Você comanda a sua mente ou é ela que comanda você?

Você comanda a sua mente ou é ela que comanda você?

O cérebro humano é uma ferramenta maravilhosa, cuja capacidade de armazenamento, interpretação, interação e adaptação parece ser ilimitada. O mais misterioso órgão do nosso corpo, embora possa ser visualizado, estudado, tocado; e, até, manipulado, é ainda fonte inesgotável de questionamentos e perguntas. O que sabemos é que se trata da nossa central de funcionamento e fonte administrativa do comportamento. Uma usina de substâncias químicas hormônios e enzimas passíveis de mensuração e análise. Uma estrutura intrincada de células e vias neuronais, realizando milhares de sinapses a todo instante. Organizado por impulsos elétricos que comandam o funcionamento do nosso corpo e a configuração de nossos comportamentos. O cérebro, ainda que seja enigmático, em muitos aspectos, é orgânico, material e físico. Mas, o que podemos dizer da mente?

A mente é um completo mistério para nós. Chega a ser perturbador ter de admitir que mesmo passados séculos de estudos, interpretações filosóficas e inegáveis avanços na área das neurociências, da psicologia e da medicina, continuamos com hipóteses controversas acerca do conceito de mente. Teorias históricas antigas, baseadas em premissas de Platão, sustentam ser a mente uma entidade independente do corpo. Há, inclusive, proposições religiosas que relacionam o funcionamento da mente às tendências da alma, pressupondo a existência de um espírito que daria ânimo ao corpo.

Há tempos, bioquímicos, psicólogos, neurologistas, psiquiatras e neurocientistas vêm se debruçando sobre pistas dadas pelas funções mentais, que são responsáveis pela capacidade humana de pensar, sentir, lembrar, aprender, comunicar-se, criar ou destruir. Anos de pesquisa comprovam que o comportamento humano está intrinsicamente ligado ao funcionamento do cérebro. Isso posto, revela-se uma interpretação: a mente depende do cérebro para existir e só pode expressar-se pelas manifestações do comportamento que é constituído, em grande parte, pela química das células neuronais.

Assim, podemos entender o cérebro como um mapa para compreender (ainda que de forma tímida), os mistérios da mente. Neurocientistas, por meio de muito estudo e pesquisa, apontam para mecanismos cerebrais que podem estar implícitos em experiências infinitamente complexas nos processos de desenvolvimento e aspectos comportamentais do ser humano, tais como: o pensamento, a atenção e a consciência.

O cérebro, em si, é extraordinário. A começar por sua estrutura repartida em dois hemisférios, sendo cada uma das metades (direita e esquerda), uma imagem “em espelho” da outra, interligadas por feixes nervosos. Durante muito tempo apregoou-se que cada hemisfério teria suas próprias áreas de especialização mental. O hemisfério esquerdo, por exemplo seria majoritariamente responsável pelas funções verbais, analíticas e de raciocínio lógico; enquanto que o direito estaria mais envolvido com as funções artísticas, capacidade de criação e habilidades espaço-visuais. Hoje sabemos que o que permite que sejamos tanto criativos, quanto analíticos é a eficiência das conexões entre todas as regiões do cérebro. Mediante a ocorrência de uma lesão no feixe de fibras nervosas que liga os dois hemisférios, as conexões são interrompidas em alguns espaços, o que pode ocasionar alterações impressionantes no comportamento.

Tantas descobertas nos colocam em um ponto no qual o fascínio pelo que já se sabe e a inquietação a respeito do quanto ainda falta compreender marcaram um encontro. Afinal, ao mesmo tempo em as funções mentais são responsáveis pela evolução e desenvolvimento do nosso mundo; as disfunções da mente revelam-se como detentoras de um poderoso sistema de destruição do ser humano e do seu entorno.

Estudos de neurociência e genética apontam que disfunções mentais como: mania, distúrbios do humor, esquizofrenia, ansiedade, distúrbios de memória e déficits intelectuais têm sua origem em configurações anatômicas do cérebro, funções bioquímicas e hereditárias. Revelações desta natureza trazem uma luz importante ao tratamento social que se dá às doenças mentais. Infelizmente, uma grande parcela da sociedade (senão sua maioria), apresenta uma postura altamente preconceituosa em sua interpretação sobre o comportamento de portadores de disfunções psiquiátricas. As doenças da mente são tão reais quanto o diabetes, as cardiopatias ou o câncer. No entanto, como seus sintomas e consequências revelam-se por meio do comportamento destoante, julga-se que o indivíduo doente pode controlar seu comportamento; e, em não o fazendo está sendo fraco, melindroso ou, até, malicioso. Sim! A quem acredite que é possível fingir uma depressão, por exemplo. Pode acreditar!

O comportamento compulsivo é um exemplo perfeito para ilustrar este fato. Compulsões são representadas por ações repetitivas que, em sua essência, são danosas ao equilíbrio físico, social e mental do indivíduo. Os compulsivos, em geral, são portadores de natureza ansiosa ou insegura, cuja origem pode estar relacionada às relações familiares na infância. A pessoa compulsiva adquire um hábito que se perpetua na tentativa desesperada de fazer parar uma dor emocional por meio de um comportamento repetitivo, sobre o qual não tem controle.

As compulsões trazem um prazer momentâneo, ilusório e danoso à já frágil estrutura emocional de quem está sujeito a elas. Em busca de saciar um buraco afetivo, aplacar uma situação aflitiva ou mesmo, escapar de um sentimento opressivo, a vítima embarca num túnel de atos repetitivos e sem nenhuma reflexão possível, perde o controle de suas ações. Há gente que rói as unhas, até que comece a roer a própria carne. Há aqueles que arrancam os próprios cabelos, até que tenha conseguido uma enorme falha expondo o couro cabeludo. Há quem compre compulsivamente coisas aleatórias, até que se veja atolado em dívidas impossíveis de serem pagas; e, nem assim conseguem parar de comprar.

Compulsões alimentares, por exemplo, são caracterizadas pela ingestão de grandes quantidades de comida, num curto espaço de tempo. A pessoa coloca na comida a cura momentânea para sensações de desamparo e incompletude às quais se submete todo santo dia. O mais desesperador é que o anestésico dura pouquíssimo tempo. Em geral, dura o tempo em que a pessoa se empanturrou de qualquer coisa que tenha no armário ou na geladeira e sequer trouxe o alívio que ali fora buscado. O mais triste é que na sequência do surto compulsivo, a pessoa é tomada por um enorme sentimento de culpa e sensação de incompetência por não ter conseguido resistir ao impulso (como se fosse possível resistir!).

