15 filmes imperdíveis para quem gosta de psicologia

15 filmes imperdíveis para quem gosta de psicologia

Por Juliana Varella

O labirinto da mente humana pode revelar histórias muito mais curiosas, assustadoras ou surpreendentes do que imaginamos. Entre desvios de personalidade, manias, doenças degenerativas ou problemas de memória, confira 15 filmes que exploram os limites da psicologia:

Confira os melhores filmes que exploram transtornos psicológicos de formas surpreendentes

1- Psicose

Para quem gosta de psicologia, Norman Bates é um dos personagens mais interessantes para serem analisados em todo o cinema de Hitchcock. Bates é o gerente de um hotel na estrada, ao lado de sua mãe, que parece dominá-lo completamente. Quando uma criminosa aluga um quarto durante uma fuga, um assassinato abala o hotel e atrai a atenção da polícia.

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Psicose (Psycho, Alfred Hitchcock, EUA, 1960, 109 min) Divulgação

2- Um Estranho no Ninho

Jack Nicholson é um criminoso que, para escapar da sentença, alega desequilíbrio mental e é internado numa instituição. Lá, ele percebe a situação degradante em que estão largados os pacientes, reféns da atitude abusiva de uma enfermeira-chefe, e decide tomar uma atitude para mudar a situação.

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Um Estranho no Ninho (One Flew Over The Cuckoo’s Nest, Milos Forman, EUA, 1975, 133 min) Divulgação

3- O Silêncio dos Inocentes

Qual a melhor forma de compreender os passos de um serial killer, senão consultando outro serial killer? Essa é a missão de Clarice (Jodie Foster), uma agente do FBI que negocia com o prisioneiro Hannibal Lecter (Anthony Hopkins) para que ele a ajude a prender outro assassino, que ainda está à solta. Lecter é um vilão culto e sofisticado que usa a psicologia para manipular os agentes ao seu redor, inclusive Clarice, e conseguir sua liberdade.

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O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs, Jonathan Demme, EUA, 1991, 118 min) Divulgação

4- Melhor é Impossível

Jack Nicholson vive um de seus papéis mais divertidos como o obsessivo-compulsivo Melvin, um homem sem amigos e cheio de manias que desenvolve uma amizade incomum com uma garçonete (Helen Hunt), que considera-o desprezível. Quando ela precisa largar o emprego para cuidar do filho, sua tranquilidade é abalada e ele precisa tomar uma atitude.

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Melhor é Impossível (As Good As It Gets, James L. Brooks, EUA, 1997, 139 min) Divulgação

5- Gênio Indomável

Will (Matt Damon) é um jovem gênio, capaz de resolver problemas matemáticos complexos em minutos, mas que trabalha como zelador no instituto de matemática MIT. Arrogante e desconfiado, ele acaba encontrando alguém com quem pode se abrir no psicólogo Sean (Robin Williams). Durante suas sessões, ele começa a trabalhar em sua inteligência emocional, ao mesmo tempo em que ajuda o doutor a superar seus próprios problemas.

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Gênio Indomável (Good Will Hunting, Gus Van Sant, EUA, 1997, 126 min) Divulgação

6- Clube da Luta

Edward Norton e Brad Pitt vivem dois opostos no clássico de David Fincher: um é acomodado, entediado e sem atitude, enquanto o outro é abusado, agressivo e criativo. Quando eles se encontram, decidem montar um clube de lutas underground para aliviarem o estresse com violência. Aos poucos, a história vai revelando uma complexidade psicológica muito maior.

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Clube da Luta (Fight Club, David Fincher, EUA/Alemanha, 1999, 139 min) Divulgação

7- Amnesia

Depois de um evento traumático, Leonard (Guy Pearce) se tornou incapaz de formar memórias recentes. Já que sua última memória é a de sua esposa, que foi assassinada, ele decide desenvolver um sistema para tentar reunir as peças do seu passado e descobrir quem é o assassino.

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Amnesia (Memento, Christopher Nolan, EUA, 2000, 113 min) Divulgação

8- Uma Mente Brilhante

Personagens esquizofrênicos já renderam grandes histórias no cinema, e uma das mais famosas é a do matemático John Nash, interpretado por Russell Crowe. Nash era um homem brilhante e arrogante, até receber uma missão do governo envolvendo criptografia. A partir daí, sua doença evolui e ele começa a confundir imaginação e realidade, alcançando níveis insuportáveis para sua família e amigos.

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Uma Mente Brilhante (A Beautiful Mind, Ron Howard, EUA, 2001, 135 min) Divulgação

9- Cisne Negro

Neste drama psicológico com uma pegada de thriller, Natalie Portman interpreta uma bailarina que conquista o papel principal na peça “O Lago dos Cisnes”. O desafio é maior, porém, porque ela precisa viver os dois cisnes – o branco e o negro. Para compreender a dualidade, ela começa a entrar em contato com seu próprio lado obscuro, enfrentando o professor abusivo, a mãe superprotetora e a rival sedutora.

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Cisne Negro (Black Swan, Darren Aronofsky, EUA, 2010, 108 min) Divulgação

10- Poesia

Uma idosa, que cuida sozinha do neto e vem enfrentando os primeiros sintomas de Alzheimer, decide fazer um curso de poesia. Enquanto procura inspiração para seu primeiro poema, ela descobre que o garoto cometeu um crime e provocou o suicídio de uma colega. Tentando se manter forte e tomar as decisões certas, ela analisa as pessoas e o mundo ao seu redor, até finalmente encontrar sua resposta e seu poema.

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Poesia (Shi, Chang-dong Lee, Coreia do Sul, 2010, 139 min) Divulgação

11- A Pele que Habito

Num dos filmes mais poderosos de Almodóvar, Antonio Banderas vive um cirurgião plástico obcecado por um projeto misterioso envolvendo a criação de uma pele sintética e uma cobaia humana, que ele mantém aprisionada dentro de casa. Aos poucos, descobrimos o passado desse médico e vamos compreendendo seus objetivos e motivações, que se revelam cada vez mais doentios.

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A Pele que Habito (La Piel Que Habito, Pedro Almodóvar, Espanha, 2011, 120 min) Divulgação

12- O Lado Bom da Vida

Num plano geral, “O Lado Bom da Vida” pode ser descrito como um filme sobre pessoas julgadas como loucas, mas que na verdade sofreram traumas muito grandes e encontraram suas próprias formas de lidarem com eles. Bradley Cooper é Pat, um homem internado numa instituição psiquiátrica por tentar matar o amante da esposa. Quando ele é liberado e volta para a casa dos pais, conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), uma mulher que também tem seus problemas e que o ajuda a reencontrar seu equilíbrio.

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O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook, David O’Russell, EUA, 2012, 122 min) Divulgação

13- Dentro da Casa

Um professor de francês (Fabrice Luchini), desmotivado pelas redações fracas de seus alunos, se encanta pelos textos de um garoto em particular, chamado Claude (Ernst Umhauer). Claude explora suas visitas à casa de um dos colegas para escrever narrativas extremamente detalhadas e emocionantes. O problema é que, apesar de muito bons, esses textos revelam um voyeurismo preocupante, que evolui diante dos olhos do professor.

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Dentro da Casa (Dans La Maison, François Ozon, França, 2012, 105 min) Divulgação

14- Mommy

Um garoto-problema, uma mãe imatura e uma vizinha que parece querer compensar algum erro terrível do passado. É esse trio de personagens perturbados que Dolan comanda em “Mommy”, um filme sobre maternidade, boas intenções e suas consequências desastrosas. Quando o jovem Steve sai do internato, sua mãe Diane se esforça para sustentá-lo, mas a carência do menino torna sua vida muito mais difícil. As coisas parecem encontrar um equilíbrio quando a vizinha assume parte dos cuidados do garoto, mas, uma hora, a responsabilidade terá que voltar a cair nos ombros  de Diane.

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Mommy (Xavier Dolan, Canadá, 2014, 139 min) Divulgação

15- Para Sempre Alice

Julianne Moore vive uma professora de linguística de 50 anos com uma carreira respeitável, marido e três filhos. Um dia, ela começa a esquecer pequenas coisas, como palavras e lugares. Diagnosticada com Alzheimer precoce, ela mergulha numa angústia profunda, já que sabe que a doença não tem cura e evoluirá rapidamente, arrancando dela todo o orgulho e dignidade, junto com a consciência.

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Para Sempre Alice (Still Alice, Richard Glatzer, Wash Westmoreland, EUA/França, 2014, 101 min) Divulgação

Fonte indicada: Guia da Semana

Então é Natal?

Então é Natal?

Estamos a meses do Natal, contudo já é possível passar os olhos pelas gôndolas dos supermercados e vitrines de lojas e encontrar neles artigos natalinos. Na internet há quem compartilhe fotos com placas contando os dias para a chegada do papai Noel. Faltam mais de sessenta dias para a data, no entanto parece que ela será em apenas dois. Por quê afinal estamos a tocar no tempo a ponto de antecipá-lo dessa forma?

Falar sobre o tempo é algo muito complexo, contudo procurarei dedilhar a questão aqui para que possamos juntos entender esse fenômeno de antecipação, tocando também em questões relativas à percepção do tempo de indivíduo para indivíduo.

