Quero que saiba que, ao contrário dos aflitos amantes, não guardo mágoas por ter ido embora. Talvez você ache isso louco, mas entenda, o amor que surge para ficar, dificilmente encontra âncoras para impedi-lo de partir. Porque acima das diferenças comuns, o que faz dos amores preciosos, é justamente a liberdade serena na qual ele transcorre. O egoísmo de querê-la só pra mim em nada sobrepõe a vontade, a felicidade e os votos de vê-la sorrindo, onde for e com quem for.
Eu sei, é incômodo perceber tamanho desprendimento de você. Acredite, isso não é amar de menos. A partir do momento em que julgamos os relacionamentos como laços inquebráveis, destinados à eternidade, pouco conhecemos de nós. Pouco reconhecemos da outra parte. Sim, no início a reciprocidade deu um salto acolhedor. Não perdíamos abraços, não desperdiçávamos beijos e, muito menos, interrompíamos o enamorar construído por debaixo dos lençóis. E as conversas, planos, sonhos e outras tantas linhas benignas a dois, compartilhadas de benquerer. Éramos um divido em polos.
É importante também deixar claro que aprendi com você. Nos infinitos concebidos, tornei-me alguém melhor. Nos espaços deixados, chorei para cantar de novo. Acredito nessas trocas sublimes de conhecimentos e quereres. Independente do quanto durou, ou, do quanto deveria durar, você mudou tudo. Certamente existe saudade. Lamento? De modo algum. Seria mais uma mistura agridoce entre a ausência que provoca e o viver de um hoje solitário.
Por favor, compreenda, não guardo mágoas. Dos amores que partiram, dos amores que não puderam ou quiseram ficar – de você. Não carrego amores ressentidos a pisotearem diariamente na minha paz de espírito. A graça, se existir alguma, repousa na imprevisibilidade do descobrimento dos amores. Saber amar é deixar ir antes mesmo de querer ficar.
Já perdi as contas de quantas vezes dei tiros certeiros em meus próprios pés. E verdade seja dita, vivo vendo isso acontecer por aí com as melhores pessoas. Gente que se submete a empregos medíocres porque não confia na própria capacidade de arranjar coisa melhor. Gente que se apega a relacionamentos falidos ou desiste de amar porque não se acha interessante, porque se acha feio, porque tem medo de sofrer. Gente que engole uma vida sem tempero porque tem medo de se arriscar. E, sim, eu me incluo nessa história aí! Me incluo mesmo!
A gente vive é assombrado por fantasmas vestindo togas de falsa moralidade. Temos pavor de não sermos aceitos ou de não termos a permissão do outro para fazer parte de algum círculo secreto dos escolhidos. Ahhhh… mas isso aí de “escolhidos” não existe. Não. Não existe mesmo. Então, me explica, porque é que parece haver uma organização ilógica no universo que garante a tanta gente medíocre uma espécie de vida destinada ao sucesso? É sorte? Será então que tem mesmo gente que nasceu com a bunda virada para a lua?
E, quer saber… tem hora que eu quase acredito nisso. Quase. Aí, eu crio juízo – ou encontro algum – e volto a pensar com a cabeça fria. Acreditar que a nossa trajetória depende de sorte, é quase tão infantil quanto esperar ganhar algum dinheiro da fada do dente. Crianças podem – e devem – alimentar essas crenças nos poderes mágicos das coisas. E quem nos dera sermos crianças por mais alguns bons anos. Mas o tempo segue célere e a única saída é arranjar um jeito de acompanhá-lo. Ou, ficar sentado no chão, emburrado e resmungando.
Resmungar é tão eficiente quanto beber água salgada para saciar a sede. Não apenas é inútil, como também é perigoso. Resmungar nos impede de usar energia boa para virar o jogo, ou, pelo menos, evitar perder de goleada.
Além do mais, quem é que aguenta ficar ao lado de gente que passa a maior parte do tempo suspirando e reclamando da sorte? Por algum tempo, o “reclamão” pode até conseguir alguma audiência e mobilização do entorno para ouvi-lo e tirá-lo do buraco. Mas, não há boa vontade que resista a um “coitadinho eterno”.
Ventos do acaso à parte, a parte que nos cabe é perceber que a sorte é uma espécie de ingrediente a mais para a receita de um bolo bem-sucedido, fofinho, saboroso; daqueles que todo mundo quer comer mais um pedaço. A sorte é tipo a essência de baunilha, sabe? Dá um gostinho todo especial, mas não dá sustância – como diria a minha avó. Experimenta colocar baunilha numa receita de bolo e esquecer o fermento. Não vai prestar! Não vai mesmo! De jeito nenhum!
Em um dos grupos que eu participo no Facebook uma menina fez uma pergunta: “Se vocês estivessem livres de qualquer obrigação ou restrição, o que vocês gostariam de estar fazendo agora?”
Das 47 respostas, somente cinco não foram relacionadas a viagens.
Partindo do pressuposto que esse grupo é um grupo majoritariamente de meninas de classe média pra cima, e que poucas delas precisam trabalhar para se sustentarem: o que vocês estão esperando?
Viajar não é coisa de rico. Viajar não precisa ser caro.