Essa categoria de compulsão está intimamente ligada à aquisição de vícios. Os vícios se instalam graças ao fortalecimento das conexões neuronais presentes nos hábitos. O cérebro cria trajetos de rotina, por meio dos quais, sempre que se apresentar uma situação de angústia ou aflição, fará a pessoa recorrer ao comportamento compulsivo. Os compulsivos enfrentam dificuldades absurdas para conseguir desinstalar o processo da compulsão, justamente porque no início, esse comportamento provoca imenso prazer e as consequências negativas só aparecem com o tempo. E quando elas aparecem, a compulsão já se estabeleceu, invertendo a ordem das coisas.

A compulsão é o avesso da situação equilibrada das emoções. Aqui não é a mente que manda no comportamento. Aqui a mente está subjugada por uma repetição de comportamentos cuja causa é nebulosa, mas a natureza é psíquica. Compulsão é doença! Não é falta de vergonha na cara! Não é fraqueza! Portanto, antes de sairmos por aí apontando nossos dedinhos perfeitos a julgar o desequilíbrio alheio, muita cautela! Por trás de um comportamento anormalmente repetitivo há sempre uma pessoa que sofre!

Quando tudo sempre acaba em pizza é sinal que a coisa não vai bem

Quando tudo sempre acaba em pizza é sinal que a coisa não vai bem

Pode parecer fácil perceber isso, mas nem sempre é: um relacionamento não vai bem quando faz desprender mais energia do que agrega, quando nos faz sentir mais esgotados do que renovados. Quando causa mais canseira do que ânimo, gera mais luta do que calmaria, precisa de esforço para manter a paz ao invés de fluir naturalmente.

A coisa já desandou faz tempo quando a gente se percebe pisando em ovos para não despertar o mal humor do outro, quando a gente se encantoa, fala menos, mente, evita certos assuntos, toma muito cuidado para não invadir espaços, quando a gente tem que se moldar ou esquecer de si mesmo para evitar conflitos.

Acho que é um sinal de que algo precisa mudar quando a gente se vê fazendo malabarismo com as boas vibrações, quando a gente evita conversar sobre assuntos difíceis, quando a vida começa a parecer um jogo de palitos, e a gente tem que viver tendo cuidado para mover as peças e não fazer tudo estremecer.

É difícil ter clareza, e mais difícil ainda é perceber que se quer romper essa paz frágil, inventada. Mas, se a vida anda assim, talvez seja mesmo o momento de pisar e quebrar os ovos, tocar nos assuntos trabalhosos, enfrentar a canseira da alma para olhar a fundo uma história que a rotina parece querer te impedir de esmiuçar. E a preguiça e o comodismo parecem querer proteger.

É bom ter olhos para perceber que não está tudo bem quando depois de tanto desgaste, distancia, individualidade, tudo termina em pizza e a pizza alivia aquela noite, mas não o resto da vida. É interessante ter coragem de se expressar, de impor limites, mesmo para a dor, mesmo para a solidão, mesmo para esses excessos de cuidados que já não tapam buracos. É bom parar e olhar, falar, começar a mudar.

Porque é por querer evitar um estresse maior que a gente o fatia e distribui pelos dias. É por querer evitar que a bomba exploda de uma vez que a gente abre diariamente a válvula de escape, mas ela não se desmaterializa. É por medo da ideia de solidão, que a gente acaba vivendo o pior tipo delas: a solidão a dois.

É por excesso de proteção e compaixão pelo outro que a gente atrasa o seu desenvolvimento existencial. É por falta de energia para enfrentar um drama e dar uma guinada, que a gente acaba adoecendo em conta gotas. E é por evitar entrar na dança da vida de alma aberta que a gente acaba evitando a própria vida.

Porque o que ela quer da gente é coragem e abertura para sermos em plenitude a nossa melhor versão.

Por que precisamos chorar?

Por que precisamos chorar?

Longe de ser um sinônimo de fraqueza, chorar nos ajuda a canalizar e libertar as tensões do nosso corpo e tem um efeito semelhante ao dos analgésicos.

Choramos desde o nascimento. Às vezes de tristeza, às vezes de felicidade. Também é verdade que muitas vezes nós “seguramos” o desejo de chorar, porque pensamos que assim somos mais fortes, ou porque não é bem visto derramar lágrimas.

No entanto, este tipo de “descarga” é vital para nos expressarmos, ir em frente ou demonstrar o que nos acontece. No artigo a seguir, vamos dizer a você por que precisamos chorar de vez em quando.

Chorar profundamente nos liberta.

As lágrimas são uma ferramenta usada para todos os tipos de fins. Desde aliviar as dores até para chamar a atenção, para mostrar nossa tristeza ou decepção, memórias de algo que aconteceu no passado ou mesmo quando espirramos, temos alergias ou damos gargalhadas.
Chorar nos dá alívio, nos faz sentir mais relaxados e pode nos ajudar a estar ciente das coisas que não vemos (ou que estávamos relutantes em fazer).

É claro que você se lembra de mais de uma vez em que chorou “com todas suas forças” e, em seguida, ou dormiu ou deixou o seu canto para fazer qualquer atividade. Por quê? Porque as lágrimas servem para tirar uma grande carga dos seus ombros, como popularmente se diz.

Há pessoas que têm a capacidade de chorar, mas outras não podem fazê-lo facilmente. Quando somos pequenos nos repreendem por chorar porque nos dizem que isso é para os “fracos”, “mimados” ou “crianças más”.

Isso fica gravado em nossas mentes e, por isso, não nos permitimos chorar quando precisamos. Controlar demais as emoções, negá-las ou dissimulá-las com um sorriso falso é prejudicial à saúde.

Acumular muitos sentimentos negativos não apenas causa depressão, tensão ou estresse, mas também pode alterar o caráter ou personalidade. Mais irritabilidade, mau humor e nervosismo são apenas alguns dos sinais.

Não se esqueça de que o corpo deve expulsar tudo o que lhe dói ou lhe faz adoecer. Um dia ele não poderá suportar mais “guardar” lágrimas e tristeza, e explodirá em um grande choro ou ataque de raiva.

Quanto ao sofrimento físico causado por não chorar podemos destacar a dor de cabeça ou no pescoço, dores de estômago e tonturas. A imunidade diminui e nos tornamos mais propensos a doenças de todos os tipos.

Conter as emoções também bloqueia o fluxo de energia e isso também influencia a saúde negativamente. O choro profundo é uma excelente maneira natural de aliviar o nosso pesar e entender quais são as nossas dores e tristezas. Isso não significa que nós temos que esperar todo o mal se acumular, mas saber de que maneira ir liberando lentamente o que nos fere.

Atualmente, estamos ocupados demais para entender o que acontece conosco. Nós não tiramos um tempo para analisar as emoções cotidianas e é muito difícil tomar decisões profundas.

Se você fica o dia todo de cá pra lá, nunca poderá chorar o que precisa e desprender-se do que lhe faz mal.

Talvez você possa aproveitar o momento do banho ou quando for dormir. Isso não vai transformá-lo em um deprimido crônico, mas em uma pessoa que sabe canalizar suas ansiedades de uma forma positiva. Você vai se sentir realmente revigorado, liberado e energizado para seguir em frente.