Antes de qualquer ponderação filosófica sobre o tempo é inegável dizer que a antecipação de datas comemorativas existe, dentre outras coisas, para ampliar a margem de vendas e consequente lucro do mercado. Dessa forma durante mais de sessenta dias as pessoas se sentem tentadas e podem consumir sem restrições serviços e produtos destinados ao Natal.
Outra questão interessante é que essa antecipação também vem de encontro à necessidade urgente que grande maioria das pessoas têm de escapulir do presente. Ou seja, quando eu penso no Natal sou impulsionado ao futuro, vislumbrando o Natal que será, ao mesmo tempo em que sou remetido ao passado, ao relembrar os Natais já vividos.

E por que tantos tentam escapulir do presente? Essa é uma outra questão de larga abrangência filosófica (voltaremos a ela mais adiante), contudo agora ouso dizer que é por achá-lo enfadonho, desconcertante em vários aspectos e recheado de obrigações cotidianas que exigem uma atenção iminente.

Mas voltando ao tempo, vocês já perceberam a concepção que temos dele é variável de pessoa para pessoa? Também já notaram que a nossa percepção de tempo pode variar drasticamente de um momento para outro?

A ideia de tempo para nós humanos tem muito a ver com o conceito de “dispersão” e “concentração”. Dessa maneira, assim como a luz, que em meio líquido se desacelera, o tempo quando estamos concentrados no presente também parece passar mais devagar por nós.

Essa nossa concentração no presente não tem a ver com a ideia de executar atividades no presente, pois essas atividades podem remeter nossa percepção ao futuro e ao passado, tirando-nos do aqui e agora e fazendo com que as horas pareçam passar rápido. Dessa forma, diferente do que afirma Simon Grondin, psicólogo da Universidade Laval, no Canadá ao apontar que “o tempo voa quando você não está prestando atenção nele”, o mais universal, ao meu ver, seria dizer que “o tempo voa quando você não está concentrado no presente”.

Então no trabalho o tempo pode voar? Sim, quando fazemos tarefas que nos dispersem do presente, sejam elas quais forem. E na praia o tempo pode demorar a passar? Pode também, se nos focarmos no que acontece naquele instante.

Exemplificando de forma mais pontual: se duas pessoas estão caminhando na rua e uma delas encontra um “chato” e a outra um velho amigo e ambas iniciam um diálogo, por vontade ou não, a primeira pessoa terá a impressão de que o tempo passa mais devagar, enquanto que a segunda terá a sensação de que o tempo corre depressa demais. Isso acontece porque no primeiro caso a pessoa está presa ao presente, pensando no impasse o qual vivencia com plenitude naquele momento e no segundo caso a pessoa está a acessar mentalmente sua bagagem passada para tirar dela informações e experiências ao mesmo tempo em que acessa e compartilha boas possibilidades futuras. Ou seja, no segundo caso ela não está concentrada unicamente no presente.

É interessante mencionar que existem aqueles que afirmam que para crianças o tempo parece passar mais devagar enquanto que para pessoas idosas o tempo parece voar. Existe uma ideia difundida de que o tempo funciona dessa forma pela diferença no percentual que cada minuto representa para cada um deles, tendo como parâmetro o tempo de vida de uma criança e de um idoso. Contudo, eu acredito que a ideia de “concentração” e “dispersão” explica de uma forma mais ampla esse conceito.

Exemplificando. Para um idoso suas percepções estão em menor parte ligadas ao presente e em maior parte em suas memórias passadas. O futuro abre assim espaço para o passado. No caso de uma criança pequena é o inverso. Há nela pouco passado, um largo presente e uma pincelada de percepção de futuro. Idosos estão quase sempre imersos em boas lembranças do mundo e pessoas que o acolheram no passado, enquanto que crianças quase sempre estão integralmente atentas ao presente e em como tudo nele funciona. Dessa forma cinco minutos para uma criança realmente podem parecer uma eternidade, enquanto que para alguém que não está efetivamente no presente podem parecer um lapso.

Outra questão interessante com relação ao tempo é que nós adoramos dividir o tempo em marcos (anos, meses, dias, etc). Esses marcos, metaforicamente, fazem suportável uma experiência ruim. Então se meu presente não me agrada, busco nos marcos temporais expectativas para o futuro ou razões para rememorar o passado. Então quando olho e vejo placas anunciando o Natal, ao me manter fixo na ideia dessa data futura, tirarei a concentração de meu presente e logo mais o Natal estará a bater em minha porta.

Entender essa nossa ânsia pela antecipação das coisas torna clara a ideia de que o presente nos assusta. Afinal, é no presente que lastimavelmente nos tornamos conscientes de nossa natureza servil dentro de um sistema monetário e é nele também que ficamos cara a cara com a nossa mortalidade, contudo é importante não esquecer que é no presente que nossas experiências são tecidas, dessa forma é válido que fiquemos nele o tanto quanto pudermos.

O filósofo Blaise Pascal foi um dos que se aprofundou no estudo dessa nossa conturbada relação com o presente e é com as palavras dele, que finalizo esse texto.

“E quando, depois de haver encontrado a causa de todas as nossas infelicidades, quis descobrir-lhes a razão, achei que há uma muito efetiva, que consiste na infelicidade natural de nossa condição fraca e mortal, e tão miserável, que nada nos pode consolar, quando nela pensamos de perto (…) Daí amarem tanto os homens o ruído e a agitação”.

(Agradeço a Rodrigo Pavanello pela orientação filosófica)

(Imagem meramente ilustrativa)

 Acompanhe a autora no Facebook pela sua comunidade Vanelli Doratioto – Alcova Moderna.

Por que a minha filha não vai para uma escola de princesas

Por que a minha filha não vai para uma escola de princesas
Fiquei com receio de escrever a respeito, quando soube da escola de princesas que chegou em Belo Horizonte. Já chegou causando polêmica ao responder via Facebook que meninos não podem participar, nem se eles quiserem muito. Ué.

“Ah, mas qual o seu problema com a escola de princesas? Sua filha não ama princesas?”. Bom, minha filha ama princesas, não vou negar. Mas aqui a gente assiste Coragem, o cão covarde. Amamos os personagens de Guardiões da Galáxia. Gumball. A hora da Aventura (que tem a princesa Jujuba que é incrível). Piramos na princesa Merida, que é fora do padrão de princesas Disney e luta pela sua individualidade, sem aceitar se casar por obrigação. Outra princesa que é muito citada por aqui é a Mulan. Nem preciso dizer que ela vai pra guerra defender o pai idoso e luta bravamente pelo seu país. A Fiona sabe lutar, se casa com quem ela escolhe e é uma ogra. Opção não falta para deixar de lado o estereótipo Princesa/sofredora/a espera de um príncipe/querendo salvação.

A escola de princesas já passa a ideia de formar meninas delicadas, do jeitinho que o patriarcado adora. A insistência em dizer que as meninas são princesas só reforça a ideia do sexo frágil, de que existem coisas e atitudes específicas para cada gênero, e isso não é verdade. Uma pena é que as famílias e a sociedade condicionam as coisas como “de menino” e “de menina”. Um exemplo: a menina usa rosa não só por gostar da cor, mas, por que a cor “dos meninos” é azul.

O engraçado é que hoje em dia vemos mulheres ocupando diversos cargos que já foram exclusivamente masculinos. O que devemos nos questionar é: fixar essas características de gênero é uma atitude justa e sensata? Obrigar as meninas a seguirem um currículo definido como feminino é justo? E se a princesa quiser jogar futebol? Será que ela e as amiguinhas vão encarar isso como natural? Ela terá de se privar desses prazeres por ser menina? Futuramente isso irá prejudicar em sua formação. Ela poderá se transformar em uma mulher objeto, abjeta de opiniões e, até mesmo, frígida. Complicado.

“Feche as pernas, menina! Não senta assim. Menina não fala palavrão, menina não beija, assim você não arruma namorado! Quem quer uma mulher que curte futebol? Isso é pra chamar a atenção. Mulher que é Mulher sabe cozinhar e cuidar da casa.” Bobagem. Mas, é tudo isso que ensinam para as meninas. E ser diferente, significa que você não é uma princesa.

Adultos têm a preocupação de que as meninas sejam meninas e meninos sejam meninos. A verdade é que criança é criança e criança precisa brincar. Quem a preocupa com isso são os adultos que não querem crianças, querem miniadultos. Por que, né, em pleno 2015, inauguram uma escola que ensina a “se portar”, estética, matrimônio e afazeres domésticos. Isso não te soa sexista?

Independente do que os pais quiserem, a criança tem que se descobrir. Precisa ver o mundo fora da bolha cor de rosa com barbies ou bolha azul com carrinhos. Meninos e meninas podem e devem brincar com o que quiserem.

E essa ideia de divisão de gêneros, tarefas e gostos influencia os meninos também. O menino cresce solto, pode fazer o que quiser. E fazer o que quiser implica em dominar uma menina/mulher numa relação injusta de poder em que ela, tadinha, é Princesa… E princesa pode sair dos moldes de princesa? Ela pode lutar pelos seus direitos? Ela pode se impôr? A gente aprendeu que ser princesa é ser delicada e super certinha… queremos realmente reforçar isso?

Acredito que exista a intenção de afirmar o papel da mulher na sociedade. Como mãe, dona de casa, como dama.
E quem foi que delimitou que somos apenas isso? Que ser mulher é ser x coisa?

Isso é horrível, é colocar na cabeça das nossas meninas que elas não podem ser nada além disso, que o papel delas não passa dali. É delimitar os seus sentimentos e vontades, é podar a imaginação. É padronizar.
Tornar uma menina princesa soa cruel. Não que seja errado, caso ela queira ser princesa, sabe? Mas acho que essa escola ensina que elas só podem ser isso. E meninas podem ser princesas, astronautas, mecânicas… podem ser o que bem entenderem.

