20 frases desconcertantes de Içami Tiba que são um tratado de boa educação

20 frases desconcertantes de Içami Tiba que são um tratado de boa educação

Içami Tiba foi um médico psiquiatra, falecido em 2015, e que tinha o grande diferencial de falar do comportamento infantil e da educação considerando a necessidade de disciplina para a formação de cidadãos respeitáveis e mentalmente saudáveis.

Ele destacou-se também como colunista e era sempre chamado em programas de tv, jornais e revista por sua autoridade no assunto, seu olhar afetivo e a ampla consideração que tinha no processo relacional entre a psicologia, pais e alunos.

Abaixo, a CONTI outra selecionou 20 frases que são desconcertantes pela sua veracidade, mas que formam um tratado de educação que equilibra limites e afeto.

1- “Pais que não disciplinam os filhos terão que sustentá-los a vida toda”

2- ‘Não é errando que se aprende, mas sim corrigindo o erro.”

3-“Os pais podem dar alegria e satisfação a um filho, mas não há como lhe dar felicidade. Os pais podem aliviar sofrimentos enchendo‐o de presentes, mas não há como lhe comprar felicidade. Os pais podem ser muito bem‐sucedidos e felizes, mas não há como lhe emprestar felicidade. Mas os pais podem aos filhos dar muito amor, carinho, respeito. Ensinar tolerância, solidariedade e cidadania. Exigir reciprocidade, disciplina e religiosidade. Reforçar a ética e a preservação da Terra. Pois é de tudo isso que se compõe a autoestima. É sobre a autoestima que repousa a alma, e é nessa paz que reside a felicidade.” (Içami Tiba, livro: Quem Ama, Educa!)

4- O principal “veneno” da educação dos filhos é a culpa. Culpa de trabalhar fora, quando pensa que devia estar com os filhos. Culpa de estar com os filhos, quando acha que devia estar trabalhando.

5- “O adolescente não é dono do quarto”

6- “Nenhuma criança nasce folgada, ela aprende a ser.”

7- “Você quer educar? Seja educado. E ser educado não é falar ‘licença’ e ‘obrigado’. Ser educado é ser ético, progressivo, competente e feliz.”

8- “Embaixo de um folgado tem sempre um sufocado”

9- “O erro mais frequente na educação do filho é colocá-lo no topo da casa. O filho não pode ser a razão de viver de um casal. O filho é um dos elementos. O casal tem que deixá-lo, no máximo, no mesmo nível que eles. A sociedade pagará o preço quando alguém é educado achando-se o centro do universo.”

10- “As mães que carregam as mochilas dos filhos estão lhes ensinando que cabe a eles curtir a vida enquanto a elas cabe a responsabilidade de tudo.
A atitude correta seria cada filho carregar o que lhe fosse possível e a mãe ajudasse naquilo de que o filho precisar. E ela teria mais tempo de conviver com os filhos, caso não se escravizasse em benefício deles.
E o pai, que vê a mãe carregando tudo? Por que deixa isso acontecer? Quando é ele quem leva os filhos à escola nem se dá ao trabalho de descer do carro. E, se descuidar um pouco, é capaz de nem conversar com eles durante o trajeto, pois precisa ouvir as notícias pelo rádio. Esse tipo de pai deve abrir os olhos. E também os ouvidos para o que os filhos falam. Mais ainda: abrir os braços para ajudá-los no que precisarem.” (Içami Tiba, livro: Disciplina – Limite na medida certa)

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11- “Dinheiro ‘a rodo’ para o filho é prejudicial. Mesmo que os pais o tenham, precisam controlar e ensinar a gastar.”

12- “A primeira coisa a saber é que não há uma idade ideal para começar a se trabalhar disciplina. Pais que querem filhos disciplinados precisam proporcionar um ritmo básico para eles. Quem não tem ritmo desobedece porque a normalidade para ele é justamente a falta de ordem.”

13- “Pai não é melhor que mãe nem vice‐versa. São apenas diferentes. E essas diferenças ampliam as possibilidades educativas, trazendo retornos relacionais mais ricos. A herança genética está nos cromossomos. Mas desde o nascimento a criança absorve o modo de viver, o “como somos” da família. Assim, ela aprende naturalmente com as pessoas que a cercam.” (Içami Tiba, livro: Quem Ama, Educa!)

14- “Jovens que não tiveram nenhuma educação em valores vivem e aprendem o que aparece no momento, deixam-se levar por aquilo que é vigente. Quem tem valores sólidos dentro de si é capaz de olhar para uma situação sem ser envolvido por ela, e pode analisá-la e criticá-la.”

15- “Existe uma situação bastante prejudicial ao filho. Há casos em que há tantas expectativas e tantos sonhos atrelados à criança, que os pais não a veem como realmente é. Relacionam-se com o filho sonhado e não com o filho real. Nós, pais, devemos estar atentos a isso; afinal de contas, o sonho, a idealização e as expectativas fazem parte do processo de gerar um filho.” (Içami Tiba. Livro: Seja feliz, meu filho)

16- “Não se pode fazer o que se quer, pois a vontade tem que ser educada. O que seria do trânsito, da sala de aula, dos clubes, dos aeroportos, do país se cada um fizesse o que tivesse vontade? Seria o caos. As regras existem para o benefício de todos, e a disciplina faz parte da educação de uma sociedade.” (Içami Tiba, livro: Disciplina – Limite na medida certa)

17- “Aprovar tudo o que a criança faz ensina‐lhe que quem a ama satisfaz todas as suas vontades. Mas a própria vida vai se encarregar de contrariá‐la. E a escola oferece o primeiro passo para isso: o aluno fica sem os pais na sala de aula. Alunos há que não querem aceitar esta regra da educação. Podem eles entender que a escola não os ama, por contrariá‐los. Cabe aos pais demonstrar que estão de acordo com as regras da escola que escolheram e não reforçar o que pensam as crianças, querendo permanecer com eles.” (Içami Tiba, livro: Quem Ama, Educa!)

18- “A herança genética está nos cromossomos. Mas desde o nascimento a criança absorve o modo de viver, o “como somos” da família. Assim, ela aprende naturalmente com as pessoas que a cercam. E no futuro transmitirá tal aprendizado a seus filhos, perpetuando comportamentos através das gerações subsequentes.” (Içami Tiba, livro: Quem Ama, Educa!)

19- A arte de ser mãe e pai é educar os filhos para que se tornem afetivamente autônomos, financeiramente independentes e cidadãos éticos do mundo. Quanto mais competentes educadores os pais forem, menos necessários se tornarão eles para os filhos, e o vínculo afetivo será mantido eternamente em nome da saudável integração relacional.” (Içami Tiba, em “Quem Ama, Educa!”)

20- “O mestre é um caminho para seu aprendiz chegar à sabedoria. O aluno tem de superar o professor. O verdadeiro mestre se orgulha de ter sido um degrau na vida do aprendiz que venceu na vida. Ensinar é um gesto de generosidade, humanidade e humildade. É oferecer alimento saboroso, nutritivo e digerível àqueles que querem saber mais porque ensinar é um gesto de amor!” (Içami Tiba)

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Sobre esses bichos que nos fazem pessoas melhores.

Sobre esses bichos que nos fazem pessoas melhores.

