Ela tem Alzheimer, mas ainda toca piano divinamente

Ela tem Alzheimer, mas ainda toca piano divinamente

“Ela não consegue se alimentar sozinha, nem ir ao banheiro. Mas ainda toca piano.

Ela sempre tocou, mas nunca teve uma aula sequer.

É uma musicista naturalmente talentosa.”

 

O vídeo que vocês verão foi uma homenagem do filho à Margaret Logan.

Diagnosticado com a doença de Alzheimer em 2002 , ela teve um avanço da doença leve e gradual até a fase demencial.  Quando essas imagens foram gravadas, ela já não era capaz de alimentar-se, escrever, assistir televisão ou ir ao banheiro sem acompanhamento. Ela já não reconhecia ninguém, apenas com eventuais momentos de lucidez.

Abaixo, as palavras de seu filho Robert em livre tradução:

Mamãe nasceu em 1932 e cresceu durante a Grande Depressão e da guerra de anos em Cronulla, ao sul de Sydney, NSW, Austrália. Ela sempre teve uma vida dura. Ela perdeu o marido, meu pai, há mais de 35 anos.

Mamãe ainda toca piano. Ela tocou por  toda a sua vida, mas nunca teve uma aula; ela nunca conheceu nada de música, nem pode dizer o que as teclas pretas são ou o que as teclas brancas são. Ela não sabe ler música, escrever música, ou qualquer coisa.

Mamãe sempre foi uma música nata que podia ouvir uma música uma vez e depois ir para o piano e tocá-la, com todas as nuances e talento, e sentimento, e beleza de qualquer pianista altamente qualificada e treinada.

O fato de que ela tem tão pouca memória agora, mostra quão profundamente a música está inserida em sua alma. Ela se esforça um pouco para recordar músicas, mas como você pode ver, uma vez que ela começa a tocar, a música simplesmente flui para fora dela. Me disseram que agora ela não tem muito mais tempo nesse mundo, após 9 anos de Alzheimer. Eu espero que ela seja liberada mais cedo do que mais tarde.

A postagem desse vídeo teve o objetivo de celebrar uma mulher que eu amo; para demonstrar que o espírito humano é difícil de derrotar; e para mostrar que a música faz parte de nossa humanidade.

Obrigada mamãe

Nota: Margaret Logan faleceu em 05 de maio de 2012 após sua luta de 10 anos com a doença de Alzheimer.

Veja também:
Alzheimer: vídeo de 1 minuto mostra como são os sintomas
Alzheimer: a mais didática explicação que você verá

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Hoje eu só quero ser tocada

Hoje eu só quero ser tocada

“Quando as cordas de minha vida se afinarem, a cada toque seu soará a música do amor. ” Rabindranath Tagore

contioutra.com - Hoje eu só quero ser tocada

A pesquisadora americana Tiffany Field diz ter uma receita simples para diminuir a criminalidade, pelo menos nos Estados Unidos – e não se trata de mais um programa de desarmamento da população, nem de uma ação policial de tolerância zero. Para ela, a violência na sociedade diminuiria se as pessoas simplesmente se tocassem mais. Isso mesmo. Tiffany acredita que a falta de contato físico nos Estados Unidos é um dos responsáveis por eventos como o tiroteio no estado do Colorado – que resultou em 15 mortos em 1999, depois que dois jovens abriram fogo contra colegas e professores na escola Columbine. “Diferentemente dos brasileiros e dos outros latino-americanos, somos menos propensos ao contato físico”, diz Tiffany. “Se as pessoas se tocassem mais, esse tipo de violência diminuiria.”

Diretora do Instituto de Pesquisa do Tato, da Escola de Medicina da Universidade de Miami, e autora do livro Touch (Toque, inédito no Brasil), Tiffany diz que a diminuição da violência é apenas um dos inúmeros benefícios que o toque pode trazer às pessoas. Baseado em pesquisas sobre o assunto no mundo todo, seu livro revela que o contato físico tem um poder bem mais amplo que o de tratar lesões musculares, por exemplo, com um bom massagista. Além de aliviar o estresse e a ansiedade (e seus reflexos no comportamento e no metabolismo), o contato físico teria efeitos positivos no crescimento, na respiração, nas ondas cerebrais, na freqüência cardíaca e até no sistema imunológico, ajudando no combate às doenças.

“O problema é que as pessoas se tocam cada vez menos”, diz o psiquiatra Geraldo Massaro, terapeuta em psicodrama do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

“Vivemos uma época de relações superficiais, influenciadas tanto pela televisão e pela internet quanto pelo enclausuramento e pela exclusão social.” Para piorar, o toque está ganhando uma aura negativa, com o renascimento de vários tabus nos últimos anos. Professores, terapeutas e até os pais também estão na defensiva, preocupados com o aumento de casos de abusos sexuais contra menores. As crianças são exaustivamente orientadas para identificar o contato que é “legal” e o que não é. Processos por assédio sexual são cada vez mais comuns nos Estados Unidos e já ganham espaço nos tribunais brasileiros. Câmeras internas são colocadas em casa para vistoriar o comportamento de babás e, nos hospitais, para controlar profissionais que cuidam de enfermos. A vida moderna caminha para um “não tocar”, com a ideia reinante de que, assim, não se corre o risco de mal-entendidos. O resultado é que o tato, um dos mais importantes sentidos do corpo, passa a ser, também, um dos mais negligenciados.

A importância do toque

contioutra.com - Hoje eu só quero ser tocadaO tato é o primeiro sentido que se desenvolve e permanece ativo mesmo depois que a visão e a audição começam a desaparecer. Bebês e crianças dependem do tato para aprender sobre o mundo. No contato com a boca, aprendem sobre temperatura e textura, por exemplo. É pelo tato que as crianças passam a refletir sobre higiene e até sobrevivência. Quem nunca foi queimado num ferro de passar roupa ou nunca levou um choque elétrico? Pelos mesmos motivos, o toque é importante para os adultos. Você conseguiria imaginar um mundo regido por computadores em que não houvesse toque? Dá para pensar em um cirurgião ou em um artista plástico que não sentisse seus instrumentos de trabalho?

Fundamental no crescimento, desenvolvimento, comunicação e aprendizado do ser humano, o toque também é essencial para o conforto e a auto-estima. O primeiro estímulo sensorial da vida humana vem da sensação de toque quando ainda estamos no útero. A primeira ligação emocional de uma criança é construída a partir do contato físico com os pais – base de seu futuro desenvolvimento emocional e intelectual. Na fase adulta, temos em média 1,67 metro quadrado de pele, um órgão sensitivo em constante alerta para receber mensagens. “Pele é o que nos dá a noção de interior e exterior nas nossas vidas”, diz o psiquiatra Geraldo Massaro. “A permissão ao toque vai depender da segurança que o indivíduo tiver sobre si mesmo e das condições que o meio externo dá a ele para que se sinta seguro.”

Há ainda muitas questões abertas no que diz respeito ao estímulo tátil no desenvolvimento das pessoas. Uma delas é se aquelas pessoas que receberam mais contato físico no começo da vida apresentam menos senilidade na velhice. Também não se sabe se os efeitos da privação do toque podem ser revertidos mais tarde. Mas sabe-se, com certeza, que a privação deixa sequelas graves.

Por Airton Seligman, trechos do original “O poder do toque”

Hoje eu só quero ser tocada…

pelas pessoas que amo…

pelo que a natureza proporciona…

pela sensibilidade e por boas escolhas.

Se for assim, o ciclo sempre se repetirá!

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Presos tomam conta de mulher de 102 anos

Presos tomam conta de mulher de 102 anos

Por: Adriana Vitória

O título foi o que chamou a atenção para a leitura do artigo da Folha de São Paulo publicado no último dia 19 de setembro de 2014.

