Hoje eu já sei quem me faz bem, quem me faz mal e quem não me faz falta alguma

Hoje eu já sei quem me faz bem, quem me faz mal e quem não me faz falta alguma

Creio que a maturidade requer muitas coisas de nós e, dentre elas, desponta a necessidade de sabermos exatamente qual é o papel, em nossas vidas, de cada pessoa que nos rodeia, uma vez que termos consciência da importância ou não de quem caminha conosco nos livrará de perder tempo com quem não merece. Nossa felicidade dependerá também desse discernimento.

Sei quem me faz bem. São aquelas pessoas que transpiram verdade, sem rodeios e sem grosseria, fazendo com que nos sintamos melhores, apoiando e alertando para os perigos de nossas ações, porque não querem nos ver infelizes. Ficam contentes ao nos verem conquistando nosso espaço, nosso lugar no mundo, sem um pingo de inveja. São gratas e por elas somos extremamente gratos também.

Sei quem me faz mal. Tem gente que só de estar presente já deixa o ambiente pesado, carregado, como se sugasse as energias à sua volta. Existe, por outro lado, quem tenta enganar com sorrisos que escondem inveja e falsidade. Mesmo que demore, acaba-se sempre sabendo quem falou por trás, quem não traz verdade, enfim, quem é perda de tempo. Distanciar-se desse tipo de pessoa nos salva, sempre.

Sei bem quem não me faz a menor falta: quem foi embora, mas poderia ter ficado; quem me ignora, porque não vê em mim nada que lhe possa ser útil; quem usou o meu melhor da pior forma possível; quem nunca soube perceber que eu precisava de ajuda. Incrível como ficamos mais leves quando certas pessoas param de nos procurar, de caminhar ao nosso lado. Porque tem gente que é como nuvem: faz sol após sua partida.

O tempo sempre nos mostrará as verdades de cada um, o tanto de sinceridade que cada pessoa carrega e a real importância que as pessoas possuem para nós. Nós nos enganamos muito com os outros, investindo inutilmente em gente à toa. Mesmo assim, sempre teremos a chance de nos livrar de quem faz mal e de manter quem agrega sorrisos, ou seja, é preciso agarrar essas chances, para que o caminho de nossa felicidade fique cada vez mais límpido e possível.

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O encontro emocionante com a menina que fui um dia

O encontro emocionante com a menina que fui um dia

Querida menina, eu precisei vir ao seu encontro. Tantos anos nos separam, não é mesmo? Hoje, sou uma mulher independente, sou vista como bem sucedida, alguém que venceu na vida. Conquistei e venho conquistando os meus objetivos. Mas, confesso, cada vez que alguém me parabeniza por algo, é você que me vem à lembrança, inevitavelmente. É como se eu tivesse recebendo os méritos que, na realidade, são seus. Me dou conta de que estou colhendo os frutos do seu plantio.

Quando alguém me chama de forte, sinto-me constrangida, como se eu fosse uma impostora. Não sou forte como as pessoas pensam. Comparada a você, sou frágil demais. Sabe por quê? Eu tenho recursos, você não tinha nada. Tudo o que você tinha era a cara e a coragem. Eu tenho um carro bacana para ir à faculdade, você ia à escola à pé, naquela distância toda.

A mulher aqui pode comprar os materiais didáticos que ela quiser, eu tenho um notebook super moderno. Você, ás vezes, tinha que usar um lápis partido ao meio, porque éramos oito irmãos e nosso pai era muito pobre. Lembro-me que você sonhava em ter uma caixa de lápis de cor, mesmo que fosse pequena, e nunca teve. Um dia desses, meu filho me disse que, todas as vezes que ele entra numa papelaria, você vem à mente dele. Ele disse que, se fosse possível, te daria uma coleção de lápis de cor, e tudo o mais que você desejou. Ele ficou muito comovido quando ouviu a sua história.

Eu tenho as roupas que eu gosto. Você, só tinha um vestido de chita para usar enquanto coubesse em seu corpo, era a sua roupa para todas as ocasiões: missa, festa, casamento, etc. E você era tão vaidosa, menina! Confesso que sinto um quê de remorso quando olho para os meus frascos de perfume. É que você nunca teve, sequer, uma colônia, nem xampus, nada disso. Mesmo assim, seus cabelos eram muito lindos.

Eu penso muito em você, minha guerreira! Lembro-me do dia em que saiu da sua casa deixando sua família e seu mundo, e veio à Brasília morar com a nossa tia Maria, para continuar estudando. Lembro-me de você chorando de saudades de casa, no banheiro, e lavando o rosto em seguida, para ninguém perceber. Sinceramente, a mulher de hoje não teria aquela força. Lembro-me da saudade que você sentia, aos domingos, relembrando as vezes em que ia do nosso sítio à Alvorada do Norte na garupa do cavalo Roxão com o nosso pai.

A saudade saía pelos poros… escorria pelos olhos. Saudades do rio Buriti, dos cachorros Volante e Tiziu, dos gatos, da liberdade, do mato, do cheiro de fumaça do fogão à lenha, dos berros das vacas no curral, do barulho da chuva no telhado cheio de goteiras. A saudade tornou-se sua companheira fiel na capital do Brasil.

Na cidade grande, tudo era diferente e desconhecido para você que, muitas vezes, pensou em desistir de tudo, mas, resistiu bravamente, agarrando-se com unhas e dentes ao sonho de ter um futuro melhor, que é, exatamente, o presente que vivo hoje. Tudo o que tenho e sou devo à sua determinação e à oportunidade que a tia Maria Magalhães de Brito deu para você continuar os estudos.

Inevitavelmente, quando me sinto desanimada e insegura, penso: “como eu queria ter a força daquela menina que fui um dia”.

Vejo você, com o nosso pai embaixo de um pé de manga, escrevendo cartas. Ah que cena linda! Você toda concentrada, sentindo-se poderosa por ter sido promovida à “escrevedora” de cartas do melhor pai do mundo, o “seu Nezim”.

Você sempre dava um jeito de achar uma brechinha para sonhar. Sei que muita gente zombou de você e dos seus sonhos e, que, por isso, tornou-se uma sonhadora silenciosa.

Lembro-me da sua mania de sempre olhar o nome do(a) autor(a) na capa dos livros. Então, você atribuía, àquele nome, um rosto, uma voz e uma personalidade. Isso começou com o nome da Branca Alves de Lima, na capa do primeiro livro que você teve na vida, a cartilha de alfabetização Caminho Suave.

