Não acabem com a caligrafia: escrever à mão desenvolve o cérebro

Não acabem com a caligrafia: escrever à mão desenvolve o cérebro

As crianças que vivem no mundo dos teclados precisam aprender a antiquada caligrafia?

Há uma tendência a descartar a escrita à mão como uma habilidade que não é mais essencial, mesmo que os pesquisadores já tenham alertado para o fato de que aprender a escrever pode ser a chave para, bem, aprender a escrever.

E, além da conexão emocional que os adultos podem sentir com a maneira como aprendemos a escrever, existe um crescente número de pesquisas sobre o que o cérebro que se desenvolve normalmente aprende ao formar letras em uma página, sejam de forma ou cursivas.

Em um artigo publicado este ano no “The Journal of Learning Disabilities”, pesquisadores estudaram como a linguagem oral e escrita se relacionava com a atenção e com o que é chamado de habilidades de “função executiva” (como planejamento) em crianças do quarto ao nono ano, com e sem dificuldades de aprendizagem.

Virginia Berninger, professora de Psicologia Educacional da Universidade de Washington e principal autora do estudo, contou que a evidência dessa e de outras pesquisas sugere que “escrever à mão – formando letras – envolve a mente, e isso pode ajudar as crianças a prestar atenção à linguagem escrita”.

No ano passado, em um artigo no “Journal of Early Childhood Literacy”, Laura Dinehart, professora associada de Educação da Primeira Infância na Universidade Internacional da Flórida, discutiu várias possibilidades de associações entre boa caligrafia e desempenho acadêmico: crianças com boa escrita à mão são capazes de conseguir notas melhores porque seu trabalho é mais agradável para os professores lerem; as que têm dificuldades com a escrita podem achar que uma parte muito grande de sua atenção está sendo consumida pela produção de letras, e assim o conteúdo sofre.

Mas podemos realmente estimular o cérebro das crianças ao ajudá-las a formar letras com suas mãos?

Em uma população de crianças pobres, diz Laura, as que possuíam boa coordenação motora fina antes mesmo do jardim da infância se deram melhor mais tarde na escola.

Ela diz que mais pesquisas são necessárias sobre a escrita nos anos pré-escolares e sobre as maneiras para ajudar crianças pequenas a desenvolver as habilidades que precisam para realizar “tarefas complexas” que exigem coordenação de processos cognitivos, motores e neuromusculares.

Esse mito de que a caligrafia é apenas uma habilidade motora simplesmente está errado. Usamos as partes motoras do nosso cérebro, o planejamento motor, o controle motor, mas muito mais importante é a região do órgão onde o visual e a linguagem se unem, os giros fusiformes, onde os estímulos visuais realmente se tornam letras e palavras escritas

Virginia Berninger

As pessoas precisam ver as letras “nos olhos da mente” para produzi-las na página, explica ela. A imagem do cérebro mostra que a ativação dessa região é diferente em crianças que têm problemas com a caligrafia.

Escaneamentos cerebrais funcionais de adultos mostram que uma rede cerebral característica é ativada quando eles leem, incluindo áreas que se relacionam com processos motores. Os cientistas inferiram que o processo cognitivo de ler pode estar conectado com o processo motor de formar letras.

Larin James, professora de Ciências Psicológicas e do Cérebro na Universidade de Indiana, escaneou o cérebro de crianças que ainda não sabiam caligrafia. “Seus cérebros não distinguiam as letras; elas respondiam às letras da mesma forma que respondiam a um triângulo”, conta ela.

Depois que as crianças aprenderam a escrever à mão, os padrões de ativação do cérebro em resposta às letras mostraram mais ativação daquela rede de leitura, incluindo os giros fusiformes, junto com o giro inferior frontal e regiões parietais posteriores do cérebro, que os adultos usam para processar a linguagem escrita – mesmo que as crianças ainda estivessem em um estágio muito inicial na caligrafia.

“As letras que elas produzem são muito bagunçadas e variáveis, e isso na verdade é bom para o modo como as crianças aprendem as coisas. Esse parece ser um dos grandes benefícios da escrita à mão”, conta Larin James.

Especialistas em caligrafia vêm lutando com a questão de se a letra cursiva confere habilidades e benefícios especiais, além dos fornecidos pela letra de forma. Virginia cita um estudo de 2015 que sugere que, começando por volta da quarta série, as habilidades com a letra cursiva ofereciam vantagens tanto na ortografia quanto na composição, talvez porque as linhas que conectam as letras ajudem as crianças a formar palavras.

Para crianças pequenas com desenvolvimento típico, digitar as letras não parece gerar a mesma ativação do cérebro. À medida que as pessoas crescem, claro, a maioria faz a transição para a escrita em teclados. No entanto, como muitos que ensinam na universidade, eu me questiono a respeito do uso de laptops em sala de aula, mais porque me preocupo com o fato de a atenção dos alunos estar vagando do que com promover a caligrafia. Ainda assim, estudos sobre anotações feitas à mão sugerem que “alunos de faculdade que escrevem em teclados estão menos propensos a se lembrar e a saber do conteúdo do que se anotassem à mão”, conta Laura Dinehart.

Virginia diz que a pesquisa sugere que crianças precisam de um treinamento introdutório em letras de forma, depois, mais dois anos de aprendizado e prática de letra cursiva, começando na terceira série, e então a atenção sistemática para a digitação.

Usar um teclado, e especialmente aprender as posições das letras sem olhar para as teclas, diz ela, pode muito bem aproveitar as fibras que se intercomunicam no cérebro, já que, ao contrário da caligrafia, as crianças vão usar as duas mãos para digitar.

O que estamos defendendo é ensinar as crianças a serem escritoras híbridas. Letra de forma primeiro para a leitura – isso se transfere para o melhor reconhecimento das letras –, depois cursiva para a ortografia e a composição. Então, no final da escola primária, digitação

Virginia Berninger

Como pediatra, acho que pode ser mais um caso em que deveríamos tomar cuidado para que a atração do mundo digital não leve embora experiências significativas que podem ter impacto real no desenvolvimento rápido do cérebro das crianças.

Dominar a caligrafia, mesmo com letras bagunçadas e tudo, é uma maneira de se apropriar da escrita de maneira profunda.

“Minha pesquisa global se concentra na maneira como o aprendizado e a interação com as palavras feitas com as próprias mãos têm um efeito realmente significativo em nossa cognição”, explica Larin James. “É sobre como a caligrafia muda o funcionamento do cérebro e pode alterar seu desenvolvimento.”

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Fonte indicada: Notícias Uol

20 frases para lembrar do filme Mamma Mia e se aquecer para assistir a continuação

20 frases para lembrar do filme Mamma Mia e se aquecer para assistir a continuação
(L to R, center) Rosie (JULIE WALTERS), Sam (PIERCE BROSNAN), Sophie (AMANDA SEYFRIED) and Tanya (CHRISTINE BARANSKI) in "Mamma Mia! Here We Go Again." Ten years after "Mamma Mia! The Movie," you are invited to return to the magical Greek island of Kalokairi in an all-new original musical based on the songs of ABBA.

O filme musical Mamma Mia, lançado e 2008, foi um grande sucesso ao misturar paisagens da Grécia com atores como Meryl Streep, Christine Baranski, Julie Walters, Amanda Seyfried , Pierce Brosnan, Colin Firth (e outros mais) e o repertório atemporal e cheio de energia contagiante das músicas do grupo sueco Abba.

As boas notícia se repetem agora com a continuação “Mamma Mia! Here We Go Again”, que estreiou nos cinemas brasileiros no último dia 02 de agosto.

Para comemorar e estimular a memória dos fãs que estão ansiosos para assistir  o segundo filme, abaixo trouxemos uma seleção com 20 das melhores frases do primeiro filme.

No final, para coroar, também anexamos o trailer do segundo filme que espera por vocês nos cinemas.

1- Agora é tudo que temos. Sem promessas e arrependimentos.

2- Dançamos como se fosse nossa última música.

3- É como disparar uma flecha. Basta um sorriso teu e fico parada. Ainda não sei o que você fez comigo.

