Solidão é companhia

Solidão é companhia

“Precisava deste resto de solidão para aprender sobre este resto de companhia.” Valter Hugo Mãe

Quando pequena eu tinha um pesadelo que se repetia. Sonhava que acordava em um lugar estranho, sem meus pais. Sozinha. Por noites seguidas despertava aos prantos e levava horas para me acalmar. Às vezes, dias. Anos depois, há pouco tempo, fez-se real a profecia. Despertei em um lugar estranho, não encontrei meus pais. E eu estava sozinha. Mas já não tive mais medo. A solidão que outrora me assustava, hoje me serve de guia. Despertei e a solidão não me assusta tanto quanto a ideia de caminhar em má companhia.

Portanto quando minha sobrinha me perguntou sobre minha próxima viagem, “você vai viajar sozinha, sozinha?”, a resposta é sim, vou sozinha, mas solidão também é companhia. Levarei comigo a força e o desejo de tantas mulheres que vieram antes de mim, abrindo lugar para que eu pudesse desfrutar de uma vida de privilégios. Solitárias mulheres privadas de liberdade, solitárias cárceres de seus desejos castrados. Mulheres com corações inundados, encerradas na solidão das escolhas escassas. Vou em companhia daquelas que sequer ousaram sonhar em ir tão longe, porque ousar e sonhar eram verbos proibidos de mulher conjugar. Vou sozinha, mas sou muitas.

Carrego também a teimosia que herdei de minha mãe, que sempre insistiu em se levantar, após cada queda, incessantemente, repetidamente. Teimou tanto obedecer, teimou tanto até esquecer. Levo comigo a solidão de seu esquecimento, do escorrer-entre-os-dedos de suas memórias.

Levo a prudência de meu pai e sua paixão por explorar o mundo; lentamente, degustando, cada passo, cada esquina. Percorrendo caminhos com passos ligeiros, e a mente tranquila. Levo a solidão de seus últimos dias, a solidão de doença terminal encerrando precocemente tantos sonhos, tanta vida.

Vou com a bagagem cheia de memórias e saudades. A certeza de que eles me prepararam para o mundo, para ser forte e encarar meus pesadelos nos olhos. Acordei sem meus pais, mas não me sinto sozinha. Levo comigo meus medos de menina e a coragem de mulher crescida.

Todavia me fazem companhia as histórias que não foram escritas. Sigo convicta de que as boas histórias nem sempre são aquelas que duram uma vida, pois muitas delas são repletas de silêncios velados. Silêncios que falam tão alto, que são ensurdecedores.

Acredito que as melhores histórias são feitas de gritos que silenciam dores; de lágrimas que transbordam nossa incapacidade de sermos melhor para o outro. São aquelas que deixam feridas expostas sangrando nossa imperfeição. Histórias que têm como protagonista a rebeldia de não nos ajustarmos demais ao desejo alheio e de não cedermos tanto até descobrir tipos piores de solidão: a solidão de quem se perde de si, a solidão de quem se perde no outro.

Para curar não é preciso apenas tempo, também é preciso movimento. É preciso disponibilidade e autoconhecimento. E uma boa dose de solidão. Caminho só, mas não estou sozinha. Hoje a solidão não me assusta, e sim me faz companhia.

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Imagem de capa meramente ilustrativa: cena do filme Free

Este homem adotou um bebê com síndrome de Down que foi rejeitado por 20 famílias.

Este homem adotou um bebê com síndrome de Down que foi rejeitado por 20 famílias.

Os pais biológicos de Alba a abandonaram no nascimento por conta de sua condição. E agora, ela desafia os estereótipos da paternidade com seu novo pai Luca, que a acompanha em tudo.

Com apenas um mês de vida, Alba foi abandonada por seus pais biológicos. Enquanto esperava para ser adotada em um orfanato, foi rejeitada por cerca de 20 famílias. Tudo indicava que a sua vida não seria fácil por ser uma menina com síndrome de Down.

Enquanto isso, em Nápoles, na Itália, um jovem também passava por momentos difíceis. Embora ambos vivessem experiências complexas, eles eram totalmente diferentes, mas um ponto importante faria suas vidas se unirem mais tarde.

Luca Trapanese tinha 14 anos quando seu melhor amigo Diego morreu de câncer. Acompanhá-lo no desenvolvimento da doença fez uma mudança importante em sua maneira de ver a vida:

Sua morte deixou-me com uma profunda consciência de como é viver com uma doença, é por isso que comecei a ser voluntário da Igreja em Nápoles, ajudando pessoas com deficiências“, disse ele em seu livro Born for You.

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Depois de fazer grandes amigos e viver uma boa experiência, Luca pensou que poderia se tornar um padre para continuar nesse caminho, ajudando outras pessoas. Mas ao se apaixonar, desistiu dessa ideia. Com seu parceiro, eles fundaram uma organização para ajudar pessoas com deficiências.

Em seu livro, conta que conversava com seu parceiro sobre adoção e a ideia era receber uma criança deficiente para formar sua família. No entanto, após 11 anos de relacionamento, eles decidiram se separar. Solteiro, Luca queria continuar com a ideia, embora na época não pudesse adotar na Itália.

Felizmente as coisas mudaram e Luca não hesitou um segundo para correr para o processo. No começo, ele foi informado de que a única possibilidade de receber um filho era adotar um que ninguém queria. Ele aceitou a condição imediatamente porque “ele tinha as ferramentas necessárias para lidar com qualquer problema que uma criança pudesse ter”, escreveu ele em seu livro.

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Em julho de 2017, Luca pôde finalmente encontrar sua filha e ao tê-la em seus braços soube imediatamente que eles seriam inseparáveis. Aquele bebê era Alba, uma garotinha de 18 meses de belos olhos azuis e cabelos loiros. Depois cerca de 20 tentativas frustradas de encontrar uma família, ela finalmente encontrou uma cheia de amor.

Desde então, o par tem desafiado estereótipos sobre a paternidade e o conceito de família na Itália. Luca é solteiro e gay e agora ele está completamente feliz com sua filha com Síndrome de Down.

Eles aproveitam o máximo que podem e Luca continua ajudando os outros. Sua conta no Instagram (@trapaluca) é cheia de fotos legais de ambos.

Eles não se separam nem por um segundo!

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Tradução feita pela CONTI outra, do original de UPSOCL

Para cada pessoa que escolhe partir, há outras que insistem em ficar

Para cada pessoa que escolhe partir, há outras que insistem em ficar

Amor não se pede, não se cobra, não se exige. Já aprendemos isso das piores formas, mas, teimosos que somos, acreditamos que “lutar” por amor é bonito e insistir em uma relação abusiva é prova de amor.

Terminar uma relação é uma das tarefas mais difíceis do mundo, já que o processo do término e da cura envolve saudade, medo e tristeza. Isso explica o motivo de tantas pessoas temerem a liberdade e preferirem permanecer em relacionamentos abusivos.