Nós podemos ser tudo e muito mais, pelo simples fato de sermos mulheres e podermos fazer o que quisermos. E acho que é isso que devemos ensinar para nossas meninas, não essa coisa boçal de ser princesa, com etiqueta, bons modos e falar até sobre matrimônio com… crianças!

Conheci uma menina que andava vestida que nem “menino” durante um bom tempo da infância até o inicio da pré-adolescência além de gostar de andar de skate e viver toda ralada (sdds época da Avril Lavigne). Mas, ao mesmo tempo, ela sempre gostou de cozinhar e fazer roupas pras as bonecas. Hoje ela é uma mulher que não anda sem maquiagem, mas que adora esportes radicais, porque não precisa se encaixar em padrão nenhum. Esse é um bom exemplo de que não existe preto no branco, personalidades são cinzas e formadas de experiências únicas.

Meninas podem ser o que quiserem. Meninos também.
Deixem as meninas serem crianças! Mas se for a princesa Lea, podemos considerar essa possibilidade. 🙂

Tarja Branca- documentário brasileiro sobre a arte de brincar

Tarja Branca- documentário brasileiro sobre a arte de brincar

Por Marcia Berman Neumann e Marcela Alice Bianco

O documentário “TARJA BRANCA: A REVOLUÇÃO QUE FALTAVA”, dirigido por Cacau Rhoden (Brasil, 2013) nos insere de maneira inspiradora e criativa na pluralidade do ato de brincar e nos convida, a partir dos depoimentos de adultos de diferentes gerações, profissões e origens, a resgatar esse universo lúdico e vivencial presente na brincadeira.

O documentário começa apresentando diversas brincadeiras e depoimentos sobre o brincar. Nos mostra um pouco da cultura popular brasileira e da espiritualidade como manifestações da alegria em que se fala, por exemplo, em brincar carnaval, brincar maracatu, etc.

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O ser brincante significa uma unidade que vivencia a conexão com seu eixo, sua essência. Aprofundar essa característica do brincar é aprofundar o humano de cada um. Nossa ancestralidade nos conecta com uma cultura indígena onde as crianças crescem com muita liberdade de experimentar através do corpo, da dança, da alegria e da Natureza uma educação diferenciada. A Alegria está contida em nosso povo e é reconhecida como característica do Povo Brasileiro. Olhar para nossa pátria assim é uma possibilidade de esperança!

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Uma grande reflexão do filme é sobre o brincar como não apenas uma diversão. É algo tão sério que pode ser considerado uma revolução – principalmente para os adultos. O brincar, algo tão ancestral nosso, tão importante, tão intrínseco, tem sido subvertido ao longo dos séculos negativamente. Ganhou uma conotação de algo não sério, não tão importante, e considerado, às vezes, até de perda de tempo.

Mas afinal, o que é o brincar?

Essa palavra tem origem latina. Vem de vinculum que quer dizer laço e é derivada do verbo vincire, que significa prender, encantar. Vinculum virou brinco e originou o verbo brincar, sinônimo de divertir-se.

Brincar é natural para a criança. Atividade que a leva às descobertas da vida e onde se inicia a linguagem humana.

Quando uma criança brinca ela está conectada com seu interior, com seu corpo, ela é uma unidade brincante. Nesse momento ela está entregue a um estado de consciência que a liga a seu campo energético, ao seu eixo. O puramente mental coloca-se de lado e dá-se espaço para a linguagem da alma.A linguagem da alma é O BRINCAR!

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O contato direto que a criança faz com essa pulsação da vida se manifesta na forma de alegria, nos olhos que brilham de prazer frente à vida que se revela, nos sorrisos e gargalhadas carregados de inocência e vitalidade.

O brincar possibilita a criança dar forma às suas ideias, fantasias e a compreensão do cotidiano de forma lúdica. Isso é estruturante para a construção da identidade desse Ser que, ao brincar, experimenta a vida que o cerca. Vivencialmente o brincante explora a Natureza, as sensações, constrói laços de amizade e cumplicidade com o entorno.  Ou seja, brincando a criança dá sentido ao viver.

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Como reforça Maria Irene Crespo Gonçalves, “o ato de brincar constrói, dá consciência, dá responsabilidade”.

A criança vem com um impulso curioso, um desejo de conhecer e explorar o meio que a cerca. É assim que começa a compreender o mundo interno e externo. Conforme brinca e explora, pode experienciar e nomear seus sentimentos. Conectar-se com o que há fora e dentro dela, aprender seus limites e suas potencialidades. Brincar possibilita então o vínculo e promove o autoconhecimento!

O brincar tem seu tempo e espaço próprio. Como dito acima, o brincar nada tem a ver com a racionalidade, ele pertence à esfera corporal e à Natureza. Portanto, a criança PRECISA interagir com as estações do ano, com as variações do clima, com a terra, com a água, com o ar. Privar uma criança disso é de certo modo uma violência, uma privação a livre experiência, ao aprendizado de um modo puro, pois inibe-se a linguagem natural, a manifestação do humano e, às vezes, a criatividade.

Brincar é o recurso que abre o portal da imaginação. E isso não vale somente para as crianças, mas para os jovens e adultos também.

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Aqui temos uma questão bastante séria e importante: o TEMPO!

Numa sociedade agitada e materialista, o tempo e mais precisamente a falta dele, nos impõe uma vida e uma rotina muito acelerada. Nestas condições, muitos adultos ficam conectados apenas à instância mental ou racional, distanciando-se de suas próprias emoções, sensações e da Natureza. Somos treinados a realizar muitas tarefas, a ter bom desempenho no trabalho, a TER muitas coisas. Mas e nossa capacidade criativa, a alegria, o brincar, o SER, como ficam?

Muitas vezes, ficam espremidos, reprimidos e alguns adultos (e crianças!), buscam resgatar essa conexão interior através de recursos como:  meditação, yoga, terapia. Segundo Maria Amélia Pereira, terapia e escola têm função nesta vida moderna de resgatar a vida humana aprisionada. São crianças aprisionadas em carteiras, entupidas de conteúdo, privadas da imprevisibilidade da vida que o brincar contém!

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Como diz Maria Amélia Pereira, “nós somos uma resposta ao universo”. Ao nascer temos um potencial integral para a revelação de quem nós somos. Porém, a socialização e a educação reprimem partes desse potencial em prol daquilo que uma determinada cultura e sociedade acredita que seja o caminho a seguir.

Assim, ganha-se a internalização das regras para um bom convívio social, mas corre-se o risco de perder a conexão com a criatividade, com esse impulso de vida natural, com a alegria e até com o ato de brincar! São crianças e adultos duros, agitados, com pouco senso de humor, entristecidos ou ansiosos.

Temos uma ideia que o brincar não combina com a aprendizagem. Tememos que, se a criança somente brincar, ter liberdade para fazer aquilo que a realiza ela não vai ser nada na vida. E assim, muitos pais e educadores, mesmos que bem intencionados, bombardeiam os pequenos com mil atividades extracurriculares, destinadas a cumprir um curriculum que inclui esportes, línguas, kumon, etc. Projeta-se a vida para o futuro, para o vestibular, para a profissão.

Nesta direção, o brincar livre e a possibilidade de viver a experiência estão ameaçadas pela falta de tempo atual, pela necessidade dos pais de tentar proteger suas crias da frustração e do contado com seus sentimentos. Se a criança vive a liberdade de experimentar suas possibilidades, ela descobre seus limites por si mesma. Cabe ao adulto estar ao lado e falar a língua da criança, ou seja, ter uma postura que possibilite a experiência. E isso significa dar a ela o seu TEMPO. Respeitar a singularidade do desenvolvimento de cada indivíduo. Dar a elas tempo para brincar com seus brinquedos ou simplesmente para não fazer “nada”.

Segundo o sociólogo e filósofo italiano Domenico De Masi, devemos nos atentar que não fazer nada e ócio criativo são diferentes. “Espero que o ócio criativo não seja confundido com não fazer nada. Hoje, ócio criativo significa trabalhar, se divertir e aprender”, diz ele.

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O nosso lado lúdico pode nos transformar! Pois brincar é em si mesmo. E “a criança que brinca é uma criança animada. A alma está ali presente!” (Maria Amélia Pereira).

Mas, como podemos usar o instinto lúdico na nossa vida? Indo atrás da felicidade, do seu próprio desejo, isso é o brincar. Quando pensamos assim, vamos além do contato interior com nossa criança. Podemos pensar sobre como gastamos nosso tempo e se estamos verdadeiramente conectados conosco. Porque ao estarmos ligados nesse eixo temos tempo para nos ouvir, para criar, viver o presente sem tantos medos e ansiedades. Ter um pouco mais de HUMOR, rir de si, usufruir da dança, da cultura popular de nosso país e de nossa alegria!

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Essa criança interna que habita em você pode estar adormecida, esquecida, mas pode e deve ser resgatada para uma vida mais feliz, com mais humor e com menos remédios.

Convivemos com a medicalização para não entrar em contato com sentimentos, com a ansiedade, a tristeza e a mágoa, etc. A capacidade de nos frustrar está muito reduzida. Mas, evitar tais sentimentos é nos privar de um pedaço de nós. O documentário ganhou o nome “Tarja Branca” justamente inspirado nesta questão.

Mas, é nesse momento de repressão do brincar puro que podemos ter justamente a oportunidade de enxergar sua importância! Podemos pensar que uma mudança de paradigmas já começou. Nela a escola seria um grande laboratório de experiências, reflexões e vínculos. Uma alfabetização social, onde a informação não é conhecimento, e sim, a experiência, onde o tempo de cada um é valorizado.

