4 fatos surpreendentes sobre a Doença de Parkinson

4 fatos surpreendentes sobre a Doença de Parkinson

Por Dan*

Talvez seja difícil de acreditar que o olfato extremamente apurado de uma pessoa possa ser a base para que se façam testes para o diagnóstico da doença de Parkinson, ou que a base de grande parte do que sabemos sobre esta doença seja baseado num toxicodependente que tome heroína sintética. Mas por vezes a vida real é bem mais estranha que a ficção, e no que toca ao Parkinson e pesquisas relacionadas com a mesma, esse ditado é bem verdade. Neste artigo espreitamos quatro factos pouco conhecidos em relação ao Parkinson, a importância que tiveram e a forma como esses factos continuam a moldar as pesquisas realizadas em torno desta doença.

A Parkinson tem cheiro

A tulipa vermelha é o símbolo do mal de Parkinson, mas nem por isso é a flor que emana o cheiro. Uma história um tanto curiosa ficou famosa, quando uma cidadã britânica chamada Joy Milne ficou conhecida como A Mulher Que Consegue Cheirar O Parkinson. Les, o falecido marido de Joy, foi diagnosticado como portador de Parkinson aos 45 – dez anos depois de Joy ter notado algumas diferenças no cheiro do marido. Apesar de não ter como fazer a ligação entre o cheiro e a doença na altura, ela acabaria por reparar no mesmo “odor almiscarado” alguns anos mais tarde quando estava com outros portadores da Parkinson num grupo de apoio à mesma.

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A tulipa vermelha é o símbolo do mal de Parkinson

Joy viria a testar as suas capacidades num ambiente controlado ao cheirar amostras de 12 t-shirts preparadas pelo Dr. Tilo Kunath da Universidade de Edimburgo – das quais, seis tinham sido usadas por pacientes de Parkinson, e outras seis por pessoas sem a síndrome. Ela acabou por acertar em 11 dos 12 casos. O seu único “erro” foi identificar uma das t-shirts como sendo de um portador do mal de Parkinson, quando na verdade não lhe tinha sido diagnosticada a condição. Até então. Isto porque 8 meses depois, foi diagnosticada Parkinson a esta mesma pessoa – a escocesa Joy tinha identificado a doença antes dos médicos, usando somente o seu olfato.

A incrível capacidade de Joy é mais do que simplesmente uma história interessante. Esta levou cientistas a acreditar que pode haver uma estrutura molecular por trás da mudança de odor corporal – e identificá-la poderia significar uma forma rápida, fácil e barata de testar o Parkinson. Atualmente, não há nenhum teste e o diagnóstico é meramente baseado em sintomas.

Tendo em conta que Joy identificou a mudança no cheiro do seu marido muitos anos antes dos típicos sintomas se desenvolverem, é lógico que este seja um dos primeiros efeitos da doença Parkinsoniana. Como tal, o teste pode ser muito importante na detecção precoce do Parkinson. Apesar de ainda não haver cura para a doença de Parkinson, os sintomas podem ser aliviados com medicamentos. Quanto mais cedo o diagnóstico ocorrer, maior a eficácia da medicação retardando a progressão da doença antes que esta afete a qualidade de vida dos pacientes.

Apesar deste teste ainda ser uma realidade algo distante, as pesquisas efetuadas até à data já identificaram 10 moléculas diferentes naqueles que vivem com o Parkinson. Caso estes resultados encorajadores continuem, o sentido olfativo duma senhora pode, em última instância, afetar a vida de milhões de pessoas durante as próximas décadas.

Agricultores têm Maior Probabilidade de vir a ter Doença de Parkinson

O que causa o mal de Parkinson? É uma questão que, apesar das várias pesquisas, ainda está por ser respondida com certeza. Alguns genes foram identificados, como explica este fantástico artigo (só disponível em inglês) do Instituto Nacional de Investigação do Genoma Humano. No entanto, há fatores ambientais que parecem contribuir significativamente para a probabilidade da doença vir a ser desenvolvida. Poder-se-ia dizer que os genes são a munição e o ambiente é o factor que prime o gatilho.

Uma demonstração clara deste fenómeno é o facto de agricultores – assim como pessoas que vivam nas proximidades de zonas rurais – correrem um maior risco de vir a desenvolver o Parkinson. Por quê? Pesticidas.

Os pesticidas há muito que vêm sendo ligados à doença de Parkinson, e parecem haver cada vez mais provas disso mesmo. Uma pesquisa da Universidade da Califórnia (disponível em inglês) mostrou que há três pesticidas (chamados ziram, maneb e paraquat) que aumentam o risco do desenvolvimento da doença. As provas também sugerem que cada um destes pesticidas atua de maneira diferente e que, por isso, se alguém estiver exposto aos três, o risco dessa pessoa desenvolver Parkinson triplica.

Uma das preocupações acerca do uso de pesticidas são os poços artesianos. Isto porque estes poços de água privados são muitas vezes ilegais e a sua fiscalização é complicada de ser efetuada. Os casos variam bastante, mas na sua maioria, os poços artesianos fornecem água potável nas áreas rurais e quintas e, por isso mesmo, podem estar contaminadas com pesticidas.

No ano passado, um relatório de especialistas em alimentação e poluição das Nações Unidas alertou para a necessidade de eliminar a mito que os pesticidas são necessários para alimentar a crescente populacional, como relata este artigo da Agência Brasil. Além disso, outro relatório publicado numa revista científica mostrou que quase todos os produtores podiam reduzir a quantidade de pesticidas usados sem que isso significasse alguma perda financeira.

É, sem dúvida, um tema bastante debatido por estes dias, e o uso industial de pesticidas não vai mudar do dia para a noite. As pesquisas efetuadas até agora podem servir como base para formar a opinião pública e criar legislação um pouco por todo o mundo. O objetivo é claro: assegurar que a produção de comida é adequado tentando, ao mesmo tempo, proteger aqueles que vivem em áreas rurais de potencialmente desenvolverem doenças como o Parkinson.

Heroína Sintética com MPTP Abriu Caminho a Pesquisa sobre o Parkinson

Muitas das pesquisas mais recentes sobre a síndrome de Parkinson surgiram das observações clínicas feitas a um paciente em 1982, chamado George Carillo, que desenvolveu sintomas de Parkinson de repente. O caso espantou os médicos do Centro Médico do Vale de Santa Clara na Califórnia, mas demorou apenas algumas semanas a ser resolvido. O Dr. William J. Langston viria a descrever o paciente  como “um exemplo típico da doença de Parkinson antes da levodopa existir”.

Veio-se a concluir que Carillo tinha consumido uma droga comumente designada como heroína sintética, e que uma parte da qual havia sido contaminada por um químico chamado MPTP. Carillo e a sua namorada consumiram a droga durante vários dias, levando ao aparecimento repentino de sintomas bastante parecidos com os do Parkinson. “Ele estava claramente acordado, mas não tinha qualquer movimento espontâneo e quando o seu braço se levantava involuntariamente, ficava nessa posição durante longos períodos de tempo,” recorda o Dr. Langston. Ele conseguiu tratar os seis jovens que tinham consumido a mesma droga, recorrendo à levodopa. Todos eles responderam ao tratamento da mesma maneira que os pacientes com Parkinson, tendo até desenvolvido discinesia de forma similar.

O que se seguiu viria não só a marcar a carreira do Dr. Langston, mas também foi capa de jornal e despoletou uma série de pesquisas sobre as similaridades nos mecanismos da MPTP e do mal de Parkinson – tendo havido entre 5 e 7 mil publicações acerca da MPTP. Foi descoberto que a MPTP, quando no cérebro, é convertida numa molécula tóxica chamada MPP+, e é essa a molécula que causa os sintomas de Parkinson. De forma mais científica, a transformação foi causada por uma enzima chamada ACE-B, pelo que as drogas inibidoras de ACE podem prevenir os sintomas. Este é só um de muitos exemplos que ajudaram a mudar o tratamento do Parkinson.

Isto é só uma amostra da história – se a quiser ler na íntegra, pode fazê-lo aqui ou num livro escrito pelo Dr. Langston com um jornalista (Jon Palfreman), O Caso dos Viciados Congelados.

Basicamente, a descoberta de que a MPTP causa sintomas muito parecidos aos do Parkinson abriu todo um novo campo de investigação acerca desta condição. Anteriormente, as investigações eram eram tudo menos fáceis, já que a doença afeta somente humanos e não havia nenhum modelo de laboratório que pudesse ser estudado. Como resultado das observações laboratoriais de MPTP, os cientistas são agora capazes de realizar pesquisas sobre como novas drogas podem ajudar pessoas qu vivem com Parkinson. Uma área de investigação que se prolonga pelos dias de hoje, dando esperança àqueles que vivem com Parkinson ou qualquer outra doença degenerativa do cérebro, como no caso do Alzheimer.

