Os três jeitos de dar errado no amor!

Os três jeitos de dar errado no amor!

Por Rosana Braga

Em geral, prefiro me concentrar no que fazer para dar certo. Só que, ultimamente, me dei conta de que sugestões para facilitar, melhorar, ajudar e fortalecer o amor existem centenas. Tanto que tenho falado sobre elas por anos, escrito livros, gravado vídeos e desenvolvido cursos que já ajudaram muitos e muitos casais.

Então, fiz o inverso e pensei sobre o que faz o amor dar errado. E percebi que, felizmente, só há três jeitos de estragar tudo. De ficar sozinho para sempre. De passar a vida se lamentando pela falta de sorte. E são eles:

1- Não tentar. 2- Tentar sem saber. 3- Desistir.

Simples assim. Direto ao ponto. Explico: para começar, tem uma música do Jorge Vercillo (Monalisa) que revela bem o que significam nossos amores vividos. Não existem erros, mas pontes, preparação para a chegada:

“(…) Não se prenda a sentimentos antigos. Tudo que se foi vivido me preparou pra você.

Não se ofenda com meus amores de antes. Todos tornaram-se pontes pra que eu chegasse a você (…)”.

Seguindo essa lógica funcional, “não tentar” é desperdiçar aprendizado. É ignorar a vida e suas infinitas possibilidades de ser feliz. Não tentar é se render ao medo de sofrer caindo na armadilha de sofrer sempre, sem sequer se arriscar a sentir paixão, alegria e tantas outras sensações maravilhosas as quais o amor nos inspira. Não tentar é ser egoísta a ponto de privar o mundo de sua singularidade e, pior do que isso: é privar aquele alguém que tanto tem te procurado de chegar até você.

“Tentar sem saber” é tentar sem escolher. É ficar por carência, por falta de autoestima, por medo da solidão. Tentar com o primeiro que aparecer pela frente, mesmo enquanto sua intuição grita para você não fazer isso. É não se questionar sobre o que realmente você quer, sobre o quanto você merece, é “atirar para todos os lados”. E isso enfraquece o coração, desgasta a essência, suja você por dentro e te faz acreditar que você não nasceu pra ser feliz no amor.

E “desistir” te coloca no hall dos derrotados. Só perde quem desiste. Acreditar que tudo sempre será igual e que você já tentou muitas vezes e só cometeu erros é não entender nada sobre os lindos versos da música que citei. É arrogância. É achar que você já sabe tudo, sendo que você não aprendeu nada. Basta se olhar. Entrar em contato com toda a sua história. E certamente terá muito o que aprender com todos os amores vividos.

Cada encontro é uma aula. Cada pessoa é um mestre. Cada amor é um presente. Abra as portas e as janelas da sua alma. Olhe para fora, mas mantenha-se dentro, atento e consciente sempre. O amor está no ar! Isso é fato!

Há uma coisa que você pode ter certeza: se tentar com consciência, autoestima e noção de merecimento; se não desistir por achar que cada “the end” foi um erro; se persistir aprendendo e evoluindo; se enxergar pontes em vez de abismos, mais cedo do que imagina você encontrará o amor!

E nesse momento você se dará conta de que cada passo valeu muito a pena, e que você faria tudo de novo se fosse preciso, só para garantir esse amor de agora, que dá sentido a todo o caminho percorrido!

* Rosana Braga é consultora de relacionamento do ParPerfeito, psicóloga, palestrante, jornalista e escritora.

Imagem de capa: lzf/shutterstock

Querem tanta coisa da gente, só não querem que sejamos felizes

Querem tanta coisa da gente, só não querem que sejamos felizes

Tente imaginar a seguinte cena:

Dois colegas se encontram:
– Oi. E aí, como você está?
– Ah, eu estou bem e você?
– Tudo ótimo.
– Que bom.

Realidade:

“Eu não estou bem. Mas, pra que falar para o outro que estou com problemas? Ninguém quer ouvir as dores do outro não.”

“Poxa eu estou cheio de problemas no trabalho. Em casa as coisas não andam bem. Temos problemas financeiros, mas não posso deixar que as pessoas saibam disso.”

Máscaras: Vivemos de máscaras. Mascaramos nossas dores, nossos medos e nossos problemas para parecer bem em uma sociedade doente. Evitamos falar sobre nossas angústias por medo da exposição. Evitamos falar que não estamos bem por medo do que vão dizer de nós. E, nesse caso, eu estou falando de mim e de como por muito tempo mascarei meus sentimentos, minhas dores, minhas angústias e meus problemas. Afinal, eu não poderia falar delas, pois eu achava que as pessoas não entenderiam. E sabe? Nem sempre entendem mesmo. Dói muito ver amigos de quem você esperava apoio que, ao invés disso, nos julgam gratuitamente. Dói não receber acolhimento de quem achávamos que poderia nos abrigar em seu abraço. Então a gente vai se bloqueia e mente para parecer bem quando de fato não está. Não podemos ser frágeis, pois exigem que sejamos fortes o tempo todo. Querem que a gente não tenha problemas e que saibamos enfrentar os dilemas da vida. “Sem essa de recuar”, é o que dizem. Querem que a gente saiba de tudo e tenha certeza sempre. Querem, ainda, que sejamos capazes de levar a faculdade sem reclamar e que aguentemos quantas noites de estudo forem precisas. No trabalho você também não pode ser “mais ou menos” ou nunca receberá uma promoção. Querem o nosso máximo a todo custo e de todo jeito. Querem quem aos 30m já tenhamos um bom emprego, uma casa e uma família. Aos 20 você já precisa saber qual profissão quer exercer para o resto da vida. Querem que tenhamos estabilidade financeira o mais rápido possível e sem essa de indecisões sobre o que quer da vida. QUEREM DECISÕES. E vamos nos envolvendo nessa pressão que nos é imposta. Adoecemos, mas não falamos. Vamos tocando a vida do jeito que dá. Querem que a gente tenha um relacionamento estável, uma boa profissão, querem que a gente não demonstre cansaço porque isso é preguiça. Querem tanta coisa da gente, menos que sejamos felizes.