Eu sou dessa gente que adora bichos de estimação. Desde criança, não me lembro de uma só fase da vida em que não houvesse por perto um cachorro, um gato, uma família de coelhos, galinhas, duas tartarugas, peixes, passarinhos e afins.

Hoje na minha casa somos em apenas três: meu filho João, nosso cachorro Bob e eu. Três bichos que se amam, se precisam e se sustentam.

Conheço gente que declara não suportar os bichos e acha um exagero o amor de certas pessoas a seus companheiros de pelos, penas, escamas ou seja lá o que for. Quando alguém assim me pergunta o que faz o nosso cachorro, se brinca, se pula, se late muito, se urina na sala ou se estraga os pés das cadeiras, eu adoraria responder: “ele recita poesia, limpa a casa, cozinha, lava a louça, vê a novela das nove, tira o lixo e canta no karaokê.”

E quando a pessoa fizesse uma cara de espanto eu completaria:

“Mas é um péssimo cantor, desafina muito.”

Só não respondo assim porque isso levaria a nossa conversa a um lugar estranho em que eu não quero estar. Então me contento com outra resposta mais simples e direta: nosso cachorro faz de mim e do meu filho pessoas melhores.

Não é exagero, não. Cuidar do nosso amigo refina a nossa humanidade e nos põe atentos, a postos, responsáveis. Faz de nós doadores e beneficiários de um amor bonito, imenso, divertido, trabalhador. E põe trabalho nisso.

Pensando humanidade como sinônimo de compaixão, benevolência, sensibilidade, compreensão, caridade e essas coisas, os bichos são mais humanos do que muita gente que anda por aí.

Acho aqui comigo que olhá-los de perto, observar seu comportamento, seus hábitos, seu jeito e cuidá-los com calma, empenho e amor há de fazer de nós pessoas melhores. Há, sim.

Quem faz maldade aos bichinhos, quem os maltrata ou escraviza e quem os abandona à própria sorte habitam o nível mais baixo da espécie humana. São criaturas rasteiras, tacanhas, medonhas. Animais sem escrúpulos, sem empatia, sem consciência. Tão estúpidos e irracionais quanto qualquer predador ou criminoso.

Penso tudo isso durante um passeio com o nosso cachorro, eu já cansado, querendo voltar pra casa, e ele puxando a coleira como quem quer bater perna para sempre. Tenho então uma impressão ligeira feito uma bolinha colorida quicando aqui dentro: nosso amado cachorrinho é uma pessoa muito, mas muito melhor do que eu.

Imagem de capa: Dean Drobot/shutterstock

Excesso de inteligência pode desencadear uma depressão?

Excesso de inteligência pode desencadear uma depressão?

O que mais os pais se orgulham nos filhos?

“Meu filho é o mais inteligente da classe”, diz uma mãe coruja.
“Minha filha ganhou o primeiro lugar na olimpíada de matemática”, conta a outra.
“Meus filhos precisam ficar horas debruçados nos livros diariamente porque quero que eles sejam alguém na vida”, conclui os pais zelosos.

Mas o que muitos pais não percebem é que a inteligência dos filhos não é só motivo de orgulho, mas pode ser também, sinal de preocupação, visto que algumas crianças podem ficar amarradas em preocupações excessivas e angustias internas que podem leva-las ao desespero e a depressão!

Não é à toa que mentes brilhantes que fizeram história tinham fama de serem quietos, problemáticos e um tanto quanto tristes. Para quem conhece as vidas de Francisco Goya, Ludwig van Beethoven, Machado de Assis, Vincent Van Gogh e Clarice Lispector, por exemplo, a afirmação a cima fica bem clara e exemplificada.

A mente em burburinho, a ânsia pela perfeição, em acertar, em ser o melhor, em fazer o melhor… A incerteza da vida… E o fator do descontrole emocional e da vida…. Afinal, mesmo o ser mais inteligente do mundo não tem o poder de controlar o que acontece no Universo… E esse fato, leva a loucura muitas mentes brilhantes.

“A loucura é vizinha da mais cruel sensatez. Engulo a loucura porque ela me alucina calmamente.” Clarice Lispector

Ok. Parece que tudo leva a crer que existe realmente uma relação direta entre a inteligência do indivíduo e a pré-disposição em desenvolver a depressão. Mas, não é bem assim.

O que de fato existe são apenas tendências relacionadas a forte autocrítica dessas pessoas, que leva a uma personalidade negativa e tendenciosa da realidade devido a uma preocupação exacerbada.

O que podemos afirmar de fato está relacionado a estudos realizados em pessoas com QI acima de 170 pontos. Essas pessoas foram analisadas e concluiu-se que há uma inclinação muito contundente de que cérebros criativos tendem a desenvolver alterações psicológicas frequentemente como: ansiedade, medo, síndromes e transtornos como bipolaridade e pânico.

Sylvia Plath, por exemplo, uma das maiores poetas norte-americanas do século passado, sofreu de depressão durante toda sua vida. Escreveu, em 1962, “A Redoma de Vidro”, livro em que detalha sua luta contra a doença. No ano seguinte, aos 30 anos, cometeu suicídio por não suportar mais viver deprimida. Teve o cuidado de trancar os filhos pequenos no quarto e deixar a janela aberta, já que iria enfiar a cabeça no forno e ligar o gás.

Tragicamente, em 2009, seu filho também cometeu suicídio por não suportar a depressão.
Isso não quer dizer que todo mundo com um QI alto seja um gênio torturado, como a cultura popular nos faz crer. Mas ainda assim, é algo intrigante.

Outros estudos que comprovam a relação inteligência-depressão

Psicólogos e psicanalistas famosos como Sigmund Freud e sua filha Anna Freud, além de Lewis Terman, pioneiro na psicologia educacional no início do século XX já estudaram crianças com QI elevado. E concluíram, cada um com a sua análise peculiar, que existem fortes indícios que comprovam essa relação com o transtorno da depressão.

No caso de Freud, sua pesquisa analisou crianças com QI acima de 130 e 60% delas apresentaram o problema. Já Termam realizou pesquisas com crianças que tinham QI acima de 170 e ficou registrado como um dos experimentos mais interessantes da história.
Essas crianças estudadas por Termam, ficaram conhecidas como “térmites” e só depois dos anos 90 foi possível concluir que boa parte delas possuem um conflito existencial permanente, associado a falta de satisfação com a vida e a sensibilidade aos problemas do mundo. Mesmo que alguns tenham tido sucesso na vida, outros apresentaram tendências depressivas que levavam a tentativas de suicídio, ao alcoolismo e outros vícios, e concluíram também que pessoas muito inteligentes se sentem aborrecidas diante de comportamentos egoístas, irracionais ou sem lógica.

A relação com as falhas na percepção da própria realidade.

Já ouviu falar em transtorno dissociativo de personalidade? É como se existisse um narrador que contasse a você como a sua vida é, mas você não se sentisse participante disso.

Estudos revelam também que as pessoas excessivamente inteligentes acabam por fazer essa dissociação o que leva ao autoengano, que é uma dificuldade de perceber a realidade como ela realmente é, bem como de aceitar as coisas como elas são, essa dissociação ficou conhecida como “pontos cegos”. Esse conceito tem muito a ver com o estudo “Inteligência Emocional” que Daniel Goleman desenvolveu e publicou em um livro com o mesmo nome.