Seria entender que todo adulto contém dentro de si uma criança e que ele pode sim, mantê-la viva conectando-se com seu eixo, com o brincar nesse sentido de vínculo e de alegria. Brincar é o combinar das potencialidades humanas, da ancestralidade, do COLETIVO mas, o resultado dessa mistura é puramente PESSOAL!

Assim, como diz a pedagoga Maria Amélia Pereira:

“Brincar é usar o fio inteiro de cada ser. Quando você está usando o seu fio inteiro da vida, você está brincando. Só quando você vai inteiro para fazer algo, o resultado é verdadeiro. Assumir a experimentação e a brincadeira como práticas constantes na nossa vida e o papel de protagonistas do reencantamento do mundo é de uma coragem que requer muita simplicidade e coração de criança. A alegria e as percepções afetivas da vida só são possíveis quando a gente brinca. Brincar é mostrar ao mundo que você está por inteiro”.

​Que as sementes que a reflexão que esse documentário nos traz, floresçam em cada um de nós e possibilite um encontro com a própria criança interior, com nosso fio de vida inteiro e com a alegria de viver. Afinal, brincar é coisa séria!

Se você quer saber mais sobre como foi nossa discussão, assista o vídeo com os comentários na íntegra:

Este texto foi produzido pela Comissão Organizadora do Cine Sedes Jung e Corpo com base nas reflexões realizadas durante o evento realizado em Agosto de 2015, com os comentários da Professora e Psicóloga Junguiana Maria Irene Crespo Gonçalves e da Pedagoga Maria Amélia Pereira (Péo).

A reprodução no site Conti outra é autorizada.

O Cine Sedes Jung e Corpo é uma atividade extracurricular do curso Jung e Corpo: Especialização em Psicoterapia Analítica e Abordagem Corporal do Instituto Sedes Sapientiae de São Paulo.

É um evento gratuito e aberto ao público geral organizado pelos professores do curso em conjunto com ex-alunos e ocorre todas as últimas sextas-feiras dos meses letivos do curso.

Para maiores informações acompanhe o Blog do Cine Sedes Jung e Corpo

Ou curta sua Página no Facebook: https://www.facebook.com/Cine-Sedes-Jung-e-Corpo

Sim, elas podem ser cruéis

Sim, elas podem ser cruéis

Por MARTHA MENDONÇA

Aos 7 anos, T. convenceu seus pais, profissionais liberais de Belo Horizonte, a demitir duas empregadas domésticas. O motivo alegado: elas batiam nele. As duas negaram as agressões, mas o menino chegou a apresentar uma marca roxa no braço. Um ano depois, nova queixa sobre outra empregada. Revoltado, o casal decidiu colocar câmeras escondidas. O que viram foi uma surpresa: T. era o agressor, com pontapés e atirando brinquedos. No fim de uma semana, perguntaram se a empregada havia batido nele novamente. Choroso, T. respondeu que havia sido surrado na cozinha – onde as imagens não mostravam nada. Diante das sucessivas mentiras, foi castigado.

Três anos depois, reincidiu. Com os pais já separados, adquiriu o costume de tirar dinheiro da carteira dos dois, dizendo ao pai que era a mesada da mãe, e vice-versa. Os pais só descobriram a farsa durante uma discussão sobre dinheiro. Pouco antes, uma empregada fora mandada embora da casa da mãe depois do sumiço de R$ 50. T. disse que a vira pegar a nota. Diante disso, os pais concluíram que o menino precisava de tratamento. Poucas sessões depois, o diagnóstico foi duro: ele apresentava o chamado transtorno de conduta, nome formal para a velha “índole ruim”.

“Não é fácil a sociedade aceitar a maldade infantil, mas ela existe”, diz Fábio Barbirato, chefe da Psiquiatria Infantil da Santa Casa, no Rio de Janeiro. Ele explica que a criança ou adolescente que tem essa patologia pode se transformar, na vida adulta, em alguém com a personalidade antissocial – o termo usado hoje em dia para o que era chamado de psicopatia. “Essas crianças não têm empatia, isto é, não se importam com os sentimentos dos outros e não apresentam sofrimento psíquico pelo que fazem. Manipulam, mentem e podem até matar sem culpa”, diz Barbirato. Por volta da década de 70 do século passado, teorias sociais e psicanalíticas tentaram vincular esse comportamento perverso à educação e à sociedade. Nos últimos anos, porém, os avanços da neurologia sugerem a existência de um fenômeno físico: imagens mostram que, nas pessoas com personalidade antissocial, o sistema límbico, parte do cérebro responsável pela empatia e pela solidariedade, está desconectado do resto.

Um obstáculo para o tratamento de crianças com sinais de transtorno de conduta é o próprio tabu da maldade infantil. O senso comum afirma que as crianças são inocentes – uma crença que resulta da evolução histórica da família. Até o século XVII as crianças eram consideradas pequenos adultos e muitas nem sequer eram criadas pelos pais. No século XVIII, isso mudou. A família burguesa fechou-se em si mesma, dentro de casa. O lar virou um santuário e a criança o centro dos cuidados e das atenções. Foi o nascimento do sentimento de infância, dentro de um grupo que agora tinha como laços o afeto e o prazer da convivência. Se a criança é o eixo do sentimento moderno de família, ela não pode ser má. Eis o tabu. Criança, aparentemente, não pode ser vilã.

As escolas, porém, desmentem isso: elas costumam ser o palco diário das maldades das crianças com transtorno de conduta. A psiquiatra carioca Ana Beatriz Barbosa Silva, autora do best-seller Mentes perigosas, diz que crianças e adolescentes com esse distúrbio costumam estar por trás dos casos mais graves de bullying. Em maio, ela lançará Bullying – Mentes perigosas nas escolas, com foco na maldade infantil. “É típico do jovem com transtorno de conduta saber mentir e manipular para que os outros levem a culpa”, afirma. Barbirato faz uma ressalva. “Pequenas maldades e mentiras são absolutamente comuns na infância. De cada 100, cerca de 97 têm comportamento normal e, ao amadurecer, saberão diferenciar o certo do errado e desenvolverão a empatia”, diz.

contioutra.com - Sim, elas podem ser cruéisMas, e os 3% que faltam? Serão obrigatoriamente personalidades antissociais na vida adulta, seres sem empatia? Os especialistas são taxativos ao afirmar que não se cura transtorno de conduta. Ele será, no máximo, amenizado se tratado a tempo e houver sempre algum tipo de vigilância. Na maior parte dos casos, porém, isso não acontece. E o resultado de ninguém ter notado esses sinais durante a infância aparece de forma trágica. “Essa criança poderá ser um político corrupto, um fraudador, até um torturador físico ou emocional, chegando a um assassino em série”, diz Ana Beatriz.

Os especialistas afirmam que não se cura
transtorno de conduta, mas ele pode ser amenizado

Há um tempo foi noticiado um caso extremo ocorrido na Pensilvânia, Estados Unidos. Jordan Brown, de apenas 11 anos, deu um tiro na nuca da namorada do pai, grávida de oito meses. O menino chegou a conseguir enganar a polícia dizendo que uma caminhonete preta havia entrado na propriedade da família. Mas a arma foi encontrada em seu quarto. A polícia não entendeu a motivação do crime. “Há casos em que a explicação é simplesmente uma curiosidade mórbida”, afirma Ana Beatriz. “Todos nós, quando pequenos, temos essa curiosidade. Mas, por volta de 4 ou 5 anos, começamos a ter a percepção do outro. O que não acontece com quem tem o transtorno de conduta.” A falta de tratamento dessas crianças é, muitas vezes, consequência da ignorância ou da falta de recursos. Mas não só. A estrutura familiar de hoje, com pais trabalhando fora o dia todo e com tendência a dar poucos limites aos filhos, favorece o desenvolvimento do transtorno de conduta. Qualquer criança que não é repreendida pelo pais sobre seus erros tende a crescer pouco civilizada. Se ela tem uma tendência antissocial, não haverá amarras para esse comportamento.

O relato de um psiquiatra do Rio Grande do Sul mostra quanto é difícil pais assumirem a necessidade de tratamento dos filhos. Em 2008, ele teve como paciente R., de 11 anos. A menina colocara fogo na mochila de uma colega de turma. Repreendida por professores e pais, teve como reação apenas rir. No ano anterior, fizera o mesmo com o rabo do cachorro de uma prima. Questionada, disse apenas que a prima não merecia ter um cachorro. Durante o tratamento, R. afirmou ao psiquiatra que não nutria nenhum sentimento especial em relação aos pais.”Ela tinha um olhar frio e uma ironia extremamente precoce para sua idade. Não sentia culpa. R. me tratava como um empregado”, diz o psiquiatra. Depois de um ano de tratamento, os pais acharam que ela estava melhor e poderia interromper as sessões. “Ela os manipulou – e disse a mim, explicitamente, que fingiria estar melhor e conteria seus atos. Contei a eles, mas não acreditaram em mim”, afirma. R. jamais voltou a seu consultório.

Matéria publicada pela Revista Época e adptada pela Conti outra.

Tom Jobim estava errado: é possível ser feliz sozinho, diz estudo

Tom Jobim estava errado: é possível ser feliz sozinho, diz estudo

Ao contrário do que cantou Tom Jobim, aparentemente é possível, sim, ser feliz sozinho — e isso quem diz é um estudo da Universidade de Auck­land, não algum sucesso qualquer de funk ou pagode. Feita com neozelandeses de 18 a 94 anos, a pesquisa revelou que, diferentemente das pessoas que buscam intimidade, aquelas que preferem evitar conflitos são mais felizes solteiras, independentemente do gênero ou do período da vida em que se encontram.