A gente não precisa ser o que o mundo quer que a gente seja. Nós podemos ser mais do que isso. Podemos ser o jovem com 20 anos que ainda está em dúvida quanto a qual curso escolher e se realmente deseja fazer uma faculdade. Nós podemos ser alguém com 30 anos que trocou a casa e os filhos por viagens. Podemos ser a mulher com 22 anos que decidiu casar mesmo com todo mundo dizendo que ela é nova demais para isso. Nós podemos ser aquilo que nos faz feliz porque é isso que, na maioria das vezes, não querem os outros. É isso que desejam roubar de nós: os nossos sonhos, o nosso tempo, as nossas decisões.

Não caia na cilada de fazer coisas para superar as expectativas alheias ou para agradar os outros. Agrade a você. Isso já é grandioso demais. Não perca tempo vivendo uma vida para os outros.

Imagem de capa: Johan Larson/shutterstock

O perdão depende exclusivamente do seu coração

O perdão depende exclusivamente do seu coração

O perdão é um ato que não depende do outro. Depende exclusivamente do seu coração. Da sua disposição para perdoar e seguir.
 
Não há barreira maior que aquela que colocamos em nossos corações, por meio do orgulho, medo, teimosia, ego.

Quando nos despimos disso, dessa necessidade de estar certo, do vitimismo e passamos a compreender que todos os atos e efeitos de nossas vidas foram de alguma forma atraídos por nós, temos uma maior compreensão dos processos, encontramos o entendimento, o caminho da cura e mais sabedoria para lidar com o nosso emocional.

“Sua consciência pessoal é responsável por tudo aquilo que vem para a sua vida e experiência pessoal. É sua consciência pessoal que traz para você o bem ou o mal”. (As Cartas de Cristo).

Você pode imaginar que jamais teria atraído algo parecido pra você, e que aquilo que chegou certamente foi enviado ao endereço errado. Mas, de acordo com as Leis Universais, nada está fora do lugar. Tudo é como tem que ser, tudo é perfeito.

E partir dessa de co-responsabilidade com a realidade é que compreendemos que tais experiências foram atraídas por nos seja para um resgate, uma vivência necessária, uma ação de efeito, trazida pelo seu subconsciente por vezes impregnado com traumas e emoções até mesmo trazido de vidas passadas, que podem irromper sua vida atual.

O perdão é uma arma poderosa, usada por uma alma nobre. E essa nobreza vem da humildade, vulnerabilidade, compaixão e verdade.

É preciso abandonar o preceito de que aquele que nos ofendeu merece todo o nosso ódio, desprezo, frieza e dessa forma devemos ser vingativos.

Não são somente aqueles que nos amam que merecem nosso amor. Na verdade, aqueles que nos feriram são os que mais precisam dele.

A vingança parte de uma fraqueza, de uma ação de ódio que envenena ainda mais as relações, e torna o que já era difícil ainda mais insuportável, podendo resultar em doenças físicas e psicológicas, traumas e novas mágoas. Não há evolução quando não há perdão. Fica como que estagnado, a realidade doente e sem possibilidade de cura para ambos.

O perdão é o mais sincero ato de amor que favorece a cura dos dois lados.

E não, não é necessário conviver com quem o magoou. O perdão não quer dizer “conviva com seu malfeitor”- mas sim, desprenda-se de todo sentimento negativo em relação a esta pessoa!

Há um engano em pensar que perdoar significa voltar a ser como antes e a aceitar a pessoa por perto. Há relações e pessoas tóxicas que o melhor caminho é o desprendimento de tudo o que nos faz mal. O afastamento da sua energia.

Porém, estamos nos transformando a todo o momento, e dessa forma é possível compreender também que as segundas chances são também importantes para as regenerações. Se você sente em seu coração esta necessidade, faça sem pensar no julgamento alheio. Seja livre em suas escolhas.

Estamos na escola da vida onde todos somos passiveis de erro, onde de fato aprendemos com eles, e só mesmo as relações humanas nos colocam em prova.

“Relacionamento é, sem dúvida, a universidade dessa grande escola da vida. ” Prem Baba

Ser mais tolerante e compassivo é matéria de estudo e prova prática.

Perdão é uma palavra derivada do latim que de forma abrangente significa “liberar tudo”. Quando você conseguir soltar o veneno que carrega em seu ser em relação a determinada pessoa, é que de fato você conseguiu perdoar.

Pode não ser tarefa fácil para muitos seres, e isso vai depender do quanto de amor esta pessoa carrega em seu coração.

Amor genuíno, amor ensinado por Jesus Cristo.

Deixar ir é um dos segredos da vida e o perdão faz parte disso. É a chave da libertação, da cura e que permite todo ser avançar!

É permitir apagar as memórias ruins para que não se enraízem e cresçam em nosso subconsciente, para que possamos atrair experiência positivas e não repetitivas.

“Sinto Muito, Me Perdoe, Eu Te Amo, Sou Grato”.

O processo do Ho´oponopono é de ser perdoar, agradecer a si próprio e enviar amor a si mesmo. É cura das memórias e do sofrimento.

Não há como controlar as ações de alguém contra nós, mas podemos escolher a melhor forma de agir diante de cada situação.

Purifique seu coração no amor.Abra seu chacra cardíaco para as experiências da vida.
A energia do Ho´oponopono permite desenvolver uma confiança em si, uma fé na alma para que a mente possa soltar o controle e o intelecto dar espaço para a intuição do coração.

