“Abraçadora” profissional cobra cerca de R$ 430 para abraçar e dar afeto a homens carentes

“Abraçadora” profissional cobra cerca de R$ 430 para abraçar e dar afeto a homens carentes

Janet Trevino é uma americana de 37 anos que ganha a vida através de abraços. Como uma “abraçadora” profissional, ela cobra cerca de R$ 430 por hora para abraçar e dar afeto para homens carentes.

Moradora de San Antonio, nos EUA, ela passa de 13 a 20 horas abraçando homens que têm entre 40 e 70 anos. Através dessa atividade, ela ganha cerca R$ 8 mil por semana, de acordo com o tabloide “Daily Mail“.

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“Meus clientes costumam ser veteranos de guerra, já que moro em uma cidade militar, mas atendo todos os tipos de pessoas”, contou.

Antes de atender o cliente, Janet costuma conversar com ele por telefone para descobrir o que ele realmente precisa. “Não é como ir fazer uma massagem”, explicou. “Preciso fazê-los entenderem o que exatamente é o meu trabalho para que eu também esteja segura”.

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Com informações da Uol

Se ela soubesse que seria tão fácil, teria largado antes

Se ela soubesse que seria tão fácil, teria largado antes

Ela confiou no que sentia por ele e se esqueceu de perceber os sentimentos dele, o que ele sentia por ela – e como sentia -, e esse foi seu maior erro. Ela idealizou um romance de sonhos, de certezas, de verdade, baseando-se tão somente em si mesma, esquecendo-se de prestar atenção nos sonhos dele – se ao menos ele os tinha -, e esse foi o seu maior erro.

Ela sempre achava que ele iria mudar, que ele ouviria seus lamentos, suas queixas, que ele daria atenção ao que ela tinha para dizer. Achava que ele tinha tanto amor por ela, que mudaria seu comportamento naquilo que a desagradava, para tentar fazê-la feliz, afinal, ela mudara muito por ele.

Ela abria concessões, revia idéias, analisava as situações, sobretudo ponderando as opiniões dele, porque acreditava que assim é que se firmava a cumplicidade no amor e na vida. Ela até abriu mão de algumas coisas, deixou de lado algumas aspirações, porque queria que desse certo. Mas ela se esquecia de pedir, de exigir abrir mão por parte dele, engolindo dissabores e decepções, porque queria tê-lo com ela.

Ela queria conversar, expor tudo o que nem cabia direito dentro de seu peito, pois prezava o compartilhamento, a soma, o estar junto de perto, sendo sincera, esperando por ele, por seu olhar, esperando que ele a esperasse também. Ela não se atentava para o terreno árido em que caminhava, para o eco vazio do não retorno que pontuava seus dias, para a reciprocidade inexistente, para o desprezo que o silêncio dele carregava dia após dia.

Numa sucessão de erros, ela tentava agarrar-se ao que não havia, apoiar-se no que não era, contentar-se com o que não saciava, com o nada. Perdendo-se de si, ignorando os avisos que a vida dá, os conselhos de quem realmente se importava com ela, ela afundou-se no mar de ilusões que criara para fugir ao que era fato: só ela se importava, só ela procurava, só ela falava, só ela amava. Só ela, solitariamente acompanhada.

Um belo dia, num desses que não se pode explicar, ela cansou, como que se sua essência doesse, como se sua alma estivesse pesando lá dentro, não conseguindo mais respirar, viver. Ela se viu, enxergou a si mesma diante dele, percebendo toda sua invisibilidade na vida daquele homem que ela tanto amava. Sua dignidade a obrigou a dizer “chega” – com a voz tremendo, com o coração apertado. Saiu correndo daquele relacionamento, como quem ganha a liberdade, mas com medo do que estaria por vir. Ela temia o novo sem ele, mas passou a temer ainda mais o que ela era junto a ele.

E ela foi, desprendeu-se, libertou-se. Chorou muito, noites insones, vontade de gritar e sair correndo atrás dele. Mas ela foi corajosa o bastante para não se esquecer do quanto doía sua vida com ele. Ela não suportava mais a dor. E ela aos poucos foi se reerguendo, aprendendo a ser alguém de verdade, alguém que queria amor de ida e volta, alguém seguro de si, alguém que não aceitaria mais se anular por nada nem ninguém.

E ela, então, finalmente começou a agarrar-se a si mesma, ao que ela tinha de melhor, a tudo o que a vida lhe oferecia sem a presença dele, sem a mendicância afetiva a que ele a submetia, livre do peso morto das súplicas vazias e sem resposta. Ela descobriu-se gente de verdade, porque podia fazer o que queria, ser quem queria, sem precisar conceder, sem precisar da aprovação de ninguém.

Ela se sentiu feliz, realmente e verdadeiramente feliz, livrando-se da necessidade de ter alguém para poder viver, sem precisar implorar por atenção, pois quem ela era atraía olhares e sua confiança a tornava mais linda e querida por onde passasse. Como ela estava bem, como se sentia melhor, só lamentava o tempo perdido junto a um homem que não sabia amar – quanto tempo…

Ah, se ela soubesse que seria assim tão fácil e tão melhor a vida sem ele, teria se libertado bem antes. Mas ainda havia tempo, muito tempo, e ela não se permitiria aceitar menos do que tudo o que alimentava as batidas do seu coração. Nunca mais…

Imagem: Bojan Ristic/shutterstock

Duas cabeças e um chifre – O drama das traições conjugais

Duas cabeças e um chifre – O drama das traições conjugais

Imagem: BRAIN2HANDS/shutterstock

Todo mundo sabe que naquele casal há duas cabeças e um chifre. Todo mundo sabe, menos o portador do acessório. Ou sabe, e faz de conta que não é com ele. Os parentes sabem, os amigos sabem, os inimigos também sabem, mas ninguém comenta abertamente um atributo desses, de modo que fica o dito pelo não dito, e o chifrudo ganha o benefício da dúvida.

