3 dicas comprovadas cientificamente que ajudam a esquecer um amor

3 dicas comprovadas cientificamente que ajudam a esquecer um amor

Por Erika Strassburger

Você levou um fora do grande amor da sua vida e não consegue se conformar? Já se passou algum tempo e, no fundo, você ainda tem esperança de que ele ou ela vai se arrepender do que fez e vai voltar correndo implorando seu perdão?

Saiba que você não está só! Muitas pessoas encontram-se nessa situação porque, assim como você, têm muita dificuldade para lidar com a rejeição.

Pesquisadores americanos avaliaram um grupo de pessoas que sofriam muito por um amor não correspondido. Eles selecionaram 10 homens e 5 mulheres em idade universitária, cujos relacionamentos tinham durado por cerca de dois anos e haviam acabado há dois meses, em média.

Foi-lhes aplicado um questionário que tinha a intenção de medir a intensidade do amor que ainda sentiam pelo(a) ex. Todos obtiveram altas pontuações. Em seguida, eles afirmaram terem gasto 85% do tempo em que estavam acordados pensando naquele(a) que os rejeitou.

Foram feitas, também, ressonâncias magnéticas enquanto os participantes viam fotos dos ex-afetos. Foi constatado que quando viam tais fotos, que eram intercaladas com fotos de familiares (como meio de distração), eram ativadas as mesmas áreas no cérebro envolvidas na dependência de cocaína.

“Os resultados são consistentes com a hipótese de que a rejeição romântica é uma forma específica de dependência.” O resultado do estudo também “ajuda a explicar porque os sentimentos e comportamentos relacionados à rejeição romântica são difíceis de controlar e dá uma visão sobre as taxas interculturais elevadas de perseguição, homicídio, suicídio e depressão clínica associada com a rejeição no amor.” O estudo foi publicado no Journal of Neurophysiology.

Baseado nesse estudo, pode-se dizer que você pode esquecer um amor se seguir as três dicas abaixo:

1 – Fuja do vício

Assim como uma pessoa que quer se livrar do álcool e das drogas precisa ficar longe desses vícios, você precisa ficar longe do ex e de tudo o que lhe fizer lembrar dele. Então:

-Livre-se das fotos.
-Apague o número do celular da sua lista de contatos.
-Exclua-o do Facebook.
-Corte qualquer contato.
-Não caia na tentação de ligar para a prima dele ou um amigo para ter notícias.

2 – Faça coisas que aumentem os índices de ocitocina e dopamina no cérebro

A ocitocina (ou oxitocina), também conhecida como hormônio do amor, é liberada quando estamos juntos da pessoa amada. É uma das substâncias responsáveis pelo apego. Uma pessoa com os níveis de oxitocina lá embaixo, devido ao término da relação, pode fazer coisas que aumentem os níveis desse hormônio, tais como:

Abraçar mais

os amigos, os pais, os irmãos, as crianças. Vai ver que é por isso que abraçar seja tão bom!

Cantar

no chuveiro, enquanto arruma a casa, no karaokê, na Igreja.

Ser transparente

Uma pessoa transparente procurará fazer tudo corretamente, às claras. Visto que o medo inibe a produção de ocitonina, se você for correto nas coisas que faz, pode viver tranquilo, sem medo, pois não tem nada a esconder.

Não se fechar para um novo amor

Os índices desse hormônio voltarão às alturas se você se apaixonar novamente.

O impulso da paixão e do romance é alimentado pela dopamina. Quando o romance acaba caem os níveis desse hormônio. Mas você pode elevá-los novamente da seguinte forma:

-Comendo amêndoas, semente de gergelim, abóbora, frutas variadas, verduras e alimentos ricos em vitamina C e E.
-Evitando alimentos ricos em gorduras saturadas, açúcares, alimentos refinados e cafeína.
-Fazendo exercícios físicos regularmente.
-Praticando meditação.

3 – Confie no tempo

Os estudos mostraram, também, que as atividades na região associada à sensação de apego diminuíram depois de algum tempo. Isso só comprova que o ditado popular “não há dor que o tempo não cure” é verdadeiro.

Faça o que foi sugerido acima, é cientificamente comprovado que dará certo. Sugiro, também, que você aproveite para dedicar-se mais àqueles que ama, a começar por você mesmo. Volte a estudar, aprenda uma nova língua, busque uma promoção, ajude o próximo, visite aqueles familiares e amigos que não vê há um bom tempo. E, acima de tudo, deixe para lá aquele que lhe magoou. Tente apagar essa mágoa, perdoando-o. Num instantinho seu coração será preenchido por alguém que realmente merece o seu amor.

Fonte indicada: Família

Filhos, esses espelhos sensacionais !

Filhos, esses espelhos sensacionais !

Com eles nos descobrimos fortes, corajosos e também frágeis, sensíveis e patéticos. Por eles nos viramos do avesso e somos capazes de construir, reformar, desmontar e reconstruir o mundo que queremos que os acolha.

Através deles nos enxergamos sem as capas, sem as espadas, sem o aparato de defesa que nos protege das fragilidades. Nos vemos num espelho incrível e mágico, que nos mostra o passar do tempo, as marcas que se instalam, mas também revela o crescimento dos nossos maiores amores, o que compensa e faz valer à pena tudo.

Pela paciência que tantas vezes nos deixou na mão, nos surpreendemos envergonhados. Pelas horas de sono que abrimos mão, nos vemos recompensados. Pelas intermináveis e infinitas explicações, nos pegamos sorrindo, saudosos.

Por todas as lutas, para incentivar e apoiar, pelos gestos exagerados, para garantir segurança e conforto, pelas palmas, assovios e gritinhos, para mostrar o quanto nos enchem de orgulho e alegrias, por cada minuto de descobertas e crescimento, nos achamos por fim realizados.

