Por que russos não sorriem em público? Razão vai mudar sua mente.

Por que russos não sorriem em público? Razão vai mudar sua mente.

Com a Copa do Mundo 2018, multidões de estrangeiros estão chegando à Rússia para ver suas Seleções em ação. Mas, no processo, vão ter um grande choque cultural: não apenas os russos não sorriem, como exprimir um sorriso em público pode causar problemas.

Russos não sorriem: por quê?

A muitos estrangeiros, sobretudo os vindos de países americanos, a seriedade russa dá a sensação de frieza e antipatia. Mas, os russos não são assim, sorrir a estranhos simplesmente não faz parte de sua cultura. De fato, para fazer os turistas se sentirem bem-vindos, os trabalhadores russos tiveram que ser treinados para sorrir.

Além do frio e da neve, os russos não sorriem porque em sua cultura não é um sinal de bondade, mas de tolice.

Na Rússia, há uma frase que diz “sorrir sem razão é sinal de estupidez”. E não é só um ditado, é nisso que eles acreditam.

Em uma entrevista ao programa de rádio Invisibilia, Yuri Chekalin, ex-funcionário do primeiro McDonald’s do país, disse que um sorriso sem razão é um traço do caráter negativo.

“Na Rússia, nós não sorrimos para estranhos”, ele explicou. “Quando você vê sua família ou seus amigos é que você sorri. Você não faz isso com mais ninguém além deles”.

O que significa um sorriso para os russos

Para os russos, um sorriso é parte da intimidade e só é feito com as pessoas que você mais ama. Aqueles que mostram isso a estranhos são suspeitos.

Basicamente porque os sorrisos, vistos como sinais de confiança e certeza em muitos países, podem parecer estranhos em lugares como a Rússia, que sofreram guerras, fome, ditaduras brutais e necessidades de todos os tipos. Um país que está nessa escala tende a ver o futuro como algo imprevisível, e é por isso que uma pessoa sorridente parece ter escondido intenções.

Existe uma relação muito forte entre o quão imprevisível é uma sociedade e a probabilidade de que eles considerem o sorriso como algo pouco inteligente.

A razão é um pouco triste, mas também pode nos ajudar a entender melhor essa sociedade. Algo tão simples como um sorriso pode mostrar a lacuna entre uma cultura e outra. Temos duas opções na frente deste problema: caímos em estereótipos ou tentamos entendê-los.

Fonte indicada:  Vix

70 anos de união e o príncipe Philip ainda olha para a rainha com absoluta adoração

70 anos de união e o príncipe Philip ainda olha para a rainha com absoluta adoração

Eles possuem o casamento real mais longo de toda história. Em seus 70 anos de casamento, rainha Elizabeth II e o príncipe Philip passaram por uma infinidade de experiências, mas agora especialistas em linguagem corporal nos afirmam que o casal também têm coisas para nos ensinar sobre o amor.

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Mesmo sabendo que, quando o assunto é a realeza, existe um glamour que nem sempre corresponde a realidade, nós acompanhamos publicamente muitos percalços aos quais o casal real foi exposto desde o seu casamento em 1947.

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A partir de 1947, também, a série The Crown, retratou muito da história do casal.

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Agora, para justificar as imagens de capa e sabermos um pouco mais sobre o relacionamento do casal que desperta tanta curiosidade pública, Blanca Cobb, especialista em linguagem corporal e autora de Methods of the Masters, disse a Revista Good Housekeeping:

“Quando você olha para além da formalidade real das aparições públicas do príncipe Philip e da rainha Elizabeth, vê claramente o amor e a adoração do príncipe Philip por sua rainha.”

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Segundo Blanca, o príncipe faz tudo o que pode para tentar estar mais perto de sua esposa. No caso de muitas das imagens mostradas, você pode ver que ele está quase sempre olhando diretamente para ela. A rainha, por outro lado, é bastante reservada e está sempre tentando provar sua independência.

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Patti Wood, que também é especialista em linguagem corporal, disse à Good Housekeeping:

“A rainha Elizabeth está sempre tentando ser vista como sua própria pessoa”.

Segundo ela, a rainha é mais mantém uma postura mais reta e não tende a se inclinar sobre o marido, não por afeição, mas por necessidade. Isso não significa que ela não seja afetuosa com o príncipe Philip. Significa apenas que ela aguarda o momento em que o mundo não está assistindo para mostrar seu amor.

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Editorial CONTI outra.

7 filmes inspiradores na NETFLIX que irão te fazer reavaliar positivamente a vida

7 filmes inspiradores na NETFLIX que irão te fazer reavaliar positivamente a vida

Eu sei que vivemos tempos sombrios, temos motivos de sobra para abraçar o desespero, mas a arte pode ajudar a nos manter lúcidos, questionadores e, acima de tudo, esperançosos. Garimpei estes sete filmes excelentes na NETFLIX para provar este argumento. Ao final de cada sessão, não terá apenas aquele sorriso imediatista no rosto, você vai perceber que algo internamente foi modificado positivamente. Passe adiante esta fagulha, o futuro depende dos bons que não silenciam…

Em Equilíbrio (En Équilibre – 2015)

Marc é um dublê de equitação. Após um grave acidente durante uma filmagem, ele perde as esperanças de voltar a montar um dia. Sua companhia de seguros coloca Florence no comando da situação, mas ela não costuma se envolver muito intensamente nos trabalhos a que é designada. O filme conta a história deste encontro – a história de dois seres que redescobrem seu equilíbrio.

A Week in Watts (2018)

Belo documentário que conta a história de seis estudantes em Watts, Los Angeles, um bairro infestado de gangues, envolvidos em um programa inovador chamado “Operação Progresso”, que dá bolsas para jovens em escolas privadas na área e os coloca em contato direto com policiais que se tornam seus mentores.