4- E como sempre não termina com um viveram felizes para sempre.

5- Ela acha que te conhece melhor do que você a si mesma.

6- Em nossas vidas temos trilhado estranhos caminhos.

7- Então eu estarei lá quando você chegar.

8- Eu mereço tudo isso porque fui uma tonta e uma puta imatura.

9- Eu tentei te alcançar, mas você fechou sua mente.

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10- Então volte a meu mundo.

11- Há um fogo em minha alma.

12- Não desperdice suas emoções. Coloque todo seu amor em mim.

13- Essa sou eu. Sou uma loba.

14- Não há pressa quando o amor diz que está pronto.

15- Nos meus sonhos, tenho um plano.

16- Não há tempo para tristezas.

17- Onde estão aqueles dias difíceis? Parecem difíceis de encontrar.

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18- Sei quem você é. Você é um sem destino.

19- Somos as melhores e não nos param.

20- Tente mais uma vez, como sempre fez.

“Mamma Mia! Here We Go Again”´- Trailer

9 perigos que você corre quando sempre é a “pessoa legal”

9 perigos que você corre quando sempre é a “pessoa legal”

Você as conhece, eu as conheço, ou você pode ser uma delas: pessoas legais.

Elas sempre dão aos outros o benefício da dúvida, estão prontas para dar a mão, ou são voluntárias para aquela tarefa que ninguém quer. Elas são sensíveis aos sentimentos dos outros, fáceis de conviver e raramente discutem. O que há para não gostar?

Não muito, você diz. Mas se você é sempre a pessoa legal, se está em sua personalidade 24/7, muitas vezes há perigos psicológicos à espreita abaixo dessa superfície amigável,  desvantagens que podem cobrar seu preço. Aqui estão as mais comuns:

1- Internalização

Você é tão bom, tão descontraído assim, o tempo todo? A menos que você esteja tomando alguns medicamentos altamente eficazes, provavelmente não. O que as pessoas sempre legais tendem a fazer é internalizar – manter para si emoções negativas, que naturalmente surgem no decorrer da vida cotidiana. O subproduto dessas crises emocionais geralmente é a depressão, ansiedade e dependência.

2- Surtos periódicos

E se a depressão, a ansiedade e o vício não são fortes o suficiente para manter esses sentimentos não educados à distância, você corre o risco de surtar, através de uma noitada em uma viagem de negócios, uma farra, agindo de maneira raivosa com seu filho, seu cachorro ou seu colega gentil, mas sempre distraído. Parece vir do nada, você se sente terrivelmente culpado, pede desculpas e promete nunca mais fazer isso novamente. . . até fazer de novo. Até que a pressão se acumule, e os gatilhos de estresse certos o desencadeiam.

3- Autocrítica

O que não é legal é que você tem mais chances de se culpar do que qualquer outra pessoa: a culpa é sua, você deveria saber, você fez algo que fez a outra pessoa agir da maneira que ela agiu, embora você realmente não tenha ideia do que possa ter sido. Você tem essa voz crítica, estilo “sargentona”, gritando com você o tempo todo, olhando por cima do ombro, apontando o dedo. Sob esse abuso verbal constante, você se compromete a se esforçar mais, não estragar as coisas, ser ainda melhor, mas o que você faz nunca é bom o suficiente; falhas, erros e incriminações estão em todo lugar. É uma maneira infeliz de viver.

4- Ressentimento

Um acúmulo de ressentimentos pode frequentemente alimentar este surto, mas às vezes é apenas um lamento lento e sempre presente que você internaliza junto com todo o resto. O ressentimento vem porque sua amabilidade também vem com expectativas – que os outros irão apreciar seus esforços ou seguirão seu exemplo e serão como você, sempre colocando os outros em primeiro lugar, etc. – ou esperando que eles percebam o que você precisa e deem para você, mesmo que você nunca diga quais são essas necessidades.

5- Esgotamentos periódicos

Se você fizer todo o trabalho pesado o tempo todo, estará propenso a um colapso periódico. Pode ser por exaustão, por doença ou afundando nas profundezas de uma depressão severa. O esgotamento pode deixá-lo de lado por um tempo, mas quando você se recupera, está rapidamente de volta ao trabalho.

6- Pré-comprometimento em relacionamentos

Em vez de declarar claramente o que quer no início de uma discussão com alguém, você antecipa ou assume o que a outra pessoa gostaria, e então reduz sua própria demanda antes que a conversa comece. “Jane provavelmente não vai querer trocar todo meu turno de fim de semana”, você diz para si mesmo, então, em vez de perguntar se ela pode trabalhar o fim de semana inteiro para você, você pergunta se ela pode trocar o sábado. Quando você faz este pré-comprometimento o tempo todo em relacionamentos íntimos, acaba nunca obtendo o que quer (apesar de fantasiar que a outra pessoa lerá sua mente e oferecerá de qualquer maneira), e em vez disso você apenas obterá versões diluídas que são “mais ou menos”. Com o tempo, você acaba ficando com uma vida enfraquecida.

7- Apresentar-se como controlador ou passivo-agressivo de vez em quando

Outros, especialmente aqueles mais próximos a você, podem te ver como sendo sutilmente controlador ou passivo-agressivo de vez em quando – porque você é. Sua personalidade racha um pouco, e você coloca uma pressão sutil ou culpa para conseguir o que quer, ou concorda com alguma coisa, mas então age de maneira passiva e agressiva, porque sua infelicidade escapa.

8- Relacionamentos banais

Relacionamentos próximos podem não ter profundidade. Entre o pré-compromisso e a internalização, você nunca diz o que realmente quer e sente, não está sendo realmente honesto e emocionalmente íntimo. E se ambos os parceiros são legais, os efeitos são multiplicados, resultando em um relacionamento sem conflito, mas superficial.

9- Arrependimentos futuros

Aquela pobre mulher de 100 anos que se arrependeu de comer muito feijão e não tomou sorvete o suficiente. Aquela caricatura da lápide que diz: “Comeu toda aquela couve por nada”. A vida diluída, o não ser verdadeiramente conhecido, as milhões de oportunidades perdidas de fazer e conseguir o que quer, em vez do que os outros queriam, podem deixar você com sérios arrependimentos na vida.

Isso significa que você não deve ser legal?

CLARO QUE NÃO. Mas há uma diferença entre uma vida orientada por valores e uma impulsionada pela ansiedade. Uma vida orientada por valores vem de seus valores, suas crenças básicas como adulto sobre como conviver com os outros. Você é gentil e atencioso e vê que todos nós estamos lutando neste minúsculo ponto no vasto universo; você trata os outros como gostaria de ser tratado. Você faz isso não porque “deveria” ou porque vai se sentir culpado de outra forma, mas porque é o seu plano de vida.

Mas ao mesmo tempo você pode dizer não, cuidar de si mesmo, assim como os outros, ser assertivo e honesto sem ser agressivo e ofensivo. A vida é um “ganha-ganha” tanto quanto possível.

Por outro lado, a vida impulsionada pela ansiedade faz com que ser gentil seja uma forma de controlar a ansiedade. Você aprendeu a adotar uma postura gentil como forma de evitar conflitos e confrontos que não consegue tolerar, uma postura que é: “Fico feliz se você está feliz”, o que significa que faço tudo o que preciso para não aborrecer você, pois o fato de você estar chateado me deixa ansioso. Aqui você não diz não, não fala o que pensa, nem é honesto e assertivo, por causa do seu próprio medo. É menos sobre um valor de como tratar as pessoas e mais um traje psicológico para protegê-lo do que parece ser um mundo assustador.

Desconstruindo

Se você decidir que está, de fato, cansado de ser legal o tempo todo, ou cansado de absorver algumas ou todas essas consequências, é hora de parar de entrar no piloto automático e começar a fazer escolhas e mudar alguns de seus comportamentos. Veja como começar:

1. Desacelere para perceber como você realmente se sente.

Se você sempre é legal, provavelmente nem percebe como se sente na maior parte do tempo. Em vez de levantar a mão rapidamente na reunião da equipe quando eles chamam voluntários, respire profundamente algumas vezes e pergunte a si mesmo se você realmente quer fazer isso. O mesmo acontece com a negociação com seu parceiro: pare com o pré-compromisso e descubra o que realmente quer. Se você não puder dizer na hora, espere e continue se perguntando como realmente se sente; algo acabará surgindo.