Esse afetos mais puros e delicados, ainda que cresçam e voem para o mundo e para as suas próprias crias, sempre serão nossas melhores e mais intensas lembranças; sempre serão os espelhos mais fieis da nossa vida, do que ela se transformou e como nos transformou depois de sua chegada.

Os ímpetos deram lugar à cautela, a vaidade se viu obrigada a recuar um bocado, as taças tiraram férias para receber as mamadeiras, as noites ficaram intermináveis, os dias, cheios, as tarefas, sem fim.

Tudo se transformou, literalmente. Inclusive nós, cujos espelhos passaram a refletir imagens mescladas, de um amor que só cresce.

E se ainda houver um sonho a realizar, que seja pela risada de um neto!

Quando o acaso nos traz o que mais desejamos

Quando o acaso nos traz o que mais desejamos

A vida é mágica em muitos aspectos e pode, em sua beleza e amplitude, nos surpreender com acontecimentos inesperados. Nesse caso me refiro a um encontro, romântico ou não, com uma outra pessoa, um encontro não premeditado e inesquecível. Algo que muitas vezes parece nascer do acaso, mas que na verdade é uma resposta para os nossos anseios mais profundos. E quando a vida traz para perto de nós um outro que se afina às nossas expectativas, dentro de situações coincidentes, falamos de “sincronicidade”.

Nesse ponto podemos lembrar daquele “estranho” que um dia nos deslumbrou com palavras, gestos e ações que para nós se mostraram de imenso significado. Como se a vida nos falasse através dele. Falo aqui desse encontro que muitos podem entender como um que “não deu em nada”, mas que para nós se traduziu como algo memorável e de uma força sem igual, algo que carregamos como um tesouro, dentro da gente, por toda a vida.

O conceito de “sincronicidade” foi desenvolvido por Carl Gustav Jung para definir acontecimentos que se relacionam não por relação causal, isso quer dizer que não importa se haverá uma sequência racional para eles, mas sim por relação de significado, ou seja, o essencial é o que significam para nós no decorrer de nossa vida.

Para descrever melhor a amplidão desse arrebatamento capaz de nos tirar o ar em um momento não esperado, vou falar de dois filmes encantadores que traduzem bem o conceito: “As Pontes de Madison” e “Antes do Amanhecer”.

Os dois filmes são muito especiais e merecem nossa atenção carinhosa. Resumidamente o filme “As Pontes de Madison” narra um encontro amoroso entre Francesca Johnson, uma dona de casa que mora em uma fazenda no interior de Iowa e Robert Kincaid, um fotógrafo da National Geographic, de Wasghinton, que estava pesquisando pontes fechadas e uma vez em Madison, pediu informações à Francesca.

Já em “Antes do Amanhecer” somos expectadores de um encontro entre dois jovens, Jesse e Caroline, ele americano, e ela, francesa, que se conhecem por acaso em um trem na Europa e que resolvem saltar em Viena, para juntos passarem algumas horas conversando e se conhecendo melhor até o rapaz ter que embarcar de volta para os EUA.

Esses filmes são belíssimos, sutis, delicados, muito bem dirigidos e ambos são inspirados em histórias reais. Histórias que aconteceram por acaso e que marcaram profundamente os envolvidos a ponto de saírem da memória e ganharem as telas. Esses encontros magnéticos, nos dois enredos, ocorreram como se fossem determinados pelo destino. Esses homens e mulheres precisavam de uma experiência emocional transformadora no exato momento em que se encontraram.

O filme “As Pontes de Madison” é uma adaptação do romance de Robert James Waller, romance inspirado em fatos verídicos, e o “Antes do Amanhecer” foi filmado tendo como base o encontro real entre o diretor Richard Linklater e uma jovem chamada Amy Lehrhaupt no ano 1989. Os dois se conheceram em uma loja de brinquedos na Filadélfia, quando ele tinha vinte e nove anos e ela vinte e um, e resolveram passar uma noite juntos, assim como o casal do filme.

contioutra.com - Quando o acaso nos traz o que mais desejamos

Dias ou até mesmo horas são mais que suficientes para que uma experiência seja transformada em algo significativo e precioso por longos anos. O tempo de um evento não traduz o tempo de sua permanência em nós. A admiração e/ou o amor que nascem de uma casualidade e que crescem espremidos em um tempo contado podem se alongar por toda uma vida e isso só depende do significado desse encontro para nós.

Em “As Pontes de Madison” o envolvimento amoroso entre os personagens deu ânimo e força para que Francesca pudesse se voltar inteiramente ao cuidado dos filhos e marido até sua morte. Contudo não podemos ignorar que sempre houve nela a vontade de se unir ao fotógrafo, vontade expressa pelo pedido, em testamento, de que suas cinzas fossem jogadas juntamente com as de Robert nas fundações da ponte Roseman.

No caso de “Antes do Amanhecer” o diretor relatou ter dito a Amy, a moça que o inspirou durante horas de conversa, que faria um filme sobre o encontro que tiveram. Em entrevista Linklater admitiu que com a estreia do filme tinha esperança de reencontrar Amy, algo que não aconteceu, infelizmente, pelo fato de meses antes do início das filmagens de “Antes do amanhecer” ela ter sofrido um acidente de moto, aos vinte e cinco anos, e morrido.

Eventos carregados de sincronicidade guardam em si um deslumbre e um anseio velado por mais, contudo não precisam desse mais para se expressarem completos em significado.

Em “As Pontes de Madison” Francesca precisava ser ouvida e percebida. Ela queria um homem sensível e Robert precisava ser amado. No caso de “Antes do Amanhecer” os personagens Jesse e Celine precisavam desse encontro recheado de descobertas e significados.

Nesse ponto talvez vocês estejam relembrando um encontro único e mágico que tiveram na vida ou estejam se perguntando quando ele irá acontecer. De acordo com Carl Gustav Jung esse encontro só acontece quando nossa alma está preparada para ele, quando ela está pronta para reconhecê-lo e vivê-lo de forma plena. Esse encontro, que parece casual, nada mais é que um chamado inconsciente de todo nosso ser, da nossa alma, pela experiência desejada. No entanto, ele pode nunca acontecer se nosso interior não estiver apto.

