Para elogiar é raro, para criticar formam até fila

Para elogiar é raro, para criticar formam até fila

Não adianta querermos fugir aos olhos alheios, eles sempre estarão ali, à espreita, para nos julgar e, na maioria das vezes, condenar, assim que cometamos algum deslize, seja em casa, seja no trabalho, ou entre amigos. Parece fazer parte da natureza humana a tendência a apontar as falhas das pessoas aos quatro ventos, ignorando tudo o que elas possuem de positivo.

Da mesma forma, costumamos supervalorizar aquilo de que não gostamos em nós mesmos, ao passo que nos esquecemos de prestar atenção em nossas qualidades, o que acaba contribuindo ao desequilíbrio de nossa autoestima. Tomamos como parâmetro os modelos de perfeição estética que inundam a mídia, afastando-nos da necessidade de regarmos a nossa essência com os valores éticos e morais que devem nos sustentar.

Exatamente porque a sociedade cada vez mais se encontra atrelada ao consumismo, ao culto à forma física e à necessidade de visibilidade social, a superficialidade se torna a tônica que permeia todos os aspectos de nossas vidas. Quanto mais se vislumbra o exterior, menos se enxerga o interior, aquilo que os olhos não veem, mas que é essencial nas relações humanas: o que cada um possui dentro de si.

Onde impera a futilidade, destaca-se a inveja, pois aí não há como entender que cada pessoa possui aquilo de que é merecedora, ou seja, iremos querer ter aquele tanto de forma igual, ou então que o outro perca o que possui. Quando nos descuidamos de nossa essência, diminuímos nossa capacidade de admirar as conquistas alheias e de tentar chegar até ali a partir de nossos esforços, pois o imediatismo impera.

É por isso que existem chefes gritando nossas falhas, professores destacando tão somente nossos erros, colegas criticando nosso jeito de ser, pais repreendendo sem elogiar nada, anônimos atrás dos deslizes de famosos. Tudo é superficial, tudo é material, tudo é mercadoria, ou seja, se lá fora não existe afetividade, cá dentro a humanidade esmorece aos poucos, tornando-nos cada vez mais frios, materialistas e incapazes de perceber que o outro possui sentimentos.

É preciso exercitar a capacidade de admirar o outro, enxergando nele qualidades, entendendo que somos humanos e, portanto, imperfeitos. Todos erramos, todos possuímos falhas e são elas que nos ensinam a nos aprimorar, a nos tornar melhores. Somente assim poderemos ver além das aparências, pois é justamente aquilo que não se vê com os olhos que torna as pessoas especiais.

Porque todos somos feitos de amor. Porque todos precisamos amar as pessoas, em tudo o que trazem, por tudo o que fazem, pois é assim que também seremos amados.

Sucesso não vem para quem é inteligente, mas sim para quem se esforça

Sucesso não vem para quem é inteligente, mas sim para quem se esforça

Nós temos uma tendência a acreditar que ter sucesso na vida é coisa para gente muito inteligente. Pessoas que possuem algum dom ou talento especial e que por serem “melhores” que os outros de destacam tanto na vida acadêmica como profissional. Certo? Errado! A psicóloga e pesquisadora da Universidade de Stanford, Carol Dweck, que estuda motivação e perseverança desde os anos 60 garante: focar apenas na inteligência e no talento pode deixar as crianças desmotivadas e como medo de aprender, enquanto ressaltar avanços e persistência irá produzir grandes empreendedores.

Já publicamos aqui no blog sobre alguns estudos conduzidos por Dweck. A pesquisadora reuniu alunos do quinto ano, os dividiu aleatoriamente em dois grupos, e os fez trabalhar em problemas de um teste de QI. Ao final do teste, ela elogiou o resultado das crianças de maneira diferente. O primeiro grupo foi elogiado por sua inteligência: “Uau, isso é realmente uma boa pontuação. Você deve ser muito inteligente para conseguir isso. ” O segundo grupo foi elogiado por seu esforço: “Uau, isso é realmente uma boa pontuação. Você deve ter se esforçado muito para conseguir isso.”

Resultado: à medida que os exercícios propostas foram ficando mais difíceis, as crianças elogiadas pelo seu empenho continuaram confiantes e motivadas para aprender. Já as crianças elogiadas pela inteligência queriam continuar com as tarefas mais fáceis, já que com dificuldade de encontrar soluções para os problemas mais complexos, se sentiam totalmente fora da sua zona de conforto. (Afinal de contas, elas não SÃO inteligentes?)

Em outro estudo, durante dois anos, os pesquisadores visitaram cinquenta e três famílias para registrar suas rotinas. As crianças tinham 14 meses de idade no início do estudo. Os pesquisadores, então, observaram como eram os elogios dos pais: uns enalteciam o esforço, outros os traços de caráter e ainda haviam outros que elogiavam de forma neutra como palavras como “Que bom!”, “Uau!”, “Legal”.

Depois de cinco anos estas mesmas crianças foram entrevistadas, agora com 7-8 anos de idade. A conclusão? Crianças que tinham ouvido mais elogios pela sua persistência eram as mais interessadas em desafios. Para os perserverantes o foco do trabalho deve ser em encontrar os erros cometidos ao longo do processo e em tentar corrigi-los para avançar.

Mas agora vamos ao que interessa, como podemos ajudar nossos filhos a desenvolver a capacidade e o desejo de se esforçarem?

Aqui algumas dicas práticas:

– Fique de olho no tipo de elogio que você está fazendo. Lembre-se dos estudos citado acima. Em vez de enaltecer apenas os resultado, elogie o processo para chegar no resultado. “Que bom que você tentou diferentes estratégias para conseguir resolver isso”, ” Eu vi que você não desistiu mesmo sendo tão difícil .” “Nossa, que boa nota, seus esforços fizeram efeito!”

– Tente estimular nos seus filhos uma mentalidade de desenvolvimento e desejo de aprender – o termo em inglês usado por Dweck é “growth mindset”. Se as crianças acreditarem que o sucesso é resultado direto do quanto são (ou não) inteligentes, a motivação para tentar se esforçar acaba, já que o sucesso está “pre-destinado” para que tentar, então?

– Poder errar é uma benção! Não deixe que eles acreditem que fracassar é algo horrível. Pelo contrário, mostre que o erro nada mais é do que um desafio que deve ser superado. Não há razão para ter vergonha de errar, se o erro nos fará progredir. Além disso, todo mundo falha, fica confuso e se sente frágil em determinados momentos da vida – temos que ensinar nossos filhos a ficarem “numa boa” quando esses sentimentos aparecerem. Eles se tornarão pessoas muito vulneráveis se acreditarem que não podem falhar nunca!

– Conte histórias de sucesso que enfatizem trabalho duro e o desejo de aprender. Ensine ao seus filhos que o cérebro é uma “máquina de aprendizado” -quanto mais você usá-lo, mais forte ele fica.

Ensine aos seus filhos que eles podem ser tão inteligentes quanto eles quiserem.

Matéria original: Tudo sobre minha mãe.

57 comportamentos que identificam relações abusivas

57 comportamentos que identificam relações abusivas

Quando lidamos com parceiros perversos, abusivos, tóxicos- sejam homens ou mulheres- é comum nos depararmos com diversas características que essas pessoas parecem ter em comum, bem como comportamentos repetitivos, previsíveis, como se tratasse sempre da mesma pessoa. Esses comportamentos, quando impostos dentro da relação, podem levar à total destruição da identidade, autoestima, capacidade de funcionar e vontade de viver da pessoa que se submete.