The Starfish Throwers (2014)

Poderoso e comovente, o documentário explora como três dos indivíduos mais ferozmente compassivos do mundo lutam para restaurar a esperança dos desesperados de maneiras inesperadas e, por vezes, perigosas. Afastados por continentes, uma aluna da sexta série, um chefe de cozinha indiano e um professor aposentado lutam contra o que parece ser uma guerra invencível até descobrirem que o impacto de suas atitudes pode ir além de qualquer ação.

Cart (Ka-teu – 2014)

Após uma demissão em massa repentina, trabalhadores de uma grande rede de supermercados iniciam um protesto contra a política abusiva da empresa. Baseado em uma história real ocorrida na Coréia do Sul, um pungente tratado sobre a necessidade de nunca calar diante dos absurdos.

Marathon (Maraton – 2005)

O filme conta a história de um jovem com autismo que encontra significado na vida apenas através da corrida. Sua mãe nunca desistiu dele e estava determinada a provar ao mundo que seu filho poderia ser plenamente capaz de realizar todos os seus sonhos. Filme de estreia do diretor coreano Yoon-chul Chung.

Uma Beleza Fantástica (This Beautiful Fantastic – 2016)

Um encantador conto de fadas contemporâneo que gira em torno de uma amizade improvável entre uma jovem reclusa com sonhos de ser autora de livros para crianças e um viúvo rabugento. Se você gostou de “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”, vai amar este filme!

https://www.youtube.com/watch?v=K0nLh73eILM

Margarita com Canudinho (Margarita, with a Straw – 2014)

Laila (Kalki Koechelin) é uma jovem indiana que tem paralisia cerebral. Ao lado de sua mãe (Revathy), ela deixa seu país para estudar na Universidade de Nova York, onde aproveita a oportunidade para exercitar sua independência. Sem fé no amor após ter sido rejeitada por um colega, ela conhece uma jovem ativista (Sayani Gupta) em Manhattan e embarca em uma jornada de descobertas.

https://www.youtube.com/watch?v=HcUCv6BNUEU

“Respeite a si mesma!” A carta de Clarice Lispector para sua irmã.

“Respeite a si mesma!” A carta de Clarice Lispector para sua irmã.
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Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. (…) Nem sei como lhe explicar minha alma. Mas o que eu queria dizer é que a gente é muito preciosa, e que é somente até um certo ponto que a gente pode desistir de si própria e se dar aos outros e às circunstâncias. (…) Pretendia apenas lhe contar o meu novo carácter, ou falta de carácter. (…)

Querida, quase quatro anos me transformaram muito. Do momento em que me resignei, perdi toda a vivacidade e todo interesse pelas coisas. Você já viu como um touro castrado se transforma num boi? Assim fiquei eu… em que pese a dura comparação… Para me adaptar ao que era inadaptável, para vencer minhas repulsas e meus sonhos, tive que cortar meus grilhões – cortei em mim a forma que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também minha força. Espero que você nunca me veja assim resignada, porque é quase repugnante. (…)

Uma amiga, um dia desses, encheu-se de coragem, como ela disse, e me perguntou: você era muito diferente, não era? Ela disse que me achava ardente e vibrante, e que quando me encontrou agora se disse: ou essa calma excessiva é uma atitude ou então ela mudou tanto que parece quase irreconhecível. Uma outra pessoa disse que eu me movo com lassidão de mulher de cinquenta anos. (…)

O que pode acontecer com uma pessoa que fez pacto com todos, e que se esqueceu de que o nó vital de uma pessoa deve ser respeitado. Ouça: respeite a você mais do que aos outros, respeite suas exigências, respeite mesmo o que é ruim em você – respeite sobretudo o que você imagina que é ruim em você – pelo amor de Deus, não queira fazer de você uma pessoa perfeita – não copie uma pessoa ideal, copie você mesma – é esse o único meio de viver.

Clarice Lispector, in ‘Carta a Tânia [irmã de Clarice] (1947)

Como é a mulher de cada SIGNO?

Como é a mulher de cada SIGNO?

A artista brasileira Nath Araújo (@nanaths) fez sucesso com suas ilustrações que representavam a mulher de cada signo.

Será que você vai se identificar com a maneira como ela descreve cada um?

Confira!

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Nota da página: conteúdo publicado com o objetivo de entretenimento.

Cuidado para não “cair de amor” por alguém

Cuidado para não “cair de amor” por alguém

Já falei inúmeras vezes por aqui que sempre aprendo coisas novas com as palavras do místico oriental Osho. A sua imensa sabedoria e simplicidade na forma de falar atraiam multidões até ele.

Farei uma breve reflexão a partir de suas palavras sobre um termo muito comum utilizado pelas pessoas, mas que só denota o quanto elas estão afastadas de suas essências. E o mais interessante é que essa expressão é vista como algo romântico, ou no mínimo “bonitinho”, que é o tal do “cair de amor” por alguém! Vamos às suas palavras?…

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Caindo de amor você permanece criança; elevando-se no amor você amadurece. E aos poucos o amor vai se tornando não um relacionamento, mas um estado de ser. E assim, você não ama isso ou aquilo – simplesmente ama. Dá o seu amor a tudo o que está acontecendo. Toca uma pedra como se estivesse tocando a pessoa amada. Olha as arvores como se estivesse a olhar para a pessoa amada. Torna-se um estado de ser, não que esteja amando – agora, você é amor. Isto é elevar-se e não cair.
O amor é belo quando através dele você se eleva, e o amor torna-se sujo e feio quando através dele você cai. E mais cedo ou mais tarde acaba descobrindo que é um veneno, torna-se uma escravidão. Você foi apanhado nele, a sua liberdade foi massacrada, as suas asas foram cortadas, agora você não é mais livre. Cair no amor é tornar-se possessivo; você possui e permite que o outro o possua. Torna-se uma coisa e tenta transformar o outro por quem você se apaixonou numa coisa.
Amor é liberdade. O amor deixa a pessoa amada cada vez mais livre, o amor dá asas e abre um vasto céu – ele não pode tornar-se uma prisão, uma clausura. E esse amor só acontece quando se está alerta, essa qualidade de amor só vem quando há consciência.