Sabem aquela história sobre cuidar do nosso jardim para então virem as borboletas? Ela é muito significativa. E nesse ponto não nos convêm esquecer que borboletas se encantam por jardins autênticos e só se aproximam quando percebem em nós um anseio profundo por elas.

Acompanhe a autora no Facebook pela sua comunidade Vanelli Doratioto – Alcova Moderna.

Protegido: Feliz aniversário para um grande amigo

Protegido: Feliz aniversário para um grande amigo

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No fundo, no fundo, a gente gosta mesmo de se apaixonar

No fundo, no fundo, a gente gosta mesmo de se apaixonar
Happy girl laughing

No fundo, no fundo, a gente gosta mesmo de se apaixonar, mesmo que tudo dê errado, mesmo que seja um fracasso, a gente gosta de sentir de novo aquele frio na barriga, de perder o sono e fazer o mundo ficar sem sentido por ter olhos famintos por uma pessoa que inesperadamente se tornou única.

No fundo, a gente gosta de espiar os nossos medos, de cutucar nossas dores com vara curta, de entrar nos nossos labirintos emocionais desconhecidos, de viver perigosamente por dentro, de mergulhar no que surge do nada e desestrutura tudo.

No fundo, a gente tem curiosidade pela vida, a gente tem coração pra mais uma surpresa e um cantinho de pele pra mais uma ferida, a gente sabe que a alma pode até se tornar comodista e preguiçosa, mas não se aposenta antes de terminada a vida.

No fundo, tem sempre sangue novo correndo nessas veias gastas e sonhos frescos brincando nesses pensamentos velhos e fios dourados de esperança costurando esses passos entediados. Há vontade de se sentir diferente, de amar mais, de experimentar de novo, de perder a paz. De encontrar em si mesmo novas possibilidades de ser.

No fundo, no fundo, amar é viver.

Ao amor que ainda vai chegar

Ao amor que ainda vai chegar

Entra. Não precisa tirar os sapatos. Colore a casa com o perfume da tua presença, enche de vida a sala com o balançar do teu vestido, com o piscar dos teus olhos. Faz de cada canto um canteiro onde ficarão plantadas as flores dos nossos dias, das nossas horas passadas ao lado um do outro.

Entra e faz do meu medo do escuro motivo pra ficar.

Entra e faz dos meus cabelos e da minha barba ninhos para os teus dedos-passarinhos.

Entra pra fazer morar aqui essa parte de mim que voluntariamente se mudou pra você.

Entra e revira a minha estante, folheia meus livros, bagunça meus discos.

Entra e pinta as paredes da cor dos teus olhos, para que assim eu não sinta tanta saudade quando você não estiver.

Entra e adoça o meu café com teu beijo.

Entra e assina minhas cartas de amor.

Entra e abre as cortinas pra deixar respirar a poeira da tua ausência.

Entra, anoitece o meu dia, acorda a minha noite e arrepia a minha pele com um “bom dia” ao pé do ouvido.

Entra e faz do mundo um lugar melhor, ainda que dor e sofrimento continuem a existir do lado de fora.

Entra e seja o meu calcanhar de Aquiles, minha kriptonita.

Entra e do mesmo jeito seja minha força e motivo de assobio.

Entra e seja aquilo que bem entender, tudo o que quiser ser ou sentir.

Entra e, antes de ser minha, seja inteiramente tua.

 

Entra, e não precisa tirar os sapatos… Só o vestido.

Imperfeição

Imperfeição
Esqueci nosso aniversário de namoro. Sou terrível com datas. Sou terrível com milhões de outras coisas. Mas não é disso que quero falar. Não exatamente. Comentei na internet o ocorrido, já passado, já rido, já perdoado, e fui cercado por uma enxurrada de críticas, em tom carinhoso e amável, claro, mas com seu fundo de verdade – Mas você não é o cara que fala tanto sobre o amor?
 
Esse mesmo. Estou sempre falando sobre o amor, muito mais sobre o que descubro sobre ele do que sobre as coisas que penso saber. Falo muito mais sobre a tentativa do que o êxito, falo muito mais sobre a intenção do que a ação em si. Sim, os poetas, os românticos, nós, também esquecemos datas, mas ninguém comenta que deixamos bilhetes apaixonados todos os dias, que gritamos na rua o quanto amamos, que damos presentes em horas inapropriadas, que dizemos do nosso amor uma segunda vez repetida por puro e delicioso esquecimento.
 
Nunca falei de amores perfeitos, de pessoas impecáveis. A natureza do que escrevo parte sempre da beleza da imperfeição, das miudezas, da delicadeza que há em se assumir errado, pedir perdão. Não posso falar do que é perfeito justamente por desconhecê-lo. Sou errante, inconsequente, sem paciência, falo palavrão, tenho insônia, preguiça, ciumes, inseguranças, saudade de quem não devia.
 
Eu estou quase sempre na contramão, jamais ditando regras, jamais apontando dedos, jamais me colocando no lugar de melhor ou superior. O que sempre digo é que somos parecidos. E quando alguém me lê de volta, me acena com o braço alto, sinto por dentro que também não estou só em minhas tentativas. Sim, esqueço-me de datas, mas jamais do dia em que nos conhecemos. Um dia o amor imenso que sinto há de me redimir e também me fazer maior.

O que você faz quando lhe pedem desculpas?

O que você faz quando lhe pedem desculpas?

“Se eu soubesse antes o que sei agora,
Erraria tudo exatamente igual.” (Humberto Gessinger).

Pedir desculpas é bem mais difícil do que se imagina.

Ainda crianças, somos ensinados a pedir desculpas e a desculpar. Ensinam-nos que errar é humano, em discursos rasos, vindos dos nossos pais, educadores e demais adultos que cercam a nossa infância. A teoria é bacana, mas na prática o que acontece é o contrário.

