem em nos fazer perder as esperanças. Dormimos entrelaçados em emaranhados de questionamentos.

A parte boa é que não estamos colados no chão. Apenas estacionados.

Podemos engatar a marcha e dar um novo sentido e direção às nossas vidas. Não é preciso correr maratonas ou escalar montanhas de uma vez. Tudo bem ter medo, dúvidas do que virá a seguir, porque no final das contas, só precisamos estar em movimento, seja esse qual for; uma São Silvestre ou um alongamento.

Todo mundo tem um lado que não gosta de compartilhar. Porque é o covarde, o lado que prefere se acomodar em gaiolas, uma vez que o céu é infinito e a imensidão assusta. Mas a verdade é que fomos feitos para o mundo. Para navegar mares, devassar continentes, derrubar fronteiras que alguns outros covardes construíram, conhecer pessoas, desconhecer pessoas. Para tudo isso, basta um passo.

Você também não sente que está na hora? Hora de sentir os pés descalços ganhando o mundo, a testa suada, mãos sujas, roupas molhadas de chuva, bochecha marcada por um beijo de despedida; a outra com um de reencontro, o rosto úmido de lágrimas porque foi um dia de derrota e tudo bem porque a vitória já está em tentar.

Mas precisamos nos mover. A vida acontece no intervalo em que uma folha se solta do galho e vai em direção ao chão. É rápida e, principalmente, feita de locomoção. Para acompanharmos, só precisamos dar um primeiro impulso. Um passo e já deixamos o passado e estamos rumo ao futuro. Um passo e já estamos vivendo um novo momento. Apenas um passo e nos reinventamos, somos outro nós. Mais corajosos, valentes. Porque não é fácil começar, talvez seja até a parte mais difícil: olhar para o lado e reconhecer as paredes e ainda sim, abandonar o conforto e escolher ir adiante.

E qual propósito melhor para viver, senão esse de criarmos melhores versões de nós mesmos, todos os dias?

Só precisa de um passo.

Imagem de capa: oneinchpunch/shutterstock

Nem sempre o amor é suficiente para duas pessoas ficarem juntas

Nem sempre o amor é suficiente para duas pessoas ficarem juntas

Eles tentaram muito. Insistiram. Relevaram as diferenças, toleraram a distância, se desgastaram, se amaram, se machucaram. Ela guarda palavras não ditas, sonhos não realizados, trechos de uma vida que não se concretizou. Ele carrega os abraços dados, as noites em claro procurando uma saída, a ironia de gostar tendo que recuar.

Ela sabe que ele foi a pessoa certa na hora errada. Ele acha que um dia ela irá se arrepender por ter sido tão racional. Ela quis que ele mudasse. Ele se ressente por não ter sido aceito como é.

Nem sempre o amor é suficiente para duas pessoas ficarem juntas. Uma relação duradoura é feita de encontro, cumplicidade, admiração e parceria. Pode haver amor, atração, paixão… mas se faltar confiança, compreensão e respeito, não dura.

Às vezes, amar não é o bastante. Pensar na pessoa o dia inteiro não é o suficiente. Ter química, atração, desejo e sintonia não satisfaz. Às vezes é preciso mais. É preciso disposição e disponibilidade para uma relação; maturidade para uma união; fidelidade para apaziguar o coração; confiança, respeito, tolerância e perdão para uma real conexão.

Não adianta ter saudade se não tem maturidade. Não resolve pedir perdão chorando se no dia seguinte permanece maltratando. Não funciona dizer que ama quando todo o resto desanda.

Talvez um dia ela se lembre dele ao ouvir o antigo refrão que diz: “Eles se julgavam diferentes, como todos os amantes imaginam ser; faziam tantos planos que seus vinte e poucos anos eram poucos pra tanto querer…” . Então ela irá sorrir e entender que a vida é feita de caminhos tortos, e nem sempre querer é sinônimo de permanecer. Que o amor deles ficou distante, numa época que se perdeu. E que é por isso que de vez em quando as memórias vêm à tona, não como uma saudade doída, e sim como um afago doce no pensamento.

Ele irá saber dela e terá noção de seus próprios erros. Entenderá as pontas soltas e lamentará não ter tido mais maturidade. Sentirá falta dela nas horas mais improváveis e vez ou outra terá sonhos perturbadores. Mas ficará feliz por perceber que cresceram e souberam superar. Que nem sempre gostar muito de alguém é pré requisito para essa relação funcionar. Que às vezes uma relação dá mais certo com os ex amantes seguindo caminhos distintos e desejando o bem do outro do que caminhando lado a lado.