O Parkinson pode afetar os jovens

O Parkinson é frequentemente associado a pessoas com mais idade – e, em geral, essa é uma suposição correta. A maioria das pessoas diagnosticadas têm idades superiores a 60 anos e o risco de contrair a doença aumenta exponencialmente com a idade. No entanto, cerca de 5 a 10% de todos os casos de Parkinson são diagnosticados entre os 21 e os 45 anos, podendo ser uma doença de início precoce. O caso mais famoso trata-se muito provavelmente do ator Michael J. Fox, diagnosticado aos 20 anos. Desde a sua fundação no ano 2000, a Fundação Michael J. Fox conseguiu recolher e financiar mais de 750 milhões de dólares para a investigação da doença de Parkinson.

Existem muito poucos casos de pessoas que tenham manifestado sintomas da doença antes dos 21 anos, no chamado Parkinson juvenil. Este foi descrito pela primeira vez por um neurologista francês, o Dr. Henri Huchard, que observou sintomas típicos do mal de Parkinson num rapaz com treze anos. Em 2016, uma criança de 2 anos em New Brunswich (no Canadá) foi diagnosticado com Parkinson, talvez o caso reconhecido mais cedo numa criança.

Uma das grandes suspeitas é a de que o fator genético é o maior responsável pelos casos infanto-juvenis. Reutilizando a frase mencionada anteriormente, parece que, nos jovens, a Parkinson só precisa mesmo de um ligeiro toque no gatilho para que este faça disparar a doença.

Não só há diferenças na forma como a doença se desenvolve, mas há também diferenças clínicas e patológicas entre as formas do Parkinson que atingem os jovens e a forma mais comum, que é aquela que mais tarde afeta os adultos e idosos. Por isso, aqueles que contraem a doença numa idade mais jovem, têm um desenvolvimento lento e experienciam sintomas diferentes.

Por exemplo, dificuldades a caminhar e caídas são menos comuns, mas sintomas como a distonia são mais comuns. Também é mais provável que aqueles que desenvolvem Parkinson mais cedo venham a experienciar flutuações motoras e discinesia, que são efeitos-secundários frequentes naqueles que fazem tratamento com levodopa – uma das medicações mais usadas para o Parkinson – há mais tempo.

Pesquisas apontam que o Parkinson de início precoce ajuda a melhorar o entendimento do papel genético no desenvolvimento da doença e pode ajudar a identificar genes individuais que estão ligados à condição. Alguns genes, como o Park1, Park2 ou Pink1 foram identificados, apesar de algumas perguntas subsistirem, a formação genética daqueles com Parkinson de início precoce pode ser a chave para desvendar vários mistérios acerca da doença de Parkinson.

Uma mulher com um olfato extremamente apurado, agricultores, toxicodependentes e Michael J. Fox. Cada um de maneira diferente, ajudaram a moldar décadas de pesquisas sobre a doença de Parkinson, e continuarão a fazê-lo com o avanço das investigações pela cura.

Esquecemos de algo? Deixe sua sugestão nos comentários abaixo.

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Sobre o autor.

*Dan é um jornalista graduado no Reino Unido que já esteve na Nova Zelândia e agora vive na Alemanha. Seus hobbies incluem correr maratonas e também falar sobre maratonas.

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Artigo publicado originalmente em MyTherapy e reproduzido na CONTI outra com autorização.

Imagem de capa: Ocskay Mark/

Pessoas que se vendem não valem um centavo

Pessoas que se vendem não valem um centavo

Não é de hoje que o luxo, a riqueza e o conforto são atrativos e valorizados nos meios sociais. Com o advento das mídias, incluindo-se a internet, a ostentação, por si só, tornou-se algo rentável, como que um meio de vida. Existem pessoas que sobrevivem e ganham muito dinheiro, inclusive, apenas vivendo e se mostrando, estampando capas de revistas, programas de televisão, perfis que bombam nas redes sociais, por serem ricas e, consequentemente, famosas.

Nesse contexto, não raro se confundem os valores, deixando-se a essência de lado, enquanto se supervalorizam as aparências, ou seja, o que se tem sobrepõe-se ao que se é, porque o que se vê torna-se referência em quaisquer julgamentos sobre o outro. Basta perceber que os cantores atuais também trabalham a imagem, seus corpos e cabelos, pois devem vender muito além de sua voz. Parece que qualquer talento necessariamente precise atrelar-se a um corpo esguio, uma vez que a mídia pede isso.

Nessa lógica materialista, as pessoas acabam sendo tomadas como objetos que podem ser comprados e usados. Infelizmente, tudo vem se tornando mercadoria: pessoas, sentimentos, casamento, empregos, como se o único meio de ocuparmos um lugar ao sol fosse pela sua compra. Compram-se votos, cargos, vaga na faculdade, compram-se amizades, testemunhos, compra-se amor. Sobra pouco para quem não tem grana, mas o que sobra é, ao menos, real.

Nada substitui a satisfação e o contentamento proporcionados pelas conquistas que alcançamos com nossos próprios méritos, pelo que somos verdadeiramente e oferecemos afetivamente. Tudo o que chega com sinceridade e vontade fica e enriquece, pois soma e agrega valores nobres que dinheiro algum corrompe. Quem fica junto pelo que temos dentro de nós traz intensidade, inteireza e completude. Serão os abraços reconfortantes, faça sol ou caia chuva torrencial, sem hesitações, sem meias verdades. Serão o corpo e a alma.

Tentar conquistar algo ou alguém por outros meios que não a nossa verdade nos igualará ao nível de quem se vende. Temos, portanto, que aprender a valorizar além das aparências, apreciando o melhor que cada um possui dentro de si. É preciso cautela com o que brilha demais, afinal, lembremo-nos das mariposas: atraídas pela luz das lâmpadas, acabam antecipando o próprio fim.

Imagem de capa: oneinchpunch/shutterstock

A cultura do sadismo exige vigilância, pois os sádicos estão entre nós…

A cultura do sadismo exige vigilância, pois os sádicos estão entre nós…

O sadismo é um desejo de sentir prazer provocando dor nos seres vivos. O termo derivou do nome do famoso escritor Marquês de Sade. Apesar da obra de Sade apresentar conotações sexuais, o sadismo não é um caráter exclusivo de pervertidos sexuais ou serial killers.

As pessoas que demonstram certo grau de sadismo estão por toda a parte e são mais comuns do que pensávamos. Como constatou o psicanalista Erich Fromm: “Muito mais comum é um sadismo frio, o qual não é em absoluto, sensual e nem tem nada a ver com sexualidade, mas ainda exibe a mesma qualidade essencial do sadismo sensual e sexual: seu objetivo é a dominação, o controle sobre outra pessoa, moldando-a como o oleiro trabalha o seu barro”.

Além disso, eles têm júbilo em ver, ouvir e ler desgraças e tragédias que ocorrem no cotidiano, replicando tudo nas redes sociais. E também gostam de insultar quem está na internet, apenas pelo prazer de trollar as conversas online.

Do mesmo modo, os sádicos adoram machucar os animais, como por exemplo: caçar passarinhos, chutar cachorros e ainda praticam a negligência intencional, deixando os animais sem água e sem alimentação.

Outra forma de praticar a cultura do sadismo é a violência doméstica, que é realizada de maneira escancarada ou disfarçada, praticada dentro de casa contra crianças, adolescentes, idosos e mulheres que são vítimas de agressão física, sexual e psicológica.

O bullying é outra prática de sadismo, que agride e aterrorizam de propósito pessoas ou grupos, de modo recorrente e metódico. Esses tipos de sádicos sentem gozo em fazer isso, tanto no espaço público, privado ou virtual.

No ambiente profissional, os sádicos gostam de discriminar os colegas de trabalho e de sabotar a propriedade financeira e intelectual das empresas, a fim de ver a falência dos patrões.

Os indivíduos sádicos quando possuem cargos de autoridade abusam do poder, no sentido de tratar de maneira grosseira e desrespeitosa: crianças, idosos, pessoas com deficiências, prisioneiros, pacientes, entre outros, que necessitam do atendimento dos serviços públicos.

Na lista dos piores sádicos estão os políticos corruptos, que prejudicam o bem-estar dos brasileiros, sobretudo dos mais pobres. O dinheiro público que foi roubado faltará para os investimentos na saúde, educação, segurança, entre outros direitos essenciais à vida, ferindo de morte a Constituição e ampliando a exclusão social e econômica no País.

Fromm resumiu o caráter do sádico: “Não sente piedade e nem compaixão, como qualquer pessoa normal, e tampouco compartilha da repulsa da pessoa normal ante a própria ideia de agredir alguém em indefeso. Pelo contrário, a impotência é qualidade que estimula o sádico porque anuncia a possibilidade de absoluto controle ao seu alcance.”

A cultura do sadismo não é apenas scripts de filmes, mas um desejo doentio que exige vigilância, pois os sádicos estão entre nós. Se você conhece alguma uma pessoa sádica? Não se submeta a ela em nenhuma situação, uma vez que o sádico irá parasitar na sua vida até o seu corpo, a sua alma e seu espírito definhar.

Imagem de capa: eldar nurkovic/shutterstock

Às vezes, ser bloqueado por alguém é a melhor coisa que poderia ter acontecido

Às vezes, ser bloqueado por alguém é a melhor coisa que poderia ter acontecido

Algumas pessoas saem de nossas vidas sem a gente querer, mas depois de um tempo a gente percebe que foi a melhor coisa que poderia ter acontecido.

