Padre Fábio de Melo revela sofrer de síndrome do pânico

Padre Fábio de Melo revela sofrer de síndrome do pânico

O padre Fábio de Melo é um fenômeno das redes sociais com mais de 8 milhões de seguidores no Instagram e no Twitter, porém todo esse estresse pode estar afetando sua vida. Nesta terça-feira, o padre Fábio de Melo revelou ao programa No Ar, apresentado por Otaviano Costa na Rádio Globo, que está enfrentando uma síndrome do pânico. “Eu sou extremamente aberto a contar minhas fraquezas. Não tenho medo da minha humanidade”, disse.

Durante o programa, o sacerdote católico comentou que rotina agitada de trabalho gerou um desgaste natural: “Eu sei que eu sou afetivamente exigido o tempo todo. Faz parte do meu trabalho, eu sei, as pessoas, quando elas se aproximam de mim, elas chegam muito afetuosas, muito cheias de histórias, e é claro que é um desgaste natural, um desgaste emocional natural de tudo aquilo que eu faço”.

Além disso, Fábio falou um pouco sobre seu sucesso na internet e que a fama está associada com a sinceridade naquilo que publica. “Eu gosto dos personagens que me ajudam no snap, me ajudam no Instagram a dizer o que nem sempre eu posso diretamente dizer. Mas eu sou eu. Eu não me escondo atrás de ninguém. EU gosto dessa verdade. A autenticidade é a fatura que a gente tem que pagar com gosto todos os dias”, afirmou.

O que é Síndrome do pânico?

A síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente.

Quem sofre com este transtorno apresenta crises de medo agudo de modo recorrente e inesperado. Além disso, as crises são seguidas de preocupação persistente com a possibilidade de ter novos ataques e com as consequências desses ataques, seja dificultando a rotina do dia a dia, seja por medo de perder o controle, enlouquecer ou ter um ataque no coração.

As causas exatas da síndrome do pânico são desconhecidas, embora a ciência acredite que um conjunto de fatores possa desencadear o desenvolvimento deste transtorno, como genética e estresse, além de mudanças na forma como o cérebro funciona e reage a determinadas situações.

O principal objetivo do tratamento da síndrome do pânico é reduzir o número de crises, assim como sua intensidade e recuperação mais rápida. As duas principais formas de tratamento para esse transtorno é por meio de psicoterapia e medicamentos. Ambos têm se mostrado bastante eficientes.

TEXTO ORIGINAL DE MINHA VIDA

Rubem Alves já dizia “Ostra feliz não faz pérola”

Rubem Alves já dizia “Ostra feliz não faz pérola”

O que você tem feito com suas dores? Quais são as suas cicatrizes? Quem é você depois das tempestades da vida?

Essas são algumas das perguntas que ficam subentendidas no livro “Ostra feliz não faz pérola” de Rubem Alves e que, a essa altura da vida, acredito que você já tenha lido e relido esse livro várias vezes, mas, caso não tenha, sugiro que faça o mais rápido possível, já que com uma sensibilidade extrema e um cuidado com as palavras como poucos tem, Rubem Alves leva o leitor a refletir e a encarar seu sofrimento como condição humana passageira e não como um martírio eterno.

Nas palavras do próprio autor, o título refere-se a: “A ostra, para fazer uma pérola, precisa ter dentro de si um grão de areia que a faça sofrer. Sofrendo, a ostra diz para se mesma: preciso envolver essa areia pontuada que me machuca com uma esfera lisa que lhe tire pontas outras felizes não fazem pérolas. Pessoas felizes não sentem a necessidade de criar. O ato criador seja na ciência ou na arte, surge sempre de uma dor. Não é preciso que seja uma dor doída. Por vezes a dor aparece como aquela coisa que tem o nome de curiosidade. Este livro está cheio de areias pontudas que me machucaram. Para me livrar da dor, escrevi”.

Sem usar uma sequência lógica na narrativa, Rubem Alves, logo no início de uma das crônicas demonstra como deveríamos lidar com as dores e com as opiniões alheias: “As ostras felizes se riam dela e diziam: “Ela não sai da sua depressão…”. Não era depressão. Era dor. Pois um grão de areia havia entrado dentro da sua carne e doía, doía, doía.

E ela não tinha jeito de se livrar dele, do grão de areia. Mas era possível livrar-se da dor. O seu corpo sabia que, para se livrar da dor que o grão de areia lhe provocava, em virtude de sua aspereza, arestas e pontas, bastava envolvê-lo com uma substância lisa, brilhante e redonda. Assim, enquanto cantava seu canto triste, o seu corpo fazia o trabalho – por causa da dor que o grão de areia lhe causava. Um dia, passou por ali um pescador com o seu barco. Lançou a rede e toda a colônia de ostras, inclusive a sofredora, foi pescada.

O pescador se alegrou, levou-as para casa e sua mulher fez uma deliciosa sopa de ostras. Deliciando-se com as ostras, de repente seus dentes bateram num objeto duro que estava dentro de uma ostra. Ele o tomou nos dedos e sorriu de felicidade: era uma pérola, uma linda pérola.

Lição dada, a partir daí o autor trata de vários assuntos a partir da mesma temática: somos ostras que produzem pérolas. Dividido em onze capítulos temáticos (Caleidoscópio- de onde sai a crônica que nomeia a obra-. Amor, Beleza, Crianças, Educação, Natureza, Política, Saúde Mental, Religião, Velhice e Morte), os textos abordam a beleza produzida através da dor, da morte e de situações extremas de dificuldades. Autores como Nietzsche, Bach, Cecília Meirelles e até Jesus Cristo são citados por Rubem porque além de admirá-los, acreditava que os mesmos pregavam o autocontrole e o amor próprio acima de tudo.

Rubem Alves é escritor polêmico que divide opiniões. Fato incontestável. Se por um lado apresenta a religião em suas obras, está longe de defendê-la como verdade absoluta. Se mostra o amor como saudável, apresenta o seu lado perigoso na mesma intensidade. Para o autor, tudo tem dois lados, tudo leva à uma aprendizagem e tudo serve para alguma coisa. Basta estarmos dispostos a aprender e nos tornamos melhores diante das piores adversidades.

“Nós não vemos o que vemos, nós vemos o que somos. Só veem as belezas do mundo, aqueles que têm belezas dentro de si”.( Rubem Alves)

Os homens também são capazes de falar sobre o que sentem, apenas preferem não o fazer.

Os homens também são capazes de falar sobre o que sentem, apenas preferem não o fazer.

Nós, as mulheres temos a maior fama de sermos complicadas, temperamentais e difíceis demais de entender. Há quem diga que somos tão inconstantes quanto as fases da lua. Há quem afirme que somos uma espécie de bruxas travestidas de fadas – às vezes o contrário disso.