O interesse dos estudiosos sobre a capacidade elevada dessas pessoas é muito grande, mas o fato é que ser muito inteligente resulta em um pensar constante e em questionamentos internos muito mais profundos, o que leva a essas pessoas a tentarem a qualquer custo resolverem os problemas do mundo e das pessoas que estão ao seu redor.

Quando percebem que não possuem esse poder e que não controlam os acontecimentos do Universo, essa impotência, essa incerteza, acaba por colocar em cheque seus estudos e os transtornos começam a aparecer e se desenvolver fortemente. Isso nada mais é que um forte desequilíbrio emocional frente aos desafios que a vida impõe.

O que essas pessoas precisam saber?

Que eles não nasceram para salvar o mundo, mas que podem contribuir para isso, de uma forma prática, colocando mais um grão de areia… O que para eles pode ser pouco, e por tanto, lhes causar angustias e depressão, para a humanidade faz, com certeza, uma grande diferença.

Editorial: CONTI outra. Imagem de capa: foto histórica de Einstein na terapia.

14 coisas “desconfortáveis” que podem mudar a sua vida para sempre

14 coisas “desconfortáveis” que podem mudar a sua vida para sempre

Sair da zona de conforto é a chave para o aperfeiçoamento pessoal.

A Revista Insider trouxe uma lista de que consideramos relevantes para sua reflexão. Nela, são mencionados tópicos que demonstram e exemplificam como mudanças na rotina podem afetar de forma significativa toda uma vida.

A matéria fala sobre como a noção de desconforto é variável e muda de pessoa para pessoa, porém, deixa clara a importância de cada um identificar as próprias características pessoais, limitações e depois organizar-se para superá-las.

Abaixo, então, segue a lista que apresenta algumas coisas “desconfortáveis” que contribuem para o crescimento pessoal. Você pode se identificar com alguns tópicos e não com outros. A ideia é promover uma reflexão.

Vamos lá!

1. Questione tudo

A coisa mais desconfortável que se pode fazer é questionar o que tomamos por garantido e procurar as próprias respostas. Tente ver para lá da norma.

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2. Seja honesto

Ser o mais honesto possível com alguém que faz parte da nossa vida é uma das coisas mais difíceis de se fazer, mas também uma das mais importantes.

3. Medite

Muitas vezes, desacelerar e encontrar a paz interior pode ser complicado, sobretudo para quem passa a vida correndo, sempre pensando no que tem que fazer a seguir. Os benefícios da meditação incluem melhoria da capacidade cognitiva, inteligência emocional e autodisciplina.

4. Acorde cedo, muito cedo

A madrugada, antes do nascer do sol, é a altura perfeita para trabalhar ou estudar. Acordar às 5 da manhã, enquanto a maioria das pessoas ainda dorme, apesar de difícil, é ideal para começar o dia em silêncio.

5. Seja criativo

Muitas pessoas dizem querer ser criativas. Mas assim que entram em casa se dedicam a maratonas de Netflix de copo na mão. Apesar do medo da rejeição e de falhar, que afeta qualquer pessoa, ter um tubo de escape criativo pode fazer maravilhas ao corpo e à mente. Mais ainda, ao não compartilhar as suas criações, está a garantir que ninguém as apreciará tanto como você.

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6. Mantenha as finanças debaixo de olho

Mantenha um registro das suas despesas, desde a manutenção do carro e seguro de saúde, ao café com pão de queijo, ao longo de vários meses. E tente usar dinheiro vivo nos pagamentos. O ter de puxar as notas da carteira fará você pensar duas vezes sobre a real necessidade da compra que está fazendo. Você ficará surpreendido com o quão mais fácil se torna pagar um crédito quando se tem, literalmente, as finanças debaixo de olho.

7. Torne-se voluntário

O voluntariado, ou qualquer ato de generosidade gratuita, fará com que você se sinta parte de algo maior.

8. Mantenha um diário de refeições

Ter um registro do que come ao longo do dia e do exercício que pratica pode ser trabalhoso, mas vai permitir ver o mal que está fazendo ao seu corpo. Você pode não se dar conta de alguma carência nutricional, nem da quantidade de açúcares e gorduras que ingere diariamente.

9. Alimente-se de forma nutritiva

Depois de registar o que come, comece a consumir unicamente alimentos verdadeiramente ricos em nutrientes essenciais – isto alterará a sua vida para sempre. Prepare as suas refeições, consuma produtos biológicos o mais possível – sim, sai caro, mas compensa em despesas médicas e produtividade pessoal . Isso é fundamental! A mudança vai gerar desconforto por vários motivos: é difícil, influenciará a sua vida social, pode ser mais dispendioso e demora mais tempo a preparar. Contudo, o resultado vale 100% a pena.

10. Torne-se um bom orador

Só a ideia pode ser assustadora, mas nunca se sabe quando podemos ser chamados a falar em público. A oratória, apesar de intimidante, é crucial para melhorar as competências de comunicação.

11. Fale com um desconhecido

Viu alguém que lhe parece interessante? Aborde essa pessoa. O pior que pode acontecer é ser objeto de uma rejeição épica, o que até se torna uma história engraçada. Isso e confiança acrescida em uma próxima vez.

12. Deixe o celular no bolso

Quantas vezes você já olhou para o celular desde que começou a ler este artigo? Da última vez que esteve em um bar ou restaurante, se lembra de quantas vezes pegou o celular? A ideia do detox digital para deixar a mente vaguear à vontade tem um certo fundamento. Estudos sugerem que, preferível a pegar no celular sempre que estamos aborrecidos, aceitar o tédio pode nos ajudar a ser mais produtivos, determinados e criativos. Além disso, trata-se de uma questão de boas maneiras em ocasiões sociais.

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13. Concentre-se em uma habilidade de cada vez

Quem envereda pelo autoaperfeiçoamento pode se sentir inclinado a experimentar uma variedade de coisas para tentar perceber o que funciona. Todavia, recorrer à estratégia oposta é crucial. A questão que se coloca à maioria das pessoas que investem no aperfeiçoamento pessoal passa precisamente por não saberem de que é que estão à procura, daí perseguirem sem descanso a novidade. Se muda constantemente de interesses, dificilmente se dará conta de alguma evolução a nível interno. Portanto, escolha um interesse, e se comprometa a se tornar um especialista. Não importa o que é, qualquer um serve, desde que se dedique.

14. Conquiste um objetivo quase impossível

A coisa mais desafiante a fazer é definir um objetivo cuja conquista seja a mais difícil da sua vida. Para o fazer, pense em algo confortável que faz diariamente e eleve-o à potência, até chegar ao ponto em que receia verdadeiramente ter de o fazer. Se corre 2km por dia, a ideia de correr 10km pode deixar você em pânico. Encare-a como a meta do ano. O mais complicado é efetivamente arregaçar as mangas, e enfrentar as sucessivas etapas até alcançar esse objetivo. Terá que fazer uso de toda a sua força mental e física para atingir a meta. Eis o curioso: algo imensamente interessante acontece à mente, corpo e emoções quando se opta por esta via.

