As minas de Sampa

Se você é mulher e vive ou está de passagem por essa cidade loucamente maravilhosa que é São Paulo… você precisa ler este texto misturado de dores e delicias.

Viver nessa cidade é para os fortes e doces seres que sabem da arte de se equilibrar, entre os desafios de vencer distâncias, obstáculos e intempéries e as maravilhas de um mundo cheio de oportunidades, novos caminhos e inovadoras ideias.

As minas de Sampa são as minas de qualquer parte do mundo. Porque aqui nesse espaço, onde parece faltar espaço pra tanta gente… há lugar para todas nós.

Lugar esse que ainda precisa ser batalhado todo santo dia, para que o que já foi conquistado não se perca, e o que ainda está longe de ser uma garantia, possa começar a ser olhado como algo com o que já se pode sonhar.

As minas de Sampa não tem medo de trabalho, não fazem corpo mole, nem coração duro.

Ser mina em Sampa é enfrentar horas no “busão”, serpentear de bike pelas ciclofaixas, pilotar sob capacetes coloridos, aprender a manobrar carrinhos ou carrões em vagas improváveis, virar sardinha nos vagões da CPTM ou do Metrô. Tudo sem perder o glamour, claro! Seja no salto ou de All Star.

Ser mina em Sampa é dar um rolê na balada, almoçar pastel de feira, carregar marmita na bolsinha térmica, curtir um expresso com pão na chapa da padoca, sair da dieta com bolacha recheada (bolacha, não biscoito! rs).

É tomar uma breja com a galera do trampo. É chamar uma pizza no domingo à noite. É curtir a Paulista em qualquer ocasião. É amar livrarias e sebos com a mesma paixão. É pegar um sol ou uma sombra no Ibira. É curtir um japs ou uma feijuca no sábado! O que pintar!

Ser uma mina de Sampa é dessas coisas que enchem a gente de amor e orgulho. Porque aqui em Sampa toda mina é bem-vinda pelas outras minas que já aprenderam que o que nos faz mais fortes é sermos ligadas umas nas outras. E que se alguém mexer com uma, terá mexido com todas.

Ser mulher é uma delícia. É trazer dentro da alma mil jeitos de ver o mundo. É aprender que somos cíclicas, intermináveis em nossos processos de evolução, e infinitas em nossa capacidade de viver muitas vidas numa só.

Ser mulher é lindo! Mas.. ser uma mina de Sampa… Ahhhh… isso é tipo.. top! Sacou?!

Imagem de capa: Filipe Frazao/shutterstock







"Ana Macarini é Psicopedagoga e Mestre em Disfunções de Leitura e Escrita. Acredita que todas as palavras têm vida e, exatamente por isso, possuem a capacidade mágica de serem ressignificadas a partir dos olhos de quem as lê!"