Às vezes nos falta coragem para romper com uma situação ruim. Projetamos o futuro com pessimismo e não imaginamos que de um limão podem surgir diversas limonadas geladinhas e muito doces. Então de repente vem a vida solucionando tudo pra gente, nos livrando dos enganos com bênçãos disfarçadas, nos permitindo dar um basta àquilo que não nos cabe, mesmo que não consigamos enxergar isso no momento.

Qualquer um há de concordar que ser rejeitado por alguém machuca, fere muito. Porém, é preciso conseguir ver além das primeiras impressões. É preciso aprender a enxergar além daquele momento em que a raiva nos cega e só pensamos no próprio ego, no orgulho ferido, na humilhação e no fracasso. É preciso deixar o tempo apaziguar a decepção e só então ter a noção exata do que foi perdido. Porque às vezes a gente se confunde. Imagina que perdeu alguma coisa quando na realidade ganhou. Embaralha os sentimentos e acredita que a dor do abandono é o mesmo que a tristeza pelo fim do relacionamento.

Às vezes a gente insiste. Insiste muito. Aposta alto num barco furado porque em algum lugar dentro da gente algo ainda nos diz que é pra continuar remando, que vai valer a pena, que há algo a se esperar. Porém, mesmo insistindo, mesmo desejando, podemos ser bloqueados em nossa tentativa de remar. Nós ainda não temos consciência disso, mas uma hora iremos perceber que foi a melhor coisa que poderia ter acontecido.

Ser abandonado ou bloqueado por alguém não precisa ser sinônimo de derrota ou tribulação se encararmos que foi melhor sermos excluídos de uma vez da vida dessa pessoa do que se tivéssemos permanecido como última opção em seu rol de prioridades.

O lado bom de ser bloqueado por alguém é que isso nos situa, dá um chacoalhão na nossa mania de olhar para trás pelas lentes da nostalgia, nos ajuda a valorizar o presente e dar uma chance ao futuro. E quem nos bloqueou nem sempre é imaturo ou não nos quer por perto. Muitas vezes essa pessoa também está lutando para deixar o passado para trás, e num “acordo” silencioso e subentendido entre as partes, nos faz um grande favor ao nos bloquear e finalmente romper os laços.

Às vezes a gente precisa que alguém nos empurre porta afora e nos ponha por diante, para que a gente perceba o quanto a vida é incrível do lado de fora. Nem sempre temos força para sair do sofá, tirar o pijama e fazer acontecer. Então somos bloqueados e tudo muda. Se antes não questionávamos a relação, agora passamos a questionar. E podemos chegar à conclusão de que nosso medo de romper com a realidade do sofá empoeirado, bolorento e escuro nada mais era do que nossa dificuldade em aceitar mudanças e em sermos amorosos com nós mesmos.

Ser bloqueado por alguém pode ser libertador. Porque isso nos dá limites. Isso nos dá clareza. Isso nos coloca em nosso devido lugar e nos autoriza a seguir em frente, a não ter esperanças, a desistir. Além disso, passado o susto inicial, começamos a perceber melhor as coisas. Começamos a questionar o valor que dávamos àquela pessoa e descobrimos, com admiração e alívio, que reciprocidade não se cobra, e que o maior responsável por ofertar carinho pra gente é a gente mesmo.

Imagem de capa: stockfour/Shutterstock

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7 indicadores de que você não se ama o suficiente

7 indicadores de que você não se ama o suficiente

Você não pode esperar que os demais te aceitem e te valorizem se você mesmo não se ama. Comece a se valorizar para que tudo ao seu redor mude 

A vida é tão curta que é uma bobagem jogá-la fora se preocupando com o que os demais estão pensando sobre nós.

No entanto, sempre buscamos a aprovação alheia para então terminar nos convertendo em pessoas sem caráter que já não se conhece nem gosta de si mesmo.

Quando nossa própria felicidade começar a depender dos demais, é o momento de parar para refletir sobre nossa vida e como a estamos gerenciando.

Algo tem que mudar.

Se você não se aceita, não se ama
Se você não é capaz de se aceitar como é, se você se converteu em alguém totalmente diferente, temos que dizer que você não se ama como deve. Você cometeu o erro de colocar tudo o que é nas mãos alheias e agora está perdido.

Por isso, hoje aprenderemos a identificar alguns sinais que indicam que não estamos nos amando de forma suficiente, para que possamos parar e impedir que esta situação siga em frente.

Você se sentirá identificado com alguma delas? Ou com várias?

1. Não é livre sendo você mesmo

Ser o que os demais querem que seja cansa. Pode até parecer fácil, mas a verdade é que seria muito mais simples ser você mesmo, do que se preocupar em ser alguém que, na realidade, não existe.

Se agora mesmo você está duvidando se sente liberdade ou não para ser você mesmo, com seus defeitos e suas virtudes, é necessário observar sua forma de agir.

Você passa muito tempo rodeado de gente? Evita a todo custo ficar sozinho consigo mesmo?

Se a resposta é sim, talvez você esteja rejeitando quem é na realidade e utilizando a multidão para evitar pensar no assunto.

Na verdade, você até tenha dado poder a estas pessoas com as quais passa tanto tempo para que o mudem, o que implica que, quando estas não estão presentes, você se sinta mal.

É o momento de se afastar de tudo isso e de redescobrir quem você é realmente.

2. Não se atrever a dizer o que pensa

Alguma vez você já sentiu coibido em uma conversa ou sentiu aquele medo de expressar as próprias opiniões, por medo delas não coincidirem com as do resto?

Tudo bem, talvez você esteja querendo “se moldar” como os demais, porém isso implica em rejeitar e não manifestar suas próprias opiniões.

Se você não falar alto, ninguém irá escutar e, por isso, irão ignorá-lo e não o levarão a sério. Não tenha medo de pensar ou ser diferente. Isso talvez seja uma grande falta de autoestima que deve começar a cuidar neste momento.

Suas opiniões são tão relevantes como as dos demais e, mesmo que você pense que são meras bobagens, saiba que não são. Manifeste-as! Fale alto e faça-se notar. Sua opinião conta mais do que você pensa.

3. Ser crítico consigo mesmo

Você é tão crítico consigo mesmo que, sem querer, se bloqueia constantemente e evita seu próprio avanço. De alguma maneira, você se castiga por não fazer as coisas como deveria. Não se dá conta de que errar permite aprender e seguir em frente.

Deixe de se criticar tanto, valorize o que tem conseguido até agora, por menor que seja, e celebre-o, mesmo que acredite não ter importância. Se você começa a celebrar as pequenas conquistas, estará começando a amar a si mesmo.

4. Faz tempo que você deixou de se cuidar

Todos nós precisamos estar bem com nosso próprio corpo. Se isso não acontece, estamos fazendo algo errado. Por isso, se você deixou de se cuidar, de se vestir bem, de se alimentar de forma saudável e tudo isso o faz se sentir mal, mude!

Tem que amar a si mesmo, estar saudável para si, vestir-se bem para si, não para ninguém mais. Se você não o faz, ninguém o fará para você, e deixar esta responsabilidade nas mãos dos outros é um grave erro.

Comece a se amar, comece a cuidar de si mesmo.

5. Não é capaz de se automotivar

Sem motivação, a porcentagem de sucesso de um plano ou de um sonho se reduz a quase zero. Nunca conseguiremos obter o que desejamos se não confiamos nas possibilidades, e se não tivermos uma mente positiva todos os dias.

Talvez você falhe uma e outra vez, talvez as pessoas que estão ao seu redor não o apoiem, mas você tem que acreditar em si mesmo e alcançar o que quer.

Não permita que os demais o freiem. Valorize seus próprios sonhos.

6. Não confie em nada que tenha a ver consigo mesmo

A confiança é tão importante quanto a motivação da qual falamos anteriormente. Sem confiança, nada pode avançar. Já parou para pensar no que você é capaz de conseguir? Já parou para valorizar tudo aquilo que obteve, por menor que tenha sido?

Se você ama a si mesmo, confiará em você e não permitirá que ninguém derrube esta autoconfiança. Poderá conseguir o que quiser, valorizará até seus erros, pois lhe permitem aprender. Não parece muito difícil, não é mesmo?

7. Não se entrega aos demais com sinceridade

Por diversas circunstâncias da vida, você pode ter tido medo de se abrir aos demais, de se mostrar como realmente é.

Estando plenamente consciente disso, colocamos uma armadura que nos protege, mas que também nos enfraquece.

Se não nos entregamos aos demais, não nos abrirmos, se não amarmos a nós mesmos, nunca poderemos saber o que é ser amado de verdade. Pode ser que nunca cheguemos a experimentar a sensação de poder confiar em uma pessoa completamente.

Isso entristece e alimenta a crença de que não somos merecedores do amor. No entanto, quando chega neste ponto, você sabe perfeitamente que merece tanto amor quanto os demais.

O único amor que importa agora mesmo é o seu por si mesmo.

