Liberdade é se livrar do que faz mal

Liberdade é se livrar do que faz mal

Fala-se muito em liberdade, hoje em dia, ainda mais por estarmos vivendo cada vez mais presos a tarefas, a serviços, a regras de como viver, como aparentar, como ser feliz. Ditam-se normas e modelos a serem seguidos, atrelados ao consumismo que confere status e à necessidade de se estar em um relacionamento, para que a felicidade plastificada possa ser estampada pelas redes sociais.

Na verdade, liberdade a gente conquista e sente intimamente, quando consegue se afastar do que faz mal, do que aprisiona nossa capacidade de ser feliz. Triste é viver uma vida pela metade, uma vida que parece não nos pertencer, por medo de nos lançarmos em direção aos nossos sonhos de vida, ao encontro de tudo o que alimenta as batidas de nossos corações.

Liberdade é conseguir manter aquilo em que se acredita, a despeito das contrariedades e dos nãos que se enfrentam por conta disso. É não deixar de manter firmes as convicções que sustentam os passos da jornada, seguindo sempre em frente, mesmo que doa, mesmo que desacreditem, ainda que desencorajem de todas as formas possíveis.

Ser livre implica aceitar-se exatamente como se é, não se importando com os ditames de modas e estilos, vestindo o que é confortável, ouvindo a música que agrada, frequentando os ambientes que trazem conforto e acolhimento. Liberdade tem a ver com o ir e vir leve, solto e sorridente.

Liberdade é sabermos exatamente o que não deve fazer parte de nossas vidas, tendo certeza de quem deve cair fora, de quem não nos merece e não ficará nunca por perto. É conseguir sair de relacionamentos falidos, de amizades insossas, de empregos desumanos, antes de sermos esmagados pelo peso de uma infelicidade que não nos pertence.

Pessoas livres não têm medo da dor, não temem sofrer, pois conseguem enxergar o horizonte, o que vem depois da escuridão. Isso é esperança, fé, certeza de que recomeços podem vir todos os dias. Mesmo que sofram, que sejam julgadas, que percam e se percam, entendem que o tempo trará novas possibilidades e oportunidades.

Portanto, liberdade não cai do nada no colo de ninguém; conquista-se, luta-se por ela, atravessando barreiras e temores, enfrentando julgamentos e dores. Ser livre é um dos maiores prazeres da vida, simplesmente porque quem é livre já conseguiu expulsar de sua vida tudo e todos que a tornavam menos digna, menos vivida.

Imagem de capa: Look Studio/shutterstock

Se você maltrata uma mulher, não homenageie as demais.

Se você maltrata uma mulher, não homenageie as demais.

Em meio a essa infinidade de mensagens fofinhas que recebi e vi nas redes sociais, me peguei pensando nas milhares de mulheres espalhadas por esse planeta. Me dei conta de que, nesse exato momento, existem mulheres angustiadas diante do peso de serem pais e mães de seus filhos. Só quem cria um filho nessas condições saberá entender essa angústia.

Não é fácil olhar para um filho e vê-lo crescendo amputado emocionalmente pela ausência do afeto e da referência paterna. Principalmente quando essa mulher teve o melhor pai do mundo. Ver uma criança órfã de pai vivo dói e causa muita indignação.

Nesse exato momento, alguma mulher está recebendo um telefonema da escola do filho informando que ele não está bem e que apresenta sérias alterações no boletim e no comportamento. E essa mulher, talvez em pleno expediente do trabalho, não vai poder ir ao colégio do filho pois não pode dar motivos para perder o emprego, que, embora a escravize e pague uma miséria, é tudo o que ela tem para, ao menos, se alimentar com o básico. Há, também, aquelas que estão no trabalho pensando no filho pequeno que ficou doente em casa, queimando de febre, na companhia de irmãozinho. Imaginem o grau de angústia dessa mãe

Essa mesma mulher, provavelmente, foi ao banheiro chorar. Ela não tem com quem contar, o pai da criança é completamente ausente. Ela está a tempo de enlouquecer, cansada, exausta, sem tempo nenhum para cuidar de si. Ela carrega o mundo nas costas, mas isso é indiferente aos olhos da sociedade. Além de tudo, ela tem que lidar com um monte de dedos que a apontam como irresponsável por ter engravidado solteira ou por não ter sido “sábia o suficiente para edificar o lar e manter o casamento”. Por onde anda o pai das crianças? Não se sabe ao certo, mas, muito provavelmente, ele parabenizou muitas mulheres hoje pelo dia delas.

Essa mulher trocaria todas as felicitações que recebeu no whatsapp por alguma atitude prática, algo que realmente fizesse a diferença na vida dela. Quem sabe, alguém que dissesse: olha, quando você não puder ir à reunião do seu filho, eu irei, se eu tiver livre. Ela está se arrastando de tanto cansaço, de tanta dor na alma, de tanta insegurança, de tanto receio, de tanto medo do futuro. Ela tem medo de não dar conta de tanta responsabilidade que ela acabou assumindo sozinha. Ela não as assumiu porque é forte, ela as assumiu porque não teve outra alternativa.

Essa mulher não quer flores, não quer mensagens, não quer bombons, não quer nada disso. Ela só quer sentir que existe alguém nesse mundo que poderia estender-lhe a mão quando ela precisar.

As palavras, o vento leva. São as atitudes que fazem realmente a diferença.

Agora, pare e pense: há algo que você possa fazer de positivo por alguma mulher que faça parte do seu convívio? Se você é pai, tem dado assistência aos seus filhos ou finge que eles não existem? Pois é, caso você seja o responsável por algum sofrimento no cotidiano de uma mulher, não perca o seu tempo parabenizando as demais. Pense apenas que você poderia estar amenizando o sofrimento de uma e não o faz.

Sei que o texto é áspero, mas, nutro a esperança de que ele inquiete alguém, uma alma que seja, e que surta algum efeito. Textos fofinhos sobre o dia das mulheres, existem centenas circulando pela internet. Contudo, não consegui fazer nada poético sobre o tema.

Imagem de capa: tomkawila/shutterstock

4 coisas que os avós fazem pelos netos melhor do que qualquer outro membro da família

4 coisas que os avós fazem pelos netos melhor do que qualquer outro membro da família

Todos nós sabemos que não existe regra absoluta e que, assim como nem todos pais ou mães são pessoas boas, os avós também podem deixar a desejar. Entretanto, se pensarmos de maneira social e histórica no papel dos avós ao longo da existência humana, entenderemos que eles têm o seu lugar ao sol junto aos netos e aos benefícios que trazem.