Até hoje utilizamos muito o plano mental, o intelecto. O ego está ligado a esta esfera. Chegou o momento de sermos menos racionais e mais emocionais, mais alma, mais seres espirituais. O campo do coração favorece este entendimento. É hora de ativá-lo para as novas compreensões da vida, para uma regeneração no amor.

Tudo parte de nós. Se você quer um mundo pacifico, seja um ser pacifico. Se você deseja um mundo mais amorosos, seja este ser amoroso. A fragrância do seu ser ira inundar o planeta e atrair pra você lindas bênçãos.

Não seja como o camelo que carrega pesos desnecessários, e não questiona suas fraquezas. Busque se tornar uma criança novamente, inocente, mas repleta de sabedoria e amor.
 
Imagem de capa: fizkes/shutterstock
 

O amor certo virá na hora certa!

O amor certo virá na hora certa!

“Deve haver por aí alguém que aceite minhas imperfeições, minhas loucuras, minhas indiscrições, minha rebeldia, meu excesso de emoção. Vai saber…”
(Fernanda Mello)

Ah, se o amor correspondido fosse uma certeza, que beleza seria amar e quanto choro seria evitado. Não, o amor nem sempre tem retorno. Não, nem sempre seremos a escolha de quem escolhemos. Lidar com esse nó que o gostar unilateral provoca será uma das travessias mais dolorosas que enfrentaremos.

Às vezes, a gente tem tanto amor para dar, tem tanto a compartilhar, quer fazer tantas coisas juntas com alguém, mas pode ser que esse alguém não queira o mesmo, ou queira, porém com outra pessoa que não nós. Nem sempre o amor é justo, sob o nosso ponto de vista, porque dói demais ter que ver lá longe quem a gente queria bem juntinho. Dói muito.

O mesmo ocorre em relação a pessoas por quem temos o maior carinho. Muitas vezes, desejamos a amizade de quem não corresponde o mesmo afeto por nós. Ninguém consegue explicar direito o porquê de certas pessoas atraírem o nosso afeto, da mesma forma que não se explica a não correspondência a esse sentimento por parte de algumas delas. E sofreremos, tanto por amigos que não querem ser amigos, como por amores que não querem ser amores.

A questão é saber lidar com os momentos em que não seremos escolhidos por quem queríamos, em que o não virá na forma da dor amorosa. Vamos nos sentir muito mal, vamos chorar e, por vezes, até iremos nos desesperar, porque a rejeição traz desesperança e mina a nossa autoestima – iremos nos sentir feios, desprezíveis, indignos de amor. Será uma travessia dolorosa, só nossa, até que consigamos entender que sempre há alguém precisando de amor – do nosso amor.

A gente tem que sentir a dor, chorar e passar pela tempestade, porém, por mais que doa, fé e luta serão necessárias, porque a tristeza engana a mente, rouba os sonhos e leva embora as esperanças que nunca devem sair de perto da gente. Cada um terá seu tempo para poder sair da dor, isso não se julga, mas é preciso tomar cuidado com o apego à pedra em que tropeçamos. Portanto, acredite: o amor certo virá até você na hora certa.

Imagem de capa: Predrag Popovski/shutterstock

As minas de Sampa

As minas de Sampa

Se você é mulher e vive ou está de passagem por essa cidade loucamente maravilhosa que é São Paulo… você precisa ler este texto misturado de dores e delicias.

Viver nessa cidade é para os fortes e doces seres que sabem da arte de se equilibrar, entre os desafios de vencer distâncias, obstáculos e intempéries e as maravilhas de um mundo cheio de oportunidades, novos caminhos e inovadoras ideias.

As minas de Sampa são as minas de qualquer parte do mundo. Porque aqui nesse espaço, onde parece faltar espaço pra tanta gente… há lugar para todas nós.

Lugar esse que ainda precisa ser batalhado todo santo dia, para que o que já foi conquistado não se perca, e o que ainda está longe de ser uma garantia, possa começar a ser olhado como algo com o que já se pode sonhar.

As minas de Sampa não tem medo de trabalho, não fazem corpo mole, nem coração duro.

Ser mina em Sampa é enfrentar horas no “busão”, serpentear de bike pelas ciclofaixas, pilotar sob capacetes coloridos, aprender a manobrar carrinhos ou carrões em vagas improváveis, virar sardinha nos vagões da CPTM ou do Metrô. Tudo sem perder o glamour, claro! Seja no salto ou de All Star.

Ser mina em Sampa é dar um rolê na balada, almoçar pastel de feira, carregar marmita na bolsinha térmica, curtir um expresso com pão na chapa da padoca, sair da dieta com bolacha recheada (bolacha, não biscoito! rs).

É tomar uma breja com a galera do trampo. É chamar uma pizza no domingo à noite. É curtir a Paulista em qualquer ocasião. É amar livrarias e sebos com a mesma paixão. É pegar um sol ou uma sombra no Ibira. É curtir um japs ou uma feijuca no sábado! O que pintar!

Ser uma mina de Sampa é dessas coisas que enchem a gente de amor e orgulho. Porque aqui em Sampa toda mina é bem-vinda pelas outras minas que já aprenderam que o que nos faz mais fortes é sermos ligadas umas nas outras. E que se alguém mexer com uma, terá mexido com todas.

Ser mulher é uma delícia. É trazer dentro da alma mil jeitos de ver o mundo. É aprender que somos cíclicas, intermináveis em nossos processos de evolução, e infinitas em nossa capacidade de viver muitas vidas numa só.

Ser mulher é lindo! Mas.. ser uma mina de Sampa… Ahhhh… isso é tipo.. top! Sacou?!

