“Sou mais doente que ele?”

“Sou mais doente que ele?”

Uma leitora me escreve com uma tremenda inquietação. Usa as seguintes palavras: “Depois de ler todos os dias o que você escreve e os comentários, estou quase chegando à conclusão que nós somos mais doentes que eles. Nós amamos nossos carrascos e nosso esforço para não manter contato é homérico e causa dor. O que é isso?”

Há nessa afirmação muitas verdades, mas é preciso entender alguns aspectos, para não assumir para si culpas que não lhe pertencem.
Primeiramente, transtornos de personalidade não são doenças, são perturbações da personalidade que formam uma classe de transtorno mental que se caracteriza por padrões de interação interpessoais tão desviantes da norma, que o desempenho do indivíduo tanto na área profissional como em sua vida privada pode ficar comprometido.

Assim, os padrões da dependente emocional também estão inadequados, muitas vezes caracterizando um transtorno de personalidade (dependente), mas não é uma doença no real sentido da palavra. Doenças físicas surgem desse estado de coisas, mas os transtornos são ligados à inadequação de comportamentos quando comparado ao “normal”, não a doença.

Esclarecido isso, e usando a palavra doença de forma figurada, não posso afirmar que você está MAIS “doente” do que alguém portador de transtornos de personalidades incuráveis como são os transtornos de personalidade narcisista e antissocial.

Se você está lidando com um narcisista ou com um psicopata completo, está lidando com dois transtornos extremos e, particularmente, desconheço transtornos mais nefastos, ou, de forma figurada, mais “doentes” do que esses, haja vista o potencial lesivo que eles têm.

Pode ser que você esteja apenas lidando com alguém difícil e que tudo possa se ajustar com o tempo e o esforço de ambos. Mas veja, quando você identifica alguém em todos os critérios de alguém perverso, saiba, dificilmente essa pessoas está apenas passando por uma fase e acreditar nisso é autossabotagem.

Dito isso, vamos voltar a quem interessa, que é VOCÊ. As razões que levam uma pessoa a permanecer, tolerar, querer, sentir falta de alguém abusivo podem ser muitas. Vou elencar algumas que conheço, sem no entanto, restringir-me a elas:

1. Você pode ter transtorno de personalidade dependente.

2. Você pode, na dinâmica sado-masoquista que se instala nessas relações, ter se tornado dependente emocional/codependente afetivo desse carrasco;

3. Você pode estar com medo de perder a pessoa que você idealizou e em negação da pessoa que o abusador realmente é. Desejou tanto aquele ideal romântico que agora tem dificuldade para abrir mão dele;

4. Você pode ser o tipo de pessoa que eu chamo de “gente que não se deixa amar”, ou seja, gente que só se sente atraído por quem lhe faz penar para receber amor. Gente boa, amorosa e disponível para essas pessoas, é sem graça, que é também uma característica da MADA;

5. Você pode estar “sequestrada” emocionalmente. Com as alternâncias de tratamentos bom e ruins, com o “gaslighting”, as humilhações, as agressões verbais, o ataque à identidade e autoestima de seus alvos, abusadores sequestram a sua subjetividade e você perde a noção de quem é sem aquela pessoa. De novo, ligação através do trauma;

6. Você pode ter vindo de um lar abusivo e, inconscientemente, reproduz em suas relações aquilo que vivia em sua casa, seja como tentativa de consertar o passado no presente, seja na tentativa de criar um ambiente ao qual você se habituou e, portanto, nele sabe sobreviver;

7. Você pode estar sofrendo de Síndrome de Estocolmo ou “trauma bonding”, ou seja, ligação através do trauma. Foi tão agredida e danificada pelo seu algoz, que não consegue se separar dele. Acha que consertá-lo é um caminho mais curto, pois consertar-se lhe parece algo penoso e impossível, tamanho o estrago que você percebe ter sofrido;

8. Você não recebeu afeto ou não entendeu como afeto o que lhe foi ofertado pelos seus objetos primários (os pais ou quem os represente). O sentimento de abandono e rejeição pode ter feito com que você se tornasse “a boazinha” que, através da doação exacerbada, tenta se mostrar indispensável.

Você dá muito, mais do que lhe pediram, perdoa sempre que não recebe, na tentativa de mostrar quanto você é “boa” e, portanto, merece ser amada. Quando percebe que não vai receber, você passa a exigir amor, como quem passa ao outro uma fatura a ser paga por tudo aquilo que deu. Ao exigir de alguém que não tem para dar, você se vê num ciclo sem fim de abuso, pois se recusa a desistir depois de tanta doação. Se fizer isso com alguém saudável, ao invés de ser explorada, você o sufocará e afastará. Aliás, essa será a desculpa do perverso quando não tiver mais nada para tirar de você.

Seja qual for o seu caso, é importante buscar apoio terapêutico, leitura, autoconhecimento. Para tudo o que descrevi acima existe tratamento terapêutico e informação que pode levar você a substituir um padrão de comportamento doentio/inadequado por padrões saudáveis.

Cada pessoa é uma história e cada uma se beneficiará de um tratamento diferente. O que importa é que É POSSÍVEL TRATAR. O mesmo não se pode dizer de narcisistas e psicopatas completos.
Daí a resposta: não, você não está MAIS doente do que seu carrasco, mas certamente precisa de muita ajuda, bem mais do que ele.

MAS E PARA ELE (OU ELA) , TEM TRATAMENTO?

O maior problema que vejo quando me comunico com pessoas com o questionamento da leitora acima é que erram na pergunta. Querem saber se há tratamento para o outro e não para si. Se sentem doentes porque não conseguem entender porque o outro não foi ou é capaz de dar-lhes amor. Querem saber onde erraram com seus algozes e como se livrar da dor de viver naquele inferno sem ter que abrir mão do sonho. Querem saber como CURÁ-LOS.

São perguntas e pretensões equivocadas! O foco de sua preocupação deve ser SEMPRE VOCÊ.

É afirmar: O que estou tolerando é intolerável.
É questionar: Há tratamento para MIM? Como posso ME ajudar?
E quanto ao abusador, é inútil orar aos céus que um milagre o traga curado, modificado e como você o idealizou. Para entender porque isso é inútil, pergunte-se e responda-se com honestidade:
O meu parceiro acredita que precisa de mudanças?
Ele se considera errado, inadequado ou doente?
De quem, segundo ele, é a culpa do fracasso da relação? Ele está certo?

Quando ele admite precisar de “tratamento”, faz isso de verdade ou apenas para sugar me para dentro da relação de novo, voltando rapidamente aos mesmos comportamentos e dizendo que sou EU quem precisa de tratamento? Ele quer minha ajuda, deseja uma mudança ou acha que o problema sou eu?

A mudança dele beneficia a ele ou a mim? E aqui cuidado com a resposta porque VOCÊ pode achar que uma mudança nele o beneficiaria porque ele seria feliz, mas ele pode entender que a vida dele tal qual é está muito bem, obrigado!