2. Pratique dizer não.

Não levantar a mão é dizer não, mas você deve praticar isso mais ativamente – é uma questão de estabelecer limites. Se você for convidado para participar de um comitê da igreja, por exemplo, e não quiser, diga não. Melhor ainda, seja proativo e deixe que os outros saibam onde você está antes de chegar até você. Se for muito difícil dizer não pessoalmente, ligue e deixe um correio de voz ou envie uma mensagem de texto. Apenas faça.

3. Traduza seus sentimentos.

Quando você sentir raiva, irritação ou ressentimento, use como informação que lhe diga o que precisa, o que não gosta, o que pode querer. Então, novamente, fale o que pensa.

4. Pratique ser mais honesto.

Honestidade é essencialmente o que define os limites, mas a honestidade também é o condutor da intimidade. Saia dessa conversa superficial e experimente conversas mais profundas – diga às pessoas próximas a você como você realmente se sente, em vez de dizer que está “bem”. Se o seu parceiro está fazendo o mesmo, coloque o problema da intimidade verbal e honestidade na mesa como algo que você quer trabalhar.

5. Use seus sintomas como ferramentas para informar quando estiver sobrecarregado.

Não basta varrer a compulsão, o esgotamento ou a agressividade passiva para debaixo do tapete, mas em vez disso usá-los como alertas de que você está sendo responsável demais, que está negligenciando suas próprias necessidades. É hora de não apenas se desculpar ou se recuperar, mas, novamente, falar o que pensa.

6. Enfrente as vozes críticas.

Suas vozes críticas vão enlouquecer quando começar qualquer um dos itens acima. Você vai se sentir culpado, ansioso de que o mundo irá desprezá-lo e que coisas terríveis vão acontecer. Esta é uma coisa de criança que explode quando você começa a quebrar seus padrões antigos. Respire profundamente algumas vezes, dê um tapinha nas costas e siga em frente.

Então, você está pronto para desistir de algumas das suas gentilezas?

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Essa é uma tradução adaptada da CONTI outra. Do original: The Dangers of Being Nice

Mães também choram: por medo, estresse ou cansaço

Mães também choram: por medo, estresse ou cansaço

Há dias em que a “super mãe” atinge o limite e entra em colapso. Porque ela não pode mais fazer tudo, porque a fadiga a aprisiona até que ela ponha de lado sua armadura brilhante para mostrar uma mulher que só precisa de um momento de descanso.

Se isso aconteceu com você em alguma ocasião, não se preocupe ou pense que você está tocando o abismo da depressão. O estresse de criar um ou mais filhos às vezes é combinado com outros fatores que nos levam a situações extremas, onde é necessário parar, aliviar e reciclar alguns pensamentos, algumas emoções.

Embora falemos de “mães”, estamos certos de que os pais também possam viver a mesma situação. De fato, mesmo que você não acredite, esses momentos vitais têm sua parte de utilidade e até podem ser benéficos. Todos nós, às vezes, desejamos ser a melhor mãe, ser o melhor pai, controlando cada aspecto e sempre dando o melhor de nós mesmos. Mas não é fácil manter este nível de auto-exigência todos os dias. Alcançar o limite é perceber que, embora nossa prioridade seja a criança, devemos ter autocuidado. Porque você não será uma mãe ruim se você se der um tempo de descanso, e ninguém, absolutamente ninguém, tem o direito de criticar por isso.

Porque só então você dará a seus filhos o melhor de você. Propomos refletir sobre isso.

Fadiga física e exaustão emocional

Sentir-se cansado não é sinônimo de estar cansado de nossos filhos. Dizer “não posso fazer mais” não é uma razão para censura ou fraqueza. Às vezes, o próprio remorso por se sentir assim em um dado momento é muito pior do que o esgotamento físico e mental. Portanto, é necessário que entendamos e racionalizemos alguns aspectos básicos.

Mamãe ou papai “multitarefa”

As crianças não crescem sozinhas. Elas precisam de 150% de nós quase todos os momentos. A multitarefa é um dos nossos inimigos diários mais vorazes. Podemos ser eficazes um mês, dois meses ou cinco meses, mas chegará um momento em que nossa mente e corpo não podem se manter esse nível.

Quando essa voz interior nos diz “eu tenho que dar conta de tudo”, mas o nosso cérebro e mente respondem com um “eu não posso mais fazer isso”, o estresse começa a atrapalhar essa descompensação sutil:

Fadiga se traduz em dor. Nossos membros doem, nossos ossos e sentimos uma pressão no peito.

A frequência cardíaca acelera, sofremos más digestão, episódios de diarréia, constipação…

Chegamos ao limite, e quase inadvertidamente, temos uma resposta ruim, uma palavra fora do lugar, um “Cala a boca,” a “agora me deixa” … palavras que dizemos às vezes sem pensar para nossos filhos e, em seguida, tanto nos fere.

A pressão da demanda

A pressão da demanda é colocada sobre nós pela sociedade, pela família e até por nós mesmos. Queremos ser aquelas “supermães” que estão atualizadas, que dão o melhor para as crianças, que desejam ter filhos felizes, brilhantes e responsáveis… Não há necessidade de chegar de tanto. De fato, basta educar crianças felizes e saudáveis na companhia de mães e pais felizes, com boa autoestima e que saibam aproveitar os pequenos momentos da vida cotidiana. Algo que o estresse nunca nos permitirá.

Temos que mudar alguns esquemas pequenos. Nós os explicamos a você em seguida.

Chorar é necessário, cuidar de nós mesmos também

É necessário entender antes de mais nada que não é necessário ou aconselhável ser “a mãe ou pai perfeito”, o essencial é saber como estar presente em todos os momentos em que nossos filhos precisam de nós. Por isso, vale a pena refletir em alguns momentos nessas dimensões. Quando se trata de educar e cuidar de uma criança todos os dias será diferente e exigirá novos aspectos de você. Assuma-os com calma e não preveja perigos ou preocupações. Viva o presente, o aqui e agora com seus filhos.

Tudo bem se você chorar ou até mesmo se seus filhos o virem fazendo isso. Diga-lhes que “a mamãe precisa de um momento”, que todos nós precisamos chorar de vez em quando para “sermos mais fortes”. O alívio emocional é bom.

Não carregue todas as suas responsabilidades, medos, pressões e dúvidas nas suas costas. Partilhe com o seu parceiro, com a sua família, faça perguntas ao seu pediatra sobre questões ou preocupações sobre os mais pequenos.

Você tem o direito de aproveitar seus momentos de lazer, relaxamento e privacidade. Você não será uma “mãe má” por se permitir uma ou duas horas por dia para si mesma.

Encontre apoio no seu grupo de amigos e com outras mães. Você vai compartilhar experiências e descobrir que, na verdade, você não é o única que chora secretamente, que se sente exausta e que tem dúvidas.

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Texto traduzido e adaptado pelo site Psicologias do Brasil. Do original Eres Mamá

10 atos de amor-próprio para quando você estiver se sentindo fracassado

10 atos de amor-próprio para quando você estiver se sentindo fracassado

O medo do fracasso nos prende em nosso lugar interno mais vulnerável – em nossa autoestima e amor-próprio. Embora, intuitivamente, saibamos que ao buscar um nível mais alto, nós poderemos fracassar, quando ficamos aquém, esse conhecimento oferece pouco ou nenhum consolo.

Alguma dessas afirmações soa familiar?

“Eu sou um perdedor.”
“Eu não consigo fazer nada certo!”
“Eu sou um fracassado.”
“Eu fracassei no meu casamento.”
“Eu fracassei como pai/mãe.”
“Eu fracassei no meu trabalho.”
“Se eu fracassar, será terrível!”
“Eu não suporto fracassar!”