Imagem de capa: Filipe Frazao/shutterstock

Eu aprendi uma lição com minhas unhas artificiais

Eu aprendi uma lição com minhas unhas artificiais

De uns tempos para cá, minhas unhas ficaram quebradiças e frágeis. Além do desconforto estético, existe o incômodo da dor, pois algumas quebram ao meio, ainda na carne, impossibilitando que eu as corte.

Como sou muito vaidosa, fui logo em busca de uma profissional que faz alongamento de unhas. Ela colocou sobre as minhas frágeis unhas, uma aplicação de fibra de vidros. Não vou explicar o procedimento porque não saberia de fato como é feito, mas as informações sobre ele estão disponíveis na internet.

O resultado ficou fenomenal, saí do salão deslumbrada. Eu estava, simplesmente, encantada com minhas mãos. Nossa, como aquilo fez bem à minha autoestima! Acontece que, em alguns momentos, eu me lembrava de que embaixo daquelas unhas glamurosas existia uma realidade nada bonita: as minhas unhas quebradiças e frágeis, nada saudáveis. Isso me entristecia por alguns instantes, mas, passava logo.

Não faltaram elogios, eu fiquei, de fato, muito envaidecida. A cada 30 dias eu voltava à profissional para fazer a manutenção das unhas artificiais. Inevitavelmente, aquela sensação de estar negligenciando a minha saúde passou a me visitar com mais frequência. Percebi que as novas unhas eram uma máscara que eu usava para ocultar uma realidade que me desagrada. As minhas unhas precisam de um dermatologista, não de uma manicure especializada em alongamento.

Afinal, se minhas unhas, que sempre foram saudáveis, estão quebradiças, alguma alteração está acontecendo em meu organismo. Talvez uma alergia ou mesmo uma deficiência de algum nutriente. Não sei ao certo, mas eu tenho que investigar e não recorrer a um recurso que tem um efeito meramente estético. Sem contar que não descarto a possibilidade de o procedimento estético ter agravado a saúde das minhas unhas.

De tanto me incomodar, decidi retirar aquelas unhas lindas e falsas. Optei por iniciar um tratamento com um dermatologista. O tratamento vai requerer gastos e muita paciência, mas quero minhas unhas saudáveis e resistentes de volta.

Toda essa experiência me levou a refletir e traçar paralelos com outros contextos. Me fez pensar nas pessoas que estão adoecidas emocionalmente, mas que não buscam um tratamento psicológico e/ou psiquiátrico. Correm de uma psicoterapia como o diabo foge da cruz, chegando, inclusive, a dizer que psicólogos são para doidos, e que não é o caso deles(as). Essas pessoas preferem mascarar suas dificuldades com algumas compulsões relacionadas à alimentação, drogas, compras (mesmo sem poder) etc.

Existem tantas estratégias que usamos para mascarar alguns desconfortos, não é mesmo? Não faltam artifícios. De fato, não é fácil encarar algumas realidades, isso requer, dentre outras posturas, força, determinação e humildade. Retirar as nossas máscaras, implica coragem para encarar uma realidade nada bonita que, por vezes, elas escondem. É preciso muita raça para despir-nos diante de nós mesmos. Não me refiro à nudez diante do espelho do nosso quarto, mas, sim, da nudez da alma diante da nossa consciência. É mais fácil tentarmos desnudar a vergonha alheia, dessa forma, esquecemo-nos da nossa.

Arrancar a máscara do “não tenho tempo” para aquilo que precisamos fazer, mas nos esquivamos porque não é prazeroso. Tentar entender o que tem por baixo da máscara chamada “é uma crítica construtiva” muito usada para ofender e amarelar o sorriso do outro. Enfim, existem máscaras para todos os lados. Especialmente em tempos de boom digital, onde queremos aparecer sempre impecáveis, invejáveis, empáticos, simpáticos, incríveis e surreais.

Eu aceitei que preciso de ajuda, não quero essa máscara nas minhas unhas. E você, será que usa alguma máscara para esconder algo que não gosta em você? Se sim, até quando pretende usá-la? Será que o custo-benefício compensa? Acho que vale a reflexão.

Imagem de capa: shutterstock/pmmart

Que bom que te decepcionei

Que bom que te decepcionei

Você que esperava uma lealdade cega, aquela obediência conformada, nenhuma contrariedade e jamais uma negativa… Decepcionei? Que bom.

Você que contava com uma dedicação integral, uma consideração infinita, a compreensão do incompreensível… Decepcionei? Que bom.

Você que tinha absoluta certeza de que suas fotografias, lembranças, maus feitos, covardias e ausências seriam guardados na mais cor de rosa caixinha de recordações… Decepcionei? Que bom.

Você que cresceu e inchou, se tornou maior do que a porta por onde deveria passar e ainda assim acreditou que seria uma obrigação te seguir… Decepcionei? Que bom.

Você que manipula fraquezas, que trata relações como via de mão única, que pede muito e pouco oferece, que não mede prejuízos para satisfazer vontades, não se aproxime porque vou te decepcionar, com muito gosto!

E se em algum momento a dúvida sobre fazer o certo ou o errado se instalar, uma dica valiosa é pensar nas pessoas que precisamos decepcionar, pois do contrário seremos como elas, o que não admiramos, não queremos, não devemos.

Decepcionar é um bom termômetro.  Decepcionar a vaidade, o egoísmo, o egocentrismo, a avareza, o desamor… Se estamos nesse caminho, a coisa esquenta, o jogo fica mais justo, os retornos acontecem, os vampiros ficam para trás. E o julgamento fica mais claro. A capacidade de separar o que interessa, o que vale, quem fica, quem sai, quem soma, quem vale zero.