Para algumas pessoas é mais fácil engolir as ofensas da noite anterior do que dormir sozinho. É mais fácil perdoar a traição do que recomeçar uma nova história. É mais fácil chorar escondido do que carregar o rótulo de separado e isso é tão triste quanto desesperador.

Frequentemente vemos pessoas incríveis em relacionamentos degradantes e o motivo não é difícil de adivinhar: muitos possuem medo de ficarem sozinhas e, por estarem feridas e acostumadas com as ofensas do companheiro, continuam o relacionamento abusivo acreditando que o outro irá mudar da noite para o dia. Doce ilusão!

Às vezes, nos agarramos inutilmente à ideia de que só seremos felizes acompanhados e isso, muitas vezes, nos faz tomar decisões impulsivas e erradas. Mas, a verdade é que no fundo, bem no fundo, sempre sabemos onde as histórias podem nos levar. Sabemos quando um relacionamento é um caminho sem volta e o quanto isso irá nos machucar, mas somos intensos demais para deixar ir e teimosos demais para desistir da relação.

Sejamos racionais: não dá para forçar sentimentos, cobrar amor ou obrigar o outro a ficar. Não funciona assim: eu amo/ você me ama/felizes para sempre. Amor cresce em liberdade e com doses generosas de bom senso. Por isso, é tão importante desenvolver inteligência e equilíbrio emocional.

Entenda que fazemos história com quem fica ao nosso lado mesmo quando os ventos são contrários, com quem sonha conosco mesmo quando a realidade é difícil e com quem tira os planos do papel mesmo sem recursos para isso.

Quer um conselho? Não suplique amor, não. Você não precisa disso! Deixe ir quem quer e valorize quem escolheu ficar. Para cada pessoa que escolhe abandonar o barco, há milhares que resolvem ficar.

Nós aplaudimos este cão dedicado que se formou com sua dona deficiente.

Nós aplaudimos este cão dedicado que se formou com sua dona deficiente.

Como sua dona usa uma cadeira de rodas e sofre com dores crônicas que a impede de se mexer, seu animal de estimação sempre a acompanhava em suas aulas na universidade e a ajudava com tudo o que ela precisava. Hoje todos reconhecem seu nobre trabalho.

Os cães são de longe os animais de estimação mais leais que você pode ter. Eles estarão sempre dispostos a ajudar, dar amor, acompanhar e te fazer rir… tudo para que seu dono seja completamente feliz.

Bem, Brittany Hawley, 25 anos,  se formou na faculdade graças à lealdade e dedicação de seu cachorro, um golden retriever chamado Griffin.

Brittany usa uma cadeira de rodas para a dor crônica no corpo que a impede de se mover, e, como ela disse ao New York Post, o seu animal de estimação a ajuda abrindo portas, acendendo luzes e trazendo objetos.

Quando ela veio estudar na Universidade Clarkson, nos Estados Unidos, não hesitou nem um segundo para levar Griffin consigo para a ajudar com coisas que não poderia fazer. Além disso, Griffin lhe oferece afeto e estabilidade emocional.

Assim, ambos frequentavam todas as classes de terapia ocupacional e, também quando Hawley fez seu estágio na Carolina do Norte, seu cão a acompanhou.

Sem dúvida ele é um cachorro muito leal!

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Quando sua dona obteve seu diploma, a universidade também quis reconhecer o trabalho realizado por seu cachorro, que compareceu com beca e capelo para a cerimônia.

“Griffin demonstrou um esforço extraordinário, um compromisso firme e uma diligente dedicação ao bem-estar e ao sucesso estudantil de Hawley”, disse a escola na época.

Ele merece todos os aplausos do mundo!

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Tradução e adaptação CONTI outra, do original de UPSOCL

Primos, uma amizade mais do que especial dentro da nossa família

Primos, uma amizade mais do que especial dentro da nossa família

Costumamos falar de nossos irmãos como os primeiros amigos da nossa infância e, por causa disso, nos esquecemos do valor que nossos primos têm nas primeiras brincadeiras, e nas nossas primeiras trocas sentimentais. A amizade entre primos é uma amizade especial dentro da mesma família; isto significa que, embora eles não façam parte de nossas vidas diárias, conseguem um lugar privilegiado em nossos pensamentos e ficam para sempre gravados na nossa memória.

“Eles são elos essenciais nas nossas vidas e, se o relacionamento tiver sido bom, tornam-se majestosos pilares que refletem belos sorrisos em nosso rosto…para sempre!.”

Os primeiros amigos, nossos familiares

Quem teve o prazer de crescer com primos ao seu lado sabe o que os encontros espaçados são desejados, as tardes de brincadeiras, histórias para contar, conversas por horas à noite, as brigas e as reconciliações.

“Peçam perdão e deem um abraço”, diziam nossos pais e tios.

“O tempo valia ouro e as brigas não tinham valor perto dos momentos de diversão ao lado de nossos primos, porque a qualquer momento éramos chamados para jantar ou ir embora.”

Com nossos primos aprendemos a nos relacionar além das fronteiras da nossa casa, além das normas diárias, afastando-nos até mesmo do real para mergulharmos em um mundo de sonhos que nos fez voar e voar para lugares cheios de fantasia e diversão.

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Primos, uma amizade para sempre

As tardes de brincadeiras e segredos compartilhados tornaram esses momentos de nossa infância memoráveis. Nós aprendemos a compartilhar, resolver conflitos, recolher lágrimas, ouvir, curar feridas, fazer perfumes com flores, coletar tesouros, tornar a natureza valiosa e a sabedoria emocional que transmite a existência de uma conexão tão especial como a estabelecida entre os filhos de irmãos.Além disso, a relação que pais e tios mantêm muitas vezes se reflete no clima estabelecido entre primos. Então, se os irmãos passam algum tempo juntos, acabam ajudando a criar entre os seus filhos uma relação duradoura, conjunta e livre de conflitos cotidianos que, por vezes, podem obscurecer a beleza chegar desta fase.

“Tal como acontece na relação de pessoas especiais que se querem, dizem que um primo vê a primeira lágrima, pega a segunda e para a terceira.”

À medida que envelhecemos, desperta entre primos uma cumplicidade especial que se traduz em uma permanência emocional única. Nós sabemos que eles estão lá, estamos conscientes de que a distância física não tem vez com um sentimento e podemos apoiar um ao outro sem hesitação.Se essa relação é tão bem fundamentada que pode durar uma vida, tornando-se uma amizade maravilhosa na árvore genealógica, uma amizade que nos ajuda a desenhar uma cumplicidade requintada, uma sobremesa tão saborosa que adoça nossos sorrisos. Felicidade que marca uma vida e muitas etapas, felicidade que não pode ser substituída e vamos sempre carregar em nossos corações a beleza de ter nossos primos.