Eu, que estou completamente dependente e viciada(o) nessa relação, já busquei ajuda para si mesma(o)?
Entenda: enquanto o seu sofrimento atual não levar o foco para você, para o seu problema e o seu bem-estar, você estará procurando um remédio que não existe para um paciente que se entende saudável.

E doa o quanto doer, seu processo de cura JAMAIS terá início se você:
-Continuar a manter contato, seguir os passos de seu algoz nas redes sociais, segui-lo pela cidade, inteirar-se de sua vida, relacionamentos, etc.
-Deixar canais de comunicação abertos onde recebe suas mensagens manipuladoras, ligações, etc.
-Continuar a ser sua platéia, se fizer presente onde ele está, mantiver contato com gente ligada a ele, enquanto ele humilha, desespera e assombra você.

Imagem da capa: WAYHOME studio/shutterstock

Envelhecer é o quê?

Envelhecer é o quê?

Faz nove anos recebi o crachá de velha. Aconteceu na linha verde do metrô paulistano. Uma mocinha, sentada no assento preferencial, ao me ver se levantou prontamente cedendo o lugar para mim. Meu impulso bem-educado pensou em dizer: “Obrigada pela gentileza, mas com os meus 52 anos ainda não ganhei o direito de sentar no banco preferencial, que é líquido e certo a partir dos 60”.

Já meu impulso mal-educado pensou em vociferar: “Qual é a sua, menina? Está me achando com cara de velha?” No fim, nada disse. Recusei a gentileza com um gesto de cabeça. Fui heroicamente, em pé, até à estação terminal na Vila Madalena. Deixei o trem um tanto tocada.

Por muitos dias, a cena da mocinha e do assento preferencial não abandonaram meus pensamentos. Passado o choque inicial veio a reflexão. Para alguém com 18 anos, uma pessoa com 50 e tralalá é antiga. Lembrei da voz da psicanálise argumentado: “Somos o que o olhar do outro insinua”.

Na TV brasileira, a maioria acachapante dos produtos e serviços são vendidos por jovens e adultos. Velhinhos e velhinhas só aparecem em mensagens de Natal, de Dias da Mãe e do Pai. Ou na publicidade politicamente correta dos governos e estatais.

Há de se dizer que recentemente tem havido alguma melhora, ajudando os mais velhos a se insinuar no ambiente digital. Mas é pouco. Há também um problema de gênero. Para as mulheres, a velhice parece chegar mais cedo. Basta olhar a capa das revistas femininas: corpos de 15 anos em rostos de 20. Durante séculos, envelhecer no feminino foi sinônimo de desgraça.

Mas o envelhecimento, de um modo geral, não é igual em todas as culturas. Pajés, xamãs, sacerdotisas, mães-de-santo ganham respeito na medida em que avançam tempos de vida. A lógica é cristalina: transmitem experiências de quem já foi com o fubá e voltou com o bolo muitas vezes.

E o que é a experiência senão o disco rígido de inúmeros começos? A experiência não é tão somente profissional, é o caleidoscópio de esperanças, frustrações, aniversários, lutos, dores e amores vivenciados na profusão das décadas. Só sabemos que nada sabemos depois de saber muito.

Viver o envelhecimento é dádiva para os que não morreram prematuros. É uma fase, entre tantas, da vida humana. Se crianças têm suas fabulações; adolescentes, suas descobertas; jovens, seus arroubos; adultos, seus poderes; velhos têm fabulações, descobertas, arroubos e poderes. Afinal, provaram todas as idades.

Está certo: quando encontro uma fotografia com os meus vinte e poucos anos, quase pergunto: quem é esta na foto? Para onde fugiram: a água dos olhos, a seda dos cabelos, a boca definida, o corpo esguio, a cintura de pilão?

Para aonde: todos os sonhos do mundo? Por outro lado, ao olhar-me no espelho, vejo um rosto com marcas que confirmam a trilha de histórias reais, imaginárias. As completas e as incompletas.

O que hoje percebo, sem precisar de nenhum espelho, é o presente. Claro, se o destino me conceder, depois de velha, ficarei bem velhinha. Pode ser que mais enrugada, um pouco surda, com ruídos na memória. Pode acontecer tantas coisas. Mas a consciência da vida presente é o que me move e comove. Ela me faz desejar as manhãs. As ensolaradas e as chuvosas também.

Imagem de capa: wavebreakmedia/shutterstock

“Nem todos são vencedores e cada um de nós carrega uma desilusão, seja de que tamanho for.”

“Nem todos são vencedores e cada um de nós carrega uma desilusão, seja de que tamanho for.”

Esse comentário deixado por uma leitora sob um texto que eu havia escrito, parecia solto, desgarrado do contexto, mas eu entendi: ele veio de encontro ao meu sentimento dominante.

E se veio de encontro ao meu sentimento, sem que a outra pessoa soubesse, veio do céu. Uma coisa puxa a outra.

Eu estou experimentando uma semana extremamente focada no mecanismo “rolo compressor” dessa vida. Um olhar generoso e mais demorado sobre as misérias deste mundo. Sempre faço isso. Mas desta vez parece que a miséria me segue em exposição catalogada.

Fui ao supermercado e me deparei com um jovenzinho cujo pai morreu de maneira trágica. Naquele momento, fui capturada. Notei o semblante entristecido, o rostinho compenetrado, e a seriedade absoluta com que ele ajudava a mãe a fazerem as compras da casa.
Triste de doer.

Senti vontade de abraçar o menino, eu que sou mãe de todos os meninos, já que perdi o meu. Mas, não o fiz. Não por falta de vontade, mas por entender que aquele abraço era fora de hora, e acentuaria nele o sentimento de perda. O abraço faria bem para mim, mas provavelmente não faria bem para ele.

Eu já estava no caixa, de modo que peguei as compras, entrei no carro e chorei. Chorei de verdade. Eu nunca choro pela morte em si. Choro por não conseguir compreender o propósito de determinada morte. Ha mortes que são belas e consequentes. Vive-se uma vida inteira, cumpre-se a missão e então, se morre.

Que beleza! Essa morte se encaixa com perfeição nessa vida fora do Jardim do Eden.

Um dia, a gente tem que voltar para casa.
Depois de cumprir a jornada.
Depois de se aprontar.
Depois de ficar feio por fora e se enfeitar por dentro.
Depois de tornar o mundo um bocadinho melhor.

Foi assim com meu pai, e com a minha mãe. Mas não foi assim com o meu filho. E não foi assim com o pai daquele garoto. Sai dali e me deparei com o representante de uma família que não é exatamente aquela que cabe num comercial de margarina.

Um casal super gente boa! Solícitos e gentis! Fieis ao seu propósito original. Ambos não se desviaram da missão que receberam.
Mas…. tudo deu errado!

Não pela morte, que afinal, a morte não é a mãe de todos os erros, é apenas a madrasta má. Tudo deu errado porque os filhos não se encaixaram no modelo que a sociedade determina.

Nenhum deles se desgarrou da família original.
Nenhum deles trabalha.
Nenhum deles tem um ofício.