De vez, em quando, você imaginava o seu nome na capa de algum livro, e chegava a sentir-se constrangida, como se não fosse digna daquele sonho. Mas, foi aprendendo, com os livros, que sonhar não é pecado. Então, guardou, numa gaveta da alma, o sonho de ser escritora.

Lembro-me também do seu encantamento na primeira vez em que teve contato com a psicologia. Foi quando uma psicóloga foi dar uma palestra na sua escola, quando você tinha 13 anos. Naquele dia, outro sonho nasceu. E, como não sabia o que fazer com um desejo que morava a anos luz da sua realidade, guardou as sementes dele em alguma gaveta da alma. Você tinha essa característica: fazia o que estava ao alcance e guardava as sementes daquilo que não podia realizar

Menina, me dê um abraço bem apertado, preciso dele. Eu trago surpresas para você. Eu descobri onde você guardou as sementes dos seus dois maiores sonhos. Eu as encontrei dentro da minha alma, e confesso que cheguei a duvidar que elas ainda germinassem, devido ao longo período em que ficaram guardadas. Apesar da dúvida, plantei-as e dediquei-me a regá-las com fé, otimismo e atitude. Elas reagiram de forma sobrenatural, elas nasceram, transformaram-se em mudas viçosas, com raízes fortes, e, para a minha grata surpresa, já estão frutificando.

Os seus sonhos de ser escritora e psicóloga se realizarão.O seu nome, menina, vai estar na capa de um livro em abril de 2018. E você será intitulada Psicóloga em dezembro de 2019. Eu devia isso a você, eu sempre desejei que sentisse orgulho da sua versão adulta. Eu sempre quis recompensá-la por tudo o que enfrentou. Ah, pode chorar à vontade, vamos chorar, juntas, abraçadas. Esse choro, merecemos chorar. É choro de contentamento e de gratidão. Perdoe-me pela demora, menina, só tive condições de me dedicar às suas sementes quando fiz 40 anos.

Imagem de capa: Esin Deniz/shutterstock

Você conhece a belíssima fábula do “Mundo das Velas”?

Você conhece a belíssima fábula do “Mundo das Velas”?

Era uma vez um mundo onde viviam muitas velas… Mas quase todas estavam apagadas.

Nesse mundo prevalecia a escuridão… Era um mundo sombrio, onde tudo era incerto, apagado, frio, onde prevalecia a cegueira, a confusão e os conflitos.

A maioria das velas desse mundo estava apagada. Por esse motivo, a escuridão as impedia de enxergar as coisas. As velas acesas existiam, mas eram em número muito reduzido.

Cada vez que uma vela acesa aparecia, ela era disputada por todas as outras, muitas vezes com agressões, desentendimentos, ofensas e caos.

Havia velas de todos os tipos, tamanhos e cores. As velas apagadas desse mundo adoravam expor seus pavios e o brilho de sua cera. Eram vidradas na beleza da cera uma da outra; gostavam de admirar as formas do pavio e a textura da cera. O pavio quase sempre era adornado, pintado e embelezado. A cera era conservada a todo custo. Quanto mais bela a cera, mais valorizada socialmente era a vela e mais admirada ela se tornava.

Certo dia, as velas acesas foram embora dali e o mundo das velas ficou ainda mais escuro e confuso. Uma das velas resolveu então que deveria sair em busca das velas acesas. A luz era uma necessidade para todas, pois sem luz no mundo o resultado não seria outro senão mais confusão, mais conflitos e mais cegueira. Essa vela foi chamada de “vela aventureira”.

Depois de muito caminhar, a vela aventureira conseguiu chegar ao desfiladeiro das velas acesas. Encontrou-se com as outras velas e perguntou como ela poderia levar a luz ao mundo das velas apagadas. Uma das velas acesas disse: “Você precisa acender a chama de seu pavio e deixar que ele seja consumido”. A vela aventureira ficou transtornada com essa informação, pois o pavio representava beleza, status, conhecimento, etc. De certa forma, todas as velas eram apegadas ao seu pavio e a cera de seus corpos, por isso, deixar que tudo isso se tornasse chamas era algo quase impensável para ela. “Essa é a única forma de você se transformar em luz” – disse uma das velas acesas – “Você precisa deixar que a chama vá consumindo seu pavio até atingir a cera, que vai derretendo aos poucos”.

A vela aventureira decidiu então que aceitaria renunciar a tudo para poder se transformar em luz. Nesse momento, uma das velas inclinou-se sobre ela e colocou sua chama em contato com o pavio. A vela aventureira sentiu uma dor imensa, pois a chama começou a consumir seu pavio e foi aos poucos a derretendo sua cera. A dor era física, mas muito mais emocional e psicológica. Ao mesmo tempo em que sentia uma dor lancinante, ela olhou a sua volta, e percebeu que podia ver tudo… Para sua surpresa, ela podia agora enxergar o mundo e cada coisa tal como era. A escuridão foi dissipada e agora ela via a verdade de cada coisa.

A vela aventureira agradeceu a vela acesa que havia lhe transmitido à chama e voltou para o mundo das velas apagadas, contando tudo o que havia acontecido consigo. Contou ainda sua descoberta sobre a chama e todas as instruções que lhe foram transmitidas. Explicou que, para que todas elas pudessem ter sua própria chama, era imprescindível abrir mão do seu pavio e deixar sua cera derreter. Uma das velas disse: “Você está louco? Jamais vou abrir mão do meu pavio. É ele quem me garante a sobrevivência aqui”. Outra vela bravejou “Despojar-me da minha cera? Nem pensar… ela tem belas formas”. Outra ainda reagiu “Nada disso é verdade. Se queimarmos nossa vela, deixamos de ser quem somos. Além disso, me dá medo essa mudança”.

Depois de tanto insistir, pouquíssimas foram as velas apagadas que abdicaram de seu pavio e cera para permitir que a chama brilhasse nelas. O mundo das velas apagadas continuou na escuridão e no caos, pois quase nenhuma delas aceitou desfazer-se de seu apego ao pavio e a cera.

Enquanto isso, a vela aventureira, que foi buscar a luz entre as velas acesas, vivia agora em permanente claridade. Ela descobriu que, apesar de existirem velas de diferentes tipos, cores e formas, a chama que brilhava nelas era sempre a mesma. Agora ela não esbarrava mais em nada, enxergava tudo plenamente e estava liberta da confusão e dos conflitos. Com sua chama acesa, ela vivia em paz…

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Imagem de capa: India Picture/shutterstock

Quanto mais tentamos nos explicar, mais somos incompreendidos

Quanto mais tentamos nos explicar, mais somos incompreendidos

Não existe quem nunca acabou sendo mal entendido, sentindo-se injustiçado por algo que não disse ou não fez, enquanto sofre tentando esclarecer em vão o que realmente houve. Essa é uma das piores sensações que existem, porque acabamos colhendo coisas que não plantamos, bem como acabamos machucando pessoas que nos são muito caras.