Enquanto a vida vai e vem, dentro deles permanece a lembrança um do outro. Pode ser que um dia se reencontrem e digam o que sentiram. Que o amor era perfeito, imperfeitas eram as pedras do caminho…

Imagem de capa: Melissa Han/ Shutterstock

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A peneira

A peneira

Instrumento poderoso é a peneira. Capaz de remover as imperfeições, as sementes, os bagaços. Simplesmente, retira o que está atrapalhando e conserva o que é bom e interessante.

A peneira filtra, purifica, limpa. Facilita a vida. Ela seleciona, escolhe, separa, destaca. Grande, média ou pequena, não importa. A praticidade e a eficiência de uma boa peneira são indiscutíveis. Se na cozinha ela é útil, na vida muito mais…

Ultimamente, a vida tem me ensinado a peneirar minhas pessoas. Engana-se quem pensa que passo todas juntas em uma peneira gigantesca, na esperança de selecionar as melhores. Todas as pessoas da minha vida têm algo maravilhoso para me oferecer.

A peneira me ajuda a focar nisso e não no lado mais obscuro delas. Então, procuro passá-las, uma a uma, em uma peneira invisível que seleciona o melhor de cada exemplar, enquanto deixa o restante ir. O que me acrescenta, aproveito. O que me diminui, elimino. Tudo aquilo que não me agrada, que não me agrega ou que faz minha admiração por alguém diminuir, ponho no lixo. Porém, tudo aquilo que engrandece a pessoa, absorvo e uso ao meu favor para nutrir e fortalecer minha alma.

Estou tentando conviver bem com as imperfeições dos outros porque eu mesma sou imperfeita e incapaz de oferecer coisas boas ao mundo o tempo todo. Estou tentando não tentar mais modificar ninguém. Cada um dá o que tem. E todas as pessoas à minha volta têm uma imensidade de qualidades. Não posso deixar o que me desagrada nelas prevalecer. Eu as amo apesar das diferenças. Tudo aquilo que vem delas e me fere, simplesmente, tento deixar ir. Tudo aquilo que nelas me agrada, guardo em mim e me torno melhor.

Na cozinha, esse processo é rápido e fácil. Na vida, nem sempre é assim. Colocar parte de alguém no lixo,me afeta demais. Muitas vezes, é doloroso olhar aquele ser amado e ver que há tanto nele que poderia ser diferente… Mas, as pessoas só mudam quando elas próprias sentem essa necessidade. Percebi que sou impotente.

Não tenho armas para promover a mudança alheia. E, se as tivesse, talvez não fosse algo justo de se fazer, afinal, o que é um defeito aos meus olhos, pode ser uma virtude aos olhos do outro. E, se tenho minhas razões para achar que estou certa, o outro também as tem. É preciso agir com cautela quando o assunto é precioso. E não há nada mais precioso, para mim, do que minha coleção de pessoas.

Se pararmos para pensar, a própria vida seleciona quem vai passar por cada um de nós. Até o destino usa peneira. Por isso, entre tentar modelar alguém ao meu jeito ou peneirar, fico, hoje, com a segunda opção. Acontece assim: a pessoa se mostra para mim e eu escolho com qual parte dela ficar e qual parte dela ignorar.E, de quebra, também me permito ser peneirada.

Admito que há coisas em mim que merecem um único destino: o lixo. Em compensação, há tantas beleza sem meu ser que só devem parar mesmo no coração dos outros.

Esses tempos, andei peneirando os sentimentos também. Resolvi que sou eu quem decide o que me afeta e o que só passa por mim. Eu defino com o que quero conviver por dentro. Eu sou a dona da peneira. E, de tanto peneirar, tive que expulsar uma velha companheira: a culpa. Mas a culpada foi ela, por insistir em me tirar a paz sem deixar nada de bom no lugar. Cansei de esperar seu lado doce aparecer.

Mas, em compensação, convidei um quase desconhecido para viver comigo: o perdão. Esse, sim, vem preenchendo muitos vazios e me fazendo entender um bocado de coisas. Perdoar o outro e perdoar a mim mesma é algo que me renova e que me faz aceitar e crescer. O perdão enche meus pulmões do mais puro ar. Ele me deixa ser quem sou e permite que os outros sejam quem são, sem mágoas. E assim, tenho convidado a leveza para fazer parte da minha vida.

Penso que fiz bom negócio. Sinto que sou dona de mim mesma. Sinto que sou poderosa. Mas, poderosa mesmo é a peneira: facilitadora de vidas dentro e fora da cozinha.

Imagem de capa: crazymedia/shutterstock

O poder do encantamento

O poder do encantamento

Que as agruras da vida e as adversidades do mundo não nos façam perder a visão perfeita que nos permite o encantamento e o deslumbramento por tudo. E por nada.