Lembro-me das vezes nas quais eu pedi desculpas e confesso que quase nunca recebi uma resposta positiva, reforçadora, que de fato me mostrasse que aquele comportamento havia valido a pena e que eu deveria agir sempre daquela forma. O que geralmente se ouve como resposta a um pedido de desculpas são sermões, discursos ofendidos e detalhados sobre a gravidade do ocorrido e talvez no fim um “tudo bem deixa para lá”, acompanhado de um “não faça mais isso” geralmente vindo de um interlocutor que se faz de vítima.

Cada vez mais eu reforço a minha tese de que não sabemos desculpar ninguém: nem a nós mesmos, nem ao outro – mesmo quando ele nos pede desculpas.

Analisando detalhadamente as motivações que nos levam a pedir desculpas, vemos algumas variáveis importantes:

-Pedimos desculpas quando de fato percebemos o nosso erro, ou seja, já aprendemos e isso faz com que o discurso de apontamento do erro acompanhado da vitimização é pouco útil;

-O outro para quem fizemos algo de errado tem grande importância no rol de nossas relações, e esperamos que ele nos perdoe exatamente por isso;

-Para pedir desculpas, temos que superar e sermos maiores do que o orgulho, e ser maior que o orgulho é coisa de gente “grande”.

Os pontos acima são três obstáculos bastante difíceis de serem ultrapassados, porém, ao contrário do que deveria acontecer, não somos bem recebidos ao conseguir e então pedir desculpas, e por mais que a palavra sugira um pedido de que nos livrem da culpa, o que recebemos é exatamente a constatação de que ela é de fato nossa. A necessidade de encontrar culpados é infinita nos seres humanos!

Superar o orgulho e chegar ao outro para mostrar-se arrependido, assumir um erro ou constatar que não sabia algo e aprendeu – precisando errar para isso – é uma ação digna e que deveria ser vista com muita admiração, porém, ao contrário disso, parece que a humanidade, em mais um de seus acidentes de percurso, acha mais bonito ser orgulhoso. O orgulho – erroneamente confundido com amor próprio – é um defeito grave e muito perigoso e não pode ser conceituado como uma qualidade.

Então, quando lhe perguntarem onde está o seu orgulho, o melhor é responder que graças a quem quer que seja você não o tem. É exatamente o orgulho que nos impede de perdoar quem nos pede perdão. E cá entre nós, me permita uma pergunta: Quem é você mesmo para não perdoar alguém ou não perdoar a si mesmo?

Quem não perdoa o outro não perdoa a si mesmo nem tampouco percebe que também erra. Quem imagina ter o direito de, ao receber um pedido de perdão, tecer uma tese detalhada sobre o erro alheio provavelmente ainda nem saiu da pré-escola da vida e nunca teve sequer a coragem para olhar para seus próprios erros, escolhas e acidentes de percurso.

Desconfio de gente que não pede desculpas, que não consegue desculpar o outro com afeto, carinho e que não tem a capacidade de deletar o que o outro fez de errado, dando-se ao direito de sentar-se no trono de vítima. Este tipo de gente é o que mais erra. Gente que se faz constantemente de vítima não aprende quase nada na vida, porque a vítima nunca erra, ela é sempre a vítima não é mesmo?

Gente de verdade erra muito e erra sempre tentando acertar. Gente capaz de amar é gente capaz de perdoar setenta vezes sete como disse um grande mestre – se me permitem – o maior deles quando o assunto é amor. Gente de verdade recebe o pedido de desculpas com os braços abertos, com um sorriso nos lábios enquanto diz “esquece isso” seguido de um abraço.

Gente de verdade pede desculpas sem medo e sem orgulho porque sabe que o mais importante é o amor. Gente de verdade esquece todos os erros do outro e se lembra de cada acerto e de cada momento bom vivido naquela relação. Gente de verdade sabe que errar faz parte da vida de quem vive de fato, de quem se arrisca, porque, cá entre nós, quem tem medo de errar perde quase tudo que vale a pena. Quem tem medo de errar o tem porque não se perdoa e não perdoa ninguém. Quem tem medo de errar não vive – sobrevive e se arrasta sem fazer nada que possa dar certo exatamente pelo risco de errar.

Gente que não perdoa é gente infeliz.

 

A vida sempre nos abre portas, mas teimamos em não entrar

A vida sempre nos abre portas, mas teimamos em não entrar

Perdemos a oportunidade de aprender, de ampliar nossa visão de mundo, de repensar nosso modo de vida, nossas crenças e valores, pois não queremos abrir mão do que já está arraigado dentro de nós. Infelizmente, muitas das certezas que tomamos como certas são frágeis e não se sustentam frente ao movimento célere do mundo. Corremos, pois, o risco de ficarmos parados no tempo e no espaço, presos a mentiras ilusórias e paralisantes.

Perdemos a oportunidade de ensinar, de dividir conhecimento e experiências de vida, de ampliar o leque do raio de nossas ações entre as pessoas que nos rodeiam, pelo simples fato de que tememos que o outro use esse saber melhor do que nós mesmos. Ou seja, quanto menor nos enxergarmos enquanto alguém capaz de utilizar o potencial que possui, menos estaremos dispostos a transmitir o que sabemos, tornando esse conhecimento escondido cada vez mais inútil.

Perdemos a oportunidade de fazer novas amizades, de nos lançarmos aos encontros especiais que a vida nos reserva, receando abrir os nossos corações e ter que ver tudo aquilo sendo usado contra nós. Desconfiamos, então, de tudo e de todos, fechando-nos para o novo, para o desnudar-se frente a alguém, para novas trocas de verdades, porque o outro, para nós, será sempre o inimigo em potencial, um concorrente no emprego, na vida, enfim. E assim perdemos a chance de trocar sorrisos sinceros e carinhos honestos com gente do bem.