Infelizmente, algumas pessoas sempre distorcerão o que falarmos e/ou fizermos, descontextualizando as situações, a fim de nos colocar em maus lençóis. Seja por maldade, por inveja, seja para nos prejudicar em algum setor de nossas vidas, certos indivíduos ouvirão e interpretarão tão somente da forma que melhor lhes convier, que melhor servir aos seus escusos propósitos.

Então, de repente, acabamos nos vendo enredados em situações absurdas, acusados do que jamais partiu de nós, simplesmente porque algum infeliz espalhou inverdades a nosso respeito. Muitas vezes, a pessoa atua tão bem, que acaba por convencer até quem nos conhece um pouco mais de perto, plantando dúvidas a respeito de nossa integridade, de nossa postura, de nossa competência profissional.

Ainda que seja penoso, em certas ocasiões, quanto mais tentarmos nos explicar, menos seremos acreditados, uma vez que o circo já se armou com maldade tamanha, que contaminou a opinião de muitas pessoas. Será, então, inútil tentarmos provar o contrário insistentemente, no calor das emoções, inclusive porque estaremos alterados e o nervosismo transmite nada menos do que insegurança.

O importante, nessas horas, sempre será tentar manter a calma e aguardar a passagem do tempo. Tudo acaba sendo esclarecido, por mais que se minta, por mais que se fofoque, por mais que se espalhe o ódio. A verdade tem uma força descomunal e consegue se reerguer e tornar tudo claro e justo, por mais que o tempo passe. Se tivermos a consciência tranquila, ninguém conseguirá sujar a verdade que alimenta a nossa essência.

Imagem de capa: VGstockstudio/shutterstock

Há certos nós em nós que só mesmo nós podemos desatar

Há certos nós em nós que só mesmo nós podemos desatar

A roda da vida nos ensina a seguir em frente. Em inúmeras circunstâncias dolorosas é muito comum que os outros – e muitas vezes os outros somos nós -, tenham apenas uma coisa a nos dizer: “Vai passar!”. E vai mesmo.

É fato que há passagens que duram um tanto a mais para ir fazer parte de nosso acervo de memórias. Viram uma lembrança, uma imagem congelada no tempo. E às vezes, viram cicatrizes.

As lembranças são formadas pelos capítulos de nosso livro da vida, escritos por meio de palavras mistas. Mistas de prazer, orgulho, revolta, vergonha, alegria, dor, superação… e mais uma infinita cartela de aspectos diversos que carregam de cor as nossas vivências.

E as lembranças, de tão misturadas, viram borrões de tinta. Muitas vezes não nos é possível separar num mesmo momento vivido, aquilo que fez sorrir ou fez chorar; justamente porque é essa aglutinação de sentimentos que nos nutre da maneira mais completa. O mel da alegria, misturado ao sal da lágrima é o nosso “soro emocional”. Aquele néctar capaz de nos restaurar da dor insuportável e, ao mesmo tempo, a seiva que nos apazigua num estado recuperável de amor. Amor por si, pelo outro, pelo mundo inteiro.

As imagens congeladas em nosso repertório de experiências configuram um álbum de fotos queridas. Aquelas cenas, que de tão pungentes ou significativas, precisaram arranjar um jeito de garantir que não serão descartadas, ou esquecidas.

Basta fechar os olhos e conjurar em nossa mente aquele instante preciso de paz. O momento, por exemplo, em que nos sentimos seguros no colo de alguém, depois de ter superado um perigo, uma dor, um ferimento.

Basta desmanchar o véu do esquecimento, para trazer de volta à tela das memórias aquele minuto exato em que se venceu uma limitação, um vício ou uma teimosia insana. Fotos de restauração mental, física e espiritual… guardadas dentro de nós.

Já as nossas cicatrizes… ahhhhh… essas são pequenas obras de arte a serem amadas por nós, até o nosso último suspiro. Desenhos benditos. Ilustrações na pele ou na alma. Registro de nossas histórias benditas. Símbolos da nossa capacidade de sobreviver, transformar e renascer.

As cicatrizes, visíveis ou invisíveis, são os nós necessários para nos manter fiéis à nossa missão. Aquele amarradinho de ervas que dá sabor ao chá, ou ao alimento, sem se misturar a ele. Nós abençoados de nós mesmos. As cicatrizes são conquistas nossas, de mais ninguém. Cabe a nós honrá-las e respeitá-las. Porque essas marquinhas únicas, pessoais e intransferíveis são apenas um sinal de coisas que vivemos e pelas quais, em algum momento, acreditamos serem dignas do nosso esforço, empenho e dedicação.

É apenas e unicamente da nossa conta, mostrá-las ao mundo, a um grupo seleto de escolhidos ou a ninguém. Porque há certos nós de nós mesmos, que somente nós somos capazes de desatar.

Imagem de capa: cena do documentário “Precisamos falar do Assédio”

Novo golpe: Mensagens inbox pedem seu número de telefone

Novo golpe: Mensagens inbox pedem seu número de telefone

Hoje apareceram na internet inúmeras mensagens solicitando o número do telefone, tudo inbox. Para quem lê, e dependendo de quem mandou, pode parecer que é um pedido legítimo, mas não é!

Existem programas maliciosos que entram dentro das plataformas e fazem isso para captação de dados. As pessoas nem sabem que a mensagem foi enviada.

Se um pedido, como da imagem abaixo, aparecer para você, não envie seu número e marque a mensagem como spam.

Compartilhe essa mensagem e avise seus amigos.

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Bater num adulto é agressão, num animal é crueldade, numa criança…é educação?”

Bater num adulto é agressão, num animal é crueldade, numa criança…é educação?”

Por Ângelo Simões, psicólogo

Existem tantas formas de se ser mãe ou pai, quanto de se ser filho ou filha. Não existe apenas uma correta, mas existem formas de relação positivas entre pais e filhos que promovem um crescimento individual e relacional, já outras não são tão positivas e  trazem ainda mais preocupações, mais dificuldades na gestão dos comportamentos e do reconhecimento da autoridade dos pais. A autoridade, aquela que se reconhece e não a que se impõe, tem sido um dos desafios com os quais muitos pais lidam, já que também eles trazem modelos das gerações anteriores, uns mais bem-sucedidos do que outros. A questão mantém­-se: é possível mostrar aos filhos os limites e regras com que se vive as relações humanas sem, no entanto, recorrer à punição física?