Abaixo, seguem 4 coisas que os avós fazem pelos netos e que dificilmente outros membros da família farão com tamanha excelência:

1- ATENÇÃO DE QUALIDADE

pelo falo de estarem em outra etapa de suas vidas, os avós normalmente possuem mais TEMPO para dedicar aos seus netos. Eles também estão livres dos deveres e responsabilidades diretos da maternidade e da paternidade e por isso ficam disponíveis para direcionar uma atenção de maior qualidade para atender e suprir as necessidades dos netos nas mais variadas esferas, sem tantas responsabilidades com limites. E fazem isso com muito amor.

2- TRADIÇÃO E IDENTIDADE

eles são os contadores de histórias da família. Sabem explicar quem é parecente de quem e o que os seus pais faziam quando eram pequenos. Eles mostram álbuns de fotografia e falam de outras épocas com brilho nos olhos. Por serem mais velhos, também se tornam mentores, pois transmitem seus conhecimentos sobre a vida. Eles contam como tudo aconteceu e nos mostram como nós pertencemos e somos parecidos com tudo aquilo.

3- DIVERSÃO

os avós são do tempo em que criança construía seus próprios brinquedos. Alguns deles até sabem brincadeiras antigas e as ensinam para os netos. Com eles, até na hora de brincar, os netos também aprendem que o tempo não precisa ser tão rápido e que as pessoas podem viver em ritmo diferentes.

4- SEGURANÇA E CARÁTER

Todo mundo sabe que os netos podem fazer tudo o que querem, menos o que os avós não deixam. Sendo assim, os avós se esforçarão para serem exemplos, mas também para serem responsáveis dando bons exemplos. Suas presenças trarão conforto e encorojamento. Eles estarão lá quando o clica com seus pais não estiverem bom ou até se eles se separarem. Avós são âncoras afetivas.

Imagem de capa: StockLite/shutterstock

Método genial ensina pais a estimularem a leitura dos filhos

Método genial ensina pais a estimularem a leitura dos filhos

Afetividade, tempo, interatividade, critividade e curiosidade. Quando amamos, sem que percebamos, desenvolvemos meios para abranger toda essa lista, pois dividimos o nosso tempo e, com o tempo, passamos a interagir, criar, nos afeiçoar cada vez mais e instigar quem está conosco. Afinal, permanecer junto exige muita criatividade. E os pais que amam seus filhos sabem bem disso!

Na Itália, uma mãe fez o maior sucesso na internet quando divulgou uma maneira de incentivar a leitura de seus filhos que estavam passando tempo demais só na internet. A ideia foi tão boa que viralizou no mundo tornou um belo exemplo a ser seguido:

Segue a proposta:

Querido pai, querida mãe,

Com que frequência você censurou seus filhos por terem passado muito tempo na internet ou nos games? Algo como:

“Em vez de se sentar com os olhos colados ao seu celular, por que você não lê um livro legal! Os livros são os objetos estranhos que você pode encontrar na biblioteca”.

E então as queixas e discussões começam.

Os smartphones envolvem completamente os jovens… são onde as crianças entram nas mídias sociais e conversam com os amigos. A conexão wi-fi é sua chave mágica para a felicidade.

Se você está procurando uma maneira inteligente de aproximar seus filhos da leitura e tirá-los do WhatsApp, veja o exemplo desta mãe engenhosa que encontrou uma maneira original de educar seus filhos sobre como usar a internet com sabedoria. Sua ideia, que tornou viral na web, também foi relatada na edição italiana do Huffington Post:

“A senha do wi-fi desta semana é a cor do vestido de Anna Karenina no livro… Eu disse o livro, não o filme!! Boa sorte! Mamãe”, ela escreveu em um pedaço de papel.

A única maneira que seus filhos (em idade escolar) poderiam encontrar a senha para a conexão à internet era lendo o livro de Tolstoi.

Não é ruim quando um truque faz as crianças se apaixonarem pela leitura e isso faz obter o seu wi-fi muito desejado se a resposta for correta!

O destino final é a experiência de navegar pela literatura, mas uma pequena caça ao tesouro em uma obra literária é uma ótima maneira de eles começarem.

E quem não gosta de caça ao tesouro?

A propósito, você já leu Anna Karenina?

Ou seja, para se conectarem a internet, os pequenos precisam ler um livro e desvendar o enigma da senha.

Se os pais tiverem bom senso na escolha de leituras, isso certamente pode funcionar.  Vamos tentar?

Editorial CONTI outra. Imagem de capa:  Haywiremedia/shutterstock

Colírio que cura miopia e danos nas córneas foi desenvolvido e já está patenteado por israelenses

Colírio que cura miopia e danos nas córneas foi desenvolvido e já está patenteado por israelenses

A visão é um de nossos principais sentidos. Ela é porta de entrada para grande parte das informações que assimilamos ao longo de nossas vidas. Logo, tê-la prejudicada, ou mesmo perdê-la, costuma ser um obstáculo.

Como exemplo, vejam algumas imagens dos fotógrafos Kevin Burg e Jamie Beck que criaram a série animada que chamaram de “Vendo New York – através de minhas lentes Giorgio Armani’ (‘Seeing New York – through my Giorgio Armani lenses’), onde mostram sua percepção da realidade através das lentes.

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A pesquisa

Sabendo da importância social e interacional da visão, uma equipe de cientistas israeleses da Universidade Bar-Ilan e do Centro Médico Shaare Zedeke  desenvolveu um colírio capaz de reparar danos nas córneas e miopia. O colírio já foi patenteado e recebeu o nome de “nanodrops”. Seu uso, segundo informa a publicação de The Jerusalem Post promoveria o reparo gradativo dos problemas oftálmicos relatados sem a necessidade de intervenção cirúrgica.

Dr. David Smadja, que é um dos médicos responsáveis pelos estudos,  relatou que ainda não existe um tempo previsto para os resultados definitivos, mas acredita que a almejada comprovoção dos estudos causará uma revolução nos tratamentos que temos hoje disponíveis.

Segundo a publicação americana da revista Good News Network e do Blog brasileiro referência em boas notícias, Razões para Acreditar, os resultados iniciais das pesquisas em animais foram tão satisfatórias que agora é uma questão de tempo para que os testes em humanos sejam realizados e o produto fique cada vez mais próximo da comercialização.