Imagem de capa: astarot/shutterstock

Um teste para os observadores: você consegue achar os erros?

Um teste para os observadores: você consegue achar os erros?

Você se considera um Sherlock Holmes? Então vamos ver. Olhe bem para esta imagem e assegure-se de que tudo está no seu lugar.

São 26 erros para encontrar.  Atenção: não é tão fácil quanto parece.

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Fonte: Incrível

Pista: Preste atenção à lógica das coisas. Nesta imagem há muitos detalhes sem sentido. Observe cada detalhe do campo, por exemplo. E boa sorte na brincadeira. Se você quer descobrir a resposta, clique na imagem; ela irá girar e indicar o que está errado.

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  • A direção do vento é um tanto incoerente: a fumaça vai na direção da direita, mas as árvores balançam para a esquerda.
  • Não se pode definir a estação do ano; alumas árvores têm folhas, outras, não.
  • No mesmo campo está sendo feito o plantio e acolheita.
  • O cavalo está com sela, mas ao mesmo tempo leva um arado. Ou uma coisa ou outra.
  • O cavalo está levando o arado para uma área que já foi arada.
  • Não há o que segure o arado.
  • Na área onde está sendo feita a colheita crescem árvores, mas está sendo colhido feno.
  • O pinheiro (árvore mais alta) tem um ramo de outra espécie.
  • A luz do sol forma duas sombras distintas, no homem para um lado e na cerca para o outro.
  • Aliás, a sombra da porteira é ondulada, não reta.
  • A porteira tem cinco tábuas horizontais, mas a sombra mostra quatro.
  • Ainda sobre a porteira, ela não tem fechaduras ou dobradiças.
  • O arbusto cresce sobre a cerca.
  • A casa não tem portas.
  • As cortinas estão fixadas por fora.
  • A pessoa é grande demais para caber na casa.
  • E o cachorro é desproporcionalmente garnde em comparação com as ovelhas.
  • Uma ovelha está sem pata.
  • Outra tem o rabo negro, igual ao do cão.
  • As ovelhas aparentemente vão ficando pequenas quando se passa do primeiro plano para o segundo.
  • Alguns objetos não têm sombra.
  • A propriedade só é cercada de um lado.
  • O lao está acima da linha do horizonte.
  • O carrinho com feno é muito maior que a pessoa.
  • No carrinho ao lado da casa falta uma roda e um suporte para as mãos.
  • A chaminé é aparentemente de palha, mesmo material do telhado.

Veja agora:

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Fonte indicada: Incrível 

5 filmes Netflix que têm a França como cenário

5 filmes Netflix que têm a França como cenário

Entra ano e sai ano e a França, Paris e seus encantos continuam povoando o imaginário romântico das pessoas. Elegância, charme e requinte são estereótipos que permanecem associados ao país e a cidade considerada a mais bela do mundo.

Para ajudá-los a sonhar, a CONTI outra selecionou filmes que trazem um pouco da região e, talvez, até do saudosismo romântico de uma outra época.

Façam suas escolhas e bom filme!

1- Além da Ilusão

Paris, 1943. As irmãs Laura (Natalie Portman) e Kate Barlow (Lily-Rose Depp) realizam uma série de apresentações onde se comunicam com os mortos. Fascinado com a possibilidade, o produtor francês André Korben (Emmanuel Salinger) solicita uma sessão particular. Decidido a encontrar um meio de filmar seres sobrenaturais, ele apresenta o cinema às irmãs. Enquanto Laura experimenta a possibilidade de se tornar atriz, Korben realiza seguidas gravações ao lado de Kate, que possui poderes mediúnicos.

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2- O Fabuloso Destino de Amelie Poulain (Le Fabuleux destin d’Amélie Poulain)

Após deixar a vida de subúrbio que levava com a família, a inocente Amélie (Audrey Tautou) muda-se para o bairro parisiense de Montmartre, onde começa a trabalhar como garçonete. Certo dia encontra uma caixa escondida no banheiro de sua casa e, pensando que pertencesse ao antigo morador, decide procurá-lo ­ e é assim que encontra Dominique (Maurice Bénichou). Ao ver que ele chora de alegria ao reaver o seu objeto, a moça fica impressionada e adquire uma nova visão do mundo. Então, a partir de pequenos gestos, ela passa a ajudar as pessoas que a rodeiam, vendo nisto um novo sentido para sua existência. Contudo, ainda sente falta de um grande amor.

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3- Meia noite em Paris

Gil (Owen Wilson) sempre idolatrou os grandes escritores americanos e sonhou ser como eles. A vida lhe levou a trabalhar como roteirista em Hollywood, o que fez com que fosse muito bem remunerado, mas que também lhe rendeu uma boa dose de frustração. Agora ele está prestes a ir a Paris ao lado de sua noiva, Inez (Rachel McAdams), e dos pais dela, John (Kurt Fuller) e Helen (Mimi Kennedy). John irá à cidade para fechar um grande negócio e não se preocupa nem um pouco em esconder sua desaprovação pelo futuro genro. Estar em Paris faz com que Gil volte a se questionar sobre os rumos de sua vida, desencadeando o velho sonho de se tornar um escritor reconhecido.

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4- Foi apenas um sonho

Anos 50. Frank (Leonardo DiCaprio) e April (Kate Winslet) formam um casal feliz. Eles sempre se consideraram especiais e prontos para levar uma vida seguindo ideais. Ao se mudarem para uma casa na Revolutionary Road eles ficam orgulhosos por declarar independência da inércia suburbana que os rodeava. Porém logo eles percebem que estão se tornando justamente aquilo que não queriam ser. Frank está em um trabalho insignificante e tem medo de tudo, enquanto que April é uma dona de casa infeliz. Decidida a mudar a situação, April propõe que comecem tudo de novo, deixando de lado o conforto da atual casa e recomeçando em Paris. Só que, para executar este plano, eles chegam aos seus extremos.

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5- A 100 passos de um sonho

No sul da França, Madame Mallory (Helen Mirren) é uma respeitada e autoritária dona de um restaurante estrelado no famoso guia Michelin que está cada vez mais preocupada com um estabelecimento indiano, concorrente, que abriu do outro lado da rua do seu empreendimento. Ela trava uma verdadeira guerra contra o vizinho, mas aos poucos conhece o filho do seu adversário, Hassan Kadam (Manish Dayal), um garoto com verdadeiro talento para a culinária. Os dois tornam-se amigos, e Mallory passa a guiá-lo pelos conhecimentos da refinada gastronomia francesa, sem abandonar a tradição indiana, encorajando-o a alçar voos muito mais altos.

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Quer enriquecer a nossa lista? Sugira mais filmes nos comentários!!!

“Pessoas que leem livros todos os dias comprovadamente vivem mais”

“Pessoas que leem livros todos os dias comprovadamente vivem mais”

Em artigo de Lucas Agrela, a Revista Exame publicou matéria apresentando os resultados de um estudo da Universidade de Yale, dos Estados Unidos que indicam que 30 minutos de leitura diária é o suficiente para que a pessoa viva 23 meses a mais do que pessoas que não leem.

O estudo envolveu 3.635 pessoas com idades de 50 anos ou mais.

