De nada adianta cativar se não for para cultivar

De nada adianta cativar se não for para cultivar

Existem pessoas que são especialistas em cativar, seja com sorriso, com palavras ou até mesmo com atitudes. Pessoas que no começo da conquista se mostram as melhores. Pessoas que nos fazem acreditar que dessa vez irá ser diferente. Mas de nada adianta cativar se não for para cultivar.

De nada adianta dizer palavras bonitas se as atitudes demonstram o contrário. Mandar flores para conquistar e depois mostrar espinhos, como quem fere com aquilo que diz e faz.

O que importa se ele (a) decora aquela poesia nos primeiros encontros e parece realmente interessado (a) em você, se depois de um tempo acha bobagem os seus sonhos e ignora as suas dores. Cansei de ver pessoas se machucando por acreditarem novamente que iria dar certo.

“Ah mais no começo ele(a) era tão diferente”

No começo era romântico (a), era interessante, era charmoso (a), era educado (a). No começo era interessado em conversar e depois mal conseguia ouvir você reclamar que estava com dor de cabeça.

De que adianta cativar? Se depois a flor murcha, as palavras tornam-se mentiras e o coração apaixonado fica machucado. Eu sei que no momento da conquista queremos parecer as melhores pessoas do mundo e porque não manter isso e oferecer ao outro a sua melhor versão? Isso não implica em deixar de ser você, mas vestir uma máscara apenas para “enganar” o outro e fazê-lo acreditar que você é assim é um grande erro. Um erro que não dura muito tempo, um erro que não leva ao compromisso e talvez (pensando alto aqui) seja justamente essa a intenção de muitos. Cativar, encantar, mostrar quem você realmente é para o outro desistir. Esse prazer em saber que alguém nos deseja, nos quer por perto mesmo o outro não estando nem um pouco interessado é dessas coisas estranhas da vida que talvez eu nunca consiga entender. Não entendo quem cativa com a intenção de ir embora, quem faz o sentimento brotar sabendo que irá partir a qualquer momento. Quem finge, mente e engana apenas para se sentir desejado.

Por isso, de nada vale cativar senão for para cultivar. No início da conquista – fase boa- as coisas são realmente mais intensas. Estamos empolgados em mostrar ao outro que vale a pena. Em mostrarmos o nosso melhor lado, o problema está em deixar isso morrer ou simplesmente fingir apenas para conquistar. Brincar com o sentimento alheio e com as suas expectativas não é certo. Seja você, sempre você. Mostre apenas aquilo que você pode continuar oferecendo ao outro. Não invente que gosta de tal música ou que adora aquela banda só para agradar. Não finja gostar de comida japonesa e que tem paixão por futebol se você detesta os dois. Pare de tentar se encaixar em padrões, de tentar ser aquilo que você acha que o outro espera, porque na maioria da vezes, o outro espera apenas que você seja você.

Imagem de capa: View Apart/shutterstock

Você já agradeceu hoje? A poderosa energia da gratidão.

Você já agradeceu hoje? A poderosa energia da gratidão.

Você já agradeceu hoje? “Mas agradecer ao quê”? Ora, agradecer por você estar aí em pé, sentado, deitado, respirando, caminhando, ter dormido esta noite numa cama confortável, com um teto sobre a sua cabeça, ter tomado banho, até quentinho, ter feito as três refeições do dia, ter tomado água limpa, ter dinheiro para pagar seu transporte, ter o seu transporte, seu trabalho, seus ganhos, seu talento, sua inteligência, sua saúde, sua voz para comunicar , sua audição, poder enxergar, ter discernimento, inteligência, um filho, que está na escola e com saúde, ter amigos, família, pelas bênçãos que chegaram e àquelas que estão a caminho… Você já agradeceu?

É hábito reclamar. É necessário trocar reclamação por gratidão. Quando percebemos que nossas realidades são resultado da nossa vibração mais dominante passamos então a ter o senso de responsabilidade. Isso é o princípio da física- ação e reação. Além disso, a gratidão desbloqueia o fluxo da abundância, conecta com o coração e com a energia mais poderosa do universo: o amor.

Passamos a ter olhos mais amorosos para a vida, e entender que é preciso agradecer por aquilo que se tem e aquilo que está a caminho, como algo já concreto em nossas vidas. A gratidão garante o que é bom e traz sempre o que pode ser melhor.

Pessoas que reclamam costumam ter a vibração baixa e dessa forma a vida delas se torna bastante bagunçada já que interagem assim com o campo quântico. A vibração dominante delas é a da reclamação e naturalmente pessoas se afastam. Ninguém consegue conviver com um reclamão. Elas acabam ficando bastante solitárias. É importante trocar este hábito para ter acima de tudo, qualidade de vida.

Não começar frases com “ai”, por exemplo… Essa interjeição acompanhada da reclamação sintoniza com uma vibração que não favorece o campo vibracional. Perceba o lado positivo das coisas. Seja mais responsável por aquilo que você emite, pela realidade que você cria.

Se te perguntarem como você está, esteja bem. Como vai a casa, as finanças a família? vai bem…

Pense antes de expor seus problemas e perceba se realmente vale a pena expor sua vida e sintonizar nesta vibração;

Agradeça! Encontre motivos para agradecer. Eu entendo que muito mais fácil reclamar, porque o ato de reclamar tira toda a responsabilidade de quem reclama. Trocar a reclamação por gratidão te torna uma referência e luz na Terra. São tempos em que mais pessoas precisam seguir as boas referências de condutas.

É preciso lembrar da gratidão, dos elogios, dos olhares amorosos e sorrisos. Importante agradecer até mesmo quando a situação não é agradável. Sempre há o que agradecer. E isso não é ser otimista, é agir com inteligência, porque dessa forma o universo pode trabalhar a nosso favor. Ele pode refletir aquilo que estamos emitindo, não tem erro. O universo vai sempre nos dar de volta aquilo que estamos vibrando em maior dominância. Se você está vibrando a gratidão, o amor, a compaixão, o universo responde em chuva de bênçãos.
Agora, se você só reclama, acha tudo ruim, ou que nada dá certo, se prepara para a avalanche de coisas negativas que chegarão até você. Isso não é Deus te punindo é você mesmo criando a suar própria realidade.

Por isso é importante ser dono da própria realidade, comandar a própria vida dentro da responsabilidade. Somos co-criadores a todo momento. Estamos com o pincel e tinta na mão. Que tela você quer pintar hoje?

Comece o dia agradecendo que eu tenho certeza que seu dia será diferente, muito mais positivo, harmonioso, amoroso e repleto de abundâncias.