Quando fracassamos em algo, muitas vezes pensamos globalmente e não em termos temporários. Nós pensamos que não só fracassamos, mas que somos fracassados.

Sentimentos de indignidade nos arrastam para baixo, levando a erros e contratempos, nos definindo, ao invés de apenas oferecer feedback e nos educar com informações úteis para o futuro.

A boa notícia é que podemos construir o caminho para o sucesso a partir de nossos fracassos. E neste artigo, mostrarei como.

Podemos aprender com nossos fracassos, em vez de sermos assombrados pelos fantasmas deles. Podemos parar de pensar em tudo ou nada, de maneira global, para que nossos erros e fracassos se tornem degraus para o sucesso, em vez de pedras ao redor do pescoço. O fracasso pode ajudá-lo a ter sucesso e crescer.

Aprendemos com a história sobre muitos casos famosos de pessoas que fracassaram e que se tornaram algumas das pessoas mais bem-sucedidas do planeta.

Aqui estão apenas alguns exemplos:

• Walt Disney, aos 22 anos, foi demitido de um jornal do Missouri por “não ser criativo o suficiente”. Depois, o Laugh-O-Gram Studio, um de seus primeiros empreendimentos, faliu.
• O Coronel Sanders estava falido aos 65 anos, e com seu cheque do seguro social de US$ 105 ele foi para a estrada, morando em seu carro por dois anos, indo de restaurante em restaurante para encontrar um lugar para usar sua receita de frango. Ele foi rejeitado 1.009 vezes antes de encontrar um dono que usaria sua receita, levando à franquia.
• Michael Jordan foi cortado de seu time de basquete da escola de Sophomore.
• “And to Think That I Saw It on Mulberry Street”, o primeiro livro infantil de Theodor Seuss Geisel, foi rejeitado por mais de 20 editoras antes de ser publicado pela Vanguard Press.
• Aos 30 anos, Steve Jobs se descreveu como um fracasso público quando foi demitido do conselho da Apple, a empresa que ele criou. Isso o levou a desenvolver outros empreendimentos, como a Pixar Animation e a NeXT, antes de retornar à Apple uma década depois, resultando em sua invenção do iPod, iPhone e iPad. Em seu famoso discurso no Stanford Beginning de 2005, ele citou esse fracasso como sendo a melhor coisa que aconteceu com ele, já que ele poderia recomeçar no período mais criativo de sua vida.
• Thomas Edison foi demitido de seu emprego depois de trabalhar em sua própria invenção por horas, o que acabou em um vazamento químico, danificando o chão e a mesa de seu chefe. Depois que ele foi demitido, começou a trabalhar para si mesmo como um inventor. Mais tarde, enquanto estava trabalhando no aperfeiçoamento de sua bateria de níquel-ferro, ele disse a um repórter: “Eu não falhei. Apenas encontrei 10.000 maneiras que não funcionam.”

Esses são apenas alguns exemplos das muitas pessoas bem-sucedidas que provam que pode haver sucesso após o fracasso. Por mais inspiradoras que sejam essas histórias, a maioria de nós continua atormentada por nossos fracassos, e não motivada por eles. Mesmo que saibamos que o fracasso é superável, isso não muda a maneira como nos sentimos quando o experimentamos. O fracasso pode prejudicar nossa autoestima e sentimentos de amor-próprio, diminuindo nosso senso de otimismo em relação ao nosso futuro.

Então, como podemos nos sentir melhor sobre nós mesmos? Abaixo estão 10 atos de amor-próprio para quando nos sentimos fracassados.

1. Perdoe-se

A capacidade de perdoar é talvez o maior presente que podemos dar a nós mesmos para nos ajudar a recuperar de nossos arrependimentos e erros.

Em vez de se culpar por não saber antes o que agora parece tão óbvio, se veja como um trabalho em progresso e dê a si mesmo o dom do perdão.

2. Seja autocompassivo.

A autocompaixão é talvez o elemento mais importante de autoestima e resiliência.

Costumava-se pensar que a realização e o sucesso – elevando-se acima do normal – era o caminho para a alta autoestima.

No entanto, esse caminho para a autoestima é condicional demais e assegura que qualquer pessoa abaixo do normal não seja tão digna ou especial. A autocompaixão dá a todas as pessoas, com alto desempenho e também a pessoas com baixo desempenho, a garantia de que são dignos de amor de qualquer maneira, sem condições.

3. Pare de se julgar.

Suspender os rótulos que você coloca em si mesmo é um ato de amor-próprio. Em vez de se chamar de “fracassado”, seja mais específico e menos global.

O fracasso não precisa definir você e seu valor. Mude a sua conversa interna de “sou um fracassado” para “eu não consegui fazer as coisas funcionarem” ou “cometi alguns erros e vou usar essa experiência como degraus daqui para frente”.

4. Transforme seus fracassos em objetivos.

Em vez de “eu fracassei no meu casamento”, você pode dizer “eu tive problemas para me comunicar no meu casamento e estou aprendendo a me comunicar melhor agora”.

A primeira afirmação está ancorada no passado e não pode ser alterada, enquanto a segunda tem um olhar no futuro e é mais fortalecedora para o que você pode fazer agora.

5. Dê um abraço em si mesmo.

Em vez de deixar o seu crítico interior ter o reinado completo, que tal apenas dar-se um abraço?

Todos nós precisamos de abraços às vezes – especialmente de nós mesmos! Você não merece?

6. Se imagine como uma criança pequena, cheia de inocência e beleza.

Tenha em mente que não existe bebês e crianças fracassadas ou que não têm valor. Nós possuímos o mesmo valor que tínhamos quando nascemos.

Às vezes, precisamos olhar por trás das cicatrizes e das feridas para ver que a preciosidade ainda está dentro de nós.

Não importa o quanto fracassemos, nosso valor continua o mesmo e ainda somos lindos.

7. Mude sua mentalidade de ser uma vítima para ser um vencedor.

Quando você se sente fracassado, se vê como uma vítima do passado, em vez de se concentrar em sua resiliência e capacidade de se reerguer.

Afinal de contas, o que importa não é quantas vezes somos derrotados e fracassamos – o que realmente importa é quantas vezes nos levantamos e tentamos de novo, cada vez mais sábio.

8. Torne-se mais consciente.

A atenção plena não é apenas sobre meditar ou respirar profundamente e silenciosamente, de forma isolada. É permanecer plenamente presente em nossa vida cotidiana, com uma consciência não julgadora em qualquer coisa que você faça.

Quando estamos plenamente conscientes, ficamos enraizados no presente, em vez de olhar para os nossos erros do passado ou nos preocupar com o futuro. Como diz o ditado: “Hoje é um presente, é por isso que eles chamam de presente!”

9. Utilize algo concreto para te acalmar

Às vezes precisamos de algo tangível para nos acalmar quando nos sentimos mal. Como terapeuta, às vezes meus clientes criavam uma caixa calmante para ajudá-los a lidar com momentos estressantes.

Usar objetos reais que servem para distrair e acalmar a si mesmo pode fornecer pedras de toque calmantes.

Um diário, uma bola de stress, uma pedra polida para lembrá-lo de seu valor próprio e óleos corporais são exemplos de coisas que podem ser colocadas dentro de uma caixa calmante e usadas para acalmá-lo quando estiver se sentindo para baixo.

10. Conecte-se com os outros.

Quando as pessoas se sentem fracassadas, muitas vezes se isolam, se fechando em vez de se abrirem para os outros.

Buscar apoio social é uma das melhores escolhas que você pode fazer quando se sentir fracassado. Obter a perspectiva de outra pessoa ajudará você a interromper a visão de túnel que distorce sua visão de si.

Pedir ajuda, ter a coragem de se abrir em vez de se fechar, abrirá o caminho não apenas para evitar a solidão, mas também aprofundará suas conexões com os outros.