O que sabemos sobre os efeitos da punição física na criança e nos pais?

“Os meus pais também me bateram quando era pequeno, e no entanto tanto eu como os meus irmãos crescemos sem problemas nenhuns”. Este é um argumento comum que justifica, para muitos pais, bater nos filhos, com maior ou menor frequência. No entanto, bater não está associado a melhorias no comportamento ao longo do tempo. Não só coloca os pais num nível de adrenalina e stress elevado, como também transmite à criança a ideia de que o corpo não é seu, é propriedade dos pais, não podendo ser negociada a forma como querem ser tratadas. Estudos indicam que em adultos punidos fisicamente durante a infância, a probabilidade de valorizarem positivamente um comportamento violento aumenta, seja contra o filho ou contra o atual parceiro (Gershoff & Grogan-Kaylor, 2016).

“Nem doeu!” ­ Uma rápida escalada, não só de violência…mas de culpa

Um dos grandes problemas da punição corporal é a facilidade com que os limites definidos pelo próprio educador são ultrapassados, sem que este sequer se aperceba.

É muito frequente, nos pais com quem se trabalham estes temas, eles próprios estarem dessensibilizados para o grau de violência que utilizam.

Isso acontece porque se forma um ciclo em torno do comportamento da criança e da resposta que é dada por parte do adulto. A punição corporal leva frequentemente a que o comportamento desadequado se mantenha ou até aumente, o que resulta num aumento da frequência do castigo corporal, levando a mais situações de comportamento desadequado. Por exemplo, a mãe repreende o filho por correr na loja em que fazem compras. O filho não presta atenção e continua. A mãe, frustrada, dá uma palmada ao filho. Este não aprendeu necessariamente porque é que correr na loja é mau, apenas sabe que não gosta de levar uma palmada. O comportamento vai manter-­se, se não em loja, noutros contextos. A mãe utiliza a palmada e, vendo que o comportamento continua, pode aumentar a frequência e/ou intensidade da punição até obter os resultados desejados. O comportamento do filho, no entanto, piora.

É um ciclo em que violência gera violência.

Mais importante, e talvez menos abordado nestes termos, o ciclo amplia as desvantagens para pais e filhos: os pais, cada vez menos eficazes em controlar o comportamento da criança, desenvolvem com frequência sentimentos de culpa, por não se sentirem capazes de educar os filhos sem bater. Por parte da criança, com a frequência do castigo corporal, desenvolve uma imagem negativa de si enquanto filho, o “mau filho” ou “o filho desobediente”, com um impacto negativo na sua auto­estima e personalidade. No final, cada palmada ou bofetada confirma aos pais o fraco controlo e ineficácia da sua parentalidade. À criança é confirmado o fraco controlo sobre o seu próprio corpo, que pode ser invadido a qualquer altura, bem como o comportamento desadequado passa a fazer parte da imagem que têm de si mesmas.

A investigação com crianças e pais

Uma das mais importantes revisões de literatura neste campo, publicada este ano, registou dados sobre punição corporal em cerca de 160,000 crianças (Gershoff & Grogan­Kaylor, 2016). Desta revisão concluiu­-se que a punição corporal está associada a um maior risco de comportamentos agressivos e antissociais, mais problemas de saúde mental e uma relação pais-filhos mais negativa. Este é um resultado explicado, em grande parte, pelo fato de os pais serem os principais responsáveis por ensinar aos filhos formas de se relacionar com os outros (e.g., Maccoby, 1992). Talvez o resultado mais importante desta revisão tenha sido o de que, mesmo quando removidas as formas de punição mais severas e o abuso físico, deixando apenas a punição corporal nos seus moldes mais simples (palmadas nas nádegas, por exemplo), esta se revela associada a resultados negativos para as crianças. Ou seja, mesmo formas mais simples de punição corporal como a palmada, podem ter efeitos negativos no desenvolvimento saudável da criança.

Por que é que bater persiste?

Nas palavras da Doutora Maria Amélia Azevedo, coordenadora do Laboratório de Estudos da Criança (LACRI): “Bater num adulto é agressão, num animal é crueldade, como você pode dizer que bater numa criança é educação?”.

O castigo físico persiste, em parte, por ter resultados aparentemente imediatos (cessa o comportamento da criança) e por ser fácil de aplicar. No entanto, punições corporais não oferecem à criança oportunidade de refletir sobre as suas ações, nem ensinam à criança a distinção entre o certo e o errado, levando-­a a agir (ou não agir) apenas por medo da punição. A investigação demonstra que apesar de conduzir a uma obediência imediata, existe um decréscimo na obediência a longo prazo (Gershoff, 2002). Só a convivência e o tempo investido pelos pais no diálogo possibilita uma base afetiva em que os filhos reconhecem nos pais alguém que se preocupa, que ouve e, mais importante, um modelo a seguir. Isto é importante pois ao longo do desenvolvimento do seu filho, ele precisa de aprender a decidir e a regular o seu próprio comportamento.

Quais são as possíveis alternativas à punição corporal? Aqui ficam algumas sugestões para pais, mães, ou responsáveis pela educação e desenvolvimento de uma criança:

– Utilize o diálogo sempre que possível.
Falar com uma criança sobre que comportamentos são aceitáveis e quais não são tem, de longe, muitos mais benefícios do que a punição corporal. Garanta que lhe explica o porquê de um comportamento ser desadequado ou perigoso. Ao fazê-­lo está também a transmitir-­lhe uma mensagem importante: o diálogo é uma ferramenta crucial para resolução de problemas, ao contrário da violência, que cria distância entre as pessoas.

– Crie oportunidades educativas.
A existência de diálogo não invalida que se sigam outros métodos de disciplina eficazes. Se tiver de disciplinar, procure castigos não físicos e crie, se possível, oportunidades educativas (ex. dar ao seu filho tarefas domésticas extra ou colocá-­lo a arranjar algo que tenha quebrado). Talvez uma das técnicas mais utilizadas e familiar aos pais seja o retiro de benefícios (ex. não jogar durante uma semana). Não há nada de errado com esta forma de disciplina, sendo que os resultados podem ser melhores se a aplicação for ponderada e firme – se proibiu o seu filho de utilizar o computador durante uma semana, já terá pensado sobre quão adequada é a duração do castigo, sendo recomendado que o mesmo seja cumprido nos moldes por si definidos.