Imagem de capa: Kitja Kitja/shutterstock

Sobre as palavras: elas podem matar ou ressuscitar os sonhos de uma pessoa.

Sobre as palavras: elas podem matar ou ressuscitar os sonhos de uma pessoa.

Se tivéssemos a real noção do poder que as palavras possuem, acredito que pensaríamos muito antes de pronunciá-las. Não seria nenhum exagero a afirmação de que, dependendo do contexto, uma simples palavra poderá definir o futuro de alguém. Por trás de muitas trajetórias bem sucedidas, nas mais variadas perspectivas, existe, além de muita atitude, um repertório de palavras encorajadoras e de afirmação. De modo análogo, existem muitas palavras aniquiladoras que contribuíram para as trajetórias fracassadas. Não raro, nos deparamos com pessoas que nada possuem do ponto de vista financeiro ou intelectual, porém, suas mentes estão recheadas de sonhos que funcionam como uma bússola para elas. Se esses sonhadores, por alguma razão, compartilharem seus sonhos com pessoas opressoras, eles estarão correndo um sério risco de assassinar o que carregam de mais sagrado: a crença em si mesmos. As palavras, tanto as encorajadoras, quanto as castradoras, poderão vir de qualquer pessoa, entretanto, vale lembrar que os efeito delas serão mais potencializado quando vindas de alguém que possua algum vínculo significativo com o receptor. Diante disso, é imprescindível que a família nuclear, especialmente os pais, estejam atentos às palavras que são dirigidas aos filhos, principalmente às crianças. Essa vigilância com o que falam precisa ser exercitada em tempo integral, especialmente nos momentos em que a paciência esteja por um fio. Embora sem a intenção de machucar e comprometer a autoconfiança dos filhos, esse poderá ser o resultado diante de um momento de estresse elevado. Uma vez que uma afirmação destrutiva foi proferida pelos pais, a criança poderá acolher a mensagem como sendo uma sentença irrevogável, visto que ela não possui a devida imunidade psicológica e emocional para elaborar o que ouviu. E aquele velho ditado popular define bem o que acontece em se tratando de palavras que machucam: “quem fala, esquece, mas quem escuta, guarda”. Certamente, cada um de nós já sentiu o peso das palavras mal ditas, literalmente, nos sinalizando de que não somos bons o suficiente para tentarmos algo que gostaríamos de realizar. Felizmente, também, temos a sorte de termos guardado no baú da alma, um repertório de palavras bem ditas e benditas que nos fazem acreditar que, querer, pode, sim, ser sinônimo de poder. Costumo dizer que existem pessoas com perfis de águias vivendo como galinhas, isso devido às crenças limitantes que absorveram, inclusive por meio das palavras que ouviram ao longo da vida. Afinal, como alguém vai ter condições de acreditar em si mesmo ou de sonhar, se desde o nascimento escuta frases do tipo: “você não dá conta”, “isso não é pra você”, “isso é muito bom para ser verdade”, “você é burro”? Infelizmente, nem todas as pessoas tem a consciência do poder das palavras, então, saem por aí usando a própria amargura e o pessimismo para destruírem os sonhos alheios. E existem pessoas que tem, sim, plena consciência do poder das palavras e usam isso com a finalidade específica de destruir a motivação dos outros, agem de forma dolosa mesmo. Felizmente, existem, também, espalhadas pelo universo, pessoas que, quando abrem a boca, são capazes de promover uma verdadeira ressurreição nos sonhos que já foram sepultados. Sorte de quem encontrá-las pelo caminho. Mas podemos fazer parte desse time de pessoas que curam, encorajam, fortalecem e ressuscitam sonhos…a escolha é de cada um.

Imagem de capa: Joana Lopes/shutterstock

É melhor ficar sozinha do que investir em alguém que não te reconhece

É melhor ficar sozinha do que investir em alguém que não te reconhece

Chega uma hora que só querer não adianta. É preciso mais, muito mais. Se não está bom para você, o melhor a ser feito é deixar pra lá.

Não tem essa de ficar investindo numa pessoa como se não houvesse amanhã. Não faz sentido entregar tudo de você para alguém que não te reconhece. Vai ver a pessoa não está na mesma sintonia, acontece. Deixar ir não é desistir. Deixar ir é saber o valor que você tem.

Devemos respeitar os nossos limites. Ainda que não seja tarefa fácil, é importante sabermos valorizar a nossa jornada. As saudades que já sentimos, os amores que já vivemos, as despedidas que já atravessamos. Todas essas experiências nos trouxeram aprendizados. Não podemos ignorá-los por alguém que está conosco com meios sentimentos. Quantas vezes não achamos que valia a pena entrar de cabeça em uma relação para depois nos darmos conta de que um lado era mais intenso do que o outro? Você pode chamar isso de criar expectativas, e talvez seja. Mas também pode se tratar de alguém que entende do próprio interior. Um alguém que não faz chantagens, que não esconde emoções e que não desperta inteiros somente para depois cortá-los pela metade.

Não custa nada entendermos um pouco mais sobre nós antes de acenarmos afetos para outra pessoa. Responsabilidade emocional não é brincadeira. Ninguém está com tanto tempo assim para perder e, muito menos, com tanto amor sobrando. Porque todos temos uma cota de paciência e, às vezes, o amor também entra nessa balança do até onde vai.

É importante agirmos com sinceridade. Ninguém é obrigado a retribuir o amor de alguém. Não pode ser um fardo amar alguém. Se for assim, pare. É melhor ficar sozinha do que investir em alguém que não te reconhece. Pode doer no começo, mas passa. Ah, passa.

Imagem de capa: Maladie d’amour (1987) – Dir. Jacques Deray

Eu não tenho problemas em perdoar, mas sim em confiar de novo.

Eu não tenho problemas em perdoar, mas sim em confiar de novo.

Há quem diga que perdoar é esquecer. Eu discordo totalmente dessa frase. Para mim perdoar é lembrar sem sentir mágoa, rancor, ou sentir que aquilo que te feria continua a doer. É difícil e leva tempo, mas quando conseguimos sentimos uma paz imensa.

Depois de muitos tombos em amizades eu fiquei um tanto que calejada. Tenho medo de confiar novamente, de partilhar meus segredos, de contar as minhas loucuras. Quantas pessoas passaram pela minha vida e se mostraram ser amigos de verdade daqueles que a gente conta tudo e no final esse alguém usa de mentiras para lhe magoar. Quantas vezes achei que a pessoa que partilhava o dia a dia comigo era mesmo meu amigo, mas na primeira oportunidade provou ser o contrário. Doeu muito perceber tudo aquilo e por mais que doesse eu sabia: Era preciso perdoar. O perdão liberta não quem precisa ser perdoado, mas quem precisa perdoar.