Estes 10 planos de ação para derrotar os sentimentos de fracasso servirão como um trampolim para uma vida resiliente e plena. Em vez de se concentrar no fracasso que vem com a queda, tenha orgulho de que você se atreveu a perseguir seus sonhos com coragem e entusiasmo.

Para citar Winston Churchill,
“O sucesso consiste em ir de fracasso em fracasso sem a perda de entusiasmo.”

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Essa é uma tradução CONTI outra. Do original 10 Acts of Self Love for When You’re Feeling Like a Failure, de Judith Belmont

5 maneiras que os narcisistas compensam seu complexo de inferioridade.

5 maneiras que os narcisistas compensam seu complexo de inferioridade.

“A maneira como as outras pessoas fazem você se sentir, é sempre um reflexo de como o mundo as faz sentir.”
– Psicólogo anônimo

O grupo de pesquisa da Mayo Clinic define transtorno de personalidade narcisista como “um transtorno mental em que as pessoas têm um senso inflado de sua própria importância e uma profunda necessidade de admiração. Aqueles com transtorno de personalidade narcisista acreditam que são superiores aos outros e têm pouca consideração pelos sentimentos de outras pessoas. Mas por trás dessa máscara de ultraconfiança repousa uma frágil autoestima, vulnerável à menor crítica”.

O narcisismo é frequentemente interpretado na cultura popular como uma pessoa que está apaixonada por si mesma. É mais preciso caracterizar o narcisista patológico como alguém que está apaixonado por uma autoimagem idealizada, que ele projeta a fim de evitar sentir (e ser visto como) o eu real, desprovido de direitos e ferido. No fundo, a maioria dos narcisistas patológicos se sente como o “patinho feio”, mesmo que eles dolorosamente não queiram admitir.

Quais são algumas das maneiras pelas quais os narcisistas compensam seu complexo de inferioridade? Abaixo estão cinco indicadores, com referências de meus livros, How to Successfully Handle Narcissists e A Practical Guide for Narcissists to Change Towards the Higher Self.

Embora algumas pessoas possam se envolver nesses comportamentos ocasionalmente, um narcisista patológico habitualmente se encontra em um ou mais dos seguintes traços regularmente, embora permaneça em grande parte inconsciente (ou despreocupado) de como seu comportamento afeta negativamente os outros.

1. Sentido superinflado de si mesmo

“Não é fácil ser superior a todos que eu conheço!”
– Anônimo

“Meu noivo e eu dirigimos um Mercedes. O padrinho no nosso casamento também dirige um Mercedes!”
– Anônimo

Muitos narcisistas gostam de se vangloriar em termos grandiosos e exagerados, seja sua atração física, posses materiais (troféu), popularidade social, estilo de vida empolgante, distintivos de mérito conquistados, associações de status elevado ou outros atributos dignos de inveja. Enquanto não há nada inerentemente errado em descrever a si mesmo em termos positivos, o narcisista patológico o faz das seguintes maneiras doentias:

A. As declarações elogiosas de si mesmo são frequentemente exageradas.

B. As declarações elogiosas de si mesmo são frequentemente pronunciadas, direta ou indiretamente, às custas dos outros (“eu sou melhor que você”, “você não tem o que eu tenho”, “eles não são nada comparados a mim”.) O ego frágil do narcisista é impulsionado não pela afirmação positiva de si mesmo, mas por colocar os outros para baixo.

C. As declarações de admiração de si mesmo destinam-se a você, para admirá-las e adulá-las. Em essência, eles querem que você os cultue, para que se sintam “especiais”, “excepcionais” e “importantes”.

É com essa “máscara” externa superficial e compensatória que o narcisista constrói sua identidade falsa, submergindo um eu inseguro e ferido.

2. Reage mal à crítica

“Como ela se atreve a me dizer que estou errado – ela não é ninguém!”
– Anônimo

Uma maneira fácil de identificar o ego frágil de um narcisista é observar o modo como ele ou ela reage à crítica, mesmo quando esses comentários são oferecidos de maneira diplomática, razoável e construtiva. A maioria dos adultos maduros é capaz de levar a sério as críticas, avaliar sua validade e usar o feedback útil como uma valiosa ferramenta de aprendizado. Os narcisistas crônicos, no entanto, tendem a ficar extremamente ofendidos e ultrassensíveis até mesmo a pequenas críticas, especialmente àquelas que têm mérito, pois temem que a verdade “exponha” o quão falsas e vazias elas realmente são (danos narcísicos).

3. Ciúme dos outros. Possessivo de atenção

“Como ela foi escolhida? Ela deve ter trapaceado!”
– Anônimo

O ciúme pode ser definido como sentir inveja por não ter o que outra pessoa tem. Enquanto algumas pessoas experimentam inveja de vez em quando, muitos narcisistas crônicos sentem-se invejosos e ressentidos com a felicidade e o sucesso dos outros regularmente, e patologicamente fazem comentários depreciativos para se sentirem melhor.

Muitos narcisistas patológicos também são consumidores de atenção em sua vida pessoal e/ou profissional. Eles querem que você se concentre constantemente neles e cuide deles, pois sem sua atenção e satisfação, eles se sentem insignificantes.

4. Manipular para conseguir o que quer

“Há aqueles cuja principal habilidade é manipular. É a segunda pele deles e, sem essa manipulação, eles simplesmente não sabem como agir”.
― C. JoyBell C.

Exemplos de manipulação narcisista incluem, e não estão limitados a:

A. Manipulação Negativa – Com a intenção de obter vantagem, fazendo com que a vítima se sinta inferior, inadequada e insegura.

B. Manipulação Positiva – Com a intenção de subornar a vítima emocionalmente para obter favores, concessões, sacrifícios e/ou compromissos.

C. Decepção e Intriga – Com a intenção de distorcer a percepção da vítima para facilitar a exploração.

D. Desamparo Estratégico – Com a intenção de aproveitar a boa vontade da vítima, a consciência culpada.

E. Hostilidade e Abuso – Com a intenção de dominar e controlar a vítima através de agressão manifesta.

A verdade sobre a manipulação narcísica é que, no fundo, muitos narcisistas não acreditam que têm o que precisam para conseguir o que querem de uma maneira saudável e razoável. Para compensar a inadequação, eles recorrem a falsas personas e maquinações enganosas, para obter uma medida do que desejam.

5. Incapaz de encarar o verdadeiro eu. Incapaz de vê-lo como uma pessoa real

O resumo de estar em um relacionamento com um narcisista patológico é que seus pensamentos, emoções e prioridades são constantemente invalidados. Você existe apenas para servir aos caprichos e prazeres do narcisista. O outro lado dessa dinâmica é que, ao criar e facilitar tais relacionamentos, o narcisista se recusa a reconhecer a dura verdade: que ele ou ela é incapaz de um relacionamento genuinamente amoroso e respeitoso.

Muitos narcisistas crônicos têm muito pouco a oferecer e dolorosamente nunca admitirão isso, pois é melhor ser o “falso eu” do que o eu real e desprovido de direitos.

Um narcisista pode mudar para melhor? Talvez. Mas somente se ele ou ela for altamente consciente e estiver disposto a passar pelo corajoso processo de autodescoberta. Para os narcisistas que não estão dispostos a jogar a farsa às custas de relacionamentos genuínos e credibilidade, existem maneiras de se libertar da falsidade e progressivamente avançar em direção ao seu Eu Superior. Para aqueles que vivem ou trabalham com narcisistas, a consciência perceptiva e a comunicação assertiva são essenciais para o estabelecimento de relacionamentos saudáveis e mutuamente respeitosos. 

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Artigo traduzido pela CONTI outra. Do original em inglês 5 Ways Narcissists Compensate for Their Inferiority, de autoria de Preston Ni M.S.B.A.

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Referências

Ni, Preston. How to Successfully Handle Narcissists. PNCC. (2014)

Bursten, Ben. The Manipulative Personality. Archives of General Psychiatry, Vol 26 No 4. (1972)

“Tudo o que o dinheiro compra é barato” por Augusto Cury

“Tudo o que o dinheiro compra é barato” por Augusto Cury

Augusto Cury é psiquiatra, psicoterapeuta, pesquisador e escritor. Tem diversas obras publicadas e é referência no que diz respeito ao estudo da mente.