Estamos aguardando e torcendo por bons resultados. Afinal, agora sabemos que tem gente trabalhando para facilitar a nossa vida!

Editorial CONTI outra. Imagem de capa: Por Nomad_Soul/shutterstock

Amor é uma questão de cuidado…

Amor é uma questão de cuidado…

Podemos disfarçar, fechar os olhos, distrair a própria vontade, mas a verdade é que sempre sabemos quando um amor chega ao fim.

Sabemos que nenhum amor acaba de repente. É aos poucos que o interesse vai se perdendo, o respeito dando lugar às grosserias e o companheirismo virando obrigação. O fim é apenas a sentença.

Ninguém acorda, do nada, e diz “não te amo mais”. Antes de qualquer fim, tem o cansaço. A gente cansa de compreender, de discutir, de avisar. Cansa de tentar arrumar a alma, de fazer carinho, de olhar nos olhos. O amor acaba das mais diversas formas e, nem sempre, o motivo é palpável.

O riso fácil não é mais espontâneo, o tempo dedicado à relação já não existe e os olhos já não sentem atração. Amor acaba quando a demonstração de afeto dá lugar às constantes desculpas, quando não há cuidado com as palavras ou quando a companhia vira angústia. Assim acaba o amor: no descuido do que é essencial e na valorização do supérfluo.

Por mais que fechemos os olhos para a verdade, sabemos que nenhuma relação sustenta-se sem amor. Guimarães Rosa, em Grande Sertão Veredas, dizia que “só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura”.

As pessoas parecem não entender que o comodismo cega. Confundem “amor tranquilo” com “amor acomodado” e esquecem que, assim como a Arte, o amor precisa de criatividade para permanecer.

Não é preciso jantares afrodisíacos, declarações em outdoor, nem tatuagem com o nome da pessoa amada. O que o amor exige é cuidado com os (básicos) detalhes da vida cotidiana.

Arrume um tempo para as mensagens inesperadas, mande flores sem motivos, perdoe sem condições. O que pode não fazer sentido hoje, pode salvar a relação amanhã.

Não negligencie o amor, a conta sempre vem. Seja capaz de amar sem medidas, demonstrar sem plateia e respeitar incondicionalmente. Amor, meu bem, é uma questão de cuidado.

Imagem de capa:4 PM production/shutterstock

Eu tenho a honra de encontrar você!

Eu tenho a honra de encontrar você!

Estava vendo um filme alemão na TV, rodado na Baviera, onde se fala um dialeto regional. Lá, quando alguém se despede, não diz “Auf Wiedersehen!” ou “Tchüss!“, como no resto da Alemanha. Lá se diz “Servus!” (que é ótimo para estrangeiros, pois é fácil de pronunciar), mas se diz também “Habe die Ehre!”, que significa “Eu tenho a honra”. Tanto “Servus!” como “Habe die Ehre!” podem ser ditos ao chegar como ao se despedir.

No filme, dois homens se encontraram e se cumprimentaram com “Habe die Ehre!”. Eles conversaram por um longo tempo e, ao se despedirem, disseram novamente “Habe die Ehre!”.

Fiquei pensando sobre isso. É uma forma bonita de se saudar e se despedir. “Eu tenho a honra de encontrar você!”, “Eu tive a honra de encontrar você!”. É uma maneira de dizer ao outro que ele é estimado e respeitado (mesmo que as pessoas nem sempre pensem no significado dessas palavras ao dizê-las). São palavras gentis.

Identifiquei-me com “Habe die Ehre!” porque é assim que costumo encontrar as pessoas.

Ser gentil não é questão de ser politicamente correto nem de mera formalidade social. É muito mais uma questão de ser humano, um ser social, que precisa das pessoas à sua volta e que por isso precisa honrá-las para assim honrar a si mesmo, já que cuidar bem de suas relações é cuidar bem da própria necessidade humana de ter a companhia de outros humanos e não viver isolado.

Seria tão bom se não desaprendêssemos a nos respeitar mutuamente, mesmo em momentos críticos, em fases duras da vida, mesmo quando a discussão é cerrada, a tensão à nossa volta aumenta e os histéricos já ensaiam entrar em pânico.

Precisamos ter cuidado para não perdermos um dia esse dom tão lindo que temos de viver em grupos sociais, de sermos capazes de nos relacionarmos pacificamente com nossa própria espécie e de superarmos os obstáculos da vida juntos, unindo nossas forças e nossas ideias.

O problema é que muita gente anda rude, a hostilidade, a grosseria e a falta de respeito e boas maneiras só parecem aumentar. Os rudes, porém, não são a maioria, disso estou convicto. Os rudes só são mais barulhentos e chamam mais a atenção. Mas, mesmo como minoria, eles são perigosos porque polarizam e atrapalham assim nossas relações.

Gente insegura, assustada com o barulho dos rudes, termina se deixando instrumentalizar, o que faz com que a grosseria cresça ainda mais e o resultado é essa grande falta de empatia e respeito que vemos por aí atualmente.

Não precisamos disso. E isso não nos faz bem! O que precisamos é despertar, sim, acordar e perceber o óbvio: se os rudes são uma minoria barulhenta, eles só incomodam porque uma maioria gentil anda calada. Sim, é isso mesmo: andamos nos calando perante a grosseria, dando espaço para que os rudes se espalhem e façam ainda mais barulho.

Peço aos gentis que não se calem, pois precisamos de palavras gentis. Precisamos de gente que honre o outro, mesmo quando o outro é difícil, mesmo quando a situação é complicada, mesmo quando muitas coisas incentivam a pagar grosseria com a mesma moeda. Precisamos de gente que entende que perder o respeito pelo outro, por sua dignidade, reagindo então com a mesma grosseria, não é somente desonrar o outro, mas também a si mesmo.

Não tenha medo de ser gentil, não tenha medo de honrar o outro ao encontrá-lo, mesmo que ele seja grosso, mesmo que você não goste dele, mesmo que queira manter uma distância saudável daquela pessoa. Não somos obrigados a gostar de ninguém, podemos discordar de opiniões e não temos que conversar com todo mundo, mas, quando o fazemos, quando entramos em contato com o outro, seja de que forma, o respeito é intocável, inviolável e deveria valer sempre e para todos.