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Adaptado pela CONTI outra. Do original:  La Mente es Maravillosa

“Este curta é uma ferramenta para trabalhar contra o bullying” diz Juan José Campanella

“Este curta é uma ferramenta para trabalhar contra o bullying” diz Juan José Campanella

São aproximadamente dez minutos de suspense e emoções mistas. Dez minutos de um curta que transmite tudo sem dizer nada. Ian, é o curta-metragem de animação que estreou em 14 de maio no Festival de Cinema de Cannes. Desde o início, seu objetivo era tornar visível o combate à discriminação, trabalhar para derrubar preconceitos e garantir que as pessoas com deficiência tivessem pleno acesso a seus direitos.

O curta não usa diálogos para expressar os sentimentos das crianças, consequentemente, independentemente de idioma, etnia ou bandeira, todos são capazes de entender a mensagem de amor e inclusão.

Sheila Graschinsky é a lutadora por trás do projeto, a mãe da criança que inspirou o curta-metragem. Hoje Ian tem quase dez anos e sofre de encefalopatia crônica não evolutiva devido à hipóxia (falta de oxigênio) no parto. Esta doença afeta diretamente a linguagem e a mobilidade daqueles que a sofrem. Impulsionada por essa adversidade que lhe apresentava a vida, Sheila abandonou sua carreira e criou um alicerce que melhora a qualidade de vida das pessoas e famílias que convivem diariamente com a deficiência.
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O curta-metragem, que foi declarado de interesse pela Câmara dos Deputados da Nação, começou sua turnê internacional no prestigiado Festival de Cannes e não parou. Ele passou por: Festival de Curtas-Metragens de Los Angeles, Concurso The Accolade, Festival de Cinema de Chelsea, Festival Internacional de Cinema de Shorts de Deli da Índia, International Independent Film Awards e festival internacional de curtas de Chicago Reel.

“Queremos que o curta-metragem seja capaz de iniciar conversas entre pais e filhos, ser uma ferramenta muito poderosa para trabalhar sobre este tema (…). Se conseguirmos ajudar as crianças a compreender essa mensagem, estaremos transformando a sociedade e isso nos enche de orgulho e nos faz sentir que estamos cumprindo uma missão extraordinária “, disse Campanella.

O filme – criado por Gastón Gorali, produzido por Juan José Campanella e dirigido por Abel Goldfarb – é uma proposta de alta qualidade estética e feita com uma combinação de animação 3D e Stop Motion. Possui mock-ups reais feitos com material reciclável e tecnologia digital de ponta.

“O caminho é conquistar as emoções, o que nos permite pensar e avaliar alternativas para colocar nossas mãos em ação, todos nós podemos ajudar a construir um mundo mais inclusivo, buscamos aproximar as crianças para fazer a diferença às emoções “, disse Sheila Graschinsky. Desta forma, a Fundação Ian combate a falta de informação e conhecimento que muitas vezes leva ao bullying de pessoas com deficiência. Seu objetivo é fornecer ferramentas e produzir lições na comunidade.

Traduzido pela CONTI outra. Do original Infobae

Dizer o amor, texto de Ana Jácomo

Dizer o amor, texto de Ana Jácomo

Se você ama, diga que ama. Não tem essa de não precisar dizer porque o outro já sabe. Se sabe, maravilha, mas esse é um conhecimento que nunca está concluído. Pede inúmeras e ternas atualizações. Economizar amor é avareza. Coisa de quem funciona na frequência da escassez. De quem tem medo de gastar sentimento e lhe faltar depois. É terrível viver contando moedinhas de afeto. Há amor suficiente no universo. Para todo mundo. Não perdemos quando damos: ganhamos juntos. Quando mais a gente faz o amor circular, mais amor a gente tem. Não é lorota. Basta sentir nas interações do dia-a-dia, esse nosso caderno de exercícios.

Se você ama, diga que ama. A gente pode sentir que é amado, mas sempre gosta de ouvir e ouvir e ouvir. É música de qualidade. Tão melodiosa que, muitas vezes, mesmo sem conseguir externar, sentimos vontade de pedir: diz de novo! Dizer não dói, não arranca pedaço, requer poucas palavras e pode caber no intervalo entre uma inspiração e outra, sem brecha para encontrar esconderijo na justificativa de falta de tempo. Sim, dizer, em alguns casos, pode exigir entendimentos prévios com o orgulho, com a bobagem do só-digo-se-o-outro-disser, com a coragem de dissolver uma camada e outra dessas defesas que a gente cria ao longo do caminho e quando percebe mais parecem uma muralha. Essas coisas que, no fim das contas, só servem para nos afastar da vida. De nós mesmos. Do amor.

Se você ama, diga que ama. Diga o seu conforto por saber que aquela vida e a sua vida se olham amorosamente e têm um lugar de encontro. Diga a sua gratidão. O seu contentamento. A festa que acontece em você toda vez que lembra que o outro existe. E se for muito difícil dizer com palavras, diga de outras maneiras que também possam ser ouvidas. Prepare surpresas. Borde delicadezas no tecido áspero das horas. Reinaugure gestos de companheirismo. Mas, não deixe para depois. Depois é um tempo sempre duvidoso. Depois é distante daqui. Depois é sei lá.

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Nota da Conti outra: Ana Jácomo, depois de um tempo de ausência, está de volta ao Facebook. Se você a adora tanto quanto nós, siga sua página ANA JÁCOMO.

Quer melhorar a sua vida em todos os aspectos? Olhe para o seu pai e sua mãe!

Quer melhorar a sua vida em todos os aspectos? Olhe para o seu pai e sua mãe!

As Constelações Familiares são uma nova abordagem terapêutica, trazida pelo alemão Bert Hellinger, que trata do “sistêmico”, ou seja, considera todos os indivíduos não como seres isolados, mas pertencentes a sistemas, dentre os quais o sistema familiar, que exerce grande influência em todas as questões da vida das pessoas: modo de ser, destino, doenças, relacionamentos, profissão, etc.

As Constelações falam da conexão inconsciente das pessoas com seus ancestrais – ainda que remotos e desconhecidos – e das dinâmicas ocultas que existem nas famílias, buscando dissolver padrões negativos – tais como conflitos – que, de alguma forma, impedem o fluxo livre de amor entre os membros de um sistema familiar.

Nesse contexto, as Constelações trazem como fundamental cuidarmos da nossa postura diante do nosso pai e da nossa mãe, o que pode refletir nos mais variados aspectos da nossa existência, nos tornando mais aptos para a vida e diminuindo as nossas dificuldades.

Segundo tal abordagem, os nossos pais biológicos são de suma importância na nossa vida, pois estão presentes no nosso DNA, ainda que não os tenhamos conhecido, ainda que nem saibamos quem sejam, ainda que não tenhamos convivido com eles ou, até mesmo, que essa convivência não tenha sido boa pelos mais diversos motivos. Somos constituídos pelos nossos pais e, para encontrá-los, basta nos olharmos no espelho: eles estão presentes em cada célula nossa.