Osho 

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Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, “cair de amor” é outra forma de dizer: “Eu sou um(a) carente afetiva! Eu sou um vampirinho ou uma vampirinha!…”.

De um modo geral, nós não fazemos ideia do que vem a ser amor. Quase sempre confundimos isso com PAIXÃO, o que obviamente não tem nada a ver. A paixão vem dos nossos instintos, vem da nossa energia sexual e libidinal. É algo orgânico e querendo ou não, SEMPRE acaba. Existem até mesmo estudos avançados sobre a paixão, dizendo que mesmo as mais fortes, só duram no máximo por uns 4 anos, e nunca passa disso. Aí as pessoas vêm dizer que “caíram de amor”?

Só a primeira frase dele já resume tudo: “Caindo de amor você permanece criança; elevando-se no amor você amadurece…”.

É interessante notar que o Osho não condena quem “cai de amor”, só diz que permanecerá criança para sempre e jamais amadurecerá. Eu só confirmo o que ele diz. Você é livre para ser quem quiser e agir do jeito que bem entender. Porém, se você está lendo esse texto e continua lendo até agora, então a probabilidade de você estar querendo amadurecer e elevar sua consciência é bem grande não é mesmo?

É simples! Elevamos nossa consciência ao internalizarmos que o outro é um INDIVÍDUO, que precisa ter seu espaço, que precisa ter seus próprios sonhos, seus próprios caminhos e eu não posso jamais interferir nisso.

Infelizmente, o que mais vemos na nossa sociedade é isso, as pessoas se casam e por causa do casamento enterram seus sonhos pessoais, enterram até mesmo parte da sua individualidade e por isso se tornam escravas de si mesmas.

E sendo escravas de si mesmas vivem infelizes, vivem achando que a vida não tem graça, que tudo é “preto no branco”, mas elas não percebem que se trata apenas de uma distorção da realidade proveniente delas mesmas…

É preciso que aprendamos o verdadeiro amor, que começa pelo amor próprio. Só depois de termos um verdadeiro caso de amor conosco é que teremos de fato os recursos para amarmos outra pessoa, ou mesmo a humanidade inteira.

Esse é o processo do amadurecimento que ele propõe. Primeiro ame a si mesmo em profundidade e depois ame outra pessoa, depois estenda esse amor pra humanidade inteira.

Dessa forma, seguindo por esse caminho, jamais você “cairá de amor”, mas se “elevará pelo amor”.

O amor é liberdade, o amor dá asas e faz despertar o que há de melhor em cada um de nós! Sejamos como pássaros livres que se permitem elevar até o mais alto dos céus e com essa liberdade façamos o amor se manifestar em sua plenitude…

Só vale morar em alguém, se não nos ausentarmos de nós!

Só vale morar em alguém, se não nos ausentarmos de nós!

Se tem uma coisa que me deixa feliz é o amor. O amor contagia e deixa a vida muito mais colorida. Seja o amor de pai, de mãe, dos amigos ou a dois, o amor nos deixa muito mais leves e animados. É tão bom amar. Melhor ainda, é ser amado pelo que se é.

O amor genuíno não tem maquiagem. A única regra que existe é ser você mesmo.

Recentemente tive uma conversa com uma amiga. Ela acabou de recomeçar com seu ex e está extremamente feliz com ele. Ela disse que apesar dos defeitos de ambos, eles conseguiram alinhar as coisas, e finalmente encontraram a paz que estavam procurando. Ele é calmo feito água. Ela é agitada feito ondas. Juntos se completam.

Namore alguém que lhe traga paz, e ignore seus defeitos. Defeitos todos nós temos, mas quando esses defeitos são ignorados, é o amor falando mais alto.

Amar é aceitar as pessoas como elas são. É apreciar as qualidades e compreender os defeitos. É dar o melhor de si, sem exigir nada em troca. É abraçar tocando a alma. É dar colo quando as coisas estão difíceis, e brindar junto quando há vitória.

Amar também é puxar a orelha quando necessário. É brigar, mas pedir desculpas. É rir sem moderação, e chorar abrindo o coração.

Amar é bom, mas sentir-se amado é indescritível.

Jamais aceite morar em alguém se não for com a condição de ser você mesmo. Esteja ao lado de alguém que assuma seus defeitos, mas te conquiste a cada dia pelas qualidades.

Quando finalmente encontrar a pessoa certa, seu coração transbordará, e os defeitos serão ignorados. Porque se tem uma coisa que o amor genuíno nos traz, é paz. E a paz a dois só é encontrada quando vivemos o amor com verdade.

A crise econômica adoece a saúde mental dos brasileiros

A crise econômica adoece a saúde mental dos brasileiros

As recentes pesquisas têm indicado de que 7 de cada 10 brasileiros avaliam que a situação do país se deteriorou, ainda mais, com a crise. A saúde mental dos cidadãos está à mercê do “mau humor” da atual crise econômica, que gerou 12,7 milhões de desempregados, aumento da inflação, endividamento das famílias e das empresas.

A vida da maioria dos brasileiros está sendo afetada diretamente por essa desordem. Nesse cenário – a ansiedade e a angústia – tomaram proporções assustadores, que atingem a nossa dimensão corporal e psíquica, tendo como principais sintomas: cansaço mental e físico, aceleração cardíaca, transpiração, lapso de memória e bloqueio mental, que nos dificultam resolver os problemas básicos do cotidiano.