Vivem me perguntando da onde eu tiro dinheiro pra fazer as minhas viagens. A minha resposta é sempre a mesma: “As nossas prioridades são diferentes.”
Enquanto tem gente que gasta R$ 250,00 em uma calça sem estar realmente precisando, ou em um fim de semana de festa, eu, por exemplo, muito raramente faço isso.
Com R$ 250,00 eu pago uma semana num hostel da Tailândia, com R$ 250,00 eu pago meus trechos de ônibus de Istambul pra Capadócia e da Capadócia pra alguma praia da Turquia.
Eu não sou rica, a minha casa não é grande, o meu carro não é o carro do ano e se der pra economizar eu vou de ônibus pra qualquer lugar. As minhas viagens não são luxuosas, muito pelo contrário. Passei dois meses na Ásia com o dinheiro que eu juntei em menos de um ano de estágio.
Eu economizo. Eu economizo porque a coisa que mais me faz feliz nesse mundo é conhecer lugares, pessoas e culturas diferentes. Porque o que eu tenho de mais precioso não são coisas materiais, mas sim as coisas que eu já vivi e presenciei.
Eu não abro mão de fazer o que eu gosto e eu não espero alguém decidir ir comigo, se eu tiver afim eu vou. E se der medo, eu vou com medo mesmo. Porque o que eu vivo quando eu viajo ninguém tira de mim.
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O amor se alegra com a simplicidade daquele bom dia que faz o nosso coração acelerar quando alguém se lembrou da gente logo pela manhã. Daquele “se cuida”, como quem, na verdade, quer cuidar da gente; ou aquele “você está tão linda”, que faz o coração da gente saltar fora, como quem transborda de amor.
Eu vejo amor nos pequenos detalhes e acredito que são essas coisas, essas pequenas coisas, que sustentam o amor em um relacionamento. Não é preciso jantares caros e presentes com preços absurdos para conquistar um coração. Não é preciso declarações em público e um príncipe com o carro do ano para arrancar suspiros.
É aquele “posso te ver hoje?” no meio da semana, que chega de forma descompromissada, livre de desculpas, que nos saltam os olhos e o coração. Como é bom quando nos deparamos no meio do dia com uma mensagem que nos diz “estou com saudade”. Como é confortante quando o outro nos segura pela mão e diz que ”vai ficar tudo bem”, mesmo os problemas sendo enormes e querendo nos engolir. O nosso coração se alegra quando o outro decide ficar e nos faz companhia, dispensando as palavras e oferecendo a sua presença.
Eu sempre preferi presença a presentes, eu sempre gostei de assistir a um filme abraçado, mesmo sem entender uma vírgula do que se passa na tela, mesmo sem entender a história e saber quem é o herói. Isso porque eu entendia perfeitamente o que se passava dentro de mim: um coração feliz por estar na companhia de alguém que amo. Eu vejo amor naquela flor arrancada na rua só pra dizer “lembrei-me de você”. Vejo amor quando o pedido de suco de laranja, para acompanhar a janta, vem antes mesmo de eu dizer, porque o outro sabe que eu não tomo refrigerante. Quando recebo uma ligação só para saber como foi a minha semana e se eu, de alguma forma, estou precisando de algo. Esse interesse espontâneo me faz sentir que alguém se importa comigo.
O amor se alegra com a simplicidade, é nos pequenos detalhes que o coração acelera, é com essas proezas do dia a dia que o amor reacende diariamente a sua chama. É aquele cafuné que esbanja carinho que faz com que a gente deseje mergulhar todos os dias na mesma história de amor.
É quem prova todos os dias, de alguma forma, de um jeito todo seu de demonstrar, o quanto quer ficar e o quanto somos importantes. Eu me sinto amada com aquele “quando chegar me avisa, para saber se você chegou bem” depois de uma viagem. Meu coração transborda quando, mesmo com tantos espinhos da vida, o amor me traz flores e faz renascer em mim a esperança.
Eu vejo amor no abraço apertado, na música enviada com um toque de “presta atenção na letra”, no sorriso de canto de boca quando estou desconsertada com algum elogio. Vejo amor naquele “pensei em você quando vi isso”, seguido daquela imagem que nos causa riso, daquela graça e piada interna que só você e aquele alguém conseguem decifrar. Vejo amor no olhar que brilha, na voz que engasga, no toque que nos desmonta e nas palavras que cicatrizam as nossas feridas.
Um bom dia sempre diz mais do que simplesmente um bom dia; um eu te amo de forma despretensiosa sempre diz algo a mais, assim como o se cuida, o boa noite e as inúmeras formas de dizer eu pensei em você. Só quem vê o amor nos pequenos detalhes consegue ler o amor que está nas entrelinhas de frases como essas. São os detalhes que fazem o coração acelerar, que fazem a alma florescer e o coração trasbordar.
“Só nós é que sabemos o quanto temos que lutar para sair das escuridões em que muitas vezes adentramos, seja por conta do que nos acontece, do que nos fazem ou do que nós mesmos provocamos.”