A seguir, vejamos como identificar ALGUNS desses comportamentos e características:

PIROTECNIA AMOROSA – Também chamada de bombardeamento amoroso, consiste em encantar o alvo com inúmeras demonstrações de amor, muitas delas exageradas ou públicas. Os pedidos de namoro, noivado são um show para outras pessoas verem, não um momento do casal. As surpresas são constantes, quase exageradas, deixando o alvo sem saber como retribuir ou agir diante do bombardeamento constante. O mais interessante é que o alvo percebe que as ações exageradas não parecem vir acompanhadas de real profundidade e sentimento. É quase uma intuição que, por não saber explicar, ignora.

DISTRAÇÃO/ILUSIONISMO – Junto com o item acima, nos primeiros dias, talvez meses, a pessoa perversa tende a ser muito atenciosa, presente, interessada, de um modo tão intenso que fará com que seu alvo pense que está “sendo cuidado”; que aquela presença imposta constantemente é um verdadeiro sinal de amor, mas o que na verdade faz é manter seu alvo ocupado o tempo todo, quase sempre com coisas ligadas à relação ou à pessoa perversa, de modo que não tenha mais tempo para si mesmo, para outras pessoas ou para prestar atenção em como a pessoa perversa realmente é.

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TUDO PARA ONTEM – Pessoas perversas fazem planos para o futuro desde os primeiros contatos. Falam em casamento, filhos, morar juntos, adquirir patrimônio, tudo em tempo record. É tudo tão rápido que causa estranhamento em todos, exceto na pessoa apaixonada.

DESLIZES – Pessoas perversas fazem discursos moralistas, como se fossem as pessoas mais corretas do mundo, mas em meio ao discurso, sempre deixam escapar alguma coisa que vai na contramão do que pregam.

CICLO ABUSIVO – É um ciclo ininterrupto que alterna comportamento destrutivo e construtivo, típico de muitos relacionamentos e famílias disfuncionais. A pessoa perversa faz algo bom e logo em seguida algo ruim, desestabilizando o alvo e criando um ciclo vicioso de expectativa e insegurança.

ALIENAÇÃO – O ato de interferir ou cortar de vez as relações do indivíduo com os outros (amigos, família, colegas de classe, trabalho, etc). A ideia aqui é distanciar o alvo de qualquer pessoa que possa lhe servir de apoio.

“SEMPRE” e “NUNCA” – São declarações contendo as palavras sempre ou nunca. Elas são comumente usadas, mas raramente refletem a verdadeira intenção do perverso. “NUNCA mais fale comigo”, para logo estar perseguindo o alvo e encontrando desculpas para continuar o contato.

DESIGUALDADE LEGAL – A pessoa perversa sujeita o parceiro a uma séria de regras que ela não se sente na obrigação de seguir. Por exemplo, o alvo não tem a permissão de manter contato com pessoas do passado, mas a parte perversa pode, o alvo deve respeitar sua família, mas a parte perversa pode desprezar a sua, etc.

RAIVA – Pessoas que sofrem de certos transtornos de personalidade com frequência carregam um sentimento de raiva não resolvida e uma percepção mais aguçada ou exagerada que foram injustiçados, anulados, negligenciados ou submetidos a abuso, refletindo esta raiva sobre aqueles que os rodeiam.

ISCA – Um ato provocativo usado para provocar uma resposta irritada, agressiva ou emocional de um outro indivíduo. Diz algo que sabe que vai causar ira, mas o faz exatamente para ver seu interlocutor desequilibrado. Quando o alvo se desequilibra, a pessoa perversa parece a parte equilibrada.

CULPABILIZAR – O hábito de identificar uma pessoa ou pessoas como responsáveis por um problema, ao invés de identificar formas de lidar com ele. Fazem isso com tanta maestria que seus alvos vivem se sentindo culpados.

PROJETAR – É a prática de atribuir ao outro seus defeitos e maus comportamentos. A pessoa perversa dirá que o outro é mentiroso, promíscuo, agressivo, manipulador e tudo que achar de si mesmo. Às vezes, são coisas bem específicas. Um exemplo, um narcisista conhecido dizia que eu fazia sexo virtual com meu professor. Não entendia de onde aquilo tinha saído até descobrir que era viciado em sexo virtual. Outro narcisista tinha hábito de dizer que as mulheres se vitimizam para que homens paguem suas contas, mas quando em minha companhia, choramingava ganhar pouco para ter cada pãozinho seu pago, ou seja, era um explorador de mulheres.

BULLYING – Qualquer ação sistemática para ferir uma pessoa, aproveitando-se de uma posição de força seja física, hierárquica, social, econômica ou emocional. Pessoas perversas são experts em bullying contra seus parceiros, colegas de trabalho, amigos e familiares. Basta saberem de algo que lhe causa vergonha, que passam a utilizar da forma mais cruel possível.

RACIONAMENTO – O racionamento é um dos comportamentos mais cruéis do parceiro narcisista. Consiste em descobrir o que você mais gosta e simplesmente deixar de fazer ou racionar. Podem ser ações, frases ou palavras. Desta forma você passa a mendigar por aquilo que antes lhe dava em abundância e agora dá quando quer ou não dá. Pode ser de um simples ” bom dia” a comportamentos mais complexos. Se sabe que você gosta ou deseja, vai negar ou racionar.

TRAIÇÃO – envolve-se em relacionamentos românticos ou íntimos com outras pessoas quando já está empenhado em um relacionamento monogâmico com você. Para perversos, isso é bem comum, pois são extremamente promíscuos.

APROPRIAÇÃO – Consumir ou assumir o controle de um recurso ou bem pertencente ou compartilhado com um membro da família, parceiro ou cônjuge, sem antes obter a sua aprovação. Toma posse sem se importar com o que o outro pensa.

EXPLORAÇÃO – É a prática de explorar o parceiro, amigos ou familiares a fim de ter suas contas pagas. Vitimizam-se dizendo que não estão em condições, que precisam de ajuda, para poderem encostar-se. A exploração também se dá quando tomam empréstimos em família acreditando que não têm o dever de pagar, bem como está presente no modo que prestam seus serviços ou contratam serviços para si, tentando sempre tirar vantagem, cobrando a mais ou tentando pagar menos do que o que vale o serviço recebido.

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CHANTAGEM EMOCIONAL – Um sistema de ameaças e punições por trás de uma aparência fragilizada de vítima, utilizado na tentativa de controlar os comportamentos de alguém. Algumas vezes, essa característica também passa a ser do alvo de pessoas perversas, pois crê que, assim, poderá acessar a empatia da pessoa perversa, o que jamais acontece.

SENSO DE DIREITO – Uma expectativa irrealista, não merecida ou inadequada de condições de vida e tratamento favorável vindo dos outros. Se acham mais merecedores do que as outras pessoas. Tratamentos especiais lhes são devidos, mas para os outros, jamais.

FALSAS ACUSAÇÕES – Padrões de crítica injustificada ou exagerada direcionada ao alvo. Você diz: “tal pessoa me paquerava quando eu era adolescente” e a partir daí passa a ouvir por anos que a pessoa foi ou é seu/sua amante. Acusa o alvo de ter feito coisas ou ter tido comportamentos que nunca teve simplesmente porque “suspeita”.