Embora os resultados pareçam positivos para todos que têm o hábito da leitura, três horas e meia por semana foi o tempo considerado ideal para esse aumento médio de vida constatado na pesquisa, sendo que as pessoas que liam por esse período apresentavam 17% menos chances de falecer do que as pessoas que não liam regularmente.

Ou seja, como já sabemos de outras notícias, ler sempre traz benefícios!!!

Imagem de capa:  NemanjaMiscevic/shutterstock

“Merlí”: a verdade dói, mas liberta

“Merlí”: a verdade dói, mas liberta

Merlí ensina mais do que conteúdos livrescos, ele incita os alunos e as pessoas a refletirem sobre o papel que possuem no mundo, sobre a necessidade de se encararem as consequências dos próprios atos, sobre a necessidade de sonhar, mas sem tirar os dois pés completamente do chão.

“Merlí” é uma série de televisão produzida pela TV3, canal da Catalunha, cujas três temporadas completas já se encontram no catálogo da Netflix. Sua temática gira em torno da influência de um professor de Filosofia, nada convencional, sobre a vida de seus alunos e de suas famílias, durante o Ensino Médio, bem como sobre as vidas de todos que convivem com ele no ambiente escolar e na rua. Cada episódio parte da apresentação de um filósofo diferente, cujas ideias se entrelaçam aos acontecimentos que então se desenrolam.

A princípio, pode-se pensar que se trata de uma variante de filmes sobre a docência e que fizeram sucesso, como “Sociedade dos Poetas Mortos”, em que um professor brilhante e perfeito sabe como agir com cada aluno e os estereótipos que carregam. Mas acabamos nos surpreendendo, porque tudo vai muito além do trivial. Merlí não é perfeito, muito pelo contrário, pode ser bastante egoísta e, por vezes, intransigente. Da mesma forma, cada aluno possui uma riqueza imensa dentro de si, surpreendendo a cada episódio. Ninguém é mocinho, ninguém é bandido – daí as surpresas com que vamos sendo deliciados.

Assistimos a uma variedade de dramas e angústias que acometem os adolescentes, os professores, pais e profissionais, os seres humanos enfim. Identidade de gênero, drogas, pais castradores, maternidade precoce, famílias disfuncionais, suicídio, traições amorosas, descoberta do sex0, homossexualidade, problemas sociais, o mundo, seus vícios, suas dores e prazeres vão se descortinando, em meio a tramas que nos prendem a atenção e nos fazem torcer pelo sucesso e pela queda de cada um das personagens, conforme merecem.

Aliás, a escolha do elenco espetacular torna as histórias ainda mais convincentes. Parece que os intérpretes dos alunos vivenciaram realmente aquilo tudo, criando uma proximidade especial com o telespectador, que se coloca no lugar de cada um deles, pois muitos de nós passamos por aquilo enquanto crescíamos. A adolescência, ali, aparece transparente, nua e crua, sem fantasia, dura como ela é a todos, enquanto se descobre que os pais não são perfeitos, que os amigos podem magoar, que seremos julgados, questionados, muitas vezes devastados.

Merlí ensina mais do que conteúdos livrescos, ele incita os alunos e as pessoas a refletirem sobre o papel que possuem no mundo, sobre a necessidade de se encararem as consequências dos próprios atos, sobre a necessidade de sonhar, mas sem tirar os dois pés completamente do chão. Merlí emociona, cumprindo muito bem uma das funções de um educador, qual seja, promover a conscientização de que sermos verdadeiros e agirmos conforme aquilo em que acreditamos nos torna menos duros, menos obcecados, menos patéticos. Porque crescer implica encarar a si próprio, enfrentar as próprias verdades. E, sim, a verdade, muitas vezes, vai doer, mas sempre será libertadora.

A capacidade de voar

A capacidade de voar

Outro dia li uma frase extremamente inspiradora de um escritor francês que adoro, o Richard Bach.

“Quando você chega ao limite de toda luz que você conhece, e está a ponto de dar um passo na escuridão, fé é saber que uma dessas coisas vai acontecer: vai haver chão, ou você vai ser ensinado a voar”.

Essa pequena frase traz grandes ensinamentos, mas os principais são: e esperança. Eu já falei várias vezes no meu blog que o sofrimento é uma coisa boa, desde que visto sob a perspectiva do crescimento humano. Sempre que passamos por sofrimentos nos tornamos mais humanos, mais solidários, mais humildes, mais sinceros e por aí vai. Eu sou prova viva disso, já passei por várias situações em que precisei de muita fé e esperança para me reerguer e garanto a você que valeu a pena, porque me tornei mais humano. Essa é uma das mensagens que o Richard Bach quer transmitir com essa bela frase.

As duas possibilidades que ele fala devem ser muito bem compreendidas. A primeira é: vai haver chão. O que ele está querendo dizer com essas palavras é o famoso “fundo do poço”, que praticamente todos nós já estivemos pelo menos uma vez na vida. Quero aproveitar para explicar uma ideia simples que é fácil ter dúvidas. Muitos pensam que o fundo do poço é a total falta de dinheiro, ou seja, estar quebrado financeiramente. Sabe o que eu digo a você? Isso é um grãozinho de areia na frente de um problema que é bem maior. Estar no fundo do poço é uma questão psicológica, quando você já perdeu praticamente todas as esperanças e já não enxerga muita coisa a sua frente. Eu tive essa experiência apenas uma vez na minha vida e precisei de tempo para me reerguer e enxergar uma luz. Foi quando estava prestes a concluir o curso de Física. Eu quase entrei em depressão e tive uma espécie de vislumbre do meu futuro caso eu seguisse carreira por lá. Vi um futuro nebuloso e triste. O mais profundo da minha alma me dizia para tomar outro rumo. É exatamente aqui, neste ponto, que está a luz, quando você consegui enxergar um novo rumo, uma saída, e reconquistar a felicidade e a paz. Portanto, aprenda que o fundo do poço é quando você praticamente não consegue encontrar uma saída para o seu problema.

A mensagem mais bonita está no final da frase: você vai ser ensinado a voar. Lendo essa frase e filosofando sobre ela tive um “insight” simples, porém muito profundo. A capacidade de voar é algo que vai mais além do que o voar propriamente dito, como o dos pássaros. Olhe para você! O que lhe impede de voar como os pássaros? Talvez você me responda: “Eu não tenho asas! Por isso não posso voar…”, mas a resposta não é essa sabia? A resposta é: “Eu não posso voar porque existe uma força chamada PESO, que sempre me empurra para baixo, para o chão…”. Veja a questão psicológica por trás dessa afirmação! A força peso me impede de voar. A nossa mente introjetou essa ideia de que existe essa força, esse peso, veja a palavra, peso, algo difícil. Por isso não podemos voar. Eu acredito que é possível voar, mas para que isso aconteça devemos ter uma fé inabalável quanto a força da gravidade, ela nos aprisiona ao chão e para voar é exatamente dela que os nossos pensamentos mais profundos devem se desviar. Estando totalmente livres desta amarra aprenderemos a voar como os pássaros. É fácil isso? Posso afirmar que não! Se fosse já veríamos pessoas voando por aí. Mas acredito que o caminho é mais ou menos esse.