Tudo é questão de critério e também de responsabilidades. Se escolhermos a face da lamentação, seremos muitas vezes decepcionados. Não esperávamos, não poderíamos acreditar…

Mas, se preferirmos a versão da ação, de bancar um julgamento decepcionante, então estamos na posição de quem sabe com quem lida e, por não partilhar das certezas, decepciona e segue a vida.

E a vida segue, tanto para os que agradam como para os que decepcionam.

A escolha é pessoal e cada um tem seus motivos. Há quem prefira perder a liberdade, as forças, a saúde, a razão.

No meu caso, e se o seu caso de alguma forma me fere, decepcionei? Que bom.

Imagem de capa: vladee/shutterstock

Aprenda a não revidar, deixe que a vida faça isso por você

Aprenda a não revidar, deixe que a vida faça isso por você

Não é fácil mantermos a calma quando existe alguém nos incomodando com maldade, agressividade, falsidade ou tudo isso junto. Parece que a energia negativa da pessoa contamina o ambiente e quem estiver por perto, fazendo com que todo mundo ao seu redor fique se rebaixando ao seu nível. E isso não faz bem para ninguém.

Um dos maiores favores que conseguiremos fazer para nós mesmos será conseguirmos ignorar, deixar quieto, deixar pra lá. Silenciarmos, enquanto o outro espera que gritemos e nos desequilibremos, tem uma incrível capacidade de neutralizar o peso que gente ruim carrega para lá e para cá. Como ocorre com tudo nessa vida, o mal, ao não encontrar reciprocidade, vai embora.

A vida anda difícil, sobrecarregada, retirando-nos as forças, enquanto nos equilibramos em meio à correria célere do cotidiano esmagador que nos preenche os dias. Poucos conseguem obter real prazer enquanto se dedica ao trabalho, num ambiente em que as pessoas estão se tornando cada vez mais complicadas. O mundo policia cada um de nossos atos, cada palavra que falamos e escrevemos, aguardando algum possível deslize que possa ser usado contra nós.

Com isso, confiamos pouco no outro, quase não nos abrimos com as pessoas, por medo, insegurança e cautela. E isso tudo vai se acumulando dentro da gente, tornando nossos passos cada vez mais pesados e solitários. A gente acaba não aguentando tanto sentimento represado dentro do peito e, muitas vezes, desconta em quem não merece. A gente se isola e vive a solidão em meio a uma multidão solitária.

Isso contribui para que laços afetivos não se firmem, ou seja, não construímos um relacionamento verdadeiro com as pessoas. Assim, pouco nos importamos com os sentimentos do outro, pouco nos colocamos no lugar de alguém, pouco nos importa que magoemos as pessoas. Para muitos, o outro é apenas alguém que pode vir a ser interessante, caso possa ser usado em seu favor de alguma forma.

Há, como se vê, uma urgente necessidade de não propagar essa ausência de afeto que paira sobre nós, não entrando no jogo de quem só quer disseminar discórdia. Aprenda a não revidar, deixe que a vida faça isso por você. E ela sempre fará, porque ninguém sai dessa vida sem pagar a devida conta de seus atos. Quando o erro não é seu, apenas relaxe.

Imagem de capa: IVASHstudio/shutterstock

O amor é o melhor cicatrizante que existe

O amor é o melhor cicatrizante que existe

Dói quando a gente se engana com alguém, quando a vida diz não, quando perdemos as pessoas. Dor física a gente combate com analgésico, dor da alma a gente cura com amor.

Existem vários tipos de dores, de ferimentos e de machucados. Há dores que vêm de fora, há dores que vêm de dentro. Fato é que as dores invisíveis, muitas vezes, serão muito mais fortes e duradouras do que as dores físicas, porque elas envolvem emoções, sentimento, lembranças, culpa, remorso e decepção.

Dói quando a gente se engana com alguém que se mostra, com o tempo, como uma pessoa totalmente oposta ao que esperávamos. Pior é que, enquanto o outro ainda finge ser quem não é, a gente se abre e compartilha tudo, a gente se abre e se doa. Então, de repente, o outro usa contra nós tudo aquilo que lhe oferecemos, distorcidamente, cruelmente, covardemente. Dói.

Dói quando a vida diz não, quando os sonhos se apequenam, quando a vida não dá certo. A gente estuda e se prepara e não passa no vestibular ou no tão sonhado concurso. A gente atravessa as etapas de uma seleção de emprego até o fim e não é chamada. A gente idealiza planos para os filhos e eles caminham do lado contrário. Tanta coisa não dá certo, tantos imprevistos – muitos deles desagradáveis. Dói.

Dói quando o relacionamento amoroso não dá certo, quando o rompimento é a única saída de uma situação que não mais se suporta. Todos queremos que a vida a dois dê certo, porque nos esforçamos, suamos e nos dedicamos ao outro com verdade e inteireza. Daí o retorno não vem, os olhos fitam o vazio de uma entrega sem sentido, desvalorizada e unilateral. Dignidade nula, sentindo-nos um nada, resta-nos partir. Dói.

Dói perder pessoas; a alma se fere com a ausência de quem tanto amávamos. Vivemos e vamos acumulando gente que chega e gente que se vai. Por mais que saibamos da finitude da vida, parece que nunca estamos preparados para enfrentar a dor do luto, por nossos queridos, por nossos animaizinhos de estimação, enfim, por todos aqueles cuja presença deixava o dia mais bonito. Dói.

Nesses momentos, teremos que enfrentar muita escuridão e desesperança de forma solitária, no sentido de que se trata de uma jornada muito íntima e pessoal. Ainda assim, olhar para o lado e sentir o amor de quem sempre esteve ali do nosso lado e sempre estará, com acolhimento verdadeiro e afeição sincera, será essencial na cicatrização de nossas feridas emocionais. Porque não há nada que possua o poder de cura que o amor irradia. Dor física a gente combate com analgésico, dor da alma a gente cura com amor. Sempre o amor.

