Sentir doer em nós a dor do outro é o que nos mantém distantes da barbárie

Sentir doer em nós a dor do outro é o que nos mantém distantes da barbárie

O que aconteceu em Brumadinho é um grande exemplo do que nos coloca diante do horror. Centenas de desaparecidos, mortos sendo contabilizados a cada hora, destruição, caos, e uma sensação forte de que o que ocorreu foi um crime, um crime contra todos nós.
Horror, caos, destruição.

Questões da humanidade são questões da psicologia e da psicanálise. Ao meu ver o nosso papel, enquanto psicólogos, enquanto estudantes da psicanálise, é o de fornecer algum entendimento e conforto ao ser humano, ser ao menos abrigo quando a dor vier.

E é assim que vejo o nosso papel diante do trauma, diante da dor. Nos últimos dias o Brasil inteiro sofreu com o que ocorreu em Brumadinho, e na minha clínica, centenas de quilômetros de distância da tragédia concreta, escuto pessoas que desabam em lágrimas de solidariedade e compaixão. Aliás não somente na clínica, muitos ao meu redor estão sofrendo. E acredito que isso é um traço do humano, sinal de humanidade. Sentir doer em nós a dor do outro é o que nos mantém distantes da barbárie, é unir forças para que tragédias assim (criminosas, irresponsáveis) sejam evitadas. É por nossa empatia que nos fortalecemos, que sobrevivemos.

E clinicamente falando, é desse sentimento de empatia e de permissão para que o outro possa chorar, viver seu luto, mostrar sua indignação, que é feita a psicologia em situações de tragédia. Porque o trauma não se dá somente na hora que a tragédia acontece, ele se enraíza se não há espaço de fala para aquele que sofreu. Portanto, que possamos neste momento ser todo ouvidos e empatia, para escutar, significar e permitir a elaboração da dor e do luto que os afetados pela tragédia de Brumadinho estão passando. Que possamos permitir-lhes espaço de fala e de luta, que o luto seja vivido, elaborado, e seu significado seja símbolo da força que podemos mobilizar para que o ciclo se feche na elaboração, pois de repetição já estamos fartos.

Gatoterapia: 5 benefícios de viver com um gato

Gatoterapia: 5 benefícios de viver com um gato

Os gatos são animais maravilhosos. Eles amam a independência, mas também os mimos. Às vezes parecem odiar o mundo, mas em outras são tão carinhosos que chega a incomodar. O comportamento ambivalente e confuso desses animais é extremamente parecido com o dos seres humanos. Talvez por isso técnicas como a gatoterapia tenham começado a ganhar força no terreno da saúde emocional.

Há anos a hipoterapia (terapia com cavalos) vem demonstrando incríveis resultados com crianças com autismo, problemas de autoestima ou paralisia cerebral. Embora não exista uma base científica que comprove, não há dúvidas de que como terapia complementar é capaz de melhorar as habilidades motoras e emocionais dos pacientes.

Da mesma forma, a gatoterapia demonstrou que a companhia de um gato promove melhorias físicas e psicológicas. Pode parecer inacreditável, mas os felinos podem trazer muito mais benefícios do que a maioria das pessoas acredita.

O que é a Gatoterapia?

A gatoterapia é um tratamento para os problemas de ansiedade, estresse e depressão.  Melhora a qualidade de vida e cria uma conexão muito especial entre o felino e seu dono. Além disso, de acordo com vários estudos, as pessoas que sofrem de algum tipo de cardiopatia mostram uma progressiva melhoria após conviver com um gato.

É bastante curioso que a mesma pesquisa realizada com cães tenha demonstrado resultados completamente diferentes. Os donos de cachorros, diferentemente dos donos de gatos, continuaram se mantendo na média. Isso significa que pessoas que possuem gatos têm menos chances de falecer por causa de um infarto do que as que não têm.

Os felinos costumam ser bastante recomendados para pessoas que vivem sozinhas, principalmente no caso dos idosos. Inclusive, pessoas que sofrem algum tipo de demência, como o Alzheimer, podem ter lembranças ao fazer carinho nos gatos, retardando a degeneração neuronal que sofrem. O ronronar do animal, por sua vez, estimula algumas terminações nervosas fundamentais na hora de se lembrar de histórias passadas.

 “Se eu tivesse que escolher um som fundamental para a paz, votaria pelo ronronar.”
-B.D. Diamond-

Breve história dos gatos

Durante centenas de anos, os gatos foram tratados como seres infernais. Acreditava-se que eles eram os fiéis companheiros das bruxas, mensageiros do azar e enviados do diabo. O caráter indomável e imprevisível deles era temido tanto por pessoas comuns quanto por pessoas poderosas.

Em algumas civilizações a presença dos gatos, no entanto, sempre foi sagrada. No Egito eles eram venerados por serem os protetores do deus mais importante. Ele nascia e morria com o nascer e o pôr do sol, respectivamente, e era durante a noite que se transformava em presa fácil para seus inimigos. Os olhos dos felinos, associados aos leões, refletiriam os raios de sol durante esse período.

Lendas à parte, a história dos gatos como animais domésticos também foi bastante curiosa. Diferentemente dos cachorros, utilizados como guardiões de ovelhas e caçadores, os gatos no início se mantiveram selvagens.

Segundo estudos recentes, acredita-se que eles mesmos tenham decidido se aproximar dos humanos ao perceber que estes lhes proporcionariam comida. A aparência mansa possibilitou o início da alimentação desses animais por fazendeiros e agricultores que, por fim, os aceitaram graças ao excelente trabalho desses animais como caçadores de ratos.

Demoraria ainda vários séculos para os gatos serem aceitos como animais de companhia. Até o século XIX, possuir animais de estimação era algo considerado incomum e mal visto, pois sustentar esses animais seria um desperdício de dinheiro.

5 benefícios da Gatoterapia

Melhora os sintomas da depressão e do estresse

Os felinos provocam uma notável melhoria nas pessoas que sofrem de transtornos de estresse, ansiedade e depressão. O ronronar é muito relaxante, estimula a concentração e cria um ambiente muito acolhedor.

Representa uma companhia

Para uma pessoa que vive sozinha, o gato é a melhor opção. Ele é um animal muito independente quando quer, mas também muito carinhoso. Às vezes ele vai ser tão irritante que você vai desejar que não estivesse ali!