Um dos maiores exemplos para mostrar essa possibilidade está no apóstolo Pedro. Quando ele diz a Jesus em alto mar: “Senhor! Se és tu ordenas que vá ao seu encontro!”, e Jesus diz apenas: “Vem!”. Nesse pequeno momento a sua mente estava completamente destituída de pensamentos limitadores de sua capacidade, então ele andou sobre as águas, até o momento em que ele se deu conta de que estava sob as águas. Exatamente nesse ponto ele começou a afundar, porque apenas a sua razão destituída da fé falou mais alto. Então Jesus lhe fala: “Homem de pouca fé! Por que duvidaste?”. Percebe a profundidade desse momento entre Jesus e Pedro? Com o voar é da mesma forma. O medo e a falta de fé nos mantém presos ao chão.

Vou concluir com a mesma frase do início. Faça você as suas próprias reflexões a partir dela! Esta frase permite milhares de interpretações, existe um universo de possibilidades escondidas nas suas entrelinhas…

“Quando você chega ao limite de toda luz que você conhece, e está a ponto de dar um passo na escuridão, fé é saber que uma dessas coisas vai acontecer: vai haver chão, ou você vai ser ensinado a voar”.

Imagem de capa> Jacob_09/shutterstock

Benching: manipular alguém para que continue interessado em você

Benching: manipular alguém para que continue interessado em você

Com o desenvolvimento das redes sociais, as relações afetivas começaram a passar por algumas variações. A paixão é medida por corações de Instagram. Um “curtir” da pessoa certa no Facebook pode alegrar o nosso dia. Termos como ‘Ghosting’ ou ‘Benching’ entraram no vocabulário popular, dando nome a práticas covardes.

Nessa sociedade marcada pela dependência da tecnologia, não é de se estranhar que muitos romances tenham começado online. Após várias conversas por WhatsApp, o lógico é sair para tomar um café ou uma cerveja, inaugurando dessa maneira o início de uma história de amor (ou desamor).

Mas o que parece tão fácil em algumas situações, muitas vezes acaba se complicando. Pode ser que após um par de encontros a outra pessoa não continue mais interessada e não saiba como dizer. Às vezes, a vergonha e o egoísmo provocam a prática do “ghosting”: desaparecer sem dar explicações.

Dessa forma, o outro descobre que a pessoa com quem sai já não responde mais suas mensagens nem suas ligações. A pessoa bloqueou ou apagou seu contato das redes sociais sem dar nenhum motivo. O desconsolo, a raiva e a desconfiança inundam a pessoa que não entende o que está acontecendo.

O que é o Benching?

Assim como o ghosting, a prática do Benching é uma forma de fugir de uma relação sem lidar com a outra pessoa. A principal diferença do primeiro é que a pessoa que usa o Benching deseja continuar mantendo contato com seu ex para poder utilizá-lo quando desejar.

O termo surge da expressão em inglês “to bench” (deixar alguém no banco de reservas). Sua função básica: pretende-se manter o interesse de uma pessoa com a qual não queremos nada sério, mas de quem queremos nos aproveitar. Seja porque exista uma figura principal de quem gostamos de verdade ou por não desejar compromisso, o benching é uma técnica cada vez mais usada socialmente.

Viver em uma eterna incerteza pode ser prazeroso no começo. Não saber o que vai acontecer ou se a outra pessoa está realmente interessada pode ser excitante, mas confere à relação um interesse meramente platônico. Embora em muitos casos também gere mal-estar e sofrimento na pessoa que está esperando. O hedonismo unilateral não costuma acabar muito bem.

“Se amar você significa deixar de lado o meu amor próprio, meu vínculo com você é tóxico: não me interessa.”
-Walter Riso-

Como você pode saber se está sofrendo Benching?

A pessoa demora dias para responder

É verdade que quando gostamos de alguém, às vezes demoramos algum tempo para responder. Não queremos quebrar a magia ou fazer o outro pensar que somos muito acessíveis. Assim, é normal demorar um pouco para responder uma mensagem enviada por alguém especial.

O que não é tão comum é demorar dias ou semanas. Se a pessoa com que você está saindo se comporta dessa forma, mantenha-se alerta. Se gostasse de você de verdade, a pessoa não deixaria passar tanto tempo – a não ser que realmente tenha acontecido alguma coisa – pois teria medo de perder o seu interesse.

Faz elogios continuamente, mas depois ignora

É comum que a pessoa não pare de elogiar você física e emocionalmente. Ela diz que você é especial, único, atraente e diferente. Deixa sua autoestima lá no alto, mas o faz para aumentar a própria. Ela quer que você precise dela e que sinta que não consegue viver sem ela.

Ao mesmo tempo, te ignora sempre que quer. Cria uma sensação de confusão e ambiguidade para perder você. Nesse ponto costuma surgir um certo grau de dependência com o outro.

Responde de forma ambígua a perguntas incômodas

Pode ser que você já tenha tentado perguntar várias vezes que tipo de rumo a relação de vocês vai seguir, mas a pessoa é incapaz de manter uma conversa sobre isso e foge de qualquer tema relacionado. Ela insiste em elogiar você, mas não em ser sincera em relação ao que sente.

A única intenção dela é mantê-lo na espera, caso não surja nenhum plano melhor. A pessoa não se importa em saber sobre como você se sente ou o dano que possa provocar, a principal preocupação dela é o próprio bem-estar. Ela tem tanto medo de ficar sozinha e de não ter ninguém para inflar seu ego que não é capaz de enxergar mais além.

Quem pratica o benching pretende garantir alguém no banco de reservas por medo de ficar sozinho.

Amar a nós mesmos nos protege do benching

Em qualquer relação de casal, é necessário estabelecer parâmetros entre o que queremos e o que estamos dispostos a fazer. Se sua relação desde o começo tiver sido clara e honesta, pode ser que você esteja se equivocando de termo.

Existem casais que desde o começo decidem que podem ter relacionamentos com outras pessoas. Em longo prazo, algumas pessoas descobrem que esse tipo de acordo não é benéfico para si, pois provoca mais sofrimento do que vantagens. Se for esse o caso, você não está sofrendo benching, mas sim uma falta de comunicação com o outro. Aceitar um tipo de relação com a qual você não está à vontade não é um problema dos outros, é um problema seu.

Se, pelo contrário, você sente que está sendo enganado ou privado de algumas informações, não hesite em confrontar. Você deve se amar o suficiente para saber que é melhor ficar sozinho do que mal acompanhado.

Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa

Imagem de capa: YAKOBCHUK VIACHESLAV/Shutterstock

De vez em quando um “deixa pra lá” faz milagres, e nos liberta a prosseguir

De vez em quando um “deixa pra lá” faz milagres, e nos liberta a prosseguir

Faço o tipo certinha. Preocupada em não levantar polêmicas, me desviar de discussões acaloradas e tentar não desagradar ninguém. Prefiro o comodismo da imparcialidade à agitação do enfrentamento. Troco a necessidade de ter razão pela minha paz, e evito ao máximo me expor de forma que possa me arrepender depois. Porém, todo comportamento tem um preço. E o ônus de ser tão ajustada é sofrer quando alguma coisa sai dos eixos, e não ter a ginga necessária para sair ilesa de situações inesperadas, que invariavelmente ocorrerão.