-Será que ele sabe? Será que ela sabe?

Quem pode saber NÃO diz – e dessa forma o caso ganha contorno de mistérios que pode durar para sempre, até que o relacionamento espúrio acabe por desgaste, ou até que a idade chegue e os hormônios entrem em regressão. Isso quando não acontece o divórcio.

Eu nem falaria sobre esse tema inglório se não fosse para analisar o assunto sob uma perspectiva mais generosa.

Pode haver generosidade nesse assunto? Pode sim. Basta que a sociedade se conscientize de que o casamento é mais do que um compromisso de fidelidade assumido diante de Deus e dos homens.

O casamento é um compromisso de sentimentos bem delineados que envolvem carinho, respeito, companheirismo, fidelidade, parceria, compatibilidade, e sobretudo, amor.

O ideal é que o maior deles seja o amor, mas não qualquer tipo de amor. É preciso que seja um amor de qualidade tão intensa que, ano após ano, ainda conserve intacto o desejo.

E é ai que as coisas complicam: quem pode desejar o que já é seu? O desejo está sempre vinculado àquilo que ainda não temos. Mas o casamento é uma instituição tão sagrada, manchada por uma legalidade tão esquisita, que passa o certificado de posse logo no primeiro dia e ai tá feita a besteira.

Onde entra a lei há confronto com o amor. O amor não gosta de submeter-se à lei, e a lei não aceita perder para o amor.

Como conservar intacto o desejo por algo que já é nosso? Não apenas um dia, mas todos os dias, de todos os meses, de todos os anos, para o resto das nossas vidas? Quem pode continuar desejando o amor que chegou aos 15, 20 ou 25 anos, quando se tem mais de 40, e as muitas águas já afogaram todas as nuances do desejo, de modo que só resta uma relação empossada sobre direitos bem estabelecidos?

Há quem possa!

Não tenho a fórmula, mas tenho capacidade para observar e concluir que mesmo 30, 40 anos depois, alguns casais parecem se desejar tanto quanto se desejavam logo de início. Não é sorte a deles é pura sintonia fina! Quem conseguiu esse resultado não foi um dos dois, ou os dois, mas o acaso que uniu as pessoas certas, com preferências e olhares convergentes. Não dá trabalho? Lógico que dá. O trabalho é diário. Um deslize qualquer coloca tudo a perder e a magia vai para o ralo. Ocorre que essas parcerias sempre se estabelecem entre seres sensíveis, e os seres sensíveis já se sabem, são donos de muita sensibilidade para a troca. Por isso, o trabalho.

Mas não é sobre esses que quero falar. Esses são os certinhos. Quero falar sobre os erradinhos. Quero falar sobre aqueles que perderam o desejo ao longo do caminho, e permanecem erradios em posições corretas.

Entre esses, duas espécies: aqueles que colocam o dever conjugal sobre todas as coisas, e fazem de tudo para manter os hormônios fora do ponto de ebulição – o que não é difícil já que a idade puxa tudo para baixo-, e aqueles que não se conformam com a perspectiva de morte anunciada, e por conta disso, dão as suas escapadelas, voltam a paquerar, namorar, e exercer a arte da sedução, nos bastidores do silêncio.

Os adeptos do time do dever sem desejo tornam-se voluntariamente senis antes do tempo. O corpo mal cuidado segue a linha descendente da alma. Falta-lhes o frescor. Neles, a juventude é uma fonte que secou de repente, e por conta disso buscam compensação na comida e nos afetos que lhes são lícitos.

Já os adeptos do time das escapadelas demonstram o perfil de vivos entre os mortos: ainda se preocupam com o corpo e seguem tendências comportamentais afinadas com a época atual, e não com mil novecentos e antigamente. Não raro voltam a ser adolescentes, querem causar em todo lugar que chegam, e perdem um pouco a noção do ridículo. Acerca deles se diz : “ainda dá um bom caldo.”

Só para relembrar, falei sobre dois grupos: sobre aqueles que ainda se amam e se desejam, e sobre aqueles que de uma forma ou de outra, continuam se amando, mas não se desejam mais.

Sim é possível amar e não desejar. Ama-se com outro tipo de amor, com um amor benevolente que deseja o melhor para o ser amado, mas que não deseja o ser amado. O tesão sumiu no meio do caminho, mas restou o amor revisitado.

E dentro desse último grupo – dos que amam e não se desejam, há um subgrupo que se divide em duas categorias: os que desistiram de viver como um casal apaixonado, mas vivem como dois velhinhos empenhados na instituição casamento, conservando todos os direitos e deveres, e fazendo sexo esporadicamente; e os que desistiram da fidelidade para se sentirem vivos, mas ainda conservam a instituição casamento, ignorando os deveres de monogamia e fidelidade.

Pode acontecer de um dos cônjuges optar pela monogamia fiel e o outro optar pela infidelidade fiel. Infidelidade fiel é aquele tipo de infidelidade em que um dos cônjuges vive as suas aventuras, mas preza pela conservação do matrimônio.

Pode acontecer. Nesse caso, o chifre refulge na cabeça do mais conservador e faz dele um ser envolto em mistérios: sabe ou não sabe? Eu não julgo ninguém, não me espanto com nada, sou fiel à máxima: “cada um sabe a dor e a delícia de ser quem é.”