E esses dados, a partir de determinada idade, demonstram que pai e mãe continuam sendo tão indispensáveis que não têm o direito de se mudar para uma casa menor, de escolher morar na praia, de comer de marmita, de gastar um pouquinho da poupança, de esvaziar o cesto de roupa suja, e até de morrer.

Como morrer, sabendo que os filhos ficarão avulsos de abrigo e de afetos?

Até para morrer o homem precisa encontrar a liberdade de saber que, sem ele, a vida vai continuar. Que ninguém vai morrer de fome. E nem de frio. E nem por falta de teto.

Depois, tropecei num cachorro sarnento que tentava se proteger do frio, deitado num capacho, na porta de um escritório de contabilidade. Era o meu caminho. Eu tinha que entrar no escritório e falar com o profissional. Havia fila e eu tive que me sentar e aguardar.

Aguardei, olhando para o cachorrinho, era um cãozinho preto, feio, de olhos apertados e lacrimejantes, orelhas caídas, e cauda curta.
O cachorrinho era o retrato da miséria humana. Por que humana?

Porque ninguém o enxergava. Ninguém via o seu sofrimento feito de fome e e de coceira esparramada. Nunca tive sarna, mas imagino que deva incomodar pra caramba. O que fazer?

Liguei para a minha filha Silvia, mãe de todos os animais. Narrei a visão, e estranhamente, ela me respondeu:

-Mãe, finge que não viu! Não posso socorrer todos os animais desta cidade, não dou conta. Ninguém enxerga, só eu?

Ela estava profundamente abatida. Desiludida com a humanidade que enxerga, mas não vê o sofrimento de um animal.

Depois, esbarrei num vendedor de sobremesas. Carregava uma cesta enorme. Um olhar atento me fez reconhece-lo. Havia sido funcionário de uma empresa que fechou. Teve carteira assinada, e trabalho fixo. Hoje, vende sobremesas, de porta em porta. Corri atrás dele e comprei 4 potes.

Cheguei em casa derreada. O que é derreada? Sei lá, mas é a palavra que melhor me ocorre para descrever o peso do mundo. Na maçaneta da porta da minha cozinha, um sacola com pão quente. Um agrado da minha vizinha querida, Janaina.

Era hora do café. Fiz o café, comi o pão. Me levantei, peguei dois potes da sobremesa, coloquei na sacola, pendurei na maçaneta da porta da cozinha dela, e fui tratar do meu gato que estava me olhando, pedindo comida.

O danadinho só come ração fresquinha. Tenho que colocar meia xícara de café, a cada duas horas. O que sobra, ele refuga. Sorte a desse gato. O cachorrinho preto só conheceu o infortúnio. Assim é a vida: Nem todos são vencedores.

Mas eu também creio, assim como a minha leitora, que “cada um de nós carrega uma desilusão, seja de que tamanho for.” Até os vencedores.

Imagem de capa : PointImages/shutterstock

Escrever cartas: um costume que deveríamos resgatar

Escrever cartas: um costume que deveríamos resgatar

Sempre gostei de escrever bilhetinhos, notas, de deixar recadinhos, avisos, tudo escrito à mão para quem quer que seja, na ocasião que fosse. Um costume considerado desnecessário e penoso para muitos e que, para mim, era um enorme prazer. Ainda é.

O amor por escrever à mão se engrandeceu a partir do momento em que recebi a primeira carta de uma amiga virtual que mora do outro lado do país. Repare, toda a sequência de etapas que deságuam na entrega de uma carta é um desacato à velocidade da sociedade moderna, o que nos coloca em contato com emoções e sensações com as quais não estamos acostumados.

Em um primeiro momento, é preciso de dedicação. Separar uma hora do dia para se debruçar sobre o texto que será enviado. O conteúdo tem de ser especial. Entenda, uma carta – nos dias de hoje, principalmente – só merece ser enviada se tiver sido escrita com capricho, com amor, com cuidado. De que vale todo esse desprendimento de energia se olhos do destinatário não brilharem ao ler a carta?

A troca de endereços, a ida aos Correios, a ansiedade saudável para que a carta chegue. Observe, todos estes elementos foram, aos poucos, extinguindo-se com o advento das novas tecnologias. A era tecnológica é muito veloz, muito superficial. O WhatsApp nos permite conversar sobre tudo: esse tudo se resume, muitas vezes, a supérfluos, informação demais, emoção e envolvimento de menos. A troca de cartas, por sua vez, não admite nem rapidez, nem superficialidade. É preciso se envolver. É preciso ter paciência.

Mas, retomando. E a surpresa de quando, de repente, o carteiro deixa na caixa dos Correios o envelope destinado a você? Nada contra as redes sociais, mas é uma experiência totalmente diferente da que qualquer uma delas pode nos proporcionar. A letra de quem lhe enviou, as palavras, o tempo dedicado àquelas folhinhas, tudo o que diz respeito é bonito, é singelo, é terno.

Lembro-me do dia em que recebi a primeira carta de Bianca. Para além das páginas, ela me enviou um livrinho e um ingresso do Museu da Língua Portuguesa – que ela tinha visitado em um outra ocasião. Eu, que nunca a conhecera pessoalmente, senti que estava com um pedacinho dela em mãos.

Pois bem, é esse detalhe que mais embeleza a troca de cartas. Ela dá a oportunidade de ter com você um pedaço do outro, mesmo que pequeno. É, diferente de uma troca rápida de mensagens, uma poesia palpável dedicada a alguém de quem se gosta. Um registro bonito, de alguém que te quer bem, construído pra ti.

Estando perto ou longe, é sempre bom demonstrar amor, espalhar poesia, entregar-se para o outro e guardar um pouco dele consigo. A modernidade segue nos impedindo de fazer isso, mas, às vezes, é necessário ser teimoso. Seja em verso ou em prosa, seja de forma simples ou um pouco mais elaborada, recorrendo ou não ao carteiro, sigamos desacelerando.

Mais vale uma panqueca com gente verdadeira do que um caviar com gente interesseira

Mais vale uma panqueca com gente verdadeira do que um caviar com gente interesseira

Infelizmente, muitos de nós acabamos deixando de lado pessoas verdadeiras, que gostam da gente sem senões, enquanto buscamos criar amizades com quem não nos enxerga direito, com quem não deposita nada nas pessoas, apenas dinheiro na própria conta.

O contexto em que vivemos, cujos valores estão distorcidos, haja vista a supervalorização de tudo o que é exterior e consumível, muitas vezes acaba por enganar a nossa essência gregária. Somos sentimentos, para muito além do que os olhos podem ver, para muito além do que o dinheiro pode comprar. Infelizmente, por conta disso, muitos pautam suas vidas naquilo que é tão somente material.

Nesse ritmo consumista, torna-se comum às pessoas procurarem se aproximar de quem possa lhes oferecer retorno material, atrelando-se a felicidade ao poder de compra, como se mais felizes fôssemos quanto mais pudéssemos gastar nos shoppings da vida. Sim, a riqueza é atraente e traz popularidade e visibilidade social a quem a possui – tem gente que vive de ser rica. E então passamos a desejar aquilo tudo, tentando nos aproximar de quem é bem de vida.