Se pra você é difícil chorar, não precisa se preocupar. Isso acontece com muitos outros. Você precisa sensibilizar-se um pouco e dar-se um tempo. Pode tocar uma música, ler alguma coisa ou assistir a um daqueles filmes que exigem um pacote de lenço bem grande.

Você não está chorando pelo protagonista ou pela história em si, mas esse é um interessante mecanismo para desprender o que acumulou em seu interior. Sabia que existe um ponto na altura da garganta, que quando é pressionado ativa o choro? Você também pode respirar profundamente. Para muitos esta técnica funciona quando querem chorar.

O choro é um calmante natural.

Já falamos do aspecto “espiritual” do ato de chorar e algumas de suas consequências. Também é bom saber que muitos estudos foram realizados para analisar por que quanto mais lágrimas derramadas mais tranquilo fica o “chorão”.

Se o choro vale à pena é por que o líquido salino conhecido como lágrima tem a capacidade de limpar os olhos e hidratar os globos oculares naturalmente. E isso pra que serve? Para liberar hormônios de bem-estar.

Quando ficamos estressados estamos mais propensos a chorar. Isto tem uma razão científica muito convincente: ao expulsarmos as lágrimas liberamos oxitocina, noradrenalina e adrenalina. Estes elementos têm sobre o corpo o mesmo efeito de um analgésico.

Os hormônios fixam a atenção sobre o que nós sentimos. Então, depois de chorar nos sentimos melhor. Como se isso não fosse suficiente, os especialistas dizem que o choro reduz a ansiedade e promove o relaxamento.

Chorar e rir… Igualmente benéficos?

O riso e o choro são dois dos fenômenos que estão mais presentes em nossas vidas diárias. Se analisarmos fisiologicamente, ambos são semelhantes. Por quê? Porque alteram a respiração e a pressão arterial.

Se nós rirmos uma hora por dia emagreceremos 14 gramas de gordura. Talvez possa parecer pouco para alguns, mas se você somar isso, em um ano terá reduzido em 5 kg. E esse não é o única vantagem, porque o riso aumenta a autoestima, retarda o envelhecimento e elimina o estresse e a tensão.

O choro também consegue este último benefício! A medicina hipocrática o considerava “um expurgo para os estados de humor”. Ao longo da história o choro foi interpretado como um sinal de pouca integridade ou fraqueza, mas isso não é verdade. Que o riso e as lágrimas encham sua vida!

A maturidade de não culpar ninguém pelo que me acontece

A maturidade de não culpar ninguém pelo que me acontece

Você se lembra de quando era pequeno? A infância é uma época maravilhosa e é por isso que, frequentemente, voltamos a olhar para trás com nostalgia. É o período em que estamos descobrindo o mundo e, simultaneamente, sentimos a segurança que o cuidado dos adultos nos proporciona.

Na infância e na adolescência, são nossos pais ou responsáveis quem se encarregam de nos proteger, de suprir nossas necessidades e, não menos importante, de tomar as decisões por nós. É por isso que crescer é uma experiência agridoce; a verdade é que perdemos em comodidade e segurança, mas ganhar algo muito valioso: a liberdade.

Com o passar dos anos, progressivamente, tomamos as rédeas de nossa própria vida e surge a maturidade. O mais imediato é que trabalhemos para tomar conta de nossas necessidades básicas, mas há outros aspectos pelos quais também temos que aprender a nos responsabilizarmos: nossos laços afetivos, por exemplo, ou nossa saúde mental.

É na forma como lidamos com essa responsabilidade que está a diferença entre o crescimento e o amadurecimento. O tempo passa implacavelmente e todos nós crescemos, mas a forma como nos responsabilizados por nossas emoções é o que determinará se, além de termos crescido, também amadurecemos.

A maturidade nos ensina a procurar soluções antes de culpados.

Tomar decisões implica experimentar emoções relacionadas ao medo de errar e à incerteza. Tanto é assim que, às vezes, nos bloqueamos e temos muita dificuldade em escolher um caminho ou outro.

Mas a verdade é que todos nós vamos errar, porque cometer erros é parte do processo de aprendizagem. Você se lembra de quando estava aprendendo a somar na escola? No início, fazer as contas era muito complicado e cometíamos muitos erros mas, com a prática, somar se tornou uma habilidade básica.

Assumir que erramos envolve um complexo processo de reflexão e análise dos fatos, e é por isso que, às vezes, é mais fácil procurar razões externas que justifiquem nossos erros. Aqui é onde entra o jogo da culpa. Frequentemente, quando encontramos obstáculos ou temos um problema, nossa mente se empenha em encontrar culpados.

Até quando tropeçamos em um objeto inanimado colocamos a culpa dele estar no meio do caminho. Isso nunca aconteceu com você? Você está andando distraído pela calçada e bate contra um brinquedo que não deveria estar ali, machucando justamente aquela parte mais dolorosa da ponta dos pés: o dedinho. Sem pensar duas vezes, você escuta a si mesmo criticando o “maldito brinquedo”.

Mas o que acontece quando o obstáculo que encontramos é algo mais importante que um brinquedo no meio da calçada? Pode ser que você não seja aprovado, repentinamente, em uma prova para a qual acreditava estar preparado, ou que não renovem seu contrato de trabalho, ou que tenha problemas ao conversar com seu parceiro, ou que seu pai se chateie com você quando expressa a sua opinião.

Se nós não refletirmos, se nos deixarmos levar pelas emoções, a culpa será algo que aparece com luzes de neon em nossa mente. Pode ser que coloquemos a culpa nos demais, na circunstância e inclusive em nós mesmos. Mas, pare e pense: a culpa ajuda em quê?

Quando responsabilizamos os outros ou nós mesmos pelo que acontece estamos nos concentrando em emoções e atitudes negativas: a raiva e a frustração nos invadem, sentimos tristeza ou rancor, mas não avançamos. Em resumo, somos mais infelizes.

No entanto, se atravessarmos essas emoções negativas e chegarmos ao outro lado, nos daremos conta de que, além de quem quer que sejam os culpados, existe algo muito mais útil: empreender uma ação que nos ajude a mudar a situação. Se procurarmos as soluções, estaremos emitindo a nós mesmos a mensagem de que, seja o que foi que houve de errado, podemos tratar de consertar e vamos trabalhar nisso.
Procuremos ser mais pais do nosso futuro do que filhos do nosso passado.
Miguel de Unamuno 

Certamente você se recorda de alguma situação parecida com esta: algo de injusto aconteceu com você, por exemplo, você falhou em uma prova na qual pensava ter ido bem. Você se sente mal revendo em sua mente a situação, se queixa do professor ou de si mesmo. Procura culpados.

Está paralisado pensando no que aconteceu, que pertence o passado, e o passado não pode ser modificado. A culpa nos bloqueia.