– Utilize consequências como uma forma eficaz de disciplina.
Tal como os adultos, as crianças aprendem com base no que experienciam. As consequências das suas decisões, quando vividas, possibilitam oportunidades de aprendizagem únicas para o desenvolvimento de responsabilidade. Tal exige que os pais permitam aos filhos experimentar as consequências naturais destas decisões (ex. Se não comes o que tens no prato, eventualmente ficarás com fome; se estragaste os teus brinquedos/computador, não poderás divertir­te com eles). Em várias ocasiões os pais protegem os filhos, no entanto algumas formas de proteção podem privá-­los de oportunidades para serem responsáveis e aprenderem que as suas ações têm consequências. Ao deixá-lo experienciar as consequências das suas ações está a dizer-­lhe que é capaz de tomar as suas próprias decisões. Não deve utilizar este método de disciplina se colocar em risco a saúde ou segurança da criança. Cabe­-lhe a si decidir que consequências naturais dos atos do seu filho serão uma boa oportunidade de aprendizagem. A chave é manter­-se calmo e não se envolver demasiado, deixe que o seu filho experiencie as consequências que decorrem naturalmente dos seus comportamentos. Por fim, seja paciente pois nem sempre os resultados são imediatos, mas quando surgem são duradouros!

Nota da CONTI outra: esse artigo é de autoria do psicólogo Ângelo Simões. Algumas palavras foram substituídas para melhor adequação ao leitor brasileiro, mas a leitura do texto original UP to Kids , espaço que também recomendamos.

Imagem de capa: Lopoloshutterstock

 

A missão destinada a cada um dos 12 signos (Você se encantará com a sua)

A missão destinada a cada um dos 12 signos (Você se encantará com a sua)

 

Deus chamou ÁRIES

“Para ti, Áries, dou a primeira semente, para que tenhas a honra de plantá-la.

Para cada semente que plantares, mais outro milhão de sementes se multiplicará em suas mãos.

Não terás tempo de ver a semente crescer, pois tudo o que plantares criará cada vez mais e mais para ser plantado.

Tu serás o primeiro a penetrar o solo da mente humana levando minha ideia. Mas não cabe a ti alimentar e cuidar dessa ideia, nem a questionar.

Tua vida é ação, e a única ação que te atribuo é a de dar o passo inicial para tornar os homens conscientes da Criação.

Para este trabalho, Eu te concedo a virtude do respeito por si mesmo.

E para que faças um bom trabalho, dou-te a provação do orgulho para dominares e, como bênção, concedo-te o dom da INICIATIVA.”

Áries voltou ao seu lugar.

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Deus chamou TOURO

“A ti, Touro, concedo o poder de transformar a semente em substância.

Trabalharás com afinco e paciência para que as sementes não se percam ao vento.

Não questionarás ou mudarás de ideia até que termines tudo que já foi iniciado, pois a ti compete o processo de concretização da minha Ideia.

E para que realizes um bom trabalho, dou-te a provação do apego para dominares e, como bênção, concedo-te o dom da FORÇA. Trata de usá-la sabiamente!”

Touro voltou ao seu lugar.

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Deus chamou GÊMEOS

“A ti, Gêmeos, atribuo a tarefa de comunicar ao mundo minha ideia.

Por isso te dou perguntas sem respostas.

Em tua busca pelo conhecimento, inquietarás os que estão ao teu redor, para que compreendam o que veem e o que ouvem.

Tu serás um, mas pensarás e falarás por dois.

E para que faças um bom trabalho, dou-te a provação da superficialidade para dominares e, como bênção, concedo-te o dom daINTELIGÊNCIA.

Gêmeos voltou ao seu lugar.

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Deus chamou CÂNCER

“A ti, Câncer, dou a missão de implantar no coração do homem a emoção.

Minha ideia se fará sentir por meio de risos e lágrimas, para que todo o conhecimento adquirido atinja plenitude interior.

Tu multiplicarás os sentimentos com teu instinto de preservação, de modo que os homens se reúnam em famílias.

Para que realizes um bom trabalho, dou-te a provação da fragilidade para dominares e, como bênção, concedo-te o dom da FERTILIDADE.”

Câncer escutou tudo isso e voltou ao seu lugar.

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Deus chamou LEÃO

“A ti, Leão, atribuo a tarefa de mostrar ao mundo o esplendor de minha Criação.

Tu iluminarás os corações humanos com minha luz, acendendo em cada um o entusiasmo de assumir a própria existência.

Mas peço-te que não confundas as coisas e lembra-te que é minha a ideia, e não tua.

Para que faças um bom trabalho, dou-te a provação da vaidade para dominares e, como bênção, concedo-te o dom da HONRA.”

Leão voltou ao seu lugar.

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Deus chamou VIRGEM

“A ti, Virgem, dou a missão de examinar em detalhes o que os homens têm feito com minha Criação.

Tu analisarás seus passos e revelarás seus erros para que, por intermédio de ti, minha ideia mantenha-se pura e possa seraperfeiçoada.

Para realizares um bom trabalho, dou-te a provação do ceticismo para dominares e, como bênção, concedo-te o dom da DISCERNIMENTO.

Virgem, pensativo, voltou ao seu lugar.

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Deus chamou LIBRA

“A ti, Libra, dou a missão de unir os homens em torno da minha ideia.

Tu despertarás o desejo da cooperação, por meio da capacidade de se colocar no lugar do outro e então sentir o que o outro sente.

Estarás onde houver desavença, para que possas mostrar o valor do acordo e da justiça.

E para que faças um bom trabalho, dou-te a provação da indolência para dominares e, como bênção, concedo-te o dom da PAZ.”

Libra voltou ao seu lugar.

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Deus chamou ESCORPIÃO

“A ti, Escorpião, peço que não te afastes de mim quando doer em teu coração as maldades que presenciares.

Terás a capacidade de penetrar na mente dos homens e, conhecendo-a, perceberás que não sou Eu, mas a perversão da minha ideia que está causando tua dor.

Chegarás a conhecer o homem em seu instinto animal e lutarás contra o próprio dentro de ti.

Para que faças um bom trabalho, dou-te a provação do extremismo para dominares e, como bênção, concedo-te o dom do RENASCIMENTO.”

Escorpião voltou ao seu lugar.

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Deus chamou SAGITÁRIO

“A ti, Sagitário, atribuo a missão de ensinar o riso e a esperança, para que no meio das incompreensões da minha Criação o homem não se torne amargo.