Infelizmente, nesse percurso que se vale tão somente de atributos monetários, não há lugar para ninguém que não tenha grana para gastar, mesmo que esse alguém tenha um monte de coisas a oferecer, em termos de sabedoria, de acolhimento e de afeição sincera. E é assim que muitos de nós acabamos deixando de lado pessoas verdadeiras, que gostam de nós sem senões, enquanto buscamos criar amizades com quem não nos enxerga direito, com quem não deposita nada nas pessoas, apenas dinheiro na própria conta.

Na verdade, ninguém pode negar o quanto passar um tempo junto a pessoas simples e verdadeiras é gostoso e revigorante. O prazer que sentimos com o acolhimento sincero de quem quer que seja dispensa luxos ao redor, porque então estaremos confortando a alma, estaremos bem, viveremos o que é de verdade – e isso não há dinheiro que compre ou pague. Não se nega que o conforto material é muito gostoso, mas o conforto do coração é o que sempre alimentará a nossa grandeza de ser humano.

Perdemos tanto tempo correndo atrás de gente que jamais será capaz de nos retornar um mínimo de nada, tão ocupadas que estão com si mesmas. Perdemos tanto tempo lamentando a falta de dinheiro para comprar o que achamos faltar em nossas vidas. Na verdade, a gente tem é que ficar junto a quem nos olha por dentro, porque tudo o mais um dia acaba, mas a nossa alma não.

Que Camões era romântico assumido todos sabiam. Que pregava um amor realista, poucos.

Que Camões era romântico assumido todos sabiam. Que pregava um amor realista, poucos.

As discussões a cerca de Camões são inúmeras, visto que o poeta possui obras complexas e de difícil entendimento. Porém, entre extremo romantismo, idealização da pessoa amada e frustração diante da rejeição, Camões defendia algo que poucos estudiosos perceberam: reciprocidade de amores realistas.

Diferente do que se pensa, Camões não era um romântico iludido, nem pregava um amor platônico inatingível. Pelo contrário, para o autor o amor deveria ser tão intenso quanto recíproco. Como o próprio poeta dizia “coisas impossíveis, é melhor esquecê-las que desejá-las”.

A história nunca teve grandes informações da vida do poeta e, as poucas que possuía, eram especulações. Resumindo: conhecemos Camões por seus versos e, com exatidão, somente por eles.

Camões está mais perto da sua realidade do que você imagina. Há até um famoso questionamento que afirma: “o que seria da Língua Portuguesa sem Camões?”. Ele é o autor de “Os Lusíadas” (aquele poema épico de 8.816 versos que você foi obrigado a ler no Ensino Médio e que, provavelmente, odiou) e o grande inspirador da música de Renato Russo, Monte Castelo, que você canta alto, como se não houvesse amanhã.

O amor de Camões é intenso, extremo, forte, mas coerente. Se, por um lado o poeta enfatiza que, para viver um grande amor, é preciso intensidade; por outro, utiliza-se de antíteses para demonstrar a fragilidade humana perante o amor.

Para Camões o amor é “um fogo que arde sem se ver”, e, por isso mesmo, deve ser pensado antes de ser sentido. Segundo o próprio poeta, o amor “é ferida que dói, e não se sente. É um contentamento descontente. É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer. É um andar solitário entre a gente. É nunca contentar-se e contente. É um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade. É servir a quem vence; o vencedor. É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor. Nos corações humanos amizade. Se tão contrário a si é o mesmo amor?”.

Nota-se que, enquanto para muitos autores o amor é visto como cura para os cansados, para Camões a antítese é encarada como uma faca de dois gumes: de um lado, remédio para as almas sãs, do outro, veneno para as doentes. Cabendo a, cada um, escolher o lado que prefere.

Camões entendia que, por mais que o amor doesse, não poderia ser dividido “o amor é um só, não pode ser partido” e a continuidade da vida necessária, visto que somos passíveis de mudança e que, sofrer era uma opção e não uma condição: “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades.”

A leitura das obras não é fácil, a linguagem não é agradável e as obras são extensas. Mas, se eu pudesse lhe dar um conselho, seria: leia! Arrisque-se, permita-se, cresça intelectualmente. Camões é tão complexo, quanto encantador.

O problema é que temos expectativas demais

O problema é que temos expectativas demais

Somos seres envoltos de expectativas: expectativas sobre o que pode mudar, sobre quando vai mudar, sobre o que podemos consertar do passado, sobre o que o futuro nos reserva, sobre o que os outros estão sentindo, sobre como os outros vão agir, sobre se vamos conseguir fazer o que nos propomos, sobre se os nossos sonhos se realizarão, sobre se seremos surpreendidos com um acontecimento especial, sobre se seremos pegos de surpresa por fatos negativos, e por aí vai…

O problema é que, presos em todas essas expectativas, esquecemos do mais importante: viver o PRESENTE. Não há a menor possibilidade de atingirmos, agora, a felicidade ou a tristeza que ficou no passado ou que está no futuro. Conseguimos, desta forma, apenas preocupação ou sofrimento. O único momento que temos é o presente, e é somente nesse presente que podemos agir e fazer acontecer.

O que se foi, se foi, deve ser deixado lá no passado. Se foi bom, ótimo, se foi ruim, paciência, mas não podemos mais mudar o que já aconteceu. Ficar “matutando” e se afligindo pelo que não tem mais volta não tem nada de positivo. Uma boa tática é se perdoar e perdoar os outros sobre tudo o que foi – ou que deveria ter sido -, dando por encerrado o ciclo. É uma grande libertação.

Quanto ao que está para vir, também não adianta, não temos como controlar. São muitas as possibilidades e depende de muitos fatores externos e imprevisíveis. O que podemos fazer é nos concentrar em viver bem o presente que, automaticamente, iremos colher bons frutos lá na frente. Não viveremos de forma plena se não nos convencermos que precisamos nos entregar ao fluxo, nos render aos desígnios superiores, certos de que o que for para ser, será.

Agora o PRESENTE, há, esse é um PRESENTE (sem fugir dos clichês!). O nosso poder está todo nele: o poder de viver, de nos melhorarmos, de curar o passado, de criar um bom futuro e, até mesmo, de fracassarmos e sucumbirmos. É só aqui que podemos, efetivamente, interferir.

E viver bem o presente pressupõe uma postura que, a princípio, pode ser um tanto difícil, pois não estamos acostumados: baixar as expectativas! É claro que podemos – e devemos – ter sonhos e esperanças, mas a expectativa em si pode ser muito cruel, ao traduzir espera, angústia, vontade desmedida.

E só baixaremos a expectativa quando treinarmos a nossa mente para se esvaziar do passado e do futuro e se concentrar exatamente no que estamos vivendo, fazendo e sentindo AGORA. E conquistar isso é uma libertação, pois gera bem menos esforço e gasta bem menos energia vivenciar apenas o presente, sem lamentações pelo que se foi e sem especulações sobre o que será.