Se um rude cruzar seu caminho, lhe tratar mal e faltar com respeito por sua pessoa, não aceite, diga isso a ele, mas diga com gentileza. O resto depende então do outro: se ele estiver aberto ao diálogo e disposto a se comunicar de forma respeitosa, tudo bem, prossiga gentil. Mas, se ele reagir com grosseria, rejeitando o diálogo civilizado, despeça-se cordialmente e se afaste, pois a gentileza é um presente que não devemos desperdiçar com gente que insiste em ser grossa e não está interessada em um outro nível de comunicação. Se afaste, mas sem ser grosso, pois, assim, você não estaria sendo diferente de quem lhe tratou com grosseria.

Nunca esqueça: gentileza gera gentileza!

O importante é cuidar da própria gentileza, respeitando o outro e também a si mesmo, sem se deixar contaminar pela grosseria dos rudes, já que a gentileza é a base que segura nossos relacionamentos em um nível saudável e respeitoso. Seja gentil e a gentileza à sua volta aumentará. Seja grosso ou se cale diante da grosseria e os rudes vencerão!

Vamos ser então gentis, pois é nossa gentileza que cicatriza muitas feridas causadas pela grosseria que vemos por aí.

“Habe die Ehre!“, prezado leitor ou prezada leitora. Foi uma honra encontrar você.

Imagem de capa:Tatiana Bobkova/Shutterstock

6 motivos surpreendentes para assistir o filme “Pequena Grande Vida”

6 motivos surpreendentes para assistir o filme “Pequena Grande Vida”

Dirigido por Alexander Payne e protagonizado pelo galã Matt Damon, o filme “Pequena Grande Vida” (Downsizing) surpreendeu-me em diversos aspectos que vão do humor nada convencional e tragicômico à crítica a diversos esteriótipos sociais da atualidade.

No enredo, devido a evolução científica, as pessoas passam a ter a opção de diminuir de tamanho, ficar com 13 cm de altura, e viver em pequenas comunidades ao redor do mundo.

Se o primeiro terço do filme se arrastou no que parecia um filme de sessão da tarde enfadonho e sem graça, o segundo momento deu abertura para uma explosão de reflexões sociais.  Ou seja, se você também achar o começo do filme chato, espere mais um pouco! E, o contrário é verdadeiro, se você gostar da primeira parte, a chance de não gostar da segunda é bem grande porque o estilo muda.

Abaixo, listo uma série de motivos relacionados ao comportamento humano que me fizeram gostar desse filme e indicá-lo para vocês:

1- Nem sempre as “causas sociais” que alegamos são as verdadeiras razões de nossas escolhas.

A ideia de uma grande mudança é atraente quando nos cansamos de nossas vidas. Viagens habitam nossos sonhos. Queremos morar em lugares diferentes e conhecer coisas novas. Sempre existe uma ilusão de que a felicidade está em um lugar além do que conseguimos alcançar hoje. Ainda existe a ideia de que quem tem mais é mais feliz. E isso não foi diferente para o protagonista do filme e sua esposa. Logo, quando surgiu um o convite para mudança com uma proposta sedutora- e que disse o que eles queriam ouvir- eles foram imediatamente iludidos. Vendia-se a ideia de que o encolhimento seria ecologicamente correto (ideia socialmente bem vista), mas logo no início percebíamos que as pessoas queriam era fugir das suas rotinas.

2- A insatisfação humana persiste independente das mudanças que façamos hoje.

O ser humano mantém-se em movimento pelo desejo que carrega dentro de si. Ele quer coisas novas, lugares e experiências diferentes. Depois da mudança e do período de adaptação, os problemas anteriores, que são levados junto com a pessoa em sua essência, permanecem. Outro ponto interessante é que as pessoas responsáveis pelo encolhimento não perdem o delírio de final apocalíptico do mundo- crítica aos movimentos radicais com os quais, de vez em quando, nos encontramos por aí.

3- As pessoas queriam ser menores para consumir mais e ter mais

A venda do processo do encolhimento traria uma possibilidade quase infinita de consumismo através do aumento do poder de compra. O filme satiriza essa situação humana com bastante ênfase. O dinheiro valeria muito mais e compraria muito mais. Comprando mais as pessoas seriam muito mais felizes….mas a coisa não é bem assim.

4- A oportunidade de ver a atuação da atriz  Hong Chau no papel da  faxineira vietnamita refugiada Ngoc Lan Tran

Ngoc Lan Tran é uma ativista refugiada que teve sua perna amputada. Sua entrada no filme é triunfante com momentos de humor.- inclusive humor negro. É ela que indica ao nosso protagonista, através de suas ações, que a vida precisa de um sentido e que existe uma beleza humana que está muito além da aparência externa.

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5- A exclusão social, oportunismo e conflitos nos acompanham por onde formos, pois estão na essência humana.

O filme mostra que a ideia de que existe um lugar perfeito e administrado com excelência é mais fruto das nossas expectativas do que da realidade. Uma vez que as pessoas estão na comunidade, suas personalidades e traços de carater vão com elas. E, como vocês poderão ver, nem sempre essas características são as ideais.

6- A vida, independente de nosso tamanho e posses, só tem razão de existir quando encontra um propósito.

A felicidade, dentro do enredo, só será encontrada quando o mundo for visto como ele realmente é. O homem, lá inserido, só achará razões para viver e voltar a ser feliz, quando nesse mundo tiver uma contribuição que justifique sua existência e auxilie na existência dos outros.

Eu adoraria saber a opinião de vocês sobre o filme. Qual parte mais gostou? Ou, se não gostou? Por que não gostou?

Lembrem-se sempre que esse é um espaço de discussão onde não existem donos da verdade. Estamos aqui para trocar informações e formarmos nossas próprias opiniões.

Imagens: reprodução

Por trás da raiva constante geralmente também está a arrogância

Por trás da raiva constante geralmente também está a arrogância

Atrás da raiva constante geralmente se esconde a arrogância. São perfis que precisam sempre ter razão, não toleram ser contrariados ou corrigidos e também são vítimas constantes de sua própria frustração. Assim, é importante ressaltar que por trás da arrogância encontramos o narcisismo, formando um tipo de personalidade muito desgastante.

Dizem frequentemente que o arrogante jamais reconhecerá seus “pecados”. Não fará isso porque seu nariz está tão perto do espelho que nem sequer pode ver a si mesmo. No entanto, estamos tão acostumados a esse tipo de presença ao nosso redor que quase sem perceber, estamos normalizando o narcisismo e a arrogância. Nós os vemos nas elites políticas, vemos em nossas empresas e vemos inclusive em uma parte das novas gerações.