Até agora, estudos sobre relacionamentos costumavam indicar que os comprometidos são ligeiramente mais felizes e saudáveis que os solteiros. A lógica parece simples: o apoio de um parceiro ajudaria a lidar com o estresse cotidiano, o que provocaria maior sensação de bem-estar. “Mas mesmo as melhores relações podem ser difíceis e expor o indivíduo a mágoas e decepções”, explica a autora do estudo, a psicóloga Yuthika Girme. Em alguns casos, são motivo inclusive de ansiedade e depressão. E, para certas pessoas, passar por isso simplesmente não vale a pena.

Segundo a psicóloga, existem duas maneiras de construir relacionamentos: buscando intimidade ou evitando conflitos. Enquanto pessoas do primeiro grupo buscam oportunidades de tornar os vínculos mais intensos e se sentem mais satisfeitas quando estão comprometidas, aquelas que preferem evitar desentendimentos ou brigas costumam ser mais felizes solteiras.

Em contrapartida, explica a autora, estar solteiro aumenta a possibilidade de melhorar a relação com parentes e amigos e de dedicar-se a hobbies, à carreira e a outras atividades que podem proporcionar bem-estar. “Embora ainda exista pressão para você namorar ou casar, a solteirice está se tornando cada vez mais comum e nem sempre é sinônimo de insatisfação ou tristeza”, diz Girme.

Fonte: Revista Galileu

1% da população mundial concentra metade de toda a riqueza do planeta

1% da população mundial concentra metade de toda a riqueza do planeta

2015 será lembrado como o primeiro ano da série histórica no qual a riqueza de 1% da população mundial alcançou a metade do valor total de ativos. Em outras palavras: 1% da população mundial, aqueles que têm um patrimônio avaliado em 760.000 dólares (2,96 milhões de reais), possuem tanto dinheiro líquido e investido quanto o 99% restante da população mundial. Essa enorme disparidade entre privilegiados e o resto da Humanidade, longe de diminuir, continua aumentando desde o início da Grande Recessão, em 2008. A estatística do Credit Suisse, uma das mais confiáveis, deixa somente uma leitura possível: os ricos sairão da crise sendo mais ricos, tanto em termos absolutos como relativos, e os pobres, relativamente mais pobres.

No Brasil, a renda média doméstica triplicou entre 2000 e 2014, aumentando de 8.000 dólares por adulto para 23.400, segundo o relatório. A desigualdade, no entanto, ainda persiste no país, que possui um padrão educativo desproporcional, e ainda a presença de um setor formal e outro informal da economia, aponta o relatório.

contioutra.com - 1% da população mundial concentra metade de toda a riqueza do planeta

Em O Preço da Desigualdade, um dos últimos livros de Joseph E. Stiglitz, o Nobel de Economia utilizou uma poderosa imagem da Oxfam para ilustrar a dimensão do problema da desigualdade no mundo: um ônibus que por ventura transporta 85 dos maiores multimilionários mundiais contém tanta riqueza quanto a metade mais pobre da população mundial.

Hoje, essa impactante imagem, plenamente em voga, ganha a companhia de outras que deixam latente a crescente desigualdade entre os privilegiados e o resto do mundo: um de cada 100 habitantes do mundo tem tanto quanto os 99 restantes; 0,7% da população mundial monopoliza 45,2% da riqueza total e os 10% mais ricos têm 88% dos ativos totais, segundo a nova edição do estudo anual de riqueza publicado na segunda-feira pelo banco suíço Credit Suisse, feito com dados do patrimônio de 4,8 bilhões de adultos de mais de 200 países.

O que causou esse novo aumento da disparidade? A entidade financeira aponta a melhora dos mercados financeiros: a riqueza dos mais ricos é mais sensível às subidas de preço de ações de empresas e outros ativos financeiros que a do restante da população. No último ano, os índices de referência dos mercados das principais bolsas europeias e norte-americanas, o Eurotoxx 50 e o S&P 500, subiram mais de 10%.

Outro dado dá base à tese do aumento da desigualdade: ainda que o número dos muito ricos (aqueles que têm um patrimônio igual ou superior aos 50 milhões de dólares [195 milhões de reais]) tenha perdido aproximadamente 800 pessoas desde 2014 por conta da força da moeda norte-americana frente ao resto das grandes divisas, o número de ultrarricos (aqueles que têm 500 milhões de dólares [1,95 bilhão de reais]) ou mais aumentou “ligeiramente”, segundo o Credit Suisse, para quase 124.000 pessoas. Nem sequer o ajuste pela taxa de câmbio é capaz de neutralizar o aumento. Por país, quase a metade dos muitos ricos vive nos EUA (59.000 pessoas), 10.000 deles vivem na China e 5.400 vivem no Reino Unido.

Com esses dados, não é de se estranhar a satisfação mostrada na segunda-feira pelo responsável pela Gestão de Patrimônios do Credit Suisse para a Europa, o Oriente Médio e a África, Michael O’Sullivan: seu negócio não deixou de crescer desde o estouro da maior crise desde a Segunda Guerra Mundial. “Nossa indústria está em pleno crescimento, a riqueza seguirá com sua trajetória de subida”. Suas previsões não podem ser mais eloquentes. O número de pessoas com um patrimônio superior a um milhão de dólares (3,9 milhões de reais) crescerá 46% nos próximos cinco anos, até chegar aos 49 milhões de indivíduos.

Toda a riqueza mundial em seu conjunto, por outro lado, crescerá até 2020 um robusto, mas inferior, índice de 39%. Na Espanha, o número de pessoas com patrimônio superior a um milhão de dólares (3,90 milhões de reais) chegou em 2015 a 360.000 pessoas, 21% a menos do que no mesmo período em 2014. A Espanha é o nono país que mais perdeu milionários no último exercício. Da mesma forma que o restante da zona do euro, a evolução é distorcida pela fragilidade do euro frente à moeda norte-americana.

A classe média chinesa já é a mais numerosa do mundo

A China, o melhor expoente dos anos dourados dos emergentes que começam a chegar ao seu fim, já é o país do mundo com mais pessoas na classe média. Segundo o relatório anual de riqueza mundial do Credit Suisse, 109 milhões de moradores do gigante asiático têm ativos avaliados entre 50.000 e 500.000 dólares –195.000 a 1,95 milhão de reais–, a categoria estabelecida pelo banco suíço. Essa quantidade equivale à renda média de quase dois anos e oferece uma proteção “substancial” contra a perda de emprego, uma queda brusca na entrada de rendimentos ou um gasto de emergência.

Ainda que a distribuição de renda na China esteja muito distante de ser igualitária, a expansão da classe média seguiu um caminho paralelo à evolução de sua economia: com um crescimento maior – o gigante asiático cresceu dois dígitos em oito dos últimos 20 anos e se transformou na imagem do milagre emergente – mais pessoas entram na classe média. Em 2015, o Estado asiático superou os EUA (92 milhões) como o primeiro país em número de pessoas na classe média. O Japão (62 milhões de habitantes na classe média), a Itália (29 milhões), a Alemanha (28 milhões), o Reino Unido (28 milhões) e a França (24 milhões).

Diferenças regionais

Por região, 46% da classe média mundial vive na Ásia-Pacífico; 29% moram na Europa, berço do Estado de bem-estar social, e 16% na América. Em termos relativos, por outro lado, a América do Norte – com os Estados Unidos e o Canadá na liderança – aparece como o maior expoente da classe média, com 39% dos adultos dentro dessa faixa, seguida pela Europa, onde um em cada três maiores de idade são classe média. A proporção desaba na América Latina (11%) e na Ásia-Pacífico, a região mais povoada do globo e na qual somente um em cada 10 habitantes está dentro da categoria estabelecida pelo Credit Suisse.

Segundo os números da entidade financeira, 664 milhões de pessoas em todo o mundo podem ser consideradas de classe média, somente 14% da população adulta global. Dessa cifra, 96 milhões de pessoas (2% do total), têm uma riqueza avaliada em mais de meio milhão de dólares (1,95 milhão de reais).

Na imagem de capa: Vista aérea da Villa Certosa, a mansão de Silvio Berlusconi na Sardenha. / GTRES

Fonte indicada: El País

É assim que o amor morre

É assim que o amor morre

Por Diana Cantor Martinez

Amanda acaba de chegar do trabalho e com pressa, corre de um quarto ao outro procurando seu vestido e seus sapatos para o coquetel anual de fim de ano na empresa em que trabalha. Com a ilusão de que este ano Francisco irá acompanhá-la, ela termina de se arrumar, mas os minutos passam, já é hora de ir e Francisco ainda não chegou. Ela decide sair, pois não quer chegar atrasada. Já na reunião, ela recebe uma mensagem de Francisco: “Acabei de chegar em casa e estou exausto, aproveite a sua noite.”

Esta é uma história que entre eles já se repetiu uma ou outra vez. Praticamente nunca saem juntos. Tudo começou anos atrás, quando Amanda começou a sair sozinha porque Francisco não gostava muito de encontros sociais. No entanto, nas reuniões de família também é óbvia a distância e afastamento entre os dois. Em um dia normal Amanda geralmente chega primeiro em casa, ela nunca espera Francisco para jantar e quase nunca espera acordada.