Mas se você mudar o chip e decidir fazer algo a respeito: talvez solicitar uma revisão, talvez estudar os temas nos quais tirou notas baixas, talvez pedir ajuda, as emoções mudam. A frustração se transforma em motivação. Amadurecer é aprender a passar do primeiro estado para o segundo.

Assim, da próxima vez que algo der errado e você perceber que está procurando os culpados, pense no que você pode fazer de melhor para virar essa página. As emoções negativas são inevitáveis, mas se buscarmos soluções em vez de culpados, em algum momento, nos daremos conta de que deixamos a situação para trás e estamos avançando em direção aos nossos objetivos.

Para tudo! Meu coração está quebrado!

Para tudo! Meu coração está quebrado!

Quando rompemos com uma relação doente, ficamos tão absorvidos com as sensações de abstinência, vazio, injustiça e perda de nós mesmos, que não percebemos a passagem do tempo. O dia está lindo ou chove, pouco importa, quando você lida com a dor de uma perda, uma força irresistível toma conta do seu ser e para tudo, deixando-o submerso no luto e no caos. E ali permanece, dias, meses ou anos, sem que você se dê conta de que o mundo não para porque seu coração quebrou.

Já rompi com gente que eu percebia como “um grande amor”. Sem saber que amor verdadeiro não traz dor, vive-se esses momentos de forma dolorosa, em que parece se abrir embaixo dos pés um buraco negro, cujo fundo você não consegue alcançar, e segue, numa queda livre e impiedosa que paraliza tudo, entorpece e traz para fora de si o que há de mais frágil, quebrável, vulnerável, minúsculo.

Quando o coração da gente quebra e a gente paraliza, deseja que o mundo também pare para nos acudir, nos deitar no colo. Mas não. Enquanto você amarga suas perdas, sem pernas para caminhar, sentindo uma dor tão intensa que não lhe permite a respiração, as crianças brincam lá fora, o trânsito continua intenso, pessoas batem cartão, aviões decolam e aterrizam, os capítulos da novela avançam e você se dá conta que nada parou diante dos pedaços esparramados do seu coração.

Sua dor pouco parece importar para o mundo ao seu redor. Você se sente sozinho e incompreendido. Enfurecido, você está disposto a romper com o mundo, pois quando mais precisou, ele parece ter rompido com você. Então, é nesse momento que eu lhe convido para olhar o relógio. Não, não lhe convido a esquecer sua dor, minimiza-la ou fazer de conta que não está ali. Lhe convido a observar o relógio e se perguntar se você valoriza o tempo. O tempo que passou, o tempo que virá, mas principalmente, o tempo que a gente chama de agora, tão rápido e tão fulgaz que, logo depois de ser chamado assim, já tem outro nome, porque já passou.

O que está fazendo com o seu tempo agora? Está deitado deprimido, sentindo pena de si mesmo e querendo alguém que lhe mostre a saída do buraco negro em que caiu? Pois bem, a saída está exatamente aí, diante de si. Está naquilo que está vivendo: no agora. Está nessa dor que está sentindo e o que deseja fazer com ela. Está na sua decisão de frear a queda livre e impulsionar-se para cima, porque, de fato, esse buraco não tem fundo, mas tem uma entrada, lembra?

A saída está no conectar-se com a brevidade e fragilidade da vida. O que você deseja para si? Estou certa de que é algo MUITO maior do que uma relação que há muito deixou de ser o que sonhou. Uma relação que trouxe para fora o pior de si, não pode ter o poder de juntar os pedaços de seu coração e lhe devolver a vontade de viver. Manter-se FORA, sim.

A saída está no valorizar do tempo e na consciência de que não estamos aqui para sempre e, talvez, alguns entre aqueles que estão lendo esse texto ou até mesmo eu, encontre no dia de hoje o seu último dia de vida. Como você quer vivê-lo? Quer ser lembrado como aquele que tinha o coração tão quebrado, que descansou ou como alguém que, mesmo carregando um coração em pedaços, enchia os olhos da beleza da vida e se fortalecia através de suas dores? Ligarão seu nome à fraqueza ou à resiliência?

Valorize seu tempo, revertendo em sua direção todo o amor, a dedicação, a disponibilidade, a generosidade que revertia em favor de quem não valoriza nada porque nada tem para oferecer de valor. Valorize o tempo, usando-o para buscar dentro de si essa pessoa cheia de sonhos que murchou na constância de uma relação infeliz, que só foi boa, na castelo de sua imaginação.

Se achar que hoje ainda não consegue começar a cuidar de você, reflita sobre isso:

Você já viu o que acontece quando você rega uma planta que esqueceu de regar por dias a fio? Se recupera quase que instantaneamente. Já viu o que acontece quando, mesmo vendo que ela murchou por falta d’água, você passa por ela e não rega? Morre e vira lixo. Você não é lixo, você é uma pessoa de valor para muitas outras. Regue-a com amor, carinho e cuidados e, ao perceber seu próprio desabrochar, verá quanto valorizar esse tempo que gasta inerte, na dor e no luto, pode fazer por você.

Frágil

Frágil

O que vou contar aconteceu mesmo. Começou com manhã nublada numa avenida Paulista estranhamente livre para às 7h de uma segunda. Oba! pensei. Está parecendo que tudo vai dar certo hoje. Foi com espírito leve que entrei no hospital para realizar uma biopsia da tireoide orientada por ultrassonografia. Dias atrás ao marcar o exame, por telefone, a atendente disse que o procedimento era simples. Frisou que eu deveria ir acompanhada por um adulto. Cismei com esse adulto. Perguntei: O exame dói?

Ela respondeu que o procedimento (exame deve ser palavra fora de moda, pois sou eu o mencionava) era tranquilo, com anestesia local. E a dor depende muito da sensibilidade de cada paciente. Disse comigo: então é fácil. Tenho baixa sensibilidade para a dor, tanto que no dentista sou durona. Aguento quase tudo sem anestesia. Veio o feriado, o sábado, o domingo. Eu lembrava, só de passagem, do exame (ops! do procedimento) que me aguardava na manhã de segunda-feira.

Chegou! Ao entrar na sala gelada, a enfermeira instruiu: A senhora deite com a cabeça abaixada e os ombros no travesseiro. Então a médica, jovem e séria, avisou que passaria o anestésico. Na base do meu pescoço entrou uma agulha. Atravessou a alma. Não me contive: Isso é horrível. Não me contaram que seria ruim assim. Se eu soubesse. Então a discípula de Hipócrates me repreendeu: A senhora não pode falar e nem se mexer, senão não consigo fazer o procedimento. Calei. Ela iniciou o exame em si. Mais empurrões na minha tireoide, mais puxões (o nome técnico é punção). Passei a tremer. A boca secou. As lágrimas vieram. Meu leitor, minha leitora, entrei em estado de pânico.