Porém, mais do que um título chamativo, a história que vinha a seguir chamava a atenção pela coragem, generosidade, crença no ser humano e ineditismo, ou seja, demonstrações claras de nobreza que deram a Maria Tavares o codinome carinhoso de “a nobre dos presos”

Conheça a história publicada:

Filha de um fazendeiro de Pelotas (RS), Maria Ribeiro da Silva Tavares deixou o pai de cabelo em pé quando decidiu gastar toda a herança de viúva para levar presos de alta periculosidade para viver em sua própria casa, ao lado do filho pequeno.

Maria já trabalhava como voluntária no Presídio Central de Porto Alegre, quando perdeu o marido. Em 1936, aos 24 anos de idade, conseguiu convencer a direção do local a dar abrigo a 36 presos.

No primeiro dia fora do presídio, antes de iniciarem o trabalho que ela conseguiu para todos em obras da prefeitura, Maria concedeu a eles um privilégio: eles poderiam visitar a família, desde que voltassem à tarde. Nenhum deles fugiu.

O Patronato Lima Drumond, que hoje funciona em parceria com o Estado, foi fundado por Maria seis anos mais tarde, com recursos próprios e a ajuda dos detentos.

Hoje, 78 anos depois, a assistente social de 102 anos continua morando no local em que 63 homens cumprem pena do regime semiaberto.

A maioria deles tem entre 35 e 45 anos e foi condenada por tráfico de drogas e homicídio. A taxa de fuga é considerada baixa, em média uma por mês, principalmente porque não há grades nem celas no local.

Doze anos atrás, Roberto Sotello era um dos candidatos a viver no patronato. “A direção [da época] não me aceitou. Diziam que eu era muito perigoso. Mas ela argumentou que a casa não era para os santinhos”, lembra ele, que desde então atua como cuidador da idosa.

No último “veraneio”, como os gaúchos chamam as férias de verão, ele levou Maria para acampar com sua família durante cinco dias na lagoa dos Patos (RS). Mesmo de cadeira de rodas, ela tomou banho no rio.

Quando Sotello não está por perto, os outros “anjos”, como ela chama os presos, tomam conta de Maria.

O zelo não é de hoje. Os presos a protegem desde a época em que ela era a única autorizada por eles a entrar na cadeia para mediar rebeliões.

Em uma ocasião, ela levou os criminosos para trabalhar na fazenda de uma amiga, entre eles um condenado por estrangular várias mulheres. Durante a noite, ao sair do quarto, encontrou quatro presos dormindo em frente ao aposento para protegê-la. O episódio foi relatado no “Jornal do Brasil”, em 1974.

Atualmente, três detentos aguardam vaga no patronato — estabelecimento que pode ser público ou privado e prevê cumprimento de pena do regime semiaberto e aberto, além de atendimento aos egressos do sistema penitenciário.

Uma das “receitas” para que a ressocialização seja bem-sucedida é nunca exceder a capacidade de 76 vagas, diz a diretora-executiva do patronato, Sirlei Hahn.

“A gente procura aceitar o preso com histórico carcerário de trabalho, sem problemas disciplinares. Não interessa o crime ou a pena, mas o histórico no sistema prisional. São merecedores”, afirma Hahn.

Prestes a completar 103 anos, em novembro, Maria está lúcida, mas ouve mal e se locomove principalmente em cadeira de rodas.

“Ela se cobra da limitação física”, conta Carlos Eduardo Aguirre, 57, filho adotivo de Maria. “Quando ela quer sair, ela sai. Ela é atrevida”, completa Sotello, lembrando que Maria não perdeu nem a vaidade com o passar dos anos. “Ela é nobre, gosta de estar bem arrumadinha, de sapato”, afirma.

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Dona Maria com o cuidador Roberto Sotello, em férias na lagoa dos Patos (RS)

Método de recuperação

“Não existem criaturas irrecuperáveis, mas métodos inadequados”. É assim que Maria iniciou seu trabalho de conclusão de curso de Serviço Social pela PUC-RS. Publicado originalmente em 1948, a pesquisa sobre o sistema carcerário foi republicada em 2013 pela Ajuris (Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul), em um seminário em sua homenagem.

No trabalho, Maria descreve a “metodologia” de tratamento dos presos, baseada em confiança, diálogo e respeito. Maria aponta entre as principais “causas de delinquência” os “lares desajustados” e recomenda como tratamento preventivo o “amparo à família, reajustamento do lar e assistência à infância”.

Depois de gastar toda a herança nos cuidados com os presos, Maria apelava para o filho. “Volta e meio ela pedia Cr$ 100, Cr$ 200. Ela dizia: ‘Tenho que pagar a luz, o aluguel, ou vão cortar a água do anjo’. Ela sabe que, se o preso não tiver estrutura dentro de casa, vai procurar o crime”, conta.

Dos 1.478 estabelecimentos penais do país, apenas 16 são patronatos, segundo o Ministério da Justiça.

* O blog lamenta informar que Maria Tavares morreu dois dias após a publicação desse post e um dia após a publicação da reportagem na versão impressa da Folha. A morte foi no domingo (21), perto do meio-dia, em decorrência de problemas relacionados à idade avançada. Fica a homenagem.  (fonte)

***

Pessoas como Maria Tavares entendem o mundo com tamanha grandeza de espírito que chegam a chocar.

Chocam pela extrema generosidade, pela força, coragem, e principalmente pela fé…

Fé no próximo, na vida.

São as nobres Madres e Marias, famosas e incógnitas, que fazem deste mundo um lugar ainda especial e digno de ser cuidado.

Obrigada Maria Tavares!

Por sua história…

Por seu legado…

Por seu olhar!

+ Adriana Vitória

Os 10 melhores poemas de Florbela Espanca

Os 10 melhores poemas de Florbela Espanca

Por Lorenna Mesquita

Fiquei muito animada com o convite da CONTI outra, artes e afins para selecionar os dez melhores poemas de Florbela Espanca. Foi um bom desafio, um pouco difícil porque tive que deixar de fora outras tantas dezenas de poemas que eu amo. E antes de apresentar os escolhidos, gostaria de falar sobre essa grande poeta portuguesa e a minha relação com ela.

Pesquiso a vida e obra de Florbela Espanca há mais de três anos e esse estudo resultou no projeto artístico que tem marcado minha vida profissional e pessoal, o solo teatral Florbela Espanca – A Hora que Passa, escrito em parceria com o Fabio Brandi Torres, diretor do espetáculo. Florbela me fascina desde o primeiro contato e continua me conquistando com suas poesias, cartas, diário e correspondência amorosa. Uma mulher de forte personalidade que buscou seus sonhos, seus amores, sofreu com suas escolhas, como muitas de nós.

Florbela Espanca estava muito à frente do seu tempo. Não se importava com política, não levantava nenhuma bandeira feminista, só queria viver a própria vida. Amargou injúrias da sociedade portuguesa da década de 20 por viver de igual para igual com os homens. Casou três vezes, teve seus amantes e se definiu como poeta numa época em que essa palavra só pertencia ao gênero masculino (regra até hoje mantida por algumas revistas e jornais brasileiros).

Florbela Espanca era muito intensa. Não cabia nela mesma. Embriagava-se com a vida, mas a vida não lhe bastava. Ela mesma se definia como insaciável e dizia que se cansava até de desejar. E toda essa intensidade é vista na sua obra, repleta de metáforas, cores, cheiros, que nos dão a nítida impressão do que ela estava sentindo naquele momento e só podia compartilhar com uma folha de papel, em seus descosidos monólogos.

Com tamanha angústia na alma, agravada pelo suicídio do irmão Apeles, somada aos problemas crônicos de saúde (colite, apendicite e outras “ites”), ela decide dormir eternamente. Escolhe o dia e a hora dos seus 36 anos, às 2 horas da manhã do dia 8 de dezembro de 1930, para tomar overdose de Veronal, remédio que passou a usar para combater a insônia que a atormentava desde criança.