Tenho o maior respeito por Danielle Mitterrand, esposa do ex presidente francês François Miterrand, que acompanhou durante anos a traição do marido e, ainda assim se manteve ao lado dele. Atribui-se a ela o texto desta carta que transcrevo, justificando a sua posição de contemporizar sempre, confrontar jamais.

Texto de Danielle Mitterrand, esposa do ex-presidente François Mitterrand, ao povo francês:

“Vivi com François 51 anos; estive com ele em muito desse tempo e me coloquei sempre. Há mulheres que não se colocam, embora estejam; que não se situam embora componham o cenário da situação presumível.

Uma vida de altos e baixos.
Na época da Resistência nunca sabíamos onde iríamos passar a noite – se na cama, na prisão, nos bosques ou estendidos por toda a eternidade. Quando se vive assim em comum, cria-se uma solda e a consciência de que é preciso viver depressa. Concentrar talvez seja a palavra.

Por isso tentei entendê-lo, relacionar-me com sua complexidade, com as variações de sua pessoa e não de seu caráter…Quem entende ou, pelo menos luta para compreender as variações do outro, o ama realmente. E nunca poderá dizer que foi enganada ou que jamais enganou. Não nos enganamos, nos confundimos quando nos perdemos da identidade vital do parceiro, familiar ou irmão.
Quem não conhece, não tem enganos.

Nas variações do outro, não cabe o apaziguador que destrói tudo antes do tempo em forma de tranqüilidade. Uma relação a dois não deve ser apaziguada, mas vibrante, apaixonada, e não, enfastiada.
Nessa complexidade vi que meu marido era tão meu amante quanto da política.

Vi, também, que como um homem sensível poderia se enamorar, se encantar com outras pessoas, sem deixar de me amar. Achar que somos feitos para um único e fiel amor é hipocrisia, conformismo. É preciso admitir docemente que um ser humano é capaz de amar apaixonadamente alguém e depois, com o passar dos anos, amar de forma diferente. Não somos o centro amorável do mundo do outro. É preciso aceitar, também, outros amores que passam a fazer parte desse amor como mais uma gota d’água que se incorpora ao nosso lago.

Simone de Beauvoir dizia bem, que temos amores necessários e amores contingentes ao longo da vida.

Aceitei a filha de meu marido e hoje recebo mensagens do mundo inteiro de filhos angustiados que me dizem:
– “Obrigado por ter aberto um caminho. Meu pai vai morrer, mas eu não poderia ir ao enterro porque a mulher dele não aceitava”.

É preciso viver sem mesquinhez, sem um sentido pequeno, lamacento, comum aos moralistas, aos caluniadores e aos paranóicos azedos que teimam em sujar tudo.

Espero que as pessoas sejam generosas e amplas para compreender e amar seus parceiros em suas dúvidas, fragilidades, divisões e pequenas paixões.
Isso é amar por inteiro e ter confiança em si mesmo.”

Vovó russa de 89 anos viaja pelo mundo e compartilha imagens no Instagram

Vovó russa de 89 anos viaja pelo mundo e compartilha imagens no Instagram

Há seis anos a russa Elena Mikhailovna  , de 89 anos, decidiu se dedicar à realização de um sonho antigo, o de viajar pelo mundo. Desde então, já passou Alemanhã, Vietnã, Turquia e Israel. Sua experiência é compartilhada através de fotos do seu perfil no Instagram, onde a vovó mochileira, conhecida como Baba Lena, é uma sensação.

Suas fotos fazem sucesso na rede social, onde Lena é tida como uma inspiração para gerações mais novas. Seja andando na garupa de uma moto no Vietnã ou tomando uma sopa tradicional da Tailândia, Baba Lena encanta.

Em entrevista ao The independent, Lena diz gostar de viajar sozinha e de fazer novos amigos. “É fácil fazer amigos porque as pessoas ficam curiosas em saber a minha idade e oferecem ajuda. Elas me mostram tudo, me ajudam a ver o mar, visitar restaurantes”, contou.

Para Lena, “viajar significa vida nova, pessoas, encontros”. Em seus planos, uma viagem para a República Dominicana no seu aniversário de 90 anos.

“A principal coisa que aprendi na vida é que existem pessoas boas em todos os países. Não há nada a temer, porque você só morre uma vez e um dia você vai morrer de qualquer jeito.”

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É melhor não ser feliz demais

É melhor não ser feliz demais

‘É melhor não ser feliz demais’ – dizem os olhares das pessoas, os pontos de ônibus, o gerente do banco, o porteiro do prédio, as bancas de jornais…

O mais ou menos é sempre mais aceitável. O mundo parece preferir pessoas medianas, mornas, de poucos sorrisos e pouco choro. Que se conformam e seguem seus destino e desalinhos. Impressionante como estar bem (e mostrar isso) atinge as pessoas.

É melhor não ser feliz demais, demonstrar que vai tudo bem, sorrir por aí sem culpa, sem pesos, sem ligar para os julgamentos. Deve haver algo errado com alguém que gosta da paz, que evita cair em provocações, que desvia dos joguinhos, que tenta expressar os sentimentos sem medo do que os outros vão pensar.

Deve haver algo errado com quem acorda sorrindo e em alguns dias, simplesmente sente que não há nada para reclamar. Realmente está tudo bem. Não que tudo esteja perfeito, não que o mundo seja só belezas, mas a gente vai fazendo o que pode, vai cuidando dos arredores, vai caprichando nos pequenos feitos e colocando boas intenções, e aprendendo com os tropeços, encarando com coragem, força e leveza o que surge, sabendo que a vida é mistério e milagre, e ela desabrocha o que a gente planta.

Mas que estranho é sair assim de casa vestido de asas e sorrisos, pode ser que você entre numa padaria e seja mal atendido, pode ser que você diga na rua um ‘bom dia’ e te respondam ‘o que é que tem de bom nisso?’, pode ser que a sua vida que parece estar indo tão bem irrite profundamente quem tem caminhões de coisas para reclamar e pouca força para mudar.