Não existe quem não consiga levantar suposições a respeito do outro, mesmo sem conhecê-lo a fundo. Costumamos caracterizar as pessoas à nossa volta, atribuindo-lhes juízos de valor baseados muitas vezes no pouco que sabemos a seu respeito. Dessa forma é que surgem os rótulos pré-concebidos, enquanto julgamos as atitudes alheias superficialmente, não raro analisando erroneamente os comportamentos das pessoas, sem saber de fato por onde elas passaram até chegar ali.
Cada um de nós trava as próprias batalhas diariamente, pois é no silêncio de dentro de nós que enfrentamos os maiores desafios de nossas vidas. Ninguém é capaz de imaginar o que e como realmente nos sentimos, o quanto nos doem o que acumulamos aqui dentro, tudo o que está impresso em nossa alma, nossas feridas, nossas cicatrizes, nossas marcas internas. Reagimos de uma maneira muito particular ao que a vida nos dá ou tira, às vezes de uma forma que nem nós mesmos esperaríamos. Somos únicos.
Sempre será importante podermos contar com a ajuda daqueles que realmente se importam conosco e que são capazes de nos manter lúcidos enquanto as tempestades nos assolam, porém, o essencial, aquilo de mais genuíno e nosso e que nos forçará a seguir em frente é algo íntimo e pessoal. Só nós é que sabemos o quanto temos que lutar para sair das escuridões em que muitas vezes adentramos, seja por conta do que nos acontece, do que nos fazem ou do que nós mesmos provocamos – as consequências sempre vêm.
Na verdade, não sabemos é nada a respeito de quem os outros realmente são. Podemos até saber muito de quem faz parte de nossas vidas, com proximidade, mas, mesmo assim, não raro somos surpreendidos por atitudes que jamais esperaríamos de quem pensamos conhecer a fundo. Cada pessoa sente o mundo à sua maneira, digerindo ou não o que lhe acontece de uma forma peculiar, de acordo com o que possui, de acordo com o que consegue fazer com tudo o que chega.
Por essa razão, sempre que julgarmos alguém com base no que apenas vemos ali à nossa frente, estaremos muito provavelmente sendo injustos. Da mesma forma, devemos manter nossa tranquilidade, mesmo quando nos julgam precipitadamente, quando chegam aos nossos ouvidos maledicências que disseram sobre nós, porque ninguém sabe o que estamos passando, nem o que se passa pela nossa jornada. Quem sabe de mim sou eu, os outros simplesmente me julgam sem levar em conta o mais importante: o que eu tenho de verdade dentro de mim.
Tem dias em que eu paro para analisar o que está ali à minha volta, quem caminha junto, ou quase, o que ando valorizando, em quem costumo prestar mais atenção. Chego a me surpreender com o tanto de coisas e de pessoas que guardo comigo sem função alguma, o tanto de energia que costumo gastar à toa, sem razão, e o quanto coloco em segundo plano justamente quem deveria se aninhar em meu coração durante as vinte e quatro horas dos dias.
Não dá para sermos racionais o tempo todo, com todo mundo, ainda mais nesse ritmo alucinante que rege nossas vidas, porém, acabamos caindo no excesso oposto, absorvendo com prioridade tudo o que faz mal. Parece que as palavras mais rudes, os gestos mais mesquinhos, as atitudes menos decentes chegam até nós e não saem, ao passo que tudo o que envolve bondade e afetividade sincera passa rapidamente pela gente e vai embora.
E, quando a gente percebe que fica dando corda para quem não quer nada além de perturbar, para quem só sabe agredir, mesmo que com o olhar, para quem é maldoso, hipócrita e dissimulado, vem a impressão de que devemos ser muito bobos mesmo, ou temos a palavra trouxa estampada na testa. Não é possível que a gente vá sobreviver com mínima qualidade de vida, enquanto continuarmos dando ouvidos a quem só oferece desarmonia e desesperança.
Da mesma forma, caso nos prendamos somente ao que possuímos materialmente, caso nos prendamos às aparências, à necessidade de consumir, de ter mais e mais, de mostrar ao mundo que andamos de carro novo, moramos em condomínio de luxo, viajamos para hotéis nababescos, mais nos esqueceremos de alimentar as verdades imateriais de que se sustenta o nosso coração, a nossa essência. É assim que a gente se perde de quem importa e de nós mesmos.
Quem não sabe falar de outra coisa a não ser de dinheiro, investimentos, calorias e preenchimentos labiais, cansa demais a gente. E é exatamente esse tipo de pessoa que nos tornaremos, caso não consigamos nos afastar do apego exagerado aos bens e da atenção demasiada aos chatos de plantão. A gente entra em sintonia com aquilo que trazemos junto, com as energias em que focamos nossas forças, com os discursos que guardamos em nossos corações.
É preciso que, ao fim do dia, mantenhamos aqui dentro somente aquilo que nos tranquiliza e nos renova, ao som de uma boa música, degustando um bom vinho, degustando a vida, seja com alguém que valha a pena, seja com a nossa melhor companhia: nós mesmos.