Através do Telefone NET você encontra os números de atendimento para Suporte, 2ª Via, SAC e Vendas

Por volta dos oito anos de idade, Florbela Espanca escreveu seu primeiro poema:

A Vida e a Morte

O que é a vida e a morte
Aquela infernal inimiga
A vida é o sorriso
E a morte da vida a guarida

A morte tem os desgostos
A vida tem os felizes
A cova tem a tristeza
E a vida tem as raízes

A vida e a morte são
O sorriso lisonjeiro
E o amor tem o navio
E o navio o marinheiro

Bem, após essa apresentação, vamos aos meus dez melhores poemas de Florbela Espanca. Destaco que é uma escolha muito pessoal. Mas como dizem que o melhor vinho é aquele que mais agrada a boca, então esses poemas são os meus melhores vinhos. Quais são os seus?

Eu …

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,e desta sorte
Sou a crucificada … a dolorida …

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!…

Sou aquela que passa e ninguém vê…
Sou a que chamam triste sem o ser…
Sou a que chora sem saber porquê…

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

***

A Tua Voz na Primavera

Manto de seda azul, o céu reflete 
Quanta alegria na minha alma vai! 
Tenho os meus lábios úmidos: tomai 
A flor e o mel que a vida nos promete! 

Sinfonia de luz meu corpo não repete 
O ritmo e a cor dum mesmo beijo… olhai! 
Iguala o sol que sempre às ondas cai, 
Sem que a visão dos poentes se complete! 

Meus pequeninos seios cor-de-rosa, 
Se os roça ou prende a tua mão nervosa, 
Têm a firmeza elástica dos gamos… 

Para os teus beijos, sensual, flori! 
E amendoeira em flor, só ofereço os ramos, 
Só me exalto e sou linda para ti! 

***

Vulcões

Tudo é frio e gelado. O gume dum punhal
Não tem a lividez sinistra da montanha
Quando a noite a inunda dum manto sem igual
De neve branca e fria onde o luar se banha.

No entanto que fogo, que lavas, a montanha
Oculta no seu seio de lividez fatal!
Tudo é quente lá dentro…e que paixão tamanha
A fria neve envolve em seu vestido ideal!

No gelo da indiferença ocultam-se as paixões
Como no gelo frio do cume da montanha
Se oculta a lava quente do seio dos vulcões…

Assim quando eu te falo alegre, friamente,
Sem um tremor de voz, mal sabes tu que estranha
Paixão palpita e ruge em mim doida e fremente!

***

Para quê?!

Tudo é vaidade neste mundo vão…
Tudo é tristeza, tudo é pó, é nada!
E mal desponta em nós a madrugada,
Vem logo a noite encher o coração!

Até o amor nos mente, esta canção
Que o nosso peito ri à gargalhada,
Flor que é nascida e logo desfolhada,
Pétalas que se pisam pelo chão!…

Beijos de amor! Pra quê?! … Tristes vaidades!
Sonhos que logo são realidades,
Que nos deixam a alma como morta!

Só neles acredita quem é louca!
Beijos de amor que vão de boca em boca,
Como pobres que vão de porta em porta!…

***

 

Amar!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui… além…
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente…
Amar!  Amar!  E não amar ninguém!

Recordar?  Esquecer?  Indiferente!…
Prender ou desprender?  É mal?  É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder… pra me encontrar…

***

Fanatismo

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver.
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!…

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
“Ah! podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!…”

 ***

Ambiciosa

Para aqueles fantasmas que passaram,
Vagabundos a quem jurei amar,
Nunca os meus braços lânguidos traçaram
O vôo dum gesto para os alcançar…

Se as minhas mãos em garra se cravaram
Sobre um amor em sangue a palpitar…
– Quantas panteras bárbaras mataram
Só pelo raro gosto de matar!

Minha alma é como a pedra funerária
Erguida na montanha solitária
Interrogando a vibração dos céus!

O amor dum homem? – Terra tão pisada!
Gota de chuva ao vento baloiçada…
Um homem? – Quando eu sonho o amor dum deus!…

***

A Flor do Sonho

A Flor do Sonho alvíssima, divina
Miraculosamente abriu em mim,
Como se uma magnólia de cetim
Fosse florir num muro todo em ruína.

Pende em meu seio a haste branda e fina.
E não posso entender como é que, enfim,
Essa tão rara flor abriu assim!…
Milagre… fantasia… ou talvez, sina…

Ó Flor que em mim nasceste sem abrolhos,
Que tem que sejam tristes os meus olhos
Se eles são tristes pelo amor de ti?!…

Desde que em mim nasceste em noite calma,
Voou ao longe a asa da minh’alma
E nunca, nunca mais eu me entendi…

***

 

A Minha Dor

A minha Dor é um convento ideal
Cheio de claustros, sombras, arcarias,
Aonde a pedra em convulsões sombrias
Tem linhas dum requinte escultural.

Os sinos têm dobres de agonias
Ao gemer, comovidos, o seu mal …
E todos têm sons de funeral
Ao bater horas, no correr dos dias …

A minha Dor é um convento. Há lírios
Dum roxo macerado de martírios,
Tão belos como nunca os viu alguém!

Nesse triste convento aonde eu moro,
Noites e dias rezo e grito e choro,
E ninguém ouve … ninguém vê … ninguém …

***

Hora que Passa

Vejo-me triste, abandonada e só
Bem como um cão sem dono e que o procura
Mais pobre e desprezada do que Job
A caminhar na via da amargura!

Judeu Errante que a ninguém faz dó!
Minh’alma triste, dolorida, escura,
Minh’alma sem amor é cinza, é pó,
Vaga roubada ao Mar da Desventura!

Que tragédia tão funda no meu peito!…
Quanta ilusão morrendo que esvoaça!
Quanto sonho a nascer e já desfeito!

Deus! Como é triste a hora quando morre…
O instante que foge, voa, e passa…
Fiozinho d’água triste… a vida corre…

Como saber reconhecer uma pessoa interesseira

Como saber reconhecer uma pessoa interesseira

Ao longo da vida, encontramos muitas pessoas falsas. Não importa se faltam dedos nas mãos para descrever quantas pessoas interesseiras marcaram sua história. Quase todos nós já fomos vitimas de alguém interesseiro. Ao descobrir a falsidade, sempre tentamos encontrar resposta para nossa inocência a ponto de confiar em alguém dominado pela inveja.

As pessoas interesseiras geralmente são frustradas profissionalmente, economicamente e até sexualmente. Muitas pessoas se comportam como amigos somente por interesse e no momento que mais precisamos, elas desaparecem. Por isso, é essencial analisar até que ponto suas amigas estão sendo verdadeiras ou buscando sua amizade somente por interesse.

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Muitas vezes nos perguntamos se aquela pessoa em quem confiamos está conosco por realmente nos amar ou se há algum interesse intrínseco a esse amor. As pessoas interesseiras são perigosas e calculistas, pois elas lutam pelo que querem com unhas e dentes. Portanto, veja quais são os sinais de que uma pessoa é interesseira.

Uma pessoa pode ter muitos interesses: o dinheiro, o sucesso, um irmão bonito, um bom emprego entre outros. Portanto, se alguém começar a perguntar demais sobre apenas um determinado assunto da sua vida, fique atento, pois ela pode estar interessada nele. Por exemplo, se ela pergunta: “O que você faz? Nossa, a sua casa deve ser muito bonita! Quantos carros você tem?” e assim por diante, fique esperto, porque o seu dinheiro é muito mais interessante que você.

Os interesseiros sabem tudo a seu respeito, já que gastam mais da metade do seu dia pesquisando sobre a sua vida. Portanto, se alguém demonstrar muito conhecimento sobre você, afaste-se dele, pois ele pode ser um sanguessuga.

Normalmente, as pessoas interesseiras são agradáveis, simpáticas e descontraídas, porque elas precisam fazer esse teatro para se aproximarem da pessoa de seu interesse. Sendo assim, não dê muita confiança a alguém que, de uma hora para a outra mostrar apenas sorrisos para você.