Como boas meninas e bons meninos, fomos educados a não responder, a sermos cordiais e obedientes, a aceitar as frustrações com resignação, a controlar nosso gênio indomável, a engolir sapos e abrir mão de nossas indignações. Ninguém nos ensinou a chutar o pau da barraca, a dar de ombros, a tapar os ouvidos e exorcizar nossos incômodos. Porém, de vez em quando é necessário. De vez em quando um “deixa pra lá” faz milagres, e nos liberta a prosseguir.

Dia desses me deparei com uma música ótima da Lily Allen e não me contive. Dancei no mais alto som dentro do meu quarto, como não fazia há tempos. De porta fechada, cantei o refrão com vontade, dando um “deixa pra lá” a tudo o que ainda me afeta de forma desproporcional. Pra uma pessoa certinha como eu, foi uma libertação. A música, intitulada “Fuck you”, (com o perdão da palavra), foi feita para o ex presidente dos Estados Unidos, George W Bush; mas Lily incentiva a todos a entrarem no clima, como uma catarse. Juro que me senti mais leve; cantando, dançando, gesticulando e pensando em tudo aquilo que eu queria deixar pra trás.

Tudo tem um limite. E de repente, num dia qualquer, você acorda e se pergunta porque ainda dá tanta importância àquilo que te magoou, oprimiu ou te prende a um passado que não existe mais. Você começa a questionar as razões de ser tão perversa consigo mesma; de deixar que bobagens tão pequenas lhe tirem a leveza; de autorizar que minúsculos acidentes lhe desviem do curso perfeito de sua vida.

É preciso redimensionar os fatos. Parar de fazer “tempestade em copo d’água” por pouca coisa e tratar de atribuir menor significado aos acontecimentos ruins. Se fulano não te quis e isso está te dilacerando por dentro, comece a prestar atenção ao valor que você está dando a ele. Será que ele é tanta areia assim? Será que você não está supervalorizando alguém que não vale nenhuma lágrima sua? Será que não é hora de deixar pra lá? Simplesmente deixar pra lá?

Somente quando nos permitimos “deixar pra lá”, percebemos nossa força, nossa própria luz, nossa confiança e capacidade de superação. Descobrimos, com uma ponta de admiração, que sobrevivemos, que esquecemos, que seguimos adiante.

O problema é que muitas vezes nos apegamos às dores, mágoas, tristezas e traumas, como se isso desse significado a nossa vida. Planejamos pequenas vingancinhas, desejamos estar fortes para revidar, amarguramos palavras não ditas e cultivamos ressentimentos sem nos dar conta que o lado bom da vida só vai ter espaço em nossos dias se a gente deixar. Se a gente conseguir “deixar pra lá”, mandar tudo “praquele lugar”, dançar até ficar sem folego e enfim desapegar.

Quero ter ginga e jogo de cintura para sair ilesa dos pequenos arranhões da vida. Quero aprender a rir das pequenas peças que o destino me pregar e conseguir ter molejo diante das travessuras da existência. Quero valorizar o que merece ser reverenciado e conseguir dar um basta ao que me aprisiona, magoa ou fere. Que minha busca por leveza me liberte dos antigos nós e que, cheia de bom humor e renovada coragem, eu possa chutar o pau da barraca, dançar de olhos fechados, e finalmente repetir em alto e bom som o refrão de Lily Allen que diz: “Fuck you”…

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Imagem de capa: Prostock-studio/shutterstock

Os anti (mas eternos) brasileiros

Os anti (mas eternos) brasileiros

Por Ana Carolina Faria Bortolo

Há dois meses estou nos Estados Unidos. Não vou entrar no mérito de que aqui é um frio do caralho porque, afinal, “é primeiro mundo”. Estudo inglês e tenho acompanhado de perto a vida dos imigrantes de Boston e região. O estrangeiro vem pros EUA na esperança de que o sonho hollywoodiano se realize. Ele fecha os olhos e visualiza o seu futuro: estudar em Harvard, casar com uma americana, ter uma família feliz em uma cidade pequena, com dois filhos loiros e um labrador correndo no quintal. Ai ele chega aqui, sem falar inglês, e se fode lavando banheiro, subindo parede e raspando neve.

Ganha dinheiro? Ganha.

Tem direito à saúde pública, sendo estrangeiro? Não tem.

Tem direito à educação gratuita, não sendo cidadão? Não tem.

Sofre preconceito todos os dias por não ser daqui? Sofre.

É feito de trouxa por não entender a língua? É.

A questão é que a grama do vizinho é mais verde, sempre. Ele chega aqui, posta fotos nas cidades turísticas, tira onda com camiseta de marca que aqui não custa quase nada. Posta na rede social que aqui é top, que tá tudo top, que foi a melhor coisa que fez na vida. Ai você vê ele lá na escola de inglês, já estudando aqui há dois anos durante vinte horas por semana e ainda com dificuldade em conjugar presente, passado e futuro. Entre uma conversa informal e outra, você ouve “Eu sinto muita falta do meu país, mas aqui é mais seguro” ou “Se eu pudesse, voltaria agora”.

Há muitos motivos pelos quais alguém vai para outro país vivenciar outra cultura. Eu mesma posso enumerar os meus, embora eles não sejam importantes nesse momento. O que eu não entendo, mesmo, é o brasileiro que dá às costas pro seu país. Fala mal em alto e bom tom, vive aqui, mas não vota. Não participa politicamente. Fala bem da cultura asiática, elogia sua adoração por dinheiro, e critica a desorganização do Brasil. Todo país tem seus defeitos e qualidades. Todo país tem sua cultura, seu lado bom e seu lado que precisa muito melhorar. Quando você escolhe ir embora, você escolhe deixar pra lá. Deixar pra lá é diferente de criticar.

Não me sinto confortável quando falam mal do Brasil, muito menos quando a crítica vem de alguém que já não mora e não participa das decisões do país há tempos. O brasileiro é inteligentíssimo. É um povo sem limites, criativo, rápido, proativo. É um povo que não tem medo de vencer, mesmo que o medo bata na sua porta com uma bala perdida todos os dias. É um povo lutador e – que bom! – um povo de ótimo humor. Talvez por isso consigam vencer: carregam dentro de si a esperança de dias melhores, de reformas políticas, de igualdade social. Carregam dentro de si a coragem.

Alguns fazem o seu melhor e ajudam o país economicamente. Outros vão embora para ter subempregos em outros países e lutar contra o preconceito, o idioma e todas as dificuldades que um “não cidadão” tem. Não julgo. Mas o Brasil sempre estará lá, de portas abertas, com o brasão no seu passaporte te lembrando de que, se der tudo errado, é o verde e amarelo e problemático país sul americano que lhe dará as boas vindas de volta, porque essa é sua pátria mãe.

De todos os aprendizados que viver no exterior te traz, hoje aprendi mais um: na lista de assuntos polêmicos como “política, religião, aborto e pena de morte”, devemos incluir também a cultura. Cultura não se discute. Não se julga. Não se condena. Não se aponta o dedo na cara pra dizer “Hey, isso é errado”. Cultura se respeita. E o seu país natal, de origem, pode não ser mais a sua casa, mas ainda assim é merecedor do seu carinho e respeito.