Perdemos a oportunidade de amar pela primeira vez, de reencontrar o amor, de amar de novo, de se amar, porque, na verdade, não estamos totalmente certos de nosso real valor, tampouco estamos dispostos a doar o tanto que queremos que nos doem. Egoístas que muitas vezes somos, queremos receber em profusão, ao passo que nos negamos a abrir mão de um mínimo de nós em favor da manutenção de um relacionamento. Difícil, quase impossível, nesse sentido, enxergar as necessidades e os desejos do outro, uma vez que a necessidade primeira é cada uma de nossas necessidades e ponto.

Perdemos a oportunidade de recomeçar, de tentar de novo, de lutar pelo que ainda não se foi de todo, de insistir em manter por perto o que nos é tão essencial, porque adotamos uma postura negativista e derrotista quando muitas vezes ainda há esperança. Isso porque não somos capazes de enxergar nossas reais possibilidades de ir em frente, ou seja, nós mesmos desacreditamos do tanto que ainda temos dentro de nós, contentando-nos com muito menos do que somos e podemos ser e ter.

Sim, existirão momentos em que teremos que ser obrigados a deixar ir embora pessoas e coisas, a fim de que possamos respirar com tranquilidade e desafogar o peso de nossas angústias. Haverá situações que nos obrigarão a nos fecharmos em nós mesmos por um tempo, até nos reencontrarmos. No entanto, quando tudo parecer perdido, caso mantenhamos ao menos um fio de esperança e de serenidade dentro de nós, poderemos perceber mãos generosas estendendo-se em nossa direção, prontas para nos ajudar a buscar novamente a felicidade, como tem de ser.

Ande como alguém feliz para ser feliz, afirma estudo

Ande como alguém feliz para ser feliz, afirma estudo

Uma pesquisa publicadano Journal of Behavior Therapy and Experimental Psychiatry afirma que para se sentir feliz, basta caminhar como uma pessoa alegre. Durante o experimento, uma série de pessoas foi testada para saber se estufar o peito e balançar os braços realmente traz mais felicidade do que passos pesados e olhares cabisbaixos.

No estudo, o grupo teve de caminhar durante 15 minutos em uma esteira enquanto alguns fatores eram analisados. Os participantes foram acompanhados por câmeras com sensores de movimento. Na frente da esteira, uma tela mostrava as ações de um medidor – que pendia à esquerda quando caminhavam “deprimidos” e à direita quando “felizes”.

À medida que os minutos iam passando, a equipe de pesquisadores pedia para que as pessoas tentassem jogar o medidor para a esquerda ou para a direita. Só que antes de começarem o teste físico, os convidados tiveram que ler uma lista de palavras positivas e negativas.

Depois da caminhada, os participantes tiveram que escrever as palavras que lembravam. O resultado mostrou que quem caminhava de maneira mais triste (seguindo a lógica de outro estudo) conseguiu lembrar mais palavras tristes; e aqueles que andaram felizes se lembraram de mais palavras positivas.

Para os pesquisadores, essa lógica está alinhada a de outros trabalhos publicados sobre o tema. Segundo tais pesquisas, andar como um líder pode aumentar as chances de se tornar um; e segurar uma caneta com os lábios pode aumentar a vontade de sorrir. Então não custa nada andar mais “animado” por aí. Vai que contagia.

Fonte indicada: Revista Galileu

Sextou! É hora de fingir ser feliz.

Sextou! É hora de fingir ser feliz.

“Sextou”! É hora de ir pra balada e esquecer os problemas. É hora de fugir das dores e da vidinha medíocre. É hora de esquecer o quão chata e cansativa foi a interminável semana. É hora de embriagar as angústias e colocar os sonhos para dormir, pelo menos até segunda-feira.

O indivíduo contemporâneo, autossuficiente e cheio de si, o qual acredita ser mais feliz e ter mais sucesso do que seus pais ou avós, curiosamente tem uma vida muito mais mecanizada do que seus antepassados. Isto é, a vida tem sido delegada para qualquer meio que o entorpeça e o faça fugir da realidade, muito embora se achem autossuficientes. Deve ser mais um dos paradoxos da vida moderna, como dizia Milton Santos.

A vida, na maior parte do tempo, não faz sentido para as pessoas. Estas se relacionam com o tempo de forma conturbada, de modo que não existe valor algum em uma terça-feira. Ou seja, as suas rotinas são insuportáveis e tão cansativas, que as fazem odiar a sua própria vida. Ora, como assim a própria vida? Sim, a própria vida, pois a vida não se circunscreve ao fim de semana.

Desse modo, o desprazer que as pessoas sentem em relação à vida relaciona-se a si mesmas e ao modo como encaram esse problema. A grande questão é que nem todos (ou quase ninguém) querem encarar o cerne do problema, uma vez que perceberiam o tamanho da complexidade e o quanto são responsáveis por isso. Assim, preferem delegar sua felicidade às baladas e bebidas, pois são incapazes de encarar a que pé anda sua vida.

No entanto, ainda que o fim de semana seja o recanto da “felicidade”, este, por si só, não faz suportar o inferno semanal. Sendo assim, tratamos de medicalizar o problema, de modo que tomamos remédio para acordar, para ter disposição, para ter mais atenção, para não ter mau humor, para comer, para emagrecer, para nos deixar mais agitados, para nos deixar calmos, para tranquilizar, para dormir etc.

Como o problema é crônico, tornamo-nos dependentes das pílulas da felicidade, que nos garante sobrevida até o oceano de prazeres do fim de semana, em que seremos infinitamente felizes vestindo, comendo, bebendo, ouvindo, falando e fazendo exatamente as mesmas coisas que qualquer outro indivíduo (esperto, lógico) faz.

Entretanto, não consigo encontrar a felicidade em um sistema que mecaniza e medicaliza totalmente a vida, retirando toda subjetividade do ser e transforma a maior parte da vida em algo insuportável. Não há problema algum em ir para a balada, em sair com os amigos ou tomar um chope, desde que seja feito por vontade própria e não se torne algo mecânico como o seu trabalho, o qual julga intragável.