Pode ser que, ás vezes, seja difícil voltar a confiar em si mesmo, inclusive você pense que não mereça ser amado e por isso se machuca. Se isso estiver acontecendo, está errado e tem que achar uma solução.

É sua vida que está em jogo, seus sentimentos, suas emoções, seus sonhos. Comece a valorizar sua vida, valorize a pessoa que realmente é. Não será um caminho fácil, mas o esforço valerá a pena.

Se ainda não se ama, faça com que tudo mude.

Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa

Imagem de capa: HelloRF Zcool/shutterstock

Se você tiver a maioria dessas 12 características, você possui uma personalidade rara

Se você tiver a maioria dessas 12 características, você possui uma personalidade rara

Frequentemente descritas como sendo do tipo mais profundo, misterioso e misticamente inteligente. Será que você se enquadra?

INFJ é um tipo psicológico da teoria MBTI. Esse tipo é considerado a personalidade mais rara entre todos os outros tipos, dentro das tipologias de Jung. O INFJ é frequentemente descrito como sendo o tipo mais profundo, misterioso, misticamente inteligente e de acordo com inúmeras fontes, o mais raro dos 16 tipos com uma incidência de 1 a 2% da população.

Por possuírem uma natureza complexa, as  pessoas que se enquadram como INFJ podem ser consideradas estranhas aos olhos dos outros, parecendo extremamente reservadas e até distantes.

Os INFJs agem com criatividade, imaginação, convicção e sensibilidade, não para criar vantagem, e sim para criar equilíbrio. O igualitarismo e o carma são ideias muito atraentes para os INFJs, e eles tendem a acreditar que nada irá ajudar tanto o mundo como o amor e a compaixão, para amolecer o coração dos tiranos.

Para os INFJs, o mundo é um lugar cheio de desigualdades – mas isso pode mudar. Nenhum outro tipo de personalidade é melhor para resolver algo que está errado, não importa o quão grande seja. Os INFJs só precisam se lembrar de que, enquanto estão ocupados cuidando do mundo, precisam cuidar também de si mesmos.

Grandes líderes humanitártios como Nelson Mandela, Madre Teresa e Martin Luther King possuíam características de INFJs, ou seja, fica fácil entender como pessoas que se enquadram nessa tipologia são raras e especiais.

Os INFJs tendem à introversão, à intuição, ao sentimento e ao julgamento.

Para você saber se você se enquadra nessa tipologia ou mesmo que tem interesses como os jogos do Roku casino, conheça mais detalhadamente algumas de suas características mais marcantes, segundo os tópicos apresentados no artigo da Simple Capacity e traduzidos pela Awebic:

1. São conscientes do futuro

Pessoas com personalidade INFJ não estão preocupadas com problemas triviais.

Elas têm sempre uma visão mais ampla e não ficam desanimadas com os desafios.

Se algo não lhes dá os resultados desejados, elas encontram outra maneira de fazer dar certo.

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Imagem Volodymyr Tverdokhlib/shutterstock

2. Trabalham duro

Essas pessoas não se esquivam do trabalho árduo.

Elas sabem que, se tiverem de conseguir algo na vida, precisam trabalhar por isso, pois nada vem de graça.

Dar 100% de si é a característica mais marcante desse tipo de personalidade.

3. Acreditam nos sentimentos

Os INFJs são pessoas altamente intuitivas que confiam em seus sentimentos mais instintivos.

Elas sabem se algo está ou não funcionando na sua vida por meio da sua intuição e também sabem quando algo as está puxando pra baixo.

4. Buscam a verdade

Elas acreditam no mistério do universo e gostariam de se envolver com o cosmos.

Além disso, tentam descobrir um significado mais profundo nos padrões universais.

5. Unem-se a grupos pequenos

Elas não gostam de se envolver com grandes grupos de pessoas.

E se você não concorda com elas ou as coloca em conflito, elas podem simplesmente cortar você de suas vidas.

6. Têm empatia

Elas são extremamente generosas para com os outros e vão te consolar em seus dias ruins.

Também estão sempre prontas para te oferecer um ombro amigo ou apenas e ouvir.

Você pode contar com elas quando precisar de apoio emocional!

7. Leem as pessoas

Junto com alta energia emocional, elas também podem ler as pessoas observando-as.

Elas também conseguem enxergar suas reais intenções, tornando-se conscientes da presença de qualquer pessoa de má índole em seu círculo social.

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Por Laura Battiato/shutterstock

8. Apreciam a solidão

Muitas vezes os INFJs se sentam sozinhos porque não são como o resto das pessoas.

Você pode vê-los saindo sozinhos de uma sala cheia de pessoas.

Às vezes, eles também gostam de ser assim.

9. São contraditórios por natureza

Essas pessoas podem ir de um extremo a outro repentina e rapidamente.

Isso faz com que seja bastante difícil acompanhar e avaliar seu humor.

Sua personalidade INFJ é a razão por trás da sua natureza contraditória.

10. São tudo ou nada

OS INFJs acreditam que qualidade é melhor que quantidade e que se você não puder dar o seu melhor, então não pode dar nada.

11. Conseguem ligar as coisas

Eles são bons – muito bons, na verdade – em fazer conexões.

São pessoas que conectam os pontos e na maioria das vezes, acertam.

Se você está tendo problemas para descobrir algo, vá procurar ajuda de uma pessoa INFJ.

12. Gostam de escrever

Pessoas INFJs gostam de escrever sobre qualquer coisa.

Elas não gostam de falar demais e preferem gastar seu tempo escrevendo o que querem.

É uma ótima maneira de ter alguns momentos de paz.

Imagem de capa: SvetaZi/shutterstock

Não importa o que seus pais fizeram, agora o responsável pela sua vida é VOCÊ

Não importa o que seus pais fizeram, agora o responsável pela sua vida é VOCÊ

Por Raquel Brito

Tanto faz. Não importa o que os seus pais fizeram ou deixaram de fazer no momento deles. No presente, o responsável pela sua vida é você. Você é responsável pelo que você cria para si, pela família que constrói, pelo amor próprio que pratica, pelos abraços que dá em si mesmo, pelo calor de afeto que gera para si e para os que o rodeiam.

Sim, é verdade, o que acontece na infância, na adolescência, e até mesmo na vida adulta com os nossos progenitores nos marca para a toda a vida. No entanto, isso não nos exime da responsabilidade que temos sobre a nossa vida e nossas emoções. O presente é o momento ideal para depurar o nosso passado e desintoxicar a nossa vida sentimental.

Se o frio do afeto paterno ainda é constante, é hora de deixar o casaco de lado e acender a lareira. As desculpas e os rancores não nos permitem viver, e muito menos construir um lar em nosso interior.

Porque um lar é quente, e conviver em permanência com a recordação de uma criança com defeitos só transforma o nosso eu-afetivo em um gélido iglu. Não podemos viver sem termos curado as nossas feridas, sem termos deixado de lado as lâminas das facas…

Curar feridas de um legado disfuncional da infância

Todos nós temos, em maior ou em menor grau, marcas de toxicidade na nossa infância. Acontece que em alguns casos o negativo supera o positivo e, portanto, a família se transforma em uma rede complexa de relações, vínculos e sentimentos distorcidos ou ambivalentes.

Há figuras paternas que não são sinônimo de alegria, identidade, união, lealdade, respeito, amor e fidelidade. A elaboração dos vínculos com os nossos pais longe desse ideal nos transforma em caldeirões em ebulição, os quais são gênese de dinâmicas complexas e nocivas.

Talvez à primeira vista nos vejam calmos, mas na realidade, lá no fundo escondemos verdadeiras forças antagônicas que lutam para lubrificar nossas crenças, nossos valores e nossos sentimentos sobre o mundo e sobre nós mesmos.

Na infância, a família é o que representa a nossa realidade e a nossa referência, por isso não é estranho tentarmos repetir certos padrões, mesmo que sejam disfuncionais.

Os pais são pessoas e, como pessoas que são, cometem erros. No entanto, a dor provocada no filho se mantém. Neste sentido, não importa que afirmemos sem pudor que devemos aprender com os nossos erros, também podemos aprender com os erros cometidos por nossos pais.

Assim, quem não teve a sorte de crescer em uma família totalmente funcional tem que realizar um trabalho duplo para se fortalecer e apreciar o sentimento de amor e respeito em relação a si mesmo e às pessoas ao seu redor. Para alcançar isso, é bom contar com o guia de um profissional de saúde mental, o qual nos ajudará a abrir as vias de comunicação com nós mesmos.

As condutas autodestrutivas e de castigo em relação aos outros devem ser reavaliadas e rejeitadas pelo nosso ‘eu’ do presente, o qual se constitui como um ‘eu’ adulto e com capacidade de discernir sobre a possibilidade de se realizar.

Resgatar a ideia de que somos merecedores de amor e de que podemos nos brindar segurança e afeto incondicional em primeira pessoa é essencial para curar as feridas que as figuras paternas, uma ou ambas, criaram na nossa criança interior.

Infância é destino, diria Freud; mas o certo é que não podemos viver indefesos toda a nossa vida sob a desculpa de que tivemos uma infância complicada e longe de ser a ideal. Devemos interiorizar a mensagem de que não importa o quão destrutivas tenham sido as nossas relações entre pais e filho, as perspectivas sobre o nosso futuro correspondem a nós.