Ao ficarmos mergulhados em angústias e ansiedades por tudo o que não envolve o presente, nos tornamos pessoas pesadas, em todos os sentidos que essa expressão pode ter: fechadas, confusas, sem ânimo, sem energia…

E, convenhamos, tudo o que precisamos é exatamente o oposto disso: leveza, alegria, luz, tranquilidade. Não levar a vida tão a sério, enfim.

Mãos à obra?!

Imagem da capa:  CHOATphotographer/shutterstock

O Amor e seus efeitos

O Amor e seus efeitos

O amor pode acabar? Como saber se o amor acabou? Podemos nem chegar a sentir amor por alguém? Por que tantas diferenças de amor: gato, cachorro, amigo, vizinho, colega, pai, mãe, filho, namorada, esposa, marido etc? É possível medir o amor? E a raiva? É o oposto do amor?

Só posso começar a escrever algo sobre o amor se, primeiramente, pedir licença para você. Licença essa para tratar algo tão precioso; licença por, talvez, apresentar algo que discorde de seus valores; licença, por não conseguir abordar tudo na minha escrita e licença, por essa limitação tão grosseira de usar o alfabeto para expressar o amor.

Partindo dessa liberdade que me dá, ao ler o parágrafo anterior e começar a ler essa frase, inicio dando o primeiro indício do amor: você.

Você participou da corrida mais disputada de todos os tempos: a corrida do espermatozoide em busca do óvulo. Enfrentou mais de quarenta milhões de competidores para atingir seu alvo e se tornar um vencedor. Suas chances eram quase inexistentes, mas você superou todos os desafios que lhe esperavam. No final de tudo foi premiado com o mais incrível, maravilhoso e encantador dos prêmios: o prêmio da vida. (Augusto Cury)

Imagina estarmos vivos hoje, sem que, na nossa essência, tivesse algo tão natural como o amor. É só por amor que você pôde ser gerado, é só por amor que você pôde ser nutrido, é só por amor você poder respirar e todo o seu corpo funcionar, é só por amor que você pôde ser cuidado, é só por amor que você pôde se desenvolver.

Imagine agora: entra ar, sair ar das suas narinas; o pulmão realiza a troca gasosa; o coração bombeia o sangue; as células se desenvolvem e multiplicam; é realizada a digestão e absorção do alimento que você comeu; o seu esqueleto e seus músculos o sustentam e proporcionam seu movimento; seu cérebro trabalha e seus pensamentos não param; você sente o cheiro, o toque, o gosto, vê e ouve. Nossa, quanta coisa acontece; e o que será que sustenta ou o que gerencia isso tudo? O melhor significado que tenho para isso: o Amor.

 

Pense nisso numa forma mais ampla: sociedade, florestas, oceano, o ar, os planetas, todo o sistema solar. Se não fosse o amor, nada disso poderia existir. Sabe quão difícil é ter vida em um planeta?

Percebendo isso, eu parto da teoria de que somos feitos de amor. Pela Física, isso pode ser uma grande tolice; queremos ver moléculas, átomos, prótons, quarks. Pela Física Quântica, talvez não, mas isso é algo que não estamos aqui, nesse momento, para provar.

Para deixar mais claro, vamos fazer uma analogia à eletricidade. Você não é capaz de ver o movimento dos elétrons (não a olho nu), mas é capaz de ver os efeitos da eletricidade sobre determinados materiais. Você consegue ver a luz visível gerada por uma lâmpada, ouvir o som reproduzido em um aparelho de som, acessar uma foto salva em um pendrive, aquecer a água em um chuveiro elétrico, ver o motor de uma máquina de lavar girando, e por aí vai.

Com o amor é a mesma coisa, o amor está em todos os lugares, inclusive em todos nós, mas apenas vemos os seus efeitos em cada ser ou objeto.

O carinho que temos por um cachorro é um efeito desse amor que carregamos, a afeição que temos por um amigo é o efeito desse amor que carregamos, o relacionamento amoroso que temos é efeito desse amor que carregamos, nossos sentimentos por nossos familiares são os efeitos desse amor que carregamos. Assim como a eletricidade, que uma hora vai ser transformada em uma luz visível, em calor, em movimento, em bits e bytes, o nosso amor também vai se transformando nessas formas de relacionamentos. Cada forma é única e incomparável.

Temos aí uma coisa que pode ser uma novidade: nós não deveríamos comparar os efeitos do amor do tipo: a quantidade de amor, a quem amo mais, qual o predileto, o preferido, qual é o amor mais forte.

Deveríamos, sim, diferenciar os seus efeitos: daquela pessoa eu escolho ser apenas conhecido, de outro escolho ser apenas colega, de outro escolho ser amigo, com outro escolho termos um relacionamento amoroso, outros são e serão sempre nossos pais, irmãos, avós, tios.

Quando deixamos de ter essa relação próxima, seja por escolhas nossas ou por questões “além da vida”, o amor não morre, ele não desaparece e ele não seca. Ele continua presente, mesmo não se tendo mais relações físicas com essas pessoas.

Por essa lógica, seria errado dizer que o amor acabou. Na verdade o amor não acabou, apenas a forma de relacionamento que vivíamos. Daí pode acontecer uma nova forma de relacionamento, ou então a opção de não se relacionar mais com essa pessoa.

“A situação mudou, assim como a nossa forma de se relacionar. Mas jamais poderei dizer que não te amo, assim como jamais poderei acreditar que você não me ama.”

Podemos amar e não conviver (por conviver ser apenas uma opção), podemos amar e ter raiva (por raiva ser apenas um sentimento), podemos amar e odiar (pelo ódio não excluir o amor e sim transformá-lo em algo negativo) e podemos amar e saber que nunca mais veremos a outra pessoa (por ela não estar mais presente, mas o amor sempre estará).

O que acontece é que queremos negar isso tudo. Isso vem do fato de que só aprendemos a agir assim. Ninguém nos ensinou a pensar e ser diferente, daí aceitamos a teoria de quem veio antes de nós e da sociedade como um todo.

Mas isso não quer dizer que estamos fadados a viver assim. Agora, nesse exato momento, podemos agir diferente.

Para fazer no AGORA:

  • Pense em todas as pessoas que convivem com você no dia a dia, imagine dizendo a elas, frente a frente, que você as ama  -  a cada uma – e que, embora o amor se expresse de forma diferente, ele existe de forma única em vocês.
  • Agora pense nas pessoas com que você perdeu contato, imagine dizendo a elas, frente a frente, que você as ama – a cada uma -,  que, embora vocês não se vejam mais, o amor sempre estará com vocês.
  • Agora, pense nas pessoas pelas quais, em você, acabou sendo gerada alguma raiva ou ódio, imagine dizendo a elas, frente a frente, que você as ama - a cada uma -,  que, embora você carregue esse sentimento, o amor é o que vocês são.