E pode até ser que haja uma mínima parcela de verdade acerca da nossa comentada complexidade. Pode ser mesmo que a nossa alma multifacetada, que a nossa incrível capacidade de fazer mil coisas ao mesmo tempo, que a nossa estranha habilidade de prever fatias de futuro, a partir de nossa tão famosa intuição feminina, gere algum desconforto em nossos parceiros do sex0 masculino.

E não custa nada admitir também que por mais independente que a gente seja, gestos sinceramente gentis ainda nos fazem felizes, delicadezas são sempre bem-vindas, e até mesmo na hora do sex0 mais selvagem, acreditamos que uma pitadinha de ternura acrescente um sabor muitíssimo interessante. E isso também costuma gerar alguma confusão na cabeça dos “meninos”.

Agora… querer que a gente entenda essa mania masculina de conversar consigo mesmo em silêncio, depois que a gente fez aquela perguntinha capciosa ou simplesmente soltou os cachorros… Ahhhhh, tenha a santa paciência!
Eles juram de pé junto que não é por maldade… que a cabeça deles funciona de um outro jeito, que eles preferem refletir um pouco, em vez de falar “coisas precipitadas”, ou que isso é simplesmente implicância nossa e que a gente bem que poderia experimentar tagarelar menos só para variar.

O fato é que deixar uma mulher refém de suas próprias interpretações é como jogar pólvora num incêndio florestal. A coisa vai alastrar de um jeito que nem brigada área vai dar jeito de apagar.

O outro fato é que a gente tem muita ideia e ainda muito mais imaginação. Diante do silêncio obstinado da criatura masculina, a criatura feminina é capaz de criar um roteiro completo digno de seriado da HBO com cinquenta temporadas, com vinte episódios em cada uma.

Que o cara esteja a fim de ficar em silêncio de vez em quando, a gente pode até tentar entender, posto que a maioria de nós gosta de explicitar o que pensa, sente ou imagina e fica muito satisfeita quando encontra alguém a fim de partilhar tudo isso. A questão fica complicada é quando esse silêncio vira um hábito que a gente tem que aceitar e pronto.

Dizem os estudiosos do comportamento que os homens também são capazes de falar sobre o que sentem, apenas preferem não o fazer. Dizem os homens que muitas vezes preferem calar-se porque não são capazes de adivinhar o que queremos escutar e sempre acabam sendo mal interpretados.

A incrível verdade é que anda faltando empatia para ambas as partes. Homens e mulheres parecem estar soterrados sob quilos de poeira egocêntrica, atolados por um mundo extremamente competitivo e hostil. Desarmemo-nos, então! Sejamos todos capazes de ver nos silêncios e ruídos uns dos outros a nossa forma imperfeita de amar. Quem sabe, então não possamos parar de nos lamentar por tantos desencontros e desamores.

Imagem de capa meramente ilustrativa: cena do filme “De repente é amor”.

Sete pecados capitais cometidos contra a infância

Sete pecados capitais cometidos contra a infância

Por Bruna RamosPortal EBC

“O verdadeiro caráter de uma sociedade é revelado pela forma com que ela trata suas crianças.” A frase, de Nelson Mandela, foi escolhida pelo médico pediatra Daniel Becker para introduzir uma lista onde ele aponta os sete pecados capitais cometidos contra a infância.

Confira também linha do tempo sobre a história dos direitos da infância e adolescência

Daniel falou sobre o assunto no evento TEDx Laçador, realizado em Porto Alegre, em junho. Segundo o palestrante, as crianças brasileiras vêm sendo muito maltratadas pela sociedade. “Além de o país não oferecer boas condições de saúde, moradia, educação e segurança, os pais e cuidadores das crianças têm cometido pecados ao longo de sua criação”, afirma.

O médico enumera:

1 – Privação do nascimento natural e do aleitamento materno

“A cultura da cesárea faz com que as mulheres acreditem que o parto normal deve ser a cesárea. Que o parto normal é nocivo, doloroso, perigoso. Isso gera diversos malefícios para as crianças.” “Da mesma forma acontece com o leite materno. A mulher quer amamentar sua filha, mas (muitas vezes) em dois meses esta criança está desmamada. Isso vem, em grande parte, por causa da indústria, que faz propaganda pelo nome que dá às suas fórmulas: “premium”, “supreme”, e a propaganda que ela faz com o médico.”

2 – Terceirização da infância

Por causa da falta de tempo dos pais, que têm que trabalhar para sustentar a família, as crianças estão sendo deixadas em creches ou com babás. “Perdemos o que é mais precioso na infância: o convívio com os filhos. Convívio é aquilo que nos dá a intimidade, a capacidade de estar junto, o amor, a sensação de estar cuidando de alguém, a sensação de conhecer profundamente alguém”.

3 – Intoxicação da infância

Também pela falta de tempo, é mais acessível trocar a comida tradicional brasileira por uma alimentação rica em gordura, sal e açúcar, que vem da comida congelada e industrializada. “Obesidade e diabetes estão explodindo na infância”.

4 – Confinamento e distração permanente

As crianças passam até oito horas por dia conectadas em aparelhos eletrônicos. Esse confinamento impede que elas tenham um momento de consciência, de vazio, de tédio. “O tédio é fundamental na infância. Porque o tédio e o vazio são berço daquilo que é mais importante para nós, a criatividade e imaginação. Nós estamos amputando isso dos nossos filhos.”

5 – Mercantilização da Infância e Consumismo Infantil

Assistindo muita televisão durante o dia, as crianças são massacradas pela publicidade, por valores de consumismo. “E essa publicidade é covarde, explora a incapacidade da criança de distinguir fantasia de realidade, explora o amor dela por personagens e instiga nela valores como consumismo obscessivo, hipervalorização da aparência, a futilidade e coisas piores”.

6 – Adultização e erotização precoce

“Existe uma erotização que usa a criança de 7, 8 anos para vender produtos de moda, uma erotização baseada no machismo, na objetificação das meninas e das mulheres, na valorização excessiva da aparência.”

7 – Entronização e superproteção da infância

Para compensar a ausência, muitos pais tornam-se permissivos e acabam perdendo a autoridade sobre seus filhos. Mas a criança precisa de gente que conduza a vida dela. “A gente sabe que a importância dos limites do não são formas fundamentais de amor. A gente precisa dar para os nossos filhos, mas a gente tá perdendo a capacidade. Em vez disso, a gente se interpõe entre as experiências dos filhos e do mundo fazendo justamente que eles não tenham experiência da vida e portanto não desenvolvam mecanismos de lidar com a frustração, com a dor e com a dificuldade. E certamente o mundo vai entregar para eles mais tarde.”