Os gatos são muito divertidos e brincalhões. Você sempre vai se divertir com eles. Lembre-se de que é preciso oferecer alimentação adequada, ficar atento às vacinas e cortar as unhas dos gatos (a não ser que você queira que ele rasgue todos os seus móveis e as suas cortinas.

Ajuda no tratamento do Alzheimer, do autismo e do TDAH

Como mencionamos anteriormente, os gatos são usados como terapia complementar em casos de autismo, Alzheimer ou TDAH. Embora cientificamente não existam pesquisas que apoiem esse uso, são conhecidos milhares de casos nos quais a presença dos gatos melhorou a qualidade de vida dos seus donos.

Fazer carinho, ouvir miar e ronronar e observar como brincam serve de estímulo para muitos pacientes.

Uma oportunidade de conferir responsabilidade às crianças

Ter um gato em casa é uma grande responsabilidade para as crianças porque elas vão precisar cuidar, dar comida e educar o animal, o que nem sempre é uma tarefa fácil. É importante conversar com as crianças sobre o tema para que elas tenham consciência da importância das tarefas que devem realizar.

Não se esqueça de deixar claro que um animal NÃO é um brinquedo. Não é certo bater, jogar no chão ou segurar o rabo do animal. Os seres vivos devem ser respeitados e queridos. Com certeza o seu animal de estimação vai ser muito mais feliz se for tratado dessa maneira.

Não exigem muitos cuidados

Ao contrário de outros animais, os gatos não precisam de muitos cuidados além de vacinas ou alimentação. Eles são seres muito limpos e quando aprendem a utilizar a caixa de areia, vão utilizá-la sempre. Eles mesmos se banham e não exigem constante atenção.

Entretanto, é bom dar banho nos gatos de vez em quando. Também é preciso garantir que a alimentação oferecida seja adequada e não se esquecer de fazer consultas periódicas com o veterinário. Lembre-se de que um gato saudável representa um ser humano saudável.

Imagem de capa: Shutterstock/Nicola Bertolini

TEXTO ORIGINAL DE A MENTE É MARAVILHOSA

A compulsão não está escrita na certidão de nascimento…

A compulsão não está escrita na certidão de nascimento…

Há poucos dias o ator Fábio Assunção publicou um vídeo, explicando seu posicionamento sobre a música que leva seu nome. Ele tem lutado contra dependência química desde 2008 e contou que 15% das pessoas no mundo possuem problemas com adicção.

Quando Fábio diz de maneira honesta de que a compulsão não está escrita na certidão de nascimento, nos fornece a oportunidade de utilizar a psicanálise para compreender a compulsão. Ela é um mecanismo de repetição obsessiva, ou seja, um modo inconsciente de autopunição.

Portanto, as compulsões se manifestam em atos cotidianos, que desejam apagar a culpa. Sentimento que pode estar ligado, simbolicamente, à figura do pai, porque ele representa as normas sociais ou a traumas psicológicos, que precisam ser investigados.

Em nosso cotidiano ouvimos os seguintes comentários: “O fulano tem vício por álcool, o sicrano sente obsessão por sexo e beltrano come quando está nervoso.” Essas frases tentam explicar as compulsões, como motivos para aliviar o estresse, a ansiedade ou obter prazer para suportar as frustrações.

Esse comportamento se caracteriza por uma pressão interna, que faz com que os sujeitos sejam tomados por fortes desejos de realizar uma ação. Pois é uma tendência incontrolável de fazer algo, de modo excessivo, mas que no início causa gozo e depois gera culpa.

As atitudes compulsivas não estão só vinculadas a droga, álcool, maconha, cocaína e nicotina. Mas têm outras compulsões, cheias de rituais compulsivos de culpa, como lavar as mãos repetidas vezes para proteger-se de germes, acumular objetos sem utilidades, arrancar cabelos, roer unhas, beliscar-se e jogar com fissuração.

Tais compulsões são visíveis no dia a dia, entretanto, as compulsões mentais, entre elas: calcular, orar, redizer palavras, relembrar assuntos e trocar ideias ruins por ideias boas estão ocultas no inconsciente, e são feitas – repetidas vezes – para desviar de ameaças ou desconfortos.

A nossa sociedade de consumo estimula as principais compulsões, iludindo que é possível comprar tudo, com pagamentos em longas parcelas. As pesquisas indicam de que a maioria dos compradores compulsivos são mulheres e apontam que as compulsões dos homens estão mais ligadas à adicção de álcool, drogas, sexo, pornografia e uso excessivo da internet.

Além disso, a patologia social associada às formas de ausência de regras e o enfraquecimento dos valores permitem o acesso a drogas lícitas, a festas onde estão implícitas a liberação da cocaína, álcool e sexo. E tudo isso é glamourizado, abertamente, nos programas de reality shows.

Enfim, seja qual for a compulsão é preciso buscar ajuda terapêutica, já que é uma patologia se não for tratada ou curada produz sofrimentos e graves prejuízos na vida de qualquer pessoa. É como afirmou Fábio Assunção: “ (…) Acho importante lembrar a todos que isso não está escrito na certidão de nascimento”.

Avós que ajudam a cuidar dos netos vivem por mais tempo

Avós que ajudam a cuidar dos netos vivem por mais tempo

Por Ana Carolina Leonardi, da Superinteressante

Ajudar na vida familiar é um ótimo jeito de garantir uns anos a mais na velhice, segundo um novo estudo feito na Alemanha.

Os pesquisadores analisaram a vida de 500 pessoas, entre 70 e 103 anos de idade, que foram acompanhadas pelo Estudo de Envelhecimento de Berlin ao longe de 19 anos.

pesquisa analisou, em primeiro lugar, qual era a diferença na taxa de mortalidade entre os avós que ajudavam a cuidar dos netos, participando da educação deles, e dos avós que não tinham netos ou não conviviam com eles.

(O estudo não considerou avós que têm a custódia das crianças e são os principais responsáveis por elas – a ideia era focar na figura dos avós como figuras de suporte das pais das crianças.)

Os resultados mostraram que conviver com netos e cuidar deles reduzia em 37% o risco de mortalidade. Metade do grupo dos avós presentes viveu por dez anos depois do início da pesquisa. No grupo oposto, 50% deles só chegou a sobreviver mais 5 anos.

Entre os idosos que não tinham netos, os cientistas fizeram uma segunda análise. Dessa vez, dividiram os velhinhos entre aqueles que ajudavam os filhos – seja com suporte emocional, seja nas tarefas de casa – e aqueles que não tinham esse hábito (ou não tinham filhos). Novamente, viram uma média de sobrevida 5 anos maior do que entre os idosos que não mantinham esse laço.