A função do interesseiro é encontrar uma pessoa ingênua o suficiente para servir de escada para que ele chegue onde pretende. Então, ele usa o seu superior para chegar à chefia, a namorada para ficar rico, a aluna inteligente para passar de ano, o amigo bonito para conseguir garotas e assim por diante. Para tanto, ele é uma pessoa fria, calculista e sem sentimentos, porque não se preocupa com quem estiver no seu caminho, contanto que alcance o seu objetivo. Então, após alcançá-lo, simplesmente joga fora a pessoa que ele usou como se fosse um objeto qualquer.

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS…

1. Sempre desfaz o que você fez: quando é questionado se gostou de algo que você fez ou comprou, passa a vista por todos os lados e desfaz cobiçando a sua compra.

2. Não sorri quando você comemora algo: essa pessoa tende a ser desanimadora quando você comemora uma vitória. O cumprimento vem sempre com um aperto de mão e não um forte abraço.

3. Sempre dúvida das suas conquistas: quando ouve você falar sobre uma conquista pessoal ou profissional, faz isso de maneira agressiva.

4. Telefona várias vezes: liga várias vezes, deixa mensagens no seu e-mail e chama para conversar todo o tempo, com insistência fora do comum.

5. Muda de comportamento: geralmente quando você adquire algo e ela não, muda de comportamento. Em geral, ela passa a agradá-la e bajulá-la em excesso.

As pessoas interesseiras estão presentes na maioria dos ambientes em que frequentamos todos os dias. É preciso identificar os sinais de que uma pessoa é interesseira para aprender a lidar com isso. É preciso se afastar desse tipo de pessoa, afinal ele pode nos fazer muito mal.

Fonte indicada: Mundo das Tribos

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Como é difícil ser mulher… Você vai se identificar!

Como é difícil ser mulher… Você vai se identificar!

Definitivamente ser mulher não é uma tarefa nada fácil.

Transformações, inseguranças, adaptações e cobranças sociais e pessoais que, muitas vezes, não tem o menor cabimento.

Assistam essa animação e reflitam…será que não está na hora de inverter o ciclo?

Fonte indicada: Ela e Ele

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6 principais motivos que podem acabar com o casamento

6 principais motivos que podem acabar com o casamento

Relação duradoura sem desgaste não existe.

A vida a dois exige imaginação e renovação diária.

Aqui, você confere os principais motivos que atrapalham o casamento e…

…algumas sugestões para voltar a ser feliz.

Boa leitura!

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1. Objetivos de vida diferentes

É um clássico: um quer morar no interior e o outro na capital. Ou um quer viajar com o dinheiro guardado e o outro, dar entrada em um imóvel para sair do aluguel. Diferenças de objetivos como essas ligam um alerta: tem algo errado na relação de vocês. Se estivesse tudo bem e os dois estivessem se sentindo completos, cederiam um pouco para ambos ficarem felizes. Essa diferença de planos está causando brigas sérias e o casamento virou um inferno? Pare, pense e converse muito para ver em que você pode ceder pela harmonia. Há sempre uma terceira alternativa que mistura os desejos dos dois e não machuca ninguém. Que tal?

2. Falta de desejo

Esse assunto é bem delicado e pode ser o precursor de traições, o que não é nem um pouco saudável para o casal! É preciso investigar: por que o desejo acabou? Talvez por causa de um problema de saúde, que pode ser curado. O principal é que nenhum dos dois deve culpar o outro pela falta de desejo, e sim assumir que o problema será resolvido em parceria. Encare o problema, veja os interesses de cada um e será muito mais fácil chegar ao consenso.

3. Divergências de ideias na educação dos filhos

Buscar informação é uma das principais soluções quando o pai e a mãe não concordam no método de educação dos filhos. Conversem com os professores, pedagogos e psicólogos da escola. Procurem livros sobre o assunto e tentem aprender juntos qual a melhor maneira de tratar os filhos. Mas, independente das crenças e expectativas diferentes, mantenham em mente que o objetivo é o mesmo: criar pessoas de caráter, com virtudes. Pesquisas americanas recentes comprovaram que quem tem virtudes boas e características positivas é mais feliz. E isso pai e mãe querem sempre, né?

4. Problemas financeiros

Muitos casais nem conseguem conversar sobre esse tema. E, em alguns casos, não adianta só conversar. É preciso procurar ajuda de especialistas para ver onde estão os gastos exagerados. Mas é preciso saber que, quando o casal está sofrendo financeiramente, a culpa é dos dois. Juntos, precisam traçar um plano de vida e ver quais são seus objetivos com o dinheiro que recebem todo mês. Equilibrar as finanças é gastar menos do que se ganha para guardar alguma coisa. E é bom manter em mente: o prejuízo de um é o prejuízo dos dois; o lucro de um é o lucro dos dois. É importante cultivarem o companheirismo e compartilharem a responsabilidade com as contas da família para conseguir sair da crise, financeira e amorosa.

5. Falta de admiração mútua

A gente acha fácil olhar os defeitos do outro. Tanto que às vezes nem temos consciência de que a pessoa tem pontos positivos. Para um casal se dar bem, precisa ter sensibilidade para perceber qualidades e saber que aquilo deve ser valorizado e dito ao outro. “Achar coisas boas no parceiro é melhor do que olhar defeitos”, diz José Roberto Leite, coordenador de Medicina Comportamental da Unifesp (SP).

6. Infidelidade

Traição traz muito sofrimento. Quando a pessoa descobre a infidelidade, virtual ou real, sente-se desapontada, angustiada e, principalmente, apavorada com a ideia de que tudo aconteça de novo. “É difícil aconselhar alguém nessa situação, mas, se decidir perdoar, o correto seria dar realmente uma segunda chance ao relacionamento. Comece do zero, confiando novamente. Viver com medo de uma nova traição vai fazer o relacionamento ficar insuportável, com ciúme exagerado”, afirma a psicóloga Magdalena Ramos. Uma coisa importante para superar e voltar a ser feliz é descobrir os fatores que podem ter causado a traição. Será que é falta de vontade de transar? Você está dando atenção demais aos filhos e deixando o marido/esposa de lado? Ele/ela anda carente demais? Se o casal conseguir corrigir junto os problemas que os estão afastando, é mais fácil deixar o casamento forte.

Por Luciana Bugni
Fonte indicada: M de Mulher

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Precisa de ajuda?

Leia essa informação importante

Vocês sabiam que serviços psicológicos podem ser realizados através da internet desde que atendam ao Código de Ética Profissional do psicólogo e à Resolução do CFP n.º 11/2012?

Abaixo compartilho um site confiável sobre o assunto para quem quiser conhecer e obter mais informações sobre os serviços. Compartilhem também, pois vocês podem ajudar alguém que não tem condições de se locomover com facilidade, esteja em locais distantes ou mesmo queira otimizar seu tempo através do uso da internet.

http://www.apsicanalistaonline.com.br/

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Quer música de qualidade? Você tem que ouvir Steve Olof Larson!

Quer música de qualidade? Você tem que ouvir Steve Olof Larson!

Imagine-se dentro de um filme onde você é o protagonista e toda a trama acontece enquanto a ação é marcada por músicas da mais alta qualidade…

Steve Olof Larson é um poeta e músico americano que, em suas músicas transmite a perfeita composição entre letras e melodia com os arranjos de músicos que tocam em raízes tão diversas como a da música celta, classic rock, funk, jazz e bluegrass.

O resultado? Pura emoção!

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Curiosidades:

Como a maioria das pessoas de inteligência superior e sensibilidade, Steve Olof Larson é uma pessoa extremamente simples e discreta. Ele sempre foi um poeta e músico, mas até recentemente, ele não tinha combinado estas duas habilidades. A síntese produziu um trabalho ousadamente eclético.

Venho apresentar a vocês o álbum de Steve, feito com muito cuidado e carinho. Nele, para cada canção lhe é dada a paisagem que ela pede.