Segundo as Constelações, uma das leis que regulam as relações humanas – chamadas de “ordens do amor” – é a lei do PERTENCIMENTO, a qual dispõe que pertencer ao seu sistema familiar é uma necessidade básica das pessoas, sendo esse vínculo o desejo mais profundo de todos, ainda que não consciente. Portanto, estarmos em harmonia, internamente, com os nossos pais, é de suma importância.

Segundo Bert, o simples fato de os nossos pais terem nos dado a vida já é motivo suficiente para que sejamos imensamente gratos. A vida que nos foi dada é algo tão precioso que, ainda que depois eles tenham falhado em algum aspecto, ou tenham sido omissos com as nossas necessidades, esses fatos nunca serão maiores do que o fato de nos terem permitido nascer.

Todos viemos ao mundo através de um homem e uma mulher e somente com essas pessoas a nossa vida foi possível, pois se fosse outro pai, ou outra mãe, seria também outro filho.

Hellinger salienta que precisamos tomar os nossos pais sem ressalvas, olhando para as pessoas reais – e falhas – que são e perceber a grandeza da sua missão de pai e de mãe, da forma como foi. Ele ressalta que devemos percebê-los como pessoas comuns que disseram SIM à nossa vida, nos trazendo ao mundo, independentemente da forma como isso tenha ocorrido.

O fato de estarmos vivos já é o suficiente para que tenhamos condições de irmos, por nós mesmos, atrás do que precisamos. Logo, não devemos ficar na postura de cobrança em relação aos nossos pais, desejando que eles tivessem agido diferentemente ou lhes exigindo o que quer que seja, pois estamos aqui e podemos buscar por nós mesmos.

Nessa perspectiva, a nossa postura deve ser a de permanente e incondicional gratidão pela oportunidade de viver, sendo que o caminho da aceitação dos nossos pais é o que irá nos liberar para uma vida mais leve e abençoada.

Outra questão fundamental que Bert traz é nos colocarmos, sempre, como pequenos diante dos nossos pais. Independentemente da idade que tivermos, eles serão os grandes e nós os pequenos. Eles vieram antes de nós, e isso está ligado a outra “ordem do amor”: a HIERARQUIA, segundo a qual quem chegou primeiro em um sistema tem precedência sobre quem entrou depois, sendo o posicionamento dos membros do grupo ordenados pelo quesito “tempo”.

Então, a não ser no caso de pais realmente incapazes por doenças ou afins, devemos permanecer na postura de filhos, de pequenos, dos que vieram depois, e respeitarmos as suas escolhas, deixando que eles dirijam suas próprias vidas. Ainda que acreditemos que seria melhor para eles fazerem isso ou aquilo, que fossem mais assim ou assado, não devemos interferir, pois isso, definitivamente, não nos cabe.
Devemos, pois, permanecer constantemente no nosso lugar, sem tentarmos ser os “maiores”, os que sabem mais ou os que conduzem.

Para nos harmonizarmos nos mais diversos aspectos da nossa vida, segundo as Constelações Familiares, precisamos ser verdadeira e incondicionalmente gratos pela vida, nos colocar no nosso lugar de pequenos perante os nossos pais, e largar a postura de cobrança pelo que quer que seja, ou a postura de quem sabe o que é melhor para eles, tentando resolver as suas questões ou conduzir a sua vida.

Uma boa maneira de nos conectarmos com essa abordagem é fazermos a seguinte vivência: num lugar tranquilo, sentarmos com a coluna ereta, fecharmos os olhos e nos imaginarmos diante dos nossos pais, com o genitor à direita da genitora. Fazemos, então, uma reverência a eles, nos curvando à sua frente, e agradecemos pela vida, dizendo-lhes, mentalmente, algo como: “A vida veio a mim ao preço total que custou a vocês, e eu a aceito com tudo o que veio com ela, com todas as limitações e oportunidades. Vocês me deram o suficiente e eu aceito com gratidão e amor, sendo que cuidarei do resto. Agora, os deixo em paz”.

Importante destacar que essa mudança de postura independe de os pais estarem vivos, pois se trata de uma mudança interna.

Sempre é tempo, pois, de tomarmos a vida em toda a sua plenitude e sermos mais leves e felizes.

Estudos mostram que pais ainda perdem o sono se preocupando com filhos adultos.

Estudos mostram que pais ainda perdem o sono se preocupando com filhos adultos.

Nós somos programados para cuidar de nossos filhos. Queremos que eles sejam saudáveis ​​e bem-sucedidos. Como pais, nós nos preocupamos com os relacionamentos deles, suas finanças e saúde. E não existe uma forma de parar essa preocupação, ela está impregnada no nosso cérebro.

Amber J. Seidel, da Universidade do Estado da Pensilvânia, recentemente conduziu um estudo focado nos pais de filhos adultos. Ela descobriu que os pais ainda perdem o sono se preocupando com os filhos mesmo depois que eles crescem. O estudo acompanhou 186 famílias para chegar a essa descoberta surpreendente. Mas a pesquisadora, Amber J. Seidel, não está nem um pouco chocada com os resultados.

Ela diz que muitos compartilham dessa preocupação com os filhos, mesmo depois que eles crescem. Ela insiste que, a sociedade gosta de se concentrar em famílias com crianças mais novas, mas o interesse dela está em como socializamos em família até a idade adulta. Está tudo detalhado no estudo publicado no “The Gerontologist”.

O estudo usou uma escala de um a oito, para determinar a quantidade de apoio que os pais oferecem aos seus filhos adultos. Um foi para interação e suporte diários, enquanto oito, representava apoio uma vez ao ano. A palavra “suporte” foi usada de forma a incluir assistência financeira, suporte emocional e conversas diárias.

Uma escala de um a cinco foi usada para estresse. Cinco representa mais estresse, enquanto um foi para estresse nenhum. Cada um dos pais e mães foram monitorados quanto a suas horas de sono. As mães dormiam 6,66 horas por noite, enquanto os pais dormiam um pouco mais, 6,69 horas. A pesquisa e as medições foram então comparadas.

Os pais demonstraram perda de sono quando se esforçaram para sustentar seu filho adulto.O sono dos pais não foi afetado quando a mãe era a responsável pelo apoio. Já as mães, perdiam o sono indiferente de quem era o responsável pelo suporte dos filhos. Estes resultados revelam algumas intrigantes percepções sobre a mente dos pais.

contioutra.com - Estudos mostram que pais ainda perdem o sono se preocupando com filhos adultos.

Parece que, apoiar filhos adultos deixou os pais exaustos. Os homens se sentiram fisicamente afetados quando tiveram que apoiar os filhos, seja financeiramente ou emocionalmente. Eles, inclusive, acharam exaustivo manter conversas regulares sobre atividades cotidianas.

No entanto, as mães estavam mais exaustas por se preocuparem ainda mais. Elas se preocupavam com os filhos adultos, mesmo que o pai fosse quem mantivesse mais contato e estivesse encarregado da ajuda financeira. Elas se mostraram afetadas de forma negativa por se preocuparem tanto com os filhos, quanto com o tipo de apoio que estava sendo dado pelo pai naquele caso.