Que nunca me falte o encantamento
Com a vida,
Com as pessoas,
Comigo mesma,
Com os acontecimentos,
Com o mundo…

Que a rotina não me faça alguém amargo, que acha que tudo (inclusive o negativo) é normal
Que eu nunca me torne um ser miserável por não me admirar mais com nada
Que não deixe de me espantar com as coisas simples, e com as extraordinárias
Nem de me sublimar com todo tipo de fato ocorrido à minha volta…

Que eu nunca olhe para o mundo com um olhar de conformação
Nem ache que algo perdeu a graça por não ser mais novidade
Que sempre veja a grande significância até das coisas mais singelas
Assim como mantenha a capacidade de ver o lado bom inclusive dos fatos não desejados

E nunca deixe de me deslumbrar com a vida que, por si só, é um grande milagre…
Que me deslumbre com a inocência genuína das crianças
E desfrute do amor incondicional dos animais
Que eu me maravilhe em ter saúde e tranquilidade
Brinde cada dia a mais de vida
E me entorpeça com toda a gama de sentimentos que extravasam do meu peito…

Que eu lembre de, periodicamente, olhar para o céu e lembrar que faço parte de algo muito maior
E sempre encontre tempo para regozijar as estrelas e me perder no horizonte do mar
Que não desatente ao canto dos passarinhos que todos os dias tentam me acordar
Nem deixe de me aconchegar no calor dos raios de sol batendo no meu corpo
Ou de me entregar a um delicioso banho de chuva num dia de calor…
Que cada amanhecer renove meu entusiasmo
E em todo pôr do sol eu sinta a alegria de estar vivo
Que cada respiração minha traduza a mais profunda gratidão E alimente, cada vez mais, o meu encantamento…

Afinal, sem ele – o encantamento – não somos plenos
Ele traz a doçura, a leveza e a energia tão necessárias
Mostra a face real de tudo e de todos
Tirando a cegueira que os golpes da vida podem ter nos trazido de brinde…

Então encantemo-nos e reencantemo-nos pela nossa existência
Pela natureza, pelos seres humanos, pelo ar que respiramos
Pelos amores que a vida nos deu, pelas alegrias cotidianas
Pelas oportunidades surgidas, pelos sonhos almejados
Pela sutileza dos sentimentos, pela simplicidade da vida
Por tudo, enfim.

Imagem de capa: marina shin/shutterstock

“Quando alguém julgar o seu caminho, empreste a ele os seus sapatos”

“Quando alguém julgar o seu caminho, empreste a ele os seus sapatos”

Nós somos a soma do que falamos, do modo como agimos, da maneira como tocamos uns aos outros. Mas também somos a soma de nossas emoções, pensamentos, alegrias guardadas e angústias não declaradas.

Ninguém sabe ao certo o que vai dentro do coração do outro. Ninguém tem a mínima noção dos fantasmas que assombram, da bagagem que carrega, das alegrias e saudades que abriga, das batalhas que trava, dos silêncios que suporta, das vitórias que celebra.

Porém, muita gente se acha apto para julgar o caminho alheio. Muita gente se considera assertivo para condenar as escolhas de terceiros.

Mas a verdade é que ninguém conhece por inteiro as batalhas que travo intimamente. Ninguém percorreu meu caminho com meus sapatos para saber onde apertam os meus calos. E por mais que imaginem conhecer, alguns passos dessa dança são só meus; e por mais que desejem ajudar, algumas pontes só eu posso atravessar.

Precisamos uns dos outros. Precisamos do olhar do outro que nos apoia silenciosamente ou nos faz recuar diante da gravidade das coisas e do mundo. Porém, não precisamos de juízes. Não precisamos de magistrados que decidem o modo como devemos viver ou habitar nossa própria história.

Cada um sabe o que carrega na bagagem. Cada um sabe de suas lutas íntimas e vitórias silenciosas. Cada um sabe onde seu sapato aperta, machuca, causa bolhas. Cada um sabe a hora de descalçar ou continuar. Cada um conhece seus limites, a necessidade de preservar a própria essência, a necessidade de ser coerente com seu coração. Então não é justo que alguém que nunca carregou aquela bagagem nem nunca calçou aqueles sapatos ache-se no direito de bater o martelo, intimar, condenar ou especular qualquer caminho ou escolha.

É preciso coragem para trilhar nossa história com coerência e autenticidade. Coragem para romper com aquilo que esperam de nós em contrapartida ao que queremos de fato. É preciso valentia para optar pelo amor próprio, pela honestidade. É preciso valentia para crescer e assumir nossos erros, incompletudes, abismos e asperezas do mesmo modo que nos orgulhamos de nossa doçura, leveza e capacidade de amar.