Foi quase por acidente que eu descobri que ele é o pai de dois talentosos jovens músicos que o ajudaram a fazer este álbum, Nicholas Jacobson-Larson e Rachel Erin Robinson.

É maravilhoso ver como o talento do pai pode refletir sobre seus filhos. Certamente, eles são o resultado da genética, incentivo e influências musicais constantes.

Seu filho, Nicholas Jacobson-Larson, compositor em várias esferas em filmes de Hollywood, documentários, curtas-metragens, e musicais, foi o produtor do CD de seu pai.
Saiba mais: http://njlmusic.com/

Sua filha Rachel também esteve presente em algumas faixas, mas vale o destaque para sua participação no belo solo instrumental de acompanhamento da faixa “Dow to the Water”, realizado por ela.

Saiba mais: http://thesummerjanuaries.com/

Bem, meu objetivo aqui é apresentar este trabalho para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer.

De acordo com Steve, as músicas só continuam chegando em sua porta, e mais estão a caminho!

Espero que, como eu, você também goste e queira saber mais!

Steve Olof Larson

https://steveoloflarson.bandcamp.com/

[email protected]

Conheça Steve e aproveite a faixa abaixo!

Gostou? Clique na capa do CD e conheça mais músicas!

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Isso é cultura!

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Uma campanha contra o fumo que te fará perder o fôlego!

Uma campanha contra o fumo que te fará perder o fôlego!

Por quanto tempo você aguenta ficar sem respirar?
Nessa campanha antifumo, uma criança passa o dia treinando para aguentar ficar cada vez mais tempo ser respirar.
Por quê?
Assista o vídeo e tente não ficar sem fôlego só de olhar…

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Como os filhos enxergam pais desonestos

Como os filhos enxergam pais desonestos

Se você quer deixar um legado de honestidade e bom caráter para seus filhos, há que construí-los em si mesmo.

“Ensina o menino no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.” (Provérbios 22:6)

Que bom saber disso e que ruim ao mesmo tempo. Se ensinarmos nossos filhos no bom caminho, é bastante provável que ele se mantenha neste caminho por toda a sua vida. O ruim é saber que o inverso também acontece. Pais desonestos podem ensinar seus filhos a trilhar o mesmo caminho para sempre.

Há alguns dias li sobre uma mãe com câncer terminal que deixou cartas, e-mails e cartões, para seu único filho ainda pequeno. Em seu legado ela conta sobre si, sobre seus defeitos e qualidades. Em um dos cartões que ela deixou tem a frase: “Preocupe-se mais com seu caráter do que com sua reputação. Seu caráter é aquilo que você realmente é, sua reputação é apenas o que as outras pessoas pensam que você é.”

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Qual o legado que estamos deixando para os nossos filhos?

A cada dia nos deparamos com situações em que fazemos escolhas. Há muita verdade na frase do escritor Charles Millhuff que diz:

Nossas escolhas acabam por moldar nosso caráter. Não podemos passar a nossos filhos um caráter que não temos. Ninguém dá o que não tem. Se você quer deixar um legado de honestidade e bom caráter para seus filhos, há que construí-los em si mesmo.

Os filhos e a desonestidade

O que dizemos a nossos filhos não é tão importante quanto o que fazemos e dizemos em frente a eles. As crianças têm incrível capacidade de discernir a diferença entre o que dizemos e o que vivemos.

Como mãe de dois filhos já crescidos, às vezes percebo desanimada meus filhos repetirem algum mau hábito meu, mas felizmente eu os vejo repetindo bons hábitos também sem que eu nunca tenha dito uma única palavra a eles sobre isso. Mas isso me ajudou a ver que se eu queria que seu comportamento melhorasse, eu teria que melhorar o meu primeiro. Funciona sempre. O efeito é maior em crianças entre os dois e doze anos, mas mesmo crianças abaixo de dois anos, segundo um estudofeito em um laboratório de psicologia da Universidade de Yale e publicado na Folha de São Paulo, já têm senso moral, observam e concluem de maneira intuitiva.

Quando os filhos veem os pais, seu primeiro e maior referencial agindo de maneira incorreta, eles sabem que é errado, mas aprendem que é aceitável ou mesmo justificável aquele comportamento e que não é importante seguir regras ou a lei.

Mais tarde se os pais quiserem corrigir o comportamento errado, os filhos não os ouvirão, pois em suas mentes, os pais desonestos não têm “moral” suficiente para corrigi-los. A falta de correções e limites leva à desorientação, dificuldades de conviver com outros, de respeitar os outros e em alguns casos extremos à criminalidade.

Segundo psicólogos, outro problema na visão que os filhos têm de pais desonestos é a dificuldade de confiar neles, no que dizem e no que creem; o que leva a criança e o adolescente a contestar sua fé religiosa, a não confiar nas pessoas ao seu redor e ser superficial nos relacionamentos.

Nunca é tarde

Se seus filhos já presenciaram um comportamento desonesto ou incorreto de sua parte, ainda é tempo de reparar o dano. Melhor quando são ainda pequenos. Ninguém é perfeito e muitas vezes agimos como fomos também ensinados ou influenciados por nossos próprios pais, por nossa cultura ou no meio em que crescemos. Porém em qualquer idade podemos mudar a nós mesmos e influenciar nossos filhos. Tentar corrigi-los antes disso não funcionará.

Mudar exige consciência do erro e esforço deliberado. Antes de aconselhar, corrigir ou punir, mostre sua mudança de coração e vida. Há muito de intuitivo em criar filhos, mas se houver também consciência e preparação essa tarefa se tornará menos árdua. Conscientes de nosso papel e nosso dever para com os filhos, nós os criaremos melhor, mais ajustados e felizes.

Esforce-se em ser consciente, honesto e correto até que isso seja parte do seu caráter. Então transmita novos exemplos a seus filhos, mesmo que sejam crescidos.

***

Por Stael F. Pedrosa Metzger

Fonte mais do que indicada: Família

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10 coisas simples que podem mudar completamente o futuro de seu filho

10 coisas simples que podem mudar completamente o futuro de seu filho

Por Megan Wallgren

Todos queremos ver nossos filhos crescerem e se tornarem adultos felizes e bem-sucedidos. É divertido vê-los crescer e desenvolver traços de personalidades e interesses diferentes. Como pais, queremos dar aos nossos filhos o melhor futuro possível. Isso não significa que precisamos dar a eles tudo o que querem ou gastar muito dinheiro com férias ou passeios. Aqui estão 10 coisas simples que podem ter um grande efeito no futuro de seu filho.

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1. Um livro

Os livros são queridos ao coração. A maioria de nós se lembra de uma história de ninar favorita, uma leitura emocionante ou personagem que estava ao nosso lado quando não havia mais ninguém. Um livro pode ajudar uma criança a decidir uma carreira ou estilo de vida.

Um estudo do National Endowment for the Arts e publicado neste site, diz que o envolvimento de uma criança com livros afeta a vida futura de formas mais amplas também. Habilidades de leitura pobres tendem a se equiparar a salários mais baixos, falta de emprego ou maus empregos, e menos chances de progresso. Pessoas com dificuldade em leitura têm menos probabilidade de serem ativas na vida cívica, se voluntariam menos e votam menos do que bons leitores.

É importante que as crianças tenham um bom começo em se engajar com a palavra escrita. Isso fará diferença para o resto de suas vidas.

2. Tirar o lixo

O guru financeiro Dave Ramsey diz: “Você deve ver o ato de ensinar seus filhos a trabalhar da mesma forma como você vê o de ensiná-los a tomar banho e escovar os dentes – como uma habilidade necessária para a vida.”

Dar tarefas para as crianças as prepara para serem capazes de assumir e cumprir obrigações no futuro para com seus empregadores e as ensina a relação entre trabalho e sucesso. Em acréscimo, isso lhes dá confiança e um senso de comunidade conforme contribuem para o bem-estar da sua família.