Mas se a pessoa não tem filhos ou netos, está destinada a morrer mais cedo? Os pesquisadores não acham que é bem assim. Na terceira etapa do estudo, se dedicaram exclusivamente a esse grupo de idosos – e perceberam que muitos deles se propunham a ajudar e apoiar amigos e vizinhos, criando um outro tipo de comunidade.

Nesse caso, a sobrevida média foi de sete anos, em contraste com 4 anos entre os idosos que não mantinham essa relação colaborativa com os filhos.

Os pesquisadores acreditam que conviver com a família – e ter responsabilidades dentro dela – ajuda os idosos física e psicologicamente, mas a teoria vai muito além disso.

Eles também acham que o estudo sustenta uma teoria evolutiva chamada Hipótese da Vovó.

Essa teoria tenta explicar porque os seres humanos vivem tanto tempo depois da sua fase fértil acabar. Isso não é muito comum na natureza porque, evolutivamente falando, nossa função é a reprodução e a manutenção da espécie.

Os avós que ajudam a cuidar dos filhos mudam esse paradigma: uma mãe menos ocupada com um bebê pode voltar a “curtir” – e se reproduzir – mais rápido e gerando uma prole ainda maior.

A hipótese da vovó dá sentido evolutivo às senhorinhas que tanto amamos e, de quebra, ajuda a explicar porque os seres humanos são monogâmicos.

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Fonte indicada: Revista Exame

Nós atraímos as amizades de forma semelhante aos algoritmos do Facebook

Nós atraímos as amizades de forma semelhante aos algoritmos do Facebook

Esses dias estava conversando com um casal de amigos meus e falávamos sobre o quanto é comum ver pessoas que antes eram muito próximas, eram boas amigas, e de uma hora pra outra de repente elas somem da nossa vida e nós não ficamos tristes, ou magoados, ou ressentidos etc. Nós simplesmente aceitamos e vamos seguindo nossas vidas.

Isso me levou a refletir com eles sobre a nossa vibração, sobre a energia que a gente emana para as pessoas, que vai mudando ao longo do tempo e também com o nosso amadurecimento.

Hoje em dia muitos espiritualistas e terapeutas holísticos explicam isso de uma forma elegante e simples. Tem a ver com a lei universal do semelhante atrai semelhante. Ela se aplica a todos os campos da vida: amizade, relacionamento amoroso, família, trabalho, espiritualidade etc. Não abordarei esses campos todos para não deixar esse texto muito extenso.

Todos nós mudamos muito ao longo da vida e seria uma forçação de barra muito grande querer que amigos de uma época longínqua fiquem ao seu lado pra sempre. Às vezes acontece, mas convenhamos, é muito, muito raro acontecer.

Vale ressaltar que quando vamos mudando nosso comportamento, nossos anseios, nossas crenças, nossos valores etc. é também bastante natural que mudemos muito dos ambientes que frequentamos, os produtos que consumimos ou as páginas de facebook e instagram que seguimos.

Isso me levou a refletir sobre a semelhança entre os amigos que atraímos e as páginas que seguimos no facebook ou no instagram. Você provavelmente sabe que as redes sociais funcionam através de algoritmos que gravam os nossos dados. Por exemplo, eu amo as páginas que falam sobre Psicologia, Filosofia e Autoconhecimento e sigo muita gente dessas áreas. O tempo todo aparece para mim novas sugestões de páginas, aparecem livros como opções de compra e até os amigos em comum que curtem as páginas. É simplesmente impressionante o poder desses algoritmos.

Um dos meus irmãos gosta muito de música, de tocar instrumentos musicais e já tocou em algumas bandas e festivais. Ele já me contou que aparece um montão de páginas de bandas ou de músicos para ele curtir, exatamente porque são essas as páginas que ele mais dá curtidas. E também muitos músicos solicitam amizade sem nunca nem terem trocado uma única palavra.

Da mesma forma se dá com pessoas que, por exemplo, gostam muito de viajar. Aparecem diversas páginas de turismo e viagens, além de passagens promocionais. Se alguém gosta muito de maquiagens ou moda, também aparecem diversas páginas e pessoas que curtem para solicitar amizade.

Na nossa vida real acontece de forma semelhante. Você sabia que não existe algoritmo mais complexo e intrigante do que a nossa mente e as nossas emoções? Elas têm um poder infinitamente maior do que os computadores mais sofisticados que você vê por aí.

Por isso que algumas pessoas vão embora e nunca mais as vemos de novo. As energias são diferentes, não há compatibilidade. É como se fossem os polos iguais de um ímã. Você percebe que quando você tenta juntá-los eles fazem uma força e por mais que você tente, eles não se juntam.

Nós também somos ímãs para atrair pessoas que vibram de forma semelhante a nossa. Portanto, concluo esse texto com um convite ao autoconhecimento. Procure ser uma pessoa melhor a cada dia, porque sabendo que é assim que a vida funciona, cada vez mais você atrairá amizades incríveis, pessoas que lhe ajudarão a crescer como ser humano. O seu algoritmo interno vai entrar em consonância com o algoritmo delas e dessa forma sua vida vais se tornar mais plena e feliz.

Espero que esses insights lhe ajudem a enxergar a vida com um olhar mais consciente e perceba que esse mundo de mudanças velozes no qual estamos inseridos revela a partir da tecnologia muito do que existe no nosso universo interior…

Quantas vidas você têm?

Quantas vidas você têm?

Talvez hoje você esteja pensando em desistir, em jogar a toalha e de uma vez por todas acabar com tantos momentos decepcionantes, com tantos pensamentos negativos. Mas e se você pudesse ter uma visão de como pode ser a sua vida mais lá na frente, você ainda desistiria de continuar? E se eu te dissesse que a gente carrega mais de uma vida, que a gente pode morrer e viver na mesma, que existe sim, uma chance, um amor e muitas felicidades reservadas para mais tarde?

A vida é uma correspondência das nossas emoções e escolhas mais íntimas e, mesmo quando não depende de nós no que diz respeito ao que vem a seguir, é a nossa conversa interior, o modo como processamos as coisas, que determina o viver da gente. Talvez hoje esteja tudo triste e sem graça na sua rotina. Talvez você esteja passando por problemas que quase ninguém consegue entender e ajudar. Talvez todo o caminho que te trouxe até aqui seja uma piada de péssimo gosto e você só esteja fazendo papel de trouxa, perdendo tempo e dedicando tanta energia. Talvez.