FAVORITISMO – Favoritismo é a prática de dar sistematicamente tratamento positivo e preferencial para um dos filhos, um dos subordinados ou um dos membros dentro de uma família ou grupo de iguais (trabalho) em modo que os outros se sintam inferiores ou menos queridos. Faz isso usando outras pessoas também em detrimento do parceiro amoroso.

FALSO LITÍGIO– O uso de processos judiciais sem mérito para machucar, assediar (especialmente em divórcios) ou ganhar uma vantagem econômica sobre um indivíduo ou organização.

AUTOPROMOÇÃO GENEROSA – É a prática de dar ao alvo uma lista de pessoas que gostariam de estar com a pessoa perversa, bem como uma lista dos defeitos do alvo para, então, dizer que, mesmo assim, deseja estar com ele. “Sou bom por aceitar estar com você, não obstante seus defeitos.”

GASLIGHTING – É a prática de lavagem cerebral e manipulação a fim de convencer um indivíduo mentalmente saudável que ele está ficando louco ou que a sua compreensão da realidade é equivocada ou falsa. Nega-se fatos ou falas como se nunca tivessem ocorrido.

PODA – Podar é o ato predatório de manobrar um outro indivíduo para uma posição que o torna mais isolado, dependente, propenso a confiar e contar somente com a pessoa perversa, tornando-o mais vulnerável a um comportamento abusivo. Fazem isso dizendo que o alvo não é capaz sem sua ajuda ou presença.

ASSÉDIO – Qualquer padrão persistente ou crônico de comportamento indesejável de um indivíduo para com o outro. O comportamento rotineiro de pessoas perversas é um assédio constante.

HOOVERING– Hoovering é uma metáfora tirada de uma marca muito popular de aspiradores de pó nos EUA e Grã-Bretanha (Hoover) para descrever como uma vítima de abuso, ao tentar fazer valer os seus próprios direitos, deixando ou limitando o contato num relacionamento disfuncional, é sugada de volta quando a pessoa perversa temporariamente apresenta um comportamento melhor ou desejável, passando por uma revitimização.

IMPULSIVIDADE – A tendência de agir ou falar com base em sentimentos do momento ao invés de raciocínio lógico. Pouco importa se o que é dito não faz o mínimo sentido. Se precisar se justificar, dirá que disse porque VOCÊ a forçou a agir daquela forma.

ISOLAMENTO IMPOSTO – É uma das primeiras providencias tomadas pela pessoa perversa quando se envolve com um novo alvo. A ideia é distanciar; isolar o alvo de sua rede de apoio, o que inclui amigos e familiares. É muito comum que a pessoa perversa não tenha amigos íntimos e se relacione de forma superficial também com sua própria família e, por isso, não aceita que o alvo tenha relacionamentos mais profundos. Com o isolamento imposto e a alienação, a um certo ponto ficará somente ela e o alvo, o que aumenta seu poder de controle sobre o outro.

MANIPULAÇÃO FLOREADA – É um modo imperceptível de fazer exigências enquanto elogia. Por exemplo, um perverso conhecido dizia à moça com quem estava começando a se relacionar que queria fazer dela sua princesa, sua mulher para toda vida, porque ela era linda especial, mas que “não tinha certeza” que ela o colocaria entre suas prioridades “já que ela tinha muitos amigos e dava muita atenção aos seus familiares”, levando-a a distanciar-se dessas pessoas para ocupar o espaço de “princesa”.

INTIMIDAÇÃO – Qualquer forma velada de ameaça oculta, indireta ou não-verbal.

INVALIDAÇÃO – A criação ou promoção de um ambiente que incentiva o indivíduo a acreditar que seus pensamentos, crenças, valores ou presença física é inferior, imperfeita, problemática ou inútil.

FALTA DE CONSCIÊNCIA – Indivíduos que sofrem de alguns transtornos de personalidade são demasiadamente preocupados com suas próprias necessidades e interesses, às vezes, com a exclusão total das necessidades e preocupações dos outros. Algo que pode ser interpretado pelos outros como uma falta de consciência moral ou egoísmo e nada mais que isso, é na verdade o modo de vida da pessoa perversa.

FALTA DE CONSTÂNCIA DO OBJETO – Sintoma de alguns transtornos de personalidade, a falta de constância do objeto é uma incapacidade de lembrar que as pessoas ou objetos são consistentes, confiáveis e com os quais se pode contar, especialmente quando eles estão fora de seu campo imediato de visão. Constância do objeto é uma habilidade de desenvolvimento que a maioria das crianças não desenvolvem até dois ou três anos de idade. Daí a indiferença com seus sentimentos na ruptura, a falta de confiança quando não está controlando e etc.

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NARCISISMO – Este termo descreve um conjunto de comportamentos caracterizados por um padrão de grandiosidade, o foco egocêntrico, necessidade de admiração, a atitude de auto-serviço (eu me sirvo sempre), falta de consideração e falta de empatia, sendo esta última a característica mais forte e maligna do narcisismo e portanto, essencial para a identificação desse padrão de comportamento. Não existem narcisistas capazes de se colocar no lugar do outro.

DESQUALIFICAÇÃO FLOREADA – a prática de elogiar, inserindo desqualificadores dentro de uma frase, de modo que a parte desqualificadora não seja percebida, mas surta efeito. Exemplo: “Eu amo suas gordurinhas” “Adoro seu corpo, tanto que conheço cada uma de suas 387 estrias” “Minha gorducha linda” “Você é um homem tão bom para mim que passei a amar até o seu péssimo português”. Serve para minar a autoestima do alvo de modo que se esmere para “melhorar” até ter o elogio “completo”.

NEGLIGÊNCIA – Uma forma passiva de abuso em que as necessidades físicas e emocionais de um dependente são desconsiderados ou ignorados pela pessoa responsável por eles. Nas relações tóxicas com pessoas perversas, a negligência vem à tona com frequência quando o alvo tem problemas de saúde, financeiros ou precisa de cuidados.

NORMALIZAÇÃO– Numa relação com perversos, é uma tática usada para dessensibilizar o indivíduo para comportamentos abusivos, coercitivos ou inapropriados. Em essência, a “normalização” nada mais é do que a banalização de coisas que, em sã consciência, não aceitamos como normais; é a manipulação de outro ser humano para levá-los a aceitar algo que está em conflito com a lei, as normas sociais ou seu próprio código básico de comportamento. Ex. Aceitar traição, agressão física, verbal, promiscuidade, poligamia, etc.

JOGOS SEM VITÓRIA – São situações comumente criadas por pessoas que sofrem de transtornos de personalidade, onde eles apresentam duas opções ruins para alguém próximo a eles e as pressiona a escolher entre os duas, assim sempre sairá perdendo. Isso geralmente deixa a pessoa que não tem transtorno de personalidade com um sentimento de “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.

COISIFICAÇÃO – A prática de tratar uma pessoa ou um grupo de pessoas como objetos, mantendo-as à sua disposição ou descartando-as de acordo com suas necessidades. No sexo, o alvo também é coisificado no sentido que, após a relação sexual, comportamentos frios e abusivos são restabelecidos do nada, quando minutos antes tudo era maravilhoso, fazendo com que o alvo se sinta usado.

SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL – Um termo usado para descrever o processo pelo qual um dos pais, geralmente divorciado ou separado do outro progenitor biológico, usa sua influência para fazer uma criança acreditar que o outro progenitor é mau ou inútil.