Morreu aos 45 anos, no Quênia, o último rinoceronte-branco do norte macho do planeta. O rinoceronte conhecido como Sudan morreu em decorrência de uma infecção em sua pata direita traseira: por conta da idade avançada, a doença progrediu de maneira irreversível e os veterinários optaram pela eutanásia. Restam agora apenas fêmeas da espécie, o que indica que, ao menos em tese, os rinocerontes-brancos do norte entraram em extinção.
No Ol Pejeta Conservancy, área de proteção no Quênia, Sudan vivia escoltado por três guarda-costas armados com escopetas e rifles semiautomáticos, durante 24 horas por dia, sete dias por semana. O motivo da escolta era afastar os caçadores que saíam em busca do chifre de rinocerontes, vendido em países como o Vietnã por até US$ 100 mil o quilo — mais valioso que ouro, por ter fama de curar doenças como o câncer.
SUDAN ERA PROTEGIDO POR SOLDADOS (FOTO: DIVULGAÇÃO)
Na década de 1970, existiam ao menos 500 exemplares de rinocerontes-brancos do norte. Hoje, esse número é de apenas dois exemplares. Enquanto campanhas para a preservação dos rinocerontes-brancos que vivem na porção sul do território africano fizeram com que a população desses animais aumentasse para mais de 20 mil exemplares, a espécie de Sudan (considerada um pouco menor do que seus parentes do sul) só minguou nos últimos anos.
Embora a espécie seja dada como extinta, cientistas planejam utilizar as informações genéticas de Sudan para manipular embriões da espécie e realizar uma inseminação artificial nas duas últimas exemplares de rinocerentes-brancos do norte. A técnica nunca foi utilizada e não há certeza de sua eficácia.
“A nossa vida passa muito depressa”! Ouvimos ou lemos essa frase quase todos os dias. Mas por que será que é tão difícil compreendê-la?
Você já pensou com carinho e atenção nesta frase? O que ela têm para nos dizer? Muito! Muito mesmo.
Já escrevi em outro texto que nos tornamos pessoas cada vez mais ricas quanto mais coisas deixamos para trás. Ou seja, quanto mais nos desapegamos e quanto mais nos tornamos servidores, mais nossa vida se enriquece.
Há um certo tempo estava pensando em escrever sobre a alegria de abrir mão, mas ainda não tinha a devida inspiração. Ela me veio hoje, neste texto que você está lendo agora.
Tomei como inspiração as sábias palavras do mestre Eckhart Tolle, do seu livro “O poder do agora”. Leia com bastante atenção:
“Um outro aspecto do sofrimento emocional é uma profunda sensação de falta, de incompletude, de não se sentir inteiro. Em algumas pessoas isso é consciente, em outras, não. Quando está consciente, a pessoa tem uma sensação inquietante de que não é respeitada ou boa o bastante. Na forma inconsciente, essa sensação se manifesta indiretamente como um anseio, uma necessidade ou uma carência intensa.
Em ambos os casos, as pessoas podem acabar buscando compulsivamente uma forma de gratificar o ego e preencher o buraco que sentem por dentro. Assim, empenham-se em possuir propriedades, dinheiro, sucesso, poder, reconhecimento ou um relacionamento especial, para se sentirem melhor e mais completas. Porém, mesmo quando conseguem todas essas coisas, percebem que o buraco ainda está ali e não tem fundo. As pessoas vêem, então, que estão realmente em apuros, porque não podem mais se enganar. Na verdade, elas continuam tentando agir como antes, mas isso se torna cada vez mais difícil.
Enquanto o ego dirige a nossa vida, não conseguimos nos sentir à vontade, em paz ou completos, exceto por breves períodos, quando acabamos de ter um desejo satisfeito. O ego precisa de alimento e proteção o tempo todo. Tem necessidade de se identificar com coisas externas, como propriedades, status social, trabalho, educação, aparência física, habilidades especiais, relacionamentos, história pessoal e familiar, ideais políticos e crenças religiosas. Só que nada disso é você.
Levou um susto? Ou sentiu um enorme alívio? Mais cedo ou mais tarde, você vai ter que abrir mão de todas essas coisas. Pode ser difícil de acreditar, e eu não estou aqui pedindo a você que acredite que a sua identidade não está em nenhuma dessas coisas. Você vai conhecer por si mesmo a verdade, lá no fim, quando sentir a morte se aproximar. Morte significa um despojar-se de tudo o que não é você. O segredo da vida é “morrer antes que você morra” – e descobrir que não existe morte. ”
Eckhart Tolle
Essas palavras são muito profundas. Ele está nos falando que quanto mais abrimos mão, menos o EGO tem influência sobre nós. E quanto menos influência o ego tem sobre nós, mais presentes estamos, e consequentemente mais felizes e serenos.
Abrir mão é algo que pouquíssimas pessoas fazem, porque o nosso ego quer estar no comando o tempo todo. Queremos ter sempre um bela imagem para mostrar aos outros. E infelizmente, quanto mais rica financeiramente for uma pessoa, mais difícil conseguir entender o que eu e o querido mestre Eckhart estamos querendo transmitir, por causa da dimensão do apego ao material.
Sabe por que muitas pessoas não querem saber nada sobre esses assuntos? Por causa do MEDO. Esse tema é pesado. Ele envolve nossos medos, nossas escolhas, e obviamente, a MORTE.