Como forma de enfrentar estes pecados, Daniel propõe uma solução que passa por mudanças em apenas dois fatores: tempo e espaço. No caso do tempo, o médico sugere que os pais estejam presentes na vida do filho em pelo menos 10% do tempo em que estão acordados. Em uma conta geral, isso representa 1h40 por dia de dedicação aos filhos. Em relação ao espaço, a orientação é estar perto da natureza. “O convívio com o espaço aberto vai afastar a gente das telas, vai reduzir o consumismo e o materialismo excessivos, vai promover o livre brincar (que, por sua vez, vai gerar inteligência, humor e criatividade), vai gerar convívio entre as famílias, vai promover o contato com o ar, o sol e o verde e vai reduzir todos os problemas da infância.”

Fonte indicada: EBC

Imagem de capa: Look Studio/shutterstock

Os 15 princípios de Maria Montessori para educar crianças felizes

Os 15 princípios de Maria Montessori para educar crianças felizes

“A primeira tarefa da educação é agitar a vida, mas deixá-la livre para se desenvolver”

Maria Montessori

  1. Lembre-se sempre de que a criança aprende com o que está ao seu redor. Seja seu melhor modelo.
  1. Se você critica muito o seu filho, a primeira coisa que ele aprende é julgar.
  1. Por outro lado, se você o elogia regularmente, ele vai aprender a valorizar.
  1. O que acontece se você mostrar a sua hostilidade à uma criança? Ela vai aprender a brigar.
  1. Se for ridicularizada com frequência, a criança se tornará uma pessoa tímida.
  1. Ajude seu filho a crescer se sentindo seguro em todos os momentos, e ele aprenderá a confiar.
  1. Se você menospreza o seu filho frequentemente, um sentimento muito negativo de culpa irá se desenvolver nele.
  1. Faça seu filho ver que as ideias e opiniões dele são sempre aceitas, assim, ele se sentirá bem consigo mesmo.
  1. Se a criança vive em uma atmosfera onde se sente cuidada, integrada, amada e necessária, aprenderá a encontrar o amor no mundo.
  1. Não fale mal de seu filho nem quando ele está perto e nem quando está longe.
  1. Concentre-se no fato de que seu filho está crescendo e se desenvolvendo da melhor forma possível. Valorize sempre o lado bom da criança, para que nunca haja espaço para o mal.
  1. Sempre ouça ao seu filho e responda quando ele se aproximar de você com uma pergunta ou um comentário.
  1. Respeite seu filho, mesmo que ele tenha cometido um erro. Apoie-o e corrija-o, agora ou talvez um pouco mais tarde.
  1. Você deve estar disposto a ajudar seu filho se ele estiver a procura de algo, mas também deve estar disposto a deixá-lo encontrar as coisas sozinho.
  1. Quando falar com o seu filho, faça-o sempre da melhor maneira. Ofereça a ele o melhor que há em você.
“Quando uma criança se sente confiante, ela deixa de buscar a aprovação dos adultos a cada passo”
Maria Montessori
Fonte indicada: A mente é maravilhosa

“As possibilidades perdidas”, por Martha Medeiros

“As possibilidades perdidas”, por Martha Medeiros

Fiquei sabendo que um poeta mineiro que eu não conhecia, chamado Emilio Moura, teria completado 100 anos neste mês de agosto, caso vivo fosse. Era amigo de outro grande poeta, Drummond. Chegaram a mim alguns versos dele, e um em especial me chamou a atenção: “Viver não dói. O que dói é a vida que não se vive”.

Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade interrompida.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: se iludindo menos e vivendo mais.

Martha Medeiros Crônica “As Possibilidade Perdidas”, 2002.

Os que humilham e rebaixam seus parceiros são os mais inseguros

Os que humilham e rebaixam seus parceiros são os mais inseguros

Por Flávio Gikovate

Por vezes me surpreendo com a magnitude da tolerância que tantas pessoas têm em relação ao que acontece na intimidade de suas vidas amorosas.

O que leva uma pessoa a conviver com um parceiro que não perde uma oportunidade de rebaixá-la tanto na intimidade como na vida em sociedade?

Em muitos casais, aquele que é objeto do amor sabota a autoestima do que ama de modo mais explícito e dedicado: vai direto aos pontos fracos.

A primeira ideia que me ocorre quando alguém se empenha tanto em rebaixar o parceiro é que seja em função de um forte sentimento de inveja.

Outra razão para que o parceiro sentimental se disponha a minar a autoestima do que deveria ser objeto de carinho e estímulo: a insegurança.

Os mais inseguros não estimulam o desenvolvimento de seus parceiros sentimentais porque isso pode vir a determinar o fim do relacionamento.

Os mais inseguros e invejosos têm consciência de que não são bons companheiros, de modo que “detonam” seus parceiros por medo de rejeição.

Os que humilham e rebaixam seus parceiros são os mais inseguros. Quem está bem não age assim; existem outros meios de atenuar a insegurança!

Imagem de capa: ChameleonsEye/shutterstock

Gostar de você me faz gostar mais de mim mesmo.

Gostar de você me faz gostar mais de mim mesmo.

Eu sempre gostei. Ora mais, ora menos, sempre gostei de mim mesmo. Acontece que de quando em vez esse negócio de levantar e cair, de subir e descer, essa vida de tantos tombos nos faz perder a mão, o foco, a hora. E esquecer o que de fato importa. Aí o amor por nós mesmos arruma suas coisinhas e se ajeita para ir embora.

O meu já estava na porta, partindo para nunca mais voltar. Confesso. Eu andei brigado comigo mesmo, aborrecido com minhas coisas. Mas aí você veio, pessoa linda, sorrindo a beleza do mundo, feito uma promessa de felicidade, e o amor resolveu ficar. Ele não é bobo.

Ter você aqui dentro, habitando o espaço impreciso das minhas lembranças, sentada de frente para o lago manso das saudades que vivem em mim, olhando a lua alaranjada da minha infância, brincando com os cachorros, sorrindo tão linda, me faz sentir tanto amor que até dói.

Você sabe. O amor põe a gente pra frente. Sentir amor por você me faz acordar cedinho e arrumar a cama, ajeitar as coisas com empenho, com apreço, sair e espalhar ternuras por aí. Gostar de você me fez gostar mais de mim mesmo. Vou amando você e me tornando um sujeito melhor do que eu era. Amo você e me sinto certo de que meu lugar favorito no mundo é ao seu lado.

Essa vontade imensa de abraçar você uma tarde inteira, de beijar a sua boca até não sentir mais o chão, isso só pode ser coisa de Deus, que amou cada um de seus filhos antes de mandá-los cá pra baixo. E agora torce lá de cima para que todos sejamos amados, amáveis e felizes entre nós. Seremos assim, você e eu, esforçados no trabalho de sermos felizes para sempre.