O consumo de drogas, de álcool e de outras substâncias químicas, inclusive a incidência de suicídios, são fenômenos que vem crescendo com o colapso econômico. Antes tínhamos a prevalência das neuroses, que cedeu espaço aos casos de transtornos de personalidade, já que a crise nos “rouba” a esperança de uma vida melhor.

A economia neoliberal, além de gerar a crise, criou uma concepção ilusória de que existem apenas dos tipos de indivíduos: os bem-sucedidos e os perdedores, deixando evidente que tal sistema acumula riqueza nas mãos de poucos. Porém, quem perde são os assalariados da classe trabalhadora e da classe média. Segundo o Papa Francisco, essa economia mata, transforma o capital em ídolo, em que a ambição sem limites pelo dinheiro comanda tudo.

No afã da competição têm pessoas que levam suas vidas como se fossem empresas. Não é à toa, a busca de respostas “mágicas” fornecidas pela teologia da prosperidade ou pelo mito do sucesso a qualquer custo, tornando-se um “deslumbre” na mente de quem acredita nisso.

É preciso reagir à força adoecedora da crise. Valorizando as atividades psicossociais, como por exemplo: cuidar da espiritualidade, participar de atividades comunitárias, estar entre amigos e familiares, aprender a solucionar as dificuldades de forma coletiva. Também é vital desacelerar a nossa mente, acalmar o ritmo cardíaco, diminuir a hiperconectividade, dando vazão às emoções positivas que expandem a consciência humana.

Além disso, temos que exigir um atendimento digno da população na rede pública de atenção à saúde mental. Mas, mesmo assim, devemos criticar esse modelo econômico, que adoece a saúde mental dos brasileiros. De acordo com Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, o exercício da crítica nos permite mudar o estado de agente passivo para agente ativo, onde vamos questionar e refletir sobre as ações e as razões das coisas na sociedade, a fim de reverter a lógica neoliberal da modernidade líquida.

Jackson César Buonocore é sociólogo e psicanalista

Às vezes, não ser correspondido por alguém é um tremendo livramento

Às vezes, não ser correspondido por alguém é um tremendo livramento

Dia desses meu marido estava brincando com meu filho, falando que se tivesse ficado com sua primeira paixão platônica, aos quinze anos, na cidade pequena onde moravam, certamente sua história teria sido outra. Muito provavelmente teria se acomodado na vida tranquila do interior, não teria tido tanta garra para lutar pela faculdade de medicina, teria se casado muito jovem e, pasmem, poderia ser até avô! Depois dessa constatação surpreendente, meu filho disse: “É pai, ainda bem que ela não te deu bola!” e todos nós rimos dessa conclusão engraçada e muito acertada.

Tem escolhas que não dependem de nós, que contrariam nossos desejos e nos entristecem por um tempo, mas depois, olhando para trás, percebemos que foram essas histórias encerradas _ mesmo contra nossa vontade _ as peças fundamentais para nossa felicidade. Pois a mão de Deus é poderosa, e mesmo sem enxergar no momento, algumas coisas são um tremendo livramento.

Às vezes a gente fica tão focado naquilo que perdeu que acaba não dando chances para o que virá. Os livramentos acontecem silenciosamente, a todo instante, e mesmo sem compreender, é preciso confiar. Acreditar que algumas perdas não são prejuízos, e sim bênçãos disfarçadas.

A vida é constituída de muitas histórias, e alguns capítulos só serão escritos quando outros forem encerrados. Em vez de apenas lastimar suas perdas, comece a ter fé de que foram o gatilho necessário para uma felicidade mais palpável e duradoura. Assim como gavetas bagunçadas que precisam de espaço e faxina, a vida só vai adquirir ânimo novo se a gente permitir. Se a gente autorizar que nossas bagunças deem lugar a alegrias novas e coragens renovadas.

Preste atenção ao que você perdeu. Olhe com sensatez para aquele lugar vago e por um instante de lucidez comece a discernir se realmente foi uma perda ou um ganho. Se o espaço antes ocupado por aquela pessoa, situação ou sentimento pode agora ser preenchido por coisa melhor. Tenha o bom senso de observar as lacunas que restaram, percebendo que finalmente está livre para uma história mais inteira e recíproca. Às vezes a gente imagina que é dono de um jardim, mas só é possuidor dos espinhos do jardim. Precisamos parar de aceitar a dor como algo que nos completa, e começar a desejar a beleza, o perfume e todo o bem que o jardim inteiro pode nos proporcionar.

Às vezes, não ser correspondido por alguém é um tremendo livramento. Dói ser rejeitado, dói ser preterido. Porém, um dia a compreensão chega. E respiramos aliviados por não termos sido a prioridade ou a escolha de alguém. Pois foi a desistência desse alguém por nós que impulsionou nosso encontro com o caminho mais acertado que nos estava reservado. O caminho que, cegos pela paixão, engano ou teimosia, não conseguíamos enxergar. E nesse ponto volto a concordar com a sabedoria juvenil do meu filho quando, ouvindo as histórias do meu marido, anunciou com apurado bom humor: “É pai, ainda bem que ela não te deu bola!”

10 comportamentos que se pode esperar de um embuste narcisista quando você o descarta

10 comportamentos que se pode esperar de um embuste narcisista quando você o descarta

As relações tóxicas, abusivas do ponto de vista emocional, quase sempre são marcadas por 3 fases que já expliquei extensivamente aqui num texto chamado “As 3 fases do relacionamento tóxico”.

Basicamente são: a fase da idealização, ou seja, do conto de fadas, em que o alvo do abusador mal pode acreditar na sorte de tê-lo encontrado tamanho é o bombardeamento de amor e atenção, a fase da desvalorização em que o alvo se encontra diante do príncipe que vira sapo e passa a submetê-lo a todo tipo de abuso, desde humilhações, abandonos a agressão verbal e física e a fase do descarte, em que, sugado de toda sua energia vital, o alvo é simplesmente descartado como um papel higiênco sujo pelo príncipe que virou sapo.