Através da esperança, implantarás no coração humano a  e através da fé voltarás teus olhos para mim.

Expandirás assim minha ideia por todos os cantos e os mais longínquos lugares.

E para que realizes um bom trabalho, dou-te a provação da intolerância para dominares e, como bênção, concedo-te o dom da GENEROSIDADE.”

Sagitário voltou ao seu lugar.

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Deus chamou CAPRICÓRNIO

“A ti, Capricórnio, dou a tarefa de mostrar com o suor de teu rosto o valor do trabalho.

Fincarás com disciplina os alicerces de minha Criação, para que nada destrua suas bases.

E tua alegria pelo dever cumprido ensinará que a responsabilidade não é um fardo e sim uma condição natural.

E para que faças um bom trabalho, dou-te a provação da culpa para dominares e, como bênção, concedo-te o dom da AUTORIDADE.”

Capricórnio voltou ao seu lugar.

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Deus chamou AQUÁRIO

“A ti, Aquário, dou a missão de abrir os olhos dos homens para novas possibilidades.

Por isso terás o conceito do futuro e do amor fraternal.

Sentirás a solidão dos que vivem à frente do seu tempo, pois não lhe permito personalizar meu amor.

Viverás livre para que possas servir à humanidade renovando minha Criação.

Para que faças um bom trabalho, dou-te a provação da rebeldia para dominares e, como bênção, concedo-te o dom do PROGRESSO.”

Aquário voltou ao seu lugar.

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Por fim, Deus chamou PEIXES

“A ti, Peixes, não foi à toa que te deixei por último, pois te dou a mais difícil de todas as tarefas.

Peço-te que reúnas todas as tristezas dos homens e as tragas de volta para mim.

Tuas lágrimas serão, no fundo, minhas lágrimas.

A tristeza e o padecimento que terás de absorver são os efeitos das distorções impostas pelo homem à minha ideia, mas cabe a ti levar até ele a compaixão, para que possa tentar de novo.

Será tua a missão de amparar e encorajar a todos teus irmãos, fazendo-os acreditar que eles são capazes, e sempre podem tentar novamente.

Por esta tarefa, Eu te concedo o dom mais alto de todos: tu serás o único de meus doze filhos que me compreenderá.

Mas este dom do ENTENDIMENTO é só para ti, Peixes, pois quando tentares difundi-lo entre os homens eles seguirão e poucos te escutarão.”

Peixes voltou retornou ao seu lugar sorrindo carinhosamente para cada um dos seus onze irmãos, sabendo que cada um deles agora tinha se tornado parte da vida dele.

Naquele momento ele já amava a cada um deles profundamente. E agradeceu a Deus tanta honra por missão tão difícil!

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Então Deus completou:

Cada um de vós é perfeito, mas não compreendereis isto até que vós doze se tormais UM. Agora vão!”

E as doze crianças foram embora e estão hoje espalhadas pelo mundo, cada uma tentando executar sua tarefa da melhor maneira.

Texto do do astrólogo americano Martin Schulman e consta de seu livro Karmic Astrology: the Moon’s Nodes and Reincarnation, de 1975. Fonte Caminhos

Imagem de capa: Sunny studio/shutterstock

Vídeo de 2 minutos mostra com clareza o ciclo do relacionamento abusivo

Vídeo de 2 minutos mostra com clareza o ciclo do relacionamento abusivo

Aqui na CONTI outra nós já falamos inúmeras vezes sobre os perigos dos relacionamentos abusivos. Eu já falei com a Folha sobre o tema, nossa colunista Lucy Rocha tem um texto fabuloso que descreve o Ciclo do Relacionamento Abusivo.

Hoje, porém, trago para vocês um vídeo da Day One que mostra, de maneira ilustrativa, como tudo acontece. Na mensagem, o apelo para que não confundamos amor com abuso, principalmente depois que a fase inicial do apaixonamento passa e a máscara começa a cair.

Notem bem como tudo começa encantador e perfeito “demais”, gera dependência e depois caminha para o controle e os abusos.

O mundo precisa de loucos

O mundo precisa de loucos

Recentemente li uma poesia fantástica que me fez refletir sobre a loucura. Será que a loucura é uma coisa ruim? Ou será que é o que mais está fazendo falta no nosso mundo?

Não estou falando daquela loucura de hospitais psiquiátricos, estou falando daquela loucura boa, que nos faz sermos ousados e buscarmos caminhos diferentes e originais.

Cada vez mais eu me dou conta que as pessoas que são consideradas loucas são as que mais contribuem para a melhoria do mundo. Exatamente! É como eu intitulei esse post. O mundo precisa de loucos. As pessoas estão se tornando o que luto todos os dias para não me tornar, PREVISÍVEIS. Você olha para alguém e já sabe tudo que ela vai fazer e muitas vezes até o que vai dizer. Isso é horrível e destruidor. E uma das primeiras coisas que destrói é a CRIATIVIDADE. Perceba! Não tem como uma pessoa previsível ser criativa, porque ela faz o que todo mundo faz, não inova, não foge às regras, não dá uma pitada de ousadia e não vive o valor da descoberta. Já os imprevisíveis não. Estes quase sempre são criativos, estão sempre com o cérebro fervilhando de ideias, estão sempre tomando atitudes mais ousadas e logicamente, agregando valor à vida das pessoas. Vamos ser loucos e fazer desabrochar em nós essa criatividade tão necessária.

Enfim! Vamos à poesia, da autoria de Avany Morais.

Loucos

Falar de loucos é falar de sábios!
Posto que, loucos veem além da visão…
Sentem nos lábios a essência da vida
E discordam, sem pedir permissão.

Loucos… Precisamos destes loucos
Para virar a mesa, jogar o jogo bruto,
Mudar o mundo, as regras, não aos poucos,
Mas mudar abruptamente, num espaço curto.

No caos que se encontra nosso País no momento,
Atravessando duramente tanto descontentamento,
Para mudar, hoje, ser louco é a única solução.
Somente um louco, poderia revolucionar a nação.

Um louco que sonhando seja capaz de o mundo mudar…
Que vivendo seja na terra, no ar ou no mar, ouse…
Crie, invente, faça seu pensamento ecoar, vibrar…
Sem medos, sem tabus, um louco essencial capaz de amar.