“É mais fácil escrever contra a arrogância do que vencê-la”.
-Francisco de Quevedo-

Todos estes perfis, aparentemente tão diferentes entre si, mostram algumas características em comum. Não importa a idade, são pessoas “que sabem tudo”, ninguém pode ensinar nada ou mostrar qualquer coisa porque “possuem um grande conhecimento de vida”. Além disso, são caracterizados por deixar as necessidades dos outros para segundo plano, e por sua vez, possuem a maturidade emocional de uma criança de 6 anos de idade.

Desta forma, aqueles que lidam diariamente com eles já estarão familiarizados com sua raiva constante. Eles têm “pele muito fina” e o orgulho muito alto, nós sabemos, então ao mínimo “descuido” já perdem o controle e mostram comportamentos como parar de falar conosco por um tempo ou simplesmente cair em desânimo por se sentirem contrariados em algum pequeno e insignificante fato…

A raiva constante e o que está sob essa maquiagem

A arrogância não deixa de ser um traje. Um disfarce de porco-espinho que atua como barreira defensiva para não permitir que ninguém perceba os medos, as falhas de caráter e fraquezas que carregam. Desta forma, se alguém me disser que eu devo ser mais paciente e levar as coisas com calma, não vou hesitar em me colocar em guarda e levantar meus espinhos (eles questionaram meu bom trabalho). Também não interessa que essa pessoa tenha feito o comentário com boa fé: irei tomá-lo como uma afronta.

A autoestima neste tipo de perfil é muito baixa. No entanto, esse sentimento de inferioridade muitas vezes se transforma em fonte de agressão; uma catapulta carregada de raiva, despeito e amarga frustração. A necessidade de estar acima de todos em qualquer situação, circunstância ou contexto forma essa “falácia de autoridade”, onde ninguém deve desacreditá-los. Contrariá-los, mesmo de modo insignificante, se torna um insulto.

Nesses casos, o orgulho é um sofisticado sistema de compensação. Assim, o mais interessante desses perfis é que geralmente este terno cheio de espinhos é forjado na infância como forma de ocultar as inseguranças. Mais tarde, torna-se uma maneira de reagir a problemas ou a desapontamentos. Ocorre porque a pessoa instrumentaliza a agressão e a arrogância como forma de marcar o território, como um caminho para se validar.

No entanto, o que eles realmente conseguem é criar distâncias e se mover em um círculo de relações superficiais.

O que fazer diante da raiva constante das pessoas que nos rodeiam?

Por trás da raiva constante há um claro problema de gestão emocional, autoestima e equilíbrio psicológico. Ninguém pode viver sob a crosta de uma raiva crônica; envolto em uma juba de leão e rugindo a cada duas ou três palavras. Se em nosso meio tivermos uma pessoa que constantemente apresenta esse comportamento, devemos ser claros: o problema não somos nós, não somos a causa de desconforto; o problema, na realidade, pertence a ele.

“Qualquer um pode ficar com raiva, é muito simples. Agora, ficar com raiva da pessoa certa, no grau exato, no momento oportuno, com o propósito justo e da forma correta, isso, certamente, não é tão fácil “.
-Aristóteles-

Quando a raiva se torna sua maneira de ser, nada crescerá ao seu redor. Mesmo assim, se sob essa pele a arrogância e a personalidade narcisista querem controlar tudo e encontrar um benefício em tudo, a melhor coisa que podemos fazer nesses casos é manter distância e não perder energia confrontando-os.

Porque o orgulho não se cura discutindo, e sim permitindo que o orgulhoso olhe para si mesmo no espelho e se livre da boca do leão e do seu traje de porco-espinho, pois sob todas essas peles estão suas fraquezas, seus recessos de vazio, seus labirintos de inseguranças e inclusive, por que não, até mesmo uma criança interior ainda assustada que continua a responder com raiva diante do que não lhe agrada.

A raiva constante, acreditemos ou não, é a ordem do dia na vida de muitos adultos. Vale a pena investir tempo, atenção e boas doses de carinho em nossos filhos. As crianças, desde muito pequenas, se frustam com frequência e nos dizem “agora estou com raiva e não vou mais ouvir”.

Gerenciemos bem estas situações, eduquemos de forma correta.

Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa

Imagem de capa:Olga Brik/Shutterstock

Quem dera a gente não sentir dor por perder algo importante

Quem dera a gente não sentir dor por perder algo importante

Outro dia assisti a um filme no Netflix e me encantei com uma das frases. Dizia assim: “Uma estrela cadente só dura um segundo, mas você não fica feliz de pelo menos ter visto?” E pensei que é assim mesmo. Algumas coisas duram pouco, ou duram muito menos do que a gente gostaria. Mas ainda assim, foi melhor elas terem existido (ainda que por pouco tempo), do que se elas nunca tivessem acontecido.

A vida é cheia de pontos finais. Num momento ou outro encerraremos um parágrafo e começaremos outro. Novas histórias estão prestes a ser escritas, e mesmo que haja dificuldade em virar a página, alguns ciclos se encerrarão independente de nossa vontade. Porém, alguns capítulos sempre terão suas linhas grifadas e sua folha marcada com um post it colorido, sinalizando que ali reside uma memória importante. Mesmo virando a página, alguns episódios permanecerão eternos. E por mais breves que tenham sido, serão como estrelas cadentes, que riscam o céu numa fração de segundo, mas nem por isso deixam de ter um significado especial.

Algumas coisas são faíscas, mas têm o dom de nos transformar. Como quando alguém lhe sorri no meio de uma multidão ou quando você identifica o choro do seu bebê dentre tantos outros. Seu corpo interpreta os sinais. Sua alma encontra reciprocidade. Sua hora coincide com a hora de alguém, e mesmo que essa sincronicidade dure apenas um lapso de segundo, você será grato. Grato por descobrir que, mesmo durando pouco, essa faísca despertou em você algo que você não sabia que existia. E isso por si só já é tão bonito e poderoso, que faz tudo, tudo mesmo, ter valido a pena.

Quem dera a gente não sentir dor por perder algo importante. Porém, deveria permanecer a alegria e a gratidão por esse algo importante ter feito parte de nossa vida, ainda que por um único segundo. Compreender que por alguns instantes fomos escolhidos para compartilhar um olhar, um sorriso, uma paixão ou mesmo a posse de algo que depois se perdeu, nos torna agraciados, abençoados, merecedores. Aquilo que se perdeu estava predestinado a um tempo curto, mas fomos escolhidos para usufruir desse tempo escasso, e fizemos o melhor que podíamos.