Embustes abusadores emocionais manipulam a verdade com tanta maestria que raramente é o alvo a descartá-lo. Suas vítimas ficam como zumbis, aceitam o inaceitável e mesmo após o descarte, sofrem e correm atrás de seus algozes. Se sentem culpadas e responsáveis e custam a abrir mão da figura idealizada.

Ocorre que, ainda que mais raramente, algumas vezes é a vítima desses abusadores a dar um basta. Num instinto gigantesco de sobrevivência, rompem, ainda que com dor, o ciclo abusivo e partem em busca de juntar seus cacos e recuperar o tempo perdido.

O que estes alvos não sabem é que embustes com características de narcisismo patológico não lidam bem com rupturas não iniciadas por eles. Não aceitam que lhes tirem das mãos o controle e farão qualquer coisa para tê-lo de volta, ainda que seja apenas para reatar e descartar, deixando claro quem manda na relação. A recusa do alvo para o embuste narcisista se traduz em enorme humilhação e injustiça, levando-o a ficar obcecado por aquela pessoa o que descartou, explicando essa obsessão como amor. Além disso, o sentimento de abandono e rejeição em alguém cuja ferida narcísica está aberta é magnificado e insuportável e fará qualquer coisa para trazer seus alvos de volta para o inferno, utilizando para tanto técnicas de “hoovering”*.

Tendo em mente este cenário, passo a fazer uma lista de possíveis comportamentos que essas figuras grandiosas e arrogantes têm diante do descarte inesperado. Descartados, muitas vezes ostentam comportamentos persecutórios, diretos ou indiretos, agindo como “irremediavelmente apaixonados”, o que pode levá-los a ter os comportamentos a seguir descritos nesta ordem ou não. Algumas vezes não se utilizarão de todas essas técnicas e outras transitarão entre uma e outra, segundo sua conveniência.

1. DESPREZO/INDIFERENÇA

Trata-se de uma reação fria e indiferente ao momento em que o alvo anuncia que vai embora, que quer a separação ou o fim daquela situação. Se farão de indiferentes, o que, para o alvo que não tem a real intenção de romper e está dizendo aquilo apenas para provocar uma reação, é um balde de àgua fria que o fará recuar, tendo, desta forma, o embuste atingido seu objetivo de sugá-lo de volta para dentro da relação.

2. VITIMIZAÇÃO E CULPABILIZAÇÃO

Pensando na hipótese que, mesmo dianta de indiferença, o alvo esteja determinado a romper, entrará em cena um comportamento vitimista e culpabilizador no qual o embuste fará uma lista de “injustiças”, na sua maior parte imaginárias, que você cometeu contra ele e arruinou sua vida. A culpa da desgraça do casal será sua e se o alvo não estiver muito convicto de que não cometeu aqueles erros e injustiças, se sentirá culpado e voltará a submeter-se às regras do abusador.

3. DECLARAÇÕES DE AMOR E FASE DE IDEALIZAÇÃO

Se o alvo está esperto o bastante para não assumir culpas que sabe não serem suas, será surpreendido por algo muito mais difícil de resistir. De repente todos aqueles lindos comportamentos do início, a atenção, as flores, os presentes, as surpresas, as viagens, o casamento que nunca saiu e tudo aquilo que sempre sonhou que fizesse, o embuste apaixonado passará a fazer. Ele mudou; é tudo o que o alvo sempre quis. Ele descobriu finalmente que você é o amor da vida dele, que ele não soube valorizar, mas que agora tudo será diferente. Essa lua de mel tem fim imediatamente após sua decisão de dar uma segunda chance.

4. MEA CULPA E PROMESSA DE “SE TRATAR”.

Quando as técnicas anteriores não surtem efeito, entrará em ação o embuste arrependido que assumirá uma parte da culpa (nunca toda) e concordará que teve aqueles comportamentos apenas porque precisa de ajuda. Justificará colocando a culpa em alguém, em sua baixa autoestima ou no seu “medo de se entregar”. Prometerá fazer terapia, o que raramente passará de uma ou duas sessões, somente o bastante para que o alvo baixe a guarda acreditando que realmente o embuste arrependido deseja uma mudança. Nessa técnica também, apenas para se certificar de não perder o alvo de vista, costumam propor terapia de casal que, em pouco tempo, se mostra ineficaz. Enquanto para casais saudáveis com problemas pontuais pode ser a tábua de salvação, terapia de casal com embustes narcisistas é um desperdício de tempo, dinheiro e energia.

5. ABORDAGEM AMIGA/NADA ACONTECEU

Então o alvo, que já está calejado, decide que não acredita mais nessas juras de amor e fica firme no propósito de tocar sua vida sem o embuste narcisista. Como lhe é típico, tentará uma abordagem de amigo, puxando assuntos do dia-a-dia ou fingindo-se preocupado com seu alvo, tentando a todo custo fazer-se presente, afirmando “respeitar” sua deicisão de por um fim. Pode até parecer sincero, mas atenção, aqui tem uma bandeira vermelha: se ele realmente respeitasse sua decisão, daria espaço ao seu alvo que deseja se desconectar. Saberia que talvez aquele não seja o melhor momento para ser “amigo”. Mas ele não respeita e se faz presente exatamente para que seu alvo não tenha tempo de se desconectar e, passada a raiva, volte como se nada tivesse acontecido.