Imagem de capa: Kokulina/shutterstock

Acredite, existem anjos sem asas espalhados pela terra.

Acredite, existem anjos sem asas espalhados pela terra.

Anjos. É dessa forma que devemos enxergar as pessoas que nos querem e nos fazem bem. Infelizmente, é raro encontrarmos pessoas que se alegram com a felicidade alheia, uma vez que a maioria das pessoas que passam por nossas vidas não desejam nosso sucesso.  Entretanto, da mesma forma que existem pessoas pobres de alma, existem também pessoas ricas de luz. Pessoas assim têm o poder de iluminar qualquer ambiente escuro e nos beijar a alma através de um simples abraço enquanto mudam o nosso dia e o de pessoas que têm a sorte de encontrá-las pelo caminho.

Por outro lado, devemos manter nossos corações esperançosos e acreditando que ainda existem pessoas bondosas. Precisamos exercitar nossa bondade também através do que plantamos e do que colhemos. Se emanarmos coisas boas, coisas boas virão ao nosso encontro. Se emanarmos o contrário, permitiremos que coisas ruins entrem em nossas vidas.

É tão lindo quando pessoas especiais cruzam nossa estrada. Elas nos fazem enxergar a vida por outra perspectiva, e nos mostram que é possível manter laços sólidos por meio da reciprocidade. E, através de um gesto, conseguem mudar nosso dia em fração de segundos.

A vida fica muito mais real quando esquecemos, por um momento, as amizades virtuais, e desfrutamos a companhia que se faz presente de corpo, alma e coração.

É tão bom quando encontramos pessoas que fazem questão de nossa companhia. Uma prosa regada de risos e leveza nos mostra que apesar dos momentos passarem na velocidade da luz, vale a pena acreditar que podemos encontrar anjos sem asas.

Quando a vida é generosa conosco, e nos presenteia com pessoas que carregam, devemos abraçá-las reservando um lugarzinho no lado esquerdo do peito.

“Nem todos os anjos tem asas, ás vezes, eles têm apenas o dom de te fazer sorrir.”

Imagem de capa: Viktoriya Ivanenko/shutterstock

Sua tarefa de hoje é ser feliz, mais nada!

Sua tarefa de hoje é ser feliz, mais nada!

No estado de Minas Gerais, no meio militar, existe um jargão chamado “pagar tarefa”. Isso não é nada mais, nada menos do que uma ordem que deve ser executada em tempo hábil. Isso nos ensina que nem tudo pode ser resolvido financeiramente e, obviamente, que a execução da tarefa não deve ser opcional – já que ordem dada é ordem cumprida – e que quando se empreende um esforço maior, a recompensa será com certeza um elogio. No nosso dia a dia, se deixarmos de agir de forma tão egoísta, isso pode apenas significar que conseguiremos nos convencer de que merecemos ser felizes.

Muito bem, quantas vezes choramos devido ao medo, às decepções, e também às desilusões que tivemos no passado. Sofremos por um certo tempo, mas quando as feridas são cicatrizadas, daí a um certo tempo colocamos tudo numa balança, e percebemos que não vale mais a pena chorar, que o nosso alvo agora deve ser a felicidade, e acredite, haverá sempre alguém disposto a oferecer a mão, a colaborar para que esse processo tenha um ponto de partida, basta apenas que estejamos focados no tempo de mudanças na nossa vida.

Embora haja tempo determinado para muitas coisas, não acredito que seja o caso de buscar a felicidade. Felicidade não pode ter tempo marcado, simplesmente porque não pode ser adiada, não tem como dizer: “vou chorar hoje, porque amanhã é meu dia de ser feliz.” Não há hora marcada, nem tempo para acontecer algo que nos faça feliz, simplesmente porque isso acontece e pronto. Portanto, o dia de sermos felizes é hoje. Esse é o melhor momento, cada atitude e cada desejo devem estar em sincronismo com aquilo que nos trará contentamento, com cada novo momento da nossa vida, principalmente porque muitas coisas podem ser recuperadas, exceto o tempo. Então o tempo de ser feliz é esse, é agora, basta apenas que haja permissão para que a felicidade aconteça hoje em nossas vidas e a oportunidade de que tudo que existe de bom aconteça a todo momento, para que seja apreciada em toda a sua simplicidade, com intensidade, hoje mesmo.

A verdade é que temos apenas uma vida. Não podemos esperar outra oportunidade para que sejamos felizes. Devemos nos arriscar e fazermos tudo o que nos faz feliz hoje, deixando de lado o medo, pois muitas coisas boas chegam à vida de muitas pessoas, apenas quando é tarde demais, e aí, a chance para viver tudo se vai num único momento… Então a ordem é: Seja feliz hoje, neste momento, não espere para amanhã ou quando a oportunidade chegar.

Façamos, portanto, o que for melhor para que a nossa felicidade não seja apenas um sonho distante, porque os sonhos poderão ser adiados, enquanto a felicidade deverá ser antecipada.

Não existe tempo certo, momento oportuno, dia ideal, idade para ser feliz. Seja hoje, seja agora, seja sempre, ser feliz é agora e não pode esperar! (Roger Stankewski)

O raciocínio deverá ser exatamente este.

Então vamos lá… Pegue um lápis e escreva uma nova história, faça um novo desenho da sua vida. E com uma borracha apague as lágrimas do seu rosto, as de tristeza, claro. Seja feliz hoje…

Imagem de capa:  Daxiao Productions/shutterstock

Falso normal

Falso normal

Muitos de nós, inconscientemente, como mecanismo de defesa, medo ou comodismo, nos acostumamos com um determinado estilo de vida, com aquilo que é a nossa realidade desde sempre. É como se fossemos uma plataforma e aquele, o sistema em que operamos.