É.. desconfiam de quem faz da vida o que quiser, quem não se culpa, não se fere tanto, explicam sua vida como fácil, eliminando todo o aprendizado que você desenvolveu em todos esses anos de caminhada. Julgam como sorte, folga, trapaça… Procuram explicar a sua paz interior. Não entendem que se você sorri hoje descompromissadamente talvez já tenha chorado muito antes.

Tentam provocar a sua ira, afinal como pode todo mundo se dando mal e você estar tranquila?! Como pode mais ação do que reclamação? Como pode essa ousadia para transformar sonhos em realidade, se o mundo é uma coisa tão mais complexa, burocrática e chata?

É melhor você ir sorrir pra lá, é melhor você não se aproximar muito das proteções amargas das pessoas, das verdades inquestionáveis e do determinismo conformado.

É melhor você não vir aqui e tentar mudar a minha realidade compacta. Eu já me acostumei, eu já me adaptei, eu já fechei os olhos e absorvi o cinza do mundo. Ninguém confia em quem chega assim tentando colorir o dia. Ninguém confia em quem não acredita que a vida é apenas um fardo. Ninguém aceita a pessoa que desvia o corpo e a alma das fofocas, dos olhos gordos, das más energias.

Quem não absorve tudo o que vê por aí, porque acredita que preservar-se inteiro, com compaixão sim, mas sem tanta empatia, é a melhor filosofia.

É, meu amigo, o mundo parece nos dizer todos os dias ‘é melhor não ser feliz demais’. Mas, bem na verdade, eu acho que a gente deveria!

Enquanto você ocupar seu coração com a pessoa errada, a certa não terá espaço para chegar

Enquanto você ocupar seu coração com a pessoa errada, a certa não terá espaço para chegar

Imagem: Boiarkina Marina/shutterstock

Nós não dominamos nada senão nossas escolhas — e muitas vezes nem isso. Podemos escolher a faculdade, mas nem sempre a profissão. Podemos escolher uma cidade para morar, mas nem sempre nossa proposta de emprego estará nela.

Podemos (achar) que encontramos a pessoa certa, mas nem sempre somos a pessoa certa para ela. A verdade é que nem tudo depende de nós. E isso é bom demais! Deixar a vida acontecer com naturalidade tem um outro gosto. As surpresas é que fazem a vida valer a pena.

Nessas surpresas rotineiras, sempre encontramos alguém que nos queria bem, que faça dos nossos dias melhores e que nos ame da forma como merecemos. Da mesma forma que encontramos pessoas que não estão dispostas a um compromisso sério, mas fazem de tudo para nos convencer do contrário, com o objetivo de conseguirem o que querem. Mentem, trapaceiam, enganam. Deixando marcas que o tempo leva anos para apagar.

Para essas pessoas, aceite um conselho: afaste-se e esvazie seu coração! Tire dele todas as pessoas tóxicas que, de alguma forma, ficam mal ao te ver bem ou que só te procuram quando precisam de algo. Sabe, limites foram feitos para serem respeitados e você deve obedecer essa regra em respeito próprio.

As pessoas precisam perder essa mania de se acostumar com aquilo que as fazem mal. Não dá para conviver com grosserias diárias e encarar como normais. Muito menos não ter com quem conversar no final do dia porque o “cansaço” tomou conta dos dois. É preciso desmistificar essa ideia de que toda felicidade está condicionada à um grande sofrimento anterior.

Nos ensinaram que se não lutarmos o suficiente, não chorarmos ou não enlouquecermos por alguém, não merecemos a felicidade que o relacionamento proporciona. Quem disse? Merecemos sim!

Escolher alguém para dividir a vida não se resume a uma qualidade específica. O que encanta é o conjunto de qualidades e a troca recíproca delas: o telefonema de bom dia, a mensagem no meio do expediente, a preocupação de levar ao dentista…relacionamento é rotina com doses de cuidados recíprocos. Se não for assim, para que continuar?

O sofrimento depois de qualquer término, é difícil, mas necessário. Não dá para se torturar com possibilidades do tipo “ e se?”, “poderia ter dado certo” ou “ será que a culpa foi minha?”, porque você sabe a resposta.

Não dá para encher uma taça de vinho se ela estiver preenchida de gelo. Da mesma forma que um novo amor não poderá chegar, se você não abrir mão do que te faz mal. Até quando você será capaz de rasgar a própria alma e costurá-la em troca de aceitação?

Permita-se viver o que merece e, acredite, você merece muito! Aceite o conselho de Fernando Pessoa e “feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.”

Esvazie sua vida para que o novo tenha espaço para fazer morada. Queira um amor com senso de humor, desses de rir até doer a barriga. Desses que você sinta saudades no meio do dia e que se importe com suas inseguranças, mas não saia por aí procurando-o.

Não entre na paranoia da obrigatoriedade de encontrar, a todo custo, o amor da sua vida. Amor não segue regras e tem dia marcado para acontecer, mas isso, meu caro, é um assunto entre seu destino e suas atitudes.

Em caso de excesso de lucidez: LOUCURE-SE

Em caso de excesso de lucidez: LOUCURE-SE

Imagem: sun ok/shutterstock

Parece óbvio o que vou dizer, mas os seres humanos são diferentes. Sim, ninguém é exatamente igual a ninguém. E, isso, apesar de evidente, parece não ser ou estar tão claro assim.