Seja quem for, sentir-se valioso ou merecedor da felicidade e do amor é um pilar fundamental para a sua capacidade de desenvolvimento de vida. Isto requer que você seja altamente empático ou empática consigo, reconhecendo através dessa empatia o direito de viver a sua própria vida da forma que você escolher.

 TEXTO ORIGINAL DE A MENTE É MARAVILHOSA

Imagem de capa: Boiko Olha/shutterstock

5 razões pelas quais você deve arrumar sua cama logo que você acorda

5 razões pelas quais você deve arrumar sua cama logo que você acorda

“Quando você arruma a sua cama todas as manhãs, você cumpre a primeira tarefa do dia. Fazer a sua cama reforça a ideia de que as pequenas coisas da vida importam. Se você não se dispor a fazer as pequenas coisas, nunca fará grandes coisas.” – Almirante da Marinha dos EUA, William H. McCraven.

Organização, disciplina ou estética? Quais seriam as razões para arrumar sua cama todos os dias? Existe um problema em não arrumá-la?

Para refletir sobre isso, nos da CONTI outra nos baseamos nas 5 boas razões para arrumar a sua cama todos os dias, do site Power of Positivity. Leia com carinho, pois elas mostram com clareza que esse ato vai muito além da “perda de tempo”. Confira!

1. O seu dia começa bem!

Os primeiros atos iniciados e realizados em deu dia promovem uma sensação de realização. Você já sairá do quarto sabendo, mesmo sem de dar muita conta, que fez algo. E, por causa disso, você se sentirá mais inclinado a completar outra tarefa, e depois mais outra.

2. A disciplina mental também deve ser semeada

Nossa mente sempre acha que tudo o que envolve disciplina é penoso e envolve abrir mão de prazeres. Entretanto, quando adquirimos um novo hábito, percebemos que a rotina também pode ser boa e motivadora. Isso, claro, além de otimizar o nosso tempo. Quando você está disciplinado a fazer algo, você rompe com resistências mentais e físicas que poderiam atrasar a sua vida.

3. Você exercita o seu mindfulness

Fazer o que se faz libertando-se de críticas e julgamentos. Para que isso aconteça não é necessário nenhum estúdio técnico especializado. O que você precisa é conectar-se mentalmente consigo mesmo. E isso pode acontecer nos pequenos atos de sua rotina.

4. Você dorme melhor

A National Sleep Foundation (NSF) realizou um estudo onde descobriu uma correlação entre fazer a cama e dormir melhor. Nele, as pessoas que arrumavam a cama diariamente ou “quase todos os dias” relataram melhor sono do que aqueles que raramente ou nunca arrumavam sua cama.

Ou seja, não dá para ignorar a ideia de que um sono de maior qualidade aumenta a sensação de dever cumprido.

5. Bem-estar estético

Rachel Hoffman, especialista em organização de casas, diz: “Separar um tempo para arrumar sua cama cria um ponto de organização e referência, de outra forma, esse local seria um desastre.”
A especialista também diz que arrumar a cama pode servir como fonte de inspiração e paz e que você tem capacidade, afinal, com um pequeno esforço você muda todo um ambiente.
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Imagem de capa: melnikof/shutterstock

“Separar-se dói, mas também pode ser uma benção” – Monja Coen

“Separar-se dói, mas também pode ser uma benção” – Monja Coen

Texto de Monja Coen

É possível separar-se de alguém com respeito e com ternura.

É possível um divórcio verdadeiramente amigável.

Mas para isso é preciso que as duas pessoas envolvidas no processo de desfazer um laço de intimidade tenham amadurecido o suficiente para conhecer a si mesmas.

Caminhamos lado a lado com algumas pessoas em alguns momentos da vida.

Minha professora de hatha ioga, Walkiria Leitão, comentou em uma de nossas aulas:

“A vida é como atravessar uma ponte. Nem sempre as pessoas com quem iniciamos a travessia são as mesmas que nos cercam agora ou com quem chegaremos do outro lado. Mas sempre há alguém por perto. Nunca estamos sós.”

O medo da solidão, muitas vezes, faz com que as pessoas suportem o insuportável. Ou se lamentem após uma separação, apegadas até mesmo ao conflito conhecido.

Ainda há mulheres que sofrem violências morais e até mesmo físicas de seus companheiros ou companheiras.

Ainda há homens que sofrem violências morais e até mesmo físicas de suas companheiras ou companheiros.

Como dar limites? Como conhecer esses limites?

Quando os limites são desrespeitados, as dificuldades começam. Dificuldades que podem levar à separação e ao divórcio. Dificuldades que podem levar ao sofrimento filhos e filhas, animais de estimação, amigos, familiares.

Caminhamos lado a lado.

Ou não.

Quando nos afastamos e nos distanciamos, nunca é repentino.

Um processo que, se desenvolvermos a clara percepção da realidade do assim como é, poderemos prever, antecipar e até mesmo alterar o desenvolvimento do processo.

Entretanto, se não conseguirmos antever o que já acontece, se colocarmos lentes fantasiosas sobre a realidade, poderemos nos desiludir e nos sentirmos traídos na confiança mais íntima do ser.

Professor Hermógenes, um dos pioneiros do yoga no Brasil, fala sobre a criação de uma nova religião chamada “desilusionismo”:

“Cada vez que temos uma desilusão estamos mais perto da verdade, por isso agradecemos.”

Se você teve uma desilusão é porque não estava em plena atenção. Mas não fique com raiva nem de você nem da outra pessoa.

Nada é fixo. Nada é permanente.

Saber abrir mão, desapegar-se – até da maneira como tem vivido – é abrir novas possibilidades para todos.

Por que sofrer? Por que manter relações estagnadas ou de conflito permanente? Ou como transformar essas relações e dar vida nova ao relacionamento?

Apreciar e compreender a vida em cada instante é uma arte a ser praticada.

Separar-se dói, confunde, mexe com sonhos e estruturas básicas de relacionamentos.

Separação pode ser também uma bênção, uma libertação de uma fantasia, de uma ilusão.

Observe em profundidade.

Será que ainda é possível restaurar o vaso antigo?

No Japão, as peças restauradas são mais valiosas do que as novas. Tem história, emoção, sentimento.

Cuidado com o eu menor.

Cuidado com sentimentos de rancor, raiva, vingança.

Esse sentimentos destroem você, mais do que as outras pessoas.

Desenvolva a mente de sabedoria e de compaixão.

Queira o bem de todos os seres. Isso inclui você.

Cuide-se bem e aprecie a sua vida – assim como é –, renovando-se a cada instante e abrindo portais para o desconhecido, o novo – que pode ser antigo, mas novo a cada instante.

Mantenha viva a chama do amor incondicional e saiba se separar (se assim for) com a mesma ternura e respeito com que se uniu.

Esse o princípio de uma cultura de paz e de não violência ativa.

Que assim seja, para o bem de todos os seres.

Mãos em prece

Fonte indicada: Monja Coen . Via Revista Pazes

Imagem de capa: fizkes/shutterstock

7 sinais de que seu filho está viciado em tecnologia

7 sinais de que seu filho está viciado em tecnologia

Alguns sinais de que as crianças podem estar viciadas em iPad, Iphone, Smartphones ou TVs…

A medida que mais e mais famílias passam a dar iPads e smartphones aos seus filhos, mais e mais crianças começam a ficar viciadas. Vejam bem, o problema não é o uso da tecnologia, mas o tanto em que a criança fica exposta a ela.

Mas, em excesso, a dependência pode ser observada desde sintomas de abstinência física até o “perder o contato com o mundo exterior”.

Aqui vão 7 sinais de que sua criança pode estar viciada em tecnologia, segundo a Livescience.com, traduzido e adaptado pelo site Mamãe Plugada.

Caso perceba alguns pontos em comuns, não hesite em procurar ajuda:

1. ABSTINÊNCIA

Em um estudo de 2011, pesquisadores pediram a 1.000 estudantes universitários de todo o mundo para ficarem 24 horas sem usar seus smartphones, outros dispositivos móveis ou a Internet. Dentre os muitos sintomas relatados, tais como ansiedade e depressão, um estudante anônimo disse que ele ficou se coçando como um drogado, por querer pegar o smartphone e não poder.

Se o seu filho está irritado, ansioso ou triste por muito tempo depois de ver o iPad retirado por você, pode estar havendo uma relação de dependência prejudicial.

2. TOLERÂNCIA

Assim como a heroína, viciados precisam de doses cada vez maiores para obterem o mesmo efeito, os usuários do iPad também podem desenvolver uma tolerância.

As crianças que usavam o dispositivo por cerca de 10 minuto por dia, por exemplo, passam a precisar de uma hora, depois duas horas, depois três e assim o vício vai se instaurando…

3. PERDA DE INTERESSE

Se a criança que já gostava de jogar futebol ou subir em árvores começou a perder o interesse em atividades ao ar livre, isso pode ser sinal de inicio de um problema. A preferência ocasional pelo iPad em detrimento a outras atividades não é um problema; mas se sempre as telas estão ganhando de atividades deliciosas lá fora, é preciso ser observado.