Você não precisa se justificar, não precisa voltar a ter contato. Apenas deixe de negar o amor, limpe isso em você. Deixe o amor fluir, não coloque resistência. Toda a resistência vai somatizar no seu corpo, na sua psique, na sua alma. Você não precisa disso.

Citação:

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.

O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (1 Coríntios 13)

Para finalizar:

Você pode também estar se perguntando de todas as atrocidades, assassinatos e maldades que acontecem, cade o amor?

Ele está ali, só que aquela pessoa, ou grupo de pessoas, não aprendeu a produzir bons efeitos com isso, como fazemos eu e você. Assim como a mesma eletricidade acende uma lâmpada e aciona uma bomba, o mesmo amor dá a luz a um filho e mata por uma relação não correspondida ou por uma “religião” deturpada.

Para saber mais sobre o amor em objetos, veja o livro, artigo, reportagem, palestra ou filme “O poder da água” de Masaru Emoto

Que você enxergue o amor por onde quer que vá. Que você recorde que o que vemos está dentro de nós. Que você se reconheça amor.

Imagem de capa:  Kichigin/shutterstock

A fofoca é uma arma com alto poder de destruição

A fofoca é uma arma com alto poder de destruição

Só quem já foi vítima de uma fofoca sabe avaliar com precisão os efeitos devastadores desse fenômeno. Estar no centro do furacão de uma rede de rumores, tenham eles algum mínimo fundamento ou não, é dessas experiências de fazer qualquer um sonhar com uma vida pacífica numa ilha desabitada.

As fofocas nascem sempre a partir da iniciativa de uma pessoa – com algum grau provável de falta do que fazer -, que “planta” comentários envolvendo aspectos pessoais da vida alheia, com alguns propósitos – todos eles ilícitos.

E o fofoqueiro não distribui suas “informações” assim para qualquer um, não! Ele escolhe muito bem aqueles ou aquelas pessoas com características comportamentais inclinadas à curiosidade e propensas a falar mais do que o necessário – e sem filtro.

Feita a escolha da plateia, o falastrão faz um pequeno comentário – assim como quem não quer nada, e observa atentamente a reação dos ouvintes. Se a isca for mordida – e quase sempre é -, aí vem a exibição na arte de multiplicar falsas verdades por meio de modulações de voz e riqueza gestual dignas do que há de pior nas melhores novelas mexicanas.

Não raras vezes os fofoqueiros começam sua atuação lançando falas falsamente empáticas, tais como: “Você viu o que aconteceu com o fulano de tal? Coitado!”; ou ainda “Menino! Que horror esse lance na família do fulano, hein?”.

E sabe o que é pior? O pior é que em 99% dos casos sempre haverá na plateia do fofoqueiro gente da mesma espécie, ávida por embarcar numa história mirabolante acerca da vida dos outros, por pura necessidade de um poder ridículo e ilusório, a partir do qual passa a se distrair de sua vidinha medíocre e miserável.

E, não, não é preconceito! Porque se a criatura tiver um pingo de bom senso, ou alguma inteligência, ela vai parar um instante que seja para entender que a sua participação nesse tipo de conspiração barata é absolutamente opcional.

Nenhum de nós é santo, ou impoluto o suficiente para bater no peito e afirmar que nunca sentiu um comichãozinho que seja ao ouvir uma curiosidade cabeluda sobre a intimidade de alguém.

E, de fato, essa exposição de reality show nas redes sociais contribui bastante para alimentar a imaginação dessa gente fofoqueira que não tem mais com o que se ocupar. No entanto, há comentários que podem, com absoluta certeza, criar conflitos irreversíveis. Sem falar na possibilidade de denegrir a imagem de alguém, a ponto de danificar suas chances de convivência social. Tem gente que perde emprego por causa de fofoca! Tem relações que acabam por causa de fofoca! Tem gente que pensa em se matar por causa de fofoca!

Essa espécie de pessoa com língua ferina, sempre vai existir! Agora… O sucesso delas vai depender completamente de haver aqueles que se prestam a passar adiante seu comentário nada inocente. É muito fácil cair nessa armadilha. Mas é sempre bom lembrar que o mundo gira e que será um enorme alívio descobrir que numa rodinha de fofoca, você escolheu ficar do lado dos mais sábios, daqueles que pensam e usam a cabeça para algo que seja mais produtivo do que tripudiar sobre a vida alheia.

Com um pouquinho mais de coragem, a gente bem que é capaz de questionar e fazer o “língua solta” perder o rebolado, e pensar duas vezes antes de despejar suas maldadezinhas em nossos ouvidos. Quem sabe, de tanto ser ignorado, esse traste não toma juízo, não é mesmo?!

Imagem de capa meramente ilustrativa: cena de Gossip Girl.

5 dicas emocionalmente intensas para seu final de noite no sofá

5 dicas emocionalmente intensas para seu final de noite no sofá

1- Okja

Este filme do diretor sul-coreano Bong Joon Ho é uma fantasia sobre garotinha (Ahn Seo-hyun) que luta para impedir que uma criatura gigantesca mantida por sua família seja raptada por uma multinacional com interesses nefastos chefiada pela personagem de Tilda Swinton. Paul Dano e Jake Gyllenhaal são outros nomes do elenco.

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2- Lion: uma jornada para casa

Garoto de cinco anos se perde do irmão mais velho em uma estação de trem em Calcutá, na Índia, e passa a viver nas ruas do país até ser adotado por uma família australiana. Anos mais tarde, ele passa a ser atormentado por lembranças do passado e decide ir em busca de sua família biológica. A fase adulta do personagem é interpretada por Dev Patel, de Quem Quer Ser Um Milionário? (2008).

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3- As vantagens de ser invisível

Charlie (Logan Lerman) é um estudante depressivo de 15 anos que precisa lidar com o suicídio de seu melhor amigo e com a descoberta de seu primeiro amor, Sam (Emma Watson).

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4- What happened, Miss Simone?

Documentário original da Netflix que apresenta a vida da pianista, ativista e cantora Nina Simone. A história do ícone do black power é contada por meio de imagens dos shows, diários, cartas e entrevistas de colegas e da sua única filha, Lisa.

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5- Beasts of no nation

Com atuação impressionante, o pequeno Abraham Attah brilha neste que foi, até aqui, um dos raros longas-metragens ficcionais produzidos pela Netflix que apresentaram qualidades semelhantes às dos melhores documentários e das melhores séries originais da gigante do streaming. Na trama, Attah é um menino que fica órfão e é cooptado por um líder rebelde (Idris Elba) para lutar na guerra civil de um país africano. Dirigido por Cary Fukunaga (de Jane Eyre e True Detective), ganhou vários prêmios, no Festival de Veneza, inclusive, mas não conseguiu levar a Netflix ao Oscar.

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Sinopses via Zero Hora

O caos é uma ordem por decifrar

O caos é uma ordem por decifrar

“Somos, enfim, o que fazemos para transformar o que somos. A identidade não é uma peça de museu, quietinha na vitrine, mas a sempre assombrosa síntese das contradições nossas de cada dia.”