Os pais, por outro lado, não perdiam o sono quando as mães estavam encarregadas do suporte. Parece que a preocupação não depende muito dos pais quando se trata de filhos adultos. Ou, talvez, o pai e a mãe não tenham conversado sobre o sofrimento do filho em questão. Isso deixaria os pais tranquilos, já que não saberiam os dramas com os quais a mãe estava lidando.

A pesquisa deixa claro que os pais, atualmente, estão mais envolvidos na vida adulta de seus filhos. Os resultados se referiam a esse fenômeno como “pais helicóptero”, que são super consicentes do desconforto de seus filhos. Ele também apoia descobertas a respeito do estresse causado pela modernidade.

Aquele celular no seu bolso pode estar contribuindo para o estresse. Os smartphones permitem que as famílias mantenham contato constantemente, o que pode se tornar um fardo. Ao mesmo tempo, isso facilita muito a participação dos pais na vida dos filhos, quer eles queiram ou não. O simples fato de estar exposta ao estresse preocupa as mães a ponto de não dormirem.

Essa exposição à vida dos filhos adultos pode ser bastante estressante e pode até fazer os pais se sentirem obrigados a participar dela constantemente. Se o pai vê seu filho adulto passando por dificuldades nas mídias sociais, ele se sentirá forçado a prestar assistência. Isso faz com que os pais percam o sono, se preocupando com os filhos.

Felizmente, existem maneiras de lidar com esse estresse todo. Afinal, o estresse é saudável, normal e inevitável. Na verdade, o estresse serve uma função única e complexa na psicologia humana. Mas é a maneira como lidamos com o estresse que pode ser um problema.

A pesquisadora Amber J. Seidel pede que os pais de crianças adultas avaliem o tipo de apoio que oferecem. Você está recompensando seu filho por comportamentos preguiçosos ou destrutivos? Você está tentando controlar seu filho de alguma forma? Ou você está simplesmente deixando seu filho viver sua vida enquanto fornece apoio incondicional?

Muitos tipos de suporte são realmente insustentáveis. Tente aliviar o controle e pare de instigar comportamentos negativos. Confie em seu filho, o suficiente para deixá-lo viver sua vida. Apenas forneça apoio se eles buscarem conselhos ou se estiverem em uma situação realmente problemática. Isso diminui a pressão sobre os pais.

Perdoe á si mesmo. Preocupar-se com uma criança, independente da idade, é normal. E você pode seguir os seguintes passos para reduzir ainda mais o estresse. Viver uma vida saudável e sem estresse é uma das melhores maneiras de ajudar seu filho. Isso significa que, você estará sempre firme e em condições de ajudar, quando for necessário.

Coma de forma saudável e durma bem

Boa nutrição e boa forma física diminuem o estresse. Isso também te ajudará a viver mais tempo e apoiar seus filhos e netos por mais tempo.

Diminua o uso de álcool, drogas e cafeína

Substâncias como cafeína e álcool comprovadamente aumentam o estresse. Diminua e se possível elimine o consumo delas.

Converse com um amigo ou até um terapeuta

Você não está sozinho. Estender a mão pode ajudá-lo a se sentir conectado com outras pessoas que pensam como você e estão passando pela mesma situação.

Não tenha medo de tirar um tempo para si mesmo
Não é egoísmo focar em si mesmo, se isso te deixar mais forte para ajudar os outros.

Compartilhe suas ideias

Ajude outras famílias divulgando esse estudo e dicas para reduzir o estresse.

Você conhece outros pais que podem se beneficiar com as informações desse artigo? Compartilhe!

Nosso conteúdo é criado com o melhor do nosso conhecimento, mesmo assim é de natureza geral e não substitui uma consulta individual com seu médico. Sua saúde é importante para nós!

Fonte Apost, via Papo Reto

O Natal está chegando! Prepare seus melhores sentimentos.

O Natal está chegando! Prepare seus melhores sentimentos.

Estamos vivendo o período mais festivo do ano. Tempo de luz, confraternização, presentes, encontros e reencontros.

Deixe-se levar pelos bons sentimentos que estão no ar e permita-se contagiar por eles; aproveite a festa.

Sinta o prazer de estar mais perto, apreciando a companhia de quem lhe quer bem. O Natal é exatamente isso: um tempo em que as pessoas permitem-se ficar mais próximas umas das outras e experimentar as boas emoções de forma mais intensa.

Nenhuma época do ano é tão propícia para reflexão quanto essa. Nesse momento são feitos pequenos balanços e tudo é colocado na ponta do lápis; a alegria pelo que deu certo é exposta, o que faz deste um tempo de sorrisos abundantes. E novas expectativas são lançadas, em favor de acertar o que não deu certo até então.

Permita-se entrar neste clima e analisar como foi o desenrolar desses últimos meses.

No Natal as pessoas tornam-se mais abertas ao diálogo e mais dispostas a retomar as relações que não foram bem-cuidadas ao longo do ano. Aproveite para rever as suas e fazer os ajustes necessários para que sejam mais prazerosas daqui para frente. É a época perfeita para resgatar a proximidade com familiares e amigos que andam meio distantes de você.

Aproveite também para fazer as pazes consigo mesmo, com a balança e com o espelho. Não perca tempo contrariando o fato de que você é uma pessoa especial por ser exatamente como é. Seu valor se esconde justamente nas suas particularidades.

Pense também nos sentimentos que você deseja cultivar. Neste tempo o que mais se quer é Paz e Amor no coração. Projete os mesmos desejos para os meses que se seguirão.

Busque acima de tudo, viver de forma pacífica com as pessoas que estão à sua volta. Livre-se de intrigas e relacionamentos pouco saudáveis. Livre-se também de todos os pesos desnecessários que você tem carregado. Seja leve! Isso te ajudará a viver de forma plena e em paz consigo.

Celebre todas as conquistas, todas as luzes que se acenderam em sua vida, todos os aprendizados que te fizeram crescer como pessoa. Perdoe se for preciso e ame o quanto for possível.

Por fim, comemore com entusiasmo e com a esperança de dias melhores virão. Pense em quanto você é afortunado em poder celebrar mais este Natal. E seja grato! Você recebeu uma dádiva e deve celebrá-la. Afinal, a vida é o presente mais incrível que existe.

– Para você, Paz e Luz neste Natal!

Nesse Natal, um brinde aos conflitos familiares que permitem o nosso crescimento

Nesse Natal, um brinde aos conflitos familiares que permitem o nosso crescimento

Estamos vivendo o período do natal e já começando a organizar nossos planos ou anotando nossos sonhos de realização para o novo ano que está se aproximando. Estava refletindo sobre a realidade de quase todas as famílias nas festas de natal. Há tanto o que pensarmos sobre isso! Venho trazer um pouco do que penso em relação às famílias.

O que mais me inspirou a escrever sobre isso foi um lindo texto que li no site Yoskhaz cujo título é “Plenitudes – a felicidade”. Acompanhe!