Explico. A vida tem se tornado cada vez mais veloz e mecânica, cobra-se eficiência o tempo inteiro e para que isso aconteça, faz-se necessário aderir a um determinado tipo de comportamento. Isto é, se adequar a um plano de conduta que possibilitará atingir a eficiência cobrada é quesito obrigatório em qualquer currículo humano. Todavia, qual o problema em ser mais “eficiente”? Nenhum, desde que isso não automatizasse as pessoas e destruísse a sua humanidade.

Nesse modelo (de sucesso) você deve seguir algumas regras. Claro, tudo é muito organizado (ordem e progresso sempre!). A primeira regra é deixar de ser quem você é. Isso mesmo, você deve deixar de fazer, pelo menos em público, tudo aquilo que possa ser julgado como esquisito ou estranho. Melhor, tudo aquilo que possa ser visto como inadequado perante os padrões de comportamento estabelecidos pela sociedade.

Isso inclui os seus sentimentos, de tal maneira que eles devem permanecer escondidos, a fim de não prejudicar a sua evolução enquanto um “ser social”. No mínimo, você deve soltá-los apenas quando estiver sozinho. Sabe como é, lágrimas e dores não são permitidos, nem alegrias com coisas simples. Elas são muito baratas.

Dessa maneira, além de nos tornarmos completamente iguais, ficamos sufocados pelos sentimentos não externalizados, pelas palavras não ditas, pelas emoções contidas. E, assim, as relações podem viver plenamente com o sistema e de modo pobre com o homem. As relações tornam-se superficiais, porque nós nos tornamos superficiais, fúteis e mesquinhos. Totalmente adequados ao mundo e inadequado a nós mesmos. Nesse modelo de vida que se apresenta como maravilhoso, somos transformados em ilhas afetivas cercadas de um mar de angústias.

Nos tornamos cheios de medos e fobias. Receosos em demonstrar qualquer emoção ou comportamento que nos retire do reino da adequação, preferimos nos esconder em nós mesmos, até que nada reste a não ser uma imensa tristeza, que dia após dia só faz aumentar. Uma tristeza que nos afasta ainda mais do que realmente somos e da conexão com o que é real no mundo, já que o mar de hipocrisia existente nele não merece essa alcunha.

E o pior é que se tentarmos procurar nos outros um suspiro de naturalidade, de beleza, na maior parte dos casos, não encontraremos, porque estamos todos adaptados, adequados, automatizados, sendo superficiais e frios e compartilhando dessa mesma superficialidade e frieza nas nossas distantes relações (solidões).

Apesar de conseguirmos viver essa “fantasia” por algum tempo, chega uma hora em que os olhos não aguentam mais e, então, você deixa cair uma gota e toda a torrente de dores, desejos e sentimentos guardados vem abaixo. Não há como controlar, não há como segurar, não mais. O mar de angústias é alimentado, a ilha torna-se menor e o mundo distante.

E por mais que se chore, parece que as lágrimas nunca são suficientes para colocar tudo que estava guardado para fora. Parece que algumas tralhas se tornaram tão profundas, que já não saem do lugar. E tomam todo o (in)consciente.

Mas, o mais curioso nisso tudo é que passamos uma maquiagem e fingimos que nada está acontecendo. Continuamos fingindo ser quem não somos, fazendo sempre o que a cartilha manda, mesmo que não entendamos bem o porquê. Preferimos estar mortos por dentro a ser estranhos, esquisitos, inadequados por fora.

E, neste momento, colocado isso, vem a pergunta de um milhão de dólares: por quê? Por que aceitamos viver de uma forma tão degradante para a nossa alma só para agradar à sociedade, ao sistema ou a quem quer que seja, enquanto, tornamo-nos cadáveres?

É preciso se aceitar e deixar transparecer o eu verdadeiro que há em cada um de nós, as esquisitices que alguns assim chamam, mas, que chamo de idiossincrasias, porque são elas que nos tornam belos. E se formos chamados de loucos, qual o problema? Ou será que sanidade é estar preso nos próprios sentimentos e desejos, afogados em hipocrisia, tristeza, depressão e medo?

Você não possui um número de série, tampouco foi feito em uma forma, portanto, livre-se das amarras que te impedem de se olhar no espelho e se reconhecer, pois reflexo algum vai tornar a sua alma mais viva do que o seu. O mundo já está repleto de cadáveres cheios de “sanidade” presos em suas ilhas. Seja você, lou(cure-se) e transforme o seu oceano de angústias em um mar navegável de prazeres.

O amor próprio sempre será recíproco

O amor próprio sempre será recíproco

O amor mais precioso que temos, a pessoa mais importante de nossas vidas, todas as respostas, tudo de que precisamos de mais urgente, sempre será o que temos de mais verdadeiro: nós mesmos. Ao contrário de egocentrismo ou de egoísmo, o bem me quero nos fortalece, para que não nos excedamos em nossas carências, procurando no outro aquilo que achamos estar nos faltando.

Nossa autoestima será constantemente posta à prova durante nossa jornada, uma vez que as decepções com as pessoas, com o mundo, as quebras de expectativas, serão uma constante em nossos dias. Alguém deixará de nos amar, perderemos o emprego, seremos reprovados em algumas provas, muita coisa dará errado. E, inevitavelmente, a gente se culpa, colocando-nos como desmerecedores de felicidade.

Será até normal, quando dos ventos cortantes bem fundo em nossas emoções, colocarmo-nos, de início, como vítimas de maldades alheias, de injustiças, de incompreensão, culpando o mundo lá fora pelos reveses que nos machucam. No entanto, a passagem do tempo sempre nos tentará mostrar a nossa parcela de culpa em tudo o que nos aconteceu, pois grande parte dos ocorridos nos tem como protagonistas.