E quando estivermos cansados desse longo e honesto ofício da vida, lá pela casa dos cem anos repousaremos juntos, infinitos, na memória dos nossos que por aqui ficarem, nas árvores que plantamos, nas pessoas com quem andamos, nos lugares onde passamos e nas músicas que amamos, exercendo em estado de festa nosso mais generoso, profundo e simples exercício de eternidade.

Imagem de capa: Kseniya Ivanova/shutterstock

Como ajudar sem se intrometer na vida do outro?

Como ajudar sem se intrometer na vida do outro?

Nas relações amorosas cotidianas, temos a natural propensão de ajudar o outro que consideramos relevante, mas não assusta a facilidade com que se pode ultrapassar a fronteira da sua liberdade individual, o que compromete a eficiência do ato de ajudar, uma vez que percebe-se esse ato como invasão de privacidade.

Alguns não querem ser ajudados, outros alegam não precisar de ajuda, outros não pedem ajuda. O restante é composto dos que sobrevivem.

A abertura para ajuda é benéfica para todos que desejam melhorar, e uma oportunidade para os intrometidos. Pessoas que se amam a um nível avançado não demonstram hesitação em intrometer-se nos problemas do outro, havendo permissividade. O problema é que o hábito gritante de ajudar às vezes passa uma sensação de inconveniência, quase sempre causada pela falta de percepção da circunstância apropriada para ajuda e dos humores associados a ela.

Como ajudar sem se intrometer na vida do outro? Deixando claro que, na relação, a vontade de cuidar deve ser maior do que a necessidade de parecer forte. Por quê? É que o cuidado muitas vezes esconde um investimento egoísta por parte do doador. O indivíduo que oferece de si toda sua existência desnuda parecerá fragilizado demais, do que se vê que os mais ambiciosos por poder dissimulam partes da sua.

O “sincericídio”, termo popular para a verbalização explícita da verdade pura, é ditado nas cartilhas de etiqueta como um defeito característico dos tolos e inocentes. Afinal, costuma ser intolerável e arrebatado aquele que resolve dizer aos outros todos os juízos de fato que estão sob sua compreensão. Como ele resolve isso? Omitindo partes da sua verdade, deixando à tona apenas o que deseja ser socialmente reconhecido, tudo que aos olhos alheios gere uma impressão mais qualificada possível à autoimagem desejada. Uma autêntica vida teatral.

Verdades absolutas, por natureza ilusórias, estão no bolso não só dos moralistas, mas também dos que promovem uma moral autônoma; do contrário, a autonomia não encontraria sustento. Uma sociedade não perdura sem verdades concordadas, mas pode sobreviver longinquamente acreditando em ilusões concordadas. Algumas verdades são de fato; outras, de valor. Algumas ilusões são protetoras; outras, destruidoras. Em suas heroicas tentativas de defender uma vida digna, um moralista talvez se esqueça de que grande parte de seus problemas não são universais e, portanto, a sua dignidade de fato pode ser facilmente interpretada pelo outro como uma indignidade de valor.

Enumeráveis vezes, solicitamos ajuda externa para resolver uma questão pessoal crítica. Vender o carro, comprar um apartamento adequado, pedir em namoro a amiga há tempos admirada em segredo, aceitar ou não uma proposta de emprego no exterior. Se à risca acatamos e seguimos os conselhos, tomando a decisão que nos foi passada, mas, depois, devido às circunstâncias desvantajosas, falhas de cálculo ou intemperança as coisas dão errado e caímos num prejuízo estratosférico, é presumido que os conselhos foram a causa do fracasso. Em outras situações, pedimos suporte e o outro reage com intromissão exagerada, mas, se mesmo assim resolvemos agir conforme foi imposto pelo intrometido, ou formos obrigados a isso, e os resultados finais acabam se mostrando ótimos, agradecemos pela intromissão. Os indicadores de ação oferecidos foram julgados pela sua finalidade.

Excelentes ajudantes dão muitos conselhos idiotas e sem sentido, e péssimos ajudantes, com suas intromissões, às vezes contribuem para o melhor. A chave está em entender como uma ajuda pode ser dada sem perturbar a liberdade do outro, e também como uma invasão à liberdade poderia ser evitada para ajudar efetivamente. Em certas ocasiões, a única forma de ajudar é sendo intrometido, mas são poucos os que se preocupam com as necessidades do outro sem usar delas como insumos para tocar os empreendimentos ativos de seu ego.

É muito gostosa a satisfação de ver seu time vencendo quando se o apoia com fidelidade irrefreável, o raro é ser fidelíssimo mesmo o time estando na posição mais inferior e humilhante do campeonato. As pessoas passam a vida procurando por outras com as quais podem sofrer derrotas, quantas forem, sem que a vergonha e o medo do abandono ameacem a razão legítima de torcer: o sabor da vitória.

Os casais mais estáveis são aqueles que, por causa da sua certeza de amor e compromisso, da sua coragem recíproca, da sua parceria muito bem conscientizada, conquistaram imunidade à intuição competitiva, a de que todos os que estão de fora são potenciais adversários. Eles temem a traição e, se dizem não temê-la, mentem para demonstrar segurança. Mas, parando eles de alimentar a dúvida sobre o amor que sentem e, ainda por cima, valorizando a arte desse sentimento com zelo e disciplina, o ciúme perde toda sua validez, e o resultado é que, por puro respeito, quem está de fora faz questão de não interferir na relação a não ser que seja para ajudar, e para o casal ninguém de fora os ameaça. Casais maduros e bem resolvidos não precisam fazer juras de amor para o universo inteiro ouvir; o seu próprio amor responde por eles. Estando juntos, vê-se que mantêm uma separação que torna sua liberdade individual um recurso agregador do conjunto; estando separados, selam uma união que torna sua segurança um aspecto invendável de seu amor.

Um homem que trai sua esposa é um intrometido: ele se mune de crenças irracionais e absurdas para justificar que, desprezando os sentimentos da sua mulher, está colaborando para a saúde do casamento. Assim, muitas manifestações práticas de ajuda gregária são, na verdade, impulsos narcísicos disfarçados.

É parcial todo envolvimento solidário em uma questão delicada de alguém, então a abordagem precisa ser focada em pontos específicos do caso, para que os planos de ação não sejam subjetivos ou o problema seja generalizado. A única forma de conhecer toda a história, toda a base de traumas e neuroses, todos os méritos e crimes morais cometidos, todas as necessidades e motivações de uma pessoa é sendo a própria pessoa. Portanto, a ajuda que mais serve não é aquela que vale para todos, mas a que faz os ajudados gratos por terem-na recebido justo na ocasião que precisavam.

