Pequeno guia para lidar com Pessoas Introvertidas

Pequeno guia para lidar com Pessoas Introvertidas

“Em um mundo que celebra comportamentos extrovertidos incessantemente, os introvertidos têm grande chance de ficar com uma má reputação.

Há coisas que os introvertidos gostariam que você soubesse sobre eles e que ajudariam na convivência e nas relações. Por exemplo, introvertidos não são anti-sociais ou deprimidos. Na verdade, muitos os admiram pelo seu jeito independente e que mantém as pessoas calmas, concentradas e seguras. As pessoas amam os introvertidos. Entretanto esse “caminho” só é aparente para os amigos mais íntimos.”

Ler mais: 15 coisas que os introvertidos nunca vão te dizer

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Bonecas de carne e osso

Bonecas de carne e osso

Mulheres com jeitinho de meninas podem ser muito atraentes; enxerga-se ali um misto de inocência e audácia que pode mexer com os mais recolhidos instintos. Fêmeas sedutoras, parecem bonecas saídas de uma caixa de cristal: a pele lembra a mais fina seda; o sorriso é um encanto; as curvas do corpo esguio bem torneado e flexível; os cabelos impecáveis, parecem ter sido esculpidos em torno do rosto perfeito.

Essas tão cobiçadas mulheres podem parecer um sonho. No entanto, no decorrer do tempo de convivência; no frigir dos ovos; no chacoalhar dos dias; na irregularidade inevitável de uma vida de verdade, podem se transformar num terrível pesadelo, para si mesmas e para quem convive com elas.

Em um mundo regido pelas aparências, não é de se admirar que a maioria das mulheres acabe por sentir que há algo ou quase tudo errado com elas. A mídia vende a ideia de que todas nós somos perfeitamente capazes de nos espremer numa rotina de 10 ou 12 horas de trabalho (muito bem remunerado, é claro!); dedicar ao menos uma hora diária à prática de atividades físicas; empenhar tempo para encarnar verdadeiras Vênus da sedução amorosa; mais um outro tanto de tempo para nos informarmos e estarmos sempre antenadas; e, caso tenhamos tido a coragem de formar uma família, que sejamos esposas e mães alegres, amorosas, bem-humoradas, organizadas… E, é claro: LINDAS!

O fato, é que aquela vida da mocinha da propaganda não existe para nós, mortais. Não mesmo! De jeito nenhum! O que existe é uma experiência possível que exige de nós um grau considerável de maturidade e equilíbrio para entender que a rotina desumana de trabalho vai nos sair mais cara do que somos capazes de imaginar. Que atividade física é essencial, mas não pode ser uma forma de tortura física e mental (Experimente, por exemplo, dançar como se o mundo fosse acabar, e sem que ninguém assista, lógico!). Que namoro bom, é namoro solto, que traga alegria, energia e intimidade para a vida e não exija de nós a prática de um joguinho chato e ridículo de sedução para “manter a chama acesa” (Ahhh, e gente casada também pode namorar, viu?! Inclusive com o próprio cônjuge). Que conhecimento é um bem de extrema importância, para fazer a gente ser mais iluminada e flexível e não mais soturna e endurecida; e que ser mãe e esposa não é tarefa de especialista, é parte do nosso processo de humanização no mundo; é habilidade que se aprende aos poucos, e, de preferência enquanto respira.

Assim, sejamos um pouco mais compreensivas com aquelas de nós que não acharam outra saída, a não ser encarnar uma espécia de “Barbie Forever”. Sejamos compreensivas a ponto de entender o processo de plastificação da pessoa, diante de uma sociedade que é implacável com quem ousa “ser fora da curva e pensar fora da caixa”. Mas, caso tenhamos a difícil tarefa de ter de conviver com um exemplar da espécie; e caso a tal pessoa seja alguém do nosso ciclo afetivo, cuidemos para não alimentar o monstrinho. Não é uma tarefa muito fácil! Essas mulheres se magoam com muita facilidade; foram privadas de experiências de maturação afetiva porque perderam tempo demais tentando agradar alguém.

Encaremos pois, como uma missão de amor. No caso da “moça” (algumas já não são mais assim tão moças há algum tempo), exagerar na dose do “anestésico facial” para reduzir as linhas de expressão, a ponto de parecer que ela virou pedra, sejamos solidárias e corajosas o suficiente para dar “um toque”. Isso na verdade, é ser amiga de fato. Amigos de fato ajudam a gente a não perder o rumo de forma irremediável, em qualquer circunstância.

E nessas alturas já deve ter gente torcendo o nariz! Porque o texto é preconceituoso; porque isso deve ser algum recalque; porque as mulheres lindas feito bonecas são mesmo vítimas de inveja e blá, blá, blá! Tudo bem! Cada um , ou uma, de nós, faz de sua vida exatamente o que bem entender! Escrevo aqui apenas a minha singela opinião acerca da maravilhosa aventura e desventura que é nascer, crescer e virar uma mulher madura e inteira.

Que a imagem idílica da “mulher boneca” não tire de nós o direito de amar as nossas belas e únicas imperfeições! Que o nosso amor pela vida seja muito mais forte do que a obstinação por um corpo perfeito e um rosto sem marcas! Que sejamos lindas, com nossa pele da cor que é; com nossas sardas e pintas; com nossas curvas a mais ou a menos; com nosso cabelo de cachos, sem cachos, ralinhos ou perdidos na contingência de uma enfermidade mais séria. Que ao olhar no espelho, sejamos capazes de nos reconhecer em nossa espetacular e única forma de ser!

Cada “não” que me machucou foi mais útil do que todo “sim” que me iludiu

Cada “não” que me machucou foi mais útil do que todo “sim” que me iludiu

 

É interessante como, na maior parte das vezes, só iremos nos conscientizar da importância do que nos aconteceu depois que o tempo passar, quando estivermos bem longe daquilo tudo. Parece ser necessário sairmos do meio do redemoinho, para então enxergarmos de fato a sua real dimensão, a força de suas ações e as consequências de suas extensões.