Albert Camus, o filósofo do absurdo, disse que a vida é a soma de todas as nossas escolhas. Essa constatação simples, mas até por isso genial, faz-nos pensar na relação que possuímos com a vida, no sentido de ação e possibilidade de ação na sucessividade dos atos que compõem a existência humana.

É evidente que possuímos controle sobre muitas coisas, bem como temos condições de melhorar a nossa capacidade de ser um sujeito que age sobre o mundo e o modifica. Entretanto, sobre muitas outras coisas não possuímos o mínimo controle, além do fato de que é na experiência que nos construímos enquanto ser, de tal maneira que, até que passemos por certas vivências, jamais saberemos, de fato, como elas são.

Diante disso, cria-se um paradoxo, afinal, somos seres finitos diante da infinitude do universo. Um universo repleto de possibilidades, em alguns aspectos, abundante, em muitos momentos, na mesma medida escasso, em tantas coisas, e, em tantos momentos, desacolhedor.

E, postos em face dessas paradoxalidades, dessas contradições, não sabemos bem o que fazer ou como agir. No entanto, sempre temos que escolher, que agir e adentrar por algum caminho, ainda que não saibamos a que lugar ele nos levará. A vida é um espetáculo sem ensaios, pois tudo que fazemos já representa a nossa própria vida.

Sendo assim, passa a existir em nós, dentro de cada um, um caos, com o qual nem sempre lidamos bem, já que tendemos a entender ou, mais precisamente, querer que a existência percorra um caminho retilíneo e contínuo, quando, na verdade, ela percorre caminhos sinuosos, para voltar, sair do caminho, esquadrinhar outros cursos, descobrir novos destinos, desistindo dos que outrora escolhera.

E faz isso porque somos finitos e não sabemos ou temos como saber de tudo, de forma que somos humanos, na medida em que fazemos escolhas e que escolhas nos fazem, em um universo imenso de contradição.

Contradição esta que aperta e tantas vezes amargura o peito, pois somos paralisados pelo medo. O medo daquilo que desconhecemos, do lado de fora, mas, principalmente, dentro de nós. Mas, se “O caos é uma ordem por decifrar”, como é inscrito no fictício livro dos contrários, por Saramago, então é preciso compreender que, a partir dessas incertezas e inseguranças existenciais, o que há de belo e mais humano no nosso ser passa a existir.

O que, em outras palavras, significa dizer que somos feitos desses contrários e que, portanto, não precisamos fugir ou maldizer, mas celebrar as nossas contradições, como bem fez Galeano, já que “dos medos nascem as coragens; e das dúvidas, as certezas. Os sonhos anunciam outra realidade possível e os delírios, outra razão”.

Em uma sociedade em que se pretende instituir em todos os corações uma racionalidade instrumental, torna-se ainda mais difícil sentir a ordem decifrável que o caos que somos canta em nossos ouvidos acostumados ao silêncio, ou a enxergar os lugares para os quais aponta, ante os nossos olhos sempre paralisados pelo medo.

É necessário que estejamos dispostos a mudar e, por conseguinte, a fazer novas escolhas, pois o nosso definitivo é sempre transitório. Todavia, não precisamos ficar assustados ou muito assustados, já que a memória sempre guarda o que merece ser salvo no quadro de delírios das nossas contradições.

Se “somos, enfim, o que fazemos para transformar o que somos”, é na mudança, nas travessias, nos começos, nos términos e nos recomeços, que a vida se coloca e que nós nos fazemos, pois “a identidade não é uma peça de museu, quietinha na vitrine, mas a sempre assombrosa síntese das contradições nossas de cada dia”.

Imagem da capa:  Sergey Nivens/shutterstock

Algumas pessoas são mais felizes longe de nós

Algumas pessoas são mais felizes longe de nós

Existirão uniões que não poderemos manter, amizades que não conseguiremos segurar, por mais que nos esforcemos, porque algumas pessoas somente serão felizes quando não estiverem perto de nós. Aceitar isso dói, mas liberta e nos permite prosseguir em paz.

Talvez a consciência de que algumas pessoas não são felizes ao nosso lado seja muito difícil de alcançar, mas ela nos poupa de muito sofrimento e também de que causemos sofrimento na vida de outrem. Ninguém é unanimidade e é por isso mesmo que teremos que nos distanciar de certas pessoas, para o bem delas. Para o nosso bem.

E, aqui, não se trata da ausência de carinho e/ou de amor, mas sim aos casos em que, mesmo havendo afeto entre duas pessoas, elas não conseguem ficar juntas. Por mais que se amem, por mais que queiram conviver, acabarão se machucando, inevitavelmente. E nada, então, poderá fazer com que consigam permanecer juntas. O amor, nesses casos, irá se manifestar na forma da distância forçada. E não será fácil.

Talvez por amarmos de uma forma egoísta, sufocante, ou por sermos sinceros demais com essas pessoas, não conseguiremos nos conter na intensidade de tudo o que lhes ofertamos, no bom e no mau sentido. Não seremos capazes de deixar que sigam seus voos, de exercitar o amor em liberdade e a empatia afetiva de que os relacionamentos necessitam. E é assim que a tristeza se demorará, junto à dor de um amor que machuca – e amor nem é isso.

E como machuca a gente ver o outro se divertindo, respirando com serenidade, sendo ele mesmo, quando longe de nós. Como dói amar a ponto de ter de expulsar alguém de nossas vidas, para que possamos vê-lo finalmente feliz e liberto, ainda que ele relute e insista em ficar. O amor tem disso: forçar-nos a perceber que o afastamento de quem nos é especial pode ser o melhor, ainda que a saudade nos consuma e nos castigue.

Como se vê, nem sempre o erro está no outro, mas sim em nós. Algumas vezes, nossa mudança de comportamento salvará os nossos relacionamentos, no entanto, existirão uniões que não poderemos manter, amizades que não conseguiremos segurar, por mais que nos esforcemos, porque algumas pessoas somente serão felizes quando não estiverem perto de nós. Aceitar isso dói, mas liberta e nos permite prosseguir em paz.

Imagem de capa: PointImages/shutterstock

“Cem anos de solidão” e o tapa na cara da sociedade que aprendeu a valorizar depois de perder

“Cem anos de solidão” e o tapa na cara da sociedade que aprendeu a valorizar depois de perder

Publicada em 1967, a obra prima de obra de Gabriel García Márquez, relata a história latino-americana onde guerras e solidão imperavam a partir da árvore genealógica da família Beundía.

Premiada com o Prêmio Nobel da Literatura, em 1982, a obra é um convite à reflexão da própria condição humana, a partir do meio que está inserido. Nas palavras do próprio autor “Cada linha de Cem Anos de Solidão tem o ponto de partida na realidade. Eu forneço uma lente de aumento para os leitores entendê-la”.

O livro é fantástico. Logo na primeira página, o autor apresenta a árvore genealógica da família Beundía – fundamental para que o leitor entenda a narrativa em toda a sua plenitude- além de possuir uma peculiaridade literária: em qualquer página em que a obra é aberta, há um trecho que leva o homem a refletir sobre o próprio comportamento e sobre as consequências do mesmo na sociedade.