Como é mais fácil fazer da vida uma grande linha de produção, em que você é um operário sem o menor poder questionador, a vida passa sem que você tenha controle algum, sendo apenas um autômato controlado por algo externo. Submetidos aos interesses daqueles que querem que você seja apenas mais uma peça que faz a engrenagem funcionar, temos nos esquecido de que somos mais do que marionetes produzidas em série.

Podemos ter doses diárias de felicidade, se fizermos algo que nos proporcione prazer e não seja apenas uma obrigação. Podemos sentir que a nossa presença no mundo faz diferença e que somos capazes de mudar a realidade. Não precisamos estar presos a um amálgama de servidão e de mentira, embora, para tanto, seja imprescindível coragem e esforço.

Como essas características andam cada vez mais raras, ainda veremos muitas #sextou por aí, em que muitos indivíduos, incapazes de gerir a sua vida, buscam ingerir incontáveis doses de soma, como diria Huxley, a fim de que possam suportar pacientemente os dissabores da vida e serem extasiamente felizes.

“E, se alguma vez, por algum acaso infeliz, ocorrer de um modo ou de outro qualquer coisa desagradável, bem, então há o soma, que permite a fuga da realidade. E sempre há o soma para acalmar a cólera, para nos reconciliar com os inimigos, para nos tornar pacientes e nos ajudar a suportar os dissabores.”

Amar não é para todos- Ivan Martins

Amar não é para todos- Ivan Martins

O filósofo e escritor francês Albert Camus disse uma vez que o único tema filosófico que valia a pena era o suicídio. Às vezes, por outras razões, me ocorre que o único tema relevante sobre os relacionamentos cabe numa única pergunta: você é capaz de amar alguém que retribua os seus sentimentos?

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A resposta automática a essa pergunta, em quase 100% dos casos, é afirmativa. “Claro que sim”. Mas, espere um pouco. Aproveite o momento solitário em frente desta tela e considere, sem risco de ser descoberto: você já gostou de alguém a ponto de deixar algo de lado por ele ou por ela? Já se percebeu duradouramente conectado a outro ser humano, de forma que ele deixasse de ser um estranho? Já sentiu que vida de alguém o preocupava – e o atingia – quase como se fosse a sua própria vida?

Quem consegue dizer sim a isso tudo e não está numa relação imaginária – ou platônica – com a pessoa do andar de cima, parabéns. Ao contrário do que diz a lenda, esse negócio de amor não é para todo mundo.

Se houvesse um teste emocional capaz de medir nossas emoções, acredito que ele mostraria que boa parte da humanidade não consegue estabelecer relações românticas profundas e duradouras.

Penso no sentimento geral de que é bom estar na companhia da sua pessoa, em vez de estar com qualquer outra. Penso em passar um dia, uma semana, um mês, sem cogitar em cair fora. Imagino um período, qualquer que ele seja, sem que os sentimentos e as sensações se voltem para fora da relação, em busca de horizontes que não estão lá. Quando eu falo em amor, penso em satisfação, ainda que temporária.

Quem passa no teste? Não muitos, imagino. O que nos leva de volta ao primeiro parágrafo e à capacidade de amar, que raramente é confrontada.

Por alguma razão inexplicável, estamos acostumados a atribuir o sucesso ou fracasso dos nossos relacionamentos apenas aos outros. Ela não me quer, não corresponde meus sentimentos, não é constante. Ou talvez seja algo na atitude dele, na maneira como fala, toma sopa ou ganha a vida que fez com que eu me afastasse. Em poucas palavras, nossos sentimentos parecem depender apenas do que o outro faz ou é, não de nós.

Isso acontece desde o início.

Aos 13 ou 14 anos, quando nos apaixonamos pela primeira vez, a “causa” da paixão é o outro. Sua beleza, seu comportamento, seu sorriso. Achamos que vem tudo de fora. Nem reparamos na elaboração interna do nosso sentimento. Não perguntamos o quê, na nossa personalidade, faz o outro tão atraente. Damos de barato que aquela pessoa é responsável pelo que sentimos, embora os sentimentos emanem de nós.

Essa exteriorização prossegue pelo resto da vida.

Quando as coisas não dão certo – no casamento, no namoro, no caso – rapidamente culpamos o outro e partimos para a reposição, sem investigar nossos sentimentos. Trata-se apenas de procurar com afinco até encontrar a pessoa certa. Mas existe pessoa certa para quem não consegue transpor a barreira de si mesmo e criar uma conexão duradoura com o outro?

Temo que não.

Minha impressão é que aprender a amar é trabalho para a vida inteira. Exige abrir mão do egoísmo, que é imenso. Supõe a capacidade de se encantar com aquilo que não é apenas um reflexo de nós. É essencial, sobretudo nos homens, superar o fascínio boçal pela aparência, que em muitos casos funciona como um sinal de trânsito indicando o caminho para a pessoa errada.

Ao final, como tantas outras coisas na vida, também essa precisa de tempo e de atenção. Tempo para se conhecer e perceber suas próprias dificuldades. Atenção para não se perder em falsas questões. No frigir dos bolinhos, o problema não deve ser apenas a imperfeição do outro, que existe e é imensa. O problema talvez seja a sua, a minha, a nossa incapacidade de superá-la. De amar, apesar dela.

Qual é o nosso próximo passo?

Qual é o nosso próximo passo?

Quando perdemos o emprego, perdemos muito mais do que isso, mas na hora não nos damos conta. Porque no mundo em que vivemos, o emprego está associado diretamente ao status social, está ligado ao nosso valor como indivíduos, reflete o que nós somos como pessoas. Então, se ver de uma hora pra outra, desempregado, não é simplesmente ter que procurar outro trabalho.