Lygia Fagundes Telles fala da saudade como “um vestido velho que tiramos do baú. Um vestido que não é para usar, só para olhar. Só para ver como ele era. Depois a gente dobra de novo e guarda, mas não se cogita em jogar fora ou dar”. Assim encaro as perdas também. A gente sabe que não pode mais usar aquele vestido, que não serve mais para a gente, que nunca mais vai servir. Mas a gente fica feliz por um dia ter tido o vestido. Por uma vez na vida ter cabido naquele vestido e rodopiado com ele numa noite estrelada. E mesmo que hoje as músicas sejam outras, e que os trajes sejam muito mais elaborados e bonitos, a gente ainda se lembra com carinho. E depois guarda de volta no baú. Pois entende, finalmente, que tudo na vida tem seu tempo, e que um dia seremos o vestido velho de alguém também…

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Você é uma pessoa carente de amor?

Você é uma pessoa carente de amor?

Lendo o livro incrível da escritora e palestrante americana Louise Hay chamado “O poder dentro de você”, fiquei encantado com um trecho no qual ela falava sobre os relacionamentos dependentes e o quanto as pessoas que são carentes precisam urgentemente se autoconhecerem e desenvolverem mais o amor próprio. O trecho dizia o seguinte:

“Existe uma grande diferença entre a necessidade de amor e a carência de amor. Se você se sente carente de amor é porque não está obtendo amor e aprovação da pessoa mais importante que existe para você nesse mundo: você mesmo. Ao se envolver em um relacionamento, você está dependendo de alguém para suprir essa carência, o que não resulta em nada de bom para ambos os envolvidos.

Quem precisa de alguém para se realizar é um dependente. Quem se apóia nos outros e não cuida de si mesmo é dependente. Eu, por exemplo, acreditei por anos a fio que não era criatura suficientemente boa e ficava procurando o amor e aprovação dos outros. Não gostando de mim, eu atraía parceiros que só me magoavam.”

Louise Hay

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Essas são palavras simples, mas de uma profundidade absurda. Leia-as com bastante carinho e recomendo que releia sempre que achar necessário.

Ela fala sobre algo que praticamente todas as pessoas têm, pelo meno enquanto ainda não amadureceram pra valer, que é a DEPENDÊNCIA AFETIVA.

Quero deixar bastante claro que a dependência emocional é algo natural quando se trata da nossa INFÂNCIA. Nessa fase da vida é absolutamente necessário receber amor e carinho das pessoas que cuidam desta criança, acima de tudo os pais.

Porém, à medida que nós vamos crescendo e amadurecendo, a vida nos coloca em novas dinâmicas e experiências, e essa dependência emocional não pode mais existir, porque se existir, só gerará desgastes e sofrimentos.

Por isso que recomendo tanto o autoconhecimento nos meus textos, porque somente através dele você poderá voltar lá na sua infância para entender de onde veio toda essa carência de amor.

Praticamente todas as pessoas que na vida adulta se tornam dependentes afetivas receberam pouco amor e carinho dos pais, e também por muitas vezes foram cobradas em demasia, foram muito exigidas e apresentados a realidades onde reinava a falta desse amor mais profundo, então tudo isso fica registrado no INCONSCIENTE dessas crianças, gerando assim muito medo de amar, medo de se entregar e medo de ter esse complemento do amor em outra pessoa.

Perceba o significado desta palavra, CARÊNCIA, ela vem do verbo “carecer”, que significa FALTA. Aquilo que falta em mim eu preciso SUGAR do outro, ROUBAR do outro.

Pode parecer duro colocar dessa maneira, mas boa parte dos relacionamentos são verdadeiros contrabandos, e sabe qual é esse contrabando? A ENERGIA da outra pessoa!

Se você não se ama profundamente você vai roubar a energia do outro, sugá-la! E esse processo fica se retroalimentando. Estou em poucas palavras resumindo para você o que é um relacionamento DEPENDENTE. Um suga a energia do outro de forma mútua. Nesse processo não existe um COMPARTILHAMENTO, como deveria ser a forma correta e equilibrada de se relacionar.

Eu gosto muito das palavras do Osho e ele sempre me inspira muito a escrever. Na sua visão de um iluminado, o amor profundo e verdadeiro é um COMPARTILHAMENTO. Eu tenho tanto amor dentro do meu coração que não posso retê-lo, não posso guardá-lo só para mim, muito menos dedicá-lo a uma única pessoa.

Esse detalhe final não vou me estender porque só esse tópico já daria outro texto imenso. As pessoas que mais sabem amar e amam com profundidade são aquelas que não restringem seu amor apenas ao namorado ou namorada, marido ou esposa, mas a todos os seres, à natureza, às pessoas que pedem ajuda, aos animais etc.

Vivemos em uma sociedade tão adoecida, que nos é ensinado que se eu amo e demonstro afeto com outras pessoas que não o parceiro sentimental estou traindo, estou desrespeitando, estou desvalorizando o amor… Já pensou que coisa estúpida? Estou escrevendo esse texto para mostrar para você como as coisas são de fato.

O amor é algo INESGOTÁVEL, quanto mais eu me amo, mais tenho amor para DAR aos outros. Isso é uma lei universal. A lei do DAR E RECEBER. Quanto mais eu amo, mais tenho capacidade de amar não só uma única pessoa, mas a humanidade inteira. Esse é meu desejo para você, que você busque crescer nesse amor, que transcende o amor de um relacionamento amoroso.

Você percebe que a chave de tudo é o AMOR PRÓPRIO? E esse amor próprio tem relação direta e profunda com o MERECIMENTO. Quanto mais eu me amo, mais eu sei que mereço alguém que compartilhe essa minha felicidade para torná-la ainda maior do que já é. Eu estou muito bem comigo mesmo, mas fico ainda melhor na presença da pessoa amada, entende?

É nessa hora que entendemos a questão da NECESSIDADE DE AMOR, que a Louise fala nesse trecho do livro. Ninguém nasceu para ser uma ilha, mas precisamos antes de tudo desenvolver o amor próprio, para só depois disso podermos compartilhar esse amor. Nós de fato necessitamos dos outros, mas sem jamais dependermos deles. Necessitamos dos outros para compartilharmos nosso amor e para EVOLUIRMOS através das diferenças de personalidade!

É assim que a vida funciona. Tudo pode ser muito mais simples se você se permitir que assim seja!