No vídeo a seguir, ele fala um pouco do valor daquilo que o dinheiro não consegue comprar.

“Tudo o que o dinheiro compra é barato. Parece estranha essa frase, […] mas apesar de bens materiais terem seus vários e mais diversos valores, tudo que o dinheiro pode comprar, no fundo, é barato para quem tem dinheiro”

Via Revista Pazes

Ela merece mais do que você pode oferecer

Ela merece mais do que você pode oferecer

Deixe-a ir. Você sabe que não tem mais jeito, que reparo algum a fará continuar ao seu lado. É melhor você aceitar que ela quer outras prioridades, outras conversas, outros amores. Ela merece mais do que você pode oferecer e não é um defeito assumir isso. É só a vida. A vida dela.

Você teve tantas chances para fazer dar certo, por que insistir agora? Por que depois de tantas intensidades por parte dela, depois de todo o esforço e energia que ela transbordou em seu nome? É dolorido quando a gente se dá conta daquilo que está perdendo, né? Mas acontece que você não está perdendo nada, é ela quem está ganhando tudo. Ganhando o próprio amor, a valorização que você demorou a corresponder.

Ela cansou, cara. Deixe-a ir. Reciprocidade funciona assim: se você não cultivá-la nos primeiros instantes, não terá “eu te amo” que resolva. Encare de frente a situação e siga a sua vida. Ela está indo de coração cheio e malas prontas. Você sabe que ela merece experiências melhores. Não fique chateado com ela, mas feliz por ela ter percebido o que você custou a entender: nem sempre duas pessoas que se amam ficam juntas.

Aproveite essa oportunidade e amadureça, cara. Evolua e não cometa os mesmos erros com quem vier a seguir. Se esforce para não mais deixar que o seu ego te impeça de tratar qualquer pessoa com respeito e amorosidade. Ela está te deixando pelos motivos dela. Encontre os seus antes de escolher entrar na vida de alguém.

“Em terra de egos, quem vê o outro é rei.”

“Em terra de egos, quem vê o outro é rei.”

Saramago já dizia: “É dessa massa que nós somos feitos, metade de indiferença e metade de ruindade”.

Embora, seja dura a observação do português, devemos considerar que, de fato, temos vivido de modo a fazer jus ao pensamento dele. A cegueira, que nos dominou nesta quadra da história, nos transformou em tiranos de nós mesmos, como se houvéssemos perdido a capacidade de perceber o que nos circunda, o mundo, os outros, e, muitas vezes, até nossa individualidade verdadeiramente.

Fomos dominados pela ditadura do ego, a qual não permite a conjugação dos verbos no plural. Sendo assim, existe apenas o eu, e, ainda, de forma superficial, uma vez que para que possamos compreender as nossas tormentas é preciso perceber que no mar bravo existem outros barcos além do nosso.

Não há, dessa forma, a percepção da humanidade que nos forma, isto é, a nós e aos outros, de modo que o outro se torna indigno da nossa visão, tornando-se invisível diante da nossa cegueira egoísta.

Dessa maneira, não conseguimos perceber/enxergar que, assim como nós, o outro também chora, sofre, sente a dureza da vida, precisa de um afago, de alguém que o escute e se esforce para compreendê-lo. Ou seja, que o outro também precisa de alguém que seja capaz de desvestir-se do próprio ego para mostrar a sua nudez, a sua fraqueza e, por conseguinte, demonstre que ainda há ouvidos dispostos a escutar e olhos lacrimejados incessantes por mais lágrimas.

Ao adequar-nos a uma sociedade sustentada no individualismo e no egoísmo, passamos a estar doentes, a nos tornar estranhos perambulando em labirintos. Passamos a cegar e, acima de tudo, passamos a tornar a vida um lugar ainda mais inóspito, um lugar mais duro, mais seco, no qual não se brota amor, já que para que este nasça é imprescindível a presença da divindade que só existe no pequeno espaço colocado entre duas almas que procuram incessantemente a conexão através do toque das palavras.

Calamos as palavras na medida em que escolhemos não enxergar o interlocutor. Palavras ditas para sombras só conhecem o eco melodicamente fugaz de palavras não ditas. Tornamos a alma muda, amedrontada e carente de ouvir, de ter atrito, de ter mais cores vindas de outros potes.

Estamos perdidos em um sonho ridículo. Perdidos em vidas vazias e solitárias. Perdidos dentro dos muros que construímos. Perdidos em nossas depressões, em nossas frustrações, em nossas ansiedades. Perdidos na solidão, embaixo do chuveiro enquanto a água cai estilhaçando o nosso corpo. Enquanto procuramos nos livrar por meio das lágrimas do imenso vazio egoísta que nos enfraquece. Enquanto procuramos nos livrar das dores silenciosas e do martírio oculto da nossa ruindade.

A vida sempre será dolorosa e a terra dura, mas não podemos viver escravizados por nossos egos, nos achando sempre autossuficientes, sentados em cima do próprio umbigo. Viver é muito mais do que isso, é poder ter a riqueza de construir pontes que ligam pessoas e tecer palavras poéticas que comunicam almas. É ter fome de amar, de abraçar, de ouvir. É reconhecer a fome no outro mesmo quando a barriga está cheia. É ir além da massa de ruindade e egoísmo que ruge forte em nós.

É nunca cegar ou nunca permitir que essa cegueira se instale e retire o que há de mais belo no mundo: o olhar profundo entre duas pessoas sintetizando a essência do que é divino, pois lembrando outra vez Saramago – “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara” – porque cabe a cada um de nós a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam e como disse certo poeta meu camarada, Tokinho Carvalho: “Em terra de egos, quem vê o outro é rei”.

Não converta em problema uma relação que não precisa ser problemática

Não converta em problema uma relação que não precisa ser problemática

Se você quer viver de uma maneira equilibrada, tem que ver a vida de uma maneira equilibrada. Dizer isso é fácil, aplicar que é complicado, especialmente porque somos especialistas criando tempestades em um copo de água. Portanto, em mais de uma ocasião, deixamos que as pessoas que não merecem um lugar significativo em nossas vidas acabem se tornando um problema.

Quando você transforma alguém em seu problema, você dá a essa pessoa muito poder

Há pessoas que tentam nos enganar e tornar nossa vida um pouco mais difícil. Elas podem fazê-lo através de chantagem emocional, decepção ou até mesmo arrogância intelectual. No entanto, toda vez que deixamos um parceiro mal-intencionado, um ex-parceiro ressentido, ou um mau amigo se tornarem nosso problema, estamos caindo em sua teia de aranha e nos tornamos sua vítima.

Não podemos controlar suas ações, mas podemos controlar nossa reação. Em vez de tornar essas pessoas uma parte significativa de nossas vidas, podemos conscientemente decidir que não permitiremos que danifiquem nosso equilíbrio emocional com suas atitudes. Lembre-se de que somente aquilo a que você dá poder pode prejudicá-lo, o que considera significativo o suficiente para fazer ressonância dentro de você.

Uma estratégia relativamente simples para impedir que pessoas mal-intencionadas se tornem um problema que tira nossa paz interior é mudar nossa perspectiva sobre o que realmente é um problema.

A palavra problema é composta do prefixo πρό (prá), que significa “adiante” e προβάλλω (probállō), que significa “lançar” ou “lançar com força”. Portanto, problemas são situações que nos empurram para além dos nossos limites, o que nos encoraja a deixar a nossa zona de conforto para crescer. A partir dessa perspectiva, cada problema representa uma oportunidade de aprender e se desenvolver como pessoas. Nós apenas temos que ter certeza de escolher os problemas com sabedoria.

É possível escolher os problemas?

Se assumirmos uma atitude reativa à vida e identificarmos problemas com obstáculos, vendo-os como algo negativo, não temos opções, permanecemos nas mãos do acaso. Então, teremos a tendência de ver muitas das coisas que nos acontecem como problemas e transformar em problemas que as pessoas nem merecem ser.