6. A FILA ANDOU/NOVO ALVO

Num dia o alvo estava recebendo mensagens e juras de amor e súplicas por uma segunda chance e no outro lá está o embuste apaixonado ostentando um novo alvo nas redes sociais, se fazendo presente em lugares onde sabe que a informção chegará até você. Parecerá que está feliz e vivendo um linda história de amor, mas não raro continuará a fazer investidas para sugar sua antiga vítima de volta. Essa é uma técnica que costuma confundir muito os alvos desses embustes Don Juan, pois acreditam que deram espaço para outra pessoa e abriram mão de sua “felicidade”. Sentem ciúmes e dor, acreditando que perderam algo e que foram os culpados pelo término, afinal, o embuste “parece muito feliz ao lado da outra pessoa”. Essa é uma manobra perigosa que pode sugar o alvo de volta muitas vezes para compor com o novo alvo um triângulo amoroso do qual o embuste vampirão se alimentará e imporá suas novas regras. Esfrie a cabeça, ele não está feliz com ninguém, está apenas usando uma outra pessoa para atingir você e também para garantir alimento, já que não suportam a solidão.

7. ACUSAÇÕES E AGRESSÃO VERBAL

Não adianta, o alvo está mesmo decidido a ir adiante sem aquela relação que já lhe fez tão mal. O embuste incansável já tentou de tudo e nada funcionou. Ele está transtornado e sua fúria narcísica foi acessa. Ele se sente humilhado e vítima de sua frieza. Aqui começam as agressões verbais de uma violência jamais experimentada antes, sem máscaras, nua e crua, sob medida para fazer o alvo se sentir com 2 centímetros de altura. Haverá nessa fase também acusações de traições de todo tipo. O alvo será de ter atrapalhado sua vidae seus sonhos, de ter tido amantes, terá suas preferências sexuais colocadas e check, será acusado de ter vícios que nunca teve, entre outras agressões verbais que objetivam uma única coisa: causar dor, desespero e desestabilização emocional, afinal, para embustes narcisistas, atenção, seja boa ou ruim, é alimento vital e sua reação às agressões lhe será nada mais que alimento.

8. DIFAMAÇÃO E RECRUTAMENTO

Paralelamente iniciará uma campanha de difamanção entre seus amigos, familiares e muitas vezes, colegas de trabalho. Seu objetivo aqui é manchar seu nome, colocar pessoas contra você , modificando o modo que as pessoas o veem. Nessa fase há o “recrutamento” de possibilitadores, macacos voadores e puxa-sacos que o ajudarão destruir sua presa. Não raro, pessoas perdem o emprego como resultado dessa difamação.

9. PERSEGUIÇÃO E AMEAÇAS

Quando o embuste inconformado chega a esse ponto ele pode ficar perigoso. Passa a perseguir por todos os lados. Bloqueado, entra em contato através de outros números e perfis falsos. Invade residências, surge no ambiente de trabalho ou escola, pratica stalking de todas as formas, tentando amizade com seus amigos e familiares ou surgindo em lugares que você costuma frequentar, tenta se fazer presente; A isto, podem agregar ameaças seja revelar segredos ou intimidades, matar o alvo ou pessoas/animais ligados a ele, seja de se matar, numa tentativa derradeira de despertar a preocupação do alvo que correria em seu socorro. Nessa fase, é importante informar o máximo de pessoas possível do que está acontecendo e evitar o confronto ou os convites para “ter uma última conversa”. Se possível, lavre boletins de ocorrência e se necessário, busque medidas protetivas.

10. AGRESSÃO FÍSICA E MORTE

Apesar de não ser um comportamento presente na maioria dos abusadores emocionais, que normalmente agem no silêncio e na surdina, levando suas vítimas a experimentar dores emocionais inimagináveis sem jamais tocar-lhes um dedo, todo embuste emocionalmente violento tem potencial para machucar, portanto, subestimá-los é um erro. São capazes de coisas inenarráveis tais como multilar, atear fogo e outras substâncias voltadas a desfigurar o alvo que ousou dispensá-lo, além dos espancamentos que deixam cicatrizes, ossos e dentes quebrados. Em casos mais extremos, apoiados no mantra “não fica comigo, não fica com mais ninguém”, ceifam a vida de suas vítimas como quem quebra um copo de R$1,99.

Assim, se você rompeu e se identifica com alguma dessas fases, esforce-se para não entrar no ciclo de idas e vindas, rompendo com decisão e coragem, de modo a poder realmente retomar sua vida de forma saudável, sabendo que à medida que esses ciclos se reiniciam, os níveis de violência aumentam e seu limite do tolerável se expande, trazendo você cada vez mais perto do item 10. Acredite, você não quer e não precisa chegar até aqui.

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Obs. Este texto é parte de um livro em fase de finalização. Você pode compartilhar livremente, mas só pode ser reproduzido indicando-se a autora (Lucy Rocha) e a fonte https://www.facebook.com/RelacoesToxicas/

*O termo “hoovering” vem da palavra Hoover, marca famosa de aspirador de pó em vários países, que descreve os comportamentos que abusadores emocionais têm para “sugar” ou “aspirar” suas vítimas para dentro da relação após uma ruptura.

A banalização do machismo

A banalização do machismo

Circulam pela internet vídeos produzidos por turistas brasileiros na Rússia. Os jovens – nem tão jovens assim, vá lá – aproximam-se de garotas russas, e em clima de festa convidam as moças a repetir frases pornográficas em português. Elas embarcam no clima de festa e de irmandade da Copa do Mundo, repetindo textos que muito provavelmente não pronunciariam se compreendessem o significado.

As imagens foram um soco no estômago das mulheres com um mínimo de consciência. Se o debate já tivesse mudado de nível, os marmanjos brincalhões apareceriam como fósseis vivos viralizando pela internet. Eles encarnariam uma imagem anacrônica, fora de moda, caricatural, vintage, mesmo, do homem brasileiro.

É “só que não” que fala?

Há dois meses, bem de frente à minha casa, no coração do plano piloto, por sua vez o coração de Brasília, que é também o coração do Brasil, uma moça foi estuprada a caminho do metrô. Ninguém encontrou o criminoso, e o assunto caiu no esquecimento.

Prossiga para entender o que o fato tem a ver com o mau gosto dos fanfarrões tupiniquins na Rússia.