Na noite do coquetel, enquanto todos os colegas de trabalho de Amanda chegavam à festa acompanhados por seus cônjuges, uma sensação de melancolia e solidão a invadiu. Ela pensou no quanto amava Francisco e desejava de todo coração que ele estivesse lá com ela naquele momento. Na reflexão profunda daquela noite ela compreendeu que os dois eram responsáveis pela frieza e indiferença entre eles. Decidida a não deixar o amor entre eles morrer, ela voltou para casa nessa noite quase imediatamente. Ao chegar, Francisco ainda estava acordado assistindo televisão. Ele ficou surpreso ao vê-la e perguntou a ela o que aconteceu e por que ela havia voltado tão cedo. Amanda ficou em silêncio enquanto trocava de roupa e silenciosamente repassava a melhor forma de abordar a questão. Inesperadamente algo facilitou as coisas para ela. Francisco falou da sala: “De qualquer forma, estou feliz por você estar aqui.”

Por que o amor morre?

Quase sempre o amor acaba por pequenos detalhes que acabam por se tornar fortalezas intransponíveis, difíceis de destruir. Leia abaixo quais são esses comportamentos e o que você pode fazer.

1. Não solucionar as diferenças a tempo

A oportunidade para resolver pequenos dilemas do cotidiano é fundamental para evitar grandes conflitos que geram ressentimento.

Nunca deixe que o dia termine sem resolver diferenças, problemas, pequenas situações cotidianas. O que normalmente acontece é que às vezes o casal decide não se desgastar ou foge para evitar uma discussão. No entanto, quando um grande problema surge, vêm à tona todos os desacordos não resolvidos e é aí que as discussões desencadeiam conflitos de grandes proporções que, eventualmente, vão matando o amor.

2. Aceitar comportamentos que são prejudiciais para a relação

Quando uma das duas partes do casal assume comportamentos que vão contra o relacionamento, e o outro aceita passivamente, a mágoa é imediata. No caso de Amanda, que decidiu ir às reuniões sociais sozinha porque Francisco não gostava delas. Minha sugestão é que cheguem a acordos, mas evitem a distância a todo custo. Na história encontramos outro claro exemplo desses comportamentos: Amanda sempre jantava sozinha e não esperava seu marido acordada. Provavelmente Francisco chegava tarde, o que favorece o comportamento de Amanda; no entanto, o casal deve combater tais situações, seja à procura de outros espaços para compartilhar ou chegar a acordos sobre o que é saudável para a estabilidade do casamento e, especialmente, para manter o amor intacto.

3. Deixar de expressar o amor fisicamente

A distância emocional nasce no plano físico, se o casal começa a se afastar fisicamente, a afeição já não é expressa através de abraços e beijos, o amor também começa a morrer. Na maioria dos casos, quando isso ocorre por longos períodos de tempo, é muito difícil de quebrar o gelo para iniciar o contato novamente, então não permita que isso aconteça. Outra coisa importante são as palavras carinhosas, nunca deixe de expressar ao seu cônjuge, com palavras especiais, o quão importante ele é para você.

4. Esquecer as datas especiais

E não apenas datas especiais, mas minimizar tudo o que é importante para sua pessoa amada. Enquanto a pessoa dentro do casamento deve tender a cuidar de sua própria identidade, há um espaço no qual é criada a identidade do casal. E essa identidade dever ser construída a partir de coisas que os unem e identificam como casal. Leia neste artigo algumas ideias românticas para ajudá-lo na sua tarefa de manter o amor em seu casamento.

5. Cair na monotonia

Um compromisso da vida de casado é reinventar-se como individuos e como casal. Monotonia é letal para o amor e, enquanto estes períodos de tédio e apatia vêm, é necessário não permitir que eles se acomodem entre os dois.

Fonte indicada: Família

Pessoas virais que consomem- conheça os tipos e como lidar

Pessoas virais que consomem- conheça os tipos e como lidar

Por PATRICIA RAMÍREZ

  • Elas chegam, nos contagiam com suas emoções negativas e nos deixam sem forças
  • Defender-se e proteger-se desse tipo de pessoas é uma obrigação
  • Conter os virais vitimistas não é abandoná-los, mas convidá-los a assumir as rédeas

Com certeza você já se viu alguma vez numa situação em que, depois de conversar com um amigo, se sentiu desolado, contemplou o mundo com mais tristeza e menos entusiasmo do que antes de começar a conversa, ou pensou: “Nossa, nunca acontece nada bom com esse amigo, ele está sempre reclamando”. E em situações extremas, você ouviu o telefone tocar, viu o nome de quem estava ligando e deixou de atender porque sabia que essa pessoa, de alguma maneira, ia complicar sua vida: contar um problema novo ou continuará falando de seu assunto único, em geral com a temática “desgraça”. A pergunta que sempre se faz depois de passar um tempo com pessoas virais é: “E que necessidade tenho eu de ficar ouvindo isso?”.

Quem são as pessoas virais? São aquelas que chegam e contagiam de mau humor, de tristeza, de medo, de inveja ou de qualquer outro tipo de emoção negativa que até aquele momento seu corpo não tinha manifestado. É como um vírus: chega, se espalha, faz você se sentir mal e quando você se afasta, pouco a pouco, volta a seu estado natural e, com sorte, esquece.

A origem da pessoa viral é variada: o mau gênio, a inveja, a falta de consideração, o egoísmo, a estupidez ou a falta de tato. O importante é ter recursos suficientes para se proteger do contágio. O mundo está cheio de pessoas virais de diferentes tipos, umas menos daninhas e outras bem más, que deixam lembrança e cicatriz.

Virais passivos. Nessa categoria incluo os vitimistas, os que colocam a culpa de todo o seu mal em quem está em volta, nunca são responsáveis pelo que lhes acontece de ruim porque são os outros ou as circunstâncias que provocam seu mal-estar. Se você os ouve e está bem, pode até se sentir uma má pessoa por desfrutar do que os vitimistas não têm. E não porque não tenham a possibilidade de fazê-lo, mas porque aprenderam a ganhar a atenção pela queixa e isso é cômodo. Sentem-se maltratados pela vida e abandonados pela sorte. Sem dúvida, fazem sentir-se mal quem não presta a atenção ao que acreditam ser merecedores. Com essas pessoas, você sofrerá o contágio dos vírus da tristeza, frustração e apatia.

Virais caras-de-pau. São os que sempre pedem favores, mas nunca estão atentos às necessidades dos outros. Não mantêm relações bidirecionais nas quais dão tanto quanto recebem. Tiram dos outros sem perguntar se tudo bem, se precisam de ajuda, se podem emprestar naquele momento. São egoístas e egocêntricos e, no momento em que suas necessidades deixam de ser satisfeitas, começa a crítica e a chantagem emocional. Com essas pessoas você sofrerá o contágio do vírus do “sinto que estão abusando de mim”, do aproveitamento e da resignação.

Virais críticos. Vivem a vida dos outros, porque a deles não é suficiente. A vida deles é cinza, chata ou frustrante demais para se falar dela, então destroem tudo que está à sua volta. Não espere palavras de reconhecimento para os outros nem que falem de forma positiva de ninguém, porque ver que os outros estão bem potencializa sua frustração como pessoas. Não sabem competir sem destruir o outro. Arrasam como Átila. Com essas pessoas, você sofrerá o contagio do vírus da desesperança, da vergonha, até da culpa, se participar da crítica. E a culpa logo trará o vírus do remorso.

Virais preconceituosos.Mantenha-os bem longe. São ressentidos com a vida, porque não foram capazes de administrar a própria ou porque a vida não foi como imaginavam. Antecipam que as pessoas são interesseiras e não esperam nada bom delas. Tudo é interpretado de forma negativa, todo o mundo é visto com má intenção. Vivem em um constante ataque de ira, como se o mundo lhes devesse algo. Não suportam que outros tenham sucesso, esforço e força de vontade, porque menosprezam ainda mais essas atitudes de superação. Com essas pessoas, você sofrerá o contágio do vírus da vulnerabilidade, da insegurança, da impotência e da ansiedade.

Virais psicopatas. Para quem não sabe, não é preciso ser serial killer para ser psicopata. O psicopata é aquele que inflige dor aos demais sem sentir a menor culpa, remorso e sem se sentir mal. Há muitos assim, que não sujam as mãos. São os que humilham, faltam com o respeito de propósito, batem, ameaçam e fazem com que o outro se sinta ridículo, menosprezado e sem autoestima. Diante deles, saia correndo, porque o que fazem uma vez, repetem. Se permite que o maltrate, você acabará pensando que esse é o tratamento que merece. Com essas pessoas você sofrerá o contágio do vírus do medo e do ódio. Muito difícil de erradicar, permanece por muito tempo em sua memória.

Mecanismos de defesa. Para evitar o contágio dos virais vitimistas, a primeira coisa a fazer é interrompê-los. Diga que está ali para ajudá-los a tomar decisões e solucionar problemas, mas não para ser o lenço no qual afogam suas mágoas sem se envolver. Essas pessoas se acostumam a chamar a atenção por suas desgraças, mas são incapazes de se responsabilizar e agir porque optam pelo caminho mais fácil: chorar.

Diga a elas que ficará encantado em ajudar se elas se mobilizarem. E, se não o fizerem, afaste-se de alguém que tomou a decisão de ser um parasita a vida toda. Você não está abandonando, está lhe dando estímulo para agir. Se decidir não tomar as rédeas da própria vida, ser seu lenço também não será uma ajuda. A mesma energia que se gasta reclamando é a energia empregada para buscar soluções. A primeira opção consome e paralisa, e a segunda, soma.