Todos nós sabemos muito bem que ao partirmos deste mundo não levamos coisas, não levamos um carrão importado nem nosso dinheiro conquistado com anos de trabalho duro. Não levamos nada disso. Só levamos um corpo que desfaleceu para o caixão.
De tudo isso! O que fica? Só fica aquilo que construímos através do amor, do carinho, da amizade, do afeto.
Isso é o que fica!
É por essas e outras que tantas pessoas sentem uma angústia terrível quando a morte vai se aproximando, porque sabem que deixaram grandes lacunas no meio da estrada. Sabem que deveriam ter amado mais, chorado mais, complicado menos e trabalhado menos, como diriam os Titãs. Inclusive foi feita uma pesquisa com várias pessoas e publicaram um artigo que dizia os 5 maiores arrependimentos das pessoas em seus leitos de morte, e todos eles estavam ligados ao amor, a amizade, a utilização do tempo livre e de lazer etc.
Mas aí já é muito tarde, exatamente porque o tempo não volta e a vida passa depressa demais. Está vendo só? Voltei a frase inicial do texto
A vida meus amigos! Devemos cuidar dela com carinho. O maior de todos os objetivos da nossa vida é aprender a amar. Escrevo isso quase diariamente para lhe fazer refletir sobre o essencial, sobre aquilo que é invisível aos olhos e preenche o nosso coração.
Preencha o seu coração com amor! Preencha a sua vida com amor!…
“Quando sentir a morte se aproximando, sei que vou me perguntar: Quanto amor recebi na vida? Como reparti o meu amor? Quem me amou? A quem valorizei? Em que vidas eu causei impacto? A minha vida fez diferença para alguém? Que serviço prestei ao mundo? Tenho certeza de que minha única preocupação será: terei ou não preenchido minha vida com amor?”
Richard Carlson
Você não precisa correr atrás do sucesso absoluto, dos 10 passos para ser um vencedor, da receita mágica para ser um milionário. Você não precisa se tornar o homem mais rico da Babilônia. Não precisa imitar o “Pai rico, Pai pobre” para ter sua empresa e faturar milhões. Calma!
Você só precisa ser você! Ser você. Só isso. Nós só aprendemos a ser nós mesmos mergulhando na nossa interioridade, e não lendo os 10 passos disso ou daquilo. Isso é bobeira! É distração! São meios de lhe afastar da sua essência.
Portanto! Busque abrir mão. Aprenda que abrir mão é uma verdadeira dádiva divina. Não se cobre demais. Não queira “abarcar o mundo com as pernas”. Lembra o que Jesus nos disse? “Para cada dia as suas dores…”.
Não se sufoque pensando demais no amanhã. Talvez ele não chegue da forma que você gostaria, e na pior das hipóteses, pode nem mesmo chegar. Então pra quê tanta PRÉ-OCUPAÇÃO?
Pense sobre isso! Tudo bem? Essa reflexão é muito profunda e importante.
Para concluir, compartilho um vídeo que me ajudou na inspiração para escrever esse texto. Ouça com atenção e procure acolher o que o Flávio Siqueira está buscando transmitir nele…
“Cabe a nós aprendermos a morrer. A abrirmos mão daquilo que a gente considera nosso maior bem, nosso maior patrimônio, nossa maior virtude. Um dia, tudo isso passa, nossa intelectualidade, nossa sabedoria, nossa inteligência, nosso dinheiro, nossa reputação. Tudo isso termina! O que sobra é aquilo que nós construimos dentro da gente. Aquilo que se tranformou em consciência, em pacificação, em olhar, em perspectiva de vida, em simplicidade, em capacidade de amar”.
Acontece com todo mundo! Eu diria até que é inevitável: às vezes a gente tem a impressão de que a vida é um barco à deriva e que está nos conduzindo para bem longe dos nossos sonhos e desejos.
Mas um olhar atento e menos pessimista vai desfazer essa impressão e nos levar a compreender que o barco da vida não está, necessariamente, à deriva. O que ocorre é que ninguém consegue controlar tudo, o tempo todo. Existem mudanças e incertezas. Às vezes a maré muda e algumas mudanças de curso acontecem, desviando-nos um pouco da rota e atrasando nossos planos.
Contudo, isso não é mau sinal, não. As águas turbulentas fazem experientes os marinheiros da vida. Não se pode acostumar demais com a tranquilidade. Não haveria graça nenhuma numa jornada facilitada. A bem da verdade, a força dispensada na manutenção do curso é o que fará a chegada valer a pena.
Tá certo que a maioria dos planos que traçamos parece não seguir nosso relógio, nem mesmo os planos que julgávamos impossíveis de fracassarem. Porém desistir, pura e simplesmente, não deve ser uma opção. Continuar tentando é, aliás, o segredo de quem chega ao destino tão sonhado.
São muitos os desafios; são muitas as variáveis a serem calculadas e muitos ventos contrários a serem considerados.
E por falar nesses ventos contrários, precisamos falar aqui daquelas pessoas que sopram desânimo e negativismo sobre nós; que não oferecem apoio e ainda são capazes de tentar sabotar nosso itinerário. Que atraso de viagem elas são! Essas pessoas não merecem nossa atenção, muito menos nossa energia.