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MENTIRA PATOLÓGICA – Decepção persistente por parte de um indivíduo para servir os seus próprios interesses e necessidades com pouca ou nenhuma relação com as necessidades e preocupações dos outros. Um mentiroso patológico é uma pessoa que existe apenas para servir suas próprias necessidades ainda que para isso deve lançar mão de mentiras.

VITIMIZAÇÃO – É a prática de assumir uma postura de vítima diante de amigos e familiares, relatando histórias onde aparece como vítima e o alvo como o vilão, de tal forma que as pessoas se compadeçam de si e odeiem o alvo. Para isso, lançam mão de histórias que jamais ocorreram, inacreditáveis quando ouvidas pelos alvo e que normalmente causam muita angústia, sentimento de injustiça e desejo de vingança.

RECRUTAMENTO – A maneira que a pessoa perversa tem de controlar ou abusar do alvo através da manipulação de outras pessoas para que estas inconscientemente passem a defendê-la, falar por ela, “comprar sua briga” ou “fazer o trabalho sujo” que ela deseja contra seu alvo. Essas pessoas são chamadas em inglês de “flying monkeys” que se traduz em “macacos voadores”, que nada mais são do que possibilitadores, facilitadores e colaboradores recrutados pela pessoa perversa.

EXPLOSÃO, RAIVA E AGRESSIVIDADE IMPULSIVA – Elevações explosivas verbais, físicas ou emocionais em uma briga, desproporcional à situação real. Mas atenção, esse comportamento sozinho não indica perversidade, já que acompanhado de culpa e remorso verdadeiros pode indicar Transtorno Explosivo Intermitente, que nada tem a ver com perversidade e pode ser tratado.

SABOTAGEM – A ruptura espontânea da calma ou status quo, a fim de servir a um interesse pessoal, provocar um conflito ou chamar a atenção.

BODE EXPIATÓRIO – a escolha de um indivíduo ou grupo para receber culpa ou tratamento negativo não merecido. A pessoa perversa faz e põe a culpa nos outros.

MEMÓRIA SELETIVA E AMNÉSIA SELETIVA – O uso de memória, ou a falta de memória seletiva com o intuito de reforçar um preconceito, crença ou obter um resultado desejado, utilizando somente aquilo que lhe convêm.

AUTOENGRANDECIMENTO – É um padrão de comportamento pomposo; o hábito de vangloriar-se. Presença de narcisismo ou competitividade projetados para criar uma aparência de superioridade.

VERGONHA – A diferença entre culpa e vergonha é que ao culpar alguém você diz a uma pessoa que ela FEZ algo ruim e ao envergonhar alguém você lhe diz que a pessoa É algo ruim. Por exemplo, um perverso conhecido quando queria envergonhar, dizia que eu era mentirosa diante de todos (vergonha). Na intimidade, dizia que não podíamos ser felizes porque eu mentia muito (culpa). Nenhuma das duas coisas acompanha fundamento ou explicação lógica, sempre, quase sempre, fruto de suposições.

STALKING (PERSEGUIÇÃO)– Qualquer padrão invasivo e indesejável de buscar o contato com outro indivíduo. A pessoa narcisista pratica stalking somente quando é dispensada pelo alvo antes que ela o descarte. Como não aceitam ser deixadas, perseguem. O alvo, normalmente, também pratica stalking ao ser descartado.

TESTE – Forçar repetidamente outra pessoa a demonstrar ou provar seu amor ou compromisso com o relacionamento a fim de demonstrar para a pessoa narcisista o seu valor.

POLICIAMENTO DO PENSAMENTO – Um processo de interrogatório ou tentativa de controlar os pensamentos ou sentimentos de outra pessoa. É uma prática percebida especialmente quando o alvo deseja estar em silêncio ou reflexão.

TRIANGULAÇÃO – Ganhar uma vantagem sobre os “presumidos rivais” ao manipulá-los para que entrem em conflito uns com os outros. Falam mal de uma pessoa para a outra a fim de ver a relação entre elas se deteriorar ou ver pessoas disputando um posto importante na vida da pessoa perversa

SILÊNCIO AGRESSIVO – Método insidioso de violência psicológica que consiste em passar horas ou dias tratando o alvo com silêncio injustificado e punitivo, quase sempre acompanhado de cara fechada e pequenas frases de acusação sem sentindo ou embasamento na realidade. “Você sabe porque estou assim.”

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VISÃO DE TÚNEL – Uma tendência a se concentrar em um único interesse (seu) ou ideia e negligenciar ou ignorar outras prioridades importantes ou todas as circunstancias.

DESCARTE OU SUMIÇO – Como toda relação com uma pessoa com essas características é superficial, independente do tempo que passou, quando ela sentir que o alvo não serve mais aos seus propósitos, ou seja, deixou de ser uma fonte de suprimento narcísico, ela o descartará e desaparecerá sem explicação ou com um arroubo de raiva injustificada que deixará o alvo se perguntando o que fez de errado. Um relacionamento com uma pessoa perversa narcisista jamais termina com uma conversa clara e civilizada; um comum acordo. Ou some ou demonstra ódio para justificar o fim.

P.S. É óbvio que a presença de um desses comportamentos isoladamente não indica perversidade ou transtornos de personalidade. É um conjunto deles que dará sinais claros de que se trata de pessoa perversa/tóxica/abusiva da qual preservar-se é preciso!

Lucy Rocha
Personal Coach

IMPORTANTE! Essa lista de características são fragmentos de textos que estarão presentes num livro a ser lançado em breve. Você pode compartilhar esse artigo livremente, porém:

1 – Conforme lei 9.610/98, que dispõe sobre direitos autorais, a reprodução parcial ou integral desta obra sem autorização prévia e expressa do autor constitui ofensa aos seus direitos autorais (art. 29).

2 – Entretanto, de acordo com a lei 9.610/98, art. 46, não constitui ofensa aos direitos autorais a citação de passagens da obra para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do autor (Lucy Rocha) e a fonte

***

PRECISA DE AJUDA?

Você chegou até o final do texto e se identificou com alguma dessas situações?

Um processo psicoterápico pode fazer a diferença na sua vida nesse momento.

Indicamos: Josie Conti- psicóloga. Saiba mais aqui.

Imagens revelam o que se passa por trás de fotos perfeitas.

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A arte da fotografia nos mostra o quanto uma cena pode ser bonita e reflexiva, porém, você já parou para pensar como são feitas essas fotos?

Essa seleção de imagens mostra como pode ser complicado dar o click perfeito, essas gambiarras possuem os resultados finais incríveis!

Confira:

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Com base em: Imagens revelam o poder da fotografia – MiniLua

Do tamanho da paz

Do tamanho da paz

Do outro lado de mim.
Fernando Pessoa

Um lindo céu azul e um ventinho suave anunciando dias mais frios… assim é o mês de maio. Em junho, são as noites que nos seduzem com a lua firme lá em cima e nós, aqui embaixo, acendendo fogueiras e levantando mastros nas festas juninas. Só de pensar me emociono!

É a vida. É a beleza estonteante da natureza com toda sua diversidade e riqueza: árvores centenárias entregando sua sombra e suas folhas generosamente, flores rompendo o asfalto, arco-íris cruzando nosso céu.