Daí a necessidade de mantermos nossas verdades dentro de nós, valorizando-nos em tudo o que somos e temos, aceitando-nos e reconhecendo nossas imperfeições, que também nos tornam tão especiais e únicos. Quando estamos seguros de todo o nosso potencial e força interior, conseguimos enfrentar as tempestades com mais firmeza, pois então nossas convicções sustentam nossos passos, com esperança e ideais inabalados.

Enfrentar cada negativa, cada tombo, cada tapa na cara, sem que nos demoremos demasiadamente na autopiedade, em muito nos ajudará, pois sentir pena de si mesmo é o pior a se fazer nesses casos. Se estivermos felizes e completos em nosso relacionamento com nós mesmos, as fases ruins serão apenas fases, que servirão para nos amarmos ainda mais, em busca de tudo o que merecemos, de tudo e de todos que ficarão junto com verdade e calmaria. É assim que o amor se espalha e volta mais forte.

Imagem: Olha Miroshnyk/shutterstock

Aos juízes de plantão: Nos concedam uma folga, julguem suas próprias vidas!

Aos juízes de plantão: Nos concedam uma folga, julguem suas próprias vidas!

Imagem: Evart/shutterstock

Justiça é um tema lindo, tem a ver com igualdade, com proteção e equilíbrio. Já é uma tremenda virtude tentar ser uma criatura justa. No mínimo, pensar no assunto.

Mas entre exercer a justiça e julgar, aí tem uma rodovia esburacada de distância. A justiça que serve para mim, tem que servir para você e para todos.

Não existe essa concepção de justiça personalizada, que castiga uns e deixa impune outros. Sim, existe, e lamentavelmente vivemos uma era de justiceiros e transgressores, brigando por seus espaços, ainda que tomando territórios que não lhes pertence.

Aos juízes de plantão, aos que subitamente se vestem de justiça e se creem defensores e formadores de opiniões, se não fosse a platéia ávida por julgamentos e condenações, o que lhes restaria? A quem convenceriam?

A velha e conhecida máxima: – Macaco, olhe o seu rabo! – Nunca foi tão perfeita para essa classe de juízes da vida alheia, que ficam à espreita para pegar um deslize, uma derrapada, uma confissão mal contada, e então julgar, condenar e espalhar o fruto de suas duras conclusões.

Caros juízes! Ainda que eu não acredite na bondade de suas intenções, e ainda que eu não me lembre de ter solicitado ou acatado seus julgamentos, por uma questão de justiça, entendo os propósitos do seu passatempo. É justo buscar algo para se prender ou se entregar quando a própria vida não anda lá muito interessante. É justo mas não é bom!

Bom seria se, ao invés de juízes, buscassem ser mais parceiros, tentassem entender que o mundo e como se vive nele, é uma experiência individual. Julgar um crime é correto. Julgar um comportamento, uma escolha, um amigo, um irmão, um amor, uma possibilidade, uma esperança, é demonstração da mais profunda inabilidade humana.

O que é bom para mim e não é bom para você, ainda assim pode ser muito bom para mim. E durma com um barulho desses, ainda que batendo o martelinho e murmurando: Eu condeno!

Que saudade que eu estava de mim mesma!

Que saudade que eu estava de mim mesma!

Imagem: Petrenko Andriy/shutterstock

Que saudade que eu estava de mim mesma!

Que alegria esse reencontro depois de um longo luto cego. Uma dor sem nome na alma que se esparramava e eu não sabia de onde vinha e nem sabia como voltava para os tempos em que eu era rudimentarmente eu.

Que saudade eu estava de mim mesma. Revivendo-me agora sorrio boba, com as mãos sujas de terra, com a roupa velha escolhida pela minha necessidade de liberdade e movimento.

Que saudade eu estava das minhas mãos na massa do meu próprio destino, construindo histórias e legados, que saudade do cabelo emaranhado, do sentimento de segurança e importância por ser rainha do meu umbigo e saber comandar um mundo de sonhos, por devagar e sempre e sorridente, galho por galho, pedra por pedra, saber modificar o meu entorno.

Que bonito esse reencontro que quase sem querer propiciei a mim mesma.

Que bom me esquecer dos espelhos, dos jogos, dos rótulos, dos medos. Que bom chorar por não querer parar o dia e pular da cama com vontade de viver. Que bom me vincular às pessoas pelas vontades de alma. Que bom não esperar mais de mim, dos outros, por não querer ser outra.

Que beleza esses meus braços abertos para mim mesma! Celebrando essa redescoberta quase impossível. Me reencontrando na alegria que me permiti nos dias. E dizendo-me: ‘bem-vinda! Bem-vinda! Até que enfim voltaste!’

Que saudade menina, que saudade!

Te abro as portas e janelas, te dou o tempo, as tardes, os sóis, as tempestades… Te deixo solta no seu mundo. Me ensina, me ensina! Porque eu já sabia viver, mas havia me esquecido. Porque eu já existia, mas havia morrido. Me refresque o peito, os olhos, os ouvidos… renasça alegremente em mim!

Me ajude a existir mesmo que eu não caiba neste mundo, menina.Que saudade eu estava de ser eu mesma!

Prefiro me decepcionar todos os dias que viver sem expectativas

Prefiro me decepcionar todos os dias que viver sem expectativas

Imagem: Sjale/shutterstock

Aqui entre nós, decepção não mata ninguém. Só se desaponta quem está vivo e viver é criar expectativas. Todos esperamos alguma coisa. Esperamos dos outros, de nós mesmos, da vida. E você sabe: quase nunca o que a gente espera acontece como a gente quer. É assim que é. A decepção é um movimento involuntário. Independe da nossa vontade. Acontece de qualquer jeito. E se nos fragiliza é para nos fortalecer depois.