Por essa razão é que devemos tentar não tomar decisões em meio ao calor dos acontecimentos, tampouco tirar conclusões sobre o que está ocorrendo, pois muito provavelmente estaremos nos precipitando à realidade dos fatos. Muitas vezes, o que parece bom acabará se revelando inútil ou danoso, ao passo que aquilo que nos desola e desagrada poderá vir a ser benéfico e útil para nossas vidas.

E isso diz respeito principalmente àqueles momentos em que nada parece sair como queríamos, em que a frustração é a resposta aos nossos anseios, em que nos negam a realização de nossos sonhos. As propostas de emprego que nos recusam, as relações amorosas de que nos expulsam, a compra que não dá certo, a viagem que não se realiza, as provas que nos reprovam, tudo isso devasta e machuca, mas, incrivelmente, também pode – e deve – aumentar nossa motivação e nossa persistência em não desistir.

Não é fácil, mas adotarmos uma postura não derrotista após as negativas da vida nos traz aprendizados e força de caráter. Refletir sobre as causas do que não deu certo, no sentido de mudarmos nossas atitudes e melhorarmos nosso comportamento, para não incorrermos nas mesmas falhas, para nos tornarmos melhores como pessoas e profissionais, acabará nos levando ao encontro de um destino feliz, mais cedo ou mais tarde.

Caso conseguíssemos tudo o que quiséssemos, caso fôssemos amados por todos que escolhêssemos, caso os empregos viessem até nós facilmente, não teríamos que sair do lugar e, sem movimento e luta, ninguém supera nem aprende nada. Ninguém há de querer a complascência alheia isenta de sinceridade, pois queremos passar verdade e confiança e não ser dignos de pena. Quanto mais nos esforçamos para obter o que queremos, mais valor damos às nossas conquistas, porque conquista de fato então houve.

É preciso lutar pelo que queremos e deixar ir o que não teremos, o que não é nosso. Afinal, o amor que nos negam não seria o verdadeiro; o emprego que nos escapa não nos serviria; o bem que não conseguimos adquirir não nos seria útil; o amigo que nos deixa não seria o que traz sinceridade. Deem licença de pensarmos assim, não para nos agarrarmos a ilusões e falácias, mas para nos preenchermos com esperança, com ideais motivadores e que não nos permitam estacionar jamais.

Quando somos verdadeiros e lutamos pelo que queremos, acabamos protagonizando a nossa própria história, junto às pessoas certas, no emprego que nos cabe, rodeados daquilo que conforta na medida exata do que temos a oferecer. Isso então nos bastará e nos tornará felizes e realizados, a cada nova conquista, sem falsidade, sem exageros, sem ausências.

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Imagem de capa: Pexels

Ganha mais da vida quem não perde a fé no sonho

Ganha mais da vida quem não perde a fé no sonho

Lá vai alguém que sonha. Vai pisando seus medos, sofrendo sua ansiedade. Para, respira, sente fome, perde o apetite, foge de sabe-se lá o quê, senta na grama, levanta, dorme, acorda, cantarola, chora. Lá vai alguém que sonha seu caminho leve, procura o sol entre uma sombra e outra e sofre o peso de cada passo, desvia de buracos, armadilhas, arapucas, alçapões. Lá vai alguém que sonha.

Vai em cima da hora, acelera na estrada à tardinha. Anda só na companhia de alguém que sangra, que parte e que há de voltar. Segue adiante. Erra o caminho, perde entradas, ignora saídas. Diminui o passo quando vê um obstáculo, passa devagar, olha ao redor. Acelera quando sente perigo. Foge, segue em frente.

Lá vão seus pequenos sonhos de grandeza. Suas manias e obsessões e seus medos insuportáveis, sua solidão dolorosa. Lá vai seu olhar passeando os caminhos de gente desconhecida, suspeitando amor em cantos esquecidos onde a vassoura não entra. Vai alguém ali, esperando em seu desespero, escorregando entre o barulho vazio de seus dias e o silêncio rumoroso de suas noites.

Entre os que se entrincheiram à esquerda e à direita, ignorando o quanto estamos todos na mesma linha de tiro, no meio e no alvo da bomba, vai alguém em sua perplexidade, sonhando histórias simples de amor e saudade. Lá vai uma pessoa a quem brilhantes pensadores político-filosóficos classificariam como ingênua ou demagoga porque ainda se compadece de quem tem fome, na África ou na esquina.

Vai ali alguém em sua alegria triste, seu riso chorado, seus cabelos em desalinho e seus desvios impecáveis. Lá vai alguém achando que vai mudar o mundo, sim. Devagar, no ritmo lento e teimoso de seus passos, mas vai, ah, vai.

Em sua arte de atravessar a rua na frente dos carros apressados e forçá-los a pisar no freio, vai alguém que sofre e chora sua raiva e seu desencanto porque sonha. E quem sonha leva ao passeio um cachorro livre que não aceita sua coleira, escapa ligeiro por debaixo do portão e lhe morde a cara com força e sem remorso se o ameaçam em sua liberdade.

Caminhando apressado para longe dos malditos idiotas e sua sanha raivosa de tudo nivelar por baixo, vai alguém em seu olhar perdido. Vai acreditando que a vida podia, talvez nunca seja, mas bem podia ser tão simples quanto um pente que lhe falta entre as tesouras e toalhas e cortadores de unha da casa.

Pelas calçadas onde bate o sol, lá vai alguém que sou eu e é você e somos nós e os nossos sonhos. Alguém que fala tanto de amor porque o amor lhe falta e lhe dói. Assim, caminhando pela vida de seu jeito, em seu susto, de sua sorte, lá vai alguém que sonha.
Fim da conversa no bate-papo.

O amor é o remédio mais poderoso que temos.

O amor é o remédio mais poderoso que temos.