Márquez com sua escrita ímpar, promove constantes flashbacks e faz inserções de um enredo dentro do outro, o que se torna um problema para os novos leitores e uma riqueza literária para os antigos.

Um dos temas apresentados na obra é a forma como as pessoas valorizam a vida diante da morte: “Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo, haviam transcorrido na oficina de ourivesaria, onde passava o tempo armando peixinhos de ouro. Tivera que promover 32 guerras, e tivera que violar todos os seus pactos com a morte e fuçar como um porco na estrumeira da glória, para descobrir com quase quarenta anos de atraso os privilégios da simplicidade”.

Nesse trecho, o autor leva o leitor a refletir sobre o que tem sido priorizado em nossas vidas, em que nosso tempo tem sido gasto e como nos relacionamos com quem, realmente, nos ama.

A frase, impossível de passar despercebida, consta logo no início do enredo e dá um verdadeiro soco de realidade na face dos materialistas. Momentos felizes, chuva no final da tarde, gargalhadas espontâneas são essas as situações que, realmente, importam. Márquez dizia que “todo mundo quer viver em cima da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpada”.

No romance temos a impressão que Márquez grita que o tempo não existe. Que não o possuímos e que, nada, absolutamente nada, está sob nosso controle. Para ele, a vida acontece nos instantes e que o futuro não passa de uma esperança. “Para mim é suficiente ter a certeza que tu e eu existimos neste momento”.

Para Márquez, não é amanhã que a vida acontece, é agora. Não é o quanto você tem que importa, mas quem você tem para dividir os momentos. Não são os medos que você enfrenta para sobreviver, mas quantos você conseguiu superar. Isso se comprova no curioso capítulo em que as pessoas se perdem no tempo e esquecem o nome das coisas e, para lembrarem, colaram bilhetinhos com os nomes nos objetos, nas plantas, nos animais, nas pessoas, em tudo.

A verdade é que não há como ler Gabo – como é carinhosamente conhecido – sem ir a nocaute e nos levantarmos pessoas melhores. Suas obras nos levam ao autoconhecimento e são capazes de traduzir nossos sentimentos diante das situações diversas da vida.
“A solidão, para mim, é o contrário da solidariedade”. (Gabriel García Márquez)

10 filmes com finais inesperados para quem adora ser surpreendido

10 filmes com finais inesperados para quem adora ser surpreendido

Poucas pessoas resistem ao desafio de ter sua mente colocada em cheque vendo um bom filme. Confira.

1- Os outros

Os outros (Alejandro Amenábar, 2001) – Durante a II Guerra Mundial, Grace se muda com os filhos para uma mansão enquanto aguarda o retorno de seu marido. Os três vivem na escuridão, assombrado pelos outros, criaturas que podem ou não ser fantasmas que habitam o casarão. A verdade aparece quando novos empregados chegam à casa.

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2- A pele que habito

O doutor Robert Ledgard é um renomado cirurgião plástico que tenta recriar em laboratório uma espécie de pele humana.

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3- Seven

Dois policiais, om jovem e impetuoso David Mills (Brad Pitt) e o outro maduro e prestes a se aposentar, William Somerset (Morgan Freeman), são encarregados de uma periogosa investigação: encontrar um serial killer que mata as pessoas seguindo a ordem dos sete pecados capitais.

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4- Club da Luta

Jack (Edward Norton) é um executivo jovem, trabalha como investigador de seguros, mora confortavelmente, mas ele está ficando cada vez mais insatisfeito com sua vida medíocre. Para piorar ele está enfrentando uma terrível crise de insônia, até que encontra uma cura inusitada para o sua falta de sono ao frequentar grupos de auto-ajuda. Nesses encontros ele passa a conviver com pessoas problemáticas como a viciada Marla Singer (Helena Bonham Carter) e a conhecer estranhos como Tyler Durden (Brad Pitt). Misterioso e cheio de ideias, Tyler apresenta para Jack um grupo secreto que se encontra para extravasar suas angústias e tensões através de violentos combates corporais.

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5- A casa dos sonhos

A família do editor Will Atenton se muda para o que parece ser um bairro tranquilo. Acontece que a casa tem uma história terrível. Não é uma história de fantasmas, mas um filme com uma trama complicada e um final impressionante.

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6- Os suspeitos

Em uma pequena cidade, duas meninas de 6 anos desaparecem. Como sempre, ninguém viu nada e ninguém sabe de nada. O tempo passa e a investigação não avança. Até que o pai de uma delas, Kellen Dover, assume o comando da situação. A única coisa que ele sabe é que elas foram vistas pela última vez ao lado de um trailer velho, cujo motorista foi posto em liberdade por falta de provas.

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3 opções Netflix que podem te arrebatar ainda hoje.

7- O menino do pijama listrado

A história, baseada em fatos reais, acontece durante a Segunda Guerra Mundial. O filho de um comandante de um campo de concentração, de apenas 8 anos, conhece um menino, um prisioneiro judeu. Os dois conversam através da grade. O final é surpreendente.

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8- Desconhecido

Martin Harris acorda depois de alguns dias em coma e descobre que outro homem assumiu a sua identidade. Ninguém acredita nele, nem mesmo a sua esposa. Ele pede a sua jovem amiga, uma taxista, que o ajude a descobrir quem ele é e quem está mentindo.

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9- Sobre Meninos e Lobos

Jimmy, Dave e Sean são amigos inseparáveis. Após muitos anos, o destino coloca na vida deles uma enorme tragédia, o assassinato da filha de Jimmy. O desfecho deste crime é de deixar qualquer um completamente embasbacado.

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10- Lembranças

Tyler é um estudante que não encaixa muito bem na sociedade. Um dia, ele é levado à polícia por testemunhar uma briga. Seu amigo, ao descobrir que Tyler estuda com Ally – filha do policial que cuida do caso da briga -, pede que ele tenha um caso com ela e faça com que ela convença o pai a encerrar o caso. O final desta história não tem nada a ver com o que você pode estar pensando.

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Seleção pessoal,  com informações de Incrível, Veja São Paulo, Adoro Cinema

DICA EXTRA SUGERIDA PELOS LEITORES E SUPER APROVADA!!!

*CONTRATEMPO (CONTRATIEMPO)

Tudo está indo muito bem para Adrian Doria (Mario Casas). Seu negócio é um sucesso e lhe trouxe riqueza, sua bela esposa teve a criança perfeita, e sua amante está bem com o caso dos dois escondido. Tudo está ótimo até que Doria desperta num quarto de hotel, depois de ser atingido na cabeça, e encontra sua amante morta no banheiro, coberta com um monte de notas em euros. Pior, o quarto é trancado por dentro e não tem nenhuma maneira de entrar ou sair. Com tudo o que construiu desmoronando aos seus pés, Doria recorre a melhor advogada de defesa da Espanha, Virginia Goodman (Ana Wagener), e eles tentam descobrir o que realmente aconteceu na noite anterior.

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