“Quando alguém julgar o seu caminho, empreste a ele os seus sapatos”. Só você sabe como chegou até aqui. Só você entende as batalhas e triunfos silenciosos que fizeram parte do seu caminho. E por mais que estejam junto de você, algumas pessoas simplesmente não entendem. E cobram por aquilo que não conhecem; julgam por aquilo que não experimentam. Talvez devessem olhar melhor para as próprias vidas, e se perguntar por que se incomodam tanto. Talvez devessem ser mais tolerantes consigo mesmos, afrouxando os cadarços de seus próprios calçados.

Já me deparei com erros pequenos ou grandiosos de pessoas que eu amo. Já escutei mentiras e acreditei nelas. Já me feri com atitudes que desviavam daquilo que eu acredito mas sobrevivi.

Às vezes as pessoas optam por um caminho que irá nos ferir, mas isso tem muito mais a ver com a vida delas do que com a nossa.

Então não cabe a nenhum de nós apontar o dedo. Não cabe a nenhum de nós expor o outro ao nosso julgamento, muitas vezes imparcial, já que somos “as vítimas”. Cabe sim ajudarmos a construir uma pessoa melhor, com amor, tolerância às diferenças, perdão e aceitação. Ninguém está livre de erros e, principalmente, ninguém sabe ao certo onde o sapato do outro aperta…

Imagem de capa: Creaturart Images/shutterstock

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Baixar a guarda

Baixar a guarda

Essa semana tive a honra de conhecer de perto uma das atrizes brasileiras que mais admiro: Maria Alice Vergueiro. Você deve conhece-la daquele vídeo divertido, o “Tapa na Pantera”, mas posso te garantir que ela é muito mais do que isso. Ela é uma das mentes mais geniais do teatro nacional. Sou fã mesmo de carteirinha.

Perguntaram para Maria Alice como era refletir sobre a própria morte, tema central da peça pela qual tem sido ovacionada nos últimos anos – Eu parei de duvidar. Quando alguém chega e diz pra mim que gosta de mim, eu decidi não duvidar mais. Tem sido incrível isso – explicou, com a fala já mais ralentada pelo Alzheimer e pela idade avançada. A genialidade de Maria Alice se estende para além dos palcos e inunda a vida de mais vida.

Temos sido condicionados a temer o outro, duvidar do próximo, para nos mantermos sempre com os dois pés atrás, quando não distantes. A cada decepção nos fechamos um pouquinho mais, aumentamos nosso muro, nos retiramos das relações para observá-las com mais desconfiança. Em quantas pessoas você pode dizer que pode confiar? Poucas, bem poucas – muita gente repete. E isso é mérito? Sei não.

A gente duvida do afeto, põe à prova os elogios de quem nos adora, trucamos o amor de quem está sempre lá por nós. Nos acostumamos a temer as tentativas dos desconhecidos de se aproximar, dificultamos as tentativas de quem nos feriu de se reaproximar. Seguimos implodindo as estradas que nos ligam até os países fronteiriços. A ordem é fechar e perguntar depois. Duvidar e tentar depois. Dizer ‘não’ e ‘talvez’ só depois.

Talvez pudéssemos aprender um pouquinho com alguém que já viveu tanto e certamente se decepcionou na mesma proporção. No final das contas, baixar a guarda, ter um tantinho de fé, aceitar a mão estendida e o sorriso aberto, talvez possa nos levar de volta até aquele ponto do caminho do qual temos sentido falta. Eu pelo menos sinto.

Você lembra? Quando as relações eram mais honestas, próximas e descomplicadas? O mundo mudou tanto assim ou foi a gente que se trancou pra dentro de casa? É o medo que nos divide, que nos separa e que impede a gente de viver a verdade. Da próxima vez que alguém disser que te adora, faça esse exercício, apenas não duvide logo de cara. Vale o risco. E, Maria Alice, te admiro muito. Jamais duvide disso.

Cada vez que eu chorei, você morreu um pouco

Cada vez que eu chorei, você morreu um pouco

Seu amor sempre veio acompanhado com resquício de abandono, mas agora eu não preciso mais fazer aquele estardalhaço sobre você. Eu não precisei te matar das minhas lembranças, você foi sumindo de mim por conta própria cada vez que me deixou chorando sozinha. Chorei por tudo isso e pelo tudo que eu sabia que iria virar nada logo. Mas a única falência que mata é a dos órgãos, então pude sobreviver vendo o que nós tínhamos virando ruína.