Se você vive apontando seu dedo indicador constantemente para seu próprio nariz, cuidado! Algumas pessoas prejudicam outras e pedem perdão, que pode ser aceito ou não; mas há algumas atitudes em que o único prejudicado é você mesmo.

A culpa é influenciada pelas crenças e valores que cada um traz consigo desde a infância e que muitas vezes não corresponde mais aos valores e crenças atuais. Culpa, remorso, arrependimento, são inimigos constantes e nos fazem sentir vergonha, medo e a maior consequência: a autopunição.

Perdoar a si mesmo talvez seja um dos maiores desafios, pois está relacionado com a capacidade, ou melhor, com a dificuldade que cada um tem de se amar e se aceitar. As pessoas não se amam por acreditarem terem feito algo muito terrível, às vezes isso até corresponde à verdade, mas muitas vezes não.

Procure observar se busca demais pela aprovação e reconhecimento  das pessoas em geral, se está sempre à disposição de todos, cedendo em quase tudo, pela necessidade inconsciente de agradar, de ser aceito, mas que muitas vezes confunde-se com a desculpa de querer ajudar e que na verdade oculta a busca pelo amor e atenção.

Uma maneira de cultivar a culpa é estar sempre exigindo perfeição de si mesmo. Para se livrar disso, seja honesto consigo mesmo, pense sobre o que te levou a fazer certas escolhas, agir de determinada forma e, lembre-se que, naquele momento você fez o melhor – ou o “menos pior” – por si. Nós sempre fazemos o que dá para ser feito. Nunca julgue situações passadas com valores do presente.

Para perdoar-se é preciso rever todas suas crenças, valores, que muitos esquecem que com o tempo podem, e devem, se modificar. Analisar o que fez ou deixou de fazer para poder mudar e crescer é válido, como sentir remorso pela dor que pode ter causado a alguém e pedir perdão. Mas se esse remorso começar a dominar sua vida, isto alimentará o seu papel de vítima e a autopiedade. Você deve aprender e crescer com a experiência passada e isso não quer dizer se punir eternamente por algo já feito.

Perdoar a si mesmo exige uma completa honestidade, é um processo de reconhecer a verdade, assumir a responsabilidade pelo que você fez, aprender com a experiência, reconhecer os sentimentos que motivaram determinados comportamentos, abrir seu coração para si mesmo, ouvir seus medos, curar certas feridas e isso você pode conseguir amando a si mesmo.

Você pode e deve se livrar de certos padrões de pensamentos e sentimentos. Mude o que não acredita mais, livre-se de tudo que te faz mal, cure a ferida que mais lhe dói. A verdadeira cura é fazer as pazes consigo mesmo. O amor é o remédio mais poderoso que temos.

Difícil não é dar o que temos, mas doar o que somos

Difícil não é dar o que temos, mas doar o que somos

As maiores decepções que teremos na vida serão com pessoas próximas, principalmente quando nelas depositamos a esperança de receber em troca o que achamos que merecemos. Todo mundo tem a capacidade de surpreender, às vezes positivamente e, muitas vezes, de forma decepcionante. Cabe-nos perceber que, com exceção de quem se nega a compartilhar qualquer coisa que seja, cada um se mostra na medida exata do que possui dentro de si, nada mais do que isso. Seja você, então, quem se doa com dedicação e verdade.

Doe sorrisos. Não imaginamos o quanto nos faz bem sermos atingidos por um sorriso sincero, um semblante com uma leveza acentuada no canto dos lábios. É contagiante, pois raramente não retribuímos com gratidão a quem nos sorri. Estamos estendendo entendimento às pessoas quando sorrimos, como se lhes disséssemos que tudo vai ficar bem, que essa dor que ela sente vai passar, que é preciso continuar. Isso dispensa quaisquer palavras.

Doe abraços. Como nos diz a canção, é ali o melhor lugar do mundo, um lugar em que acomodamos os nossos pesares e suavizamos os pesos de nossa alma. Nem precisa ser demorado, mas intenso e recheado de boas intenções, para que nos revista de energia positiva. Um abraço sincero é combustível de amor, de alegria, de motivação e nos reafirma, com propriedade, que ainda há esperança de que o melhor virá e nos encontrará.

Doe tempo. Mesmo que sejam minutos, um dos melhores presentes que podemos receber do outro é perceber que ele está ali, naquele momento, totalmente voltado para nós, pronto para compartilhar a alegria e a dor que nos preenche. Ter alguém que nos ouve e nos acolhe em sua vida, que responde aos nossos chamados, fará toda a diferença nos momentos em que estejamos alquebrados e devastados emocionalmente.

Doe gentileza. Aonde quer que vá, seja gentil com todos, sem afetações ou exageros, mas seja o seu você mais humano. É necessário que externemos o que de melhor temos dentro de nós, para que nossa luz fique cada vez mais forte, afastando os fantasmas alheios e as escuridões pessoais. Há pessoas que estão sofrendo, passando por problemas imensuráveis, e um gesto de gentileza lhes poderá salvar grande parte de suas desolações. Muitas vezes, um olhar de compaixão é mais benéfico do que moedas jogadas pelo vidro do carro.

Doe conhecimento. Os saberes se multiplicam, quando compartilhados, pois acabam acrescidos pelo que cada pessoa que o recebe possui. Deter conhecimento não torna ninguém melhor do que o outro, não garante que a pessoa continuará sendo chefe ou líder, não significa que o indivíduo é mais capaz do que os demais. Quanto mais dividirmos o que sabemos, mais pessoas poderão ter a chance de alcançar os seus sonhos.

Doe amor. O amor cura, salva, harmoniza, liberta e dissemina-se além dos espaços possíveis, não se contendo em si, tamanha é a sua força. O mundo precisa de mais tolerância, de mais paciência, de mais educação, e tudo isso se constitui de essência amorosa. Não é possível gostar de todo mundo, mas amarmos verdadeiramente quem caminha conosco será um dos maiores favores que poderemos prestar aos nossos queridos e a nós mesmos.