Mas talvez não signifique nada disso. Quem sabe, a sua liberdade e o seu contato com a vida tenha se transformado nos piores ruídos em vez de esperanças. Amanhã será melhor, tenha fé. E se for difícil ter por você, tenha por quem ainda não tocou a sua vida e que gostaria muito de conhecer e somar na sua história. Porque sempre existirá alguém lá fora que estará disponível para ouvir o nosso choro, alguém que estenderá a mão e abrir espaço no coração para agregar afetos e gentilezas na vida da gente.

Procure ser mais paciente consigo. Não se cobre muito e muito menos se culpe por qualquer emoção desfavorável que esteja emanando agora. A vida importa e ela é inteira em você, mesmo com várias metades e interrupções por aí. Ainda é amor reaprender a caminhar. Ainda é amor querer uma nova vida a partir do ontem que já teve o seu limite de desgaste. Eu te pergunto: quantas vidas você têm? Descubra vivendo um amanhã de cada vez. Vale a pena. Vale muito.

“Homens” que pensam com a outra cabeça

“Homens” que pensam com a outra cabeça

Tenho nojo de homens velhos que viram a cabeça para cobiçar meninas que poderiam ser suas filhas e, até suas netas! Infelizmente eles não são poucos. Vivem por aí, escondidos por trás de vidas de fachada. E são perigosos, muito perigosos.

Em pleno século XXI a nossa sociedade – que já passou de podre -, exibe um cenário de tirar o sono. Ostenta “homens” que mal sabem usar a cabeça de cima porque pensam 99% do tempo com a cabeça de baixo.

São seres abjetos que se escondem atrás de discursos morais recheados de pensamentos preconceituosos e distribuem – de graça -, falas de defesa à moral da família brasileira e aos bons costumes.

Confesso que tenho vontade de vomitar primeiro e, depois, de esfregar a cara desses sujeitos na sujeira que é de fato a realidade de suas vidas.

Estas criaturas, em geral, têm família, filhos, filhas, esposas, netos e netas. Muitos usam aquele anel circular no dedo anelar da mão esquerda. Fizeram juras de fidelidade e de estarem presentes ao santo matrimônio “até que a morte os separe”.

O curioso é que a maioria de nós faz vista grossa a essa espécie. Muitas esposas, inclusive, sabem o tipo de sujeito ao qual uniram suas vidas e ignoram seu comportamento.

Será medo? Comodismo? Cumplicidade?

O fato é que se você que se incomoda com isso, não pode ficar quieta – ou quieto. Precisamos reagir.

Há alguns anos atrás, minha filha contava 12 ou 13 anos. Estávamos em férias. Fazia calor. Tínhamos voltado da piscina do prédio. Eu me lembrei de que tinha de ir buscar uma encomenda no shopping e minha filha quis ir comigo.

A menina vestiu um short e uma camiseta em cima do biquíni, calçou um par de chinelos e fomos juntas ao shopping. Quando andávamos pelos corredores olhando vitrines, passou por nós um homem adulto, de terno e gravata, de mãos dadas com uma mulher de sua idade.

O infeliz quase quebrou o pescoço para cobiçar a minha filha. O sangue subiu!!! Pedi à menina que entrasse na loja para pedir um sapato para experimentar e disse que já voltava.

Fui atrás do casal. Puxei o homem pelo braço e perguntei “Você é doente ou é só sem vergonha mesmo?”! O cara deu um risinho irônico e disse “Não a conheço, minha senhora…”!. Ao que eu respondi “Também não o conheço. Mas conheço bem a sua laia. Tome vergonha e pare de olhar para meninas que poderiam ser sua filha. Respeite a sua companheira!”.

Deixei o casal às turras para trás. Para minha alegria, a moça reconheceu o tipo de escória a quem estava dando a mão. E, se meu santo é forte como imagino, o sujeito deve ter ficado em maus lençóis.

O que é errado, é errado. Não há desculpa para falta de caráter. Nem para nos omitirmos mais. Enquanto formos omissos, nossas meninas não estarão em segurança. Nossas meninas correm perigo. E ele é BEM REAL!

É a forma de sair da relação que traduz o caráter da pessoa. Não a forma de entrar.

É a forma de sair da relação que traduz o caráter da pessoa. Não a forma de entrar.

Você já se percebeu tentando desvendar a verdadeira personalidade de alguém que você se relacionou? Creio que essa dúvida rouba a paz de muitas pessoas. Isso porque é comum você iniciar um relacionamento com um perfil de pessoa e, ao final, percebe que está com alguém completamente diferente.

Bem, eu não sou especialista nesse assunto, e isso aqui está longe de ser um artigo científico. Eu vou apenas dar o meu pitaco, levando em conta o meu olhar sobre a minha bagagem de vivências relacionadas às decepções amorosas. Vou citar também, vivências de outras pessoas que, de alguma forma, tomei conhecimento. Todos os exemplos são reais.

Sendo bem objetiva, o seu ex não era aquele gentleman cheio da moral e bons costumes que chegou em sua vida, aquilo era um personagem. A identidade real dele é a que o levou  a se envolver com alguém que você considerava sua melhor amiga. Ah, para não deixar dúvidas, ele a engravidou.

Moço, a sua ex não era aquela mulher parceira que parecia disposta a desbravar qualquer dificuldade contigo, aquilo era uma máscara. Ela é aquela que te abandonou quando você perdeu aquele cargo comissionado na empresa e ficou sem grana para bancar as regalias de costume. Ah, e sem o menor constrangimento, ela começou a postar fotos se esbaldando com outro, duas semanas depois de te deixar.

Amiga, o seu ex não é aquele cara gentil, carinhoso, compreensivo e super apoiador daquele seu projeto, foi assim que ele te encantou, né? Ele é aquele homem intolerante, ciumento, possessivo, controlador, manipulador, paranoico e tosco que se apresentou do meio para o fim da relação. O cara que te conquistou por te incentivar tanto nos seus projetos, já não suportava mais te ver realizando o que tanto te fascina. Ah, já ía me esquecendo: ele entrou numa paranoia de querer te afastar de todos os seus amigos, justo você que trabalha no ambiente virtual e precisa interagir. Daí, um dia você cismou de dar uma conferida nas redes sociais dele e quase teve um infarto. O cara era um galanteador de mão cheia, você confirmou isso nas fotos das amigas dele que estavam públicas. Ele não perdoava nem as casadas, caiu na rede era peixe para ele. Que criatura mais falso moralista e hipócrita hein, amiga? Então, esqueça o gentleman do início, ele é esse moço do final da história de vocês.