3. Um professor

A criança terá muitos professores ao longo dos anos, mas às vezes ela cria uma ligação especial com um que irá mudar sua vida. Seja por acender um amor por um determinado assunto ou ajudando a criança em um momento difícil em sua vida, um(a) professor(a) pode ganhar um lugar especial na mente e no coração de seu aluno.

4. Um amigo

Apesar de não ter relações de sangue, um amigo pode ter o mesmo lugar em seu coração que sua família. Os amigos errados podem empurrar seu filho por um escorregador descendente e os amigos certos podem apoiar e elevar seu filho a um maior sucesso. Este artigo traz conselhos que ajudam você a estimular seu filho a encontrar bons amigos.

5. Tempo com o pai

Um estudo publicado em childwelfare.gov descobriu que “Desde o nascimento, as crianças que têm um pai envolvido com suas vidas, são mais propensas a ser emocionalmente seguras, ser confiantes para explorar os arredores, e, à medida que crescem, têm conexões sociais melhores com seus colegas. Essas crianças também são menos propensas a ter problemas em casa, na escola ou na vizinhança.” Ter um pai envolvido é um melhor indicador social de sucesso futuro do que ter dinheiro ou status social. Isso diz o suficiente.

6. Um instrumento

Tocar um instrumento musical tem inúmeros benefícios para as crianças, que vão desde melhorar a memória e habilidades matemáticas até a criatividade, autoexpressão e alívio do estresse. Se o seu filho participar de uma banda ou orquestra isso pode melhorar suas habilidades sociais e ampliar seu grupo de amigos. Alguns músicos iniciantes até mesmo seguem carreiras musicais.

7. A cidade em que vocês vivem

Ao longo de suas vidas os adultos vão se identificar com a sua cidade natal, mesmo após viver longe por anos. Onde você mora afeta as oportunidades educacionais e recreativas de seu filho. Cada lugar tem sua própria cultura, que irá influenciar os pensamentos e ideias de seu filho. A maneira que você fala e se sente sobre o seu bairro também vai influenciar os sentimentos deles.

8. Um animal de estimação

Ter um animal de estimação tem mostrado que ajuda a manter a pessoa saudável física e emocionalmente. Animais de estimação podem ensinar responsabilidade e compaixão às crianças. Um estudo que comparou crianças que tinham um cachorro com aquelas que não tinham, descobriu que crianças que tinham um cachorro eram significativamente mais empáticas e pró-sociais.

Animais de estimação podem também proporcionar uma sensação de segurança e reduzir a ansiedade. Por estas razões, os animais são muitas vezes utilizados em terapias com crianças. O estudo também concluiu que crianças com níveis mais altos de apego aos animais de estimação tinham sentimentos mais positivos em relação à sua família e ao lar, do que aquelas com baixo apego a seus animais.

9. Uma caminhada

O exercício físico regular tem muitos benefícios para a saúde de seu filho. Sair ao ar livre é particularmente importante. Ajuda a impulsionar o sistema imunológico, estimula a imaginação, promove habilidades para resolver problemas, ajuda na síntese da vitamina D (através da luz solar) e melhora o humor. Além disso, também há a conexão que você pode ter com seu filho enquanto caminham juntos. Este é um ótimo momento para conversar longe de distrações. Algumas de suas conversas mais importantes e significativas podem acontecer durante uma caminhada.

10. Uma avó

Ou avô, tia, tio ou primo. Estudos têm demonstrado que crianças com fortes laços familiares tendem a se sair melhor quando confrontadas com um problema. “Quanto mais as crianças sabiam sobre a história de sua família, mais forte era o seu senso de controle sobre suas vidas, maior a sua autoestima e mais elas acreditavam que suas famílias eram atuantes”, de acordo com um estudo da Universidade Emory. Familiares muitas vezes proporcionam cuidados e apoio quando um dos pais não está disponível, ou em conflitos entre pais e filhos.

Quando se trata de criar os filhos, não são as viagens à Disneylandia, os eletrônicos mais atuais ou até mesmo as melhores escolas que têm a maior influência sobre o futuro. São muitas vezes as pequenas coisas que acabam fazendo uma grande diferença.

***

Traduzido e adaptado por Sarah Pierina do original 10 little things that can completely change your child’s future

FONTE INDICADA: Família

 

10 sexismos do dia-a-dia e o que você pode fazer a respeito deles

10 sexismos do dia-a-dia e o que você pode fazer a respeito deles

Por 

As pesquisas mostram que a maioria das pessoas não enxerga o sexismo nem mesmo quando ele está diante de seus narizes.

“As mulheres endossam crenças sexistas, pelo menos em parte, porque não prestam atenção nas formas sutis e agregadas de sexismo em suas vidas pessoais”, escreveram Julia C. Becker e Janet K. Swim, autoras deste estudo sobre a invisibilidade do sexismo. “Muitos homens não só não prestam atenção para esses incidentes como também tendem a não considerar incidentes sexistas uma forma de discriminação potencialmente perigosa para as mulheres.”

O que você pensa desses dez exemplos e como responderia a eles?

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1. Sexismo religioso e discriminação

Você realmente acredita que as mulheres não têm a capacidade de ter autoridade religiosa? Esse silenciamento ritualístico das mulheres é praticado por basicamente todas as grandes religiões. Com raras exceções, elas proíbem que mulheres e meninas ocupem cargos de liderança ministerial. Isso significa que o acesso ao divino é mediado exclusivamente pelos homens e por seu discurso. Isso é uma discriminação que nunca foi contestada legalmente, e seu efeito vai muito além dos lugares de culto e de suas práticas. A partir do momento em que uma garota se dá conta de que não é convidada a participar de rituais clericais porque ela é uma garota, ela descobre que sua voz não tem força e não é respeitada. O mesmo vale para os garotos à sua volta. Mas, ei, pelo menos minamos o bem geral do público com nosso dinheiro, por meio de isenções fiscais e subsídios. E se você se opusesse? E parasse de apoiar essa discriminação?

2. Dois pesos e duas medidas

Convivemos com um número infinito de situações em que dois pesos e duas medidas em relação ao gênero são parte fundamental da hierarquia. Isso restringe a liberdade das mulheres e prejudica nossa capacidade de termos vidas seguras, gratificantes e autônomas. 50 dessas situações são exploradas no novo livro de Jessica Valenti, He’s a Stud, She’s a Slut (Ele é um garanhão, ela é uma vadia, em tradução livre). Elas vão da expectativa de que meninas demonstrem mais autocontrole e educação aos tratamentos absurdamente diferentes dispensado a homens e mulheres quando eles envelhecem e quando usam seus corpos para se expressar, passando pelas ideias distorcidas sobre as habilidades “naturais” de meninos e meninas.

3. O cavalheirismo, também conhecido como sexismo benevolente, é parte das nossas “boas maneiras”

Uma coisa é um homem que abre a porta para você e não se importa se você fizer o mesmo para ele. Mas um homem que recusa categoricamente sua cortesia é sinal de um problema muito maior. O sexismo benevolente, aquele que se passa por “protetor” e “cavalheiro”, é uma característica central da construção da masculinidade (e, por contraste binário, da feminilidade) nas culturas conservadoras. Estudos têm mostrado que, quanto mais as pessoas se julgam merecedoras de algo, mais chances elas têm de ser sexistas – o que diz muito a respeito das #MulheresContraoFeminismo. Isso se define como “a consequência negativa das atitudes que idealizam as mulheres como objetos puros, morais e santificados, diante da adoração, proteção e provisão dos homens”. Muito disso vem da infância, escondido sob o manto das ideias de que meninas e meninos devem ser “damas” e “cavalheiros”, em vez de simplesmente seres humanos civis e bondosos, que se preocupam igualmente uns com os ouros. Em outras palavras, o que muita gente acredita ser cavalheirismo ou o comportamento de um “homem de verdade”. Os efeitos negativos nas mulheres são muito bem documentados, especialmente no ambiente de trabalho.