Enquanto as feministas derramam sua bílis, muitos julgam que elas exageram, que lhes falta o que fazer. Era só uma brincadeira…Onde fica o espírito de Copa? E os rapazes, ah, estavam certamente bêbados…

Bêbados? In vino veritas, diz o provérbio . Em tradução livre, na embriaguez, deixamos transparecer a verdade. É certo que isso inclui o essencial de nossa natureza, nossos valores, costumes, sentimentos.

A situação me evoca Hannah Arendt. E sigo na mesma tônica de “Racismo, Linchamento e Meias-Verdades“, publicado aqui há algum tempo.

Nos anos 60, o nazista Adolf Eichmann foi abduzido em Buenos Aires, e ressurgiu em um tribunal de Jerusalém, onde deveria responder por atrocidades perpetradas contra os judeus.

A filósofa Hannah Arendt, ela mesma uma judia que conseguira fugir do Holocausto e se radicar nos Estados Unidos da América, ofereceu-se para fazer a cobertura do julgamento de Eichmann para a publicação norte-americana The New Yorker. Os textos de Hannah surpreenderam a todos, e foram compilados no clássico “Eichmann em Jerusalém.”

Quando Arendt afirmou que Eichmann não era um monstro, mas um medíocre burocrata, foi mal interpretada. Entenderam que ela, ao compreender o percurso psicológico do criminoso, dava margem ao perdão.

De fato, atribuir suas ações a uma ideologia criminosa sedimentada no tecido social poderia funcionar como atenuante no âmbito do processo penal. Isso é tudo que a justiça penal internacional não quer. Procura-se aí, justamente o caminho inverso, o da responsabilidade individual, a construção da ideia de que é possível violar o direito internacional, mesmo agindo em estrita observância à ordem jurídica de determinado Estado.

Mas Arendt não tinha o pensamento moldado pelo direito. Sua lógica era outra. “Compreender não é perdoar”, insistia. Ela estava interessada no fenômeno que havia conduzido à barbárie, e não no castigo propriamente dito.

A pensadora acabou se colocando na linha de fogo da comunidade a que pertencia, porque a raiva era – como costuma ser, aliás – o caminho da catarse. É muito difícil dar conta da complexidade dos fatos. É mais simples eleger um personagem como objeto de indignação. “Que nojo desses brasileiros”, eis o mantra que ecoa nas redes sociais.

Mas os protagonistas do vídeo possivelmente desconhecem o que a trolagem deles incorpora e propaga. Os indiferentes, tampouco.

A mulher ficou exposta, mas quem mandou dar conversa para estranhos? A culpa é da idiota da Chapeuzinho Vermelho, não do Lobo Mau. A moça de Brasília usava mini-saia? Ela gritou no momento do estupro? Juro que ouvi isso de pessoas esclarecidas.

O vídeo dos nossos compatriotas na Rússia incorporam o desrespeito ao gênero feminino como um todo, difundido e consolidado em nossa sociedade. Dizer isso não é minimizar atitudes. Eles devem, sim, desculpas a todas as mulheres do mundo.

Mas é preciso reconhecer que em seu primitivismo, sua falta absoluta de cultura, maturidade e educação, aqueles homens denunciam a misoginia impregnada em nossa cultura. Essa é a verdadeira tragédia.

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Abaixo, a publicação de Cristinano Santos, no Facebook, também debate o tema e mostra o vídeo.

 

Pai é pai, não ajudante de mãe!

Pai é pai, não ajudante de mãe!

Paternidade é uma função própria do pai, com direitos e obrigações familiares importantes. Pai não é coadjuvante da mãe, é seu complementar. A mãe costuma pedir ajuda ao pai: ajude aqui, por favor, fique um pouco com as crianças! Ele acha que está apenas ajudando a mãe e não se sente fazendo a sua parte.

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Muitos pais nada fazem enquanto suas mulheres não pedem. Para os filhos não interessa se é a mãe que está muito ativa ou se o pai é muito passivo. O que eles precisam é de pai e de mãe.

Neste ponto, alguns pais reclamam que suas mulheres os tratam como se fossem filhos. Paternidade é a atitude de estar pronto a atender seus filhos, sem esperar que a mãe peça. Um pai acomodado, além de não ser um bom exemplo na família, estimula o filho a explorar a mãe.

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Numa família assim pode se estabelecer uma confusão entre pai acomodado/pai bonzinho e mãe ativa/mãe rabugenta – quando na realidade o pai é negligente e a mãe ativa é obrigada a cobrar as obrigações de todos.

Fica muito clara essa situação quando uma mãe reclama que ela é a “pãe” da família. Ela tenta preencher também as funções de pai, o que é quase impossível. Há muitos homens, no entanto, que já assumem bem mais seu papel. Muito longe de querer substituir a mãe, eles querem tomar parte na educação do filho.

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O editorial é de nossa página parceira Psicologias do Brasil.

A mera possibilidade de um amor leve

A mera possibilidade de um amor leve

Às vezes é comum, entre um desencontro e outro, a gente imaginar o amor de um jeito que encaixe melhor nos nossos sonhos. A mera possibilidade de um amor leve já faz com que sorrisos brotem, inclusive nos corações mais frios.

Porque ninguém gosta de penar por um amor. Mesmo quem vende essa ideia do amor heroico e que atravessa tempestades, sabe que o mais importante é quando o amor combina, com respeito e admiração, os sentimentos dos envolvidos. Só assim dá certo. Não é uma fórmula mágica, é apenas bom senso emocional. Sim, o amor também deve respirar pela razão. É colocando vírgulas e pontos que um relacionamento amadurece e permanece. Se a gente permite muitas reticências e exclamações, o amor logo descamba pro desapego e, com isso, também para desrespeito. É assim que nascem os relacionamentos abusivos, além daqueles preguiçosos, chatos e cansativos encontros que não acrescentam em nossas vidas. Daqueles que deixam rastros de decepções e arrependimentos.