Então, é basicamente isso, é a forma como a pessoa sai de um relacionamento que traduz a identidade dela. Isso porque ninguém consegue manter uma máscara por muito tempo. No início a pessoa escolhe uma personagem para representar e encantar o outro. Contudo, conforme a relação avança, a cola da máscara vai derretendo até que ela caia, geralmente culminando com o fim da relação.

Não estou generalizando, não estou dizendo que todas as pessoas são mascaradas ao entrarem num relacionamento. Eu quero dizer que é você deve se ater à forma como ela se mostra quando vai se sentindo mais confortável no convívio, aquilo, sim, é a pessoa de verdade.

Pode, sim, acontecer de alguém sair de uma relação sem deixar o ex parceiro com a sensação de ter comprado gato por lebre. Há relações que acabam sem macular a imagem dos envolvidos, o fim se deu porque o sentimento que unia os dois abrandou de uma forma que não motivava mais a continuação do elo. Nesses casos, as pessoas rompem sem ressentimento, e, posteriormente, olham para trás e pensam “não estou mais com fulano(a), mas ele é um excelente homem ou mulher. A gente sente orgulho ao invés de frustração e vergonha.

Abraçar, confortar e assistir não é estragar, é também educar

Abraçar, confortar e assistir não é estragar, é também educar

Malcriar não tem nada a ver com consolar, atender às necessidades, extinguir medos ou nutrir-se com abraços ou carícias. Quem pratica a “má criação” é quem ignora e abandoa, cometendo o erro de pensar que a mente de um bebê é como o de um adulto que entende manipulação ou chantagem.

Em um estudo interessante sobre inteligência afetiva, foi demonstrado que o que a maioria dos bebês experimenta ao longo do dia é a dor psicológica. Muito mais que dor física. É, sem dúvida, um detalhe que vale a pena levar em conta: o sofrimento emocional do mais jovem tem a ver com fatores como fome, medo ou sensação de insegurança.

São fatores instintivos que implicam um desconforto autêntico, e isso é algo que cada criança demonstrará de um modo particular e diferente dos outros. Haverá bebês mais exigentes do que outros e, por essa razão, como mães, precisamos entender a realidade específica de cada criança, sabendo que aquele que atende às necessidades não estraga. Que oferecer segurança e estratégias é educar.

Nós convidamos você a se aprofundar neste tópico que, por vezes, suscita alguma controvérsia.

Consolar, a arte de entender necessidades

Se um amigo nosso chora, não o deixamos fazê-lo até ele se esgotar. Se nosso parceiro, nossa irmã ou nosso pai chorar, não os deixamos em um quarto até que eles passem. Por que devemos também fazer isso com nossos filhos?

Consolar é a arte excepcional de saber como intuir as necessidades e saber como implantar estratégias de cuidado adequadas para curar essas dores psíquicas ou emocionais. Por essa razão, às vezes não basta dizer “acalme-se, nada acontece”, para uma criança pequena o que confere maior poder de consolo é o contato físico e aquele tom de voz capaz de falar com calma e proximidade.

São pequenas coisas que geram impressões autênticas no cérebro de um bebê que está amadurecendo e onde qualquer estímulo, assim como qualquer falta, determinará seu desenvolvimento subsequente. Vamos ver aspectos mais interessantes.

A sabedoria do “bem”

Os termos são importantes em nossa linguagem, mas às vezes as expressões mais populares tendem a sempre ver comportamentos patológicos onde existem apenas processos naturais. É muito possível, por exemplo, que você também tenha se visto na situação de ter que suportar os comentários de seus amigos ou parentes quando você segura seus filhos em seus braços para aliviar seu choro ou sua raiva.

“Você está estragando tudo”, eles nos dizem. Permanecemos em silêncio, sabendo que não é esse o caso, porque entendemos que um reforço positivo no momento certo evita birras, reduz o estresse e faz com que nossos filhos se sintam mais seguros para explorar seu entorno no seu próprio ritmo.

  • A sabedoria do benquerente sabe que as conseqüências do choro prolongado e desassistido trazem efeitos indesejáveis. Do ponto de vista neurológico, o que causa é que há estresse, e um alto nível de cortisol altera a química dos neurotransmissores, o medo se intensifica e uma necessidade maior de atenção.
  • A sabedoria do bom crente sabe que confortar, abraçar e “estar presente” melhora o vínculo com nossos filhos. Nossos filhos precisarão deste apego seguro durante os primeiros três anos. É um estágio em que suas necessidades vitais tendem a ser simples, mas essenciais: segurança, afeição, reconhecimento e estímulo enriquecedor para favorecer a conectividade neuronal.

Uma criança que tem permissão para chorar até que ela acabe ou que não receba abraços ou carícias é um bebê que constrói uma idéia um tanto hostil do mundo, um cenário do qual “ele sempre estará esperando por coisas”, um mundo do qual se defender às vezes. com raiva, ou da qual esperar reforços com os quais se encontrar.

Não é adequado.

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Promova o desenvolvimento emocional para ajudar a crescer

A educação emocional não começa quando a criança já é competente na comunicação, quando já colocamos regras, para estabelecer limites e negociar regras. Um bebê de oito meses que puxa nossos cabelos quando fica bravo é uma pessoa que procura canalizar sua raiva e frustração.

  • A educação emocional começa a partir do primeiro dia em que deixamos nosso bebê no berço depois de chegar do hospital. Depois de dar à luz Não podemos esquecer que a primeira ancoragem emocional se origina no nascimento, com aquele primeiro contato pele a pele entre o bebê e sua mãe.
  • A amamentação é um pilar maravilhoso para continuar construindo esse vínculo que transmite segurança, tranquilidade e bem-estar. Mais tarde, a arte de consolar respeitosamente permitirá que você continue crescendo em segurança.
  • Abordar as reações negativas também não está estragando. O menino de dois anos puxando um brinquedo para baixo com raiva ou arranhando seu irmão ou sua mãe, esconde uma emoção que supera e canal que há para saber, entender e gerenciar.

A tarefa de entender as emoções e de trabalhar com elas é algo que requer paciência e intuição, algo que nunca devemos esquecer “só porque são pequenas”. As pequenas coisas de hoje podem ser transformadas em grandes abismos amanhã, por isso, é necessário que prestemos atenção, que as alimentemos com emoções positivas, pondo em prática a arte do bem-estar.