Concluo com esta indagação. Você é uma pessoa carente de amor? Medite sobre isso e desenvolva a partir dessa reflexão mais e mais o seu amor próprio e o seu merecimento desse amor profundo!

Paz e luz…

Imagem de capa: Kamil Macniak/shutterstock

Sua felicidade depende exclusivamente de você!

Sua felicidade depende exclusivamente de você!

Assim como a felicidade, o amor é um estado de espírito. Sentir-se bem, mesmo estando sozinho(a), tem sido um privilégio para poucos. Existem pessoas que ainda insistem na teoria de que precisam de um amor para encontrar a felicidade plena.

Assim como qualquer outro sentimento, a felicidade vem de dentro para fora. E não será outra pessoa que lhe trará felicidade. Acredite, isso depende exclusivamente de você.

Existe uma diferença gritante entre a palavra “solidão” e a palavra “solitude”. Solidão, é quando você se sente triste por estar sozinho(a). Já solitude, é quando você se sente bem mesmo estando sozinho(a). Muitas pessoas, confundem o significado dessas palavrinhas. Contudo, vamos falar sobre viver a solitude, encontrando razões para sermos felizes mesmo estando sozinhos.

Relacionar-se é maravilhoso. Viver ao lado de alguém feliz e compartilhar essa felicidade a dois, é indescritível, entretanto, o relacionamento não pode ser visto como única razão de sua felicidade. Antes de entrar em um relacionamento, você precisa sentir-se completo(a) mesmo estando sozinho(a). Não é o status que mudará seu estado de espírito, muito menos, sua forma de enxergar a vida e as coisas lindas que ela possui.

Somos o que pensamos, e o que pensamos, atraímos. Se você é capaz de sentir-se feliz mesmo solteiro(a), a vida colocará alguém que enxerga as coisas da mesma forma que você.

Entenda, relacionamento é complemento. Você só encontrará alguém para complementar, quando finalmente entender que estar solteiro(a) não é sinônimo de solidão. Uma vez que você compreende isso, você estará pronto para viver uma vida a dois.

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Imagem de capa: andrey_l/shutterstock

Dom Quixote e a arte de valorizar o que, realmente, importa

Dom Quixote e a arte de valorizar o que, realmente, importa

Dom Quixote não é uma obra comum. Um dos livros mais famosos e lidos do mundo apresenta a história de um homem capaz de enfrentar preconceitos, ofensas e julgamentos para viver os próprios sonhos.

Fosse apenas isso o livro não teria uma legião de fãs. O fato é que Cervantes, através de seus personagens Dom Quixote e Sancho Pança, escancara verdades que a sociedade tenta esconder para justificar a covardia dos próprios dias.

O enredo é conhecido: o protagonista da obra é Dom Quixote. Um pequeno fidalgo cujo passatempo favorito era a leitura de livros de cavalaria. Na sua obsessão, acreditava literalmente nas aventuras escritas e decide tornar-se um cavaleiro andante.

Suas viagens acontecem sob a alucinação de que estava vivendo na era da cavalaria; pessoas que encontravam nas estradas pareciam-lhe como cavaleiro em armas, damas em apuros, gigantes e monstros; até moinhos de vento na sua imaginação eram seres vivos.

Combatendo as injustiças, o personagem enfrenta situações penosas e ridículas, mantendo, porém, uma figura nobre e hilária. Ao final, Dom Quixote volta à razão, renuncia aos romances de cavalaria e morre como piedoso cristão.

Enredo apresentado, vamos ao que encanta na obra: os ensinamentos de Cervantes, através da amizade entre o famoso protagonista, Dom Quixote e seu fiel companheiro Sancho Pança.

Cervantes fez dos dois personagens os opostos que se completam. Enquanto o protagonista idealizava uma vida heroica, Sancho Pança tentava trazer o amigo à realidade. Segundo Cervantes, Pança era como “homem de bem, mas de pouco sal na moleirinha”.

Liberdade

Dom Quixote era um homem livre. Não se curvava às fatalidades da vida e não aceitava enxergar o lado ruim das coisas. Para ele, o sonho e a utopia eram a motivação para continuar a viver. Sabia que o oposto do entusiasmo era o autodomínio e não estava disposto a pagar esse preço.  “A liberdade, Sancho, é um dos mais preciosos dons que os homens receberam dos céus. Com ela não podem igualar-se os tesouros que a terra encerra nem que o mar cobre; pela liberdade, assim como pela honra, se pode e deve aventurar a vida, e, pelo contrário, o cativeiro é o maior mal que pôde vir aos homens (…). A liberdade, Sancho, não é um pedaço de pão”.

Gratidão

Dom Quixote teve sua sanidade colocada em xeque, já que na fala do próprio personagem a realidade se confundia com a ilusão: “à força de tanto ler e imaginar, fui me distanciando da realidade ao ponto de já não poder distinguir em que dimensão vivo”, seus sonhos julgados e sua filosofia de vida condenada à loucura, mas, em nenhum momento, limitou sua vida à opinião alheia. Era grato, doce e generoso.  “Entre os pecados maiores que os homens cometem, ainda que alguns digam que é a soberba, eu digo que é a falta de agradecimento”. (capítulo 58)

Amor

Sobre os temas da obra, o amor é mais discutido. Em forma de fortes paixões e com notas de simplicidade o sentimento se apresenta como a essência da vida: “nunca pense que seu amor é impossível, nunca diga “eu não acredito no amor”. A vida sempre nos surpreende”.

Imagem de capa:phatymak’s studio/shutterstock

Autocrítica: Por que somos tão duros com nós mesmos?

Autocrítica: Por que somos tão duros com nós mesmos?

Em geral, nosso pior inimigo é a gente mesmo. Somos incrivelmente duros e críticos conosco e ficamos o tempo todo nos cobrando por melhores resultados.

Por Karen Vogel

Estávamos trabalhando havia dois meses, Daniel (nome fictício) e eu. Suas emoções o desafiavam a ponto de pedir ajuda. Começamos a nos ver em sessões semanais de psicoterapia. E foi assim, em uma das conversas, que disse:

“Sempre penso que nunca está suficientemente bom o que faço, estou sempre me criticando por meu desempenho mediano. Até com você, me esforço para fazer boas análises, mas sempre saio sentindo que não está bom. O que eu faço não está bom”.