Bom ou ruim, saudável ou doente, abusivo ou repleto de amor, o modo que uma pessoa vive em algum momento passa a ser o seu “normal”. Ocorre que, quando o seu “normal” é doente ou abusivo, vive-se numa realidade cheia de opressão e depressão que somente podem ser superadas quando você se dá conta de que o normal doente ou abusivo é um FALSO normal.

O primeiro passo para a jornada fora deste “falso normal”, no qual os personagens são ligados por uma estranha espécie de “amor” que aprisiona, violenta, manipula, confunde, desrespeita, oprime e deprime, é investir tempo e força de vontade em si mesmo, de modo a descobrir que aquilo que se pode mesmo entender como amor envolve empatia, respeito mútuo e não agride, seja literal ou figuradamente.

E como é, afinal, o “VERDADEIRO normal”? Não importa, o seu normal pode ser estranho para muitos, mas para você e quem com você o compartilha, tem que trazer “o frescor da vida”, o que se traduz em prazer, leveza, liberdade, clareza e validação. O que não traz essas sensações é doente e, portanto, não deve ser considerado normal ou tolerado.

Limpe seu sistema ou faça logo um upgrade. E faça isso hoje, para você e por você. Não se vitimize quando descobrir seu “falso normal” e nem tema a mudança. O mundo não tem interesse e nem tempo para quem se vitimiza ou se acovarda.
Namastê.

Imagem de capa:  wavebreakmedia/shutterstock

Chefes tiranos e sua capacidade de adoecer o mundo

Chefes tiranos e sua capacidade de adoecer o mundo

A figura beira a caricatura: anda com o nariz grudado no teto e o dedo em riste diante da cara da vítima que estiver mais próxima ou disponível; repreende aos berros seus “comandados” e sussurra ameaças de arrepiar os pelos da nuca; manipula informações a seu favor; distorce o que foi dito e o que nunca se disse, a depender de suas intenções; cobra tarefas que nunca chegou a formalizar; muda de ideia com mais frequência do que um motoboy troca de pista na “marginal”; acredita que é dono da rotina de seus funcionários, inclusive quando eles já terminaram o expediente. A descrição lhe parece algo familiar? É, meu amigo e minha amiga, esse tipo aí de “gente” anda se reproduzindo mais rápido que o mosquito da Dengue! E, pode ser tão perigoso quanto! Pode acreditar!

Por trás da tirania de uma pessoa que ocupa qualquer cargo de chefia pode se esconder alguns tipos danosos à sua saúde. Entretanto, há dois tipos mais comuns que caracterizam esse espécime. Um deles é o cara que se julga um visionário e, portanto, crê (com a mais absoluta convicção) que vai revolucionar o mundo; sendo assim, os outros demais seres inferiores têm a obrigação de idolatrá-lo; viver para servi-lo e ser eternamente grato por essa oportunidade. O outro, é o cara incompetente que alcançou o lugar de “líder”, ou por um golpe de sorte ou porque tinha excelentes contatos; esse é perigosíssimo porque, sentindo-se ameaçado por sua própria incompetência, precisa a todo custo escondê-la; e, para tanto, usa qualquer recurso, lícito ou ilícito, sem qualquer escrúpulo.

A grande maioria das pessoas depende de cumprir uma rotina diária profissional em função da qual, muitas vezes, passa mais tempo com seus colegas de trabalho do que com qualquer outra pessoa em sua vida, inclusive sua família. Essa convivência sistemática pode acabar sendo afetada de forma altamente danosa, dependendo do tom escolhido pelas lideranças da empresa. E, tanto faz se a empresa em questão é um mercadinho com quatro funcionários; uma livraria com vinte ou uma mega-empresa com milhares; se a política de resultados não passar em nenhum momento pela qualidade de vivência e convivência de seus funcionários, instala-se ali uma espécie de bomba-relógio que, mais cedo ou mais tarde, vai acabar explodindo.

Ambientes excessivamente competitivos, nos quais a mais alta performance é um objetivo por si só, gera deformações dramáticas no comportamento de todas as pessoas envolvidas. Com o passar do tempo, perde-se a perspectiva profissional; o senso de ética e a conduta moral, que são fatores decisivos para nortear as atitudes e posturas, individuais ou das equipes, frente os grandes desafios, ou mesmo tarefas rotineiras que constituem o dia-a-dia de qualquer ambiente de trabalho. Sem que se perceba, vai sendo instalado um clima de animosidade e desconfiança que afeta a maneira de pensar e agir da mais bem intencionada pessoa. Torna-se corriqueiro passar por cima do outro para ganhar algum reconhecimento, seja material ou não.

Empresas cujos profissionais em cargos de comando nunca chegarão a líderes, podem adoecer irremediavelmente seus funcionários. E, esse fenômeno é tão perigoso justamente porque sua evolução vai ocorrendo aos poucos; à medida que se instala no ambiente profissional a cultura do medo mesclado com falsa notoriedade. Silenciosamente, as pessoas vão se adaptando ao modelo deformado de liderança baseada na política de favorecimentos, por meio do qual os “adaptados” se dão muito bem e os “rebeldes”, ou ficam isolados ou são descartados.

 

O caos da falta de profissionalismo no ambiente de trabalho destrói a saúde física, mental e emocional daqueles que ali convivem. Vai se tornando tão comum conviver com colegas que passam a manifestar dores de cabeça constantes; diagnósticos de gastrite, colite, e tantas outras “ites”; afastamentos por estresse, depressão e transtorno de ansiedade, que essas manifestações passam a ser vistas como normais. E, sinto informar, mas pessoas doentes não são capazes de produzir o que quer que seja, nem bem, nem mal. E, a médio ou longo prazo, a própria empresa estará necessitada de uma internação na Unidade de Terapia Intensiva.