Muitos conselhos são dados com hipocrisia. O senso comum diz que os mais velhos são, provavelmente, mais sábios. A hipocrisia é tanto maior na pessoa quanto mais experiência ela tem, tendo esta cometido uma sucessão de erros na vida, os quais não ousaria recomendar nem ao seu pior inimigo. Dessa maneira, há um papel da hipocrisia na obtenção de sapiência, e uma inevitabilidade de ser falso moralista em algum nível durante a vida.

A preocupação em praticar sempre o que se prega é humanamente elogiável, e uma regra dos moralistas convictos, mas as pessoas mais preocupadas moralmente são aquelas que, longe de esquecer as funções da ética, assumem que certas vezes já se enganaram por suas próprias convicções morais, ou foram enganados por elas, por isso mesmo não as recomendam para todas as circunstâncias, certos de que não puderam experimentar todas, tampouco manter o total controle dos acontecimentos de seu destino.

Ajuda sem ser requisitado, o intrometido, enquanto o requisito para este agir não se limita à necessidade de ajudar. A falta de respeito que acompanha uma situação de descortesia é o sinal do qual deve partir a noção de que, cada vez que se invade a privacidade de uma pessoa, mais longe se estará de conhecê-la. Hoje em dia, com a privacidade fora de moda, nunca se viu tantos contatos humanos serem feitos, e nunca se percebeu tanta desconexão entre conhecidos.

Na intromissão há pouco ou nenhum envolvimento emocional. Na ajuda fraternal, há importância significativa com as emoções do outro. As fofocas difamatórias, por exemplo, são evidências de intromissão. No mundo moderno, muitos não se importam em ter sua privacidade invadida, desde que sejam visualizados.

O intrometido gera repulsa, negação, desmotiva quem está ouvindo. O ajudante cuidadoso trabalha para que o conteúdo de sua ação seja comprado pelo ouvinte sem que este se arrependa.

Muita gente questiona se atos severos de repreensão, envolvendo violência física e moral, são aceitáveis quando ajudam decisivamente na resolução de um problema crônico ou na assimilação de um valor educativo familiar. Isso é imaginado pelos filhos que, na infância, apanharam dos seus pais tantas vezes que perderam a conta. Os pais que precisam bater em seus filhos pequenos, fazendo isso na explicativa de que é para o próprio bem deles, terão inspirado um modelo de como usar a coerção como forma de educar. Revoltados pelo trauma que é ser abusado por quem o colocou no mundo, esses filhos serão adultos mal acostumados a conseguir as coisas na base da negociação pacífica. Então, esses pais machucam fisicamente seus filhos no intuito de bem ensiná-los à vida, o que é um péssimo exemplo, visto que o mundo lá fora carece de tudo, menos intolerância.

Por mais que se ame muito uma pessoa e queira ajudá-la de verdade, essa boa intenção, se mal interpretada em dada situação particular, faz com que a pessoa crie uma resistência cética, de forma que, posteriormente, ela tenda a ignorar até o conselho mais racional para resolver aquela mesma situação, que virou impasse.

Toda ajuda contém uma crítica, escondida ou revelada, e toda crítica estimula o senso pessoal de moralidade. Parece ser muitíssimo mais difícil ouvir lições de moral diferentes das próprias para refletir o que a si faz sentido de fato, do que rejeitar prontamente dogmas opostos para evitar chateações perdulárias.

Antes de ajudar, vai bem questionar: “A minha atitude vai fazer bem para a pessoa, de certa forma, ou há algo nela que possa gerar conflito?”, e “Como reduzir as chances de abalar as crenças da pessoa, sem deixar de abordar um assunto polêmico de forma polida?”

Em primeiro lugar, não se consegue agradar a todos; haverá sempre aqueles pelos quais seremos incriminados. Em segundo lugar, se as crenças de uma pessoa têm poder próprio, não há ideia estranha a elas que não seja enxotada como a um ladrão. Em terceiro lugar, há de se assumir que uma ideia é polêmica porque gera controvérsia. Alguém que preza pela sua originalidade de expressão sabe que nenhuma mensagem encontrará um público-alvo cem por cento satisfeito, que muitos têm gigantesco ciúme pelas suas ideias e as defenderão até no inferno, e que a controvérsia é mais associada com semeação de discórdia do que com agitação reflexiva produtiva. Tomando-se ciência desses fatos, os impulsos de solidariedade acabam sendo menos intrusivos e mais empáticos.

A empatia, produto da inteligência e curiosidade humana, é trabalhada no íntimo do ser, este que respira o calor, que escuta além de com o ouvido, que penetra no escuro e não tem medo de sofrer, que projeta a vida do outro no próprio coração, que pega um diamante impuro para lapidar. O empático tenta se transformar na própria dor do outro para compreendê-la, e volta de sua jornada mais rico do que antes. Na sociedade do idealismo, fala-se muitíssimo da virtude da empatia, talvez por ela ter virado um item de luxo à mostra nas vitrines mais baratas.

Em seu tocante livro Walden, Thoreau deixa no ar uma questão misteriosa:

“Poderia haver milagre maior do que podermos ver através dos olhos dos outros por um instante?”

Estar com pessoas, e não acima delas, nos torna melhores

Estar com pessoas, e não acima delas, nos torna melhores

O que define a grandeza? O poder, o dinheiro ou a pessoa? Vivemos tempos confusos, as sociedades consumistas reduzem-se a dinheiro e ao que ele leva: poder. Nos círculos mais íntimos e fechados, ainda seguem valorizando o altruísmo e a humildade como valores básicos que formam grandes pessoas. Hoje, mais do que nunca, é forte a frase do Barão de Montesquieu: “Para ser realmente grande, há que estar com pessoas, não acima delas”.

O problema vem quando desde pequenos colocam na nossa cabeça que temos que estar acima dos outros, interiorizando estereótipos que nos fazem sentir que somos melhores que os demais e incentivando a competitividade. Os grupos que formamos com nossa família, com nossos amigos e com nossos companheiros de trabalho estão cheios de distorções e preconceitos.

Se um grupo é muito conservador, se vangloriará de seus valores e seu respeito às normas, desprestigiando a mudança ou a transformação das coisas. Se um grupo é muito inovador, terá um ritmo dos novos tempos e da evolução, sem levar em consideração as raízes e os processos que se respeitam quando se dá importância ao passado. Para sermos realmente grandes, temos que ver os indivíduos como pessoas com nuances, não como grupos estereotipados e inferiores. 