No entanto, se no lugar de reagirmos, aprendemos a responder e assumimos os problemas como oportunidades de crescimento, podemos começar a descartar muitas coisas que teríamos classificado como problemas com a antiga mentalidade restritiva.

Duke Ellington disse que “os problemas são oportunidades para demonstrar o que é conhecido”, e ele não estava errado.Dado que um problema representa um desafio, podemos entender que muitas das coisas que nos acontecem na vida cotidiana e que nos qualificamos como problemas na realidade não são, representam apenas uma expectativa frustrada.Saber essa diferença nos permitirá dar a cada coisa e pessoa, o lugar que ela merece em nossas vidas, nem mais nem menos.

Não desperdice sua energia emocional com pessoas maliciosas

Se uma pessoa te incomoda, perturba ou irrita você; não faça disso o seu “problema”. Não deixe que isso ocupe muito do seu pensamento ou torne-se um tema recorrente de conversas. Toda vez que você chega em casa e reclama desse insuportável parceiro de trabalho, você está dando a ele uma importância que ele não merece e perde uma oportunidade de fazer outras coisas que são muito mais agradáveis.

Em vez disso, reflita nos botões vermelhos que a pessoa está ativando. Por que isso incomoda, incomoda ou irrita você? Em que área de sua personalidade você precisa trabalhar para evitar que certas atitudes te afetem? Desta forma, você estará transformando o problema em algo que realmente lhe permita crescer e você não desperdiçará inutilmente sua energia emocional.

E por último mas não menos importante, lembre-se de que todos os problemas deixam de existir se não houver solução. Portanto, às vezes é apenas uma questão de deixar ir. Não se apegue ao que não é importante ou que impede que você cresça.

Traduzido por Psicologias do Brasil. Texto original de Rincon Psicologia

Eu já me chamei Tatiane Spitzner

Eu já me chamei Tatiane Spitzner

Por Ludmila Clio

Eu já me chamei Tatiane Spitzner. No começo, eu me sentia especial. Aquele ciúme me parecia proteção, aquela implicância com a roupa que eu vestia me parecia zelo, aquelas entrevistas perguntando quem era a pessoa que me cumprimentou na rua me pareciam preocupação. É, eu não percebia. A gente não percebe. A gente simplesmente começa a aceitar que esse é o “jeito da pessoa” e vai se adequando. Foi o que eu fiz.

Com o tempo, fui parando de usar certas roupas, certas maquiagens. Fui falando menos nas rodas de amigos, comecei a fingir que não via as pessoas na rua para evitar cumprimentá-las e cheguei até ao ponto de atender ao telefone e fingir que era engano, só pra não ter que dar explicações eternas sobre o que eu estava falando, já que a desconfiança pairava até sobre meu comportamento com a minha própria mãe.

Parece absurdo. É absurdo.
A gente simplesmente não percebe que dia a dia vai falando menos, desviando olhares, trocando de canal, doando roupas que a gente gosta, perdendo o brilho, o apetite pela vida.

Até que um dia o inesperado acontece. A violência social e psicológica passa a ser física. De repente o “protetor” vira um demônio e vai com tudo pra cima de quem ele diz amar. O sangue escorrendo nem é sentido. O que dói pra valer é a dignidade esvaindo por dentro. Os hematomas, puxões de cabelo e arranhões se misturam à adrenalina paralisante da humilhação ora vivida.

Não, você não acredita. Você, mulher ainda em formação ou já empoderada, você que se deu, se doou, se submeteu, respeitou o outro atropelando a si mesma, você simplesmente não acredita.

No dia seguinte, o pedido de perdão, o choro de crocodilo e você, já tão enredada nessa trama psicopata, se comove. De fora a maioria diz que jamais se comoveria, mas você, só você que já viveu esse inferno é capaz de dizer que sim, a gente se comove. E perdoa. E tenta esquecer. E se cala de novo, mais um dia, mais um mês, ou até à proxima vez.

Eu já me chamei Tatiane Spitzner. Nossa diferença é que eu morava no térreo, estava grávida quase parindo quando conheci o inferno e sobrevivi. Ela não.

E se você hoje silenciosamente enfrenta esse demônio, de todo meu coração eu te imploro: aja, denuncie. Nem todas têm a chance que eu tive. Muitas, como Tatiane Spitzner, morrem esmagadas na calçada da vida, defenestradas por seus próprios parceiros, os mesmos que sorriem ao seu lado nos álbuns de família, nas fotos das redes sociais.

Eu já me chamei Tatiane Spitzner, mas há muito tempo, não mais.

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Artigo publicado originalmente em nossa página parceira A Soma de Todos os Afetos.
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O que fazer quando uma pessoa não gosta de você?

O que fazer quando uma pessoa não gosta de você?

Por Adriana Araújo

Você sabe que não vai agradar a todos, mas mesmo assim, se sente mal com a não aceitação de algumas pessoas – seja na paquera, no trabalho, na relação pessoal ou familiar. O que está por trás desse seu sentimento? O que vem a sua mente quando pensa nisso? Peço que se concentre agora por alguns instantes e avalie o que você sente. Algumas pessoas se percebem inseguras e imaturas para seguir a diante. Qual é o seu caso? Você abre mão da tentativa de influenciar o outro e querer provocar uma mudança ou acaba usando sua energia para conquistar e fazer com o que outro goste de você sem medir esforços, até mesmo passando do seu limite?

Para alguns é muito difícil lidar com a reprovação. De fato, ninguém gosta muito de não ser aceito. É um feedback que pode ser entendido como: se não agrado é porque estou fazendo algo errado. Esse sentimento é um tempero perigoso nas relações, pois quanto mais essas pessoas são rejeitadas, mais são capazes de se empenhar para chamar atenção. Esse tipo de comportamento pode ser negativo, uma vez que as atitudes tomadas na ideia de agradar podem sufocar a outra pessoa. Ações como ficar muito próximo, insistir, querer agradar excessivamente, cobrar atitudes, reclamar da não aceitação, querer explicação e exagerar nas ações são alguns exemplos desse exagero. As pessoas geralmente gostam de equilíbrio, e ao perceber esse descontrole do outro acabam se afastando ainda mais.

Isso acontece, de modo geral, quando as pessoas perdem o foco do que é importante para elas. Com isso, as pessoas se perdem na avaliação alheia, que nesse caso é a rejeição. Indivíduos com baixa autoestima tendem a sofrer mais com isso. Pessoas inseguras que não sabem bem como agir e se confundem no que é certo e errado de suas ações são mais suscetíveis a lidarem mal com essa situação.

Quem não aceita que uma pessoa possa não gostar dela acaba demonstrando desequilíbrio na relação, pois quer controlar inclusive a opinião dos outros, muitas vezes, impondo o seu jeito de ser ou fazendo o oposto (que também não vai bem) sendo extremamente submissa, aceitando tudo que não se deve aceitar em nenhuma relação somente com a esperança (errônea) de aceitação. O auto respeito e amor próprio devem prevalecer sempre.

Pessoas com essa dificuldade podem tentar se adequar ao outro ou ao grupo em que se encontram exagerando suas ações. Com isso perdem a espontaneidade, que é uma das chaves para o bom relacionamento, e vivem a sombra de ações copiadas dos outros. A ideia é agradar, mas não é o que acontece.

Para contornar essa situação, o mais adequado é:

  • Analisar a situação e a relação
  • Entender se você pode fazer melhor
  • Se você fez algo que desagradou a outra pessoa, por exemplo, avalie se pode agir diferente, se deve desculpas ou se pode corrigir de alguma maneira sua ação.

Tenha em mente que você deve fazer a sua parte e somente isso. O outro tem a responsabilidade de igual obrigação de fazer a parte dele. Faça a sua. De resto, não há nada a se fazer. Não há como agir pelo outro sem que ele peça sua ajuda. Pense sobre igualdade de reciprocidade. Viva sua vida no encontro do equilíbrio das relações. Não dê migalhas nem aceite isso de ninguém.