Se alguém riu dos seus planos, enfrente tudo de cabeça erguida. Esta é a reação mais poderosa de todas. É como diz um trecho da canção Mais uma vez: “Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar no sonho que se tem, ou que seus planos nunca vão dar certo, ou que você nunca vai ser alguém”. Adotar este conceito pode fazer maravilhas a seu favor.
Nunca desista dos seus planos. Eles darão certo de alguma forma, embora não se possa precisar o tempo que isso levará para acontecer.
Mesmo que o mar se agite, o tempo feche e o leme da vida lhe escape por alguns segundos, acredite: você vai conseguir!
Ainda que tudo pareça distante e inalcançável; ainda que se tenha enfrentado o sarcasmo e o descrédito. Um dia, com a face radiante, você se recordará de todas as tormentas que enfrentou e sentirá orgulho, pois superou todos os obstáculos, e tornou-se mais forte e mais capaz exatamente por causa disto.
Lá adiante você pensará que, ao contrário do que se pensava, você tinha energia de sobra para suas conquistas. E entenderá que um sonho te move, mas é a realização dele que te faz feliz de verdade.
Gratidão é um substantivo feminino que tem seu significado definido mais por ações do que por palavras. Shakespeare dizia que “a gratidão é o único tesouro dos humildes” e, convenhamos, o escritor estava certo.
Ser grato é diferente de ser agradecido. Pessoas gratas reconhecem a beleza e a importância dos detalhes. São doces, guerreiras, simples e fazem de cada conquista um motivo especial de comemoração. Já as pessoas agradecidas apenas reconhecem um bem recebido e não veem nos detalhes a beleza da vida.
Diferente do que as pessoas pensam, a gratidão é um exercício diário que deve ser realizado com muita disciplina. Não é fácil ser grato na dor, no término de um relacionamento, nem na perda de quem se ama, mas, acredite, é possível. O filósofo André Comte-Sponville dizia que “a gratidão é a mais agradável das virtudes; não é, no entanto, a mais fácil” .
Por não ter uma prática fácil, muitas vezes, muitos preferem deixar de lado a gratidão e fazer da própria vida uma rotina de pequenas reclamações. A chuva que caiu na hora errada, a balança que insiste no peso exagerado e o relacionamento que “nunca” dá certo são alguns dos motivos que viciem pessoas inteligentes em ingratidão eterna.
O viciado em infelicidade coloca-se como vítima de todas as situações. Não enxerga beleza na rotina, alegria na saúde, nem felicidade no relacionamento. Além de se julgar autossuficiente e capaz de decidir o destino de todos. Em outras palavras: pessoas ingratas são chatas demais!
Exercitar a gratidão não é clichê. Ser grato é ser capaz de ver além das aparências, de ter fé quando tudo diz não e ser feliz com o que a vida nos dá. Ser grato, meu caro, é a forma mais pura de oração.
Pouco importa se você vive na igreja, mas reclama de tudo. Se tem o salário dos sonhos, mas não sabe administrá-lo. Se tem uma saúde de ferro, mas reclamar de ir à padaria a pé. A gratidão é mais sobre as atitudes que você toma do que sobre as orações que faz.
A gratidão é a mole que impulsiona a vida. É através dela que os milagres acontecem, que o amor prevalece e que os sonhos se realizam. Portanto, é preciso aprender a agradecer mais do que pedir. É preciso agradecer pela vida, pela família, pela prosperidade, pelas amizades perdidas, pelos foras recebidos e, até, pelas traições. Afinal, a gente precisa desses tapas na cara para dar valor ao que realmente importa.
Como andam seus pensamentos mais íntimos? Por que quando terminamos um relacionamento pensamos em mudar o visual? O que o seu corte atual pode dizer sobre você?
Estudos indicam que as mulheres possuem uma personalidade determinante em cada fase da vida e que corresponde exatamente ao corte de cabelo que estão usando.
Conheçam aqui alguns deles e vejam se concordam!
Cabelo curto
Por margo_black/shutterstock
As mulheres com esse visual não têm interesse e nem tempo a perder. Secadores ou muita arrumação não são seus grandes amigos. Elas gostam da praticidade, de coisas rápidas e adequadas para o seu dia a dia. Elas gostam do estilo e de serem esportivas. São muito extrovertidas e gostam de relacionamentos sociais. São muito autoconfiantes. Elas dão muito valor ao seu emprego, sempre tentam manter a calma e tentam encontrar uma solução para tudo. Mas, às vezes, agem intempestivamente, sem pensar bem nas consequências.
Bob
Por staras/shutterstock
É impossível classificar exatamente as mulheres com esse tipo de cabelo. Por um lado, elas são muito pé no chão e confiáveis, por outro, elas também são espontâneas e muito abertas a novas experiências. Além disso, elas são honestas e não têm medo de dar sua opinião, sem hesitar.
Mulheres com esse estilo de cabelo conseguem alcançar um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, onde dão a mesma atenção à sua vida privada e seu emprego. Como as mulheres de cabelo curto, essas mulheres encontram problemas, pois frequentemente agem por impulso, sem pensar.