Eu te pedi para me ouvir, subi em cima cadeira, segurei um megafone, usei fitas de LED enroladas pelo corpo, acenei, chamei pelo seu nome. Você disse que outro dia a gente conversava. Partes suas foram sumindo desde então.

Tentei me convencer de que estava tudo bem, que só a sua presença me bastava. Era tudo coisa da minha cabeça. Talvez eu estivesse exagerando, ninguém consegue dar tanta atenção a um outro ser humano. Mas ninguém é tão ocupado, não é? Quando percebi isso, outro pedaço seu virou fumaça.

Um casal é feito de duas partes, lutando constantemente para ser uma. Então, por que eu me sentia  numa batalha de uma pessoa só? Te perdi dentro de mim e tentei te ganhar todos os dias. Antes mesmo de saber que eu nunca poderia ter alguém que nunca levantou uma bandeira por mim. Sempre foi tempo perdido e o pior é que mesmo que você já soubesse, me deixou continuar. Mais uma vez eu chorei, você já quase não existia.

Prometi a mim mesma que não me daria por vencida enquanto não tivesse a certeza que fiz tudo para retomar os laços. Te chamei, te liguei, fiquei parada na sua porta, toquei a campainha, pedi abrigo no seu peito. Sem resposta. Eu te vi virando história de cartão postal.

Então eu chorei. Derramei litros de sonhos de um futuro que nunca iria acontecer. Tem algo desolador em desistir sem nem antes provar uma demo. Chorei porque eu quis tanto e tive tão pouco. Foi tão promissor no começo, você fez direitinho. Soube prometer tão bem quanto soube não cumprir. Mas é grandioso se render, aceitar que o barco não vai navegar nem com a maior das correntezas. E que tudo bem ser assim. Eu chorei por você. Você morreu pouco a pouco. Não existe mais.

Imagem de capa: Antonio Guillem/shutterstock

Não guarde lugar para quem não tem intenção de sentar ao seu lado

Não guarde lugar para quem não tem intenção de sentar ao seu lado

– Ei, tem alguém sentado ao seu lado? Esse lugar está ocupado?

Então, você procura com os olhos aquela pessoa que disse que estaria ao seu lado, mas ela não está por perto. Ela está em algum outro lugar, bem distante de você. Ela está longe, mas insiste que você guarde um lugar para ela. Essa pessoa quer que você pense que ela está com você, mas ela não está.

Pessoas assim existem e são muito danosas. Elas tornam inviável a vida amorosa daqueles que acreditam em suas falsas intenções.

Não é incomum acontecer que, ao dizer que existe espaço para outra pessoa em sua vida, a tal criatura sumida, que pediu para você guardar o lugar, apareça e faça questão de mostrar que você está irremediavelmente ligado a ela. E, depois de ter feito você acreditar que vocês estão juntos, ela volta a sumir, mas sempre com a promessa de voltar.

Muitas vezes é bastante difícil fechar algumas portas, mas apenas assim é possível seguir em frente. Não permita que volte quem nunca quis ficar.

Olhe bem, preste atenção, certamente existe ao menos uma pessoa interessante querendo sentar ao seu lado, querendo te conhecer melhor. Desejosa em compartilhar da sua companhia, sedenta por tecer, com delicadeza, uma intimidade bonita e duradoura com você, mas isso nunca vai acontecer se as suas mãos permanecerem sobre o assento vazio. Se os seus olhos continuarem a buscar em algum outro canto alguém que efetivamente não está.

Levante suas mãos. Diga que o lugar aí do seu lado está livre. Permita-se ser feliz. Mas seja forte o suficiente para zelar por sua felicidade. Para impedir que a pessoa sumida apareça e mande aquele que realmente está ao seu lado para longe. Seja forte para dizer em alto e bom tom que você é livre para escolher. Que você cansou de esperar. Que você finalmente percebeu que merece mais.

Deslumbre-se com novos olhos. Deixe-se conquistar por outros sorrisos. Encante-se com o amor sincero. Permita-se o entrelaçar de mãos com quem é de verdade e não deixe voltar aquele que nunca realmente quis estar ao seu lado.

Acompanhe a autora no Facebook pela sua comunidade Vanelli Doratioto – Alcova Moderna.

Atribuição da imagem: pexels.com – CC0 Public Domain

O lado de dentro das relações

O lado de dentro das relações

Aos fundos do Parque Quinta Normal em Santiago, há uma antiga estufa do século passado esquecida, fechada para visitação. Só é possível conhecê-la se esgueirando por baixo de uma cerca e pulando um pequeno muro. Sim, bem coisa de moleque aventureiro mesmo. Mas aquele lugar não fazia sentido pra mim visto de fora. Entrar lá, foi descobrir meu jardim secreto de uma infância que eu nunca vivi.