Depois de muito tempo eu compreendi: Ninguém está livre de errar. Mas confesso que alguns errinhos nos deixam com um pé atrás. Mentiras destroem qualquer relacionamento seja ela qual for desde aquela ocultada no preço que você gastou no mercado até de onde você estava quando o (a) seu companheiro (a) te ligou. Mentiras são como analgésicos, no momento do ápice, do problema, quando você não consegue dizer a verdade, por medo de doer, você vai lá e solta aquela mentirinha inofensiva a princípio. No momento as coisas até acalmam, mas logo volta a doer e ás vezes até mais do que antes.

Nunca fui aquela pessoa que tem uma dificuldade imensa de perdoar, mas tenho sérios problemas em confiar novamente. Sou pé atrás, tenho receio de me magoar novamente. Já dei tantas “chances” e oportunidades e sinto que as pessoas não valorizaram nenhuma delas. Continuam na promessa do “eu vou melhorar” ou “isso não irá acontecer novamente”, mas na primeira oportunidade estão lá fazendo a mesma coisa de sempre. Eu desculpo e perdoo como quem precisa disso para não se machucar ainda mais, porém confesso: Demoro a recompor a confiança.
Penso que se as pessoas prezassem mais pelas amizades e por mantê-las as coisas seriam mais fáceis. A verdade é que não medimos nossas atitudes e as proporções delas na vida do outro. A sensação que tenho é que as pessoas sabem que no final eu irei perdoar. Elas se asseguram na ideia de que independente do que aconteça eu não irei virar a cara, deixar de falar, tratar mal esse alguém e assim por diante. E é se ancorando nessa “bondade” vista por muitos por aí que algumas pessoas escolhem pisar na bola um milhão de vezes e simplesmente mostram ao mundo que: Não querem mudar.

Depois da mentira, depois do engano, depois da traição, depois das falsas promessas é difícil confiar novamente, é difícil dizer que agora as coisas vão ser diferentes quando o outro continua fazendo tudo exatamente igual. Acredito que o que precisamos para confiar novamente não são palavras, mas sim atitudes que nos mostrem e nos deem a segurança de que: vale a pena confiar novamente.

Imagem de capa: Antonio Guillem/shutterstock

Sobre a responsabilidade de manter a lucidez em mundo dominado por c(EGOS)

Sobre a responsabilidade de manter a lucidez em mundo dominado por c(EGOS)

Há um ditado que diz que a arte imita a vida. Entretanto, por vezes acontece o contrário: a vida imita a arte. Um dos exemplos que confirmam isso é o livro “Ensaio Sobre Cegueira”, obra do gênio português José Saramago, já que – assim como no livro – estamos cada vez mais mergulhados em uma cegueira que torna insustentável (ou impraticável) o mínimo de humanidade que nos constitui ou deveria nos constituir.

A “cegueira branca” ou a “dura pele” a que chamamos egoísmo, infelizmente, não é uma realidade apenas “saramanguiana”. Ela está em cada um de nós, pelo menos em potencial, de modo a tornar-se evidente e quantitativamente grande em um piscar de olhos, com o perdão do trocadilho. Dessa forma, basta que alimentemos o lado escuro do coração, para que os olhos passem a não enxergar além do próprio ego ou do próprio umbigo.

A questão que se coloca, diante disso, é se o mundo no qual vivemos oferece condições suficientes para que a lucidez seja mantida. Na estória do português, as condições não são das mais favoráveis, tanto que apenas uma pessoa – a mulher do médico – permanece lúcida, sem cegar, ou melhor: “Com a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam”. Na nossa sociedade, parece que as condições não são tão diferentes, afinal o egoísmo e o individualismo são consagrados ininterruptamente como valores supremos e absolutos, de tal maneira que ser cego é a regra, enquanto a lucidez é uma rara exceção.

Apesar da realidade sombria e dificultosa, é possível se manter lúcido. Mais que isso: é condição imprescindível para que o que ainda resta de humanidade entre nós não escoe pelo ralo. Evidentemente, não é fácil. Se fosse, “Ensaio sobre a Cegueira” sequer existiria ou, no mínimo, teríamos mais do que apenas “a mulher do médico” como ser que consegue enxergar. No entanto, é necessário entender que cada um possui responsabilidade pela parte que lhe cabe no mundo, inclusive, para que a sua própria existência possa ser garantida.

Sendo assim, é uma enorme falta de racionalidade, ou deturpação desta, acreditar que um mundo construído em cima de fundamentos tão desumanizadores, como o egoísmo, possa ter qualquer tipo de sustentação. Mais hora, menos hora, ele vem abaixo. Rachaduras enormes e aos montes já são perceptíveis, pelo menos, para quem ainda consegue ou quer enxergar.

Na realidade do livro, de repente as pessoas voltam a enxergar, como se nunca tivessem cegado, como se fossem cegos que vendo, não veem. Penso que é exatamente assim que estamos: acreditando enxergar, quando já estamos cegos, presos em armadilhas que diariamente ajudamos a construir. Resta saber, quantos ainda permanecem enxergando, contrapondo-se à ordem destrutiva do mundo e assumindo a responsabilidade de manter a lucidez em mundo dominado por c(egos).

Imagem de capa: savageultralight/shutterstock

Não levem vidas de silencioso desespero. Façam das suas vidas algo extraordinário!

Não levem vidas de silencioso desespero. Façam das suas vidas algo extraordinário!

Vejo uma geração que finge ser feliz o tempo inteiro, mas esconde medos e fobias. Vejo uma geração que procura, de todos os modos, manter uma imagem de sucesso, mas não consegue ter tranquilidade para dormir à noite. Vejo uma geração que se preocupa apenas em atender aos padrões de comportamento criados por pessoas que sequer sabem que ela existe. Vejo uma geração que, por trás de uma imagem de autossuficiência, esconde tristeza, insônia, depressão e ansiedade. Vejo uma geração que deixa o tempo escorrer pelas mãos. Vejo uma geração perdendo a chance de fazer das suas vidas algo extraordinário.

Vivemos em um mundo de extrema fluidez e velocidade, o qual cobra em demasia de nós, como se nós tivéssemos que ser o gabarito do mundo, tendo respostas para tudo, saídas para qualquer tipo de situação e, assim, acabamos por ficar sobrecarregados, já que, embora queiram, nós não somos máquinas, tampouco super-heróis. Ou seja, há uma ditadura da “felicidade”, que cria modelos de “sucesso” a serem seguidos por todos que desejam ser marcados com o título de “vencedor”.