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“Preste atenção a uma história qualquer. O que move qualquer história é o conflito. Quanto mais profundo for o conflito melhor será o filme ou o livro. Quanto mais forte for o vilão mais o herói terá que se superar em suas habilidades. Sem conflito teremos uma história enfadonha por não avançar a lugar nenhum; um protagonista chato por não ir além de si mesmo.” Fez uma pequena pausa para me alertar: “Nas melhores histórias o vilão se esconde dentro do herói.” Tornou a pausar, pensou um pouco, sorriu e acrescentou: “A recíproca também se aplica com perfeição”.

Yoskhaz

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Essa é uma reflexão maravilhosa! De fato, os melhores filmes sempre trazem conflitos vividos pelos personagens. Lendo isso me lembrei de um dos melhores filmes que já assisti na vida: “Forrest Gump: o contador de histórias”. Você imagina como esse filme seria tedioso se o Forrest fosse um cara perfeito vivendo uma vida toda bonitinha em tudo?

contioutra.com - Nesse Natal, um brinde aos conflitos familiares que permitem o nosso crescimento

Assim como nos filmes, é na vida real e acima de tudo no convívio familiar. Todas as famílias passam por conflitos constantes e é engraçado que quando chegam as festas de natal, aparentemente tudo fica as mil maravilhas. Naquele momento parece que tudo é perfeito. As pessoas todas bem vestidas, perfumadas e sorridentes brindam umas com as outras desejando muito amor, prosperidade, saúde e paz para o ano que está pra chegar…

Mas sabemos que a realidade íntima não é como se apresenta nessas festas. Muitas vezes, boa parte desses parentes passa o ano inteiro sem ao menos trocar uma mensagem de whatsapp ou ligar para saber se está tudo bem! E isso só revela que existe uma atmosfera quase sempre meio orquestrada para ocultar essa realidade.

Falando sobre isso recordei um dos melhores episódios de uma série norte-americana divertidíssima chamada “How I met your mother”. Um dos personagens, Barney Stinson, que adora sair com muitas mulheres, conta para seu amigo Ted Mosby sua teoria sobre o olhar para um grupo de mulheres à distância. Ele diz assim: “Não se engane Ted. Quando você vê várias mulheres juntas, sorrindo e conversando, você pensa que elas são todas maravilhosas e perfeitas. Mas se você se aproxima e observa todas mais de perto, perceberá que elas têm seus defeitos, não são exatamente o que você via antes. É como se fosse uma ilusão de ótica sabe?”.

E para gerar o humor característico da série, tanto o Ted quanto o Barney às vezes veem defeitos super exagerados nas garotas!

contioutra.com - Nesse Natal, um brinde aos conflitos familiares que permitem o nosso crescimento

Nas festas de fim de ano é assim também. Quando você olha de longe você pensa: “Uau! Que família perfeita, harmoniosa, que transborda amor e carinho…”. Porém, se você chega mais perto, conversa, olha nos olhos das pessoas e com uma postura mais receptiva, perceberá facilmente o esforço gigantesco para tentar transparecer que está tudo maravilhoso! É muito legal fazer esse exercício. Que tal aproveitar essa teoria do Barney de uma forma positiva?

Meu intuito com esse texto é lhe levar a refletir que não existe nada perfeito. As famílias, por melhores que sejam, têm suas mazelas e seus inúmeros pontos a serem melhorados. Mas isso é bom, é isso que dá a beleza aos nossos dias. Se não tivéssemos nada para melhorar em nós, de que adiantaria estarmos vivendo nesse planeta não é mesmo?

Desejo a você ótimas festas de natal e que a partir dessa reflexão divertida que trouxe hoje você ame ainda mais os seus parentes, porque tanto eles quanto você mesmo são cheios de defeitos, todos têm muitos pontos a serem melhorados em si e isso é maravilhoso! Sem esses defeitos, o filme não só do natal, mas da vida como um todo seria sacal, seria tedioso.

Que você tenha essa iniciativa de observar mais de perto não só seus familiares, mas acima de tudo você mesmo. E na identificação dos defeitos, trabalhar em cima deles para que eles sejam minimizados. E nada de exageros viu? Com exageros você se torna esse protagonista chato citado pelo Yoskhaz. É bom guardarmos um pouquinho de loucura! Pois, como diria a querida Nise da Silveira…

“Não se curem além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura. Vou lhes fazer um pedido: Vivam a imaginação, pois ela é a nossa realidade mais profunda. Felizmente, eu nunca convivi com pessoas ajuizadas”. 

Nise da Silveira

8 frases de Belchior para mudar seu modo de ver a vida

8 frases de Belchior para mudar seu modo de ver a vida

Do canal Epifania Experiência

Belchior é uma das figuras mais incríveis e misteriosas da música brasileira.
Suas músicas não foram feitas somente para serem escutadas e admiradas, mas para serem vividas e foi assim que ele mesmo fez, abandonando os palcos para viver essa vida, desaparecendo completamente num mundo onde é praticamente impossível desaparecer.

Depois de ter lutado muito para consolidar o seu lugar entre os maiores músicos
brasileiros:

“A música popular brasileira precisa perder o medo dos ídolos. Não estamos 
interessados em idolatrias, em mitologias. Todos os mitos são iguais aos 
sabonetes.”

Mas talvez o mais surpreendente é que mesmo ausente Belchior manteve uma
legião de fãs fiéis que se dividiram entre os que nunca perderam a esperança de
que ele voltaria e os que acreditavam que ele tinha encontrado o seu caminho e
respeitava essa sua decisão.

Toda a sua arte era a mais pura expressão da sua alma, da sua essência, então
nesse episódio de oito frases incríveis, temos algo que vai além de simples
frases inspiradoras, temos uma verdadeira filosofia estruturada. Além do impacto
singular de cada frase, vamos ver como elas conversam entre si de forma
harmoniosa, formando uma corrente de pensamento interligada e coesa.

1- “tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro; ano passado eu morri, 
mas esse ano eu não morro.”

Quem nunca teve um ano ruim, um ano que parece que tudo deu errado? pois
então, é isso que Belchior compara com ‘morrer’. Ele, inclusive, diz ter sangrado
demais, com referência a tudo que sofreu no ano que passou, fazendo que a
metáfora para a morte seja ainda mais expressiva. Mas apesar das aparências
essa música é bem otimista, o próprio título é Sujeito de Sorte. Toda a dor que
passou não vai se repetir. Se no ano passado ele sente que morreu, esse ano
não, esse é o ano de viver

Ele ainda completa esse pensamento de uma forma que é tão óbvia quanto
genial: “Não posso sofrer no ano passado” – é literalmente impossível sofrer no
passado. Quando sofremos pelo que passou, estamos sofrendo no presente
por coisas que já aconteceram, que não estão mais aqui, o que restou foi o
sentimento, a lembrança de ter sangrado, mas já é hora de deixar isso para trás,
no ano passado e viver o agora, o ano presente.