Ali, observando aquela abóbada de ferragens curvas, fiquei um tempo pensando nisso. Na quantidade absurda de lugares que a gente deixa de entrar, nas oportunidades que a gente perde por educação, por medo ou por bom-mocismo. No nosso distanciamento asséptico dos sentimentos, logo deles, tão urgentes em tempos tão estranhos. Não é só com você. Tá todo mundo nessa. Do lado de fora das relações.

Sei lá quando a gente começou com isso. Foi o medo de se machucar, terror do desconhecido ou apenas uma tentativa responsável de sermos emocionalmente mais inteligentes? Fato é que a gente tem observado as relações de fora, avaliando se é prudente, correto ou maduro entrar. E elas vão passando por nós, como um trem que não espera ninguém. É tomá-lo, como um caubói que abandona o cavalo, ou vê-lo partir.

Eu até acredito em sinais, em pistas, mas, certezas? Desconfie. Não estou fazendo apologia ao impulso puramente, nem advogando pela estupidez, só digo que, talvez, a gente esteja exagerando no tempo que passa do lado de fora, em nosso medo de entrar nas relações. Que temor é esse? Se tudo der errado, a saída você já é conhecida.

Já para dentro! Como diria a mãe da gente. Ficar de fora é perigoso. Entrar é perigoso. Viver é perigoso. Pra caramba. Não há caminho seguro. Vibraria o moleque que ainda mora dentro da gente. O sentir é menos exato, mas bem mais real do que o saber. Aquele que observa, pode chegar a entender, mas só quem entra pode viver os presentes que a vida graciosamente escondeu pra gente encontrar.

Imagem de capa: studiodpdesign/shutterstock

Às vezes a gente só quer um abraço que diga que vai ficar tudo bem

Às vezes a gente só quer um abraço que diga que vai ficar tudo bem

Me lembro de um recorte colado na minha agenda dos tempos de adolescente em que um casal se abraçava num fim de tarde. Era um abraço apertado, ela tinha os cabelos queimados de sol e os braços dele envolviam a cintura dela com força e proteção. Eu abria a minha agenda naquela página e me perguntava quando seria envolvida assim.

Muitas vezes um abraço significa mais que um beijo. Pois um abraço fala, acolhe, protege, acalma, consola e traduz afeição. Pode expressar “estamos juntos nessa”, “te quero muito bem” ou “ninguém é forte sozinho”. Consegue transmitir empatia, cuidado, segurança e atração. Acolhe reencontros, saudades, aflições e desejos. Celebra alegrias, vitórias, realizações e recomeços. Traduz compaixão, “vamos dividir essa tristeza”, “vem cá me dá sua dor”.

No silêncio de um abraço muita coisa é dita. Pois abraço significa reconciliação, perdão, exoneração das mágoas e aflições. No silêncio de um abraço abafo meu pranto e extravaso minha alegria. Dissolvo minha dor e restauro meu equilíbrio. Um abraço aquece, enche de esperança, transforma pedra em coração.

Nos momentos em que pareço mais imperfeita é justamente quando mais preciso de um abraço. Pois abraço recompõe porcelanas lascadas e arremata fios puxados. Abraço constrói pontes invisíveis e decifra linhas tortas.

Às vezes a gente só quer um abraço que diga que vai ficar tudo bem, uma garantia de que não estamos sozinhos, um colo onde repousar a cabeça, uma atenção cuidadosa e um silêncio repleto de significado.

Oferecer nosso abraço a alguém é resgatá-lo do mundo enquanto acolhemos suas lutas, desistências, lembranças e confissões. É se importar, emanar energias boas, sanar dúvidas e dissipar medos. É adoçar um encontro, medicar um pranto, colorir um desencanto.

Abraço é calma, encontro de almas, artimanha perfeita para vencer qualquer dúvida ou saudade.

E finalmente tenho que concordar com Rubem Alves, que dizia: “Eu te abraço para abraçar o que me falta”. Pois abraço nos reconecta com aquilo que precisamos, com o que nos faz falta, com o que nos alivia. Abraço é melhor que conselho, que beijo, que recomendação. Abraço nos traz de volta, nos situa no mundo, nos dá chão. Abraço é a maior das conquistas, pois abraço dissipa o abandono e aquieta o coração…

***

Imagem de capa: Bogdan Sonjachny/shutterstock

Deixe partir quem não quer ficar, deixe chegar quem vai te fazer bem

Deixe partir quem não quer ficar, deixe chegar quem vai te fazer bem

Quando a gente se envolve com alguém, fazemos um laço tão forte que depois fica difícil soltar. Mas se tem algo que devemos aprender, é nos desfazer dos nós que só estão presentes para sufocar. Mesmo sabendo que vai doer e vamos abrir um vazio que vai ecoar saudade por muito tempo, é nosso dever abrir espaço para quem quer somar na nossa vida.