Entretanto, nesse modelo, não há espaço para o erro, para o choro e para o fracasso, já que todos são vencedores, vivendo suas vidas felizes de sucesso. Além disso, não há espaço para que o indivíduo seja quem de fato quer ser, uma vez que isso está fora do modelo de sucesso predeterminado. Diante disso, vem à minha cabeça uma indagação: se o modelo produz tantos vencedores, porque há tantas pessoas, sobretudo jovens, deprimidos? A resposta é simples: porque somos seres únicos, com personalidade própria, com nossos próprios maneirismos e idiossincrasias, de modo que criar um modelo padrão e querer aplicá-lo a todos os seres humanos é totalmente inconcebível, sobretudo se esse modelo pressupõe-se como gerador de felicidade.

Cada indivíduo é um universo e, portanto, há uma multiplicidade de desejos, ambições e sonhos que precisam ser cultivados. No entanto, desde cedo tratam de destruir os sonhos das pessoas, principalmente com a educação tecnicista que recebemos, a qual substitui os “porquês” pelos “comos”, bem como se destrói o universo lúdico e poético, para dar lugar a um mundo de pragmatismo financeiro.

Desse modo, sonhos vão sendo deixados para trás, abafados por pressão, medo de fracassar, fobias, ansiedade, tristeza, de tal maneira que, quando queremos retomá-los, temos que passar por todos esses sentimentos negativos que compõem praticamente o que nos tornamos ao abandonar aquilo que faz o coração se sentir vivo. E, assim, levamos vidas medíocres, robotizadas e medicalizadas, para, simplesmente, atender a um modelo que prometeu sucesso e felicidade. Um modelo que prometeu vidas extraordinárias.

E, como diria o poeta – “De fracasso em fracasso, vamos nos acostumando a ter vidas que não passam de rascunhos”. Todavia, o problema não são os fracassos em si, e sim acumular fracassos de vidas que não significam nada para nós, que não representam os desejos ocultos de um coração que silenciosamente chora. Vidas vazias de sentido e importância, sem traços fortes que deixam marcas. Vidas de silencioso desespero. Vidas de desnutrição existencial. E, aqui, outra pergunta vem à mente: será que não somos capazes de ter vidas que vão além de rascunhos?

Acredito que sim, embora seja necessário nos libertar das amarras a que nós insistentemente procuramos. Esquecer o que o mundo quer de nós e perguntar para o nosso mundo o que ele quer para nossas vidas. Ao decidir ser quem realmente você é, a estrada provavelmente estará vazia e escura, mas é preciso coragem para prosseguir, pois somente quando conseguimos sentir que estamos no lugar que queremos, podemos sentir o âmago da vida e substituir o silencioso desespero de uma felicidade falsa pelo canto sincero de uma vida única, marcante e extraordinária.

Imagem de capa: A StockStudio/shutterstock.

Amor mole em alma dura, tanto bate até que… fura

Amor mole em alma dura, tanto bate até que… fura

Baixei a guarda, desarmei o orgulho, passei óleo de peroba na cara e fui à luta: eu vou chover doçura nessa sua armadura de amargura.

Porque eu sei que o amor não é equação de dois iguais, e eu sei que a vida não é sempre uma loteria em que a gente conta com a sorte e com as coincidências. Em que dois seres se encontram, se apaixonam, se compreendem, se permitem viver algo num mesmo momento.

A gente se desiguala, a gente se desencontra, a gente se desconhece. Mas a gente pode escolher ter paciência ao invés de abandonar o barco com medo de perder tempo e energia. E a gente pode escolher fazer mudanças por uma delicadeza perseverante e não pela força dos argumentos.

Não te coloco no centro da minha vida, não quero mover oceanos, te convencer de nada, alterar o rumo das marés, te desestabilizar inteiro, gastar toda a minha força e vontade.

Vim aqui sem tecnologia, mecânica, engenharia. A minha arma é o amor.

E assim, sem grandes intenções, vou devagarzinho te jogando gotas de carinho a cada dia. Vou ser invisível como o vento, constante como a onda, sutil como o sol da manhã.

Devagar, eu sei, é assim, vou te tirando umas lasquinhas, um sorriso, um brilho no olhar. Vou amolecendo seu coração. Não para que a gente se funda, mas para que eu te abra para a vida.

A minha dança é gratuita, fico feliz de me expressar perto de você ou de quem seja. Sou força transformadora como a água, nasci para desestabilizar conceitos e amaciar pensamentos. Mas vou com jeito, porque sei que almas duras tendem a sair correndo com grandes impactos.

Um dia te sopro um segredo no ouvido, no outro te deixo de lado.

Não é com fúria, pressa e veemência que se abre uma ostra. É com tempo, carinho e cuidado.

Parece brincadeira, mas já vi por aí pedras de gelo virarem vapor d’água. E é por isso que eu acredito que amor mole em alma dura tanto bate até que fura.

Imagem de capa: FCSCAFEINE/shutterstock

O amor deles não estava estampado nas vitrines, mas dentro de seus corações

O amor deles não estava estampado nas vitrines, mas dentro de seus corações

 Ninguém sabia o quanto eles eram cúmplices, parceiros, o quanto haviam batalhado um pelo outro, o quanto lutavam para se entenderem, o medo que tinham de se perderem um do outro, porque, na verdade, não se preocupavam com o que os outros achavam. Ninguém imaginaria, mas nem precisava, pois eles tinham certeza.

Ninguém sabia o quanto eles eram cúmplices, parceiros, fiéis um ao outro, respeitando-se com afeição mútua e sincera. Conheciam-se como ninguém e sabiam exatamente do que o outro precisava, pois se doavam com inteireza, enxergando-se com os olhos do parceiro. Ninguém podia imaginar, mas eles tinham certeza.

Ninguém sabia o quanto haviam batalhado um pelo outro, na esperança de que ficassem juntos, apesar de tudo, a despeito de todos. Desde o início, dispuseram-se a se despir de quaisquer amarras, tornando-se livres e libertos de entraves carregados de orgulho e de incompreensão. Despiam-se, além das roupas, fundo na alma. Ninguém podia imaginar, mas eles tinham certeza.

Ninguém sabia da capacidade de entrega a que se dispunham, o quanto lutavam para entender, compreender e aceitar o outro, naquilo que ele tinha de bom e de ruim, pois visavam ao encontro do fim de noite, em que a escuridão abafa as falhas e eleva o contato, a aproximação, a fusão mágica das almas em comunhão. Ninguém podia imaginar, mas eles tinham certeza.