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Você percebe a maravilha que acabou de ler? Os loucos são os sábios. São aqueles que revolucionam o mundo, que fazem o mundo sair da mesmice e do marasmo. Sem os loucos, o mundo não teria graça nenhuma, nem graça de riso, nem graça de bênçãos. Eu amo os loucos, tenho uma admiração sem palavras por eles. Eu quero ser louco, quero lhe convidar hoje a também fazer parte desse grupo seleto e que também queira se orgulhar de sê-lo.

Tem uma frase de um cara que sou fã e já falei inúmeras vezes dele aqui. Estou falando do mestre Raul Seixas. Em sua música “maluco beleza” temos a frase: “Vou ficar, ficar com certeza, maluco beleza…”. Raul era louco e adorava isso, e na música “quando acabar o maluco sou eu” temos a frase: “Eu sou louco, mas sou feliz. Muito mais louco é quem me diz, eu sou dono do meu nariz, em feira de Santana ou mesmo em Paris…”. Nessa última frase percebemos claramente a sua ousadia e vida totalmente sem regras. Essa vida sem regras o fez desenvolver todo o seu potencial artístico, mas foi uma pena, porque também o levou a autodestruição. É nessa hora que digo que é importante dosar. Precisamos ser loucos, mas loucos moderados. Precisamos desenvolver aquela loucura que aguça a percepção e a criatividade, que são tão importantes para a melhoria pessoal e coletiva.

As palavras do fim da poesia também são bem filosóficas. São os loucos essenciais que fazem o mundo ser melhor. Eu adoro a palavra ESSENCIAL, e sempre que leio essa palavra me recordo do livro “O pequeno príncipe” e de sua célebre frase: “O essencial é invisível aos olhos”. Essa frase se encaixa perfeitamente nos loucos, pois eles têm algo essencial e que é invisível aos olhos, que se chama CRIATIVIDADE e OUSADIA. Dois ingredientes que fazem o mundo ser melhor e evoluir.

Você conhece uma das campanhas publicitárias mais famosas do mundo? A campanha da empresa Apple de 1997. Seu texto fala sobre os loucos como sendo as pessoas que mudam o mundo! O vídeo inspirador está logo abaixo.

“Isto é para os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os que são peças redondas nos buracos quadrados.
Os que vêem as coisas de forma diferente. Eles não gostam de regras. E eles não têm nenhum respeito pelo status quo. Você pode citá-los, discorda-los, glorificá-los ou difamá-los.
A única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas.
Eles inventam. Eles imaginam. Eles curam. Eles exploram. Eles criam. Eles inspiram.
Eles empurram a raça humana para frente.
Talvez eles tenham que ser loucos.
Como você pode olhar para uma tela em branco e ver uma obra de arte? Ou sentar em silêncio e ouvir uma música jamais composta? Ou olhar para um planeta vermelho e ver um laboratório sobre rodas?
Enquanto alguns os vêem como loucos, nós vemos gênios. Porque as pessoas que são loucas o suficiente para achar que podem mudar o mundo, são as que de fato, mudam.”

Portanto amigos. Vamos desenvolver essa loucura saudável e tão necessária nesse mundo de hoje. Um mundo coberto por pessoas medíocres que só pensam na vida como um passar de dias, que não se abrem ao novo e às possibilidades. Observe os loucos da humanidade, todos eles podem lhe ensinar a ser alguém melhor e mais criativo. Vou citar apenas alguns: Albert Einstein, Thomas Edison, Isaac Newton, Galileu Galilei, Nicolau Copérnico, Johannes Kepler, Arquimedes, Aristóteles, Leonardo da Vinci, Freud, Nietzsche, Rubem Alves, Mário Quintana, Clarice Lispector, Arthur Schopenhauer, Montesquieu, Carl Jung, William Shakespeare, e por aí vai. Eu amo todos esses loucos que citei e muitos outros. São esses loucos que fazem com que eu eleve os meus pensamentos a níveis que jamais conseguiria sozinho. Eles são grandes amigos meus. Não tenho contato com nenhum, vários já morreram, mas são grandes amigos, porque contribuíram e ainda contribuem para o meu crescimento humano e intelectual.

Que essa breve reflexão lhe inspire a ser como esse louco essencial capaz de amar, alguém que tenha força e determinação para dar o melhor de si em tudo que fizer e assim contribuir para mudar o mundo…

Imagem de capa: Navistock/shutterstock

Há pessoas que preferem um bom papo a um bom prato. Outras preferem uma suave sinfonia a uma bela gastronomia.

Há pessoas que preferem um bom papo a um bom prato. Outras preferem uma suave sinfonia a uma bela gastronomia.

Título original: Arrebatamento

Há pessoas que preferem um bom papo a um bom prato. Outras preferem uma suave sinfonia a uma bela gastronomia.

E há pessoas que gostam dos dois…

Existem pessoas que se encantam com as palavras em prosa ou em versos e existem outras que ao ouvi-las, bocejam.

Há pessoas que amam boas músicas orquestrais e há as que apreciam a melodia casada com a poesia. E há, ainda, as que ficam enlouquecidas e querem as duas…

Existem pessoas que recorrem ao pó, ao tabaco ou ao álcool para ir além dos limites, e há outras que se elevam com as belas artes: cinema, escultura, pintura, literatura…

Qual o melhor antídoto para a nossa finitude e concretude? Emil Cioran, filósofo romeno, não tinha dúvidas: postulou que somente a música é capaz de levar-nos ao êxtase, pois ela nos faz perder a pesada materialidade e nos dissolve em harmonias.

Aconselhou a música de Mozart e Bach como remédio contra o desespero, uma vez que sua pureza aérea nos faz “le- ves, diáfanos e angélicos”.

A poesia, a música e todas as coisas “belas” que o homem cria nos fazem angélicos.

As artes mais do que as ciências são capazes de afinar com precisão as sensações, tocar com tranquilidade a alma humana – lugar onde reside o coração – embalar sonhos e modular gestos.

Somente cordas, teclas, partituras, palavras, pincéis e outros instrumentos diáfanos são capazes de esculpir o verda- deiro homem e levá-lo mais além de si mesmo.

Somente eles são capazes de fazer-nos pairar, voar, sonhar e nos arrebatar.

Imagem de capa: Mykola Komarovskyy/shutterstock

Prefeitura de Blumenau sanciona projeto “Telhado Verde”. Agora é lei!

Prefeitura de Blumenau sanciona projeto “Telhado Verde”. Agora é lei!

Seguindo a linha da arquitetura sustentável, a cidade de Blumenau sancionou e aprovou no último dia 15-02-2018 a Lei Complementar no. 1.174/2018, de autoria do prof Gilson de Souza.