Cabelo na altura dos ombros
Por goodluz/shutterstock
Indecisas, as de comprimento mediano não conseguem tomar uma decisão com facilidade e gostam de ficar “em cima do muro”. Elas frequentemente adiam decisões importantes e possuem uma tendência a sonharem acordadas. Às vezes, elas precisam de uma outra pessoa para motivá-las a sair do seu mundo imaginário.
Normalmente são vistas como elegantes e femininas. Elas frequentemente estão no centro de uma rodinha de homens e sua beleza natural sempre atrai olhares de admiradores. Mas não é só a aparência que as tornam atraentes, elas também são muito comunicativas. Uma mulher com o cabelo na altura dos ombros sabe que pode rapidamente encontrar amigos e também manter essas amizades. Em sua vida profissional, ela aprecia novos desafios e gosta da variedade de novas responsabilidades.
Cabelo longo
Por SunKids/shutterstock
Como seus cabelos longos, elas preferem um relacionamento longo, e são fiéis aos seus parceiros. Quando se trata de escolher alguém para se relacionar, elas são muito seletivas e tem expectativas altas. Mas elas se doam por inteiro quando encontram a pessoa certa.
Se o cabelo de uma mulher é longo, mas com comprimento desigual, ela está preparada para se comprometer com sua escolha de parceiro em seus relacionamentos. Se seu cabelo é longo, porém todo por igual, ela acredita no tradicionalismo de uma relação e deseja ser tratada dentro desses moldes. Isso significa, entre outras coisas, que seus parceiros devem investir em encontros românticos inesquecíveis e fazer pequenas demonstrações de amor.
O cabelo longo precisa de muitos cuidados para que não fique com pontas duplas e quebradiço. Esse cuidado, às vezes faz com que elas pareçam um pouco arrogantes e vaidosas, mas essa impressão é falsa. Na realidade, elas são compreensivas, pacientes e sonham alto. Elas sabem exatamente o que querem da vida e farão o possível para tornar o seu sonho realidade. Sua persistência e perseverança ao perseguir suas metas normalmente dão resultado.
Não é incrível? Deu muito certo para mim. E para você? Se conheceu mais ainda?
Nota da página: conteúdo de entretenimento sem comprovação científica.
Por que as pessoas traem? Pesquisadores da Universidade de Harvard olharam essa questão com cuidado e realizaram um estudo que identificou dois fatores principais que podem indicar uma tendência a infidelidade conjugal e que podem levar a separação: ser ou sentir-se atraente e estar insatisfeito com a relação atual.
A pesquisa:
As conclusões foram levantadas quando a psicóloga social Christine Ma-Kellams e sua equipe separaram dois grupos de pessoas e perceberam a conexão entre atratividade física e a duração do relacionamento amoroso.
Os pesquisadores afirmaram às pessoas do primeiro grupo que elas eram particularmente bonitas. Já, para o outro grupo, eles disseram o oposto. Depois, eles mostraram aos dois grupos fotos de pessoas fisicamente pouco atraentes e que tinham aproximadamente a mesma idade que eles. Os participantes tinham que dar uma nota para essas pessoas, de acordo com sua atratividade.
Os resultados mostraram que pessoas do “grupo bonito” deram notas maiores para as pessoas das fotos. Esse efeito aumentava em casos nos quais os estudados estavam infelizes em seu relacionamento atual. Em contraste, o grupo não atraente tendia a dar notas menores de atratividade para as pessoas nas fotos.
A pesquisa revelou que as pessoas ditas mais atraentes possuem mais tendência a traição. Também mostrou que pessoas consideradas fisicamente atraentes, especialmente na época que se formaram na escola, tinham passado por mais términos e divórcios nos 10 a 20 anos seguintes do que os não atraentes. E concluíram que ser atraente era um dos fatores-chave para a infidelidade.
O segundo fator que levava a traição era a insatisfação com o relacionamento atual, ou seja, pessoas em relações infelizes tendem a trair mais.
A maioria vai dizer que já sabia disso, pois uma pessoa fisicamente atraente provavelmente tem mais oportunidades de ser infiel. E quando essas mesmas pessoas não estão felizes em seu relacionamento atual, não é surpresa que elas se aproveitem dessas oportunidades. Mas a questão agora é, se você tem um namorado ou namorada que é um arraso, ou que pelo menos se acha muito atraente, precisa ter um diálogo sempre aberto e nunca deixar o relacionamento cair na mesmice, e na insatisfação… senão, já sabe, né!
Editorial CONTI outra. Imagem de capa: sakkmesterke/shutterstock
Talvez seja verdade que a gente não possa escolher por quem transbordamos amor, mas isso não quer dizer que precisamos aceitar qualquer um e qualquer coisa, tudo em nome dele. O amor pode ser filtrado antes de servido.
Quando alguém diz que já sabe o que não quer passar em um relacionamento, essa pessoa não está sendo fria, calculista e muito menos descrente dos desdobramentos do amor. Pelo contrário, ela está demonstrando amadurecimento e um profundo entendimento das características do próprio. Porque ela sabe, por dentro e por fora, que o amor real não é um jogo de privações e sentimentos descabidos.