Ninguém sabia que choravam, decepcionavam-se, amargavam a dor da quebra de expectativas, do afogamento das promessas, do silêncio que dilacera. Desciam juntos ao fundo do poço, para então recobrar os sentidos e reforçarem a intensidade da imensidão a que se alargava sua paixão, como que se necessário sorverem as delícias da bonança que ressuscitava o amor em meio à tempestade que se ia. Ninguém podia imaginar, mas eles tinham certeza.

Ninguém sabia que eles também tinham medo de se perderem um do outro, de que a dureza fria da rotina diária imprimisse o afastamento entre suas vidas. Mas lutavam, eram verdadeiros guerreiros, quando se tratava de resguardar a pureza do amor transbordante de que se alimentavam. Sempre voltavam um para o outro. Viciaram-se um no outro, da pior e da melhor forma possível. Ninguém podia imaginar, mas eles tinham certeza.

Ninguém podia imaginar, porque não se preocupavam com o que os outros achavam, tampouco inundavam as redes sociais de fotos ou declarações, ocupados que estavam em serem par, serem seus, serem o que vinha de dentro de si mesmos, serem um do outro. Ninguém imaginaria, mas nem precisava, pois eles tinham certeza.

Imagem de capa: VAKSMAN VOLODYMYR/shutterstock

9 razões para ficar um tempo sozinho

9 razões para ficar um tempo sozinho

Pensamos tanto em estar sempre rodeados de amigos, que quase não sobra tempo para a reflexão que só a solidão consegue permitir. Contrariando o que a maioria pensa, estar um pouco sozinho também é muito importante.

Aqui apresentamos 9 razões importantes para se distanciar um pouco do mundo exterior e olhar para você mesmo. Vamos a elas:

  1. A solidão purifica a mente. Durante o dia, recebemos muita informação dos meios de comunicação, de amigos, colegas e familiares. Às vezes, não nos damos conta de como essa enxurrada começa a afetar a nossa vida de maneira negativa. Por isso, é importante estar um tempo sozinho e em silêncio, sem deixar que os outros nos incomodem.
  2. A criatividade também precisa de paz e tranquilidade. Quando estamos sozinhos e não pensamos em nada em concreto, nossa imaginação tem um momento importante de liberdade e é capaz de fazer brotar novas ideias.
  3. A solidão ajuda a fortalecer a confiança. Escutar a nossa voz interior e analisar os prós e contras baseados na nossa experiência de vida é muito mais importante do que a opinião de qualquer outra pessoa.
  4. Ficamos mais independentes. Quando estamos sozinhos, podemos imaginar e sonhar metas mais ousadas que permitem que desenvolvamos um caráter independente e autossuficiente.
  5. A solidão aguça a percepção. Ao deixarmos de lado as emoções e as preocupações com o mundo exterior, fica mais fácil tomar decisões corretas ou olhar os problemas desde um outro ângulo.
  6. Passar um tempo sozinho diminui o estresse e a ansiedade. Isso ajuda a organizar os pensamentos e a reestabelecer as forças depois de um dia cheio e tenso.
  7. A melhor maneira de se conhecer é fazer uma pequena pausa na comunicação com as outras pessoas. Isso vai te ajudar a entender o que é realmente importante para você e a conhecer melhor as suas prioridades.
  8. A melhor maneira de aumentar a eficiência é estar sozinho. Desta forma, você pode clarear os seus pensamentos, organizar metas e sonhos, e esboçar um plano de ação de acordo com as suas prioridades. Isso vai te dar novas e mais forças para realizar os seus objetivos.
  9. A solidão fortalece as relações. Acredite ou não, mas as pessoas queridas não precisam da nossa atenção o tempo todo. Quando temos tempo para entender e valorizar a nós mesmos, somos mais capazes de entender e valorizar os outros.

Fonte: powerofpositivity
Foto: news
Tradução e Adaptação: Incrível.club

A vida nos mostra quem sim e quem nunca!

A vida nos mostra quem sim e quem nunca!

Não conseguiremos reabastecer nossas energias, caso estejamos sendo usados por alguém que não entende que a vida é dar e receber, ir e vir, troca, reciprocidade. É preciso estabelecer morada junto às pessoas que saberão compartilhar, distribuir e receber amor e tudo o mais que vem junto nesse encontro de vidas, de corpos, de almas.

Muitos passam pelas nossas vidas, mudando-a de alguma forma, às vezes de maneira positiva, outras vezes nos decepcionando. Será inevitável termos que lidar com as mais variadas formas de encontros que pontuarão nossa jornada, bem como com as despedidas e rupturas, sendo a nossa postura frente a isso tudo essencial, para que permaneçamos firme no propósito de alcançar a felicidade. É preciso saber dizer sim, não e nunca!

Diga sim às pessoas que se mostrarem como são, que transpirarem o ar da transparência e da verdade. Quanto mais fortemente estivermos sintonizados com tudo o que é claro e original, mais chances teremos de evitar caminhos tortuosos de dor e desesperança. A qualidade de nossa vida em muito dependerá das companhias que trouxermos para junto de nossos jardins.

Diga não àquelas pessoas que se valem da tristeza para permanecerem em pé, que são incapazes de ser e de ver alguém feliz e que estão sempre prontas a espalhar escuridão. Não poderemos nos contagiar pelo mau-humor, pela infelicidade e pela maldade de quem fica ali ao lado emanando energia negativa. Nossa determinação em sorrir deverá ser o escudo contra quem não oferece nada além de maldade e lamentação.

Diga nunca a quem não retorna coisa alguma, quem só enxerga no outro aquilo que ele possa vir a oferecer, quem só pensa em si mesmo e trata as pessoas como objetos descartáveis. Não conseguiremos reabastecer nossas energias, caso estejamos sendo usados por alguém que não entende que a vida é dar e receber, ir e vir, troca, reciprocidade.

Diga não a quem quiser permanecer ao seu lado pela metade, sem inteireza, olhando para você de tempos em tempos, somente quando não há nada mais interessante a fazer. Ninguém merece amar intensamente alguém que ama de volta sem doação integral, alguém que apressa os passos para sair ali do lado, alguém que coloca tudo menos o parceiro na lista de prioridades.

Diga nunca a quem não transmite certeza, segurança e verdade, a quem mantém os olhos distantes e intransponíveis, a quem não desnuda sua essência, quem não se posiciona com afetividade. O mundo já se encontra por demais robótico e frio, para termos que conviver com gente que não se importa, não se sensibiliza, não se emociona nem emociona ninguém. Quem não se abre não será capaz de entender e de valorizar as ofertas alheias.