É claro que indaguei em silêncio: Cadê a mulher corajosa? A Fernanda forte? Deve ter tomado doril, chá de sumiço, mudado súbito de endereço. A senhora agora pode relaxar, acabou o procedimento, disse a enfermeira. Levantei. Não disse obrigada para ninguém. Congelada lembrei os versos do bom Carlos Drummond: “Provisoriamente não cantaremos o amor (…) Cantaremos o medo da morte e o medo depois da morte, depois morreremos de medo e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas“.

Imagem: Régine Ferrandis

contioutra.com - Frágil

Você já tomou um chá de cuidado?

Você já tomou um chá de cuidado?

Você já tomou café com delicadeza?

E um chá de cuidado?

Já comeu uma comida feita de vida?

Já provou um pão de amor?

Café com delicadeza é aquele feito com a água filtrada que acabou de levantar a primeira bolha de fervura. E a gente joga um pouco da água quente na garrafa térmica e nas xícaras antes de começar a coar. Coloca uma quantidade boa de pó no filtro, o suficiente para o café ficar encorpado mas não muito forte e mistura uma pitada de canela em pó, ou umas sementinhas de cardamomo, dependendo do dia, é bom olhar pela janela para decidir que tempero combina. E a gente degusta sentado na mesa, com toalha posta, olhando nos olhos de uma boa companhia.

Chá de cuidado pode ser feito de camomila, capim cidreira, casca de romã, folha de oliva, pétalas de rosas… É um chá de empatia, feito por quem sabe ler corações e transformar momentos ao escolher a melhor poção. É um chá com um toque de gengibre quando a gente está com gripe, é um chá de mistura de ervas quando a gente está com o peito apertado e nem sabe bem o porquê. É  um chá feito pra você, colocado nas suas mãos num dia que tudo parece sem salvação.

Comida viva é aquela que vem com boa intenção. Feita devagar, feita com atenção, cheia de ingredientes secretos e deliciosos. Um alho fritinho no feijão, um arroz que descansou, uma salada com um molho de balsâmico, azeite e mel. Comida viva é aquela montada no prato de um jeito bonito, é um tomate colhido no quintal, é uma mistura de cores e cuidados. Alimenta o corpo e a alma.

Pão de amor é aquele amassado com as próprias mãos, com jeito e carinho. Pão de grãos, mistura de farinhas, uma boa proporção, um fermento bom, e muita paciência e quietude, para que tenha tempo de crescer em toda sua possibilidade de amplitude. Pão que descansa e faz meditação. E quando sai do forno começa a espalhar cheiro de felicidade e harmonia. Pão que amacia por dentro e sustenta.

Já reparou que diferença fazem as delicadezas da vida?

Já reparou como temos o poder de mudar os ambientes quando damos um pouco de atenção?

Já reparou como é importante o agir com gratuidade e gratidão?

Colocar um pouquinho de cuidado em cada ação, sem precisar ser dia de aniversário, sem precisar fazer tudo isso por obrigação ou pensando em conseguir algo em troca.

Colocar essas boas intenções no mundo, diariamente, e devagar aprender a amolecer corações.

Paciência

Paciência

Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados… Muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia.
Por muito pouco a madame que parece uma “lady” solta palavrões e berros que lembram as antigas “trabalhadoras do cais”… E o bem comportado executivo?
O “cavalheiro” se transforma numa “besta selvagem” no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar…
Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o
jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido
uma “mala sem alça”. Aquela velha amiga uma “alça sem mala”, o emprego uma tortura, a escola uma chatice.
O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.
Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava
demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a
cabeça, inconformado…
Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem
sequer ler o título, dizendo que era longo demais.
Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus.
A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética
dos calmantes está cada vez mais em alta.
Pergunte para alguém, que você saiba que é “ansioso demais” onde ele quer
chegar?
Qual é a finalidade de sua vida?
Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta.
E você?
Onde você quer chegar?
Está correndo tanto para quê?
Por quem?
Seu coração vai agüentar?
Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar?
A empresa que você trabalha vai acabar?
As pessoas que você ama vão parar?
Será que você conseguiu ler até aqui?
Respire… Acalme-se…
O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia
vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência…

Paulo Roberto Gaefke

10 proibições surpreendentes que ainda afetam as mulheres em 2016

10 proibições surpreendentes que ainda afetam as mulheres em 2016

1. Afeganistão: proibido usar maquiagem

Além da maquiagem, as mulheres não podem usar saltos, não podem mostrar os tornozelos ou rir em voz alta. As afegãs também não têm o direito de trabalhar fora de casa e de sair nas ruas sem a presença de um membro masculino da família. Já houve casos de punição com amputação dos dedos por uso de esmalte, que também é proibido.

2. Iêmen: proibido sair de casa sem permissão

De acordo com a lei, uma mulher casada é obrigada a viver com o marido e nunca deve sair de casa sem sua aprovação. Existem poucas exceções, como casos de emergência, por exemplo, ou visita aos pais, se estiverem doentes.

3. Arábia Saudita e Maldivas: vítimas de estupro podem ser punidas

Além de não conseguir proteger as vítimas de estupro, alguns países, como Arábia Saudita, punem essas mulheres por terem saído de casa sem a presença de um homem. Nas Maldivas, uma adolescente de 15 anos, que tinha sido estuprada, foi considerada culpada de “fornicação” e condenada inicialmente a oito meses de prisão domiciliar e a 100 chibatadas. O veredicto acabou sendo cancelado.

4. Brasil: o aborto é autorizado apenas em casos bem definidos

Com o aumento dos casos de microcefalia vinculado ao vírus Zika, o debate sobre a legalização do aborto foi reaberto. É legal abortar apenas quando a gravidez representa um risco à vida da gestante ou quando a concepção foi resultado de um estupro. O ministro da Saúde Marcelo Castro (PMDB-PI) chegou a falar para as mulheres não engravidarem: “Sexo é para amador, gravidez é para profissional”.

5. Somália: proibido usar sutiã

Desde 2009, as mulheres somalis que usam sutiã estão sendo chicoteadas em público pelo grupo radical islâmico Al Shabaab. Elas estão acusadas de violar as leis do islã ao enganar outras pessoas sobre o estado natural dos seios e também suscitando o desejo sexual.

6. Marrocos: vítima de estupro pode ser forçada a se casar com agressor

Em 2012, Amina, uma marroquina de 16 anos, cometeu suicídio depois que um juiz a sentenciou a se casar com seu suposto estuprador, de acordo com uma lei que invalida as acusações de estupro caso as partes decidam se casar.

7. Irã: 77 cursos universitários são proibidos às mulheres

Biologia ou Literatura Inglesa fazem parte dos cursos que as mulheres não podem escolher em 36 universidades do país. Por quê? Um diretor acadêmico avaliou que estas não são disciplinas adequadas à natureza feminina.