Tradução A Soma de Todos os Afetos, via Eresmama

Caminhar torna o cérebro mais criativo e cura as tristezas!

Caminhar torna o cérebro mais criativo e cura as tristezas!

Um dos defensores desse pensamento é José Ángel Obeso, neurologista e diretor do Centro Integral de Neurociências de Madri, na Espanha. Ele trabalha em hospitais com pessoas que sofrem de depressão, e foi capaz de concluir que uma hora de caminhada por dia, principalmente em ambientes naturais, é terapêutico e aumenta a qualidade de vida.

Quando vivemos longos períodos em estados de depressão e ansiedade, somos prejudicados nos processos cognitivos, como memória, criatividade, assimilação e compreensão do mundo ao nosso redor. As caminhadas podem ajudar uma pessoa a se livrar dos efeitos negativos da depressão e ansiedade, ampliando sua visão e perspectivas.

A infelicidade causada pelo costume do “automático”

Cada vez mais nossos hábitos estão automatizando nossos cérebros, o que favorece o estresse e contribui para a infelicidade. A rotina, muitas vezes entediante e sem perspectivas, coloca-nos em uma espiral de depressão e desânimo. Dessa maneira, nossos cérebros tornam-se mais preguiçosos e lentos, porque não há nada novo para despertar sua atenção, nenhum estímulo que, verdadeiramente, valha a pena. Experimentamos perdas de memória, causadas pela motivação praticamente inexistente e menos conexões neurais.

Essa realidade é muito perigosa e para nossa qualidade de vida, pois nossa rotina resume-se à mesmice, não existem novidades ou coisas que despertem sentimentos de prazer, criatividade, alegria e motivação. Tudo funciona de forma mecânica.
O Dr. José Ángel Obeso, defende que a decorrência dessa automatização dos processos cerebrais é mais frequente em grandes polos, nos quais vivem pessoas que raramente dedicam tempo as suas necessidades, e vivem em ambientes poluídos e tóxicos, com um grande nível de estresse e ansiedade.

As caminhadas como uma forma de libertação

É importante que o hábito de caminhar não seja visto como uma obrigação, mas como um compromisso pessoal de libertação. Os efeitos positivos dessa prática não são sentidos logo no primeiro dia, mas após cerca de uma semana, já se torna um hábito, e a partir daí conseguimos identificar os benefícios, segundo José Ángel Obeso.

Os benefícios principais das caminhadas são:

Eliminação das preocupações: enquanto caminhamos, nossas mentes não precisam estar focadas nos problemas ou preocupações da vida. É uma atividade tranquila e fácil de ser realizada, que nos relaxa e permite a entrada de ar puro no corpo, que nos renova. Esse relaxamento estimula o lobo frontal, parte do cérebro responsável pela criatividade e humor. Isso, aliado a liberação de endorfinas, cria a situação perfeita para a transformação corporal que nos torna mais otimistas e criativos.
Melhora do estado de espírito: Durante as caminhadas, o cortisol, hormônio de resposta ao estresse, some e leva consigo os fatores que nos causam negatividade. A partir dessa mudança, começamos a enxergar as coisas com mais entusiasmo, confiança e otimismo.
Contato com a natureza:

Estamos acostumados a nos espremer em espaços fechados durante todas as nossas vidas: casas, empresas, supermercados, shoppings, e essa constante limitação pode nos sobrecarregar. No entanto, quando praticamos nossas caminhadas em espaços naturais, sentimos verdadeira liberdade e oportunidade de expansão. Por esse motivo, José Ángel Obeso, defende que devemos buscar proximidade com a natureza.

A conexão com o natural é uma necessidade humana para melhoria de vida, pois proporciona absorção de oxigênio puro, novos estímulos, perspectivas e paisagens.
Faça dessa leitura uma motivação para começar a caminhar todos os dias, mesmo que por pouco tempo. Comece devagar, mas comprometa-se consigo mesmo e sua plenitude de vida!

Vá a parques, lagos, florestas, praias. Você notará uma grande mudança em sua saúde física e emocional.

Fonte: O Segredo, via Psicologias do Brasil

Há pessoas que não percebem o que fazemos por elas, até que paramos de fazer

Há pessoas que não percebem o que fazemos por elas, até que paramos de fazer

Pequenos gestos que melhoram o dia a dia. Grandes entregas que marcam o curso da vida. A ajuda pode ter milhares de formas diferentes. Pode ser aquela pessoa que facilita o dia, de um fundo discreto, para que tudo flua melhor. Ou pode ser aquela pessoa que faz um grande sacrifício com um sorriso nos lábios, sem revelar o verdadeiro custo daquilo que ele nos oferece.

Todos nós, em algum momento, ajudamos alguém. E nos sentimos bem com isso. O desgaste emocional começa quando nossa ajuda não é reconhecida, quando damos e damos, sem receber nada em troca, quando os outros não percebem tudo o que fazemos por eles e até mesmo pressupõem que é nossa obrigação.

que é ignorar o valor das coisas boas da vida. Essas pessoas presumem que nossa ajuda e apoio estão simplesmente lá, que eles têm direito a isso, e não apreciam isso na medida adequada.

“Síndrome da garantia”: Quando pela força de ajuda, nos tornamos invisíveis

A “síndrome de garantia” está relacionada à capacidade de adaptação, um processo pelo qual as pessoas rapidamente se acostumam a ambientes, situações e relacionamentos. Na prática, é provável que essa pessoa tenha se sentido animada na primeira vez que você a ajudou, e ela agradeceu por esse gesto, mas depois ela assumiu como algo natural, o mecanismo psicológico de dessensibilização foi ativado e essa ajuda deixou de ser um Novidade para se tornar algo familiar.

Obviamente, a capacidade de adaptação é importante, especialmente para evitar o sofrimento desnecessário causado por mudanças drásticas, mas joga contra os relacionamentos. Devemos pensar sobre relacionamentos e ajudar como uma planta que deve ser cuidada todos os dias. Se assumirmos que a planta sempre estará lá e não precisa dos nossos cuidados, um dia ela simplesmente secará.

Quando isso acontece, a pessoa se sentirá desorientada, como se de repente sua estrutura de suporte tivesse desmoronado. De fato, é exatamente isso que acontece: por não cuidar de um relacionamento que lhe deu valor real, o link foi quebrado e perdeu uma importante fonte de ajuda. Só então ele valoriza o que ele tinha garantido até então. Embora talvez seja tarde demais.