É difícil conseguirmos nos doar com dedicação e persistência, haja vista a carga excessiva de trabalho e de afazeres que preenchem quase que a totalidade de nossas responsabilidades diárias. No entanto, se nos dispusermos a olhar para fora de nós, estaremos contribuindo ao caminhar junto, ao senso de coletividade que deve permear toda e qualquer busca de felicidade nessa vida. Lembremos, afinal, que a vida nos retribui com generosidade por tudo o que fazemos de bom.

Como as pessoas arruinam suas vidas (mesmo sem perceberem que o estão fazendo)

Como as pessoas arruinam suas vidas (mesmo sem perceberem que o estão fazendo)

Compreende que a vida não é uma linha reta. A vida não é um conjunto de etapas marcadas no tempo.

Não há problema se tu não terminares a faculdade, cases, encontres um trabalho que te sustente, tiveres uma família, ganhes dinheiro e vivas confortavelmente quando tiveres esta idade, ou aquela idade.

Não há problema se for o teu caso, desde que compreendas que se não fores casado aos 25, ou Vice Presidente aos 30 – ou feliz, o que realmente importa – o mundo não irá condenar-te. Tens permissão para voltares atrás. Tens permissão para descobrir o que te dá inspiração.

Ainda há tempo, e penso que nos esquecemos disso muitas vezes. Escolhemos um curso logo a seguir de terminarmos o secundário porque o adequado a se fazer é irmos diretamente para a universidade. Escolhemos um emprego logo após a universidade, mesmo que não seja a nossa paixão, porque investimos tempo nele. Vamos para esse emprego todas as manhãs porque sentimos a necessidade de nos sustentarmos abundantemente.

Damos o próximo passo, e o próximo, e o próximo, pensando que estamos preenchendo alguma lista de tarefas para a vida e um dia acordamos depressivos. Acordamos stressados. Sentimo-nos pressionados e não sabemos porquê.

É assim que arruínas a tua vida.

Arruínas a tua vida escolhendo a pessoa errada.

O que será esta necessidade de apressar as nossas relações? Porque estamos tão apaixonados pela ideia de ser de alguém, ao invés de ser alguém em primeiro lugar? Acredita em mim quando digo que um amor alimentado pela conveniência, um amor que floresce pela necessidade de dormir ao lado de alguém, um amor que satisfaz a nossa necessidade de atenção invés da paixão, é um amor que não te vai inspirar às 6 da manhã quando pensares no assunto e o adoptares.

Esforça-te pela descoberta de amor fundamental, o tipo de relação que te motiva a seres um homem ou mulher melhor, o tipo de intimidade que é rara. “Mas eu não quero ficar sozinho!” exclamamos frequentemente. Estar sozinho. Comer sozinho, ir a encontros contigo, dormir sozinho. No meio deste processo vais aprender sobre ti próprio. Vais crescer, vais descobrir o que te inspira, vais curar os teus sonhos, as tuas crenças, a tua clareza deslumbrante e quando conheceres a pessoa que faz as tuas células dançarem, vais ter a certeza disso, porque tens a certeza de ti próprio. Tem paciência. Por favor, eu peço-te que tenhas paciência, que lutes por isso, para fazeres um esforço se já o tiveres encontrado, porque é o sentimento mais bonito que o teu coração vai experimentar.

Arruínas a tua vida por deixares o teu passado governar.

É comum que certas coisas da vida aconteçam contigo. Vai haver desgostos, confusão, dias em que sentes que não és especial ou que vales a pena. Existem momentos que vão permanecer contigo, palavras que vão colar. Não podes deixar que isso te defina – eles foram simples momentos, simples palavras. Se permitires que qualquer evento negativo na tua vida mude a visão que tens de ti, vais olhar para o mundo à tua volta com negativismo.

Vais perder oportunidades porque não conseguiste aquela promoção à cinco anos atrás, convencendo a ti próprio de que foste estúpido. Vais perder afecto porque assumes que o teu antigo amor te abandonou porque não eras suficientemente bom e agora não acreditas no homem ou mulher que te estimulam a acreditar que és. Isto é um ciclo, profecia do auto-preenchimento. Se não permites a ti próprio ultrapassar aquilo que já passou, o que foi dito, o que ficou para trás, vais olhar para o teu futuro com essa lente e nada vai ser capaz de quebrar esse julgamento. Vais continuar a justificar, reviver e alimentar a percepção que deveria ter existido em primeiro lugar.

Arruínas a tua vida quando te comparas com os outros.

A quantidade de seguidores que tens no Instagram não decresce ou aumenta o teu valor. A quantidade de dinheiro na tua conta bancária não irá influenciar a tua compaixão, tua inteligência ou a tua felicidade.

A pessoa que tem duas vezes mais posses do que tu não tem o dobro da benção, ou o dobro do mérito. Somos influenciados por aquilo que os nossos amigos estão a gostar, quem os nossos mais próximos estão a perseguir e no final do dia isto não só arruína as nossas vidas, como também nos arruína a nós. Gera dentro de nós esta necessidade de nos sentirmos importantes e em muitos casos passamos por cima dos outros para o alcançar.

Arruínas a tua vida ao te dessensibilizares.

Todos temos medo de dizer demasiado, de sentir profundamente, de deixar que as pessoas saibam o que elas significam para nós. Preocupação não é sinónimo de loucura.

Expressares-te a alguém o quão especial ela é para ti vai te tornar vulnerável. Não há como negá-lo. No entanto, não é nada para te sentires envergonhado. Existe algo belo, de cortar a respiração, nos momentos de pequena magia que ocorrem quando te despes e és honesto com aqueles que são importantes para ti.

Deixa que aquela garota saiba que ela te inspira. Diz à tua mãe que a amas em frente dos teus amigos. Expressa-te, expressa-te, expressa-te. Abre-te, não te endureças para o mundo e sê arrojado em quem, e como amas. Existe coragem nisso.