O “abrir espaço” não serve apenas para dar a oportunidade de uma substituição. Jamais devemos pensar que só seremos feliz se tiver uma mão segurando a nossa. Porém, quando estamos fixados em nos desdobrar para manter alguém que já desistiu há tempo ao nosso lado, estamos nos fechando para qualquer outra chance que poderia aparecer. E não existe nada mais injusto com nós mesmos do que não nos permitirmos abrir todas as portas que a vida coloca no nosso caminho, apenas para tentar entrar à força na única que está trancada.

Se alguém demonstrou que não te quer, não existe divina providência que possa mudar isso. E insistir, se doar, tentar novas maneiras, novas frases, atitudes; só faz você cavar um buraco cada vez mais fundo e difícil de sair. Aprenda a jogar o livro fora quando já não tem mais nenhuma página em branco para ser escrita. É preciso aceitar o fim e principalmente, a inexistência de uma continuação.

Quem ama sozinho, chora por dois.

Desista da obsessão e habitação no passado. Olhe em volta, perceba como tudo ainda está inabitável e repare em todas as opções de novos caminhos. Nosso coração é forte, consegue sobreviver aos finais, ainda que pareça que vai se encolher. O que ele não aguenta são as constantes tentativas de se espremer para se encaixar onde não cabe, onde não há espaço. Então, que tenhamos a decência de não nos diminuirmos para permanecer na vida de quem não nos guarda.

Vai sempre existir um outro alguém, uma nova música, um outro primeiro encontro. Mas pra isso é necessário se desprender de quem não te impulsiona para o futuro. Soltar os laços, avançar o caminho e se dar a chance de viver uma nova história que não machuque. É o mínimo que se espera de um amor, então não existe motivo para aceitar menos. O coração aguenta e melhor, se fortalece em cada recomeço.

Recomece.

Imagem de capa: Kajohnwit Boonsom/shutterstock

Sobre Libras e liberdade

Sobre Libras e liberdade

Outro dia tive a oportunidade de assistir a um vídeo que me tocou muito. Era sobre um homem surdo que saía de casa acompanhado de sua irmã, como de costume, sem saber que as pessoas com as quais eles cruzariam seriam capazes de se comunicar com ele.

Acontece que, previamente, todos os envolvidos na cena haviam sido orientados e saberiam usar a linguagem de sinais nas situações a que o vídeo se propunha. Assim, os dois seguiam caminhando e, de repente, alguém esbarrava neles e se desculpava, em Libras.

Mais tarde, alguém deixava algo cair perto dele para que, ao fazer a gentileza de pegar o objeto do chão, o homem pudesse receber o agradecimento, também em Libras. A reação do rapaz não podia ser outra: diante de tanta gente se comunicando daquele jeito, viu-se obrigado a perguntar à irmã se todos eram surdos.

Este simples questionamento provocou em mim o efeito de um tapa na cara. A pergunta feita à irmã, mostrou-me uma verdade cruel: aquele homem não consegue conversar com qualquer pessoa. É preciso que alguém tenha sido preparado para isso. Nunca tinha me dado conta do quão limitado é o universo de um surdo.

Ele pode se comunicar, sim. Pode aprender o que quiser, ganhar o mundo. Porém, não pode conversar com quem quiser. Não pode, não por falta da audição, mas, simplesmente, por que as pessoas não estão preparadas para entendê-lo. Eu não estou preparada. Talvez você, caro leitor, não esteja.

As pessoas só se preparam quando há necessidade. Se eu tivesse um familiar ou amigo surdo, certamente, já teria dado um jeito de aprender Libras. Inglês até já sei o básico. E me envergonho em dizer que, para mim, é mais fácil conversar com um estrangeiro do que com um surdo.

Ainda lembrando do vídeo, recordo a expressão no rosto do homem e de sua emoção no final, ao perceber que aquilo tudo foi preparado para ele. Fico pensando por que não nos preparamos todos para ele? Por que não ensinamos a linguagem de sinais nas escolas, nas famílias, independente de ter ou não alguém surdo à nossa volta.

Isso seria inclusão. Assim , o mundo estaria dando as boas-vindas e acolhendo quem não ouve, mas sente. Aí não haveria a necessidade de intérpretes no cantinho da televisão ou nas salas de aula. Imagino que esse seria um passo gigantesco rumo à igualdade de condições.