8. Arábia Saudita: mulheres não podem dirigir

Se as mulheres não podem dirigir é simplesmente porque “a condução afeta os ovários”, afirmou um líder religioso. “A maior parte das mulheres que dirige carros de maneira repetitiva produzem crianças que sofrem com distúrbios clínicos”, adicionou.

9. Suazilândia: proibido vestir calça

Nesse pequeno país africano, última monarquia do continente, usar calças é considerada uma forma de desrespeito. Recentemente uma mulher foi proibida de participar de uma eleição porque vestia calças. Uma lei parisiense parecida autorizava mulheres a usar calças apenas se tivesse uma autorização da polícia. A lei datava de 1800 e não tinha mais poder jurídico, mas foi cancelada oficialmente apenas em 2013.

10. Estados Unidos, Arkansas: homem pode bater na esposa uma vez por mês

A lei faz parte de um conjunto de velhos textos misóginos que não são mais aplicados na prática. Na Carolina do Norte, mulheres precisam estar cobertas com pelo menos 15 metros de tecido. No Michigan, os cabelos da mulher pertencem ao marido.

Freud tinha razão: sobre Eros, o sexual, e Thanatus, a morte

Freud tinha razão: sobre Eros, o sexual, e Thanatus, a morte

Sobre Eros

Sabem porque é que o Leão copula com a Leoa? Porque tem um desejo sexual instintivo por ela, e ela por ele. Nunca copulariam com o intuito reprodutivo de garantir a sobrevivência da sua espécie, como entenderão. Não fora este desejo sexual instintivo e esta espécie não sobreviveria. O mesmo acontece com o macaco, que não copula com a macaca por frete, para subsistência da sua espécie, mas por um desejo sexual instintivo e incontrolável, que impede ambos de não o fazerem.

E assim sobreviveram e sobrevivem as espécies. É razoavelmente credível que o instinto de vida encontre aqui a sua mais irrecusável expressão, já que na ausência desta condição a sobrevivência da maioria das espécies não poderia ter tido lugar.

Acontece que o homem não se fica pelo instinto, ele é o único animal que tem uma representação mental elaborada do instinto e da sexualidade nele enraizada – Uma psico-sexualidade. Elaborada e de que maneira. Sei que não vos faltará a imaginação para perceberem do que estou falando; e o problema é esse: tanta elaboração mental também criou uma pesada moralidade, até certo ponto necessária, para frear os excessos do instinto.

O tabu do incesto, para não perder mais tempo, é prova definitiva das aflições em que se tem visto o animal homem, desde que representou mentalmente o instinto sexual e avaliou as suas expressões e consequências. A força do tabu, como entenderão, só é necessária para frear um desejo de igual intensidade.

Ora não fora a excessiva sexualização que atribuíram à sexualidade proposta por Freud, ou seja, não fora o olhar intensamente moralizante com que avaliaram e avaliam a sexualidade proposta por Freud – que até cometeu o pecado de destituir a criança, como perverso polimorfo, do seu consagrado estatuto até aí ocupado, como anjo assexuado –, seria mais fácil perceber uma coisa simples: Freud mais não fez do que integrar o homem na cadeia da natureza animal de que faz parte, onde sobreviveu do mesmo modo que as outras espécies, através de um instinto sexual, tendo em conta que, a par do grau de desenvolvimento que a sua inteligência assumiu, este instinto adquiriu uma complexa e conflituosa expressão, ao nível da representação mental – Questão que a pulsão conceptualiza; a pulsão de vida, que tem como representante uma libido sexual sublimável.

Sobre Thanatus

Depois temos um outro conceito, que instaura a dualidade pulsional mais além do princípio do prazer, que é o conceito pulsão de morte, que é antes de mais a tendência para a constância originária, ou uma irreprimível “vontade” de retorno ao estado de inorganicidade e, portanto, de morte. Este é, por ventura, o conceito de Freud mais difícil de compreender e aceitar, que aliás muito poucos mostram compreender.

Como acredito que a descoberta pessoal é o único processo efetivo para a aquisição de certos conhecimentos, principalmente os de difícil aceitação, fica por vossa conta uma mais profunda exploração desta parte, que completa o quadro que configura as dimensões mais elementares e abstratas, sobre as quais se alicerçam todas as consequentes e complexas expressões da vida mental humana.

Fiquem apenas com esta incitação: o homem, dotado de um inexorável instinto de vida, começa na verdade a morrer a partir do momento em que nasce, como de resto todos os outros animais, da cadeia natural em que se integra; mas é o único que tem consciência disso e por isso conta o tempo.

Para finalizar resta constatar que, de natureza inexorável, da integração destes processos decorre a evolução da nossa espécie, naquilo que de mais fundamental a condiciona.

27 fotografias de cães com uma beleza que você nunca viu antes

27 fotografias de cães com uma beleza que você nunca viu antes

Título original: Fotógrafa une paixão por cachorros e fotografia em uma série apaixonante

Autoria:  Andreia Verrone

Licenciada em desenvolvimento urbano e regional, Anne Geier tem como hobby seu carinho e amor em juntar dois de seus talentos, a fotografia e os animais.

Anne Geier cria cliques mágicos e une a beleza de paisagens maravilhosas com a baleza e simpatia de seus modelos mais sinceros e verdadeiros.

São cachorros de todas as raças e que transformam suas fotografias em algo ainda mais lindo e completo.

Ela consegue capturar situações tão reais, tão sensíveis que deixa as fotografias ainda mais especiais.

Confira muito mais sobre seus trabalhos com seus amigos de quatro patas, no site de Anne Geier, clicando aqui, onde ela compartilha muitas outras séries de suas fotografias.

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Quando renascer é preciso

Quando renascer é preciso

Muitas vezes escutamos que para não morrer em vida precisamos nos reinventar, precisamos renascer para uma existência nova. Nesse sentido, morrer e renascer em vida no meu entender seria deixar de lado aquele ser desanimado, cansado e até mesmo triste para recomeçar com uma nova roupagem e com um novo fôlego.

Somos humanos e não máquinas capazes de programar como será nossa existência do nascimento até a morte. A imprevisibilidade da vida, o amadurecimento, as falsas fantasias, os novos interesses, as perdas são algumas das situações postas que nos fazem repensar o que queremos.

As vezes sonhos antigos tornam-se irrelevantes e as receitas sempre utilizadas já não nos servem mais. É simples assim, o que nos realizava antes pode ser motivo de desinteresse e desânimo no presente. Não significa que nossas escolhas antigas deram errado, mas apenas que queremos ou precisamos de algo diferente. Não significa que vamos descartar nosso passado, mas apenas que desejamos exercer o poder (que temos!) de alterar o presente para que assim o futuro fuja da previsibilidade há tanto alinhavada e não mais desejada.

São tantos os exemplos para essa situação, pessoas que deixam de ser passivas diante da vida, que superam dificuldades, que passam a enfrentar seus medos e até mesmo as que vivem situações terríveis e mesmo assim decidem seguir em frente de forma diferente.