Arruínas a tua vida por a tolerares.

No final do dia devias sentir-te excitado por estares vivo. Quando te contentas com algo menor do que o que desejas profundamente, destróis a possibilidade que vive dentro de ti e dessa maneira enganas tanto a ti próprio como ao mundo do teu potencial.

O próximo Michelangelo pode estar sentado atrás de um Macbook a escrever uma fatura para clipes de papel, porque paga as contas, ou porque é confortável ou porque pode tolerá-lo. Não deixes que isto aconteça contigo. Não arruínes a tua vida desta maneira. Vida e trabalho, vida e amor não são independentes uns dos outros. Eles estão ligados intrinsecamente.

Temos que lutar para fazer um trabalho extraordinário, temos que lutar para encontrar um amor extraordinário. Apenas assim iremos entrar numa extraordinária e abençoada vida.

Fonte indicada: Coffee Break

Sabedoria do Papa adaptada para behavioristas, por João Claudio Todorov

Sabedoria do Papa adaptada para behavioristas, por João Claudio Todorov

Por João Claudio Todorov

Na mensagem de natal dirigida a cardeais e bispos o Papa surpreendeu e fez críticas sem precedentes ao comportamento dos membros da Cúria.

Inspirados pela crítica do Papa Francisco à Cúria Romana, aqui vão conselhos dirigidos apenas aos behavioristas amigos da internet (para não dizerem que me meti a Papa do behaviorismo):
1 – A sensação de imortalidade, imunidade ou de ser indispensável costuma acompanhar o sucesso profissional do analista do comportamento, mas é bom lembrar que o resto da Psicologia não pensa assim. O cemitério dos psicólogos está cheio de “ex-ímortais”, “ex-imunes” e de “ex-indispensáveis”.

2 – Cuidado com a excessiva diligência. Pare para pensar antes de seguir regras. Como disse o Papa, “negligenciar o descanso necessário leva ao estresse e à agitação” e isso vale também para os behavioristas.

3 – Cuidado com o endurecimento mental. Isso é combatido acompanhando de vez em quando o que o resto do mundo está fazendo.

4 – Não abuse do planejamento excessivo e da análise funcional. Imaginação e improvisação são as mães da inovação.

5 – A má coordenação mata o futuro. Behaviorismo e análise do comportamento são obras coletivas. Como disse o Papa, o individualismo faz a orquestra produzir ruído, não música. Se cada um começar a dar nomes novos aos velhos bois a vaca vai para o brejo.

6 – O Alzheimer acadêmico torna o behaviorista uma pessoa totalmente dependente de seus pontos de vista, muitas vezes imaginários.

7 – A glória pessoal e a rivalidade são doenças irmãs, e seus sintomas são a ênfase absoluta em publicar e ser citado.

8 – Cuidado com a hipocrisia existencial, a doença dos que se dedicam burocraticamente à crítica da teoria e perdem contato com o comportamento das pessoas vivendo em sociedade. Alguns se dedicam a vida dupla, definindo conceitos de uma forma e usando-os na prática de outra.

9 – Fujam de conversas e fofocas, as quais semeiam discórdia e maledicência.

10 – Badalar o chefe é bom para carreira na política. Não deveria funcionar na ciência e na profissão (mas nunca se sabe…).

11 – Quando todo mundo pensa em si mesmo a procissão não anda. Lembrem-se que o santo é de barro e muitos são necessários para carregar o andor.

12 – Behavioristas são arrogantes por natureza, mas não custa fazer um esforço e sorrir para os clientes.

13 – Os que gostam do trabalho cobram preços razoáveis e não escorcham a clientela. Já os que sentem “um vazio existencial em seu coração” afogam as mágoas com preços inacessíveis.

14 – Evitem os círculos fechados. Esses grupos tendem a se tornar muito fortes e a gerar dissidências que se apresentam depois como uma nova ciência (se disserem que eu estava pensando no Steve Hayes vou dizer que é mentira).

15 – Cuidado com o exibicionismo do poder. Segundo o Papa, é a doença que transforma seu serviço em poder, e seu poder em mercadoria para ganhar mais dinheiro ou ainda mais poder.

Fonte indicada: João Claudio Todorov– blog oficial

6 modinhas “inofensivas” que causaram destruição

6 modinhas “inofensivas” que causaram destruição

Modinhas geralmente trazem uma carga de problemas que a maioria prefere ignorar, pelo prazer de poder fazer parte de uma. Pode ser simplesmente algo que vai gerar poluição mais tarde, como tamagochis e cubos mágicos, mas pode ser algo mais sinistro, cujo perigo só é reconhecido mais tarde.

1. A alta demanda de pneus de bicicleta levou a um genocídio no Congo

No início da década de 1890, a bicicleta era febre na Europa e, nos cinco anos seguintes, tomou os Estados Unidos. Uma das explicações para o aumento da popularidade foi a invenção do pneumático de borracha, que substituiu as rodas de madeira ou metal. Mas como conseguir milhões de pneumáticos infláveis de borracha?

Fácil, escravizando uma nação africana e obrigando-a a coletar o látex. Aquele genocida popularmente conhecido como Rei Leopoldo II da Bélgica era quem mandava no Congo, na época, transformando aquele país em fonte de marfim e borracha. A tática do rei era simples: cada aldeia tinha uma cota a preencher; se não conseguissem, a aldeia era queimada, ou todas as crianças eram mortas, ou as mãos dos trabalhadores eram cortadas. Ou os três ao mesmo tempo, por que não?

A escravidão era ilegal na época na maioria dos países, mas o rei Leopoldo manteve o Congo tão isolado pelo controle de todas as rotas de comércio que o país acabou se tornando uma fábrica ilegal. Durante a era de ouro da bicicleta, o número de bicicletas subiu em 10 milhões, enquanto a população do Congo diminuiu em aproximadamente 10 milhões.