Diga sim às pessoas que transbordam sentimentos, que se dignam a entender o outro, acolhendo-o com tolerância e sinceridade, colocando-se no lugar de quem sofre, de quem chora, de quem se sente diminuto. É preciso que consigamos estabelecer morada junto às pessoas que saberão compartilhar, distribuir e receber amor e tudo o mais que vem junto nesse encontro de vidas, de corpos, de almas.

Bom seria conseguirmos saber de início quais intenções guarda cada uma das pessoas que cruzam os nossos caminhos, para que nem precisássemos nos decepcionar dolorosamente com gente que machuca e fere. Como isso é impossível, será necessário nos livrarmos o quanto antes daqueles que aparecem para escurecer, bem como nos cercarmos daqueles que realmente vêm com intensidade, que procuram e ofertam, que ficam com tudo, ao longo das tempestades e das bonanças, de mãos dadas, com os olhos voltados aos nossos. Isso é amor pra vida toda.

Imagem de capa: Olena Andreychuk/shutterstock

Um brinde aos chorões: Estudo revela que pessoas que choram são mais fortes

Um brinde aos chorões: Estudo revela que pessoas que choram são mais fortes

Texto de Jennifer Delgado

Todas as emoções não são iguais nem encontram o mesmo grau de aceitação em nossa sociedade. A emoção mais aceitada é a felicidade, basicamente porque é um sinal de segurança, confiança e êxito. Por isso nos vemos obrigados a fingir felicidade, respondemos que estamos bem e esboçamos um sorriso, mesmo que por dentro estamos destroçados. Já que a felicidade nos assegura um êxito social, nos faz ganhar amigos e transmite uma imagem de êxito.

A tristeza, entretanto, está catalogada como uma emoção negativa, uma emoção que se deve esconder e que inclusive deveríamos ter vergonha. As expressões da tristeza, com os ombros caídos, o olhar triste e o choro, são considerados sinais de debilidade e insegurança.

Uma sociedade que sempre demanda que estejamos felizes e alegres, dispostas a comermos o mundo, simplesmente é tremendamente injusta. Porque não funcionamos assim, frequentemente nos entristecemos. Estigmatizar a tristeza só serve para nos fazer sentir pior, para que pensemos que não somos o suficientemente fortes como para aguentar os problemas sem virmos abaixo.

Entretanto, na realidade as pessoas que se atrevem a expressar sua tristeza e choram, tem um maior equilíbrio emocional do que aquelas que reprimem as lágrimas e escondem seus sentimentos. Um provérbio irlandês diz que “As lágrimas derramadas são amargas, mas mais amargas são as que não se derramam”.

Por que as pessoas que choram são mais equilibradas emocionalmente?

 1. Não reprimem suas emoções

Se você se sente eufórico de alegria, esconderia seu sorriso? Se escuta um som alto na casa a noite, não lhe assustaria? Então, no há motivos para esconder a tristeza. Só as pessoas seguras de si mesma, com uma grande Inteligência Emocional, são capazes de reconhecer suas emoções e expressá-las, mesmo que estas sejam consideradas “negativas”. É necessário muita coragem para nadar contra a corrente e expressar quem você realmente é ou como se sente nesse momento. Na verdade, o filósofo Séneca afirmou que “Não tem maior causa para chorar que não poder chorar”.

Manter a mente fria e reprimir as emoções tem um grande custo, não só para nossa saúde psicológica como também física. Numerosos estudos tem vinculado a repressão emocional com um maior risco de desenvolver enfermidades como asma, hipertensão e patologias cardíacas. Curiosamente, um estudo realizado na Universidade de Standord descobriu que as pessoas que costumam reprimir suas emoções agem ante a pressão e ao estresse de maneira exagerada, com um maior aumento da pressão arterial que as pessoas catalogadas como ansiosas. Isto nos indica que essa “calma aparente” na realidade não é boa para nosso equilíbrio emocional.

2. Aproveitam as lágrimas para mudar a perspectiva

Você sabia que as lágrimas aliviam o estresse, a ansiedade, a dor e a frustação? As lágrimas no só são a água que limpamos a alma senão que também limpamos nossos olhos, para permitir-nos ver a situação a partir de outra perspectiva. As lágrimas nos fortalecem e nos permite crescer. Com já dizia a poeta uruguaia Sara de Ibáñez: “Vou chorar sem pressa. Vou chorar até esquecer o choro e alcançar o sorriso”.

Na verdade, 70% das pessoas pensam que chorar é reconfortante. E que o choro nos permite ver a situação por uma perspectiva mais positiva. Quando terminamos de chorar, nossa mente se encontrar mais clara e, e em poucos minutos seremos capazes de analisar a situação a partir de outro prisma. Isto se deve a que nossas emoções se equilibraram e nossa mente racional está preparada para entrar em ação.

3. Sabem que o choro é terapêutico

Sabia que o choro estimula a liberação de endorfinas em nosso cérebro, que nos ajudam a aliviar a dor e também fomentam um estado de relaxamento e paz? É por isto que depois de chorar, nos sentimos muito melhores e relaxados. Na verdade, foi verificado que não é conveniente cortar o choro, mas deixar que flua porque a primeira fase só tem um efeito ativador mas a segunda fase tem um efeito calmante que reduz a frequência cardíaca e respiratória, propiciando um estado de relaxamento. Ás vezes, o choro é mais benéfico que o riso.

Um estudo realizado na Universidade da Florida descobriu que o choro é profundamente terapêutico, sobretudo quando se une com um “remédio relacional”, ou seja, quando se aproxima outras pessoas e estas nos dão consolo. Também perceberam que o choro triste, esse que está destinado a criar novos vínculos depois de uma perda, tem um poder catártico.

4. Não se submetem as expectativas sociais

As pessoas que não tem medo de chorar se sentem muito mais livres, são capazes de expressar-se sem se verem pressas pelos convencionalismos sociais. Estas pessoas não tem medo de decepcionar os demais nem a mostra sua suposta “debilidade”, porque sabem que na realidade chorar não implica em nada disso.

As pessoas que choram são mais verdadeiras e não querem se ver maquiadas pelas expectativas sociais. Essa consciência as levam a serem mais livres e a levar uma vida segundo suas próprias regras. Estas pessoas são verdadeiros “ativistas” que lutam por uma sociedade mais saudável emocionalmente onde as pessoas não se veem obrigadas a esconder o que sentem.

5. Conectam emocionalmente através das lágrimas

O choro é uma das expressões mais íntimas dos nossos sentimentos. Quando choramos na frente de alguém, é como se estivéssemos desnudando nossa alma. Por isso, as lágrimas ajudam a criar um conexão muito especial, é como se conectássemos diretamente através do nosso “eu” mais profundo.