E falar do amor filtrado, também não é necessariamente falar sobre gostos pessoais. Sobre uma música, um filme ou um livro que o outro deveria gostar. Um relacionamento encaixado assim é daquelas sortes que não ninguém consegue planejar. O objetivo de filtrar o amor é não deixá-lo passar do ponto. Dos ciúmes até os toques mais sutis e agressivos – tanto emocionalmente quanto fisicamente. Mas você também pode acrescentar outras questões no filtro.
Reciprocidades ensaiadas e sem tesão, dispense. Saudades cobradas ou impostas, passe longe. Ausência de paciência, admiração de um lado só e meias verdades, desista. Aguentar certas situações na expectativa de que o amor melhore é postergar o inevitável. Tem relacionamento que se torna base pra gente não suportar ou ferrar com tudo. Aprenda com ele.
Quando você se encontra após tantos amores falidos, você aprende a identificar quem veio para ser causa ou consequência do amor. Se veio para somar, para trazer leveza e o novo, maravilha. Quer dizer que o filtro funcionou. Mas se chegou através de um carinho capenga, desinteressado e, principalmente, fingindo ser algo que não é, talvez seja o momento de rever o próprio amor.
Ficar ou não com quem amamos é uma escolha. Está ao alcance de todos olhar para o lado e sentir se é pra valer. Se o nosso sentimento está sendo bem recebido e cuidado. Encantos têm prazo de validade. Mas o amor filtrado, esse dura se preparado corretamente.
Durante muito tempo tive pressa. Hoje, mais amadurecida e na casa dos quarenta, pareço a dona da letra que diz “ando devagar, porque já tive pressa…” e respiro aliviada por perceber que consegui vencer algumas corridas da juventude. A maior delas, para mim, era a do relógio biológico. Sei que nem todo mundo nasce com o desejo ardente de ser mãe, mas eu nasci. E me senti pressionada pelo tempo, ainda que eu tenha sido mãe relativamente jovem para os padrões de hoje, aos trinta e um. Porém, além das pressões que o próprio tempo traz, há outras, igualmente massacrantes, que nos atormentam e nos sequestram.
Atualmente, as corridas são maiores e mais constantes. São mensagens chegando toda hora pelo WhatsApp; comentários pipocando na última foto do Instagram; o Messenger exigindo uma resposta. Para um ansioso e perfeccionista, está formado o cenário do caos. Porque ele se sente pressionado a responder tudo, a dar conta de tudo, a não frustrar ninguém. Por outro lado, também tem pressa de ser atendido instantaneamente, de que suas mensagens não sejam ignoradas, de que do outro lado as pessoas sejam tão apressadas quanto ele é.
O imediatismo tomou conta de nossos dias. O que antes se resolvia com uma carta que levava semanas para chegar, hoje se define com um clique. Uma foto que demorava meses para ser revelada, hoje é captada, aprovada ou deletada em segundos. Uma massa que era fabricada amassando farinha e ovos, hoje é preparada apenas acrescentando água quente. Assim, é de se esperar que tenhamos ficado mais apressados também. Sem perceber, exigimos que tudo funcione na velocidade de nossa ansiedade, de nossa expectativa, de nossa pressa.
Porém, a pressa nos rouba do momento presente. É excesso de futuro, de medo e de expectativa.
É preciso aprender a ignorar certas coisas. Aprender a separar o que é imediato do que é dispensável. Aprender a priorizar o que é necessário e não se afobar para dar conta do que é supérfluo. Aprender a esquecer um pouco o celular, a ignorar por algumas horas o telefone fixo, a conseguir respirar. De vez em quando é preciso aprender a sumir. Aprender que se você não for encontrado, o mundo não irá acabar. Suportar o desconforto de estar “ausente” por algum tempo e entender que a pessoa que mais o pressiona é você mesmo.
Tem gente que acha que está preso a uma manivela, e que se deixar de girar a manivela, o mundo irá parar. Porém, não é assim que funciona. Experimente soltar o eixo que gira o mundo. Experimente dar chance de outras pessoas assumirem o controle. Experimente a paz dos que não têm necessidade de provar nada para ninguém. Você verá que o mundo continuará a girar, que outras pessoas também têm dons e capacidades, que seu ego pode descansar um pouquinho também.
Peço a Deus que acalme a minha pressa. Que eu faça morada no presente e não me afobe com excesso de futuro. Que eu possa aproveitar a companhia dos que estão perto de mim, e não me torture com a falta de notícias dos que estão longe. Que cada espera tenha seu peso e sua medida, e que eu não me desgaste aguardando por aquilo que não merece ser aguardado. Que eu não tenha pressa de me curar nem de mostrar aos outros que superei, mas que eu seja carinhosa com meu tempo e minhas dores. Que a pressa de ser feliz não me faça acelerar a felicidade a ponto de perde-la, e que quando eu peneirar minhas vivências, não deixe as alegrias escoarem pelos vãos nem as mágoas serem retidas na trama. Que a leveza me alcance, e com ela a capacidade de perdoar a corrida dos ponteiros do relógio e o entendimento de que nada é tão urgente quanto o momento presente.