4. FALTA DE CONTROLE

Viciados normalmente têm a incapacidade de controlar seu uso. E exatamente por crianças pequenas não serem notadamente reconhecidas pela sua capacidade de auto-controle, isso pode se tornar um problema se os pais não controlam por eles.

Pais de crianças pequenas deve ser capazes de definir limites.

5. DECEPÇÃO

Outra bandeira vermelha do vício são crianças deitadas sobre o iPad, levando o smartphone para seus quartos ou outro esconderijo, ou ainda, enganando os membros da família para conseguir mais tempo com a tela.

6. CAPACIDADE DE LIDAR COM PROBLEMAS

Viciados costumam usar uma substância como uma forma de escapar de um estado de espírito ou sentimento negativo.

As crianças PODEM estar usando smartphones em excesso para evitar lidar com as emoções tristes, estressantes ou sentimentos negativos. Por exemplo, se o seu filho sempre pega o iPad depois de presenciar uma briga de casal, ele pode estar lidando com suas emoções negativas usando o iPad.

7. PERDAS SOCIAIS

Perder relações significativas, começar a ir mal na escola, se esquivar de relacionamentos, de tentativas de novos desafios ou o mau desempenho no trabalho são todos os sinais de vício.

Embora as crianças provavelmente não perderão o bônus de fim de ano ou o emprego por conta disso, elas podem estar perdendo amigos ou suas notas estarem indo para o ralo, parecendo que a criança está se separando do mundo ao seu redor, do mundo real.

É NORMAL OU NÃO É?

Por todos esses sintomas, é importante notar que as crianças mentalmente saudáveis, especialmente crianças pequenas, tornam-se um pouco obsessivas.

Em crianças pequenas, especialmente, esses sintomas podem ser enormemente abrandados, se os pais estabelecerem limites. O fato de que os pais têm dificuldade para tirar o Ipad de uma criança de 3 anos não significa necessariamente que eles têm um viciado em casa: isso significa que o pai tem dificuldade em dizer não e, se os pais não pode intervir com uma criança tão pequena, terão que rezar quando a adolescência chegar, né?

É preciso que supervisionemos, sem negras, mas com responsabilidades.

Um beijo, Marrie (Marrie Ometto)

Fonte mais do que indicada: Mamãe Plugada

Imagem de capa: Ekaterina Dema/shutterstock

Notívagos: quando a madrugada não serve para dormir

Notívagos: quando a madrugada não serve para dormir

Quando procuramos significados para a palavra “notívago”, sempre encontraremos algo relacionado a quem possui hábitos noturnos. E muita gente é assim, do tipo que o que menos sente na madrugada é sono. Nem é preciso sair de casa, não se trata necessariamente de baladas, mas parece que, em algumas pessoas, o metabolismo simplesmente acende enquanto o dia vai embora e a noite chega, mesmo que para ficar em frente à televisão.

A madrugada e sua lua, desde sempre, inspira poetas, músicos e artistas, em geral, a produzirem suas obras, adentrando as horas da madrugada compondo, escrevendo, pintando, como se a escuridão e as sombras lhes motivassem a produzir luz, por meio de sua arte. Teve um tempo em que a programação dos canais de televisão encerravam suas atividades durante a madrugada, mas hoje os programas se estendem pelas vinte e quatro horas do dia, bem como existe uma rede de comércio que jamais fecha, empresas com turnos noturnos, e por aí vai.

Há estudos que dizem ser o organismo do adolescente peculiar, nesse sentido, uma vez que, nessa fase de crescimento e de amadurecimento, o corpo é mais lento nas primeiras horas do dia, ou seja, eles estão predispostos a dormir e a acordar mais tarde. Nesse ponto, portanto, percebe-se que muitas pessoas permanecem na adolescência a vida toda, pois, para elas, acordar cedo é um martírio, enquanto que varar a madrugada é tranquilo e natural.

Por outro lado, o cair da noite também pode nos trazer sentimentos desconfortáveis e medos que, durante o dia, parecem adormecidos – é como se o medo dormisse de dia e acordasse com tudo à noite. Existem pessoas com depressão, por exemplo, que veem suas angústias acentuarem ao cair da noite, como se o crepúsculo levasse, junto com a luz do sol, suas esperanças. Há, inclusive, a síndrome do entardecer, em pacientes com Alzheimer, pois, nesse período, eles tendem a ficar mais confusos.

Fato é que muitas pessoas amam a madrugada e sentem-se dispostas e motivadas a inúmeras atividades exatamente nessas horas em que muitos descansam e dormem. Há muitas coisas interessantes rolando nessas horas, tanto nas redes sociais, quanto nos canais televisivos, ou pelas ruas da cidade, entre os boêmios de plantão. Encontros furtivos, tramas complexas, planos de vida, vícios e prazeres compõem o imaginário popular quando nos referimos às horas escuras.

Seja para sair por aí, para se encontrar com quem se ama, seja para curtir a própria companhia, há muitas pessoas interessantes que fazem parte da tribo dos notívagos. Simplesmente porque a madrugada é composta de horas interessantes. Interessantíssimas.

Imagem de capa: marvent/shutterstock

O lugar do surpreendente

O lugar do surpreendente

Em minha casa, havia dois lugares mágicos: o escritório de meu pai, com sua enorme biblioteca, discoteca e estúdio fotográfico; o outro, um quartinho escuro, enigmático e de difícil acesso, pois, por muitas vezes, meu pai ali se trancava e não permitia que nós o incomodássemos…

Lembro-me de ficar atenta aos sons e aos movimentos dele, criando mil ideias sobre o que poderia estar acontecendo em seu refúgio, quase que diário.

Dois lugares que, sem dúvida, foram os nascedouros da minha curiosidade…

O quartinho escuro era o laboratório para revelar suas fotografias. Poucas vezes, ele nos permitia entrar, contudo me lembro perfeitamente da minha emoção quando, num determinado dia, ele me chamou para testemunhar o “milagre” acontecer.

Foi uma explosão de alegria que precisei conter para que ele não percebesse e, zangado, desistisse de seu convite.

Recordo-me do movimento da água na bacia, do tremor de suas mãos ao segurar a pinça que prendia a foto recém-tira- da e, no escuro, esperar aquela fotografia ir revelando, vagarosamente, os semblantes fotografados para, em seguida, serem penduradas num varal improvisado.

Que maravilha! Observar o movimento da água e o aparecimento, cada vez mais nítido, da foto. Algo deslumbrante, divino!

Sinto, intensamente, a mesma emoção ao recordar e nar- rar essa experiência; e, somente, há bem pouco tempo, é que me dei conta do alcance dessa vivência em minha vida e, sobretudo, na pessoa que sou! Aquele evento que apreendi com a multiplicidade dos sentidos, deu origem ao sentimento de paixão que tenho pela minha profissão.

A situação clínica na perspectiva hermenêutica (ciência da interpretação) é o lugar em que se permite a eclosão de novas possibilidades de ser e de acessar, na pessoa, o que há de mais profundo e desconhecido em si mesma.

Conteúdos psíquicos que, de outra forma, poderiam permanecer submersos e obscuros revelam seus sentidos e significados singulares, permitindo, assim, o desenvolvimento psíquico do sujeito.

A experiência analítica é um evento que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, o profissional não empresta ao outro o que acredita ser a verdade e, sim, colhe a singularidade de cada um ao possibilitar o desvelar de sua interioridade.

A situação clínica é a bacia de água, é a mão, é a pinça, é o tempo necessário oferecido para que venha à tona o que há de melhor e pior de cada um e, assim sendo, auxilia no bem-estar da pessoa consigo mesma e com o mundo.

Aquele maravilhamento que senti quando criança está vivo e revivo até hoje, quando me surpreendo diante de cada ser humano que tenho o prazer de conhecer.

Imagem de capa: Tatyana Bondar/shutterstock

Obesidade: conheça os fatores psicológicos que levam a engordar

Obesidade: conheça os fatores psicológicos que levam a engordar

Por Alberto Fiaschitello

O que é obesidade?

Como as pessoas encaram, relacionam-se e tratam a obesidade?

Normalmente, o obeso é visto como uma pessoa levemente disfuncional socialmente, que não se adapta às normas-padrão estéticas devido a um certo descontrole em relação à comida.

Mas, o que há com as pessoas obesas? Distúrbios hormonais? Excesso de apetite? Gula? Sem dúvida, em alguns casos esses motivos podem estar presentes. Mas, certamente, a obesidade não é apenas uma questão de gula, de hormônios alterados ou de excesso de apetite: ela reflete, muitas vezes, os estados emocionais subconscientes que se fixaram na pessoa devido aos seus conflitos e incompreensões afetivas e existenciais, condições estas que levaram-na estabelecer uma relação desequilibrada com o seu corpo e/ou com a comida.

Partindo desse pressuposto de que a obesidade, muitas vezes, tem uma base emocional subconsciente, é preciso abordar terapeuticamente e pensar na obesidade como um processo que necessita de autoconhecimento e de transformações psicológicas e comportamentais para a sua real solução.