Assim, cabe àqueles que são ou que selecionam os que serão alçados a cargos de liderança, cuidar para que sua consciência e ética profissional não sejam eclipsadas pela ambição sem freios ou pela falta de escrúpulos para atingir o que quer que seja. Chefe, qualquer um pode ser. Mas, para ser líder é preciso estar ciente de uma enorme responsabilidade que engloba critérios que passam pela capacidade via conhecimento; talento para harmonizar diferenças e estrutura emocional talhada tanto para gerir sucessos quanto administrar crises.

Aqueles que têm habilidades de liderança sabem que os erros fazem parte do processo e que, para calcular eficientemente os riscos, precisam contar com uma equipe coesa e equilibrada. Conhecer a si mesmo, seus pontos fortes ou fracos, fazem do líder uma pessoa capaz de tratar com empatia seus colaboradores, conhecendo-os; sendo capaz de colocar-se em seus lugares e reconhecer suas expectativas. O discurso de um líder só é válido se for acompanhado por atitudes e posturas exemplares que o ilustrem. A equipe conduzida por um líder que compartilha informações e sabe delegar funções, respeita e absorve a voz de comando. O conhecimento, aliado à percepção do ambiente profissional é a base da estrutura de confiança de qualquer liderança; um bom líder está sempre em contínuo processo de aprendizagem e pauta suas ações presentes na interpretação dos sinais reais que indicam o que pode vir a acontecer mais à frente. O comportamento equilibrado; a humildade; a franqueza polida e a segurança, tornam o líder apto a ter o respeito daqueles com quem trabalha e a ser capaz de preparar sucessores.

O fato é que, infelizmente o mundo está abarrotado de chefes que nunca chegarão a ser líderes. Pessoas que alcançaram cargos de autoridade por acaso ou conveniência e não por merecimento ou competência e assim, agem de forma autoritária, desrespeitosa e irrascível. Chefes tiranos podem adoecer uma equipe inteira, simplesmente porque não têm capacidade de motivar, orientar ou mesmo alinhavar qualquer tipo de envolvimento produtivo por parte de seus subalternos. É bem verdade que muitas vezes não temos escolha; acabamos por nos submeter a trabalhos e empregos que nos roubam a alegria de viver porque precisamos do dinheiro para sobreviver. A boa notícia!? Essa gente não se sustenta por muito tempo; e, mais dia menos dia, acaba se enforcando na própria corda que usou como chibata emocional.

Imagem de capa: jesterpop/shutterstock

Livrai-nos de todo mal. Inclusive do mal amado.

Livrai-nos de todo mal. Inclusive do mal amado.

Ô, Meu Pai. Olha teus filhos cá embaixo. Eu sei que é duro, com toda essa gente pedindo, mas faço uma fé danada que o Senhor não falta a ninguém. Sei aqui comigo que Deus ajuda a quem cedo madruga, a quem acorda atrasado, quem dorme tarde e a quem passa a noite acordado. A quem pede, acredita, trabalha e sai em busca o Senhor não falha, mesmo quando tarda. E eu tenho cá nas mãos um pedidinho à toa.

Não é o prêmio da loteria, não. Nem é emprego público, herança, restituição do imposto de renda. Não é dinheiro, que aqui não sobra mas o que falta a gente corre, corre e vai buscar. Também não é saúde. A minha vai bem, muito obrigado. Tem uma coisinha aqui, uma coisinha ali, mas tudo muito leve. O Senhor sabe. A gente adoece quando não come direito, não dorme direito, não ama direito. E apesar de não fazer direito nada disso, a saúde anda boa que só. Então, vai aqui a minha gratidão sincera. Graças a Deus!

Agora, o que eu quero pedir com empenho é muito simples. Está marcado no finalzinho da oração que o Senhor mesmo nos ensinou: “mas livrai-nos do mal…”.

Ah, Meu Deus! Se o Senhor me permite, eu tenho umas palavrinhas para encaixar bem ali, antes do “Amém”. É que a coisa por aqui anda meio enfezada, sabe? É “mal” que não acaba mais. Dá pra encher um volume do tamanho da própria Bíblia. Mas eu resumo. Para começar, livrai-nos de todo mal informado. Jesus! Como tem gente equivocada por estas bandas. Põe os pés pelas mãos, passa a carroça na frente do burro, confunde liberdade com libertinagem e essas coisas. Livrai-nos desse mal, Meu Pai.

Tem também o mal intencionado. Ô racinha! Sempre tramando, manipulando, maldizendo quem estiver perto. Capricha nessa hora, Pai Nosso! Livra teus filhos desse mal.

E os mal-humorados, então? Sempre distribuindo patadas, cuspindo má-criação, espalhando grosseria por todo canto. Primos-irmãos dos mal educados, os mal-humorados costumam confundir seu péssimo humor com alta inteligência. E dá-lhe baixaria! Então, por favor, Meu Pai, preserva também nossa alegria e nossos bons modos desse malfeito.

Leva também embora todo mal-estar, mal-entendido, mal olhado, mal agradecido. Tudo quanto é mal, o Senhor tenha a bondade de mandar bem longe.

E se não for pedir demais, começa nos libertando de todo mal amado. Porque é isso o que abre a grande porteira do desvio, né? Gente mal amada é capaz de tudo. Segue por aí cheia de maldade fazendo das suas. Mas tudo se inicia é na falta de amor.

Pois então, Pai Nosso, que estais no Céu, por favor dá a esse povo mal resolvido aqui embaixo um pouquinho mais de amor. E enquanto eles não tomarem jeito de gente, que fiquem bem longe da gente. Amém!
Fim da conversa no bate-papo

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