Quando uma outra pessoa “aceita” essa tristeza, sem tentar fugir dela ou nos brindar de falsas palavras de alento, simplesmente nos apoia e se mantém ao nosso lado, se cria uma conexão única. Na verdade, uma das funções das lágrimas é precisamente a de pedir ajuda, mesmo que seja de maneira indireta, mostrando nossa impotência, para que os demais se acerquem e nos conforte.
Portanto, o choro e a tristeza não devem ser percebidos como um sinal de debilidade, senão como um sinal de fortaleza interna e atenção plena. Não choramos porque sejamos débeis ou incapazes, senão porque estamos vivos e não nos envergonhamos de expressar o que sentimos.
Portanto, como dizia o poeta argentino Oliverio Girondo:
 “Chorar a lágrima viva, chorar a choros…..Chorá-lo todo, mas chorá-lo bem.(…) Chorar de amor, de cansaço e de alegria”.

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Morar sozinho é uma escolha que empobrece, mas também enobrece

Morar sozinho é uma escolha que empobrece, mas também enobrece

Só em São Paulo, mais de um milhão de pessoas vive só. E nem sempre viver sozinho é sinônimo de solidão, como mostrou o Globo Repórter exibido em agosto deste ano. Na atração, o experiente repórter Edney Silvestre acompanhou a rotina de um prédio onde 80% dos moradores vivem sós, mas sempre contando com a ajuda e até serviços de um dos vizinhos para desbancar a solidão.

O programa bateu recorde de audiência e não foi à toa. Afinal, contrastar independência e solidão com a solidariedade de vizinhos e amigos é receita quase garantida para sucesso de público.

Contudo, é importante dizer que nem tudo são flores na vida de quem opta pela independência. Segundo matéria publicada no G1 , 34% dos brasileiros que moram sem companhia em casa estão endividados. Muito por decorrência da falta de planejamento de gastos, o que equivale a dar um passo maior do que as pernas.

Estamos falando de uma grande decisão. Envolve gastos, dificuldades de todos os tipos e muita força de vontade. É preciso estar pronto para encarar a roda dentada esmagadora do cotidiano e se manter firme, sem poder esperar por apoio imediato. Geralmente, se algo sai do controle, não dá para largar tudo e sair correndo. É um compromisso que exige perseverança e, muitas vezes, sangue frio.

Guilherme Lázaro Mendes, de 23 anos, morava com a mãe num apartamento em São Paulo. Há pouco tempo ele recebeu uma proposta para trabalhar como repórter em um importante jornal de Brasília e não pensou duas vezes antes de aceitar.

“Morar sozinho sempre foi a minha vontade – tem uns sete anos que eu planejava isso. Claro que morar só tem lá suas dificuldades e seus perrengues que não tem quem cuide, mas isso é algo que se deve ter em mente antes de sair de casa”, disse.

Um pouco mais experiente na arte de se virar longe dos olhos da família, a Analista de Pesquisa de Mercado Caroline Sporrer, 38 anos, está há mais tempo morando sozinha e lidando com os dilemas da vida de solitária convicta.

“Nada na minha vida foi planejado. Foi tudo sempre na cara e na coragem. Eu sentia que tinha que ir, que tinha que fazer. Ia lá e fazia. Às vezes você sente lá no fundo. Sente o movimento. Às vezes a vida te empurra e quando vê, já foi. Comigo sempre foi assim, meio orgânico.”

GASTOS

Planejar os gastos talvez seja a tarefa mais difícil para quem decide deixar o conforto do convívio familiar. Além das contas básicas, é comum ter que lidar com despesas que simplesmente parecem pular na sua frente. No caso de Guilherme, elas incluem gastos burocráticos e viagens de táxi e uber.

“Apesar de Brasília ser um bom lugar em termos de aluguel, por contar com muitos imóveis mobiliados, estamos falando aqui de cauções para aluguel, burocracias (como reconhecer firma e tal). Fora que qualquer corrida com táxi ou uber, quando você se planejou para andar de ônibus ou a pé, pode ser considerado um gasto fora da curva”, explicou.

Antes de voltar a morar só, Caroline dividiu apartamento com um namorado por 5 anos. Depois que a relação acabou, ficou com todas as dívidas que o casal tinha adquirido de maneira conjunta. Ela então achou melhor devolver o imóvel, que estava locado em seu nome, e foi morar com uma amiga por 6 meses para economizar.

“Eu sei o quanto eu posso gastar. Em relação à casa, os gastos são fixos e estão considerados no budget do mês. O problema são os gastos fora de casa”, confessou. Segundo ela, uma das desvantagens de morar sozinha é justamente ter que arcar com todos os gastos, os previstos e os imprevistos. “Se tiver qualquer problema no apartamento, não dá pra dividir a conta. Tudo você é que tem que resolver. Não tem ninguém pra ajudar.”

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MESTRADO EM GAMBIARRAS

É provável que, por vezes, morar vai exigir de você habilidades dignas de verdadeiro jazzista, um mestre na arte do improviso. Só que, no lugar de instrumentos musicais, você normalmente estará munido de baldes, pregos, cordas e muita criatividade. É claro que nem sempre você irá conseguir alcançar o brilho de um Bud Powell ou demonstrar a força vibrante de um Ben Webster, mas se souber usar o que estiver ao seu redor, vai conseguir se virar.

“Ontem mesmo, por exemplo, depois de lavar o banheiro, senti um cheiro bem forte vindo de lá – e descobri que era o ralo, porque eu moro no segundo andar e há um retorno bem forte. Aí consegui contornar isso colocando panos úmidos sobre o ralo, e aí melhorou’, contou Guilherme. “Outro também foi o fato de eu morar numa quitinete sem local para lavar roupas. Por sorte, o senhorio deixou um desses baldes com tanquinho pra esfregar. E aí improvisei um varal – afinal de contas, ainda não recebi visitas.”

Mesmo com essas dificuldades, ele não pensa em desistir da tão aguardada independência imobiliária, pois esperava que fosse passar algumas situações cabeludas. Sabendo que não pode esperar ajuda imediata em uma cidade estranha, ele adota o velho lema “faça você” mesmo e tem dado certo até o momento.

“Eu encarei como um passo sem volta Foi um passo pensado para ser um só mesmo, sem volta.”

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SOLIDÃO

Pergunto aos entrevistados o que acontece quando a solidão aperta. Se ela vez ou outra os incomoda.

“Não. Eu gosto de ficar sozinha. Necessito. Se não fico sozinha por um tempo eu fico doente. E quando dá vontade de ver gente é só ir pra rua”, responde Caroline. Para ela, a vantagem está justamente em poder se desligar do mundo.