A deficiência auditiva não impede ninguém de se fazer entender. A ignorância, sim. Ora, se eu tivesse um filho surdo, adoraria que ele pudesse conversar com quem quisesse e não apenas com quem está habilitado. Odiaria ter que ver meu filho se dirigindo a um intérprete para poder falar com seus colegas, com sua professora.

Certamente, eu brigaria pelo direito que ele tem de ser compreendido por todos. Eu faria de tudo para que o professor intérprete não fosse apenas o elo entre um surdo e os ouvintes, mas, sim, um multiplicador de Libras e de liberdade.

E foi assim, assistindo a um vídeo brilhante, que me livrei de minha própria surdez. Pela primeira vez na vida, escutei o grito de socorro que emana daqueles que precisam e merecem se comunicar sem constrangimentos, sem limites.

Se os que tiveram o sentido auditivo prejudicado conseguem encontrar maneiras de conversar, o que impede os ouvintes de acompanhar este processo? Talvez seja o comodismo, a falta de necessidade. Mas essa necessidade já existe, basta prestar atenção aos sinais.

Para mim, ela se apresentou na tela do computador, por meio das lágrimas de um homem que se sentiu importante pelo simples fato de ser entendido pelas pessoas da rua. No dia em que esta emoção fizer parte da vida real, o mundo será um lugar mais aconchegante para se passar a vida.

Imagem de capa: Photographee.eu/shutterstock

Ego: que bicho é esse?!

Ego: que bicho é esse?!

Tanto se ouve falar de ego e, de fato, compreendê-lo é muito importante para qualquer pessoa que busca crescer e se aprimorar na vida, mas parece ser tão complicado…

Simplificando e objetivando a coisa, numa visão espiritual, o ego nada mais é do que a IMAGEM que temos de nós mesmos a partir da perspectiva da sociedade em que vivemos.

A nossa mente, na verdade, cria muitos PERSONAGENS nossos ao longo da vida terrena: somos o amigo, o namorado, o funcionário, o filho, etc. E esses personagens são criados a partir de um conjunto de valores e pensamentos apreendidos e absorvidos da sociedade. Ou seja, o ego se espelha nos outros.

O problema, contudo, é nos identificarmos com esses personagens criados pela nossa mente, realmente acreditarmos que esses seres fictícios criados a partir de conceitos alheios seja a nossa ESSÊNCIA.

E a identificação é um problema porque esse conjunto de pensamentos que formam o ego nos conduz a experiências que muitas vezes nada dizem sobre a nossa essência, nos levando a uma vida de dor e sofrimento.

O ego, pois, geralmente nos conduz a experiências em desacordo com o que realmente somos, com o que gostamos e com o que traduz A NOSSA VERDADE.

O processo de crescimento, nesse contexto, começa a partir do momento em que tomamos consciência de que NÃO PODEMOS VIVER OS NOSSOS PENSAMENTOS COMO SE FOSSEM NÓS MESMOS, inclusive porque possuímos controle total sobre eles.

Não somos, definitivamente, esse amontoado de pensamentos inconstantes que vivem na nossa mente, atribuindo-nos diversos personagens. Estamos além de tudo isso. Eles, definitivamente, não nos identificam.

E qual é o papel do ego nessa bagunça toda? O ego é um COMPONENTE DO PROCESSO DE DESPERTAR

Na realidade física, a nossa consciência não se manifesta claramente, ela fica encoberta pelo ego. Ou seja, o ego não nos permite vermos quem realmente somos.

Mas por quê? Para realizarmos um processo de busca interior, de autoconhecimento. Ao nos sentirmos restritos, entramos em contato com as nossas escuridões e temos a oportunidade de clareá-las.

O ego, portanto, é uma ferramenta que, ao nos restringir, nos força a buscar descobrir tudo o que realmente somos e a fazer com que a nossa ESSÊNCIA prevaleça.

O processo de CURA, então, ocorre quando nos desvinculamos desses personagens criados e nos desidentificamos com a nossa mente.

O encontro com a nossa essência faz com que sintamos a PLENITUDE vinda de dentro de nós mesmos. Não precisamos mais procurar externamente. Entramos, enfim, em contato com o nosso EU SUPERIOR. Abandonamos a vida de sofrimento sem fim.

Nesse contexto, é importante que não façamos de nossos egos nossos inimigos, pois eles têm um importante papel no processo evolutivo. Precisamos, apenas, compreendê-lo e usá-lo a nosso favor.

Imagem de capa: Tashatuvango/shutterstock

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