Presentes acessíveis a todos sem distinção de raça, cor, religião ou posição social. Quando iniciados na arte de viver, somos capazes de “chegar às nuvens” com pequenas porções desses presentes.

Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais.

Parece universal esse desejo de ter uma casa no campo, um lugar bem tranquilo, com um gramado verde, muitos vasinhos na janela e na porta escrito ”Aqui mora gente feliz”. Um lugar onde é possível viver a medida certa em relação a tudo; harmonizar o movimento com o descanso e a certeza cristalina do que nos faz bem.

Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais.

Ficar no tamanho da paz é sentir-se enraizado, é vibrar na frequência das coisas mais simples, é saber excluir os excessos, despojar-se da ganância e aceitar nossa finitude.
É viver uma liberdade criativa, ter uma postura solene diante da vida e silenciar frente aos seus mistérios…

Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal.

Do tamanho da paz é ouvir os acordes da natureza, é a certeza da providência divina, do apaziguamento dos pensamentos e a capacidade de não quebrar a corrente do que é bom. A casa de campo é a representação simbólica do instinto de artífice – habilidade de plantar e cultivar com nossas mãos as nossas vidas.

Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar
Meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais…

Mas será que ainda conseguimos encontrar o caminho e chegar a essa casa de campo? Será que ainda somos capazes de guiar-nos pelos sinais da natureza viva e não pelos modelos frios das máquinas?

Será que ainda há flores em nossos jardins, será que há jardineiras e árvores frutíferas? Com certeza estamos mais refinados em nossas atitudes e nossos jardins/afetos mais sofisticados, mas… e o encantamento?

Onde estão os canteiros para corrermos, como Cecília Meireles, sentindo o gosto de framboesa; onde está aquela rosa que brigava com o cravo, a camélia que caía do galho, e as rosas que não falam mais? Encontramos poucas borboletas e cigarras e uma frequência bem menor de beija-flores vindo beijar uma florzinha .
Neste mês de maio, em que lembramos nossas mães, quero parir uma nova vida. Quero plantar flores na minha alma, quero fazer de mim uma casa no campo, encantada, quero mãos camponesas fincadas nas amizades.

Quero aprender a lição de Zé Rodrix, Tavito e também de Lenine que nos ensinam

… tudo pede um pouco mais de calma
…tudo pede um pouco mais de alma…
… o mundo espera de nós um pouco mais de paciência
…a vida é tão rara…

Pra frente, volver!

Pra frente, volver!

Adoro quando estou na estrada e paro num restaurante com faixa na entrada avisando: Sob nova direção. Algum chip no meu cérebro diz: Melhorou. Deve ser por conta da força do adjetivo. Novo celular. Namorada nova. Apartamento novo. Vida nova.

É evidente que associar novidade à melhoria não passa no teste da razão. Pois o novo não é por obrigação mais vantajoso do que o antigo. O micro-ondas é muito mais novo do que o fogão, mas aquele não esquenta tão bem quanto este. A nova colega talvez não seja tão simpática e eficaz quanto a que se aposentou.

Volta e meia praguejamos contra novidades. Odiamos as ineficientes, as de curta duração. Ficamos fulos quando o plástico substitui o ferro e a civilização do durável dá passagem para o descartável. Mas talvez o novo seja irmão gêmeo da esperança: Emprego novo, nova crônica serão melhores.

Essa esperança é baseada no recorrente desejo de mudar. Dentro de nós também rola assim. Já perdi a conta de quantas mudanças experimentei. Várias deram errado. Em algumas, sem querer, troquei o razoável pelo ruim.

Mas a asa ferida não anula a vontade de voar. Fosse assim, as pessoas só se apaixonariam uma única vez. Jamais voltariam a escrever depois de um zero na redação. Em suma, não pularíamos nem da cama.

Emprega-se agora um verbo chique para a substantiva mudança: reinventar-se. Na minha opinião, apropriado.
Porque o reinventar-se pressupõe que você já se inventou antes. Abraçou o novo que depois envelheceu e você se animou para mais uma transformação.

Gostamos das transformações. Por exemplo, ao assistir a um filme no ponto em que a trama começa a chatear, ocorre uma virada. Descobrimos que o mocinho não é tão mocinho, ou que a mocinha não é ingênua. Nesse momento a história ganha novidade. Mas uma coisa é o cinema. Outra, somos nós.

Pessoas são mais complicadas do que personagens. Os pontos de virada da vida real nem sempre aceleram a cena. Às vezes até retardam o ritmo. Pois em nós não existe roteiro redondinho. Ele vem repleto de pontas soltas. Há a saudade do antigo e o desejo do novo. Grudados, o antigo e o novo nos reinventam.

Não culpe seu próximo amor pelos cacos que o anterior deixou

Não culpe seu próximo amor pelos cacos que o anterior deixou

Os encontros amorosos são especiais e imprescindíveis para que cresçamos e nos tornemos cada vez melhores, pois compartilhar e se entregar nos habilita a olhar para além de nós mesmos. Da mesma forma, temos que aprender também com os desencontros amorosos, com aquelas relações que não dão certo, que nos machucam, pois nem sempre estaremos acertando, mas é preciso continuar tentando.

A grande maioria dos términos de uma relação é desagradável e dolorida, pois implica o enfrentamento de um futuro incerto, pontuado por saudades e arrependimentos. Teimamos, nesses momentos, em ficar imaginando o que poderia ter sido feito para que não se chegasse ao fim – o famigerado “e se…” que não leva a lugar nenhum.

O mais adequado a se fazer será abraçar a dor que vem forte, passar pelo período de vazio e tristeza, perto dos amigos verdadeiros, sorvendo a solidão emocional com a certeza de que aquilo vai passar e de que haverá novos encontros e momentos especiais, enquanto ainda houver vida dentro de nós. Nem fugir da dor, nem se entregar sem luta.

Muitas vezes, após uma forte decepção amorosa, tendemos a nos fechar a novos encontros, tornando-nos ressabiados, ariscos e desconfiados, quando alguém se aproxima mais de perto. Tememos nos entregar de início e por completo, como se estivéssemos vacinados contra a dor do amor. Inútil pensar assim, pois não existe remédio que neutralize o amor – felizmente.

Iremos nos apaixonar de novo, sim, quer queiramos ou não. O coração clama por dividir tudo o que pulsa em sua essência e aguarda pelos encontros verdadeiros. É preciso dar tempo à dor, para que ela se transforme em vontade de recomeçar, sempre, apesar de tudo. A vida segue e existe um bando de gente lá fora que nos olhará com interesse sincero e afeição sem rodeios.

Teremos que nos entregar de alma limpa, deixando para trás o que já não é, como se nunca o tivesse sido, porque o novo sempre vem. Devemos nos livrar dos erros, partindo aos novos encontros renascidos, inteiros e confiantes, pois é covardia jogar o peso de nossas dores no colo de quem não tem nada a ver com isso. O novo amor não tem culpa de nada daquilo que nos aconteceu antes de ele aparecer em nossas vidas. Cabe-nos acreditar que agora será diferente, que finalmente seremos felizes, caso quem esteja vindo se mostre digno e transparente.

Enquanto vivermos, estaremos sujeitos a quebrar a cara, em diversas situações e com várias pessoas. No entanto, nada disso poderá nos fazer desistir de encontrar a pessoa certa, no momento certo, pois é isso que nos ajudará a levantar todas as manhãs com o propósito de buscar e de sentir a felicidade plena do amor verdadeiro.