Ser duro consigo mesmo é algo familiar para muitos de nós. Temos uma tendência a nos distanciar de emoções como a raiva, o medo e a vulnerabilidade cobrindo-as com autojulgamento. E é assim que alimentamos um pequeno (ou grande) tirano que vive dentro de nós. Ele aparece exatamente quando estamos em sofrimento. Naquele exato momento em que mais merecemos acolhimento, e não crítica. E foi em um desses nossos encontros que sentamos, Daniel e eu, para conhecer mais sobre seu pequeno tirano interno. Visitamos momentos em que ele é realmente duro e frio. Percorremos exemplos de sua vida dos quais, ainda criança, lembrou de ter sido muito duro consigo mesmo, principalmente com as notas da escola. E foi em um desses dias que ele, carinhosamente, apelidou seu pequeno tirano de “Zé”. E se despediu de nosso encontro dizendo: “Vou levar o Zé para dar uma volta”. Nesse dia, Daniel começou a aceitar a existência de uma parte de si. E viu que poderia fazer, a partir dali, uma escolha: amá-lo ou odiá-lo. Daniel passou a ter consciência de quando está julgando a si mesmo e aos outros: “Olha o Zé aí de novo!”.

Um novo relacionamento

É assim que podemos começar um novo relacionamento com nós mesmos. Levar aceitação e compaixão para nosso tirano interno pode ser o caminho de início para uma nova relação conosco. Conhecendo aquela parte de que não gostamos, de que nos sentimos envergonhados ou raivosos em nós. Certamente nossos “Zés” aparecerão. E aí passaremos a conhecê-los, aprenderemos sobre seus hábitos e costumes. Reconheceremos neles, além da crítica e do julgamento, um instinto protetor. De alguém dentro de nós que não quer que a gente se sinta triste por nossas falhas, que se preocupa em ser melhor, em se desenvolver. Esse tirano salvou nossa pele em muitos momentos. Nos fez estudar para as provas, pois senão perderíamos o ano. Nos livrou de algumas broncas e castigos. Nosso desejo por amor, atenção, aprovação e aceitação está na base do que gostaríamos de vivenciar. Muitas vezes conseguimos isso através dos outros: um pai, uma mãe, um irmão, um grande amigo ou um cuidador. Mas muitos de nós temos feridas desse desejo não correspondido. Sedentos desse amor não recebido, sentimos mágoa, tristeza e raiva, pois não fomos compreendidos, amados e aceitos como somos. É assim que, através do auto- amor, reavaliamos nossas cobranças para que os outros nos amem, compreendam e aceitem. E esse “outro”, na maioria das vezes, está confuso e atarefado tentando resolver suas questões sobre a falta de amor e de aceitação que também não recebeu.

Amar a nós mesmos envolve completo perdão, aceitação e respeito por quem somos, sobre as partes bonitas que nos habitam e também as sombrias. Quando há autoamor, cuidamos de nós mesmos, honramos nossas limitações, estamos atentos às nossas necessidades. Desenvolvemos o mesmo carinho e cuidado que temos com um amigo querido. Como exemplo desse autoamor, podemos suavizar a nossa autocrítica quando erramos, cuidar da nossa alimentação, evitar ações que nos fazem mal ou prejudicam nossa saúde, ir àquela consulta médica que temos postergado, nos afastar de relacionamentos tóxicos ou evitar nos sabotar com ações inconsistentes com nossos valores. Substituiremos o velho e conhecido “eu não sou bom o suficiente”, “tenho que ser mais magro ou mais forte”, “preciso ser mais assim como ele”. As frases geralmente começam com: “tenho que”, “devo”, “é melhor que”. No entanto, a partir de agora, uma voz mais terna e amorosa toma lugar da antiga autocrítica. E é nessa hora que a compreensão de nossas limitações começa a emergir. Um entendimento sobre o quanto somos falhos e o quanto merecemos amor mesmo assim. A descoberta desse amor por si pode vir das maneiras mais improváveis: de uma busca incessante por um relacionamento, a partir do medo da rejeição, pelo medo de ser (novamente) abandonado. Ou de ser bonzinho para que o outro nos aceite. Percebemos essa busca desenfreada pelo outro e não percebemos que nos tornamos mendigos de amor, aceitação e compreensão.

Despertar do amor

Através do autoamor nos tornamos responsáveis por dar, a nós mesmos, todo amor, cuidado e apoio que buscamos no outro sem sucesso. Oferecemos aquele colo e aconchego que almejamos. Desenvolvemos cuidado e atenção por nós. E esse amor sempre esteve dentro de nós, esperando para despertar. Pesquisadores americanos estão em campanha para que as escolas substituam os programas de desenvolvimento de autoestima por programas de autocompaixão. Quando trabalham com a autoestima, eles observam um aumento da autocrítica e da competição. No programa de autocompaixão, o objetivo é suavizar a autocrítica e trabalhar com a cooperação do grupo. Quando estamos aprendendo sobre o autoamor, geralmente confundimos com autopiedade ou pena. É comum ouvirmos: “Mas se eu for doce e gentil comigo mesmo eu vou me acomodar”. Essa é uma dúvida comum. Apesar do autoamor, não deixamos de buscar melhorar e nos desenvolver. O que vai mudar é a forma de agir e de se autodesenvolver. As ações serão as mesmas, mas a voz interna é de encorajamento, de persistência carinhosa diante dos desafios. E foi parte desse processo de despertar que Daniel dividiu comigo em uma carta escrita para si mesmo. Ela dizia: “Você é a pessoa que acorda todos os dias comigo. Aquele que respira, anda e também com quem converso ou canto. Aquele que está comigo todo santo dia. É com você que adoeço, choro e divido as situações de raiva e as de alegria. Você é aquele que vai morrer comigo, aquele que me acolhe quando algo não sai como eu gostaria. Você é meu companheiro constante, minha casa e minha razão. Eu escrevo isso para você pois agora temos um ao outro. Você nunca mais estará só”

A The School of Life explora questões fundamentais da vida em torno de temas como trabalho, amor, sociedade, família, cultura e autoconhecimento. Foi fundada em Londres, em 2008, e chegou por aqui em 2013. Atualmente, há aulas regulares em São Paulo e no Rio. Para saber.

Karen Vogel é psicóloga e especialista em terapia comportamental. Atua como psicoterapeuta de adultos, adolescentes e casais com atuação em compaixão, aceitação e mindfulness. É professora da The School of Life e dá aulas regulares sobre Como Lidar com a Imperfeição; Amar a si Mesmo; entre outras.

Fonte: Vida simples

Imagem de capa: Nomad_Soul/shutterstock

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