2 – “O passado é uma roupa que não nos serve mais”. 

Quando eu disse que as frases de Belchior conversam entre si não foi por acaso.
Aqui ele explora o outro lado do passado, a nostalgia. Por mais maravilhoso que
tenha sido o passado, ele não se repete nunca mais. As coisas mudam o tempo
todo e não temos outra escolha senão aceitar.

Nessa música belchior diz: “O que era jovem e novo, hoje é antigo, precisamos
todos rejuvenescer.” – isto também é visto como uma crítica ao comodismo do
estado em que a música se encontrava na época, que recusava qualquer forma
nova de expressão e tentava manter os mesmos artistas de maneira intocável,
sem aceitar as mudanças e as renovações inevitáveis que surgiam.

Por outro lado também é uma bela releitura da filosofia de Heráclito, de
aproximadamente 535 anos antes de Cristo, que dizia que nada é permanente,
exceto a mudança e que ninguém se banha no mesmo rio duas vezes,
remetendo à ideia de que tanto a água quanto a pessoa já terão mudado na
segunda vez em que entrar em contato.

Da mesma forma Belchior diz que a velha roupa colorida, que antes nos servia,
não nos serve mais, e devemos portanto aceitar a mudança.

3 – “tenho pressa de viver, mas quando você me amar, me abrace e me beije 
bem devagar, que é para eu ter tempo de me apaixonar.”

Essa é, na minha opinião, uma das frases que melhor resume o coração jovem,
aquela necessidade de viver intensamente, experimentar o mundo por completo e
fazer tudo o mais rápido possível, como se não houvesse amanhã, até que em
meio a toda essa tempestade surge a breve calmaria do momento a dois,
quando o casal se conhece, se encontra, se encosta e cada segundo é sagrado.
Quando esquecermos do passado e paramos de correr atrás do futuro para
vivermos somente o presente. Quando dois corpos viram um é como se o mundo
de repente deixasse de correr em velocidade dobrada e tudo ficasse em câmera
lenta, dando tempo para a paixão nascer aos poucos, florescendo em meio ao
caos.

4 – “Viver é melhor que sonhar e eu sei que o amor é uma coisa boa, mas 
também sei que qualquer canto é menor que a vida de qualquer pessoa.”

A vida é melhor que o sonhos, a vida é maior do que a música. Belchior nos
mostra aqui que não importa o quão magnífico e espetacular seja o seu sonho, a
vida sempre vai ser mais incrível. Não importa o quão perfeitas sejam a melodia,
a letra e a composição, a música nunca vai ser mais importante do que a vida
em si.

Se Nietzsche dizia que “sem a música a vida seria um erro”, Belchior parece
acrescentar que sem a vida, a música não seria nada. É interessante como esse
tema é recorrente na obra de Belchior. Ele, que parece totalmente devoto a arte,
a música, a poesia sempre faz questão de deixar claro que o seu amor
verdadeiro é a vida e ela sempre virá em primeiro lugar. Prestem bem atenção
no que ele queria dizer, por mais difícil que seja concordar com Belchior e botar a
arte em segundo plano, é simplesmente impossível discordar. A vida é o
combustível e a razão da arte, o começo e o fim, a causa e a consequência.

5 – “Não quero o que a cabeça pensa, eu quero o que a alma deseja”

Sabe aquela sensação de sempre estarmos correndo atrás de algo para
preencher os vazios das nossas vidas? queremos sucesso, felicidade, dinheiro,
etc. Racionalmente nós sabemos o que queremos, mas quando alcançamos
esses objetivos, não nos sentimos completos, queremos sempre mais.

Parece que Belchior entende que não adianta seguir o que a cabeça pensa, o
caminho é mais profundo. A vida é para ser vivida e não planejada. No dia a dia,
no momento presente, o que realmente importa é o que a alma deseja.

Vale refletir: será que estamos correndo atrás dos objetivos certos, será que
sabemos o que realmente precisamos, o só sabemos o que queremos
momentaneamente?

6 – “Sons, palavras, são navalhas e eu não posso cantar como convém sem 
querer ferir ninguém.”

Mais uma vez belchior mostra que a sua música vai refletir diretamente no mundo
real, que quando ele se expressa através da sua arte, existem grandes chances
de alguém sair ferido.

Como disse Jordan Peterson na famosa entrevista do Channel 4: “Para poder
pensar, você tem que arriscar a ser ofensivo”. Essa é a premissa da liberdade
de expressão, em busca da verdade você pode machucar pessoas que
discordam de você, da mesma forma em que elas podem te machucar em busca
do mesmo. Se tentarmos limitar isso, teremos como consequência o
totalitarismo, uma realidade, infelizmente, não muito distante do que vivemos
hoje, onde qualquer discurso contrário ou politicamente correto é considerado
ofensivo e fica cada vez mais perto de ser censurado por completo.

Em outra música, A Palo Seco, Belchior é mais enfático ainda: “Eu quero ´[e que
esse canto torto, feito faca, corte a carne de vocês”. Aqui cabe a famosa frase de
Evelyn Beatrice Hall sobre a filosofia de Voltaire: “Eu discordo do que você diz, 
mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo”.

7 – “Mamãe quando eu crescer eu quero ser um grande milionário socialista. De 
carrão eu chego mais rápido à revolução”.

Belchior realmente não tava preocupado em agradar e, talvez, paradoxalmente
seja por isso que ele foi um dos únicos músicos que podemos dizer que caíram
nas graças tanto da esquerda, quanto da direita e não se comprometia com
nenhum dos lados e tinha liberdade para criticar ambos. No caso dessa música,
especificamente a hipocrisia da famosa esquerda caviar.

Nessa frase ele ironiza a contradição de quem prega uma realidade e vive outra,
da mesma forma que ele confronta Caetano em algumas músicas como em
Fotografia 3/4 com a frase: “Veloso, o sol não é tão bonito para quem vem do 
norte e vai viver nas rua”, com referência ao otimismo da música Alegria Alegria.

Belchior não fugia de polêmicas e nem tentava se encaixar nos padrões
impostos pelo pessoal que monopolizava a MPB. Como vimos antes, ele queria
ser a inovação, abre aspas: “Eu acho que até agora a gente tem feito uma arte
de evasão, eu quero é que o meu trabalho seja um trabalho de confrontação com
o real”.

8 – “Amar e mudar as coisas me interessa mais”

mesmo analisando somente essas oito frases, não é difícil notar que nas
músicas de Belchior a vida é a temática central, mais especificamente, viver a
vida intensamente.

Nessa música ele diz que não ta interessado em teorias, fantasias , tinta pro
rosto, romances astrais, todas essas coisas que permeiam o mundo dos
intelectuais acadêmicos e revolucionários de sofá. Ele descarta a parte teórica
e enfatiza a prática.