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2- O amor que os romanos tinham ao açúcar causou envenenamento por chumbo

Antigamente havia pouca variação de sabor nos alimentos, mas os romanos descobriram que ferver um punhado de frutas até evaporar toda a água deixava um caldo doce, chamado defrutum, no fundo da panela. E eles usavam o tal de defrutum em tudo, da carne ao queijo ao vinho, até mesmo como conservante.

O problema é que o defrutum era feito em panelas de chumbo, já que utensílios de cobre ou bronze estragavam seu sabor. Só que testes modernos mostram que o cozimento também produzia uma substância com mais de 1.000 a dose aceitável de chumbo. A maior parte dos romanos sofria de envenenamento crônico por chumbo.

Dado que o envenenamento por chumbo inclui efeitos como perda de peso, anemia, irritabilidade e delírios, talvez seja isto que explique o comportamento bizarro de certos imperadores romanos. O mais estranho é que os romanos pareciam saber dos efeitos do envenenamento por chumbo. Pode ser que eles simplesmente não se importavam…

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3. O amor ao jeans pinta a China de azul

Qual a roupa de algodão mais popular no mundo inteiro? O jeans. E atrás dela vem toda a sorte de roupas de algodão tingidas de azul, como jaquetas, saias e acessórios.

Atualmente, a maior parte destes jeans vem da China, principalmente Xintang, que faz cerca de 200 milhões de jeans cada ano. O que está envenenando o Zhu Jiang (Rio das Pérolas), que abastece mais de 12 milhões de pessoas em Guangzhou, com uma combinação de alvejantes e tintura índigo.

E não é só o problema do alvejante e da tintura. As fábricas de jeans estão despejando metais pesados, como chumbo, mercúrio, cádmio e selênio, no esgoto. O que não é neurotóxico é carcinogênico, se não os dois.

Os burocratas chineses insistem que não há nenhum relato de intoxicação em massa nos centros populacionais que usam o Zhu Jiang como fonte de água, alimento e transporte. Mas a cor azul-denim não parece boa coisa.

4. A mania inglesa do chá começou uma guerra e encheu a China de ópio

Ao mesmo tempo que estavam transformando suas casas em câmaras de gás, os ingleses também estavam enchendo a cara como nunca. A razão era simples: o gim era barato e o chá era caro.

Um dos motivos era o preço que os maiores exportadores cobravam. Os chineses não aceitavam nada menos do que prata pelo chá. Enquanto a demanda estava baixa, tudo bem. Entra em cena o movimento pela temperança, causando uma demanda imensa pelo chá chinês.

Os brilhantes mercadores ingleses tiveram então a fantástica ideia de trocar o chá por outro produto igualmente caro, o ópio. Claro, o ópio era proibido na China, mas isto não funciona para diminuir a demanda.

Em pouco tempo, cerca de 90% da população adulta com menos de 40 anos estava viciada no ópio, causando um impacto devastador na economia chinesa.

Em 1839, o imperador chinês resolve dar um basta, mandando examinar os navios ingleses, e tomando milhares de barris de ópio. O chá acabou e a Inglaterra resolve que não dá para viver sem chá, e manda a marinha inglesa.

16 navios de guerra passaram os dois anos seguinte explodindo a costa chinesa e matando entre 20.000 e 25.000 soldados chineses, perdendo apenas 69 homens. Os chineses foram obrigados a assinar um tratado, concedendo a ilha de Hong Kong para os ingleses e abrindo cinco portos para o comércio do ópio – além de pagar as despesas de guerra da Inglaterra.

Tudo por causa do chá.

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5. A modinha vitoriana por tinta verde que envenenou milhares

No meio do século 19, a Inglaterra Vitoriana ficou apaixonada pelo Verde de Scheele, que era usado para tingir tudo – roupas, acessórios, brinquedos, velas, cortinas e papel de parede.

Nada de errado com a cor, o problema era o pigmento, que usava arsênico. A pior parte? As pessoas sabiam que o arsênico era tóxico. E sabiam que a tintura verde tão amada tinha aquele veeno. E pareciam não se importar, já que usavam a tintura até para colorir a comida.

Mas o maior envenenamento aconteceu por causa do papel de parede. Literalmente milhares de famílias foram mortas pelos gases liberados (eles achavam que enquanto ninguém lambesse o papel, estava tudo bem).
Pior, a remoção do papel de parede tóxico é uma atividade extremamente perigosa. Até hoje tem gente com casas que são verdadeiras câmaras de gás. Verde.

contioutra.com - 6 modinhas “inofensivas” que causaram destruição

6. A modinha radioativa do Radium que envenenou Paris

Em 1898, Pierre e Marie Curie descobriram o radium, uma substância altamente radioativa. Fique muito tempo perto de uma amostra desta substância e você vai ter problemas.

Só que o radium veio sem o manual do usuário, e ninguém sabia as consequências terríveis do envenenamento radioativo. Afinal de contas, uma substância que brilhava no escuro, que mal poderia haver?

Um monte de alegações foram feitas sobre a substância – que era um tipo de tônico, ou então tempero – e o radium foi parar em creme dental e chocolates, supositórios e remédios para tosse.

Esta mania foi mais intensa em Paris, onde sua propriedade luminescente causou uma febre. Batons e outros tipos de maquiagem eram populares por fazer o rosto das moças brilhar no escuro.

O resultado não podia ser outro. A ANDRA, organização responsável por mapear o lixo radioativo francês, já identificou 130 locais com traços de material radioativo o suficiente para serem consideradas um risco para a saúde. Curiosamente, boa parte destes lugares foi descoberto por causa de antigos posteres de propaganda. [Cracked]

Fonte indicada: Hypescience

A difícil tarefa de administrar o tempo

A difícil tarefa de administrar o tempo

Estamos percebendo como o tempo, as horas, têm passado mais rapidamente do que antes?