Todos sabemos dos infinitos e sempre novos métodos e sistemas de emagrecimento oferecidos por aí e de quanto as pessoas tentam e se esforçam para seguir dietas e manterem-se esbeltas. De um lado, temos um modelo social estético neurótico, com padrões corporais criados por formadores de opiniões igualmente neuróticos ou baseados em interesses corporativos, como é o caso da indústria da moda. Por outro, temos a ignorância consensual sobre os processos orgânicos, psicossomáticos e comportamentais que geram a obesidade. Sendo assim, precisamos abordar a obesidade de uma forma mais realista, inteligente e estrutural.

Discutindo possibilidades

Como toda doença ou condição comportamental negativa, a obesidade também tem múltiplas origens psicológicas; ou seja: ainda que boa parte das pessoas tenha se tornado obesa devido a condicionamentos psicológicos, os condicionamentos (as origens emocionais) normalmente são diferentes de pessoa para pessoa.

Portanto, se realmente se deseja tratar um obeso, é preciso conhecer a sua história de vida, o seu padrão familiar e compreender os seus conflitos interiores e condicionamentos psicológicos que o levam a ser obeso. E ainda que haja um distúrbio hormonal associado à obesidade de alguém, é preciso pensar e investigar juto com essa pessoa sobre os porquês de seus desequilíbrios glandulares.

Claro que existem obesos simplesmente porque existe um componente de má alimentação envolvido – que está baseado em excesso de carboidratos e gorduras -, mas para estes apenas uma boa reeducação em seus hábitos alimentares é o suficiente.

Um esboço sobre tipologias relativas à obesidade

A família obesa

Alguns obesos desenvolvem-se em “ambientes familiares obesos”. O padrão familiar envolve ou baseia-se na alimentação farta, no sentido de abundância nutricional, no prazer de comer e estar reunido ao redor de uma mesa farta.

De alguma forma, está implícito para essa família que “encher a barriga” em família dá o sentido de preenchimento emocional, de afeto e comunhão grupal. Claro que depois que os filhos se casarem, irão normalmente manter essa noção (condicionamento psicológico), que tende a levar à formação de um novo núcleo familiar obeso.

Ao tratar um obeso com esse perfil – seja da primeira ou das demais gerações -, é preciso questioná-lo sobre o tipo de ambiente familiar no qual viveu, sobre quais eram as impressões emocionais implícitas nesse ambiente e se essas impressões refletem realmente um ambiente emocional saudável, ou se camuflam estados e necessidades emocionais mais profundas dos indivíduos dessa família.

Meu corpo, minha fortaleza

Um certo perfil psicológico ligado à obesidade é o da sensação de proteção e de segurança de estar dentro de si, protegido por uma massa externa.

Nesse caso, o excesso de alimento tende a representar tanto a nutrição “maternal-familiar-protetiva”, como o “material” que constrói a “barreira”contra os ataques exteriores. Comer significa nutrir-se emocionalmente e construir continuamente as barreiras contra as agressividades, especialmente as de natureza física.

O obeso que tem traços desse perfil precisa perceber como vem usando o alimento para cumprir funções de relacionamento social de forma inadequada e que, na verdade, lhe causará danos severos, pois tornar-se obeso pode torná-lo ainda mais incapacitado e vulnerável, devido à sua crescente imobilidade. Confrontar perigos e situações agressivas exige uma postura madura, responsável e destemida e não exatamente um “corpo-muralha”.

O eterno bebê

Algumas pessoas mantêm-se presas emocionalmente na condição de eternos “bebês”, que desejam a nutrição maternal para sempre. O alimento lhes relembra essa nutrição, e essa condição é mantida como o foco de vida, de satisfação crucial para o seu desejo perene de nutrição emocional e cuidados afetivos maternos.

Esse tipo de pessoa come sempre e continuamente, tornando-se o “obeso-padrão”, aquele passa a imagem de que “é gordo porque come demais”.

Nesse caso, a pessoa precisa de meios para conhecer seu padrão emocional disfuncional ligado à sua forma de comer. Precisa também compreender fundamentalmente que sua nutrição vem de si mesma, que ela não pode ser dependente eternamente da nutrição de outrem, e que precisa amadurecer e se tornar responsável por si mesma e pela sua manutenção psicológica interior.

A eterna nutriz

Da mesma forma que existe o “eterno bebê”, existe a “eterna nutriz”, aquela pessoa que mantém um padrão de massa corporal excedente devido a um padrão emocional subconsciente de alimentar e acolher afetiva e “maternalmente” os demais.

Normalmente isso se vê mais em mulheres, naquelas que têm um perfil nutridor, como a típica “mamma” italiana: com a expectativa de darem sempre aos “seus filhos” (quem quer que sejam estes: seus filhos reais, ou os seus filhos “adotados” afetivamente), de nutrirem seus “bebes”, elas condicionam-se a acumular alimento em seu corpo, que literalmente se transforma em massa corporal, que é um símbolo visível para os outros de sua condição eterna da “grande mãe nutridora”.

Para essas pessoas é uma condição difícil a de admitir que precisam deixar de ser “as mães nutridoras do mundo”, se quiserem deixar de ser obesas, e, normalmente, são essas que tendem a desenvolver doenças degenerativas como o diabetes tipo 2, os problemas vasculares nas pernas, os distúrbios articulares em joelhos e pés, entre outros, devido ao papel estático e servidor de dona de casa e mãe eterna.

É preciso crescer e deixar crescer, desprendendo-se dos filhos, sem medo de encontrar a casa vazia; é preciso viver, construir o seu eu e aprender a relacionar-se socialmente além de sua própria família (o pequeno núcleo que representa o “lar interno”), enfrentando e conhecendo o mundo, onde vive a coletividade maior na qual ela deve se desenvolver.

A opulência alimentar

Atualmente, as sociedades tecnologicamente avançadas e economicamente prósperas, baseadas no “mercado de consumo”, têm criado, através da mídia, um estímulo crescente ao consumo excessivo de alimentos, dando ênfase às delícias industrializadas e da mesa em geral, inclusive agregando status positivo à culinária sofisticada que vem se popularizando sob o termo “gourmet”.

Para as camadas mais esclarecidas, o fato de achegar-se mais à mesa e desfrutar mais frequentemente de lautas refeições é compensado pelas atividades constantes em academias e afins. O padrão crescente “estilo gourmet” vem acompanhado dos estreitos e exigentes padrões estéticos da alta sociedade, por isso, é mais raro encontrar pessoas de perfil econômico elevado tornando-se obesas. A isso agrega-se o fato de que as pessoas mais esclarecidas tendem a cozinhar com ingredientes muito menos calóricos e utilizar alimentos de padrão nutricional muito mais saudáveis, o que significa menor consumo de gorduras e carboidratos e maior consumo de fibras, vitaminas, sais minerais e enzimas que tendem a equilibrar metabolicamente as glândulas e o restante do organismo.

Por outro lado, as camadas menos esclarecidas, têm tido maior acesso aos alimentos industrializados e aos produtos alimentícios não-essenciais (guloseimas), sem terem o mesmo conhecimento sobre propriedades nutricionais, consumo calórico e sobre substâncias essenciais reguladoras do metabolismo, como sais, vitaminas, enzimas, pró-bióticos etc. Ao mesmo tempo, têm muito menos impressos os padrões estéticos estreitos de linha corporal e muito menos acesso aos meios de manutenção dos mesmos, como a academias, personal trainers e similares. Assim, a opulência alimentar aqui não vem acompanhada de contrapartes reguladoras, o que resulta num crescente padrão de obesidade para a população média, especialmente das camadas menos favorecidas, as quais têm sido um novo nicho para a indústria alimentícia e as mídias associadas.

O alimento como recompensa

Um aspecto muito mais óbvio, mas não menos importante, é o conceito do alimento como recompensa.

É comum encontrarmos em alguns tipos de alimentos, como doces, massas e guloseimas variadas, a “satisfação-recompensa” depois de termos feito esforços no trabalho, nas atividades domésticas, ou nos estudos, com a sensação de “Eu mereço isso!”

É claro que a satisfação, o prazer e o bem-estar, assim como o descanso e o lazer, fazem parte da vida humana, e comer, descansar e ter momentos de paz e satisfação com amigos e familiares são pequenas jóias que tornam a vida mais feliz.

Mas, há um conceito ligado à recompensa alimentar que é utilizado, muitas vezes, de forma pouco construtiva e inteligente, tornando, pelo contrário, certas pessoas dependentes do alimento como se este fosse a fonte final de prazer e recompensa na vida.

É bastante comum vermos mães que prometem delícias doces aos filhos, caso estes comam toda a comida que está no prato, ou guloseimas, caso cumpram corretamente suas tarefas domésticas ou escolares.

Em outros casos, pais trazem caixas de doces ou de chocolates aos filhos, como reconhecimento pelo comportamento polido e os elogios recebidos na escola, ou como forma de compensar a sua ausência, devido ao excesso de trabalho e compromissos sociais.