Até porque, não são apenas os nossos desejos que nos movem para mudanças, pois nem sempre as queremos. As vezes a própria vida nos surpreende com fatos que nos obrigam a uma reinvenção.

Reinventar-se pode ir de situações menos complexas, como uma mudança de profissão ou de país, por exemplo, para situações bem mais complexas, como decidir dar uma chance à vida mesmo quando sofremos perdas irreparáveis e perdemos a fé. Em suma, pouco ou muito complexa a mudança nunca será fácil ou indolor.

O que me despertou a vontade de escrever sobre o assunto foi ter assistido recentemente, numa madrugada insone, o filme Gravidade do diretor mexicano Alfonso Cuarón, que fez muito sucesso de crítica e público na época de sua exibição nos cinemas.

A verdade é que o filme é uma bela metáfora sobre o “renascimento”. Bom, quem não assistiu e não quer saber detalhes do filme é bom parar de ler o texto por aqui.

O longa se passa no espaço, onde astronautas são atingidos por detritos que causam mortes e avarias na nave. Após o ocorrido, restam vivos, inicialmente, apenas a Dra. Ryan Stone (Sandra Bullock) e o comandante Matt (George Clooney).

Em determinada cena do filme, o comandante Matt pergunta à personagem de Sandra Bullock quem estaria, naquele momento, olhando para o céu e pensando nela e, então, ela revela a tragédia que envolveu a sua família. É nesse exato momento que entendemos que a Dra. Ryan tinha perdido tudo e que a sua vida era um enorme vazio.

A questão é que no meio do filme ela decide viver e então Cuarón nos apresenta, através de fascinantes imagens, o seu “renascimento”. É a nave como útero em que vemos a personagem em posição fetal, os cabos como cordão umbilical, a sua luta para chegar ao planeta Terra e, finalmente, a cápsula espacial debaixo d’água e o esforço da personagem para sair dela nos fazendo lembrar um parto natural. A Dra. Stone não apenas sobrevive, ela renasce, ela decide recomeçar, dar uma chance à vida… apesar de toda dor.

contioutra.com - Quando renascer é preciso

Cuarón nos mostra de forma poética a fragilidade humana e principalmente que as vezes precisamos nos reinventar, renascer, recomeçar, e que, sim, somos capazes de fazer isso por mais difícil que pareça.

Achei o filme muito bonito e a reflexão muito válida, pois a passividade, o medo, o desânimo, muitas vezes nos impede de dar novos passos, passos necessários para que a nossa vida seja, se assim for nossa vontade ou necessidade, reinventada.

O tema também me faz lembrar a poesia “Reinvenção” de Cecília Meireles e por isso termino com ela:

A vida só é possível reinventada.

Anda o sol pelas campinas e passeia a mão dourada pelas águas, pelas folhas. . .

Ah! Tudo bolhas que vêm de fundas piscinas de ilusionismo… – mais nada.

Mas a vida, a vida, a vida, a vida só é possível reinventada.

Vem a lua, vem, retira as algemas dos meus braços.

Projeto-me por espaços cheios da tua Figura.

Tudo mentira! Mentira da lua, na noite escura.

Não te encontro, não te alcança…

Só – no tempo equilibrada, desprendo-me do balanço que além do tempo me leva.

Só – na trevas fico: recebida e dada.

Porque a vida, a vida, a vida, a vida só é possível reinventada.”

O que podemos aprender com o bambu?- Fernanda Alcantara

O que podemos aprender com o bambu?-  Fernanda Alcantara

Por Fernanda Alcantara

Este belo arbusto pode ser usado para diversos fins.
Seu uso vai da produção de papel à construção civil, tanto nas construções a prova de terremoto quanto em casas artesanais e ecológicas, passando ainda pela confecção de instrumentos musicais, móveis, artigos de decoração, instrumento para a prática de massagem terapêutica (bambuterapia) e até alimentos como é o caso do broto de bambu comestível, dentre outras coisas.
Toda esta versatilidade só é possível devido a características importantes desta planta: por sua resiliência, flexibilidade e força.

Não é de se estranhar que esta planta nos traga algumas reflexões importantes. Circula na internet um texto chamado “As sete verdades do bambu” onde são analisados alguns aspectos do bambu deixando ao leitor alguns pontos de aprendizado sobre a resiliência da planta. Mas, como o bambu é uma fonte inesgotável de possibilidades, muitas outras reflexões e analogias podem ser feitas. Afinal, assim como nós, trata-se de uma planta bastante versátil, sem deixar escapar que é de fato uma das plantas mais resilientes de flora. Portanto, vale a pena dedicar mais tempo ao aprofundamento destas reflexões.

Então, vamos lá explorar ainda mais o bambu e suas contribuições para a nossa vida:

Nosso crescimento e maturidade podem demorar um tempo para se mostrarem visíveis ao mundo.
Depois de plantada a semente do bambu leva 5 anos para que a planta fique visível a olho nu! Nestes primeiros anos após o plantio todo o crescimento do bambu é subterrâneo. É o momento em que sua raiz se estende vertical e horizontalmente pela terra preparando toda a estrutura que manterá o bambu em pé durante sua vida. Então, mesmo que para o mundo externo não apareçam os “seus brotos”, as suas raízes estão crescendo internamente para lhe dar suporte e te manter firmes ao longo da vida. Muitas vezes, é justamente assim que as mudanças se processam em nós. Os processos de amadurecimento geralmente se iniciam de dentro para fora. Em alguns momentos da vida é necessário que haja uma pausa para que este movimento intenso possa acontecer em nosso mundo interno. Assim como ninguém vê o que ocorre debaixo da terra nos primeiros 5 anos após semear o bambu, é muito provável que as pessoas ao redor nem sempre perceberão isto, porque por mais energia que este movimento intenso demande, ele acontece primeiramente no mundo interno, para depois se externalizar nos mais diversos comportamentos. Então, quando estiver nesta jornada de autoconhecimento e resgate de si mesmo, apenas dê o tempo necessário para que suas raízes se estruturem.

Precisamos de um bom alicerce para nos desenvolvermos plenamente.
As raízes profundas do bambu são muito difíceis de ser arrancadas. Geralmente, a proporção de altura que um bambu atinge para cima (da terra) é equivalente a que se desenvolve para baixo. Desta forma, ele constrói bem suas raízes, mesmo que ninguém veja o que está acontecendo e se estrutura de forma que, aconteça o que acontecer ele estará firme. De maneira semelhante, nossos primeiros anos de vida e a maneira como nossas vivencias contribuirão para nossa formação são essenciais para a estruturação das nossas forças e capacidade de resistir as adversidades da vida. Precisamos de raízes sólidas e bem desenvolvidas que nos apoiem nos momentos adversos da vida e nos deem segurança para um caminhar tranquilo durante a vida.