Mas, não é possível crer que alguma coisa mudou no sentido cronológico.

Mas, então, o que mudou?

Os nossos hábitos, a busca pelo ter, a nossa ansiedade que nos faz correr  “daqui para lá”,

a fazer inúmeras coisas ao mesmo tempo.

Assim, quano chega à noite, estamos exaustos, sem tempo para a família, para desfrutar de

um jantar ou um lanche, em perfeita serenidade – como deveria ser.

Às vezes falta tempo para um diálogo caloroso com a esposa ou com o marido, com os filhos,

com os pais , os irmãos, enfim, parece que a “família” perdeu bastante o seu sentido de aconchego,

de nosso chão, nosso porto seguro.

Não temos mais tempo para conversar com os vizinhos – muitos nem conhecemos. Parece que estamos,

todos, enclausurados – sem comunicação.

Mais de 1 emprego, já é comum hoje, nessa era do consumismo e da necessidade também.

Ler um bom livro, é atividade de poucos;

Escrever, hoje, é coisa do passado. Afinal, existe a tecnologia, onde não há mais necessidade de cartas

– aquelas que esperávamos com ansiedade e que alegria ao recebê-las!

Precisamos rever nossos hábitos, parar um pouco, descansar o coração, a mente,

pensar no SER, mais do que no TER.

Ter é preciso, claro!  Ninguém vive dignamente sem ter o que comer, o que vestir, onde morar e até para se divertir.

Mas, o SER HUMANO precisa vir em primeiro lugar,

para o bem de nossos corações,  mentes,  harmonia interior,  serenidade.

Para o bem de nossos irmãos  –  companheiros de jornadas, de batalhas,

num mundo que se tornou – infelizmente, tão intensamente acelerado.

Lu Prado

Amar aos 40…

Amar aos 40…

Outro dia eu disse que quem inventou que a vida começa aos 40 tinha razão. Bom, se isso é mesmo verdade, sou recém nascida. 

Como todo recém nascido, os primeiros anos de vida vêm sempre acompanhados de muito aprendizado. Aprendemos a caminhar, falar, controlar os impulsos. Então me pergunto: Qual é o aprendizado nos primeiros anos dessa vida que começa aos 40?

Eu ainda não sei a resposta. Como uma criança que descobre as primeiras cores nas coisas do mundo, a entrada nos 40 tem sido um caleidoscópio mágico de descobertas que jamais pensei fossem possíveis nesta idade. 

Apesar de ainda estar em plena aprendizagem sobre maturidade emocional e busca pelo meu lugar no mundo, já posso intuir que uma coisa que definitivamente se aprende é AMAR DE FORMA SÃ. É esse o momento em que se entende que para amar ao próximo é necessário amar a si mesmo e deixar que esse amor se reflita sobre o outro, e não o contrário.

Nas primeiras lições dessa nova vida, tenho tido a sorte de descobrir, finalmente, como deve ser a comunicação entre duas pessoas que se gostam, se estimulam, se respeitam, se admiram e compartilham valores. 

Duas pessoas que não se possuem como objetos, não servem de muleta, não valorizam o outro segundo sua utilidade, não gastam toda sua energia tentando decifrar-se. Ninguém manipula, ninguém compete, ninguém teme ou caminha em ovos. 

Parafraseando Rubens Alves, joga-se uma partida de frescobol e não de tênis. Tem cumplicidade, caráter, confiança, espontaneidade, leveza, maturidade, completude, fluidez e fluência. Tem troca intelectual, tem profundidade, tem significado e significância. Tem tudo isso e tem mais: quando você encosta a cabeça no peito daquele que escolheu, tem uma caixa torácica que não é oca: há um coração que bate lá dentro.

Will Barcellos e a alma retratada em pontos

Will Barcellos e a alma retratada em pontos

O artista plástico carioca Will Barcellos orgulha-se de suas origens simples e mostra profunda gratidão com relação aos amigos que o estimulam nessa jornada de reconhecimento que ganhou o território nacional e que vem direcionando suas luzes também  para o exterior através de prêmios e de sua primeira exposição na Europa que acontecerá em maio.

Seu dom é perceptível para muito além das convenções e devora-o através da necessidade de canalizar sua força criativa enquanto dá vida aos sentimentos e percepções que carrega dentro de si.

“Minha inspiração é um assombro, nunca sei para onde irá me levar. Ela pode conduzir minhas mãos à liberdade de uma aquarela livre e desconexa, a um grafite expressivamente bruto ou à delicadeza de milhares de pontos em nanquim. Seja lá qual for o caminho, pra mim é sempre uma obsessão, é maior que eu, maior que meu lar, maior que minha vida.

Sou um servo dessa arte que não segue padrões, que oscila entre o realismo e o surrealismo. Me sinto apenas como uma pessoa criando viagens em forma de arte… as quais não são minhas, muitas vezes nem sei porque pintei determinado tema num quadro, daí tenho a consciência de que é ela, a arte, me usando pra criar temas em que cada pessoa criará sua própria viagem.”

Will Barcellos

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“Andarilho do Céu “- Tamanho: 100x70cm Tecnica: Pontilhismo com caneta nanquim 1.2 sobre papel canson Modelo: Iago Duarte
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New Wake- Trabalho feito em Janeiro de 2016 Técnica: Pontilhismo com caneta 0.6 sobre Papel canson Dimensões: 70x55cm Modelo: Nilton Junior​
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“O Homem e o Nada” – Trabalho feito em Agosto de 2015 Técnica: Pontilhismo com nanquim branco em papel preto. Tamanho: 66x82cm Modelo Vivo: Nilton Junior.

Detalhe:

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Em seus traços, sejam eles leves como no trabalho com a aquarela, ou na minúcia exigida em seus já destacados trabalhos de Pontilhismo, a arte sobrepuja-o em momentos de profunda entrega e que o motivam a acordar horas antes do que seria necessário para o trabalho ou mesmo a ficar até tarde da noite em sua jornada de interprete da alma.