Todos esses comportamentos condicionam a criança a vincular os resultados positivos de suas ações aos alimentos, especialmente aos hipercalóricos e saborosos, como é o caso dos doces.

Com o tempo, como os sabores acentuados são viciantes (e mais especialmente o açucar concentrado, presente em muitos doces), a criança vai substituindo as faltas afetivas (ausência do pai ou da mãe ou de ambos) e o justo prêmio pelos seus esforços pela sensação intensa do paladar e em especial dos doces.

Podemos ver aqui a imagem da adolescente, que mesmo entediada, vai à geladeira inúmeras vezes em busca de guloseimas, e que passa a “beliscar” o tempo todo. Ao longo do tempo, teremos uma adolescente obesa, insatisfeita emocionalmente e literalmente viciada em comer.

Uma pessoa com esse perfil precisa recuperar o sentido real de satisfação e também o de recompensa.

A satisfação interior e a plenitude afetiva são corretamente alcançadas dentro da esfera do reconhecimento alheio (especialmente dos pais e educadores), quando do sincero e espontâneo cumprimento dos compromissos e comportamentos sociais de forma ética e humana pela pessoa; igualmente se dão através da comunhão humana e espiritual (no sentido interior, e não religioso formal) do indivíduo com a coletividade e a Existência.

Do mesmo modo, a forma correta de recompensa resulta dos mesmos âmbitos e aspectos de reconhecimento moral pelo dever cumprido: o reconhecimento e a aprovação alheia correta (em especial de pais e educadores) que possuem um sentido moral saudável, levam embutidos o sentido caloroso da aceitação e do afeto, que preenchem o indivíduo de sentimentos de bem-estar, segurança e de boa auto-estima.

Assim, o erro essencial que leva a esse tipo de obesidade é transferir o sentido de satisfação e de recompensa para elementos materiais de prazer imediato – como os alimentos saborosos e as guloseimas -, ao invés de devolver à criança ou ao indivíduo em geral o reconhecimento moral, o seu valor interior, e a sua aceitação e sentido de pertencimento saudável à coletividade.

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Existem outros perfis psicológicos que levam à obesidade, por isso, como dito anteriormente, é preciso interessar-se genuinamente pela pessoa que deseja se compreender e deixar de ser obesa, sempre lembrando que cada caso está baseado em condições e contextos psicológicos referentes à própria vida da pessoa.

Fonte indicada: Epoch Times

Imagem de capa: SeventyFour/shutterstock

A sabedoria do gato

A sabedoria do gato

Assistindo a uma aula do curso que iniciei esse ano, que foi a Graduação em Filosofia, fui colocado em contato com uma poesia absolutamente maravilhosa. Curta em palavras, mas profunda em reflexões.

Era uma poesia de autoria do mestre Fernando Pessoa intitulada “Gato que brincas na rua”. Quero junto com você pensar um pouco sobre as muitas interpretações contidas em 12 pequenas linhas. Veja só!

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Gato que brincas na rua

Gato que brincas na rua

Como se fosse na cama,

Invejo a sorte que é tua

Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais

Que regem pedras e gentes,

Que tens instintos gerais

E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,

Todo o nada que és é teu.

Eu vejo-me e estou sem mim,

Conheço-me e não sou eu.

Fernando Pessoa

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São apenas 12 versos e 3 estrofes, nas quais ele aborda temas existencialistas com maestria. Na 1ª estrofe ele fala sobre a “sorte” do gato, que ele chama de “sorte” por talvez não conseguir encaixar outra palavra.

Ele está falando que o gato vive de forma tão plena o momento presente que chega a sentir inveja. Inclusive nós somos tão centrados em nosso próprio umbigo que muitas vezes associamos esse estado de plenitude deles com felicidade.

Será que é felicidade esse estado vivido pelo gato? Ou será que posso chamar esse estado de “gaticidade”? Essa “gaticidade” seria a felicidade do gato em ser gato e viver da forma que vive.

Sorte não é a palavra que expõe o que o poeta quis dizer pelo simples motivo de associarmos sorte com algo meio que sobrenatural. E será que existe algo sobrenatural em um gato? Muitos diriam até que sim! Mas o que seria?

A sorte, na nossa limitada concepção, é como se fosse uma espécie de benção, ventura, afortunamento de certos indivíduos considerados especiais. Por isso é comum dizermos: “Fulano de tal tem muita sorte…”. Só para termos ideia do quão limitada é nossa visão sobre isso! A forma mais comum de associação com a sorte é ganhar em loterias ou jogos de azar. Talvez até por isso que recebam esse nome “jogos de azar”, porque somente alguns poucos privilegiados são os sortudos vencedores.

O gato não se importa com nada disso. Enquanto estamos aqui conjecturando essas ideias, ele está sossegado, dormindo de barriga para cima.

contioutra.com - A sabedoria do gato

Como se chama essa “sorte” do gato? Não consigo responder a essa pergunta! Você consegue? Coloque alguma sugestão nos comentários! Vai ser bacana estendermos essas questões…

Na 2ª estrofe ele fala sobre o destino não só do gato, mas de todos nós, a FINITUDE. Todos nós vamos morrer um dia! A grande diferença entre nós e o gato é que ele não tem consciência de sua finitude, no entanto, nós temos.

Por sermos racionais e termos essa consciência, procuramos dar algum sentido maior para a nossa existência, para que ela não seja um simples ato instintivo, tipo: comer, dormir, perpetuar a espécie…

Daí ele questiona que o gato sente só o que sente. Em outras palavras, o seu sentimento está ligado aos seus instintos fundamentais: fome, sede, sono, perpetuação da espécie etc. Mas nós somos muito diferentes, muito mesmo!

Os nossos sentimentos são tão diversificados e multifacetados que nem preciso ir muito longe para confirmar isso. Toda a Filosofia, a Psicologia, as Artes, e por que não acrescentar? Até a Ciência, está imbuída de sentimentos. Pode ser o anseio pela descoberta, no caso da Ciência, a busca pela expressão do belo na Arte, a alegria de entender as mazelas emocionais na Psicologia e o espanto, no caso da Filosofia.

No pouco tempo que estou nesse curso, aprendi que a palavra que melhor designa o sentimento para Filosofia é ESPANTO. Não dá para ser um filósofo sem se espantar com a existência e suas complexidades!

Eu me espantei sobremaneira com esse gato e não consegui sentir um pingo de sono até colocar essas ideias de forma escrita para compartilhar com você agora! Esse sentimento é parte da minha felicidade, que voltando ao gato, não tem nada a ver com o que ele sente, pois ele só pode sentir o que ele sente! Está conseguindo entender ou estou viajando demais?

A estrofe final é a mais complexa e bonita das três. Só com ela é possível escrever um livro inteiro com divagações ad infinitum…

O gato é feliz ao modo dele. Esse nada colocado pelo poeta provavelmente tem relação com o fato de o gato ter uma existência instintiva, e depois que ele morrer não fará falta para praticamente ninguém. Ele fará falta para o seu dono caso seja domesticado, ou no máximo para alguns poucos que tenham de alguma forma se afeiçoado a ele.

Nós não conseguimos conceber a ideia de vivermos nesse mundo sem deixarmos alguma marca, algo para a posteridade, ou seja, um LEGADO.

Não é à toa que existe a tão conhecida frase: “Ao longo da vida, plante uma árvore, escreva um livro ou tenha um filho”. E claro! Se puder, faça as três coisas!

Por que gostamos tanto dessa máxima? Exatamente porque dessas três maneiras nos tornamos eternos. Algo de nós ficará nesse mundo após nossa morte.

Qual é o legado do gato? Pode até existir, mas eu não consigo ver com clareza. Será que são os gatinhos que ele gerou? A alegria que deu ao seu dono?…

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Então ele conclui parafraseando o mestre Sócrates e sua máxima “Conhece-te a ti mesmo”. Ele ilustra com maestria nossa natureza dual. Estou em mim, mas não sou eu. Então quem sou? Se digo que sei quem sou, não sou mais eu que estou aqui…

É difícil compreender isso, mas vou tentar facilitar a sua vida com uma interpretação bacana.

Sabemos da máxima de Sócrates que diz: “Só sei que nada sei”. Ele não está dizendo que é um “burro”, muito pelo contrário! Está dizendo que tem muito conhecimento, mas não é detentor de todos os conhecimentos, que aquilo que sabe é como o nada frente a tudo o que pode ser conhecido, tanto fora, pelo conhecimento adquirido, quanto dentro, pelo que se sabe sobre si mesmo.

Então a frase final é um tratado sobre a HUMILDADE. Se eu já me conheço, a única certeza que eu tenho é de que não tenho mais nenhuma sanidade mental. Meu EU com letra maiúscula não está mais dentro de mim, então por isso que me vejo, mas não estou lá, “estou sem mim…”.

Portanto. Que esse lindo gato e todas essas reflexões existencialistas lhe ajudem a olhar para dentro de si mesmo com um olhar mais contemplativo, pegando o que de bom o gato pode ensinar, mas acima de tudo, aprendendo com essa sabedoria que tão bem o mestre Sócrates nos legou há 2500 anos…

Imagem de capa: Daria Minaeva/shutterstock

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