Cada um de nós já causou mais decepção do que é capaz de reconhecer ou lembrar. É da vida. Acontece. Alguém espera de nós o que não podemos ou não queremos dar e pronto: está criada uma situação aborrecida, constrangedora, difícil. Fazer o quê? Ainda não inventaram xampu para consciência limpa. Ser decente é o único jeito. A nós só cabe manter a decência para dormir mais leves.

Por outro lado, vira e mexe você e eu e todo mundo nos desapontamos com alguém aqui e ali por algum motivo. Fazer o que de novo? O que não nos mata nos fortalece. Sigamos em frente que a vida é isso mesmo. Osso!!

Com o tempo, a vida e todo o trabalho que ela dá, passam a decepção, a culpa, a tristeza e os sentimentos de abandono e desamparo.

Dá trabalho, dá um trabalhão danado. Mas quase sempre, quando passa a tormenta, porque ela sempre passa, quem por algum motivo me desaponta dá em mim um gosto sincero e adocicado de gratidão e ternura, feito um ventinho de domingo à tarde. Com sorte e boa vontade, aos poucos vamos nos fazendo irmãos de novo, companheiros de um tempo qualquer que passou e ajudou a nos trazer até o lugar em que estamos agora.

Eu daqui me pego pensando baixinho que esse é o mesmo sentimento que existe do lado de lá, com as pessoas que eu também desapontei. Eu espero. Mas você sabe: quase nunca o que a gente espera acontece como a gente quer.

Quem feriu pode até esquecer, mas quem foi ferido raramente esquece

Quem feriu pode até esquecer, mas quem foi ferido raramente esquece

Sim, erramos muito com as pessoas, muitas vezes sem querer, sem ter a intenção de magoá-las, principalmente quando estamos nervosos e explodimos onde e com quem não deveríamos. Muitas vezes, nem percebemos o quanto fomos injustos, pois não paramos para refletir sobre o ocorrido, porém, quem sofreu, quem foi alvo de nossas atitudes desagradáveis, mesmo que não o queira, guardará aquela triste lembrança em seu coração.

O tempo acalma as tempestades e reaproxima as pessoas que se gostam ou se amam de verdade, trazendo novas oportunidades para que possam se redimir, pedir perdão e se desculpar com aqueles a quem machucam de alguma forma. Sempre teremos como mostrar às pessoas nosso arrependimento, para que acalmemos também o nosso coração, pois muitos de nós não conseguimos seguir tranquilos sem reparar os erros cometidos.

Embora exista quem não refletirá sobre a forma como vem tratando as pessoas ao seu redor, quem não se preocupa com ninguém além de si mesmo, precisaremos voltar aos lugares onde agimos de forma inadequada, para nos desculparmos com as pessoas que deixamos feridas e para melhorarmos nossa maneira de ser, a fim de que não voltemos a repetir os mesmos erros. Nunca perderemos quando pedirmos sinceras desculpas, pois, mesmo que o outro já não consiga nos aceitar de volta, aliviaremos a carga negativa que nós mesmos provocamos.

É preciso pedir desculpas, com arrependimento sincero, pois somos também aquilo que fazemos com as pessoas, aquilo que dizemos, que doamos ou não. Quem é traído, agredido, ironizado, desprezado, quem sofreu, enfim, é que se machuca dolorosamente, muitas vezes sem ao menos merecer. Isso deixa marcas, isso não some de repente de dentro de nós. Daí a importância de pedirmos perdão, para que todo o mal que criamos se apague de nossas vidas e para que possamos acalmar os corações daqueles que caminham conosco, nessa jornada coletiva que é o viver.

Imagem: Nataliia Budianska/shutterstock

Jamais permita que alguém diga que seus sonhos não valem a pena

Jamais permita que alguém diga que seus sonhos não valem a pena

Não espere por alguém que deseje concretizar os mesmos sonhos que você sonhou. Viva seus próprios sonhos, vá em busca do que ainda não conquistou. E se alguém te encontrar no meio do caminho querendo te acompanhar nesta caminhada, então você estará muito bem acompanhada.

E nada de economizar nos sonhos. Sonhos são da categoria “livre”! Podem envolver toda espécie de desejo, projeto ou aspiração. Digamos que você guarde lá naquela gavetinha secreta da alma, uma mágica ilusão. Aquele sonho sobre o qual todos diziam “não vai vingar!”. Talvez esteja bem na hora de destrancar a tal gaveta e trazer aqui para fora esse plano e voltar a sonhar.

Olhe para o seu suposto devaneio com outros olhos. Olhos menos críticos, menos amedrontados, mais destemidos e ousados. Retire de cima do seu sonho o pó da impossibilidade; quem sabe você não acabe por revelar com ele um novo encontro com a felicidade.

Quem sabe, lá atrás, em outro tempo, a pessoa que você era estivesse mesmo ainda meio despreparada. Quem sabe, naquele tempo, alguém o estivesse fazendo acreditar que você tem menos valor do que de fato tem. Quem sabe essa não seja a oportunidade que você queria. Quem sabe não seja justamente agora a hora que você costuma chamar de “quem sabe um dia”.

Encontrar um outro alguém que tenha as mesmas gavetinhas secretas que você, é mesmo uma raridade. Mas é bem provável que todos os seus companheiros de jornada também façam coleção de sonhos esquecidos, isso é a maior verdade!

Feche os olhos, respire com vontade, aspire o improvável. É na zona do impossível que residem as mais revolucionárias ideias e formas de sacudir o mundo de um jeito formidável.