Afeta a nossa autoestima, a nossa confiança, pois nos faz repensar os caminhos que escolhemos para chegar até aqui. Será que escolhi a carreira certa? Essa profissão me representa? Qual é o emprego que pode significar algo pra mim? É muito solitário olhar pra dentro de si com uma lente de aumento e tentar achar um motivo, uma razão pra sua demissão, ou o que você possa ter feito para estar nessa posição. A culpa nessa fase de aceitação suga as nossas energias, se deixarmos nos dominar.

Às vezes, coisas acontecem e a culpa não é nossa. Em outros casos, podemos sim ter feito algo que precipitasse essa decisão. Mas não devemos nos martirizar, temos que confiarem nós mesmos e na nossa intuição sobre as coisas. É importante fazer um balanço, uma autoanálise com os prós e os contras.

Parece bobagem, mas com essa atitude proativa a gente retoma as rédeas, o controle da nossa vida e abre mão daquele sentimento de culpa que nos diminui, nos consome e não nos leva a nada. O que foi positivo, a gente busca repetir e o que agimos de forma negativa, tentamos entender o que motivou a atitude destrutiva para não nos sabotarmos de novo e assim devagarinho, vamos buscando avançar.

É importante sim revermos nossos planos, revisitarmos nossas pegadas até aqui para definirmos aonde queremos chegar depois disso. Ficar sem emprego é algo sim que impossibilita várias coisas, afinal é com o dinheiro que ganhamos que movimentamos vários aspectos da nossa vida: seja uma faculdade, uma pós, aquele curso de idiomas e sem dúvida, o nosso lazer, a nossa diversão. E também para podermos ter um padrão de vida, coisas que almejamos e experiências que queremos ter. De certa forma, por isso sofremos tanto por estarmos desempregados e nos sentimos desanimados, pois perdemos a autonomia de ganharmos o nosso próprio dinheiro, de nos sustentarmos, de sermos independentes.

Aí nos aprisionamos dentro de um ciclo vicioso que parece não ter fim: não compramos porque não temos dinheiro e não temos dinheiro por isso não compramos. Mas na nossa sociedade capitalista onde viver é consumir e consumir é viver, nos sentimos excluídos, a margem e privados de participar desse altar particular ao consumo. Sim, sentimos tudo isso em um primeiro momento, em um turbilhão de emoções e sentimentos contraditórios. Mas esse passo é necessário, abraçar essa sensação tão palpável de fracasso para podermos chegar do outro lado, para podermos sair do lugar de vítimas e agir.
Para começarmos a olhar as coisas de outra forma, por outro prisma e quem sabe tentar algo novo.

Afinal, estar sem emprego também é uma chance de se reinventar e escolher uma nova rota, dar vazão àquele plano B que estava na gaveta empoeirado e talvez agora seja o momento ideal para colocá-lo em prática. Quem sabe, poder fazer a viagem que estava querendo há muito tempo ou aquele intercâmbio tão desejado? De repente, começar um curso novo, fazer a faculdade que sempre quis e poder mudar de carreira? Ou se dedicar para o mestrado que nunca teve tempo ou o cargo público que você quer ocupar?

Eu sei a vida, às vezes, sacode a gente e vira tudo do avesso, nos força a sair da nossa zona de conforto que só serve pra nos limitar a aquele velho lugar que sempre ocupamos e que agora pode não nos servir mais. Mas essa é a graça da coisa, quando estamos à frente de uma encruzilhada e sabemos exatamente o que não queremos mais e começamos a buscar o que realmente desejamos e com isso, podemos tomar o caminho que é certo pra nós.

10 filmes de Akira Kurosawa que você precisa assistir

10 filmes de Akira Kurosawa que você precisa assistir

Por Philippe Torres, do Cineplot

Em primeiro lugar, gostaria de deixar bem claro que ao se criar listas, inevitavelmente, alguns filmes ficarão de fora. O cineplot preocupa-se em cria-las sem uma ordem estabelecida e muito menos dizer que estes são os melhores filmes de determinado tema. Essa introdução se faz necessária para dialogar sobre a obra do diretor em questão, esse sim, um dos melhores, mais importantes e influentes da história do cinema.

Em segundo lugar, crio esta lista com 10 filmes de Kurosawa que você precisa assistir. Contudo, recomendo que assista a TODA filmografia deste que, até agora, não me decepcionou em um único filme. Um grande mestre.

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1- Sonhos

São oito segmentos. No primeiro, “A Raposa”, uma criança é avisada pela mãe que não deveria ir à floresta quando há chuva e sol, pois é a época do acasalamento das raposas, que gostam de serem observadas, mas ele desobedece os conselhos e observa as raposas, atrás de uma árvore. Ao retornar para casa sua mãe não o deixa entrar e lhe entrega um punhal, dizendo que como ele havia contrariado a raposa ele deveria se matar, mas ela sugere algo que pode remediar a situação.

Na segunda, “O Jardim dos Pessegueiros”, o irmão mais novo de uma família, ao servir chá para as irmãs, depara com uma moça que foge. Indo ao seu encalço, nota que ela é uma boneca e depara com os pessegueiros da sua casa totalmente cortados, restando só tocos. Os espíritos dos pessegueiros surgem para ele e, em uma dança melancólica, dizem que as bonecas são colocadas para enfeitar e festejar a florada dos pessegueiros, mas como eles não mais existem naquela casa não fazia sentido a presença das bonecas.

Na terceira, “A Nevasca”, o líder de uma expedição, junto com seu grupo, se vê em meio a uma nevasca. Eles sucumbem a nevasca, mas repentinamente surge uma linda mulher que envolve o líder com uma echarpe prata. Ele percebe que ela é a morte, que se transforma em uma horrenda figura, então ele vê que está próximo do acampamento e tenta acordar os companheiros, mas não consegue. Ouve então, uma corneta, indicando que o acampamento está mais próximo do que imagina.