Para colocar isso tudo em prática, às vezes é preciso uma orientação profissional para que você possa aprender a mudar e agir diferente. Psicólogos, hipnólogos e coachs são excelentes para contribuir no estabelecimento de metas e comportamentos direcionados para ação eficaz.

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TEXTO ORIGINAL DE MINHA VIDA

“Routine” : Animação mostra como cair numa rotina pode roubar nossas vidas

“Routine” : Animação mostra como cair numa rotina pode roubar nossas vidas

Todos nós temos rotinas em nossas vidas. Uma rotina nada mais é do que uma série de hábitos. E não é necessariamente uma coisa negativa.

Por exemplo, se todas as manhãs você tiver uma boa rotina, estará livre de tomar uma série de pequenas decisões que poderiam acabar com um tempo precioso. As rotinas liberam-nos da necessidade de tomar centenas de decisões cotidianas, liberando espaço em nossas mentes para tomar decisões mais importantes.

Nessa perspectiva, as rotinas são libertadoras, já que não precisaremos ser constantemente forçados a tomar decisões. Nós não temos que decidir a cada manhã se vamos escovar os dentes ou não, nós apenas fazemos isso. Boas rotinas nos permitem ser eficientes e estruturar nossa jornada.

No entanto, rotinas ruins ou simplesmente aderir demais a esses hábitos, sem introduzir mudanças que representem uma novidade, acabam assumindo uma carga emocional. Uma vida muito rotineira aniquila a criatividade e até a vontade de viver. Fazer as mesmas coisas todos os dias, sem introduzir variações, leva à apatia. E de lá para a depressão há apenas um passo.

A animação que mostra o poder destrutivo de uma vida rotineira
Essa breve animação, feita por Valeria Dakhovich, nos mostra como um homem se vê preso em sua rotina. Todos os dias ele realiza as mesmas coisas, não há delicadeza ou satisfação real em sua vida. E assim os dias, as semanas, os meses e os anos correm.

Um dia essa rotina toma forma, torna-se um pequeno e até bom monstro. No entanto, a imutabilidade na vida do homem é a comida que nutre esse monstro, que cresce a cada dia. Até chegar ao ponto em que o monstro rotina é que dirige o homem, faz com que funcione como uma espécie de piloto automático.

Chega um tempo em que é simplesmente tarde demais para mudar.

Este texto é uma tradução do Psicologias do Brasil. Adaptada de Rincon Psicologia

É possível fazer as pazes com uma mãe ruim?

É possível fazer as pazes com uma mãe ruim?

A mãe costuma ser o primeiro grande amor na vida dos seres humanos. Um amor que nasce naturalmente e que não acaba, mesmo que não possa ser presente, ou mesmo se a sua presença for prejudicial e até perigosa para um filho. Há sempre um fio invisível que de alguma forma ou de outra mantém filhos e mães ligados.

A psicanalista Judith Viorst narra em um de seus livros um caso atroz. Um menino de três anos fora queimado com álcool e, algo que parecia impensável, foi sua própria mãe que o incendiou. Na sala de tratamento intensivo, o menino queria apenas uma coisa: que sua mãe viesse abraçá-lo. Isso é o quão forte esse vínculo primitivo pode ser. Seja como for, temos um laço com nossa mãe. No início da vida preferimos qualquer sofrimento, em vez de sofrer a dor de não tê-la ao nosso lado.

O vínculo com nossa mãe subsiste na vida adulta, mesmo se seguirmos o nosso próprio caminho, mesmo que consigamos um sucesso gigantesco, mesmo que tenhamos dinheiro, ou nos admiremos por nossa destreza. Lá no fundo há sempre algo daquela criança que não quer viver sem a mãe.

A mãe difícil

Quando crianças, e apesar de qualquer evidência em contrário, pensamos que nossa mãe é um ser absolutamente perfeito. Nós só precisamos que ela esteja ao nosso lado. E se não estiver lá, pensamos que talvez seja nossa culpa. Mas as mães não são esses seres totais e perfeitos que idealizamos quando somos pequenos. Nem sempre somos completamente bem-vindos em sua vida.

As mães também ficam deprimidas, elas também têm seus próprios problemas. E embora o desejo da maioria deles seja nos dar o melhor, às vezes elas não podem fazê-lo. Às vezes desistem de fazer isso ou têm uma ideia não tão saudável de como deve ser o bem-estar de uma criança.

Muitas mães não estão lá quando seus filhos precisam delas. Elas devem, ou querem, trabalhar fora de casa e podem não ter tempo para exercer a maternidade. Outras mulheres têm uma rejeição, consciente ou inconscientemente, em relação à maternidade. Mesmo assim, assumem a tarefa de serem mães, mas só conseguem isso sem entusiasmo. Então, seus filhos se tornam alvo de insatisfação. São as mães que não conseguem ver nada de bom em seus filhos. Eles nunca são obedientes o suficiente, nem são capazes o suficiente para fazê-la feliz. Se eles são os melhores alunos ou os atletas mais destacados não importa, eles nunca correspondem às suas expectativas.

A rejeição pelas crianças, às vezes, também apresenta-se de formas mascaradas. É o caso das mães ansiosas, que estão sempre imaginando que a criança vai cair, que o jovem vai se tornar um viciado em drogas, que a filha vai cometer um erro irreparável. Nesses casos, a rejeição assume a forma de controle extremo. Elas acham que educar seus filhos é mostrar a eles que o mundo é um lugar repleto de perigos e que sua tarefa é fazer com que eles vejam o lado ameaçador de tudo.

Conciliações precoces e tardias

Durante a infância, basicamente, não temos capacidade emocional para questionar nossa mãe. Ela está na base de tudo, no horizonte de tudo, e podemos não gostar de alguns de seus comportamentos, mas achamos que não é lícito criticá-la. As coisas mudam durante a adolescência. Em geral, esse estágio é muito mais difícil para aqueles que tiveram que lidar com uma mãe ruim.

A adolescência é uma transição na qual a criança que éramos e o adulto que queremos ser são confrontados. É então quando é fundamental questionar o que recebemos em casa, forjar uma identidade própria. Na adolescência é onde as perguntas sobre nossos pais começam. É a hora das grandes decepções com os pais.

Se antes não nos permitíamos criticar nossa mãe, agora ela se torna objeto de grande parte de nossa insatisfação. Ela quer que continuemos criança , mas precisamos crescer. Assim como a adolescência pode ser o começo de grandes distâncias com essas figuras queridas, é também um estágio em que é possível ajustar muitas pontas soltas.

Uma mãe que tenha consciência de que seu papel não foi o melhor, pode aproveitar o tempo da adolescência para reparar muitos de seus erros. Os adolescentes precisam dos seus pais, muito mais do que estão dispostos a admitir. Um acompanhamento amoroso, paciente e inteligente durante esta fase, pode reparar muitas das falhas que ocorreram durante a infância.

Conflitos vêm à tona de uma maneira às vezes rude e áspera. Mas esta é também uma oportunidade para canalizá-los e dar-lhes uma solução. O jovem já é capaz de entender que sua mãe é uma pessoa com limites e a mãe pode admitir essas limitações. Às vezes é difícil evitar a construção de grandes barreiras, porém é importante não desanimar.

Logo os filhos descobrem a impossibilidade de serem os pais perfeitos do manual e entendem que o erro está na base de muitas realidades humanas. Que uma mãe que está errada não é uma mãe má, mas uma pessoa imperfeita, como todos nós somos.

Seja qual for o caso, há uma verdade indiscutível: todas as relações afetivas de uma pessoa são marcadas pelo vínculo que ele tinha com sua mãe, seu primeiro amor. Quanto mais saudável for esse relacionamento, mais saudáveis serão os outros. E nunca é tarde demais para retomar esse elo. Para perdoá-la e pedir perdão. Dar livre curso àquele amor que sempre esteve presente e, com isso, limpar o caminho para uma vida mais recompensadora.

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Este texto é uma tradução adaptada pelo Psicologias do Brasil. Do original: La Mente Es Maravillosa, escrito em espanhol por Edith Sánchez

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