Mesmo Belchior, que era um ávido leitor, com extenso conhecimento poético e
literário, entendia explicar a vida e teorizar sobre a existência não é tão
importante quanto viver em si, quanto existir. O que interessa mesmo é amar e
mudar as coisas, agir, sentir, compartilhar essa jornada na Terra com outros
seres humanos. Não é se refugiando em um quarto, se isolando em uma
montanha que vamos experimentar a vida, que vamos mudar as coisas, que
vamos amar os outros.

Nessa mesma música ele usa uma frase que fecha esse pensamento de forma
perfeita: ” A minha alucinação é suportar o dia a dia e o meu delírio é a
experiência com coisas reais.

E é isso aí, ouvir, ler e experimentar Belchior é ter uma verdadeira aula, é
engrandecer a alma. Não era só inteligência e cultura, não era só um poeta nem
só um músico. Era alguém que tinha uma relação fiel com a vida, seja nos bons
ou nos maus momentos, mas sempre realisticamente apaixonado por viver e
sempre pronto para se reerguer. Então, finalizando com uma frase da sua música
Hora do Almoço:
“Eu ainda sou bem moço para tanta tristeza, deixemos de coisa, cuidemos da
vida, senão chega a Morte ou coisa parecida e nos arrasta moço sem ter visto a
vida”.

Esse texto é uma transcrição do vídeo 8 Frases de BELCHIOR pra MUDAR A SUA VIDAdo canal Epifania Experiência

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Via Pensar Contemporâneo

“O tempo pode ser medido com as batidas de um relógio ou pode ser medido com as batidas do coração”

“O tempo pode ser medido com as batidas de um relógio ou pode ser medido com as batidas do coração”

O tempo está cada vez mais acelerado. Um dia continua tendo 24 horas. Obviedade! Mas temos a sensação de que não conseguimos fazer tudo que queremos. A aceleração do tempo começou na revolução industrial e se ampliou para todos os campos da economia. Hoje o avanço tecnológico provocou um “tsunami” no consumo de bens e na quantidade de informações.

Para ganhar tempo pagamos caro por toda tecnologia. Trocamos de smartphone e computador a cada novidade, os carros são fabricados para serem mais velozes, as revistas e jornais são publicados com muita rapidez e aumentou a produção de alimentos transgênicos, que fornece agilidade no plantio de sementes.

O resultado disso é um excesso de estímulos que somos submetidos no cotidiano, que nos impede, muitas vezes, de pensar antes de agir e de manter a calma. Vivemos numa sociedade da hiperestimulação, que produz o esgotamento das nossas conexões cerebrais e emocionais, apresentando alguns sintomas visíveis:

1. As relações entre familiares, amigos, namorados e casais são prejudicadas. Perdemos o contato físico e negamos o aprofundamento das relações afetivas.
2. Pais e filhos não ficam mais juntos e raramente trocam experiências de vida. Entre eles tudo se discute pelas redes sociais.
3. Cresceu o consumo fast-food. A pressa nos leva a comer de forma voraz.
4. Os pensamentos tornam-se confusos. A nossa mente perde a concentração.
5. O nosso cérebro continua on-line a noite inteira. Mesmo que a internet, o celular, a televisão e outros aparelhos digitais estejam off-line.
6. A maioria dos riscos que os motoristas se expõem no trânsito está ligada à falta de tempo. Quanto mais acelerada a vida das pessoas, mais elas ficam presas no trânsito.
7. A dependência de álcool e drogas é uma epidemia que atingem jovens e adultos. É uma fuga do tédio e da realidade, pois o tempo é duro e implacável com aqueles que sofrem das doenças da alma.
8. Associados a esses sintomas estão à ansiedade, a irritabilidade, o aceleramento dos batimentos cardíacos, o déficit de atenção e o cansaço, que insistem dominar o nosso dia.
É importante lembrar que cronos e kairos são termos gregos para designar o tempo.

Cronos é o tempo medido pelo relógio, calendário e rotina. É o tempo direcionado pelo cálculo frio e pelo dinheiro, determinando prazos.

Porém, kairos significa o momento certo e oportuno. Refere-se ao aspecto qualitativo do tempo. É o tempo do Espírito de Deus, que se revela no abraço demorado, no coração feliz e na leveza do sorriso, como bem disse Rubem Alves: “O tempo pode ser medido com as batidas de um relógio ou pode ser medido com as batidas do coração”.

Portanto, o tempo acelerado se expandiu para todos os setores da vida, não exigindo contemplação, desafio e descoberta. Entretanto, se ajustarmos o cronos (relógio) com o nosso kairos (espírito) aprenderemos a filtrar os estímulos estressores e praticar a espiritualidade, adquirindo a consciência de que a vida é cíclica.

A melhor maneira de chamar a atenção de alguém é parar de lhe dar atenção

A melhor maneira de chamar a atenção de alguém é parar de lhe dar atenção

Uma das piores sensações do mundo é sentir-se invisível. Não existe quem se sinta bem vagando por aí sem ser visto, notado, sentido, ouvido. Somos sentimentos e nos completamos na interação com o outro, nas trocas entre nós e o mundo lá fora. E, caso o exterior só retorne ecos vazios, sofremos e acabamos com nossa autoestima.

Uma das melhores maneiras de se evitar isso é notarmos onde nos sentimos alguém de verdade e com quem podemos partilhar e compartilhar sentimentos com reciprocidade. Não seremos queridos em todos os lugares, nem seremos a opção de todo mundo, porém, sempre existirá gente que nos enxergará e nos valorizará. Sempre haverá lugares onde nos sentiremos bem, onde nos sentiremos vivos.

Mesmo assim, haverá momentos em que teremos que ser notados, que ser ouvidos, que nos colocar e fazer valer o que somos. Seja no emprego, na sala de aula, seja numa roda social, entre outros, quando percebermos que devemos contribuir de alguma forma, teremos que nos impor e expressar o que quisermos. Tem muita gente que só olhará para o nosso lado se formos assertivos e seguros, sem rodeios.

Muitas vezes, costumamos tentar chamar a atenção de alguém, querendo que a pessoa note nossa presença, nossa importância, nosso valor, sem sucesso, e acabamos por desmerecer a nós mesmos, rastejando atrás de quem mal percebe o que fazemos. Para que sejamos notados, é necessário mudar nosso comportamento, deixando de ficar mendigando a atenção do outro. Muito provavelmente, aquele que se acostumou com bajulações irá estranhar a falta delas.

Às vezes, portanto, a forma mais certeira de chamar a atenção da pessoa consiste em não dar mais atenção a ela. Dessa forma, quando parar de ter o que já era rotina, acabará por voltar os olhos para fora de seu umbigo e nos enxergará, porque há quem somente valoriza aquilo que não tem ou que deixou de ter. Ainda assim, é preciso estar consciente de que esse tipo de gente raramente conseguirá mudar, a não ser momentaneamente, uma vez que está preocupada demais consigo mesma. Lembremos sempre: quem não nos valoriza é que sai perdendo. Sigamos!

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