No quarto, “O Túnel”, ao entrar em um túnel o capitão de um exército é surpreendido por um cão, que ladra para ele. Atravessa então o túnel em curtos passos. Na saída ouve alguém a caminhar e depara com um dos seus soldados morto em combate, que pensa não estar morto.

No quinto conto, “Corvos”, um jovem pintor, ao observar as pinturas de Van Gogh, entra dentro dos quadros e se encontra com o pintor, que indaga por qual razão ele não está pintando se a paisagem é incrível, pois isto o motiva a pintar de forma frenética.

No sexto conto, “Monte Fuji em Vermelho”, o Fuji entra em erupção ao mesmo tempo ocorre um incêndio em uma usina nuclear, provocado por falha humana. É desprendida no ar uma nuvem de radiação. Um homem relata ser um dos responsáveis pela tragédia e diz preferir a morte rápida de um afogamento à lenta provocada pela radiação.

No sétimo, “O Demônio Chorão”, ao caminhar um viajante encontra um demônio, que lamenta ter sido um homem ganancioso e, como muitos, transformou a terra em um lastimável depósito de resíduos venenosos.

No último, “Povoado dos Moinhos”, um viajante chega à um lugarejo conhecido por muitos como Povoado dos Moinhos. Lá não há energia elétrica e tampouco urbanização. Um idoso, ao ser indagado, relata que os inventos tornam as pessoas infelizes e que o importante para se ter uma boa vida é ser puro e ter água limpa.

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2- Trono Manchado de Sangue 

No Japão do século XVI, os samurais Washizu e Miki encontram uma feiticeira na volta para casa depois de vencerem uma batalha. Ela prevê que Washizu será o Senhor do Castelo do Norte. Esse é o início de uma sangrenta luta pelo poder. Adaptação da peça “Macbeth”, de Shakespeare.

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3- Yojimbo 

História de uma cidade dividida por duas gangues rivais no Japão do século 19. Com a chegada de um samurai, que toma posição entre as gangues, os conflitos culminam com o aparecimento de um dos oponentes portando uma arma de fogo.

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4- Os Sete Samurais 

Durante o Japão feudal do século XVI, um velho samurai chamado Kambei (Takashi Shimura) é contratado para defender uma aldeia indefesa que é constantemente saqueada por bandidos. Contando com a ajuda de outros seis samurais, Kambei treina os moradores para resistirem à um novo ataque, que deve acontecer muito em breve.

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5- Viver 

Burocrata de longa data, que não liga para nada que não o interessa, descobre que está com câncer. Decide, então, construir um playground em seu bairro, tentando descobrir um sentido para sua vida.

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6- Rashomon 

O filme descreve um estupro e assassinato através dos relatos amplamente divergentes de quatro testemunhas, incluindo o próprio criminoso e, através de um médium (Fumiko Honma), a própria vítima. A história se desvela em flashbacks conforme os quatro personagens — o próprio bandido (Toshiro Mifune), o samurai assassinado Kanazawa-no-Takehiro (Masayuki Mori), sua esposa Masago (Machiko Kyō) e o lenhador sem nome (Takashi Shimura) — recontam os eventos de uma tarde em um bosque. Mas é também um flashback dentro de um flashback, porque os relatos das testemunhas são recontados por um lenhador e um sacerdote (Minoru Chiaki) para um grosseiro plebeu (Kichijiro Ueda) enquanto eles esperam por uma tempestade em uma portaria arruinada.

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7- O Idiota 

Com O Idiota, Kurosawa utiliza um texto de peso do mestre Dostoiévski. Conheça a história de Kameda, que viaja para Hokkaiko e acaba se envolvendo com duas mulheres. A tragédia acontece após uma perceber que não é amada e decidir tomar providências drásticas quanto a sua situação.

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8- RAN 

Japão, século XVI. Hidetora (Tatsuya Nakadai), o poderoso chefe do clã dos Ichimonjis, decide dividir em vida seus bens entre seus três filhos: Taro Takatora (Akira Terao), Jiro Masatora (Jinpachi Nezu) e Saburu Naotora (Daisuke Ryu). Com o primeiro fica a chefia do feudo, as terras e a cavalaria. Os outros dois ficam com alguns castelos, terras e o dever de ajudar e obedecer Taro. No entanto, Hidetora exige viver no castelo de alguns deles, manter seus trinta homens, seu título e a condição de grão-senhor, mas Saburu, o predileto, prevendo as desgraças que viriam com tal decisão, se mostra contrário à decisão paterna. Assim é expulso do feudo e acaba sendo acolhido por Nobuhiro Fujimaki (Hitoshi Ueki), que se mostra impressionado com sua decisão de contrariar o pai e casa-o com sua filha. Hidetora vai ao seu castelo, que agora é de Taro, e não é bem recebido, pois seu primogênito é encorajado por Kaede (Mieko Harada), sua mulher, para ter liberdade para tomar decisões e chefiar o feudo. Kaede quer vingar a morte dos pais, que foram mortos por Hidetora em um incêndio, e guarda muito rancor e igual rejeição. Hidetora sente isso quando vai ao castelo de Jiro e assim se vê isolado em seu ex-império e bem próximo da insanidade.

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9- Dersu Uzala 

Drama contemplativo realizado por Kurosawa quando exilado do Japão. A Rússia financiou a história, passada no fim do século 19, que narra a aventura de um explorador e cartógrafo russo na Sibéria, onde pretende mapear toda a região. Para isso conta com ajuda de caçador mongol. Oscar de melhor filme estrangeiro.

 

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10- Os Homens que Pisaram na Cauda do Tigre

O filme está ambientado no Japão medieval, e é uma adaptação de uma obra Kabuki, do teatro japonês tradicional, de 1840. Narra como um samurai fugitivo, o senhor Yoshitsune, seu irmão e seus guardas-costas tentam cruzar a fronteira.
Este filme, do início da carreira de Kurosawa, guarda uma certa relação com “A Fortaleza Escondida”. Tem um argumento similar, personagens parecidos, e se busca o mesmo objetivo.

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