Prefiro pensar que a gente merece um amor leve. Um amor que segure a minha mão e caminhe em direção aos mesmos cuidados, objetivos e desejos. Seja para compartilhar um filme, uma viagem ou uma barra de chocolate. Um amor leve que entenda o quanto é sincero e mais bonito quem conversa, abertamente, sobre tudo o que importa. Sobre interesses, sonhos, medos… enfim, qualquer assunto.

Um amor leve que tenha tesão pelo corpo entre lençóis, mas também pelas emoções e gestos simples vindos de quem está junto. É a mera possibilidade de viver um amor assim, leve e saudável, que faz a gente querer alguém do lado. Mas a realidade é dura às vezes. O amor nem sempre é certeiro, paciência. Mas a gente continua tentando, mesmo que discretamente, em reproduzir esses entrelaces honestos de gentilezas e proximidades.

A mera possibilidade de um amor leve não afugenta, mas arremata todos os meus esforços e sentimentos. Porque para um amor leve não existe peso, existe reciprocidade. E quem tem isso, tem tudo, inclusive sorte. Ame com os pés no chão e descalços. Vale a pena viver para sentir.

Photo by Ryan Jacobson on Unsplash

Rapaz, entenda, mulher intensa não é pra você.

Rapaz, entenda, mulher intensa não é pra você.

O que você quer com essa moça, rapaz? Será que passa pela sua cabeça que vai transformá-la numa mulher “água com açúcar”? Ah, meu caro, tire o seu cavalo da chuva. Preste atenção! Pelo visto você já se esqueceu da última vez em que tentou fazer isso, né? Investiu numa mulher e fez de tudo para matar a essência dela, e conseguiu por um bom tempo. Acontece que um dia ela acordou e sentiu falta de si própria e reagiu, olhou-se no espelho, fez as malas, olhou nos seus olhos e disse: acordei desse pesadelo, tô indo ao encontro de mim mesma e é um caminho sem volta.

Lembra que você ficou sem chão e sem juízo com a partida dela? Pois é, eu achei foi pouco pra você. Eu, até hoje bato palmas para a atitude daquela mulher fantástica. Eu fui testemunha do quão infeliz ela foi contigo. Ela mais parecia uma morta-viva, sem brilho, sem viço, sem sonhos, apenas existindo. E você vivia ostentando para a família e para a sociedade que tinha uma esposa do seu jeito. Você, de tão egoísta que sempre foi, nunca se perguntou se aquela mulher estava feliz ao seu lado. Você estava mais preocupado em apresentá-la ao seu meio social, como um troféu. Você fazia de tudo para aniquilar o que ela tinha de mais incrível: a espontaneidade.

Aquela mulher de riso fácil foi, pouco a pouco, murchando tal qual uma planta desidratada. E você, de tão incompetente que era, nunca a fizera sentir-se mulher. E ela se sujeitava, mesmo violentando a si mesma. Na verdade, você nunca acessou a alma daquela mulher. Você mal tocava a pele dela, quando eu digo mal, é no sentido literal da palavra mesmo porque você nunca soube tocá-la. Seus toques eram todos previsíveis e miseráveis. Toques de homem analfabeto em se tratando de mulher. Ah que sexo miserável que você oferecia a ela, tenha a santa paciência. Você não entende nada de mulher, meu caro, eu ouvia os desabafos dela.

Eu torcia muito por ela, eu sempre desejei que ela acordasse daquela anestesia. Eu a conheço desde menina, ela era o tipo de mulher que sorria pelos olhos, daí, veio você e acabou com tudo. Você sempre teve medo de mulheres intensas, nunca foi homem o suficiente para ter uma mulher inteira ao seu lado, por isso assassinava a sangue frio a essência das mulheres com as quais você se relacionava. Era o seu ponto forte. Se interessava por uma mulher exuberante, e, era só colocar uma aliança no dedo anelar esquerdo dela que você se revelava.

Mas, a sua última mulher teve um final feliz. Ela foi liberta das suas garras. Eu assisti, de camarote, a minha amiga assinando a própria carta de alforria. Ah, cara, nem te conto, ela está muito feliz e com as emoções restauradas. Ao contrário do que você pensa, ela não foi embora da sua vida por causa de outro homem. Ela foi embora porque estava muito infeliz contigo e ela já estava a um passo de perder a lucidez. Ela nunca encontrou em você os abraços que ela sonhava, nem os beijos, nem a cumplicidade…nada. Na verdade, nem amigo dela você foi.

Tem certeza de que você quer mesmo saber? Bem, já que insiste, vou dizer: sua ex está, sim, namorando. Cara, ela tá muito feliz, rindo á toa. Ela encontrou um homem à altura da intensidade dela, e, ao contrário de você, ele não se sente intimidado por ter aquele mulherão ao lado. Ela não precisa mais se preocupar em modular as gargalhadas dela, tão inconfundíveis. Ela não precisa mais viver se escondendo dentro de roupas largas para esconder as curvas, como fazia contigo. Ela me disse que ele tem uma incrível capacidade de lê-la e de fazê-la sorrir. Hoje, ela agradece por não ter dado certo com ninguém, pois do contrário, não teria oportunidade de viver esse amor. Ela me disse, com aquela voz risonha que, quando conversa com Deus ela agradece por esse amor assim: “meu Deus, obrigada, era disso que eu sempre falei, era esse amor que eu sempre desejei”.

Ah, aceita um conselho? Essa moça que você está interessado, ao que parece, é muito intensa e cheia de vida, ela não combina contigo. Busque uma mulher “tranquilinha” para você se relacionar. Sugiro também que busque uma psicoterapia para que você possa entender a origem dessa necessidade de anular a essência de uma mulher para sentir-se seguro ao lado dela.

INDICADOS