Uma aparência frágil não significa falta de resistência.
O bambu é um arbusto é extremamente resistente! Devido a sua firme estrutura é muito difícil arrancar um bambu. Entretanto, ele parece tão frágil, tão fino e sem galhos. Pois é! O bambu pode nos servir para refletir sobre imagens e aparências. Ele não tenta parecer forte para que outras plantas ou animais tenham dele outra percepção. Por esta ótica podemos pensar que quando alguém se estrutura e se conhece, mais deixa de se importar com as opiniões ou as adversidades que a vida impuser. Se for necessário esta pessoa se envergará, mas não se quebrará, independente do que achem ou deixem de achar. Muitas vezes confundimos fragilidade e sensibilidade com fraqueza, mas nem sempre essas características são equivalentes. Aliás, nossa força, não precisa incluir a dureza ou a rigidez, mas sim a capacidade de encontrar os recursos necessários para se estruturar e se desenvolver bem apesar das adversidades. Isto é ser resiliente!

Precisamos ser firmes em relação aos nossos propósitos.
O bambu cresce em direção ao alto. Lá está seu objetivo e aconteça o que acontecer é para lá que ele vai. Talvez você já tenha visto arranjos que fazem com o bambu onde ele toma forma de um espiral. Se você observar verá que aquele bambu está seguindo sua direção, contornando os obstáculos impostos e seguindo para alto. Ou seja, se nos mantemos focados em nossos objetivos podemos contornar os obstáculos, até nos desviar um pouco do caminho se for o caso, mas sem deixar de seguir para o nosso propósito.

Nossas marcas nos transformam e fortalecem.
O bambu é cheio de nós. São estes nós que dão forças ao bambu para ficar em pé porque ele é oco e os nós são o ponto de força e resistência da planta. Mas eles não tiram sua flexibilidade. Podemos olhar para os nós exatamente como são: nós! Os nós que damos em nossas vidas, as dificuldades que enfrentamos, os problemas que passamos e todas as dores que acabam por cercar a existência, ou alguns aspectos dela. Não é possível evita-los, mas podemos fazer como o bambu e seguir rumo aos nossos objetivos usando estes nós para nos fortalecer, sem nos fazer perder a flexibilidade.

Apesar de vivermos em sociedade nosso desenvolvimento é individual.
E por falar em nós, vem outra lição importante que o bambu nos permite aprender: eles estão sempre juntos. Mesmo que cada bambu cresça e se estruture individualmente ele nunca está sozinho. Sempre que você ver bambus plantados verá que há vários deles! Este aspecto do bambu pode nos despertar para o quanto somos responsáveis por nós, pela nossa estrutura, pelo nosso crescimento e desenvolvimento. Mas nem por isso estamos sozinhos! Sempre temos alguém ao lado enfrentando as mesmas adversidades, seja na família, no trabalho, nos relacionamentos, enfim, por onde passamos encontramos pessoas vivendo diferentes processos, mas dentro do que lhe é pertinente. Mudam as questões, mas os processos são parecidos: pessoas em busca de seus objetivos! Uma seguindo reto, outras não, mas sempre em busca de algo, mesmo que seja descobrir o que é este algo. Por isso, há que se cultivar a medida certa do apego, mas também da independência emocional. Mesmo juntos e nos apoiando uns aos outros, há que responsabilizar-se pelo próprio caminho.

Precisamos valorizar nossas sementes!
Por fim, vamos voltar a falar das sementes do bambu: Elas são raras e valiosas. Dependendo da espécie, o bambu pode levar uma quantidade de anos comparável a uma vida humana para dar sementes, o que torna suas sementes tão valiosas, dada a sua raridade. Ou seja, o bambu respeita seu tempo! Aprender a respeitar o tempo é dar valor às nossas sementes. O tempo é o que temos de mais precioso, é através dele que existimos e nós realizamos. Um dia que se vai não volta mais e isto pode parecer bastante óbvio, não é? Mas, o que você tem feito do seu tempo? A quem e para que ele tem servido? Cuide do seu desenvolvimento e do seu tempo, para cultivar boas sementes, seja para a sua própria vida, seja para a humanidade.

A resiliência que o bambu nos ensina vai além do envergar e não quebrar. Ele nos ensina a olhar para nossas raízes, nossas expectativas, força, coragem, objetivos, individualidade, coletividade e até para como nos vemos. Ele nos ajuda a entender que precisamos sempre fazer o exercício de olhar para dentro de nós mesmos e para a nossa relação com os outros e com o tempo. Ele nos auxilia a compreender que a nossa força também está em nossa fragilidade, em nossas marcas e que elas são essenciais para outras conquistas como saber esperar, saber se curvar, saber lidar com nossos nós e obstáculos que encontramos no caminho, valorizando nossas sementes. Ele nos ensina que com bases fortes, poderemos sempre seguir a diante e mais além!

Acompanhe a autora em sua página no FacebooK.

A má vontade disfarçada

A má vontade disfarçada

Puxa, que pena que as pessoas andam tão ocupadas… Que chato é querer muito matar umas saudades já crescidas e não conseguir por falta de tempo; não poder sentar em um banco de praça e comer pipoca; possuir o direito de escolha, os meios de realização, a razão para aconselhar, a intuição para confirmar, a emoção para empurrar, mas preferir dar a mão à má vontade e ainda colocar a culpa no tempo.

Um convite declinado é quase sempre uma oportunidade perdida. Vai saber o mundo que estaria aguardando se a resposta fosse outra.

Uma chamada recusada, salvos os momentos de real impossibilidade, deixa uma ponta de rudeza, apesar das desculpas sempre cheias de detalhes coloridos e interessantes.

O abre alas da má vontade é a falta de tempo. O tempo que colocamos na posição de um senhor controlador e austero, que só demonstra colaboração para as tarefas que precisamos realizar, mas total desprezo pelas coisas e pessoas que queremos acessar. O tempo, pela versão da dona má vontade, é um tirano. É ele que não deixa que vejamos os amigos, que tiremos uma tarde para fazer nada, que alcancemos o telefone para dizer tão e somente um: Oi, como você está?

O tempo faz isso com a gente, mas, e ao mesmo tempo, sempre ele, ele nos deixa interagir horas seguidas com o mesmo telefone, nos aplicativos que nos mostram para o mundo, ainda que nos mostrem quase sempre editados e melhorados. Nessa questão nem percebemos o passar do tempo.

A má vontade pensa que é má para o outro, para o que ouviu a recusa, a desculpa, a mentirinha branca.

Mas, uma vez desobrigada de fazer o que pensava não querer, ou que estava com preguiça, ou que não valia à pena, a má vontade tira o disfarce, pendura na cadeira e vai ficar sozinha novamente, talvez sonhando com outra má vontade ainda maior, que hoje lhe deu um cano.

E o tempo, esse senhor de atitudes controversas, vai fazendo o papel de escudo, protegendo quem pede para ser protegido, mas, e felizmente, oferecendo bastante tempo a quem não quer fazer o pacto com a má vontade.

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