Porque é por ter nascido nele que você fala português e consegue ler esse texto, que você é desenrolado, que você é obstinado e luta até conquistar seus objetivos. Nossa nação nunca sairá de nós e será sempre nosso lar de direito. Respeito é a chave de uma vida plena, bem vivida e bem relacionada. Não importa onde, não importa com quem.

IMagem de capa: Akhenaton Images/shutterstock

Uma visão psicanalítica dos sete pecados capitais

Uma visão psicanalítica dos sete pecados capitais

O filósofo e teólogo São Tomás de Aquino revisou a lista dos Sete Pecados Capitais, explicando a importância de conhecer os nossos instintos mais primitivos. A psicologia junguiana nos alertou que a raiz do mal desperta em nós emoções violentas, que reprimimos da nossa consciência. Entretanto, somos capazes de colocá-las à luz de teorias filosóficas e psicanalíticas, aplacando-as com o nosso autoconhecimento e conscientização.

IRA

As pessoas que se comportam de modo irado têm uma pulsão de morte, gerando hostilidades por onde passam. Esse desequilíbrio muda a expressão facial, que é tomada por “sangue nos olhos”. A ira esconde no inconsciente o medo de errar e de perder espaço. Utiliza-se da fúria para bancar privilégios, pois os indivíduos raivosos preferem agredir para defender-se dos seus “fantasmas”.

GULA

A gula pode estar ligada à fuga da fase oral mal resolvida. Esse vício exagerado por comida desequilibra a mente e o corpo, transforma as pessoas em animais esfomeados. A gula destrói a saúde, criando um círculo vicioso: comida em demasia para acalmar a ansiedade, culpando-se por isso, come-se cada vez mais.

PREGUIÇA

A preguiça tem um espírito indolente, tornando as pessoas empedernidas, que mostra falta autoconfiança ou talvez um traço distêmico. Faz com que elas desprezem as soluções dos problemas, não só pela apatia física, mas pelo desleixo de pensar e agir, deixando tudo para resolver depois.

LUXÚRIA

A luxúria é o mais sedutor dos vícios, uma vez que seus prazeres são oriundos da sexualidade hedonista, que liberta o conteúdo libidinoso do inconsciente, liberando com furor o desejo sexual. Como disse Freud: “Alguma renúncia é necessária à Civilização”. Aliás não espere isso da libidinagem, que age de preferência à noite, soltando os instintos até a mais completa animalidade.

AVAREZA

É uma máquina de injustiças, chefiada por especuladores e corruptos. O delírio de grandeza dessa gente é ver a miséria dos cidadãos, já que eles lucram com falência de todos. Há uma visão infantil, de que o “pão-durismo” do velhinho é porque ele poupa o seu dinheiro de baixo do colchão, mas o que vemos são gananciosos, que arruínam famílias, cidades e países.

INVEJA

A inveja por onde passa envenena tudo o que é bom. A cobiça é uma maldade cometida pelos olhos e funciona como um mecanismo de defesa. Uma de suas filhas é a fofoca, que gera infâmia ao seu redor. O alvo da inveja é, sobretudo, a felicidade alheia, por ser incapaz de ver o brilho das pessoas. É uma das emoções mais baixas, que corrompe o próprio invejoso e a sociedade.

SOBERBA

A soberba odeia transparência. Ela induz as pessoas a desrespeitar as leis. A empáfia traz um sintoma psicopatológico, no qual o sujeito acredita que é um “ente superior”, que se coloca como estivesse em cima de um pedestal de mármore. A arrogância possui uma relação umbilical com a falsidade, e tudo isso de maneira desmedida, que encontramos em vários setores da sociedade.

Portanto, os Sete Pecados Capitais continuam contemporâneos: superexpostos nas redes sociais, glamorizados pela grande mídia, usados como método pela elite política, etc. Em seguida são fabricados os fármacos para tentar curar esses males, que adoecem a alma e o corpo. No entanto, temos condições objetivas e subjetivas de aplacá-los através das virtudes humanas, que Platão e outros filósofos resumiram em quatro tipos: prudência, justiça, fortaleza e temperança.

Imagem de capa: Albina Tiplyashina/Shutterstock

Infelizmente, algumas pessoas são verdadeiras nas suas costas, mas não na sua frente.

Infelizmente, algumas pessoas são verdadeiras nas suas costas, mas não na sua frente.

Há poucos terrenos onde a verdade possa repousar, visto que quase ninguém se ajuda, quase ninguém se coloca no lugar do outro, quase ninguém fala para a pessoa, mas sim da pessoa, quando ela não se encontra.

Não é fácil encontrar alguém sincero hoje em dia, haja vista a necessidade de ser popular que invade os diversos círculos sociais, bem como as redes virtuais. Há uma competitividade desregrada por todos os cantos e recantos das interações humanas. O mercado de trabalho possui concorrência acirrada, incentivando disputas por promoções, por cargos, por notoriedade e, infelizmente, essa competitividade acaba permeando todos os tipos de relações entre as pessoas.

Com isso, dificilmente se enxerga no outro alguém em quem se possa confiar. Isso porque os indivíduos se veem como não-amigos, como se pudessem ser vítimas de alguma maldade por parte de quem está ali ao lado, afinal, é preciso subir, galgar degraus, ganhar mais, ter mais conhecidos e ser mais amado. Pessoas bem sucedidas são, assim, amplamente invejadas e, a todo custo, há quem queira lhes puxar o tapete, denegrir sua imagem, destruir sua vida.

Poucos ambicionam chegar até onde o outro está utilizando as próprias habilidades, pois grande parte das pessoas inveja o outro e quer tirá-lo dali de cima. Infelizes, descontentes e pautados sobre valores distorcidos, muitos indivíduos pretendem atingir os seus fins, não importando os meios, não importando quantos serão pisados e traídos nesse percurso. E, assim, há poucos terrenos onde a verdade possa repousar, num contexto em que quase ninguém se ajuda, quase ninguém se coloca no lugar do outro, quase ninguém fala para a pessoa mas sim da pessoa, quando ela não se encontra.

A ingratidão, aliás, é um grande agravante dessa situação, uma vez que muitos se esquecem de se contentar com o quanto já progrediram e conquistaram, pouco se importando com o emprego que possuem, com os amigos que os cercam, com as pessoas que os amam. Tornam-se incapazes de serem gratos pelo que já faz parte da sua vida, enquanto apenas cobiçam o que os outros têm, invejando, maquinando formas de acabar com a felicidade alheia, sem se darem conta do tanto de felicidade que já podem abraçar, bem ali à frente e dentro de si.

Por isso tudo é que a sinceridade vem se tornando artigo raro, de luxo, ao passo que cada vez menos nos sentimos confortáveis ao confiar em alguém. Vamos engolindo nossas verdades, guardando dentro de nós o que precisaria ser compartilhado, carregando pesos que atravancam nossa libertação, nossa potencialidade em ser feliz. Por isso tudo é que devemos manter por perto quem sabe ser verdadeiro sem agressividade, ser amoroso sem cobranças, ser o que é, na frente, ao lado, por trás, onde estiver. É com eles que conseguiremos atravessar as tempestades sem o desespero da solidão acompanhada.

Imagem de capa: YuriyZhuravov/shutterstock

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