Diante do vírus de pedir, use o antivírus de dizer não. Se você não fizer prevalecer suas necessidades e prioridades, os outros também não o farão. Uma coisa é ser solidário e outra muito diferente é estar à disposição de todos e não nunca para si mesmo.

Não permita que a pessoa viral crítica faça julgamentos de outras pessoas que não estejam presentes. Se fizer isso com os outros, também fará quando você não estiver presente. Não entre nesse jogo nem se identifique com essa conduta. Diga que não gosta de falar de pessoas que não estão presentes. E se se trata de rumores, diga que não tem a certeza de que o rumor seja verdadeiro. Os rumores, na maioria das vezes, são infundados, falsos ou exagerados. Propagam-se como o vento e, apesar de que logo se comprova que são falsos, o dano está feito. Aja como gostaria que fizessem com você, com respeito, discrição e veracidade. É mais importante ser ético do que evitar um conflito com um crítico.

E, por fim, não permita que ninguém lhe falte com o respeito e muito menos o maltrate física ou psicologicamente. Como pessoas, todos merecemos um tratamento digno. Peça ajuda, coloque-se em seu lugar, não dê uma segunda chance a quem o machucou. Quem machuca não gosta de você; pare de justificar o outro por seu passado, seu caráter, sua educação, o álcool ou seus problemas. Nada, absolutamente nada, autoriza a falta de respeito e os maus-tratos físicos e psicológicos. E isso é válido no âmbito familiar, profissional e entre os amigos.

Cerque-se de pessoas de bem, que gostem de você e que demonstrem isso, que lhe façam feliz, com as quais saia com as baterias recarregadas. Temos a obrigação de ser felizes e aproveitar. Há muita gente disposta a isso. Não as deixe escapar. As pessoas estão aqui para se ajudar, somos uma equipe.

Fonte indicada: El Pais

O amor é uma força que produz amor

O amor é uma força que produz amor

Um dos principais erros cometidos em relação ao amor é entendê-lo tão somente como uma sensação agradável que se experimenta por acaso. Não há duvidas de que os acasos façam parte do amor, afinal, este possui um encantamento que foge à razão e, como diz Kundera: “Para que um amor seja inesquecível, é preciso que os acasos se encontrem nele desde o primeiro instante […]” Todavia, o amor vai além e requer esforço e desprendimento.

O amor, desse modo, depende muito mais do amante que do ser amado, embora se ache o contrário. Enquanto estamos preocupados com o amor que o outro nutre por nós, não conseguimos sair da esfera individual, em que a relação deve ter como princípio basilar o meu favorecimento. Não que a reciprocidade não seja importante, muito pelo contrário, mas uma troca estabelecida sob esses pilares tende a ruir, haja vista a separação entre os amantes.

Somente quando entendo que o amor é uma ação positiva, que vai além de um caso episódico, posso entender que devo estabelecer-me de forma criativa na relação, em que de fato olho o outro como o polo principal ao qual devo dar-me. Assim, livro-me de uma ideia de compulsão e enxergo-me como um ser livre que decide estar fundido a outro. Dito de outra forma,

“O amor é uma ação, a prática de um poder humano, que só pode ser exercido na liberdade e nunca como resultado de uma compulsão.”

Sendo assim, o amor é uma construção, uma ação positiva, em que me entrego ao outro. Busco destruir a parede que me separa do outro, de modo que possa construir memórias junto com o outro e compartilhe sentimentos, alegrias, dores, angústias e prazer. Ou seja, dou, ao outro, o meu melhor, tudo o que há de mais vivo em mim e que, necessariamente, o tornará mais vivo.

“Que dá uma pessoa a outra? Dá de si mesma, do que tem de mais precioso, dá de sua vida. Isto não quer necessariamente dizer que sacrifique sua vida por outrem, mas que lhe dê daquilo que em si tem de vivo; dá-lhe de sua alegria, de seu interesse, de sua compreensão, de seu conhecimento, de seu humor, de sua tristeza – de todas as expressões e manifestações daquilo que vive em si.”

Em uma sociedade em que o egoísmo é tão presente, torna-se difícil imaginar uma relação em que entrego o melhor que possuo a outra pessoa. No entanto, quando não consigo dar-me ao outro, isento-me da relação e, por conseguinte, do amor. Não consigo perceber como é enriquecedor tornar a vida do outro mais prazerosa e estar presente quando este necessita de um ombro amigo. Não consigo sentir alegria em proporcionar um sorriso em um dia triste. Não consigo perceber a potência que há no ato de dar.

Desse modo, torno-me um cego que não se preocupa com o erguimento da relação, pois somente quando me dou isento de uma recompensa, preocupo-me de fato com o crescimento do outro. Somente quando torno o outro maior do que é, construo bases fortes em uma relação. Uma vez que,

“De modo mais geral, o caráter ativo do amor pode ser descrito afirmando-se que o amor, antes de tudo, consiste em dar e não receber.”

Isso não significa, mais uma vez, a desimportância da reciprocidade, mas, antes, a sua reafirmação, pois, em uma relação em que ambos entendam a sua importância na relação, isto é, enxerguem-se como sujeitos ativos, há uma troca muito maior e verdadeira de amor, uma vez que o ato de dar do seu melhor ao outro representa a mais alta vitalidade e alegria de que o amor pode se revestir.

Quando me entrego verdadeiramente, transmito a sinceridade necessária ao amor. Torno-me mais forte ao esforçar-me pelo outro. Torno-me mais feliz ao plantar poesias no coração do ser amado. Torno-me o melhor que posso ser ao dar ao outro o que mais ele precisa. Quando entrego ao ser amado aquilo que há de mais precioso no coração, recebo um amor que renova os ânimos e acalma a alma, porque, inegavelmente,

“O amor é uma força que produz amor.”

Para um homem na primeira vez de uma mulher

Para um homem na primeira vez de uma mulher

Quando vier para o amor, venha com o melhor de si e ao me tocar não se esqueça de abrir os olhos e enxergar a vontade e o desejo meu, mas também a ansiedade e o medo que vivem em mim.

Lembra que todas mulheres levam na bagagem um bocado de expectativas e que muitas delas dizem respeito à primeira vez em que na cama se entregam a alguém.

Ser o primeiro a puxar a cortina que guarda esse momento é como encenar uma mágica tomando para si a responsabilidade de fazer a magia do encantamento e entrosamento acontecer.

Vem então, ludibria os meus olhos e encanta minha mente. Tomando cuidado para caber em mim na medida certa.

Lembra que eu nunca amei, lembra que meu corpo nunca foi de um alguém e que ele clama agora temeroso pelo toque seu.

Descobre o que há em mim que desconheço. Ensina-me o amor da carne. Me possui com o teu carinho e enxerga quem sou. Esquece aquilo que sai dos lábios meus pela ansiedade que me chacoalha por dentro.

Apodera-se de mim e me faz esquecer que preciso saber o que não sei. Me domina, calando com beijos todas as coisas ruins que me contaram antes de eu aqui estar.

Eu tenho receio de não saber me fazer amar e quero desesperadamente ficar, mas as vezes o medo em mim é largo e me faz querer correr para longe ao imaginar expostas as fragilidades minhas.

Você é a felicidade que sempre busquei e tê-lo tão perto, sentindo teu cheiro inundar meu mundo, me faz lembrar que as vezes o amor é tão bom que nem parece verdade.

Estremece então minha razão e entorpece meu mundo até que em uníssono nossos corações sejam apenas um.

Sorri dos meus receios bobos, das minhas vergonhas infundadas, da minha ignorância em não saber nada sobre o prazer do corpo meu e tenha comigo amor, cuidado e afeto.

Pega-me como se eu fosse um pássaro buscando voltar para o conforto do ninho e resgata em mim tudo o que posso ser de melhor.

Faz-me descobrir como é estar ao teu lado sem me deixar queimar pela beleza do que é tão atraente e ao mesmo tempo desconhecido.

Preocupe-se comigo e não se evada de mim. Mantenha seus olhos fixos nos meus e sua boca na minha na medida em que toma o corpo meu. Rasga todas minhas dúvidas e me mostra que você é bonito no corpo, na mente e no espírito ao me puxar pra si e se dar a mim, amando-me e enchendo-me de tudo que é.

E assim eu estarei repleta de você, em júbilo, na alegria de ser mulher na tua medida exata, certa de que o amor e seu êxtase dizem respeito não a um, mas a nós dois.

Fotografia de capa: Raul_Romo

“Palavras são mágicas, são como encantamentos sublimes que nos levam para onde quisermos, seja esse onde um lugar ou uma pessoa”. Acompanhe a autora no Facebook pela sua comunidade Vanelli Doratioto – Alcova Moderna.

 

Mais uma desculpa para dizer não!

Mais uma desculpa para dizer não!

Chega um feriadinho e a gente logo pensa em como aproveitar da melhor maneira possível :Um passeio, uma reunião com os amigos, quem sabe uma visita aos parentes, pintura da casa, colocar a casa e a vida no lugar.

Mas então a gente começa a se preparar para seja-lá-o-que-for que estamos planejando e… sem pedir qualquer licença se instalam as nuvens negras da tempestade imaginária que vai cair a qualquer momento nas nossas vidas, só porque resolvemos planejar algo mais divertido do que trabalhar e cumprir a rotina fielmente.

Não que trabalhar e viver a rotina sejam coisas negativas, pelo contrário, são essas repetições que regem nosso calendário e fazem os momentos de pausa serem tão valorizados. Mas, penso que não nos demos conta de alguns paradigmas que andamos criando nos últimos tempos.  No dia a dia não temos muitas opções, pois devemos trabalhar e cumprir os afazeres em qualquer situação, com chuva e sol, calor e frio, trânsitos, greves, mal humor,  dores e dores (para todas as variações).