6 livros essenciais para quem gosta de Jazz

6 livros essenciais para quem gosta de Jazz

Hoje é possível dizer, sem sombra de dúvidas, que o jazz é bem mais que apenas mais um fenômeno musical. Ele é um acontecimento de proporções muito maiores. Nenhum outro estilo musical teve tantas revoluções internas em períodos tão curtos. O jazz surge como traço marcante da condição humana, refletindo nossa capacidade de constante transformação através do tempo. Não é à toa que Julio Cortázar (1914-1984) a considerava a única música universal do século XX. Isso sem falar no verdadeiro frisson que o bebop causou em Jack Kerouac (1922-1969) e nos Beatniks de modo geral.

Apresento aqui uma lista com alguns títulos disponíveis em português que considero essenciais para quem quer se aprofundar no assunto ou entender um pouco melhor a importância do mesmo.

Todo Aquele Jazz (Companhia das Letras, 2013):

contioutra.com - 6 livros essenciais para quem gosta de JazzO livro de Geoff Dyer é, para muitos, aquele que mais se aproxima da linguagem do próprio jazz. É um trabalho minucioso não só sobre a vida , ficcionalizada ou não, de grandes nomes do gênero, mas também sobre o ethos de toda uma época. Narrativa e objeto se confundem e o leitor é levado a momentos trágicos gloriosos com a mesma intensidade, enquanto é exposto aos vícios e trejeitos mais particulares de eternos ídolos.

Em outras palavras: ler essa obra é como presenciar o espírito do tempo desfilar na frente de olhos desacreditados, através da loucura e criatividade de homens e mulheres incontroláveis por natureza.

 

História Social do Jazz (Paz e Terra, 2011):

contioutra.com - 6 livros essenciais para quem gosta de JazzEric Hobsbawm (1917-2012) foi um dos mais respeitados historiadores de que se tem notícia. Também foi um grande jazz aficionado. Durante muito tempo, escreveu como crítico de jazz para a revista New Statesman, sob o pseudônimo de Francis Newton. O livro foi lançado no fim dos anos 50 e, mesmo sem abordar o free jazz e o fusion (estilos posteriores), figura hoje como importante documento sobre a música popular americana.

Hobsbawm analisa o jazz como grande personagem histórico, responsável pela ascenção cultural, intelectual e financeira de indivíduos marginalizados (negros e pobres). Como repórter, nos delicia com curiosidades sobre figurões como Count Basie (retratado como pianista mediano e bêbado), e Duke Ellington (preguiçoso e ladrão de melodias e mulheres de seus companheiros de grupo).

O Jazz Como

Espetáculo (Perspectiva, 2007):

contioutra.com - 6 livros essenciais para quem gosta de JazzJá pela escolha incomum do tema é possível intuir que estamos diante de um grande livro. O jornalista e crítico Carlos Calado explora o jazz em seus aspectos mais teatrais.

A postura dos músicos enquanto tocam seus instrumentos, a importância da relação entre platéia e aquele que está em cima do palco e o desenvolvimento e manutenção dessa relação com o passar dos anos. Um tratado musical, cênico e, por que não dizer, psicológico.

 

O Jazz – do Rag ao Rock (Perspectiva, 2007):

contioutra.com - 6 livros essenciais para quem gosta de JazzQuando o assunto é jazz, Joachim E. Berendt 1922-2000) é referência mundial.

Em “ O Jazz – do Rag ao Rock”,o crítico alemão se dedica de modo incansável a analisar, passo a passo, nome a nome, os principais elementos e características de cada subgênero e seus desdobramentos. Imprescindível para quem se interessa por nomes e datas ou para quem quer se iniciar no assunto (acompanha ainda uma rica sugestão de discografia em ordem cronológica).

 

Coltrane (Veneta, 2016):


contioutra.com - 6 livros essenciais para quem gosta de Jazz
John Coltrane (1926-1967), saxofonista, revolucionário e… santo. Não, não é uma metáfora. Ele foi canonizado pela Igreja Africana Ortodoxa, onde é padroeiro dos artistas e dos que buscam superar vícios. Sua história é contada de forma ousada e quase estranha na HQ do italiano Paolo Parisi. Está tudo lá. A infância pobre, o vício, os amigos, as mulheres, os insights geniais, os músicos com quem tocou e, claro, a criação do inigualável e arrebatador “A Love Supreme”.

 

 

Love Supreme, A Criação do Álbum Clássico (Barracuda, 2007):

contioutra.com - 6 livros essenciais para quem gosta de JazzE por falar nele… Originalmente lançado em 1965, “A Love Supreme” foi o disco que colocou John Coltrane entre os maiores jazzmen de todos os tempos. O livro de Ashley Kahn revela todo o processo de criação do disco. Desde a escolha dos músicos até o lugar onde foi gravado. Contem também saborosas entrevistas com membros da família Coltrane, curiosidades como os detalhes do surgimento da gravadora Impulse Records e uma galeria com fotos e imagens emblemáticas.

A tempo: Ashley Kahn também lançou um livro no mesmo formato falando sobre as gravações de “Kind of Blue”, de Miles Davis, igualmente lançado no brasil pela Barracuda.

Deseje algo impossível, todos os dias! Porque os desejos às vezes acontecem!

Deseje algo impossível, todos os dias! Porque os desejos às vezes acontecem!

Eu já ouvi uma vez – não me lembro onde, nem quando – que a gente deveria tomar cuidado com aquilo que deseja, porque às vezes os desejos se tornam realidade. Confesso que, naquela hora, aquilo fez o maior sentido para mim. E isso talvez tenha acontecido em função das incontáveis vezes em que desejei coisas absolutamente ridículas e sem propósito, ou pior ainda, coisas das quais viria a me arrepender terrivelmente assim que as conquistasse.

Mas, de verdade, ainda bem que acreditei naquilo só assim “meio que na hora que ouvi”. Porque afinal de contas, desejo é desejo, ora essa! E tudo bem se o desejo que brotou na gente for um daqueles sem pé nem cabeça, não fizer nenhum sentido ou resultar num fracasso épico.

Fracassos são apenas acidentes de percurso nessa aventura sem precedentes chamada vida. E se a gente ficar com muito medo deles, aí sim, corremos o pior dos riscos que é o de deixar de nos surpreender com as alegrias inesperadas, e os sucessos improváveis e mais ainda, com uma nova perspectiva de existência que nos tire o fôlego e arranque a gente daquela vidinha mais ou menos.

E não tem quase nada pior do que viver mais ou menos, ter um trabalho mais ou menos, um relacionamento mais ou menos, um sonho mais ou menos. Essas coisas que não são nem boas, nem ruins, são parte de um plano da nossa própria cabeça dura que teima em acreditar que o fato de estarmos em cima do muro, nos protegerá dos perigos e turbulências.

Turbulências são uma excelente estratégia para fazer a gente desenvolver aquela malícia necessária para balançar junto com o barco, enquanto ele vence ondas gigantescas ou prosaicas marolas. E não adianta ficarmos sonhando com uma vida sem turbulências. Primeiro, porque isso não existe. E, segundo porque, se existisse, seria uma coisa tão chata, tão insossa, tão “mais ou menos” que em poucos dias (ou mesmo horas), estaríamos tentando arranjar algum jeito de nos metermos numa boa encrenca num outro planeta, numa outra galáxia, num outro universo.