Conforme publicado em jornal de notícias local, o Blumenauense, o “Telhado Verde” é uma das saídas para aumentar a área de permeabilidade de terrenos pequenos, o que permite uma maior área de terreno construído, mantendo uma porcentagem mínima exigida pelo município.

A solução, além de paisagística e ecologicamente correta, melhora o escoamento de água de enxurradas e equilibra a temperatura da casa. Agora os moradores interessados terão que realizar os projetos conforme as especificações da prefeitura.

Nós, aqui da CONTI outra, enviamos os nossos parabéns pela iniciativa!

Imagem de capa meramente ilustrativa: shutternelke/shutterstock

Entenda o que é recalque e a psique de pessoas recalcadas

Entenda o que é recalque e a psique de pessoas recalcadas

O recalque  é uma das bases fundamentais da psicanálise, que constitui em um mecanismo da psique que envia para o inconsciente emoções, pulsões e afetos que são vistos como repulsivos para determinadas pessoas.

Freud caracterizou o recalque  como um processo em que alguns sujeitos procuram manter  ao nível do inconsciente várias memórias, que emergem no esquecimento, reprimindo de modo temporário os conflitos causadores de angústia. Mas tais recalcamentos são capazes de entrar em choque com a visão que as pessoas têm de si mesmas e nas suas relações com o mundo.

Quando se fala que existem pessoas recalcadas, significa que elas estão descontentes sobre certos assuntos ou situações, policiando esses conteúdos que ficam sempre voltando, empurrando-os para dentro emoções que estavam quase saindo.

De modo literal, pessoas recalcadas são aquelas que, frequentemente, calcam os seus desejos e tiram conclusões erradas, apoiadas em suposições quando sentem perigos contra si e seus valores. É por isso,  que os recalcados buscam ganhar algum tipo de prazer através de sinais do  inconsciente, como os  sonhos, os  atos falhos ou os sintomas neuróticos.

Sempre que os recalcados se deparam com gente liberando, livremente, os seus desejos, a primeira coisa que fazem é reprimir os outros, falando mal de todos, pois eles têm inveja e uma necessidade doentia de reconhecimento.

Portanto, são homens e mulheres frustrados e com enormes dificuldades de conectar com seus próprios sentimentos, fazendo de cada momento da vida, um eterno sofrimento.

Um exemplo é a paciente de Freud, Dora: uma jovem burguesa da era vitoriana, que se casou virgem, mas seria deplorável para ela se imaginar fazendo felação no amigo do seu pai. Esse desejo não se ajustava à imagem de moça pura que ela deveria ser. Então, Dora recalca essa fantasia, passando a sofrer de tosse nervosa e falta de voz.

Hoje existem inúmeros casos, que são visíveis nas redes sociais e no cotidiano, onde temos que estabelecer relacionamentos por questões familiares, sociais e profissionais com recalcados, que apresentam os seguintes recalcamentos:

  1. Baixa autoestima, isolamento ou autopunição;
  2. Raiva de ser contrariados por algum assunto, que não gostam de ouvir;
  3. Não aceitam ser visto abaixo de ninguém e desvalorizam os outros;
  4. Fogem para não ser julgados e não aceitam críticas;
  5. Atacam os outros apontando seus defeitos com exageros.

O recalque, muitas vezes, é comparado equivocadamente com à inveja, por apresentar aspectos similares. Porém, são sentimentos que operam no inconsciente e no consciente dos recalcados com intensidades diferentes. Enfim, os recalcados necessitam de ajuda terapêutica para direcionar a sua energia para si mesmos, na busca de conseguir e melhorar qualidades que gostariam que fossem suas, e com isso deletariam, definitivamente, do seu inconsciente os sintomas neuróticos do recalque.

Imagem de capa: Air Images/shutterstock

Não é de repente que o amor nasce ou morre

Não é de repente que o amor nasce ou morre

Amar vem depois do conhecer, do conviver, do se mostrar. Desamar vem depois do tentar, do resistir, do sofrer, do esperar.

Ninguém acorda e decide que, a partir daquele dia, está amando fulano ou sicrano. O amor é construção, é luta, é entrega, apoio, é arroz-feijão, no cotidiano em que a vontade de ficar junto supera todo e qualquer entrave nesse percurso. E o amor também morre. Desamar é desconstrução. É desistência paulatina, demorada, dolorida. Da mesma forma, ninguém acorda e decide, a partir daquele dia, não mais amar fulano ou sicrano.

O amor demora a se firmar porque se antecede pela paixão, que inicia o encontro entre duas pessoas. Primeiramente, somos atraídos pelo que o outro tem de bom e de agradável e idealizamos um romance de cinema junto com ele. O tempo, como sempre, acaba mostrando as verdades, o que era, o que não era, o que nunca foi, e vamos concedendo e nos ajeitando, para acomodar o amor na nossa vida e em nosso coração, entendendo que, apesar das imperfeições, o parceiro é nosso porto seguro.

Deixar de amar é demorado, porque nós relutamos em desistir daquilo em que depositamos tanto de nós, daquilo com que sonhamos a vida toda. A gente se entrega, é verdadeiro, compartilhando tudo o que somos e temos, de maneira clara e límpida, e então fica difícil aceitar que não vinha nada do lado de lá. Dói ver o nosso melhor sendo ignorado e desvalorizado. Dói tomar a decisão de romper com o que tomou tanto tempo e tanta força da gente. Dói e demora.

É de se estranhar, por isso, a perplexidade de muitos, quando o parceiro toma a decisão de romper, como se aquilo fosse algo repentino, sem razão, como se nada tivesse acontecido para aquela atitude estar sendo tomada. Isso só comprova o quanto aquela pessoa que ficou surpresa ignorava o parceiro, o quanto ela deixou de olhar para o lado, de ouvir o outro, de perceber que havia alguém ali precisando de carinho, atenção, de comprometimento afetivo. Mas então já é tarde.

Como se vê, não é de repente que o amor nasce ou acaba. Amar vem depois do conhecer, do conviver, do se mostrar. Desamar vem depois do tentar, do resistir, do sofrer, do esperar. Ambos levam tempo. Caso não estejamos abertos a tudo o que o amor requer, ele não entrará em nossos corações. Caso ele entre, mas não encontre terreno fértil, semeadura afetiva, vontade de lutar junto, então o amor não fincará raiz alguma e se diluirá em meio ao vazio sem reciprocidade. Desse jeitinho.

Imagem de capa: Maksim Toome/shutterstock

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