Pode ser que as suas conquistas fantasiadas estejam prontinhas para dançar no próximo baile de máscaras. Quem é que pode saber?! Colha uma delas em suas mãos… afinal, tudo pode acontecer!
Pode ser que aquelas aspirações guardadas para o futuro estejam bem madurinhas, esperando para serem colhidas, sorvidas, experimentadas e saboreadas, todas bem docinhas.

Pode ser que o seu caminho, no início, seja um pouco solitário. Pode ser que sobrevenha um susto ou sobressalto. Pode ser que haja algumas pedrinhas a serem removidas, outras transformadas, outras recolhidas.

Mas, acredite no que eu digo, aqueles que sonham vivem num mundo mais bonito. Têm o coração menos aflito. Contam com mãos mais solidárias e mentes mais produtivas; são, enfim, as pessoas mais queridas.

Sonhos são nosso maior tesouro invisível. É com eles que nos tornamos humanos, muito além do que é apenas possível. É por eles que enfrentamos as inevitáveis sombras escuras, e transformamos nosso medo em coragens mais maduras.

Sonhar é acender uma luz no caminho; é nunca abandonar a essência de criança; é amadurecer de um jeito que preserva a nossa capacidade de ter esperança. Quem não sonha, pouco se arrisca, e quase sempre de tudo duvida. Sonhar é o que faz de nós seres únicos e maravilhosos nessa vida.

Imagem meramente ilustrativa: cena do filme “Mesmo se nada der certo”.

E se eu falhar?

E se eu falhar?

Imagem: Stock-Asso/shutterstock

Todos temos medo de falhar, porque sabemos que, um dia, falharemos.

Sempre se soube que o ser humano é falho e que, até o melhor dos melhores, pode deixar a desejar em suas atitudes e em seu desempenho.

Aceitamos melhor as falhas dos outros do que as nossas. O que tememos não é a falha, mas a natureza da falha.

Não nos importamos de falhar com qualquer coisa, nos importamos de falhar com aquilo que é importante para nós: situações, contingências, pessoas, desempenhos afetivos e profissionais.

O medo de falhar muda, conforme o tempo passa. Comecei tendo medo de falhar numa apresentação pública.

Eu tinha 7 anos, era recém alfabetizada, e a professora se encantou comigo, porque numa segunda feira cheguei à escola, declamando uma poesia, como papagaio de pirata, sem entender nem mesmo o significado das palavras.

Sempre tive facilidade para o decoreba, e gastei o domingo decorando o poema para impressionar a professora, mas levei um susto quando ela me disse: “você vai declamar na festa de encerramento de ano” que aconteceria no outro final de semana.

Uma coisa era declamar para a professora, outra coisa era enfrentar os alunos e pais da escola.

– E seu eu falhar? E se esquecer a poesia? E se a minha voz não sair? E se eu gaguejar? E se os outros rirem de mim? E se a professora se decepcionar comigo?

Nessa idade, o medo de falhar nunca é puro, intrínseco e subjetivo, é sempre o medo do outro. Do julgamento do outro. Da reação do outro. Do “bullying” que vem do outro.

Não deu outra: o medo atrai o objeto temido na mesma proporção e intensidade com que o tememos.

Quando me fizeram subir na cadeira improvisada como palco, declamei até a segunda estrofe, e dali para frente deu-me um branco. Desci chorando, e subi a rua em desabalada carreira, a mãe atrás, tentando me alcançar e acalmar.

Até hoje temo que me ocorra algo parecido. Dentro de mim ficou a marca: “boa para escrever e decorar, mas não para falar.”

Na adolescência, o medo de falhar continua fundamentado no medo do outro, na avaliação implacável do grupo social a que pertencemos. É o medo de perder a identidade conquistada a duras penas.

– E se eu falhar? E se o meu melhor amigo se decepcionar? E se a turma zoar? E se a namorada me descartar? E se todo mundo me julgar um frouxo? E se ninguém mais me convidar?

Quando somos adultos conservamos todos esses medos, de maneira modulada, mas o medo mais forte já não está mais relacionado ao medo do outro, ao medo do grupo social a que pertencemos, mas ao medo que tem origem na severidade do nosso próprio julgamento. É o medo do nosso medo.

Temos medo de falhar em nossos papéis afetivos primordiais, com os nossos familiares, e as pessoas que amamos, e sobretudo, temos medo de falhar com Deus.

Ocorre-nos ter medo do julgamento íntimo que enfrentaremos quando sós diante do espelho, ou na hora de dormir, com a cabeça no travesseiro. Ou pior ainda: na hora da morte, diante da solidão mais pura e essencial.

Esse é o pior medo porque o medo dos outros, o provável ou improvável desapontamento que causarmos ao grupo social, passa pelo teste do tempo, e seus efeitos dificilmente sobrevivem. Eles se diluem com o passar dos anos.

Ninguém se lembrará das nossas falhas, do nosso mau desempenho, daqui a dez, vinte anos, mas o desapontamento que causarmos a nós mesmos, esse fica dentro de nós, como marca que nunca se apaga.

Alguém se lembrará de que, naquele tempo, falhei na minha primeira apresentação pública? Ninguém! Mas eu me lembro, e o fato de me lembrar, faz com que eu me limite com essa lembrança.

De forma que precisamos temer mais o medo de nós, o medo das nossas exigências, do que o medo dos outros. Freqüentemente somos mais rigorosos com as nossas falhas, do que as pessoas seriam.

E mais frequentemente ainda, pensamos que Deus não nos perdoará pelas falhas que cometemos e pelas falhas que viermos a cometer. Será verdade? De jeito nenhum!

A nossa vil humanidade é totalmente sujeita a falhas e se até nós sabemos disso, e perdoamos, e esquecemos as falhas dos outros, maior é Deus, mais bondoso, e mais misericordioso do que todos, para nos perdoar.

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