“O homem de talento é naturalmente inclinado à crítica, porque vê mais coisas que os outros homens e vê melhor.”-Barón de Montesquieu-

As pessoas são mais felizes quando compartilham

Qual é a primeira coisa que fazemos quando recebemos uma boa notícia? Compartilhamos. Pense em quando conseguiu realizar algo como, por exemplo, acabar a universidade, encontrar um trabalho, morar junto com seu companheiro. Todas essas notícias que enchem nosso coração de alegria são mais satisfatórias se as compartilhamos.

Quando compartilhamos com as pessoas, nos tornamos mais satisfeitos com a vida e mais conectados com os demais, mantendo nosso corpo e cérebro saudáveis por mais tempo. Isso foi demonstrado pelo estudo ‘Desenvolvimento Adulto’, a pesquisa mais longa sobre a felicidade que começou há 76 anos e continua até os dias de hoje na Universidade de Harvard.

Os participantes do estudo responderam, ao longo de décadas, questões sobre suas famílias, seus trabalhos, suas vidas no meio social. Além disso, os pesquisadores também tinham acesso a seus registros médicos, como evoluía sua saúde, não apenas desde a percepção dos participantes do estudo, como também utilizando dados tangíveis, como os descritos nos registros médicos.

Deste estudo extraiu-se que as relações nos dão energia quando investimos nelas, quando dedicamos tempo a elas, tornando-nos mais vivos e menos esgotados. Isso acontece quando cooperamos e não competimos para ficamos acima dos demais. Por outro lado, ainda que a tendência social seja isolar-nos, ficarmos em casa para assistir televisão ou ficarmos nas redes sociais, de maneira geral, somos mais felizes quando compartilhamos nosso tempo com outros.

“Os homens são ricos apenas na medida do que dão. Quem realiza um grande serviço recebe uma grande recompensa.” -Elbert Hubbard-

Humildade: a virtude moral que nos impede de nos sentirmos acima de alguém

Para compartilhar, para dar, para nos relacionarmos de maneira igualitária e saudável com os demais, é bom trabalharmos a humildade. A humildade é um valor chave para a nossa paz interior, para nos aproximarmos do bem-estar pessoal. É surpreendente e preocupante a falta de humildade das novas gerações. Isso se dá, em parte, que a humildade é um valor subestimado, adormecido, rebaixado e posto ao lado de valores inúteis da sociedade competitiva.

O que nossa sociedade e os homens que a manipulam movidos por valores totalmente opostos desconhecem é que a humildade nos torna grandes. A humildade nos permite controlar as condutas excessivas, deixando um espaço para que as virtudes dos demais manifestem-se e para que possamos apreciá-las. Essa é a melhor vacina para evitar que alguma vez nos sintamos acima de alguém.

Os soberbos, narcisistas, prepotentes e sábios por natureza, que acreditam que são grandes porque interpretam que suas formas de viver são as que valem, poderão alcançar o poder material, mas suas máscaras dificultarão a possibilidade de seguirem crescendo. Os vazios criados por não sabermos reconhecer nossas limitações não são preenchidos com bens materiais. 
“O importante para nos mantermos felizes e saudáveis ao longo da vida é a qualidade das nossas relações.”
-Robert Waldinger-

TEXTO ORIGINAL DE A MENTE E MARAVILHOSA

Imagem de capa: Shutterstock/ Rawpixel.com

Eu quero um amor que saiba ser só

Eu quero um amor que saiba ser só

Eu quero um amor que saiba ser só. Com todas as vírgulas que isso possa representar. Um amor que não precise de mim, porque precisar é verbo frio demais e não arbitrário. Eu quero um amor que saiba ser só, que não precise de mim, mas que queira estar. Querer, é este o verbo que escolho. Que estejamos juntos apenas enquanto quisermos.

Um alguém que sabe estar só, não usa o outro como forma de fugir de quem se é. Alguém que sabe estar só, não sente necessidade de se entregar a outra pessoa no primeiro desentendimento do casal. Alguém que sabe estar só, não se refugia em festas e farras intermináveis, pois já aprendeu a lidar com si mesmo.

Uma pessoa que sabe ser só, só entrará em um relacionamento se tiver sentimento e segurança o suficiente para tal. Caso contrário, esse alguém permanece sozinho. Eu não quero um amor frágil, que se estremeça em qualquer ventania. Uma pessoa forte não há porque querer um amor fraco.

Eu quero um amor que já se doeu por outros amores. Porque a dor nos ensina. E nos forja. E nos amadurece. Hoje eu sou mais madura também. Eu quero um amor que já amou antes e que foi feliz. Eu hei de respeitar o seu passado, as suas fotos antigas, hei de deixar as suas lembranças intactas porque eu sei que o que ele viveu faz parte do que ele é. Não se apaga o passado. Aprende-se com ele. Que ele respeite o meu passado e a minha história também. Então eu quero um amor que tenha um passado, mas que esteja ao meu lado em um mesmo presente. Que sejamos presentes um para o outro em toda a variedade de significados que essa palavra possa representar. E que esse presente almeje um futuro para que possamos concretizar a palavra “continuar”.

Eu não quero um amor que esteja comigo apenas quando mais nenhuma opção restar. Mas que opte por estar comigo mesmo tendo outras opções. Um amor que não esteja comigo porque não saiba estar só. Mas que tenha aprendido estar só, a gostar disso, e ainda sim queira ao meu lado estar. Porque é somente sabendo ser só é que podemos ser um bom par.

Imagem de capa:  Kaspars Grinvalds/Shutterstock

11 dores ligadas ao seu estado emocional

11 dores ligadas ao seu estado emocional

Você já parou para pensar se aquela dor nas costas ou a dor de cabeça persistente possa ter origem no seu estado emocional? Sim, isso é possível acontecer, como explica a psicóloga Rita Calegari, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo: “Nosso corpo é um sistema único – a parte física e a emocional não estão desassociadas uma da outra – o que afeta o corpo mexe na emoção, o que afeta a emoção, mexe no corpo”.

A dor funciona como um mecanismo do corpo para passar uma mensagem, mostrar que algo não vai bem. “Sem a dor, nós prejudicaríamos muito mais nosso organismo pelo simples descuido. Imagine as luzes do painel do carro que mostram quando a gasolina chegou na reserva, quando o motor está superaquecido, o óleo baixo, etc. Esse recurso mostra a tempo o que deve ser corrigido antes de nos colocarmos em risco. A dor é o nosso ‘sinal luminoso’ para prestarmos atenção”, conta Rita.

Quando a causa de uma dor é investigada, o especialista avalia vários sistemas que podem influenciar no seu surgimento. Por meio de exames, as possibilidades vão sendo descartadas até que se chegue ao diagnóstico. “Doenças podem ter diversas origens: vírus, bactérias, hereditariedade, processos inflamatórios, acidentes, alergias, poluição, má alimentação, mau uso de medicações e também estados emocionais nocivos. Somente uma boa consulta médica irá diagnosticar a causa da dor com segurança”, reforça a psicóloga.