Dar muito e receber pouco, cansa

Dar muito e receber pouco, esgota. Embora seja importante ajudar sem esperar retorno, também precisamos receber sem ter que pedir. Na verdade, o psicólogo Adam Grant, da Universidade da Pensilvânia, explicou que podemos imaginar as relações interpessoais como uma linha, onde em uma ponta se encontra o receber e na outra está o doar ajuda.

Em algumas fases da vida, podemos estar em um ponto mais próximo de um dos extremos, como quando temos que cuidar de uma pessoa amada, mas em um sentido geral, o ideal seria nos encontrarmos em um ponto mais intermediário, onde podemos dar sem isso se converta numa hemorragia energética porque também recebemos apoio e ajuda.

Não é nem mesmo sobre a pessoa que ajudamos “devolvendo o favor”. Não é um quid pro quo (tomar uma coisa por outra), mas estabelecer esse vínculo emocional profundo e freqüentemente indestrutível, baseado na gratidão e no reconhecimento. Pelo contrário, quando ajudamos e o outro se torna exigente ou menospreza nossa contribuição, essa ajuda se torna um fardo psicológico.

A ajuda também tem limites

“Ajuda teu semelhante a levantar a sua carga, porém, não a carregue por ele”, recomendou Pitágoras séculos atrás. Esse filósofo e matemático grego sabia que há um limite para a entrega, o sacrifício e a ajuda; um limite além do qual acabamos sendo drenados emocionalmente, especialmente quando outras pessoas não reconhecem o que fazemos por elas.

Séculos depois, experimentos psicológicos provaram o conselho pitagórico. Em um estudo realizado na University of British Columbia, os participantes receberam uma quantia em dinheiro. Metade deles foram convidados a gastá-lo consigo mesmos e a outra metade para usá-lo em ajudar outras pessoas. No final, aqueles que gastaram dinheiro com os outros relataram sentir-se mais felizes do que aqueles que gastaram o dinheiro consigo mesmos. Sabemos, sem sombra de dúvida, que ser compassivo e ajudar os outros nos beneficia psicologicamente. Com certos limites.

A empatia, por exemplo, pode nos consumir, levando-nos a adotar de tal maneira o sofrimento dos outros que negligenciamos nossos próprios sentimentos e necessidades. Na verdade, aqueles que sempre priorizam as emoções dos outros são mais propensos a sofrer de ansiedade ou depressão. É o que é conhecido como “fadiga da empatia”, que fundamentalmente afeta aqueles que continuamente ajudam os outros, tornando-se os pilares que o sustentam.

Em outro estudo, realizado na Universidade Northwestern, os pesquisadores analisaram os efeitos da empatia sobre os pais de 247 adolescentes. Eles descobriram que a adoção de uma atitude empática melhorou o relacionamento e a felicidade da família, mas quando os pais se envolveram demais nos problemas de seus filhos, eles experimentaram mais estresse e acionaram os marcadores da inflamação crônica. Isso significa que carregar o fardo de alguém, sem poder decidir ou agir em seu lugar, aumenta nossa carga psicológica e fisiológica, deixando-nos mais vulneráveis.

Que lições práticas podemos tirar?

1. Desenvolva uma preocupação empática. Existem diferentes tipos de empatia, há uma empatia que o prende no sofrimento dos outros e outra que permite que você se conecte, mas administre esse desconforto, para que os problemas dos outros não o arrastem. Lembre-se de que, por mais que você possa ajudar, as decisões finais nunca estarão em suas mãos e, portanto, seu envolvimento emocional também deve estar limitado ao que você pode fazer.

2. Não exagere, ajudando. Às vezes a ajuda, embora bem intencionada, pode prejudicar gerando atitudes egocêntricas, exigentes ou dependentes no outro. Portanto, a ajuda deve sempre ser dosada, projetada para que a outra cresça, não para que ocorra dependência.

3. Não se perca. A filósofa Ayn Rand argumentou que, se queremos desenvolver uma boa saúde mental, devemos cultivar o egoísmo racional, que nada mais é do que cuidar de nossas necessidades e interesses, pois em muitas ocasiões os relegamos a um segundo ou terceiro plano, para acabar sofrendo o mesmo consequências.

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Fonte: Rincón de la Psicología . Via Pensar Contemporâneo

Algumas páginas a gente não vira, a gente rasga

Algumas páginas a gente não vira, a gente rasga

É inegável o peso que um passado mal resolvido pode ter em nossas vidas. Muitas vezes, fica difícil apressar os passos em direção ao futuro desejado, carregando pendências dentro de si. É preciso colocar um ponto final em tudo o que não tem mais jeito. Se necessário, é preciso apagar aquilo de uma vez por todas.

Enquanto vivermos, faremos escolhas equivocadas, amaremos a pessoa errada, confiaremos em quem não deveríamos, falaremos o que era para ser guardado. É assim que a gente cresce, aprende e se torna menos suscetível de cometer as mesmas burradas. A não ser que a pessoa se negue a repensar a própria vida, julgando-se a dona da verdade; do contrário, os erros podem ser benéficos, apontando-nos quais caminhos evitar e nunca mais seguir.

Ninguém consegue caminhar com segurança, enquanto ainda guarda cicatrizes emocionais, enquanto seu coração está preenchido com inseguranças e pesos mal resolvidos. Recomeçar implica libertar-se das amarras que impediam um olhar esperançoso diante do horizonte lá na frente, diante do amanhã. Pendências são como nós, que diminuem a fé, atravancando todas as possibilidades que se encontram disponíveis diariamente a cada um de nós.

Na verdade, nem tudo o que ficou lá atrás deve ser revisitado. Embora digam que o passado é lugar de referência e não de residência, algumas pessoas e certos acontecimentos devem mesmo é ser enterrados, esquecidos, deletados de nossa memória, de nossa vida. Alguns erros a gente lembra para não repeti-los, mas há passados que não trarão absolutamente nada de bom ao serem trazidos de volta. Vale mesmo é rasgar essas páginas e, se possível, queimá-las.

Como se vê, o passado pode, sim, muitas vezes, servir-nos de lição, como parâmetro de comportamentos que não devemos repetir. Refletir sobre o que estamos fazendo de nossas vidas é extremamente necessário, porém, existem passagens tão doloridas e traumáticas, que devem permanecer bem longe de nossa vida, de nossos pensamentos, de nossas lembranças. É assim que a dor cicatriza de vez.