Mas, e que fique bem claro que não estamos falando de nenhuma patologia e sim dos truques que usamos para nos vitimizar, no momento em que consideramos a possibilidade de ousar nos divertir e relaxar, aí o mundo desaba e os pânicos preenchem todos os espaços que deveriam pertencer ao prazer.

  • Vamos ao parque, passar o dia de papo para o ar! – Não podemos, vai chover, vai ventar, o mundo vai se acabar.
  • Vamos combinar um encontro, amigos de escola, há tanto tempo não nos vemos! – Eu não posso, preciso levar meu cão para tosar; – Eu confirmo depois, talvez também não possa; – Pode ser outro dia? (gostaria de estar mais confiante, mais elegante, mais fascinante…)
  • Vamos visitar aqueles parentes que sempre nos convidam! – Não, vamos pegar muito trânsito! – Talvez eles nem estejam em casa!
  • Vamos mudar nosso ambiente, pintar as paredes, os móveis, mudar tudo de lugar! – Não, sinto receio de não me sentir mais em casa!
  • Vamos viajar, ver como é a vida em outro lugar! – Não, não sei se vou gostar da comida; – Não sei se conseguirei dormir; – Não sei se serei capaz de ver gente vivendo de forma mais descomplicada e simples.

E são tantos “vamos” e “nãos” que acabamos concluindo que vivemos com uma cartela de pânicos que nos impedem de dar um passo a mais em favor do nosso conforto.

Sim, porque enfrentamos tudo para ir ao trabalho, mas queremos que o prazer bata à nossa porta,  para nos livrar dos perigos.

É hora, pois, de pensarmos que,  se não enfrentarmos todos esses receios, eles certamente nos engolirão sem piedade, e nossa vida será um emocionante “conto de nadas”!

‘Tive que ficar de luto por minha própria morte’, diz policial que voltou de síndrome do encarceramento

‘Tive que ficar de luto por minha própria morte’, diz policial que voltou de síndrome do encarceramento

Como policial, a britânica Clodagh Dunlop já teve muitas experiências de dar medo.

Mas, após sofrer um derrame em abril, ela enfrentou um desafio ainda maior: a síndrome do encarceramento.

“Foi a experiência mais assustadora da minha vida”, disse ela.

Por quase três meses, Clodagh, que é da Irlanda do Norte, não conseguia falar nem se movimentar. Ela só podia se comunicar piscando. No entanto, sua mente funcionava normalmente.

A síndrome do encarceramento é uma paralisia dos músculos do corpo que afeta uma pequena parcela das vítimas de AVCs (acidentes vasculares cerebrais) ou de traumas graves no cérebro. Não há tratamento ou cura para a doença, e a recuperação é muito rara.

Clodagh é uma dessas exceções. Na primeira entrevista à rádio que concedeu após recuperar a fala, ela disse à BBC que, enquanto seu corpo estava completamente paralisado, ela se mantinha completamente consciente de tudo que acontecia a seu redor.

‘Estou aqui’

“Lembro de tudo, desde a hora em que acordei na UTI”, disse. “Foi uma experiência muito surreal. Eu queria gritar para todos: ‘Estou aqui’. Via que minha família e meu parceiro, Adrian, estavam tristes e queria reconfortá-los, mas não podia fazer nada. Você se torna um prisioneiro em seu próprio corpo.”

Foi no dia do seu aniversário, em maio, que Clodagh começou a mostrar sinais de que poderia escapar dessa prisão.

“Uma amiga minha me visitou e eu estava tentando dizer a ela que eu queria remédios”, disse. “Eu tinha um quadro com letras para soletrar o que queria e piscava para dizer isso, mas ela não parava de tentar adivinhar o que eu queria.”

“Fiquei com muita raiva. Gritei com ela e essa foi a primeira vez que eu consegui fazer barulho e meus braços se mexeram um pouco. Fui de brava para feliz. Foi um momento marcante.”

Luto
A síndrome do encarceramento afeta determinadas áreas do cérebro, e Clodagh teve que reaprender a fazer coisas básicas, como respirar e engolir.

Agora, ela está reaprendendo a andar, em um hospital de Belfast. No longo prazo, seu objetivo é voltar a correr mais de 6 km por dia, como costumava fazer.

“Tive que ficar de luto por minha própria morte”, pondera. “A pessoa que eu era ainda está dentro de mim, mas tive que aceitar que nunca mais serei aquela pessoa. Tenho que deixar ela para trás.”

“Aprendi muito sobre humildade e compaixão. Você é um observador silencioso do mundo quando está trancado em você mesmo. Quero compartilhar minha experiência para ajudar outras pessoas e fazer a diferença.”

“Hoje, olho para trás e penso que eu era uma jovem notável. É uma chance que a maioria das pessoas não tem, elas nunca apreciam quem elas são. Sempre querem ser melhores.”

Clodagh trabalhou como policial na cidade de Londonderry, a segunda maior da Irlanda do Norte, por oito anos. Em 2012, ela ganhou um prêmio de policiamento comunitário.

Ela espera, um dia, pode retornar as suas funções.

“Adoraria voltar ao trabalho. Amava Derry e as pessoas de lá. Ficaria muito orgulhosa se um dia pudesse voltar.”

Fonte indicada: BBC Brasil

10 maneiras terríveis pelas quais pais estão machucando filhos

10 maneiras terríveis pelas quais pais estão machucando filhos

Por Renata Finholdt

Com certeza queremos tudo do bom e do melhor para nossos filhos e muitas vezes usando este raciocínio acabamos fazendo mal a eles. Tentando acertar, com frequência erramos, e quando nos damos conta disso já pode ser tarde demais, pois ajudamos a criar adultos completamente egocêntricos.

1. Passamos a adorá-los

Atendemos todas as suas vontades e desejos, compramos tudo o que eles nos pedem, e passamos não só a amá-los, mas adorá-los. Além de pais somos seus maiores fãs e eles nossos ídolos. Até que ponto tudo isso é saudável? É preciso ter cuidado com certos radicalismos que prejudicam o bom desenvolvimento infantil.

2. Aceitar suas limitações

Muitos pais não aceitam que seus filhos tenham suas próprias limitações, todos nós temos. Supervalorizam seus pequenos e não aceitam que ninguém diga o contrário.

3. Confundir nossos anseios com os deles

Muitos pais frustrados por não terem se tornado algo que sonhavam em sua juventude, se veem transferindo este sonho para seus pequenos. Fazem de tudo para que eles realizem os sonhos que ficaram em seu passado e com isso vivem as vitórias de seus filhos sem ao menos questioná-los se este também é o sonho deles.

4. Serem amigos ao invés de pais

Com o desejo de agradar os pequenos alguns pais passam a fazer o papel de melhores amigos ao invés de pais. Os filhos precisam de pais presentes, que ensinam, cobram, dão carinho e amor. Muitas vezes estes mesmos filhos ficarão bravos com seus pais, mas no futuro entenderão que tudo o que foi feito foi para o bem deles. Quando assumimos o papel de amigos neste relacionamento de pais e filhos corremos o risco de esquecermos de impor os limites necessários para que não fiquem chateados conosco.

5. Competir com os filhos dos outros

Se o filho do vizinho faz cursos extracurriculares e o seu filho não, os pais competitivos tendem a colocá-los em mais cursos do que os do vizinho a fim de mostrar aos outros que o seu pequeno é melhor. Parece uma atitude horrível, mas muitas famílias têm a necessidade de mostrar superioridade e acabam tratando seus filhos como negócios ao invés de agirem simplesmente promovendo o bem-estar dos pequenos.

6. Pular a infância dos pequenos

Criança precisa brincar, divertir-se, correr, desenhar, pintar para desenvolverem-se felizes e sadias, porém, muitos pais aproveitando-se da beleza dos pequenos ou até mesmo de algum dom ou talento fazem com que estes tenham uma vida de adulto em plena infância. Os pequenos trabalham e estudam e não têm tempo para aproveitarem a fase da infância.

7. Faça o que eu digo e não faça o que eu faço

Agir de acordo com o que você ensina a seus filhos é uma coerência necessária aos pais. Eles observam a todo o momento nossas ações e as gravam em suas mentes muito mais do que nossas palavras.

8. Conhecer os pequenos

Quais são os talentos de seus pequenos? O que eles realmente gostam de fazer para divertirem-se? Há pais que têm em sua mente uma lista engessada de coisas que as crianças devem fazer e tentam a todo custo implementá-la dentro de sua família. Há meninas que não gostam de brincar com bonecas, mas isso não as deixa menos femininas que outras. É importante conhecer os pequenos.

9. Falta de diálogo

Quem disse que criança não sabe conversar? Não só sabe como tem muito a dizer. Ter um tempo para conversar com ela e saber como foi seu dia na escola, as coisas que gosta, quem são seus amigos é muito importante para que se sintam importantes e parte de uma família.

10. Subestimar

Nunca permita que de sua boca saiam palavras que ofendam seus filhos, certos insultos ficarão gravados no coração deles pelo resto de suas vidas e o pior é que passarão a acreditar que são aquilo mesmo que você disse, afinal os pais o veem desta forma.

Criar os filhos é uma tarefa árdua, mas muito compensadora. Cuide dos seus limites para não exagerar em algumas atitudes, muitas vezes temos a tendência de jogar uma bomba para matar um único pernilongo.

Fonte indicada: Família

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