Como o estado emocional pode influenciar na saúde?

Na presença do estresse, os músculos ficam tensos, causando dores específicas. A tensão, por sua vez, aumenta o cortisol no sangue, alterando o ritmo cardíaco. “Tudo isso altera o organismo de uma forma geral, inclusive a musculatura, ficando tensionada e refletindo-se em dor. Além disso, a pessoa com alteração emocional e deprimida tende a manter uma postura errada e acaba não realizando exercícios, ocasionando assim dores musculares”, ressalta Carlos Górios, ortopedista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

O processo inflamatório desse tipo de dor é diferente da reação do corpo após um trauma físico. “O processo inflamatório causado por fatores emocionais está relacionado a alterações hormonais e erro de postura, enquanto que no outro caso pós-traumático ocorre uma resposta fisiológica do organismo ao dano tecidual ou alguma outra situação, como infecção. Esse envolve células do sistema imune, levando a vasodilatação como resposta vascular, aumento da permeabilidade vascular levando à edema, aumento da pressão do tecido causando dor”, explica Górios.

Como essas dores se manifestam

A região cervical, torácica e principalmente a lombar são as mais afetadas. Isso se dá porque a coluna é responsável pela sustentação do corpo e por isso as costas acabam recebendo uma carga maior em situações de estresse e alterações do emocional.

“Outro músculo que pode ser afetado é o músculo psoas, que liga a coluna vertebral às pernas. Em situação de alteração emocional, com descarga de adrenalina, esse músculo é tensionado, dificultando a postura e causando dor nas costas. Essa região é chamada de ‘músculo da alma’, segundo a medicina oriental”, revela ele.

A psicóloga destaca que a tensão emocional pode ser provocada pelos mais diversos âmbitos da vida, como trabalho, casamento, família, entre outros. “Alterações no ciclo vital, como mudanças nas fases comuns da vida, mas que acarretam sofrimento, como a morte de alguém querido, também são capazes de criar essas dores”, conta Rita. Confira algumas dores que podem surgir por causa do seu estado emocional e os motivos comuns que podem desencadeá-las, de acordo com a psicóloga:

1. Dor de cabeça

Tensão emocional e muitas preocupações. Pessoas que pensam demais e realizam pouco. Amargura com alguma recordação de eventos passados, entre outros.

2. Dor no pescoço/nuca

Forte tensão emocional, conflitos entre a razão e os sentimentos, entre outros.

3. Dor nos ombros

Sobrecarga de tarefas, tensão emocional, timidez, medo, insegurança, entre outros

4. Dor nas costas

Medo, desamparo, insegurança, sobrecarga de tarefas, tensão emocional, entre outros.

5. Dor na lombar

Sobrecarga de tarefas, tensão emocional, medo, insegurança, entre outros.

6. Dor nas mãos

Sobrecarga de tarefas, tensão emocional, medo, insegurança, entre outros.

7. Dor nas articulações

Sentimento de impotência, grande tensão emocional, medo e tristeza. Rigidez de pensamentos, inflexibilidade, entre outros.

8. Dor muscular

Tensão, energia acumulada, tristeza, medo, raiva, conflitos existenciais, entre outros.

9. Dor de estômago

Tensão, irritabilidade, conflitos insolúveis, mágoa, raiva, nervoso, entre outros.

10. Dor nos quadris

Sobrecarga de tarefas, tensão emocional, medo, insegurança, entre outros.

11. Dor nos joelhos

Sobrecarga de tarefas, tensão emocional, medo, insegurança, entre outros.

Formas de tratamento

A terapia desse tipo de dor deve contar com uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir médico, psicólogo, fisioterapeuta, educador físico, além de outros profissionais. “O tratamento medicamentoso inclui analgésicos e anti-inflamatórios, ‘antidepressivos’ (que na verdade seriam melhor denominados como moduladores de serotonina e noradrenalina), anticonvulsivantes e opióides”, conta a psiquiatra Milene Busoli. Ela também destaca a atividade física como um fator essencial para a recuperação. “Em geral, atividades na água, pilates ou atividades mais intensas, desde que supervisionadas. Outros tratamentos incluem fisioterapia, acupuntura e massagem. A terapia em geral visa a adaptação e aceitação do quadro, e enfrentamento dos medos relacionados a atividade, retorno ao trabalho, bem como a sensação de culpa e inadequação”, finaliza.

Imagem de capa: Shutterstock/ V_Sot

TEXTO ORIGINAL DE MINHA VIDA

Quando seu pior inimigo é você mesmo

Quando seu pior inimigo é você mesmo

Em muitas de nossas experiências nos sentimos maltratados e humilhados, algo que acreditamos ter superado quando, na verdade, não é assim. Quando o tempo passa e esses maus-tratos desaparecem, nós começamos a exercê-lo contra nós mesmos sem estarmos conscientes disso. Nos tornamos nosso pior inimigo.

Devo ser bom, humilde, complacente; porque acredito que não valho nada e não mereço nada; porque considero que é meu dever, ainda que nunca consiga ter sucesso.

É aqui que devemos nos dar conta de como somos realmente. Pessoas com autoestima muito baixa, cheias de inseguranças, de frustrações, de medos, de culpas….

Se é muito difícil para você se valorizar, se aceitar e reconhecer que é capaz de ter êxito e conseguir tudo o que os outros conseguiram, é possível que você esteja se convertendo no seu próprio inimigo.

Você pode escolher ser seu inimigo ou não

Seu pior inimigo não são os outros, mas o que está na sua mente. Como pode ser possível? Como posso ser eu o meu próprio inimigo?

Todas as críticas que você pode receber, as humilhações, as opiniões, os juízos de valor que você faz sobre si mesmo… tudo isso, pode ser aceito ou não por você.

“Seu pior inimigo não são as críticas que você recebe, mas as que você aceita.”
-Bernardo Stamateas-

Em você está esse poder de decisão. É verdade que você acredita que não merece? Concorda com o que os outros dizem?

Assumir algo pelo simples fato de ser aceito pelos demais provoca uma baixa autoestima e faz com que você seja seu próprio inimigo.

É normal que estar rodeado de opiniões diferentes lhe faça duvidar de quem você é realmente. Por isso, é necessário que você se afaste de todas essas pessoas para poder refletir sobre quem você é. Uma vez que souber, poderá enfrentar todas essas opiniões e julgamentos de uma maneira muito mais segura.

Como posso começar a deixar de ser meu próprio inimigo?