E exatamente por isso, porque viver “mais ou menos” é quase o mesmo que não viver, que a gente precisa largar mão de economizar desejos; a gente precisa encharcar a alma de ousadia e gosto pelas coisas lindas. Viver encantado é muito melhor do que viver anestesiado!

Deseje! Deseje com todas as suas forças! E enquanto deseja, vá desenterrando ideias adormecidas, vá exercitando os músculos do coração, vá semeando jeitos de fazer a viagem valer a passagem. Deseje! Deseje como se cada desejo fosse o último! Deseje algo impossível, todos os dias! Porque os desejos, às vezes acontecem!

Perigo: A nossa taxa de humanidade está baixa!

Perigo: A nossa taxa de humanidade está baixa!

Certa tarde estava eu caminhando por uma rua próxima a minha residência, quando “sem querer querendo” ouvi o pedaço de uma conversa de duas senhoras. Uma senhora de meia idade dizia para a outra:

– O meu marido está internado, por que a taxa de “HUMANIDADE” dele está baixa. Os médicos disseram que ele não pode receber alta, por causa disso… Entendeu? É por causa da taxa de“HUMANIDADE”.

Imediatamente eu comecei a rir. Todavia, eu não estava tirando sarro daquela senhora. Não estava desdenhando de sua situação e muito menos achando graça na sua condição, pois muito provavelmente, ela não teve acesso à educação formal de qualidade, o que deve ter contribuído para que ela fale assim. Saliento que muito compadeci do seu sofrimento. Só quem já teve um ente querido internado sabe como é difícil.

Deixando de lado os detalhes, permita-me explicar o motivo do meu riso. Ri porque tive um insight. Pensei no seguinte: Assim como a taxa de imunidade é importante para a nossa saúde física, a taxa de humanidade é importante para a nossa condição existencial de seres humanos, de pessoas (indivíduo e sociedade).

Em linhas gerais, a taxa de imunidade diz respeito à capacidade de defesa do sistema imunológico. Esse sistema age em defesa do corpo, combatendo ataques de bactérias, vírus e infecções contra o organismo.

Quando a taxa de imunidade está baixa, o organismo fica mais suscetível a doenças. Nesse sentido, dependendo da doença e do tratamento dado ao enfermo, a pessoa pode vir a recuperar a sua saúde, como pode também, em casos mais graves, vir a óbito.

Do mesmo modo acontece com a questão da humanidade. A taxa de humanidade mede o quão humanos somos. Quanto menor a taxa de humanidade maior o grau da barbárie. Infelizmente corremos o risco de zerar a taxa de humanidade, e assim, perdermos de vez a nossa capacidade de sermos humanos.

Notícias como a do ataque a uma boate gay em Orlando, que deixou 50 mortos tempos atrás, indicam que no geral, a nossa taxa humanidade está baixíssima.

Considerando o nosso contexto atual, alguns pontos me chamam muita atenção. Não é de hoje que podemos constatar que as coisas estão valendo mais do que as pessoas, e, que para muitos, os fins justificam os meios. Logo, chego à conclusão, que tudo isso aponta para a nossa doença ética. De fato corremos o sério risco de perder a nossa humanidade.

Parece-me que estamos vivendo uma baita crise de humanidade, uma espécie de epidemia que atinge todas as classes e todos os credos, uma doença contagiosa que nos faz agir como animais irracionais ou como robôs programados para destilar ódio e intolerância.

Os sintomas dessa peste que assola o nosso tempo são o discurso de ódio, a intolerância religiosa, o racismo, a homofobia, o preconceito contra a mulher, a indiferença e a falta de empatia e de solidariedade.

Não há como ficar indiferente ao tomarmos ciência de um atentado como o mencionado acima. Como é triste ver que algumas pessoas (seres humanos como aqueles que perderam suas vidas naquele ataque bárbaro) estão fazendo piada com o ocorrido. Algumas ousam justificar a morte dos 50 pelo fato de serem homossexuais.

Onde vamos parar?

Fica o alerta.

Tenha cuidado! A nossa (gênero humano em larga escala) taxa de humanidade está em baixa.

Precisamos nos tratar.

A despeito de tudo, eu quero manter viva e acesa em meu coração a chama da esperança. Esperança que me faz anelar (não só para mim, mas para todos) por um futuro melhor, um mundo mais justo e um ethos (espaço de convivência) que comporte a todos, sem distinção.

Faço minhas as palavras de Lulu Santos:

“Eu vejo a vida melhor no futuro…
Eu vejo a vida mais clara e farta.
Repleta de toda satisfação…
Eu quero crer no amor numa boa, que isso valha pra qualquer pessoa…
Eu vejo um novo começo de era.
De gente fina, elegante e sincera
com habilidade pra dizer mais sim do que não…”
(retalhos da canção Tempos Modernos)

Deixo aqui um apelo:

Humanidade, humanize-se já!

Eu fico por aqui.

Fonte : LAR – Livre á Reflexão

Basta de gente besta!

Basta de gente besta!

Chega, minha gente. Passou da hora de encerrar esse trololó. A todo palerma destilando veneno por aí, destinemos a partir de já o soro implacável do nosso desprezo. Não nos enganemos: o sonho de todo pateta é a plateia.

Quanto mais contestarmos asneiras, preconceitos, grosserias e abobrinhas, mais bestialidade virá. Denunciemos como pudermos suas maldades, avisemos a polícia, acionemos as autoridades! Mas depois façamos silêncio. Afastemo-nos de todo babaca na mais absoluta mudez. Sem audiência, sem atenção, é certo que morrerão à míngua, famintos do ódio que não mais conseguirem multiplicar.

Tal como os vermes e as moscas varejeiras, todo imbecil se alimenta do que não presta. Rancores, antipatias e outros sentimentos comezinhos. É tão óbvio. A delícia de um cretino é assistir ao outro perder as estribeiras. O tesão de uma besta quadrada é insuflar quem está quieto até fazê-lo explodir de raiva.

Como crianças de outro tempo, chuchando casas de abelhas para vê-las se transformar em pequenos monstros zangados ziziando fúria, desespero e medo, os panacas cutucam seus alvos com violência à espera de sua reação inflamada. Querem nada senão perpetuar a truculência que desejam para o mundo, como quem engendra um incêndio criminoso para assistir ao circo pegar fogo. Chega desse bando. Basta de gente besta!

Está na cara. Todo agressor precisa estender seu perímetro de destruição para dentro da vida de suas vítimas. Todo canalha deseja atrair para dentro de seu buraco funesto de ódio e desespero aquele a quem ele ataca. É assim e sempre foi. Mas já deu. Não caiamos mais nessa armadilha suja. Caminhemos juntos para longe de toda perversidade e selvageria.

Sejamos leves! Leves para assumir todo o peso da vida. Leves para o trabalho pesado que vale a pena. Recitemos juntos: basta de gente besta!

É possível, sim. Evitemos a leitura de comentários mentecaptos nas redes sociais, lixos que para nada serve além de fazer mal. Tal e qual comida estragada, causam avarias horríveis na gente. Ignoremos cada insulto, desviemos de cada pedrada. Saiamos da frente do touro, passemos longe.

Chega de partilhar preconceito. Chega de rir das piadas de péssimo gosto. Basta de audiência para mulas maldosas. Não mais batamos palma para maluco (no mau sentido) dançar. Não mais.