Existe uma correlação bem documentada entre o sexismo benevolente e a aceitação dos papéis de gênero enviesados por parte das mulheres. Considere as maneiras como se expressa a negação da existência da diferença salarial entre homens e mulheres. Por exemplo, Phyllis Schlafy recentemente anunciou que diminuir esa distância (que ela admite ser real) significaria que as mulheres ficariam impossibilitadas de encontrar maridos. Ideias como essa são profundamente ligadas ao apoio sistêmico de um funcionário ideal, homem, responsável por ganhar o pão sozinho. Essa ideia é tema recorrente nas políticas conservadoras de trabalho e gênero.

Não enxergar sexismo onde ele é evidente permite que as pessoas com poder possam especular em voz alta que “o dinheiro é mais importante para os homens” sem perder o emprego por incompetência. Quero que você imagine um político hoje em dia dizendo que o dinheiro é mais importante para os judeus. Ou para os negros. Ou para as pessoas mais altas. A diferença de salários entre homens e mulheres chega a 431 000 dólares ao longo de uma vida. Os homens ganham menos que as mulheres somente em 7 de 534 tipos de emprego (http://www.bls.gov/cps/cpswom2011.pdf), então, obviamente, o republicano do Tennessee Lamar Alexander queria saber recentemente o que uma legislação sobre o tema poderia fazer para ajudar as mulheres. Os sexistas benevolentes são definitivamente hostis ao sucesso das mulheres no trabalho. Se não contestarmos essa forma silenciosa de sexismo estamos garantido que ela será recompensada. Quanto vale o cavalheirismo para você? Porque, no fim das contas, você pode abrir as portas você mesma. Dar-se um aumento, por outro lado, é impossível.

4. O alto custo de “manter-se segura”

Diariamente as mulheres absorvem e pagam o preço da diferença nos níveis de segurança. Essa diferença custa tempo e dinheiro e limita nossos movimentos. Pode limitar nossas oportunidades de emprego, porque alguns empregos podem ser perigosos se você for mulher. É só perguntar para repórteresmotoristas de caminhão,imigrantes e ativistas.

Homens, perguntem-se a si mesmos: vocês se sentem seguros nas ruas de seus bairros? Vocês têm de tomar cuidado na escolha do lugar e dos horários onde vão fazer compras ou quando vão usar transporte público? Têm estratégias paraestacionar o carro, como longe de vans, por exemplo? Vocês usam chaves como armas ou tomam algum tipo de medida semelhante? Vocês evitam pagar uma academia porque podem se exercitar ao ar livre tranquilamente? Ensinamos para nossas crianças que essas coisas são normais e esperadas. Fale com seus amigos do preço que
é cobrado de você.

 

5. O sexismo na mídia é divertido.

A mídia “de família” marginaliza e objetifica meninas e mulheres, cria ideais de masculinidade danosos para os meninos e sustenta mitologias que apoiam o status quo violento dominado pelos homens.

Não só convivemos com essa mídia, mas a maioria das pessoas, apesar de genuinamente preocupada com o bem-estar e com o futuro de seus filhos, não exigem ativamente que as empresas de entretenimento ou mídias relacionadas façam melhor. Quando você vê um filme e há 20 homens para cada mulher (normalmente só uma ou duas) na tela você diz alguma coisa? Você pensa no fato de que são 20 vezes mais empregos na tela para homens? Ou o que esse desequilíbrio significa na tela e por trás dela?

6. Pagamos mais pelos “nossos” produtos só porque somos mulheres e consideradas não-standard.

Um artigo da Jezebel colocou a questão da seguinte maneira uns anos atrás: “Nascer mulher é um grande erro financeiro”. A Marie Claire publicou uma lista parecida. Até recentemente, o seguro diferenciado por gênero, que resultava em mulheres pagando 31% a mais por coberturas, era perfeitamente legal. Acha que estou brincando? Eis um pacote de 10 canetas esferográficas Bic por 5,89 dólares. Eis o pacote de 10,14 dólares, com seis unidades, “para ela”. Pare de comprar essa m*rda.

7. Nossa linguagem é profundamente enviesada, relacionada com nossa estrutura social, e isso afeta como pensamos.

Usamos pervasivamente os genéricos masculinos, e isso tem efeitos negativos. Eu o faço o tempo todo – não consigo me livrar do hábito de falar “caras”. Ainda usamos palavras masculinas para denotar categorias positivas, como “humanos”, mas termos femininos para categorias negativas, como “vadias”. Não falamos seriamente com nossos filhos sobre os problemas sociais causados pelo termo “vadia” (bitch), mesmo quando usado afetuosamente. Mulheres são frequentemente chamadas de “meninas” (infantis e dependentes), e os homens, de “homens”. Isso é parte do problema maior da infantilização das mulheres adultas. É mais provável que se refiram a nós como animais. E há outros exemplos. Palavras são importantes – porque, no mínimo, elas mostram a relação dinâmica entre as ideias. Pode parecer trivial até você saber que no Japão há termos de gênero para todos os três pronomes, enquanto os países nórdicos estão tentando introduzir termos neutros. Por que isso é importante? Bem, o Japão é o lugar com a menor paridade entre homes e mulheres no trabalho, enquanto os nórdicos têm a maior. Não estou sugerindo uma relação de causa e efeito, apenas correlações culturais significativas às quais não estamos imunes.

8. O preconceito contra os homens inibe a igualdade.

Já vi mulheres em parque tirando bebês das mãos dos pais para que elas trocassem as fraldas, pois os homens “não são bons nesse tipo de coisa”. Ou então você já ouviu homens se referindo a si mesmos como “babás” de seus filhos, ou viu comerciais na TV que retratam os homens como idiotas incompetentes na hora de tomar conta da casa. Mais perigoso, entretanto, é a repetição dos mitos do abuso e do estupro que ameaça meninos e homens ao perpetuar as ideias discriminatórias sobre quem são as vítimas de estupro – mulheres bêbadas que estão pedindo para ser abusadas ou que cometem o erro de andar em ruas escuras.

9. Fingimos que o assédio nas ruas não existe ou não importa

Arriscaria dizer que pouca gente fala com suas filhas, ou filhos que não se conformam aos seus gêneros, sobre o assédio das ruas. O efeito desse tipo de assédio não pode ser subestimado.

10. Permitimos que nossas escolas ensinem conteúdos sexistas e perpetuem sistemas hierárquicos de organização baseados no sexismo.

Primeiro, nosso sistema educacional apaga as contribuições históricas das mulheres, não oferece um retrato preciso do passado e não mostra casos suficientes de mulheres exemplares. As meninas vão para a escola com ambição e segurança, mas saem dela muito diferentes.

Segundo, as escolas estão cheias de normas sociais que, se inexploradas, minam a diversidade e a igualdade, por exemplo, a questão dos uniformes.

Terceiro, muitas se mantêm estruturalmente baseadas em modelos complementares para homens e mulheres, dos conselhos, que tendem a ser comandados por homens (porque, afinal de contas, é onde acontece o trabalho duro e que envolve dinheiro), às atividades voluntárias das associações de pais e mestres (essencialmente executadas por mulheres). A administração das escolas e os cargos de técnicos esportivoscontinua a ser um reduto dos homens numa indústria, a educação, que é composta em sua maioria por mulheres. As crianças, então, estão imersas em ambientes educacionais que continuam a deixar de lado o trabalho histórico das mulheres, que sexualizam as meninas com suas regras antiquadas sobre aparência e moralidade, que oferecem exemplos de estruturas sociais hierárquicas baseadas em gêneros. São ambientes que comprovadamente fracassaram na tarefa de serem justos, prejudicando tanto meninos como meninas.

Quando eles e elas saem do ensino médio e entram na faculdade, os meninos têm duas vezes mais probabilidade de se considerar prontos a disputar eleições. Conheço professores que trabalham duro para tentar anular esses efeitos, mas, enquanto instituições, muitas de nossas escolas continuam muito patriarcais. E se você desafiasse sua escola a tornar uma prioridade a atenção às questões de gênero, em vez de driblar sintomas como homofobia e bullyingproblemas de matemática e mais?