“Quem insiste em julgar os outros sempre tem alguma coisa para esconder.”

“Quem insiste em julgar os outros sempre tem alguma coisa para esconder.”

A máxima bíblica “não julgueis para não serdes julgados” parece não encontrar o seu lugar. Tampouco, o corre-corre da vida moderna é capaz de evitar esse desperdício de tempo. Ele ainda é gasto com a feia mania de falar da vida alheia e repreender as escolhas e caminhos dos outros como se fossem propriedade pública e disponível.

Chico Xavier revelou ter aprendido a importância e a beleza de não julgar, dizendo: “Uma das mais belas lições que tenho aprendido com o sofrimento: Não julgar, definitivamente não julgar a quem quer que seja.”

Acontece que o julgamento costuma ser atrelado à maledicência, ao saber tudo sobre todos, e isso é uma inverdade absoluta. Mesmo acompanhando uma pessoa de perto, convivendo com bastante proximidade, não é possível conhecer todos os desejos, motivos e motivações do coração de alguém.

“O coração dos outros é terra onde ninguém vai”, assegura um ditado antigo. E é exatamente disso que se trata. Ninguém sabe o suficiente sobre alguém, a ponto de ter poder ou conhecimento de causa para julgá-lo. É impossível conhecer todas as verdades contidas dentro do coração de uma pessoa. Da mesma forma, não é dada a ninguém a capacidade de compreender todas as emoções e sentimentos que essa pessoa já viveu; todas as dores, incertezas e angústias que ela já experimentou. Isso é motivo claro e suficiente para afirmar que ninguém deve julgar ninguém por atos ou escolhas que tenham sido adotados.

De outro lado, e com base nesses mesmos argumentos, ninguém deve se intimidar pelos dedos indicadores que lhes são apontados, se o que levar a isso for apenas um julgamento. É sabedoria conseguir concentrar-se nos valores que regem os atos e na consciência tranquila. Se ao terminar de um dia, eles não acusam nem condenam, não há o que temer.

Não podemos nos tornar reféns do que pensam sobre nós. Madre Teresa de Calcutá afirmou: “Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las.” E vê-se claramente que o amor tem se tornado cada vez mais condicional. Há amor enquanto cabemos em uma determinada medida, somos de determinado jeito, pensamos de tal forma. Fora de certo padrão não servimos bem, incomodamos, somos julgados. E julgados por pesos e medidas particulares, baseados em convicções e perspectivas pouco amplas. Somos comparados às expectativas que tinham sobre nós e quando elas não se realizam, pronto: há um julgamento instantâneo e pouco misericordioso.

Cada pessoa tem uma história que foi feita por erros e acertos e que merece ser respeitada. Tentar, acertar e errar faz parte da vida de cada um de nós, julgar é que não precisa fazer. É perfeitamente dispensável.

A isso acrescenta-se o fato de que cada sentença pode dizer mais sobre quem a proferiu do que sobre a quem ela se refere. Renato Russo repetiria que “quem insiste em julgar os outros sempre tem alguma coisa para esconder”. Sempre há vidro rondando nossos telhados, afinal. E sendo assim, nenhum de nós está apto a julgar, não é mesmo?

Colégio espanhol ensina meninos a cozinhar, limpar e passar roupa.

Colégio espanhol ensina meninos a cozinhar, limpar e passar roupa.

Na cidade de Vigo, província espanhola de Pontevedra, uma escola está revolucionando a forma de ensinar crianças e adolescentes, tornando-se notícia mundo afora. No Colégio Montebelo, todos os jovens do sexo masculino são ensinados que as tarefas domésticas não são exclusividade das mulheres, e que não há associação natural entre o trabalho em casa ao sexo feminino.

Aqui eles aprendem tarefas domésticas básicas, como cozinhar, engomar e limpar a casa. A disciplina foi denominada “Home Skills” (Habilidades Domésticas) e instituída no início desde ano letivo. Foi muito bem recepcionada pelos alunos, apresentando altas taxas de participação e presença. Além disso, tem transmitido bem sua mensagem principal, de que não há afazeres domésticos apenas para as meninas, muito pelo contrário, todos devem ajudar coletivamente em casa.

O colégio que ensina rapazes a cozinhar, limpar e passar a ferro

“Trata-se de um autêntico desafio para os alunos que, de repente, se deparam com um ferro de passar e as suas diferentes configurações segundo o tipo de roupa, entre fogões com um avental preso à cintura ou colocando roupas de molho para depois as lavarem à mão”, descreveu o Colégio Montebelo na sua página oficial no Facebook.

contioutra.com - Colégio espanhol ensina meninos a cozinhar, limpar e passar roupa.

A iniciativa foi considerada inédita e genial por promover de forma efetiva, desde a primeira idade, a igualdade de gênero e preparar gerações futuras, por meio da educação, para uma vida mais equilibrada em família.

Gabriel Bravo, que é professor da instituição, foi o mentor por trás do projeto. Ele acredita que as aulas renderão bons frutos futuros: “Pareceu-nos muito útil que os nossos alunos aprendessem estas tarefas para que, um dia mais tarde em que formem família, saibam que a casa é de dois e que não é obrigação apenas da mulher limpar, lavar louça e passar roupa”, explicou o mentor.

O colégio que ensina rapazes a cozinhar, limpar e passar a ferro

A ideia de criar uma disciplina específica sobre os afazeres domésticos foi recebida com alguma resistência por parte dos jovens. No entanto, rapidamente foi absorvida pelos alunos, que manifestaram satisfação e, sobretudo, aceitação, pelas novas aulas: “Têm uma atitude positiva nas aulas, acham que são simultaneamente divertidas e instrutivas”, revelou Gabriel Bravo, citado pelo jornal argentino Clarín.

O projeto revolucionário se tornou bem-sucedido internacionalmente: o Colégio Montebelo foi manchete em países do mundo todo, desde o México ao Chile, inspirando possibilidades de implantação do mesmo curso em outros países. Além disso, Gabriel disse que recebeu milhares de elogios e interações de encorajamento para que dê prosseguimento à disciplina.

Após aprenderem a lavar, engomar e cozinhar nas aulas de Habilidades Domésticas, a próxima lição dos alunos, conforme disseram os jovens será… costurar botões.

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Fonte: Notícias Magazine
Fotos: Divulgação/Facebook

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