E se as almas penadas nos fizerem acusações falsas, elas que provem. O ônus da prova cabe a quem acusa. Não nos defendamos do que não fizemos. Não nos culpemos. Não entremos nessa dança descompassada e cruel. Basta!

De manhã, de tarde e à noite, entoemos entre nós, baixinho como um mantra: BASTA! Pode não fazer efeito assim, de cara. Mas aos poucos, um por um, todo patife há de mudar ou desaparecer faminto, miserável e vazio. Derretendo como as lesmas sob o sal da nossa indiferença. Chega de ódio. Chega de horror. Basta de gente besta!

Ordem absurda não se cumpre!

Ordem absurda não se cumpre!

Aprendi essa frase há muitos anos e me disseram que era uma frase de quartel. Se é verdade não sei, mas gostei do conceito e trago até hoje como preceito básico.

Uma ordem absurda é geralmente o cumprimento de uma ação precisa ser feita, mas o mandante não o que fazer com as próprias mãos. Pode ser um delito, uma humilhação, armadilha, uma fofoca, uma traição,o que for…

Uma ordem nem sempre vem em forma de ordem; Muitas vezes um pedido manhoso, aquele apelo que sutilmente lembra favores em débito, uma velha e eficiente chantagem emocional.

Aí a gente percebe que tem absurdo, mas pondera no rabo preso, na autoridade de quem pediu, nas consequências da negativa. E sente medo. E acaba cumprindo, ainda que sofrendo. Nessa hora a gente se desintegra, literalmente. Perde a integridade para não perder a relação. Perde a piada para não perder o amigo. A campainha soa forte dentro da consciência: Escolha errada, obrigada, coagida.

E a gente passa do estado de devedor submisso, a rancoroso injustiçado, mas a culpa é nossa, exclusivamente nossa. O esperto pediu, mandou, ordenou. O medroso cumpriu por vontade. Vontade de agradar. Não tem o que cobrar depois. E não virá reconhecimento nem agradecimento, nem muito menos arrependimento. No máximo, mais uma dúzia de absurdos até que a fonte seque, até que se acorde.

A gente tem um medo mortal de decepcionar. A gente fantasia que negar é proibido, principalmente nas relações de afeto. Medo do amor acabar. Mas, e encarar isso é uma dor, amor que não tem maturidade para conviver com contrariedade, é egoísmo disfarçado, é individualismo tentando escravizar o par.

Dito isto, e voltando às ordens absurdas, a melhor a mais segura forma de saber se é bom cumprir, é rapidinho pensar – e sem fantasiar – se quem pediu o faria em reciprocidade, sem vacilar.

Nessa hora despencam as ilusões, e, antes mesmo de catá-las no chão, a resposta já está pronta: – Não, sinto muito. Ou nada.
E reafirmando o velho dito, ordem absurda não se cumpre, nem se vier camuflada de um pedido manhoso.

Minha ferida não cicatriza porque não houve um ponto final

Minha ferida não cicatriza porque não houve um ponto final

Uma vez, quando pequena, fiz um machucado no meu braço. O médico que me curou me contou qual é o processo que faz com que as feridas cicatrizem. Algumas feridas precisam ser costuradas, precisam de pontos, outras não, mas todas precisam de cuidado e um tempo para que se curem completamente. Às vezes a ferida desaparece sem deixar marcas, mas algumas vezes deixa pequenas ou grandes cicatrizes.

Uma ferida na alma é parecida com uma ferida física no corpo. Não é visível, mas dói do modo mais profundo em nosso ser, nos faz sofrer, e só o passar do tempo e nossa vontade de superação fazem com que se cure. Mas, assim como com uma ferida física, ela também pode deixar cicatrizes que nos lembrarão para sempre do que sentimos.

“Lembro-me até mesmo do que não quero. Não posso me esquecer do que quero.”

Como aprender a esquecer coisas negativas

Cada um de nós vivemos em nossa vida situações que são muito difíceis de esquecer, que nos machucam. Pode ser que tenhamos passado por uma infância complicada, por um término de relacionamento traumático, pela morte de um ente querido, por uma situação no ambiente de trabalho que nos fez sentir mal. Situações que abrem feridas na alma.

As situações vividas que nos causaram algum dano ou que nos afetaram de forma negativa podem ser muito diversas, mas só nós podemos refletir e controlar o modo como as experiências que vivemos nos afetam.

O primeiro passo para esquecer é aceitar.

Não é necessário enterrar completamente a lembrança, porque recordar é algo muito humano, que não se pode evitar. Mas devemos sim realizar um esforço para aceitar a memória, a recordação, deixar o fato em nossa história e conviver com ele de forma pacífica.
Não se trata de esquecer por completo, mas sim de que o sofrimento não nos invada a cada vez que nossa mente é invadida por uma recordação dolorosa.

“Ainda que nos esqueçamos de esquecer, é verdade que a memória nos esquece”
-Mario Benedetti-

Uma vez que tenhamos aceitado, poderemos perdoar.

Não se trata de perdoar os outros, mas sim de perdoar a nós mesmos, sem nos culpar. De saber que o passado está feito e não se pode mudar, mas que o futuro, esse sim está em nossas mãos para ser vivido de uma forma nova, sem que sejamos influenciados por lembranças negativas que nos condicionam.

Se aprendermos a ver tudo que nos machucou como acontecimentos passados, também poderemos entender que há casos em que é necessário assumir nossa responsabilidade. Não é a mesma coisa que se sentir culpado, mas trata-se de ver os acontecimentos de forma objetiva e aprender com eles.

Tome o controle de sua vida

As feridas da alma às vezes são mais dolorosas que as feridas do corpo, e duram muito mais tempo até se fecharem, mas chega um momento em que devemos nos atrever e decidir tomar o controle de nossa vida e sermos nós mesmos, controlando e expressando nossas emoções.

Tomar o controle da sua vida é um ato que requer valentia e honestidade. Significa ser realista e ver que se algo em nossa vida não vai bem ou não é o que desejamos, a única pessoa que pode fazer algo somos nós mesmos, não dependemos de qualquer outra pessoa nem de situações alheias a nós.

O que acontece cada dia na sua vida depende unicamente da sua atitude, do que faz ou deixa de fazer, do seu sorriso, da sua alegria, da sua vontade de superação.

“Lembrar um bom momento é se sentir feliz de novo.”
-Gabriela Mistral-

Deixe o tempo passar

É certo que o tempo cura tudo ou, ao menos, nos permite ter uma perspectiva diferente. Ainda que nem todos nós precisemos do mesmo tempo para limpar nossa mente e eliminar lembranças dolorosas, o tempo ajuda a todos.

Cada pessoa é muito diferente da outra, e nossa luta com as memórias dolorosas ou perante situações que nos machucaram na vida precisam de tempo, que pode ser mais longo ou mais curto.

Um rompimento amoroso com alguém que amávamos muito é algo muito difícil de esquecer e aceitar, mas com o passar do tempo, pouco a pouco, nos damos conta de que talvez era algo que tinha que acontecer desse modo para que outras pessoas entrassem em nossa vida ou para que aprendêssemos a ficar sozinhos.

Essa situação é só um exemplo, mas nos permite ver como o tempo, passando devagar, vai sarando pouco a pouco nossas feridas até que um dia nos damos conta de que estamos completamente curados.

Fonte que sempre indicamos:  A mente é Maravilhosa

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