 

***

Essa é uma lista curta. Deixando de lado os danos físicos reais que as pessoas podem encontrar, e de fato encontram, conviver com o sexismo cotidiano é como combater uma infecção de baixa gravidade durante toda a sua vida. Quando as mulheres notam o sexismo em suas vidas diárias – por exemplo, falando abertamente do assédio que sofrem nas ruas ou dos preconceitos que sofrem no trabalho – e dão a ele seu nome verdadeiro, elas param de aceitá-lo como algo “normal”. Para as políticas que têm de lidar com comentários enviesados e com adversários políticos muito à vontade em seus “clubes do bolinha”, confrontar o sexismo abertamente funciona. Quando os homens começam a prestar atenção, quando eles pensam nas diferenças, eles criam empatia. É o primeiro passo para entender, como diz Jamie Utt, que “em sua forma atual a masculinidade é fundamentalmente uma expressão da opressão patriarcal”. Mas, antes que isso aconteça, as mulheres têm de contar suas histórias e as pessoas têm de ouvi-las e entender por que elas são importantes. As atitudes culturais prevalecentes continuam a minimizar os danos de gênero.

Mas as mulheres estão claramente numa sinuca de bico, pois denunciar o sexismo pode significar penalidades reais. Um estudo recente mostrou algo deprimente que todos sabemos: as mulheres que defendem a igualdade no trabalho, por exemplo, são penalizadas (http://blogs.wsj.com/atwork/2014/07/21/women-penalized-for-promoting-women-study-finds/) por fazê-lo.

O triste fato é que é educado expressar ideias sexistas, mas confrontá-las é falta de educação e falta de senso de humor. Essa proibição é um impedimento significativo para mudanças positivas e cotidianas. Quando um homem numa festa do bairro faz um comentário rude sobre meus seios ou quando um outro me interrompe incessantemente numa reunião, sou eu, não eles, a pessoa hostil, “estridente” e desagradável por dizer “Minha cara está aqui em cima” ou “Você poderia parar de me interromper, por favor?”

A verdade é que estamos envolvidos num grande processo de geração de consciência que requer que todos olhem para o papel do sexismo em suas vidas. Você o reconhece quando ele se manifesta? E o que você faz a respeito dele?

***

FONTE MAIS DO QUE INDICADA: Brasil Post

 

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Leia essa informação importante

Vocês sabiam que serviços psicológicos podem ser realizados através da internet desde que atendam ao Código de Ética Profissional do psicólogo e à Resolução do CFP n.º 11/2012?

Abaixo compartilho um site confiável sobre o assunto para quem quiser conhecer e obter mais informações sobre os serviços. Compartilhem também, pois vocês podem ajudar alguém que não tem condições de se locomover com facilidade, esteja em locais distantes ou mesmo queira otimizar seu tempo através do uso da internet.

http://www.apsicanalistaonline.com.br/

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Você gosta de Florbela Espanca? Então não perca essa oportunidade!

Você gosta de Florbela Espanca? Então não perca essa oportunidade!

A Casa de Portugal de São Paulo traz o espetáculo Florbela Espanca – A Hora que Passa; um solo teatral sobre a vida e obra de uma das maiores poetas portuguesas.

A peça, que permanecerá em cartaz até 28 de setembro, vem recebendo excelente críticas em São Paulo.

O espetáculo estreou em março de 2014 em Portugal, no dia Mundial da Poesia, e percorreu 16 cidades em 40 dias de temporada internacional e agora estreia no Brasil.

Com direção de Fabio Brandi Torres, a atriz Lorenna Mesquita vive Florbela Espanca. Em sua última hora de vida, a poeta discorre sobre si mesma e questiona o papel da mulher na década de 20, com reflexões que ainda cabem para os dias atuais.

contioutra.com - Você gosta de Florbela Espanca? Então não perca essa oportunidade!
Apoio institucional da Casa de Portugal de São Paulo

A montagem é resultado de um processo de pesquisa desenvolvida ao longo de três anos com o estudo da obra de Florbela Espanca e visita às principais cidades portuguesas em que a poeta viveu – Vila Viçosa, Évora, Lisboa, Porto e Matosinhos – para conhecer de perto os ambientes e a cultura que a influenciaram. A atriz fala da emoção de interpretar a história da poeta: “quando conheci as poesias de Florbela Espanca, o que mais me chamou atenção foi a sua intensidade. Ela parecia viver exatamente o que escrevia. Um misto de amor e de dor. Ao reunir todo o material que acreditava não poder ficar fora de uma peça sobre Florbela, cheguei a uma dramaturgia que daria mais de três horas de espetáculo. Foi então que conheci o dramaturgo e diretor Fabio Brandi Torres em uma leitura de uma peça de Luis Eduardo de Sousa e o convidei para o projeto. O resultado, para mim, é uma linda colcha de retalhos que me emociona sempre que a toco. Espero que você se emocione também.”

SINOPSE

Em sua última hora de vida, Florbela Espanca repassa sua vida, relembrando os principais momentos, sempre fazendo menções também à sua obra. Ela começa contando uma parábola sobre vida, morte e destino que ela escreveu inspirada num conto indiano. Em seguida, começa a discorrer sobre o que pensa a respeito da vida, suas angústias, amores e dores. Florbela apresenta-se como uma mulher angustiada e ao mesmo tempo forte, mostrando quem ela é como pessoa e artista e pede para que a aceitem, pois só assim poderão lhe ter amor. Diz que sua dolorosa experiência ensinou que ela é só e que por mais que se debruce sobre o mistério de uma alma, nunca o desvenda, que o amor não passa de uma pobre coisa banal, incompleta, imperfeita e absurda. Sente-se triste, abandonada e só, pois tem esgotado todas as sensações artísticas, sentimentais e intelectuais. Sente-se afundar. Por fim, tem esperança de que alguém ao ler seus descosidos monólogos, realize o que ela não pôde: conhecer-se.

Abaixo, uma amostra da atuação de Lorenna Mesquita, recitando o poema “Amar”, de Florbela Espanca

A peça fica em cartaz até 28 de setembro

Teatro Mube Cultural

Horários:

Sábado:  20:30h

Domingo: 18:00h

Endereço: Avenida Europa, 218- Jardim Europa

(entrada pela Rua Alemanha, 221)

São Paulo, 01449-000

NOTA: Terão 50% de desconto as pessoas que informarem na bilheteria que são leitores da CONTI outra, artes e afins ou da página Mia Couto.

Joelhos machucados, por Patrícia Pinheiro

Joelhos machucados, por Patrícia Pinheiro

Por Patrícia Pinheiro

Andei sem inspiração para escrever. Pedi uma sugestão ao meu namorado e ele, rindo, respondeu: “Escreve sobre o teu joelho machucado”.

Escorreguei em uma rampa molhada e estou há mais de uma semana soltando “ais” a cada subida de escada. E quando eu esqueço que dói e faço movimentos bruscos? Socorro!

Pensando bem, acho que todos nós vivemos com joelhos machucados.

Somos obrigados a realizar nossas atividades rotineiras mesmo que a dor esteja lá, mesmo com a ferida, visível ou invisível.

Escorregamos, caímos e, ainda que seja necessário que alguém nos puxe, nos levantamos. Mas restam muitas pessoas carregando joelhos machucados por aí.

Muitos corações partidos bombeando sangue.

Muitos pés descalços correndo maratonas.

Muitos ombros pesados servindo de ombro alheio.

Vivemos na constante tentativa de esquecer da dor dos joelhos machucados, de mascará-la, postergá-la , até que venha a vida e os bata com força, escancarando-a.

E, assim, entre tapas e subidas, entre dias melhores e piores, entre gritos e lágrimas, algumas dores, eventualmente, vão embora.

Ao menos até que surjam outras rampas molhadas.

Abaixo, o texto na interpretação da escritora:

INDICADOS