“Você bate a porta e está no seu mundo, no seu canto. Ninguém pode te acessar, a não ser que você queira. Não tem que fazer sala pra ninguém. Não tem que conversar com ninguém se não quiser. Você pode fazer o que bem entender, sem não se sentir julgado ou observado”, detalhou. “Então, morar sozinha pra mim se traduz em uma certa liberdade. De não ter que ficar pensando no que pessoa vai pensar se eu isso, se eu aquilo. Entende? Resumindo você ganha em liberdade, intimidade, privacidade e tranquilidade. Você tem que lidar apenas com as suas neuras, suas manias.. não com as suas e as dos outros.”

Namorando há quase 1 ano, ela e o parceiro conversaram sobre a possibilidade de dividirem o mesmo teto. No entanto, afirma que ainda se sente hesitante entre a vontade de ter seu próprio espaço e morar novamente com outra pessoa. “Para abrir mão do meu espaço tem que ser algo muito especial. Eu amo ele, mas ainda não quero abrir mão desse momento eu comigo mesma. Só eu e eu. É bom demais!”.

Já o jornalista forasteiro recém-chegado à cidade dos planaltos, palácios e alvoradas, diz que já se sentiu incomodado, mas por ter se mudado há pouco tempo, não sabe se pode chamar realmente de solidão. “Não deu tempo de fazer tantos amigos”, justifica. “Ela pode ser um problema sim, e eu espero resolver isso antes que seja um problema e eu viva do trabalho pra casa e de casa para o trabalho.”

SEM PRESSA

Seja em busca de espaço, liberdade ou mesmo de aprovação, um grande número de pessoas se lança diariamente na mudança para morar sozinho – sem contar aqueles que o fazem porque se sentem pressionados a sair da casa dos pais para não serem taxados de “filhos cangurus”.

O conselho de Caroline e Guilherme para quem pensa em arranjar seu próprio ninho é: pense, planeje e… não tenham pressa.

“Só vá se você realmente tiver condições sem comprometer metade da sua renda. Porque não tem a menor graça morar sozinho e ficar passando perrengue. E escolha um lugar que seja perto dos locais que você curte frequentar ou de fácil acesso. Morar sem companhia num lugar isolado é horrível. Vi amigos que viveram isso e o sonho virou pesadelo”, adverte a moça.

“Eu diria para fazer sem pressões – não vale a pena se mudar por impulso, nem com remorsos de quem ficou em casa. E que é necessário entender que você vai precisar de ajuda para se organizar num primeiro momento. Acho que esse é um bom roteiro para conseguir ser feliz morando sozinho”, complementa Guilherme – que, espero, já tenha devolvido o balde ao senhorio.

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Eu peço a um anjo que leia essa carta para os meus pais.

Eu peço a um anjo que leia essa carta para os meus pais.

Mãe, a senhora não sabe ler. Pai, o senhor mal soletrava as palavras e, a essas alturas, aos quase 80 anos, a sua visão deve estar bem fraquinha e o senhor não levou os seus óculos para o céu.

Por isso eu pedi a um anjo que leia essa carta para vocês. Eu só quero falar algumas coisas que eu nunca disse enquanto estavam aqui comigo.

Na verdade, quero mesmo é agradecê-los e falar de uma saudade que me disseram que passaria com o tempo, mas que tornou-se presença constante.

Pai, eu virei escritora, sabia? Vou te lembrar de quando isso começou: foi lá no nosso sítio, quando eu tinha uns 9 anos. Eu me lembro, pai, do dia em que o senhor foi na minha escola buscar meu boletim e a professora Hergina me elogiou muito e te disse que eu estava escrevendo muito bem e que não errava nenhuma palavra nos ditados.

Vi em seu semblante o orgulho estampado, daí voltamos para casa montados no cavalo Roxão. No caminho, o senhor me disse: “minha fia, a partir de hoje é você que vai escrever as cartas para os seus tios lá de Brasília”. Eu gelei, pai, fui pega de surpresa e não me sentia preparada para aquela atribuição, mas o senhor parecia saber o que estava fazendo.

Daí, chegamos em casa, e o senhor pediu para que eu lavasse as mãos, levou a nossa mesa para debaixo do pé de manga que ficava na lateral da nossa casa, levou também o banco, o seu caderno que era reservado só para as cartas e a sua caneta.

Ah, o senhor deixou claro para os meus irmãos que não queria ninguém fazendo barulho por perto.

Então sentamos no banco e o senhor começou a ditar a carta que seria entregue ao tio Porfírio, começou mais ou menos assim: Fazenda Brejão, município de Posse – Go…a data…Prezado e querido mano. O senhor ditava pausadamente, enquanto conferia a minha caligrafia. Quando terminava a carta, o senhor me pedia para ler novamente e assinava. Em seguida dizia: “a minha carta tá pronta, agora, do outro lado do papel, você escreve o que quiser para o seu tio”. Então, no verso da carta sempre tinha uma mensagem de minha autoria.

A carta era enviada e, tempos depois, respondida. Meu tio sempre elogiava a carta, a caligrafia etc. Então eu fui promovida a “escrevedora” de carta do senhor e de alguns vizinhos. Aquilo virou uma paixão, pai, eu podia perceber que o senhor acreditava em meu potencial e era tudo o que eu precisava para acreditar em mim também.

Com sua simplicidade de caipira, o senhor plantou em mim um amor desenfreado por escrever cartas, tempos depois, redações, poesias e textos e sei que isso evoluirá para muitos livros. Prometo, em todos os meus livros, fazer uma dedicatória para o senhor, tá bom? Pai, muito obrigada por ter me apresentado essa paixão que tanto me alegra a alma e que alegra muitas outras pessoas também, pena que o senhor não está aqui para dividir essa alegria comigo.

Mãe, para a senhora, eu quero falar de uma lembrança linda que tenho: nós duas molhando a horta na beira do rio. Todas as vezes que sinto o cheiro de coentro e de cebolinha, eu viajo nas lembranças, mãe. Aquela horta linda e bem cuidada, aquele rio maravilhoso, os pássaros cantando nas árvores e nós duas dentro do rio jogando água nas hortaliças com uma cuia feita de cabaça. Ah, mãe, outra coisa: foi com a senhora que eu aprendi a amar os animais.

Lembro do seu cuidado com os bichos no nosso sítio, do seu zelo e paciência com os animais que tinham alguma deficiência e da sua indignação quando via alguém com espingarda ou estilingue passando na estrada. Obrigada por esse legado, mãe, isso para mim é uma riqueza.

A tua saudade corta feito aço de navalha (Pena Branca e Xavantinho). Estejam com Deus, até um dia, meus eternos amores.

Imagem de capa: I.Dr/shutterstock

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