Aceite-se e esteja seguro de quem você realmente é.
Questione toda mensagem negativa que chegue sobre você.
Aprenda a se equivocar.
Não queira agradar a todos.

É difícil começar a deixar de ser seu próprio inimigo, mas isso é algo que se encontra apenas em suas mãos. Você deve estar certo de quem é e não deixar que as opiniões dos outros lhe digam quem você deve ser.

Você tem que começar a ver os erros não como um fardo e uma vergonha, mas como algo com o que se aprende para fazer melhor depois.

Todo mundo se equivoca, mas isso faz com que você se sinta humilhado. Comece a pensar que não há aprendizado sem erros. Com os erros se aprende mais do que você acredita.

Quem sou eu?

Esta é uma pergunta muito simples, mas verdadeiramente difícil de responder. Você sabe quem é realmente? Se é assim, por que as críticas dos outros o afetam tanto?

Você deve aprender a não se comparar com os outros, a confiar em si mesmo e não se deixar levar pelo que os outros possam dizer. Você é único, insubstituível, com defeitos, mas também com habilidades.

“Você realmente sabe onde estão seus inimigos? No mundo que o rodeia ou dentro de você? Quem você está escutando? A voz da obsessão que te fala de fatalidade e fracasso? A voz queixosa e autoritária que julga cada passo que você dá?”
-Bernardo Stamateas-

Tenha confiança, acredite em si mesmo e não se permita ser como os outros querem que você seja. Ser você mesmo irá ajudá-lo a alcançar a felicidade pela qual todos ansiamos.

Suas decisões são as que marcarão sua vida a partir de hoje. Quem vai decidir em sua vida? Você ou os outros? Seja um pouco egoísta consigo mesmo e afaste-se do que vão dizer. Sua vida é sua, e você decidirá como vivê-la.

Pense que a confiança que você tem em si mesmo lhe permitirá avançar, provar, experimentar. Enquanto que, se não tiver confiança em si mesmo, as inseguranças aparecerão.

Pergunte-se aonde está conduzindo sua vida. Você quer chegar a ser tão perfeito que, no final, isso acabe com você? A resposta não está na perfeição.

Seja natural, tenha a intenção de progredir, cometa erros, aprenda e viva como você é. Liberte-se de tudo aquilo que lhe dizem, do que o bloqueia e paralisa. Livre-se de tudo isso e caminhe. Nunca se permita ser seu próprio inimigo.

via A Mente é Maravilhosa

Imagem de capa: J Walters/shutterstock

O que o meu pior relacionamento me ensinou

O que o meu pior relacionamento me ensinou

Antes de mais nada eu preciso dizer que acredito que toda experiência deixa algum ensinamento, por mais dolorosa que essa experiência seja. O meu pior relacionamento amoroso foi o meu primeiro e talvez por isso o meu mais desacertado.

Nesse meu equivocado relacionamento amoroso eu aprendi que:

1 – A razão não é uma boa conselheira

Muitas vezes, depois de esperar um longo tempo pela pessoa especial, por aquela que faça nosso coração bater mais forte, decidimos racionalmente seguir nossa cabeça e deixamos alguém, que parece o melhor para nós, fazer parte da nossa vida. Contudo, a razão não é uma boa conselheira, ela não leva em conta empatia, sincronia e intimidade, essenciais em qualquer relação. Tenha paciência, o seu coração sabe o que faz. Dar uma chance nem sempre é uma boa ideia quando o coração deseja esperar um pouco mais.

2 –Espere o tempo que for preciso pela pessoa certa

Para algumas pessoas o amor da vida pode aparecer aos dezoito anos. Para outras, muitos anos depois. Não há coisa alguma que diga que existe um tempo certo para encontrar o amor. Nunca se esqueça que é melhor estar sozinho e de bem com a vida, que mal acompanhado com alguém que não está realmente ao seu lado.

3 – Cuidado, quem vê cara não vê coração

Muitas vezes, à primeira vista, “aquela” pessoa parece perfeita. Ela faz o tipo altruísta, tem uma alimentação super saudável, dá aulas de yoga e luta em prol dos animais abandonados. Faz tudo que parece inerente a uma pessoa boa. No entanto, com meu pior relacionamento eu aprendi que existem pessoas que parecem boas e sinceras, sem o ser. Observar antes aquela pessoa pela qual você está interessado, assim como saber de sua vida de forma mais próxima, até mesmo de relacionamentos passados, dificulta esse tipo de equívoco.

4 – Escolha alguém que esteja contigo pelo que você é

Parece absurdo, mas algumas pessoas podem se interessar apenas por alguns aspectos seus e não propriamente por tudo que você é. Fique com alguém que te ame completo, nos teus melhores e piores dias. Com alguém que simplesmente ame seu caos e não queira mudar tudo que você é. Escolha alguém que te aceite e te compreenda. Em suma, namore alguém com quem você possa ser você mesmo.

5 – A maleabilidade é muito importante em qualquer relação

Hoje existe um discurso bastante em voga sobre a mulher e o homem racharem a conta do restaurante. A meu ver, não existe uma regra nesse quesito. O homem pode pagar a conta, a mulher ou os dois, tudo depende do que foi conversado entre o casal. Contudo, uma pessoa com o mínimo de bom senso, sabendo que o companheiro está desempregado ou ganhando muito pouco, procurará pagar as contas até que tudo se ajeite. Namore alguém que tenha o bom senso de saber que em determinado momento você não poderá arcar com alguns gastos. O mesmo vale para você quando o contrário se aplicar. A empatia e a intimidade ajudam a ponderar as coisas em qualquer relação, sem a necessidade de regras enrijecidas.

6 – Fuja de quem economiza amor

Ouvi no meu pior relacionamento que “quanto mais meu coração batesse acelerado, mais curta seria minha vida” e que “o melhor seria eu não me empolgar muito no amor”. Se eu optasse viver ao lado de alguém assim, minha vida não seria nada prazerosa, pelo contrário, seria um martírio. Quem economiza amor morre de fome. Viva o seu sentimento de forma plena e tenha ao seu lado uma pessoa com a qual você possa mergulhar de cabeça no amor, sem medos e receios. Nunca aceite alguém que tenha como lema a ponderação amorosa.

Os nossos piores relacionamentos não devem ser motivo de culpa. O que precisamos entender é que o problema não está em se equivocar no amor, mas sim em permanecer preso no equívoco.

Alimente seu amor próprio. Aceite em sua vida apenas aquele que acrescenta, que te incita para o melhor, que verdadeiramente te ama e nunca esqueça de ouvir o seu coração. Ele é um ótimo conselheiro e entende melhor que ninguém de amor.

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Imagem de capa: Sasa Prudkov/shutterstock

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