Luz, sombra, a pressão das áreas de maior contato do corpo da figura que na tela ganha vida, nada passa indiferente.  Como os Dervixes Rodopiantes (Mevlevi) da Turquia, um transe sagrado envolve o artista que transpõe claramente a emoção da figura retratada.

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“Duda” – Técnica: Pontilhismo com caneta Staedtler 1.2 sobre papel Canson. Tamanho 70x55cm Modelo: Duda Duarte

Um pouco do processo:

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Embora o artista tenha o domínio das técnicas e não se intimide com complexos trabalhos de perspectiva e detalhado trabalho geométrico, sua arte sabe porque veio e guia-o para obras de profunda harmonia.

Seu eu aparentemente conecta-se com algo superior em seus traços que mostram sublimação entre algo mundano e um mundo superior. Vemos isso claramente na igreja gótica pintada de baixo pra cima ou mesmo na obra “Os protetores de Cris”.

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“Catedral de Köln/Cologne – Alemanha”- Técnica: Pontilhismo com caneta nanquim Tamanho: 70×55 cm Trabalho feito em Janeiro 2016
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“Os protetores de Cris” – Tamanho: 100×70 cm Técnica: Aquarela + Caneta Nanquim sobre Papel Canson Abril de 2015

Detalhes do processo de criação:

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Detalhe da obra:

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A meta por se encontrar com um trabalho completo e bem acabado faz com que ele se mantenha concentrado em telas que podem levar de 7 horas a 46 dias de dedicação.

No vídeo, “Di Spirito”, Pontilhismo- processo completo.

Trabalho feito em Fev/2016
Técnica: Pontilhismo com caneta técnica 0.6
Tamanho: 70x55cm

Para acompanhar o trabalho e saber mais sobre WILL BARCELLOS acesse suas redes sociais:

Facebook, Instagram, Behance

Você prefere a luz acesa ou apagada?

Você prefere a luz acesa ou apagada?

Esse bem poderia ser um papo sobre nossas preferências na hora de fazer amor. Afinal, o entorno, o ambiente, o clima exercem uma intrigante influência em nossa libido e em nosso grau de excitação e envolvimento. Acender ou apagar a luz, quer seja literal ou figurativamente, nos expõe mais ou menos diante do outro. O papo é, também sobre isso. Mas não se resume a essa esfera volátil e deliciosa da nossa existência.

A luz acesa carrega em si, factualmente, o poder de jogar o foco onde se faça necessário ou conveniente. Em tese, a luz acesa evita mal entendidos; uma vez que tudo se desenrola às claras. A luz acesa revela a crueza das formas;  dos olhares; das curvas e retas do nosso corpo e da nossa atuação, seja ela brilhante, tosca, verdadeira ou dissimulada.

À luz do dia os gatos não são todos pardos. Revela-se a intenção por trás do gesto. Revelam-se os olhos impassíveis que não são capazes de acompanhar o sorriso ensaiado da boca. Revelam-se as superfícies encardidas; as fachadas desgastadas; as cores desbotadas.

Revelar, no entanto, nem sempre é tudo de que precisamos para conhecer a verdade. É certo, e comprovado, que há muito de concreto nas palavras que optamos por não dizer; nos semblantes que aprendemos a disfarçar; nos silêncios intencionais; no olhar que se desvia em tempo de não ser surpreendido. No fundo, mesmo o que a luz revela, com sua inequívoca capacidade de mostrar os detalhes, é sempre aquilo que permitimos que seja visto.

Nem mesmo a permissão acontece em esferas cem por cento confiáveis. Admitamos, afinal… Inúmeras vezes concedemos permissões porque já estamos demasiadamente cansados de negar ou questionar; porque não temos mais vontade ou certeza do que nos fazia resguardar e defender nossa vontade; ou, porque optamos por uma distração oportuna que nos dê um descanso daquele lugar onde temos sempre de dar a última palavra, definir os limites, bater o martelo.

Permitimos que entrem em nossas vidas porque a solidão também é difícil e cansativa. Abrimos portas e janelas para que a luz de fora venha para dentro, não apenas de nossa casa, mas de nós mesmos. Apertamos todos os interruptores, em todos os cômodos onde não há ninguém, para fingir por alguns instantes que estamos cercados de companhia. A luz, portanto, assim como a falta dela pode traduzir uma imensa escuridão.

Quem sabe então, não estejamos em busca de algo menos definitivo. Algo que não nos submeta ao julgamento explícito da luz, nem nos esconda no bréu da sua ausência. Quem sabe não estejamos cortejando o entardecer. Aquele momento transtório e lindo, no qual as cores se misturam; a luz beija a escuridão e é correspondida. Quem sabe não esteja nesse momento do ocaso a resposta às inúmeras perguntas da nossa alma inquieta.

Estamos exaustos dos extremos que passamos a vida inteira perseguindo e cultuando. Chegar ao topo de qualquer lugar, ou à mais distante das profundezas, não nos traz o conforto estranho do fim ou a excitação da vitória cobiçada porque ou estamos ofuscados pela luz inclemente da cobrança ou cegos pelo breu da falta de compaixão.

Então, caso estejamos ansiosos demais por algum alento e, talvez, nos seja demasiado penoso ter de esperar um dia inteiro pelo por-do-sol… Façamos o nosso ritual de libertação ao amanhecer, esse momento tão mágico do nascer do dia em que é a escuridão que beija a luz, e ela, porque entende que o lado sombrio pode ser aceito, acolhido e amado… corresponde ao beijo.

Quem sabe um dia- Mario Quintana

Quem sabe um dia- Mario Quintana

Quem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!

Quem é que
Quem é macho
Quem é fêmea
Quem é humano, apenas!

Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nós
Sabe ser um!

Um dia
Um mês
Um ano
Um(a) vida!

Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois

Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois

Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois

Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois

Mário Quintana

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